ATLAS ESCOLAR DO MUNICÍPIO DE JAGUARI-RS (2011) 1

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1 ATLAS ESCOLAR DO MUNICÍPIO DE JAGUARI-RS (2011) 1 LIMANA, Cristina Cippolat 2 ; Medeiros, Edgardo Ramos³; 1 Trabalho de Pesquisa _UFSM 2 Curso de Geografia Licenciatura da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Santa Maria, RS, Brasil. ³ Professor do Departamento de Geociências da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Santa Maria, RS, Brasil. cristinalimana@gmail.com; edgardomedeiros@gmail.com RESUMO O projeto visa elaborar um atlas Escolar Geográfico do município de Jaguari - Rio Grande do Sul, através dos softwares Spring 5.1.7, GvSIG 1.9 e Inkscape Portable, bem como, verificar os elementos e os dados atuais e mais importantes da área de estudo. O objetivo principal da pesquisa é desenvolver um estudo geográfico, na área da cartografia. Para tanto serão feitas pesquisas na Prefeitura incluindo os sites, o museu, a biblioteca, entre outros, além da visitação nas escolas municipais e estaduais, para verificar o que realmente existe e o que está sendo repassado para os alunos, no que diz respeito ao município. A importância da pesquisa reside no fato de existirem muitas informações geográficas, entre outras, que seriam significativas na formação e na educação dos alunos, mas que não estão sendo trabalhadas, principalmente pela ausência de recursos cartográficos, atualizados, disponibilizados às escolas. Palavras-chave: Geografia; Cartografia escolar; Educação. 1. INTRODUÇÃO A importância de elaboração de um atlas Municipal adquire, no presente trabalho, um enfoque direto para as questões sócio- econômicas e aspectos físicos da área de estudo. A escolha pelo município de Jaguari, como área de estudo, deu-se pelos laços afetivos, por ser minha cidade natal e pela necessidade de um recurso que seja acessível à população do município e da região. Este trabalho pretende, também, servir como um recurso de ensino, podendo, assim, ser utilizado nas escolas. 1

2 O município de Jaguari se localiza geograficamente na porção oeste do Rio Grande do Sul, com uma área territorial de 673km 2, altitude da sede 112metros e coordenadas geográficas: latitude 29º29'51"sul e longitude 54º41'24" oeste. 2. JUSTIFICATIVA PARA A AÇÃO A importância da pesquisa reside no fato de existirem muitas informações geográficas, que seriam importantes na formação e na educação dos alunos, mas que não estão sendo trabalhadas nas escolas. Não menos importante é a carência de bibliografia atualizada sobre o município, para que os professores deste município possam construir conhecimentos com seus alunos, como a história da evolução do município e os mapas que seguem esta evolução. 3. ELEMENTOS TEÓRICOS E CONCEITUAIS. Por ser fator de importância na construção do conhecimento e enriquecedor da pesquisa, esta pesquisa pretende abordar assuntos tais como: Cartografia, Cartografia Escolar e os Atlas Municipais. 3.1 Cartografia A busca do homem em conhecer o espaço remonta aos povos primitivos, que necessitavam compreender os fenômenos naturais como meio de sobrevivência. A partir da busca por alimentos e proteção, o homem foi adquirindo maior conhecimento da superfície terrestre, dessa forma o mesmo foi agregando conhecimentos e repassando para as demais gerações. Assim, a Geografia fez-se presente desde os primórdios, de forma empírica e prática, através de questionamentos tais como onde?, quando? e como?. Na verdade, a ciência cartográfica sempre esteve presente na vida dos seres humanos e na sua própria história, pois o homem sempre demonstrou interesse em querer representar o seu meio, seja através de pinturas, de desenhos ou até mesmo por símbolos. Sobre este assunto, Duarte (2002, pág.19) escreve que: A história dos mapas confunde-se com a própria história da humanidade, tornando-se por essa razão, um tema inesgotável, bastante 2

