Interdisciplinar: Revista Eletrônica da UNIVAR ISSN X Ano de publicação: 2016 N.:15 Vol.1 Págs.

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1 Interdisciplinar: Revista Eletrônica da UNIVAR ISSN X Ano de publicação: 2016 N.:15 Vol.1 Págs ABORDAGEM DIAGNÓSTICA E TERAPÊUTICA DA INFECÇÃO DO TRATO URINÁRIO EM GESTANTES Lohayne Gonçcalves da Silva 1 e Anna Lettycia Vieira dos Santos 2 RESUMO: A infecção do trato urinário (ITU) é uma das doenças bacterianas de maior incidência. Objetiva-se analisar os diversos estudos sobre o tema abordado e verificar o perfil socioeconômico das gestantes relacionando com outros resultados, e possíveis relação das ITUs com riscos gerados em relação ao parto prematuros e a mortalizade maternoinfantil. A revisão realizada permitiu obter maior conhecimento e compreensão em relação as infecções do trato urinário em gestantes, para assim ser capaz de relacionar a ITU na gravidez e os possíveis riscos de complicações para as gestantes, a fim de reduzir a mortalidade materno-infantil. PALAVRAS-CHAVE: Gestação; Infecção do Trato Urinário; Complicações. ABSTRACT: The urinary tract infection (UTI) is a bacterial disease most common. The objective is to analyze the various studies on the topic and check the socioeconomic profile of pregnant women relating to other results, and possible relationship of UTIs with risks arising in relation to premature delivery and maternal and child mortality. The review allowed to obtain greater knowledge and understanding in relation to urinary tract infections in pregnant women, so as to be able to relate to ITU during pregnancy and the possible risk of complications for pregnant women in order to reduce maternal and child mortality. KEY WORDS: Pregnancy; Urinary Tract Infection; Complications. 1 Acadêmica do 5º ano do curso de Bacharelado em Farmácia Generalista das Faculdades Unidas do Vale do Araguaia-UNIVAR. Contato: 2 Docente orientadora da UNIVAR. Graduada em Farmácia pela UFMT. Pós-graduanda em Docência do Ensino Superior pela UNIVAR. Mestre em Imunologia e Parasitologia Básicas e Aplicadas pela UFMT. Contato: lettycinha@hotmail.com 1. INTRODUÇÃO A infecção do trato urinário (ITU) é uma das doenças bacterianas de maior incidência, que afetam mulheres de todas as idades (COELHO; SAKAE; ROJAS, 2008). Define-se como ITU um processo infeccioso, onde ocorre o crescimento de bactérias em algum lugar do trato urinário (rins, ureter, bexiga e uretra), causando as lesões teciduais (NASCIMENTO, OLIVEIRA; ARAÚJO, 2012). De modo geral, no primeiro ano de vida, as infecções urinarias ocorrem em maior frequência entre os meninos em função de malformações congênitas como na válvula da uretra posterior. Após esta idade pré-escolar e na vida adulta, o sexo feminino tem muitos casos de incidência que aumentam a cada ano, com o aumento da atividade sexual (AMORIM; PACHECO; FERNANDES, 2008). Na maioria das mulheres, a ITU pode ocorrer no trato urinário inferior (bexiga e uretra) ou trato urinário superior ou alto (rins). Acometem, principalmente, as condições anatômicas do meato uretral ao vaginal e ânus, anomalias congênitas e diferenças imunológicas e biológicas ao nível da mucosa (SILVA, 2012). Os quadros que envolvem a bexiga são as conhecidas cistites e os quadros que envolvem os rins são chamados de pielonefrite (HACKENHAAR; ALBERNAZ; TOMASI, 2011). Os responsáveis pela maioria das ITUs são bactérias gram-negativas, dos patógenos envolvidos na cistite, a bactéria mais frequente e a Escherichia Coli. Outras enterobacterias tais como Proteus sp e Klebsiella sp, e entre as bactérias gram-positivas Staphylococcus, Estreptococcus e o Enterococcus faecalis, são os agentes mais comuns em mulheres jovens não hospitalizadas (APOLINÁRIO et al., 2014). As mudanças morfofisiológicas e funcionais que ocorrem no trato urinário da gestante, fazem com que a infecção urinária seja a segunda patologia médica mais incidente da gravidez. Essa infecção pode ser sintomática ou assintomática, observando-se na gravidez a ocorrência de fatores que facilitam a mudança de infecções assintomáticas para sintomáticas (SAMPAIO; CUNHA; MARGARINHO, 2008). Portanto, a redução da capacidade renal de concentrar a urina durante a gestação diminui a atividade antibacteriana deste fluido, passando a excretar pequenas quantidades de potássio e grandes de 145

