UNIVERSIDADE VEIGA DE ALMEIDA CURSO DE BACHARELADO EM DIREITO FLÁVIO MÁRCIO BERNARDES

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1 UNIVERSIDADE VEIGA DE ALMEIDA CURSO DE BACHARELADO EM DIREITO FLÁVIO MÁRCIO BERNARDES MONITORAMENTO DO CORREIO ELETRÔNICO NA JUSTIÇA DO TRABALHO RIO DE JANEIRO 2011

2 FLÁVIO MÁRCIO BERNARDES Matrícula: MONITORAMENTO DO CORREIO ELETRÔNICO NA JUSTIÇA DO TRABALHO Trabalho de conclusão de curso em bacharelado da Universidade Veiga de Almeida como requisito obrigatório para obtenção do grau de Bacharel. Área de concentração: Direito do Trabalho Orientador Professor FRANCISCO DE ASSIS OLIVEIRA, M.Sc RIO DE JANEIRO 2011

3 Banca Examinadora

4 Esta monografia é dedicada primeiramente a Deus por ter me dado forças e iluminando meu caminho para que pudesse concluir mais uma etapa da minha vida. Aos meus pais, Dr. Elvio Bernardes e Cleusa de Castro Bernardes, por todo amor e dedicação que sempre tiveram comigo, pessoas pelas quais tenho o maior orgulho. Meu eterno agradecimento pelos momentos que estiveram ao meu lado, me apoiando e me fazendo acreditar que nada é impossível, os quais sigo como exemplo. Dedico, ainda, à minha irmã Bruna Bernardes e meus familiares que nunca deixaram de me apoiar.

5 AGRADECIMENTOS Agradecimento especial às minhas avós Isolina Ross Bernardes e Thereza Iamônica de Castro, meus tios e primos, que sempre ficaram ao meu lado, não me deixando desistir e me mostrando que sou capaz de chegar onde desejo. Em especial à minha namorada Ana Paula Barbosa, profissional da área de Educação que me acompanhou e auxiliou ao longo desse curso, tendo um papel importante na minha formação. Aos amigos de longa data que me mostraram que amizade não tem fronteira. Aos professores da UVA, em especial ao professor Paulo Santos, a quem tenho um enorme carinho e admiração, aos professores, Artur Rocha, Rodrigo Torres, Eduardo Gouveia, Leonora Oliven e Marcela Sardas, que tanto me ensinaram. Aos amigos da CASA DO DIREITO da UNIVERSIDADE VEIGA DE ALMEIDA, que fazem com que nos sintamos bastante acolhidos e sempre estão dispostos a resolver nossos problemas acadêmicos. Aos amigos do Curso de Direito da Universidade Veiga de Almeida que ficarão guardados na memória pelas inúmeras histórias levadas em nossos corações e aos funcionários da UVA, que de alguma forma contribuíram para a realização desse trabalho. Finalmente, ao professor orientador desse trabalho. Mestre Francisco de Assis Oliveira. Pessoa da qual tenho uma grande consideração e orgulho de chamar de amigo.

6 Epígrafe O Brasil é uma república federativa cheia de árvores e gente dizendo adeus. Oswald De Andrade

7 7 RESUMO Este tem o objetivo de levantar a questão do monitoramento do correio eletrônico nas relações trabalhistas, ou seja, até que ponto o empregador tem o direito de violar a vida privada e o sigilo da correspondência do empregado. É notável nos dias de hoje que a rede de computadores é essencial em toda e qualquer empresa, tendo o empregador, por sua vez o dever de zelar pela sua produtividade e em muitas vezes detém o poder de monitoramento dos s de seus empregados. Surge então uma colisão de direitos, pois se por um lado o empregador detém o poder diretivo de controle e vigilância de seus funcionários, esses como cidadãos têm o direito constitucional à privacidade. PALAVRAS-CHAVES: MONITORAMENTO. CORREIO ELETRÔNICO. RELAÇÕES DE TRABALHO. PRIVACIDADE. CONSTITUCIONALIDADE.