3 amplo e complexo, mas sobre tudo, apaixonante pelas surpresas que nos são reveladas a cada documento analisado. O mapa sempre foi um instrumento necessário, para auxiliar as pessoas a ter domínio espacial sobre o lugar onde vivem, pois com o domínio do espaço, elas conseguem entender muitos dos fenômenos que ocorrem no lugar. Oliveira (1988 pág.17) diz que:... todos os povos primitivos traçaram e continuam a riscar mapas, sem que tenha havido, ou que haja, em tais povos, o menor conhecimento da escrita.... Ao longo dos anos a Cartografia passou por inúmeras inovações de suas técnicas. As marcas mais significativas na história da cartografia são dadas durante o Renascimento, quando segundo Martinelli (2006 pag. 8)... com a intenção do comércio entre o Oriente e o Ocidente, exigindo o desenvolvimento da navegação, houve novamente grande ímpeto na necessidade de mapas. Após a expansão da cartografia no Renascimento, o próximo marco foi a invenção da imprensa, aproximadamente no século XV, que teve uma grande influência na confecção dos mapas e sua fácil reprodução. Outro avanço significativo na cartografia foi dado na época dos descobrimentos no século XVI, Martinelli (2006, pag.9) descreve que: A busca crescente de mapas para registrar o mundo inteiro, bem como a procura de novos tipos de representações para questões específicas forçaram a entrada da cartografia na manufatura, passo decisivo para sua integração no processo capitalista de produção. Os mapas confirmam-se como armas do imperialismo, promovendo a politica colonial. No final do século XX a cartografia entra na era tecnológica, com o surgimento dos computadores e criação dos softwares aplicativos e de geoprocessamento, o que trouxe uma incrível evolução no armazenamento e processamento dos dados, facilitando o acesso e a produção cartográfica de um modo geral. 3.2 Cartografia escolar Nas escolas os mapas sempre fizeram parte dos recursos pedagógicos utilizados pelos professores. Geralmente, eles são usados para ilustrar as aulas de maneira empírica, a fim de alcançar objetivos imediatos, através do recurso visual de que dispõem, sendo que, 3

4 na realidade, estes mapas poderiam ser utilizados de maneira racional como forma de comunicação e de expressão, devido ao grande número de informações que estes contêm. Sobre este assunto, Lívia de Oliveira (1978, pag.49) relata que: O professor, frequentemente, dada a necessidade de resolver no momento da aula o problema didático do mapa, toma decisões sem se preocupar com a validade das informações. Assim, o mapa é usado sem a preocupação de averiguar se a criança está em condições de realizar a sua interpretação, ou mesmo se o mapa disponível é o mais apropriado. Assim, quando se fala de cartografia escolar, é relevante não esquecer que existem diferentes tipos de mapas para distintos tipos de usuários, ou seja, nem sempre um aluno vai possuir o mesmo potencial de leitura de um mapa, que outro de uma série mais adiantada. Neste caso, cabe ao docente fazer a escolha de mapas que sejam compatíveis com a faixa etária da turma em que esta sendo utilizado este recurso didático. Os mapas, quando bem trabalhados, auxiliam o aluno na visualização e compreensão dos fenômenos que ocorrem no lugar em que está sendo estudado, bem como colaboram para o entendimento da organização do espaço. Para Castrogiovanni (1995, pag.37), o espaço geográfico é constituído por formas materiais visíveis naturais e construído pelos homens através das relações que se estabelecem. Essas relações caracterizam um lugar em certo tempo histórico e são objetivos de estudo da geografia. Considerando a colocação do autor, percebemos que o espaço geográfico é formado por formas materiais, naturais ou construídas e de relações que o homem faz com o seu meio; cabe, portanto, aos docentes demonstrar estes espaços e relações, através de mapas manuais ou digitais, para que os alunos consigam construir um pensamento crítico sobre estes fenômenos que se dão no espaço. 3.3 Os Atlas Municipais Os atlas tem a característica de apresentar um conjunto de mapas e informações diversas sobre determinado espaço. Geralmente, apresentam-se em formato de livro ou apostila, mas também podem ser encontrados de outras formas, como atlas digitais em CD/DVD. Conforme RAISZ, E. (1969, pag.222), os atlas têm três funções básicas: primeiro de ser fonte de informação ampla e detalhada; segundo fornecer as configurações da Geografia em divisões claras, facilitando a memorização e terceiro estimular o interesse. 4