2 glicose e aminoácidos, contribuindo para a degradação de hormônios, favorecendo a proliferação bacteriana. Durante a gestação a urina da gravida apresenta o ph mais alcalino, contribuindo para o crescimento de bactérias presentes no trato urinário (DUARTE et al., 2002). Além disso, ao contrário do que ocorre nas mulheres não gravidas, nas gestantes indica-se a pesquisa de bactérias na urina mesmo que não apresentem queixas urinarias. Se for detectado, e não apresentar cistite ou pielonefrite, antibióticos serão indicados para esterilizar o trato urinário e evitar complicações nas grávidas (SILVEIRA; VERONESI; GOULART, 2013). A cistite acomete entre 1 a 1,5% das gestantes e possui baixa taxa de recorrências, apresentando como características clinicas a disúria, polaciúria, urgência miccional, desconforto suprapúbico, hematúria macroscópica e urina de odor desagradável (LOPES; TAVARES, 2005). A pielonefrite é a forma mais agravante da ITU em gestantes e pode acometer até 2% desse segmento populacional. Constitui uma doença sistêmica caracterizada por febre, calafrios, dor no flanco ou lombar, náuseas, vômitos, enxaqueca, e outros sinais comuns das infecções do trato urinário (FIGUEIRÓ FILHO et al., 2009). A pielonefrite aguda é mais comum durante a segunda metade da gestação, tendo em resultado, o aumento da obstrução ureteral e da estase urinária promovendo a evolução da gestação. E geralmente a unilateral é a mais predominante no rim direito tendo como resultado a desestruturação uterina (GADELHA et al., 2008). A determinação entre ITU e a piora do prognóstico gestacional, são complicações perinatais conhecidas há algum tempo. Desenvolvendo a restrição de crescimento intrauterino, recém-nascidos de baixo peso, trabalho de parto e parto prematuro, ruptura prematura de membranas amnióticas e óbito perinatal. Tendo outras complicações, tais como hipertensão, anemia, pré-eclâmpsia, endometrite e septicemia. Considerando-se que as gestações complicadas por infecção urinária procedem com o dobro da mortalidade fetal observadas em gestações normais da mesma área geográfica (DUARTE et al., 2002). O diagnóstico clínico, sendo o método mais importante de ITU na gravidez é a cultura de urina quantitativa que, analisada em amostras de urina colhida assepticamente, jato médio, poderá fornecer, na maioria dos casos, o agente etiológico causador da infecção e trazer subsídios para a conduta terapêutica (FIGUEIRÓ FILHO et al., 2009). A grande maioria das gestantes, portadoras de ITU, apresentaram características socioeconômicas de baixa renda e baixo nível de escolaridade onde os hábitos de higiene de alguma maneira foram influentes, e uma renda familiar mensal inferior a um salário mínimo. No entanto, a gravidez está relacionada a uma utilização reduzida da assistência pré-natal a que pode contribuir para o aumento da morbimortalidade materna e fetal. E evidente a necessidade e criação de formas de diagnósticos de ITU de aplicação rápida, simples e confiável, visando acelerar o tratamento e cura da doença procurando a diminuir e até mesmo a eliminar a ocorrência de complicações a saúde de indivíduos portadores deste problema. Sendo assim, essa revisão bibliográfica tem como objetivo analisar os diversos estudos sobre o tema abordado e verificar o perfil socioeconômico das gestantes relacionando os resultados encontrados e possíveis relação das ITU e os riscos gerados em relação ao parto prematuro e riscos envolvendo as gestantes e o que isso pode contribuir para a morte materno-infantil. Além de verificar a atuação dos profissionais da área da saúde visto que, representam um importante papel no cuidado e garantia de saúde e bem-estar do paciente. 