8 8 ABSTRACT This one has the objective to raise the matter of the electronic mail monitoring in the labor relations, in other words, up to the point to which the employer has the right of violating the private life and the secrecy of the employees' mail. It is notable that nowadays, the computer net is essential in completely all and any enterprise, having the employer, for his ways, the duty of looking after his productivity and, in many occasions,detaining the power of monitoring his employees' eletronic mails. A collision of rights appears then, once if on one hand, the employer detains the directive power of control and vigilance of his officials, those as citizens have the constitutional right to privacy. KEYWORDS: MONITORING. ELETRONIC MAIL. LABOUR RELATIONS. PRIVACY.CONSTITUTIONALISM.

9 9 Sumário Lista de Siglas CONSIDERAÇÕES INICIAIS DO DIREITO À INTIMIDADE DO EMPREGADO Direito à intimidade Vida pessoal Direito ao sigilo de correspondência Direito ao segredo profissional DO PODER DE COMANDO DO EMPREGADOR Regulamento da Empresa TIPOS DE S Monitoramento pessoal corporativo PROTEÇÃO E CONSTITUCIONALIDADE DA CORRESPONDÊNCIA Tratados e Convenções Internacionais Constituições Européias Na América do Norte Na América Latina CONCLUSÕES FINAIS REFERÊNCIAS... 44

10 10 Lista de Siglas UVA Universidade Veiga de Almeida CF Constituição Federal Art. Artigo CLT Consolidação das Leis Trabalhistas CP Código Penal OAB Ordem dos Advogados do Brasil Inc Inciso TST Tribunal Superior do Trabalho AIRR Agravo de Intrumento e Recurso de Revista CC Código Civil CPC Código de Processo Civil DF Distrito Federal RO Recurso Ordinário RTE Reclamante RDO - Reclamado CCT Convenção Coletiva de Trabalho STF Superior Tribunal Federal TRT Tribunal Regional do Trabalho OEA Organização dos Estados Americanos ONU Organização das Nações Unidas

11 11 CONSIDERAÇÕES INICIAIS O Direito do Trabalho surgiu para pacificar a questão social no que tange à relação jurídica do empregado e empregador. Com o avanço da tecnologia, o trabalho nas empresas foi levado a uma Era Virtual, na qual os computadores passaram a ser peça fundamental à realização do trabalho e da produtividade da empresa, levando o trabalho a ser desempenhado muitas vezes à distância e de forma puramente virtual. Devido a esse fator, a internet passou a ser de suma importância nessa comunicação, tendo, em maioria, cada empregado com um computador para acessar a internet e se comunicando pelo correio eletrônico, os chamados e- mails. É notável nos dias de hoje que em cada setor de uma empresa existem computadores ligados à internet com seus funcionários usando durante quase toda jornada laboral, checando, inclusive seus s. O empregador, por sua vez, tem o dever de zelar pela produtividade da empresa e em muitas vezes detém o poder de monitoramento de seu empregado e de sua atividade laboral. Surge então uma colisão de direitos, pois se por um lado o empregador detém o poder diretivo de controle e vigilância de seus funcionários, esses como cidadãos têm o direito constitucional à privacidade. Esta Monografia tem o objetivo de levantar a questão do monitoramento do correio eletrônico nas relações trabalhistas, ou seja, até que ponto o empregador tem o direito de violar a vida privada e o sigilo da correspondência do empregado.

12 12 1. DO DIREITO À INTIMIDADE DO EMPREGADO O direito à intimidade está no rol dos direitos da personalidade e esses direitos são indisponíveis. A CF/88 garante o exercício deles, seja na sua proteção perante o Estado, como também no relacionamento entre particulares. O direito à liberdade, à intimidade, à honra, ao nome e a imagem são considerados direitos da personalidade, que estão dispostos no Art. 5º, X e XII da CF/88. 1 Segundo Carlos Alberto Bittar, o direito à intimidade é o que se destina a resguardar a privacidade em seus múltiplos aspectos: pessoais, familiares e negociais, justificando as considerações feitas nos parágrafos descritos anteriormente e comprovando a irrenunciabilidade do direito à intimidade Direito à intimidade Intimidade é aquilo que a pessoa sente, pensa, deseja questões relacionadas com sua personalidade, questões subjetivas. Sua forma de vida, seus relacionamentos, tem a ver com sua privacidade, que podem ser definidas como questões objetivas. O indivíduo tem o direito da não dar publicidade às suas questões íntimas, como preferências sexuais, religiosas, políticas, idéias, desejos, e outras, dados em relação aos quais não se admitem discriminação, eis que são informações contidas em sua intimidade ou vida íntima. 1 Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: X São invioláveis a intimidade, a honra e a imagem das pessoas, assegurando o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação; XII é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual penal. 2 Carlos Alberto Bittar, Os Direitos da Personalidade, p110.