5 A elaboração dos atlas exige cuidados especiais na escolha dos temas que serão trabalhados, bem como de ter-se em mente o público alvo para a construção do mesmo e a área a ser estudada. Sobre isso, MARTINELLI, M. (2008, pag. 23) escreve que: Ao se elaborar um atlas para escolares, coloca-se como premissa a de não ser apenas uma coletânea de mapas, prontos e acabados, mas sim uma organização sistemática de representações trabalhadas com finalidade intelectual específica. Ao se elaborar um atlas para escolares, coloca-se como premissa a de não ser apenas uma coletânea de mapas, prontos e acabados, mas sim uma organização sistemática de representações trabalhadas com finalidade intelectual específica. Os atlas Municipais possibilitam, nas escolas, o desenvolvimento de um trabalho metodológico dos elementos vividos pelos alunos, juntamente com os conteúdos contemplados pelo currículo oficial. Para a professora ALMEIDA, R. D. (2003), o que justifica a existência de um atlas Municipal Escolar, não deve ser apenas a necessidade desse tipo de material, mas o conhecimento que ele apresenta como um texto didático a ser tomado como objeto de ensino. 3. METODOLOGIA O mapa base representa as informações da fisionomia dos diferentes elementos e formas que configuram a topografia. Esses elementos compreendem as curvas de nível, os pontos cotados e a rede de drenagem. Será utilizada como base cartográfica a carta topográfica SH. 21-X-D-II-4 elaborada pela Diretoria de Serviços Geográfico (DSG/IBGE, 1977) do Ministério do Exército, na escala 1: , que definirão o mapa base da área de estudo. O levantamento bibliográfico acompanhará as várias etapas de desenvolvimento deste trabalho. Todas as informações levantadas, processadas, analisadas e correlacionadas e por fim mapeadas através dos programas Spring e GvSIG 1.9 na escala 1:50.000, servirão de base para a montagem do atlas escolar. O programa Spring foi criado pelo INPE- Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais e é um SIG (Sistema de Informações Geográficas) com funções de 5

6 processamento de imagens, análise espacial, modelagem numérica de terreno e consulta a bancos de dados espaciais. O GvSIG 1.9 é uma ferramenta indicada para o gerenciamento de informações geográficas, a função do GvSIG é analisar e gerenciar informações sobre zonas geográficas. As imagens de satélite dos sensores Landsat, Ikonos, imagens de radar SRTM, além de fotografias aéreas de baixa altitude, e fotografias da cidade e do interior do município, também integrarão o material cartográfico disponível. A edição final do atlas e layout será desenvolvida no programa Inkscape Portable, este é um programa de edição e tratamento de imagens. Todos os programas utilizados são gratuitos e tem licença pública. As fotos utilizadas no Atlas serão de arquivo pessoal e irão apontar de forma ilustrativa e real os temas que serão tratados nos mapas, mostrando a situação que a área de estudo se encontra em todos os aspectos. 4. RESULTADOS Ao final desta pesquisa pretende-se alcançar os seguintes resultados: - auxiliar no ensino da Geografia Regional; - potencializar as atividades turísticas e agrícolas do município; - suprir uma demanda existente, por parte de educadores e técnicos, de informações ligadas a diferentes temas de forma especializada, atualizada e com referência geográfica; -utilização do atlas como ferramenta didática aos professores para que possam suprir as necessidades de aprendizagem dos alunos. 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS Este trabalho quando concluído, permitirá a identificação e a interpretação de fatos e fenômenos do município de Jaguari, que futuramente servirão como um recurso didático nas salas de aula e como pesquisa ao público interessado do município e da região. 6

7 REFERÊNCIAS ALMEIDA, R. D. Atlas Municipais elaborados por Professores: a experiência conjunta de limeira, Rio Claro e Ipeúna. Cad. Cedes, Campinas, v. 23, n. 60, p , agosto, ANDRADE, M. C. de. Geografia, ciência da sociedade: uma introdução a analise do pensamento geográfico. São Paulo: Atlas, CASTOGIOVANNI, A. C. (Org). Geografia em sala de aula: práticas e reflexões. Porto Alegre: Editora da UFRGS, DUARTE, P. A. Fundamentos de cartografia. Florianópolis: UFSC, IBGE. Noções básicas de cartografia. Rio de Janeiro: IBGE, JOLY, F. A cartografia. Campinas : Papirus, 8º ed., LIBAULT, A. Geocartografia. São Paulo: Companhia Editora Nacional, volume1, MARTINELLI, M. Mapas da geografia e cartografia temática. São Paulo: Contexto, MARTINELLI, M.. Um atlas geográfico escolar para o ensino-aprendizagem da realidade natural e social. Portal da Cartografia. Londrina, v.1, n.1, p , maio/ago., MIRANDA, L. S. Atlas Escolares Municipais: A Moda e os Professores. Cad. Cedes, Campinas, v. 23, n. 60, p , agosto OLIVEIRA, C. Curso de Cartografia Moderna. Rio de Janeiro: IBGE, OLIVEIRA, L. de. Estudo metodológico e cognitivo do mapa. São Paulo: USP, RAISZ, E. Cartografia Geral. Rio de Janeiro: Editora Científica,