2. MATERIAIS E MÉTODOS Para o desenvolvimento deste estudo, optou-se pelo método de pesquisa bibliográfica, realizado por meio de revistas eletrônicas de artigos científicos, em sites de saúde e revisão bibliográfica, que consiste em uma análise ampla da leitura tendo em vista discussões sobre métodos resultados e conclusões sobre a abordagem diagnóstica e terapêutica da ITU na gestação (ABEC, 2015). As pesquisas foram realizadas em artigos publicados em periódicos nacionais e internacionais, por meio de sites de pesquisa, tais como Google acadêmico, Bireme e Scielo PubMed, Lilacs entre outros, utilizando-se as palavras-chave, em diferentes combinações: gestação, infecção do trato urinário, abordagem. Após a leitura dos resumos, foram selecionadas as referências mais relevantes para tal pesquisa. Com base nesses critérios, a amostra deste estudo foi composta por 17 artigos. As discussões relevantes sobre o tema abordado envolvendo ABORDAGEM DIAGNÓSTICA E TERAPÊUTICA DA INFECÇÃO DO TRATO URINÁRIO NA GESTAÇÃO busca fundamentar uma discussão com base cientifica a respeito do tema abordado. 3. RESULTADOS E DISCUSSÃO A revisão bibliográfica realizada neste estudo permitiu obter maior conhecimento e compreensão em relação às infecções do trato urinário em gestantes, para sermos capazes de relacionar as ITUs na gravidez e os possíveis riscos de complicação para a gestante e o que pode contribuir para a mortalidade maternoinfantil. Além de verificar as ações dos profissionais da saúde frente ao tema abordado. Para elaboração deste trabalho foram utilizados 17 artigos científicos, sendo que somente 01 foi publicado entre os anos de 2000 a 2005, 08 foram publicados entre 2006 a 2010 e 08 entre 2011 a Com isso, foi realizada uma análise dos resultados dos autores do perfil socioeconômico, uropatógenos e tratamento medicamentoso das gestantes com ITU, conforme mostra na tabela abaixo. Nota-se que estudos publicados entre 2000 a 2005 demonstram que a ITU acometeu gestantes primigestas (100%), ou seja, na primeira gestação, na 146

3 faixa etária entre 20 a 29 anos (100%). Não foi informada a escolaridade, a ocupação, a renda familiar e a raça das gestantes. O uropatógeno mais encontrado foi a Escherichia coli (100%). Já o medicamento mais utilizado para o tratamento foi a Cefuroxima (100%). Tabela 1 Distribuição das variáveis socioeconômicas, número de gestações, uropatógenos e tratamento medicamentoso conforme os artigos encontrados Variáveis Categorias % Número de Gestações Primigestas 100% Idade (anos) % Escolaridade Sem informações 100% Ocupação Sem informações 100% Renda Familiar < 1 salário 100% Raça Sem informações 100% Uropatógeno Escherichia coli 100% Tratamento medicamentoso FONTE: SILVA, Cefuroxima 100% Observa-se que estudos publicados entre 2006 a 2010 comprovam que a ITU acometeu somente 12,5% em primigestas, 12,5% em multigestas e 75% dos artigos não trouxe essas informações. Com relação à faixa etária verificou-se 25% entre 20 a 29 anos, 12,5% em 30 anos ou mais e 62,5% não trouxe essas informações. Em relação à escolaridade, foi observado que as gestantes não concluíram o ensino fundamental (12,5%) e 87,5% dos estudos não informaram essa variável. Tabela 2 Distribuição das variáveis socioeconômicas, número de gestações, uropatógenos e tratamento medicamentoso conforme os artigos encontrados Variáveis Categorias % Número de Gestações Idade (anos) Escolaridade Ocupação Primigestas 12,5% Secundigestas 12,5% Sem informações 75% % 30 ou mais 12,5% Sem informações 62,5% Ensino fundamental 12,5% incompleto Sem informações 87,5% Sem informações 100% Renda Familiar Sem informações 100% Raça Uropatógeno Tratamento Medicamentoso FONTE: SILVA, Branca 12,5% Sem informações 87,5% Escherichia coli 75% Sem informações 25% Cefuroxima 12,5% Cefalexina 25% Cefalexina