13 13 Portanto, as questões subjetivas e objetivas, são inconfundíveis. O empregador, assim, ao se intrometer nestas questões, estará desrespeitando a privacidade do trabalhador, podendo causar dano moral passível de reparação. Para José Afonso da Silva, a vida exterior é a vida pública, que envolve a pessoa nas relações sociais e nas atividades públicas. Ela difere da vida interior, referente à pessoa, aos componentes de sua família e amigos. A Constituição Federal ao regrar o tema o fez como conjunto do modo de ser e viver, como direito de o indivíduo viver a própria vida. 3 Não haverá intromissão na vida pessoal e íntima do funcionário, quanto a informações, regularmente obtidas, visando à verificação da possibilidade de uma transferência provisória ou mesmo uma promoção para o exercício de determinado cargo, que exijam muitas vezes o distanciamento por tempo prolongado, de difícil compatibilização com a vida familiar normal. Mas a proibição de casamento ou relacionamento íntimo com pessoa que trabalhe na mesma empresa é ato que agride a vida privada do empregado, ensejando o direito à reparação moral. 4 Finalmente, invadir a privacidade do empregado, para detectar se consume bebida alcoólica, o tipo de amizade que possui, se é homossexual ou o tipo de pessoa que se relaciona e se joga, também constituem ofensas morais, ensejando reparação moral e rescisão indireta do contrato de trabalho, na forma do art. 483, letras b e e da CLT. 5 3 José Afonso da Silva, Direito Constitucional Positivo, 7ª ed,, São Paulo: RT, 1991 P Limongi França, R. Instituições de Direito Civil. 3ª. Ed, São Paulo: Saraiva, 1994 p CLT, art. 483: o empregado poderá considerar rescindido o contrato e pleitear a devida indenização quando: b) for tratado pelo empregador ou por seus superiores com rigor excessivo; e) praticar o empregador ou seus prepostos, contra ele ou pessoas de sua família, ato lesivo da honra e boa fama;

14 Vida pessoal Como visto acima, o empregador não tem o direito de interferir na vida pessoal de seus empregados. Nem por isso o empregado que participa de um filme pornográfico, declarar publicamente seu envolvimento com drogas ou demonstrar conduta pública absolutamente desregrada, são condições que poderão interferir na continuidade do contrato de trabalho Direito ao sigilo de correspondência Os meios de comunicação ocorrem de diversas formas, telegrama, telefônica, telegráfica, internet, rádio, cartas postais, recados, etc, todas denominadas de correspondência. Esses meios, se violados, não importa se para conhecimento próprio ou pra divulgação, fere o sigilo de correspondências, passível de punição penal Assim, ninguém poderá, sem prévia autorização, ter conhecimento e muito menos divulgar, o conteúdo alheio da correspondência física, seja ela de que natureza for. Nem a eletrônica ( ) quer pela internet, intranet ou por ondas de rádio. Entendemos que simples fato de se observar aspectos da vida intima e pessoal do empregado, mesmo que não se dê conhecimento a terceiros, já constitui DEVASSA, como previsto no art.151 do CP. 7 Para Luiz Régis Prado, o delito se consuma quando o sujeito ativo tem conhecimento, ainda que parcial do conteúdo da correspondência. 8 Portanto, podemos afirmar que INTERCEPTAR informações ou ACESSAR mensagens trocadas por terceiros, sem conhecimento do empregado, já estaria tipificada a figura penal acima descrita. 6 Alexandre Agra Belmonte, O Monitoramento da Correspondência Eletrônica nas Relações de Trabalho, p CP, art. 151: Devassar indevidamente o conteúdo de correspondência fechada, dirigida a outrem: Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa. 8 Luiz Régis Prado. Curso de Direito Penal. Passim.