e 12,5% Nitrofurantoína Ampicilina e 12,5% Amoxicilina Ceftriaxone, Cefoxitina, Amoxicilina, 12,5% Cefradrina e Fosfomicina Sem informações 25% Além disso, também não foi informada as variáveis ocupação e renda familiar das gestantes com ITU neste período. Em relação à raça das gestantes observa-se que 12,5% eram brancas e 87,5% dos estudos não trouxe essa informação. O uropatógeno mais encontrado foi a Escherichia coli (75%) e 25% dos estudos não informaram essa variável. Já a medicação mais utilizada para o tratamento da ITU em gestantes foi 25% a Cefalexina; 12,5% a Cefuroxina; 12,5% a Ampicilina e Amoxicilina; 12,5% Ceftriaxone, Cefoxitina, Amoxicilina, Cefradrina e Fosfomicina; 12,5% a Cefalexina e a Nitrofuratoína e 25% dos estudos não trouxe essas informações. Já os estudos mais recentes publicados entre 2011 a 2015 verificaram-se que a ITU acometeu somente 25% das primigestas, 25% das multigestas e 50% dos artigos não trouxe essas informações. Com relação à faixa etária percebe-se 50% entre 20 a 29 anos, 12,5% em 30 anos ou mais e 37,5% não trouxeram essas informações. Em relação à escolaridade, foi observado que 12,5% das gestantes eram analfabetas, 25% tinha o ensino fundamental incompleto e 62,5% dos estudos não informaram essa variável. A ocupação mais observada foi o serviço doméstico (37,5%), seguida pela estudante (12,5%) e 50% dos estudos não informaram essa variável. Tabela 3 Distribuição das variáveis socioeconômicas, número de gestações, uropatógenos e tratamento medicamentoso conforme os artigos encontrados Variáveis Categorias % Número de Gestações Idade (anos) Primigestas 25% Secundigestas 25% Sem informações 50% % 30 ou mais 12,5% Sem informações 37,5% Escolaridade Analfabeta 12,5% 147

4 Ocupação Renda Familiar Raça Ensino fundamental 25% incompleto Sem informações 62,5% Serviço doméstico 37,5% Estudante 12,5% Sem informações 50% < 1 salário 25% 1-3 salários 12,5% Sem informações 62,5% Parda 25% Sem informações 75% Uropatógeno Escherichia coli 100% Tratamento Medicamentoso FONTE: SILVA, Cefuroxima 12,5% Cefalexina 37,5% Ampicilina 12,5% Fluorquinolonas 12,5% Sem informações 25% A renda familiar observada foi 25% < 01 salário mínimo, 12,5% de 01 a 03 salários mínimos e 62,5% dos estudos não foi informada essa variável. Em relação à raça das gestantes observa-se que 25% eram pardas e 75% dos estudos não trouxe essa informação. O uropatógeno mais encontrado foi a Escherichia coli (100%). Já a medicação mais utilizada para o tratamento da ITU em gestantes foi a Cefalexina (37,5%), seguida pela Cefuroxima (12,5%), Ampicilina (12,5%), Fluorquinolonas (12,5%) e 25% dos estudos não trouxe essas informações. Contudo, ao analisar os 17 artigos nota-se que a ITU acometeu 23,5% das primigestas, 17,7% as multigestas e 58,8% dos estudos não informaram essa variável. Em relação à faixa etária 41,1% entre 20 a 29 anos, 11,8% em 30 anos ou mais e 47,1% não trouxeram essas informações. Com relação à escolaridade, foi observado que 5,8% eram analfabetas, 17,7% tinha o ensino fundamental incompleto e 76,5% dos estudos não informaram essa variável. A ocupação mais observada foi o serviço doméstico (17,7%), seguida pela estudante (5,8%) e 76,5% dos estudos não informaram essa variável. A renda familiar observada foi 11,8% < 01 salário mínimo, 5,8% de 01 a 03 salários mínimos e 82,4% dos estudos não informaram. Em relação à raça das gestantes observa-se que 5,8% eram brancas, 11,8% pardas e 82,4% dos estudos não trouxe essa informação. O uropatógeno mais frequente foi a Escherichia coli (88,2%) e 11,8% não informaram essa variável. Já a medicação mais utilizada para o tratamento da ITU em gestantes foi a Cefalexina (29,6%); seguida pela Cefuroxima (17,7%); Cefalexina e Nitrofurantoína (5,8%); Ampicilina (5,8%); Ampicilina e Amoxicilina (5,8%); Ceftriaxone, Cefoxitina, Amoxicilina, Cefradrina e Fosfomicina (5,8%), Fluorquinolonas (5,8%) e 23,7% dos estudos não trouxe essas informações. Percebe-se que há uma variável nas ideias e resultados dos autores entre o período de 2000 a 2015, principalmente, ao tratamento medicamentoso que trouxe diferentes medicações para a terapêutica das pacientes. Percebe-se uma alta prevalência de sintomas urinários irritativos no terceiro trimestre de gestação que enfatiza que o conhecimento sobre essa alta prevalência de sintomas pode colaborar para uma argumentação favorável então se implementar uma medida favorável de intervenção preventiva na gestação (SCARPA et al., 2006). De acordo com estudo de Lenz (2006) a bacteriúria assintomática é caracterizada pela por uropatógenos com presença de col/ml, em uma amostra de urina colhida de paciente com sintoma urinário, no qual trata-se de um estado clinico bem comum entre as mulheres não necessitando de terapia antimicrobiana, exceto em casos específicos como mulheres gestantes, visto que os fatores de riscos levam à necessidade de ser devidamente tratada. Em estudos de Jacociunas; Picoli (2007) realizaram uma investigação de infecção urinaria assintomática em gestantes realizadas no primeiro trimestre gravidez, levando em conta os riscos de complicações que podem levar a um parto prematuro. Nesse estudo os autores relatam que 16% da população avaliada apresentou bacteriúria assintomática onde o agente isolado com maior frequência foi Escherichia coli, em que o este enfatizou a necessidade de submeter as gestantes a exames de triagem para bacteriúria assintomática através da urocultura visando descobrir as possíveis infecções e tratá-las precocemente. Além da bacteriúria assintomática a pielonefrite aguda também é mencionada com altas taxas de ocorrência em gestantes, onde em estudos de Sampaio; Cunha; Mangarinho (2008) relatam que a incidência de pielonefrite aguda em mulheres gestantes é quase o dobro em relação às mulheres não grávidas. Mostra ainda que a ocorrência é mais frequente no terceiro trimestre de gestação que tem como fator predisponente a bacteriúria assintomática e processos obstrutivos e neurológicos do trato urinário (ROSSI et al., 2011). Nesse sentido essa importância já vem sendo demonstrada, por exemplo, em estudos de Hackenhaar; Albernaz; Tomasi (2011) visto que as ITUS nas gestações oferecem risco considerável para parto prematuro, baixo peso ao nascer e restrição de crescimento intrauterino. Nesse sentido, estudos de Silveira Veronesi; Goulart (2013) evidenciam que as diversas mudanças que ocorrem no funcionamento do organismo da gestante além da variação morfofisiológica que acontece no trato urinário da gestante entre outros fatores tornam uma ITU uma considerável complicação do período gestacional. Visto que diversos fatores tornam a ITU um agravante para o prognóstico materno e perinatal (CHAMBÔ FILHO et al., 2013). No qual a infecção do trato urinário é favorecida por essas alterações fisiológicas e emocionais que ocorrem no período gestacional. A avaliação realizada no período gestacional é uma das principais condutas a 148

5 serem tomadas e torna-se determinante no diagnóstico principalmente quando ocorre a investigação clínica (MATA et al., 2014). O estudo de Nascimento; Oliveira; Araújo (2014) relatou que na análise de prontuários das pacientes gestantes, 29% apresentaram infecção do trato urinário assintomática, sendo que 22% foi confirmado após a realização de urocultura destes pacientes, onde este estudo de Araújo apresentou um percentual de positividade para infecção assintomática mais elevada. Apesar de resultados diferentes, ambos ressaltam a importância e a necessidade de realizar uma triagem de bacteriúria assintomática através da urocultura visando ter medidas de tratamento precoce ás possíveis infecções. O Estudo de Mata et al. (2014) diz que é através de exames de rotina do pré-natal que as infecções urinárias são descobertas para serem tratadas conforme a sua etiologia. Onde em seu estudo demonstra que após análise de dados de consulta