15 15 Há exceções, como o par. Único do art. 27 do Código de Ética e Disciplina da OAB, onde o advogado pode, em defesa própria, ter que revelar segredo, porém sempre restrito ao interesse da causa, e também nas relações com o cliente, em caso de grave ameaça ao direito à vida, e à honra. 9 Outra exceção é o caso das comunicações telefônicas, que em último caso, podem ser violadas, mediante ordem judicial para fins de investigação criminal ou instrução processual penal Direito ao segredo profissional Certas pessoas, em razão de sua atividade ou profissão, têm o dever de não revelar segredo contido numa relação profissional, salvo nos caos citados no item anterior. O segredo alheio, licitamente obtido em decorrência do exercício da profissão, pertence àquele que fez ao profissional a revelação, constituindo-se ela, atentado ao dever de guardar sigilo. Especificamente, ao Direito do Trabalho, a questão do segredo profissional é de fundamental importância, eis que, além de outras sanções, pode importar em rompimento, por justa causa, do contrato de trabalho, na forma do art. 482, g, da CLT. 11 Ratificando as considerações mencionadas acima, torna-se inviolável a proteção da privacidade do indivíduo no que diz respeito à sua vida privada e ao 9 Código de Ética e Disciplina da OAB, art. 27, p. único, presumem-se confidenciais as comunicações epistolares entre advogado e cliente, as quais não podem ser reveladas a terceiros. 10 Alexandre de Moraes, Direito Constitucional, p Art. 482: Constituem justa causa para rescisão do contrato de trabalho pelo empregador: g) violação de segredo de empresa.

16 16 seu espaço íntimo, sendo esse intransponível por quaisquer intromissões de ordem externa Alexandre de Moraes, op. Cit., p47.

17 CLT. 13 A nova tecnologia constitui ferramenta de trabalho importante nos DO PODER DE COMANDO DO EMPREGADOR Diante das comprovações já citadas, parece-nos que as questões em relação à privacidade do indivíduo no uso de suas relações pessoais são inalienáveis, tendo como garantia a própria CF/88, porém questionaremos até onde vai o poder diretivo do Empregador em violar a correspondência eletrônica de seu empregado. Não entraremos nas definições de Empregado, Empregador, nem das condições do contrato de trabalho, a não ser aquelas previstas no art. 444 da desenvolvimentos e rapidez nos negócios, fazendo com que empregados e empregadores se tornem mais competitivos no mercado. Lembremos, sempre, que se trata de tema contemporâneo, do qual não se vislumbram definições e conceitos inquestionáveis. As normas legais de nosso país prevêem, tão somente, indenização por danos materiais e morais, no caso de violação da intimidade do cidadão, eis que inexiste legislação específica que regule a situação. Alguma decisão nesse sentido tem divergido sobre a legalidade do monitoramento e condições para eventual dispensa de empregado por justa causa. Isto porque, há entendimentos de que o correio eletrônico é privativo do empregado, mesmo sendo disponibilizado pela empresa; outros, que pode ser equiparado à correspondência tradicional e, ainda, há quem entenda serem os equipamentos propriedade da empresa e que o correio eletrônico é uma ferramenta de trabalho. 13 CLT, art.444: As relações contratuais de trabalho podem ser objeto de livre estipulação das partes interessadas em tudo quanto não contravenha às disposições de proteção ao trabalho, aos contratos coletivos que lhes sejam aplicáveis e às decisões das autoridades competentes.

18 18 Tais questões, portanto, necessitam de regulamentação, uma vez que não há um consenso sobre como agir frente ao conflito, sendo atualmente resolvido caso a caso, mas como exposto neste capítulo, tudo pode ser amenizado com pactuação nos moldes do art. 444, da CLT, supracitado. Sobre os pontos citados (internet e intimidade), entendemos que somente os mal intencionados tem interesse em bisbilhotar a vida alheira. Na verdade, o que deve ser preservado é não deixar que questões da vida pessoal e íntima do empregado cheguem ao conhecimento de terceiros, pois a CF prevê que "são invioláveis a intimidade e a vida privada" Regulamento da Empresa O art. 9º. da CLT, estabelece que serão nulos de pleno direito os atos praticados com o objetivo de desvirtuar, impedir ou fraudar a aplicação dos preceitos contidos na Consolidação. Com isso, é possível o empregador, com ou sem a participação dos empregados, estabelecer normas/regras de conduta, técnicas e disciplinar no âmbito da empresa, de forma a organizar o trabalho e a produção. Normalmente, essas normas/regras, são firmadas pelo empregado, no momento de sua admissão, fazendo parte integrante de seu contrato de trabalho. O art. 443, da CLT, estabelece que, tanto o contrato de trabalho quando essas normas/regras da empresa podem ser firmados tácita ou expressamente, verbais ou por escrito e por prazo determinado ou indeterminado. O mais comum é que esse regulamento seja imposto unilateralmente pelo empregador no ato admissional, mas nada impede a participação do trabalhador. Tal regulamento decorre do poder diretivo da empresa, a fim de, como dito acima, não só organizar a produção e o trabalho, como também estabelecer regras disciplinares dentro de suas dependências.