constatou-se que 33,75% das gestantes realizaram de 1 a 5 consultas, sendo que o Ministério da Saúde recomenda que no mínimo seis consultas de pré-natal sejam realizadas. Os resultados de seu estudo demonstraram que este fato pode estar influenciando diretamente nos casos de complicações de gestantes. Contudo, o conhecimento a respeito das ITUs em gestantes obtidos após análise dos estudos publicados entre 2000 a 2015 demonstram que a incidência em gestantes tem sido cada vez maior. Onde é notável que esse assunto devem ser analisado com cuidado, e que o presente estudo mostra a necessidade desse conhecimento por parte dos profissionais da saúde que realizam o acompanhamento pré-natal, onde o mesmo deve utilizar esse conhecimento buscando orientar os pacientes, e enfatizar a necessidade da implementação de exames de urocultura principalmente no primeiro trimestre de gestação, visando identificar e tratar as infecções precocemente. Sendo que diversos estudos demonstraram que a ocorrência de infecções do trato urinário em gestantes pode levar à sérias complicações clinicas, principalmente em relação ás complicações que podem levar ao parto prematuro, colocando em risco a saúde materno-infantil. Estudos recentes demostraram que a infecção do trato urinário é uma patologia habitualmente encontrada em gestantes, que passam a ter mudanças fisiológicas durante a gestação. Retomando a verificação dos trabalhos publicados que a necessidade de uma atenção especial a estas gestantes é fundamental, implementado estratégias de educação pois as ITUs são consideradas importantes e devem ser questionadas dentro do contexto de saúde pública (SILVA; BERETTA, 2015). Considerando-se que esse estudo foi fortalecido pelas informações obtidas em diversos outros trabalhos, os quais revelam a alta incidência de ITUs no período gestacional, onde a bacteriúria assintomática e pielonefrite aguda são amplamente relatadas, demonstram que essas devem receber cuidados especiais tanto com relação ao cuidado da paciente no intuito de evitar complicações clinicas futuras, como também a importância de identificar de forma precoce para realização do tratamento, visto que por se tratar de farmacoterapia com antimicrobianos deve-se receber cuidados especiais considerando que o uso incorreto desses pode causar resistência. Tendo em vista, o papel importante do farmacêutico, têm a finalidade fundamental de promover e encontrar a qualidade de vida do paciente. Estabelecendo a atenção farmacêutica, a dispensação de um medicamento de boa qualidade, que seja entregue na dose prescrita, fornecendo as informações suficientes para o uso correto e que seja embalado de forma a preservar a qualidade do produto, tendo uma visão ampla da realidade da saúde. 4. CONSIDERAÇÕES FINAIS Conclui-se que a infecção urinária na gravidez, vem sendo a segunda patologia infecciosa de maior incidência no sexo feminino, devido às mudanças fisiológicas que ocorrem durante a vida da mulher. Percebe-se que no decorrer dos anos 2000 a 2015 houve uma transformação nas ideias e resultados dos autores, principalmente, ao tratamento medicamentoso que trouxe diferentes medicações para a terapêutica das pacientes, como por exemplo, em 2000 a 2005 a medicação mais utilizada para o tratamento das ITUS em gestantes era a Cefuroxima, em 2006 a 2015 foi a Cefalexina. Sendo importante o papel a ser desempenhado pelos profissionais de saúde envolvidos no acompanhamento pré-natal e também no tratamento. Onde esse trabalho demonstra que o profissional farmacêutico tem ação fundamental na otimização da antibióticoterapia assim, como a participação na equipe de acompanhamento, auxiliando na elaboração de estratégias, para que acarrete novas mudanças de educação em saúde referente, as patologias do trato urinário, contribuindo para uma melhor qualidade de vida. 5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABEC. 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