19 19 Este regulamento não depende de homologação pelo Ministério do Trabalho, eis que, têm como fundamento o próprio art. 443, da CLT, devendo ser ressaltado os limites impostos pelo art. 9º, também da CLT. Muito importante distinguir regulamento de empresa e contrato de trabalho. O primeiro tem como origem a vontade unilateral do empregador, enquanto que no segundo há ajustes de vontade, ainda que tácitos. 14 Importante ressaltar, também, que há regras de condutas econômicos e sociais previstas nas Convenções Coletivas de Trabalho. O art. 611, da CLT assim define as CCT: é o acordo de caráter normativo, pelo qual dois ou mais sindicatos representativos de categorias econômicas e profissionais, estipulam condições de trabalho aplicáveis, no âmbito das respectivas representações, às relações de trabalho. Tais condições são sempre pactuadas com prazo de duração definidos, conforme art. 613, inciso II, da CLT Sérgio Pinto Martins, Direito do Trabalho, p CLT. Art. 613: As Convenções e os Acordos deverão conter obrigatoriamente: II prazo de vigência.

20 20 3. TIPOS DE S Para uma melhor compreensão deste estudo, analisaremos três tipos de e- mails, conforme abaixo: pessoal: definimos como sendo aquele em que se usa para tratar de assuntos referentes à sua intimidade, no envolvimento com familiares e afins. profissional: definimos como aquele destinado a tratar de assuntos referentes à sua atividade ou a empresa que você trabalha. corporativo: este entendemos ser de propriedade da empresa. É aquele fornecido pela empresa aos funcionários como ferramenta de trabalho e, portanto, pertencente à corporação. Entendemos, assim, que pode haver total controle, sendo inclusive responsabilizada pelo conteúdo transmitido, em caso de envio de materiais ilegais, por exemplo. Assim, não há invasão de privacidade ou violação de correspondência no monitoramento dos s cedidos pela empresa, já que eles não devem ser utilizados para fins particulares. Apesar disso, há um consenso geral de que o uso pessoal moderado e que respeite "a moral e os bons costumes" é permitido. O corporativo se trata de correio eletrônico fornecido pelo empregador ao empregado, juntamente com os equipamentos de informática, para serem utilizados exclusivamente na prestação dos serviços Monitoramento Em nosso entender, os dois primeiros acima citados não são passíveis de monitoramento pelo empregador, a não ser que, através deles, algo seja salvo dentro do HD da empresa pessoal É o que o empregado paga a algum provedor. Não é fornecido pelo empregador. Dele se utiliza o empregado para tratar de assuntos íntimos e pessoais, não relativos ao trabalho e, por isso, de sua exclusiva propriedade.

21 21 Nele entendemos ser impossível e ilegal o empregador fazer verificação e/ou fiscalização de conteúdo, de enviados ou recebidos durante a jornada de trabalho de seu empregado, muito menos dos endereços de envio e de recebimentos. A única exceção é aquela em que algo for salvo nos computadores da empresa ou se ficar gravado no histórico de site visitado. Se fosse possível, estaria violando os direitos fundamentais à privacidade e à intimidade de seu empregado, possibilitando, inclusive, rescisão indireta do contrato de trabalho e indenização por dano moral e/ou material. Em razão disso, o empregador poderá estabelecer, através do exercício do seu poder regulamentar, e dentro dos limites do art. 444, da CLT, limites quanto ao uso do computador da empresa, restringir, ou até proibir, a utilização do e- mail pessoal quando em horário de trabalho. Caso o empregado utilize o computador para acessar o seu pessoal e desrespeite as normas do empregador, poderá sofrer sanções disciplinares, desde a advertência, suspensão contratual (não superior a 30 dias - art. 474, CLT), até a dispensa por justa causa (art. 482, CLT), quando houver violação das obrigações de diligência, obediência e fidelidade por parte do empregado. O é, em nosso entender, estritamente pessoal, inviolável e intransponível, sendo possível sua interceptação mediante prévia autorização do empregado ou judicialmente, nas hipóteses de prova em processos de natureza penal, civil e trabalhista. Qualquer outra situação caracterizara invasão de intimidade e quebra de sigilo de correspondência ou violação da intimidade. A Constituição Federal em seu art. 5, inc. XII, garante a inviolabilidade do sigilo de correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, como forma de preservar a intimidade e a privacidade, salvo, em ultimo caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma

22 22 em que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual penal. Veja-se: Art. 5º XII CF/88: É inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual penal. A autorização judicial para a quebra do sigilo de correspondência eletrônica justifica-se pela conversa que o empregador involuntariamente ouve, na qual o empregado admite que está utilizando o particular em serviço, para fazer negócios particulares. Da mesma forma, o recebimento e/ou o envio de grande quantidade de mensagens, capturado via controle formal, para endereço postal eletrônico de um concorrente do empregador ou pessoa sabidamente não ligada ao serviço prestado pelo empregador. Como se vê, o pessoal está abrangido pela proteção da privacidade e da intimidade, não possuindo os mesmos efeitos jurídicos do corporativo, cuja verificação é colocada à disposição do empregado para a execução das suas tarefas. Em nenhum momento, o empregador poderá monitorar o conteúdo das mensagens enviadas ou recebidas por intermédio do pessoal do empregado. Poderá monitorar, isto sim, o envio e recebimento em desconforme com as normas estabelecidas em regulamento. O Tribunal Superior do Trabalho, em Acórdão publicado no DOU de , nos autos do Agravo de Instrumento em Recurso de Revista nº TST- AIRR-3.058/ , em que é Agravante Brasil Telecon S.A. e são Agravados Gelre Trabalho Temporátio S.A., Teletrim Telecomunicações S.A.,

23 23 Tecdata Serviços Ltda., Teleperformance CRM S.A., SPCC - São Paulo Contact Center Ltda, CBCC Participações S.A e Ronaldo Ericsen Muller (anexo), assim entendeu sobre o tema: JUSTA CAUSA - VEDAÇÃO DO USO DE S PESSOAIS Alega a Embargante que deve ser fixado o depoimento do Reclamante no que tange a justa causa, bem como da testemunha JOSÉ MARCONDES DOS SANTOS, referente a vedação do uso de s pessoais ou acessos pessoais a internet, pugnando pela indicação se a reversão da justa causa não importa violação aos arts. 333, I, 348 e 350, do CPC, e arts. 482, k, e 818, da CLT. Não lhe assiste razão. De acordo com o exposto em tópico precedente, não há que se falar em transcrição de depoimentos pessoais ou testemunhais no corpo do v. Acórdão, para fins de prequestionamento da matéria, pois a Súmula 126 do C. TST expressamente indica ser incabível Recurso de Revista ou de Embargos para reexame de fatos e provas, sendo que eventual análise de qualquer meio de prova produzido, se eventualmente necessária, pode ser facilmente obtida com o singelo manuseio dos autos. Em se tratando da reversão da justa causa, o v. Acórdão foi categórico em indicar que a suposta ofensa perpetrada pelo empregado teria ocorrido através da utilização de particular (conta no Yahoo, fls. 723/724), não passível de acesso por parte do empregador (art. 5º, LVI, CF), inexistindo qualquer elemento nos autos que demonstre a prévia ciência do Reclamante quanto à suposta proibição de utilização de correio eletrônico para tratar de assuntos pessoais.

24 24 Importante transcrever trecho do v. Acórdão onde se rejeita expressamente a tese de que havia proibição de utilização de particular ou acesso a internet durante o horário de trabalho, nos seguintes termos: Ao contrário do que sustenta a Recorrente, o depoimento pessoal do Reclamante foi claro no sentido de que havia permissão para utilização de mensagens eletrônicas particulares durante o horário de expediente, tanto que declarou em juízo que "os empregados poderiam mandar mensagens ou acessálas no trabalho, desde que não atrapalhasse o atendimento", tendo plena consciência de que "alguns sites não poderiam ser acessados" (fl. 793). Demonstrando que o envio de entre os empregados da Recorrente era comum no ambiente de trabalho, o Reclamante afirmou em seu depoimento que "os empregados fizeram um HD no Yahoo para conversas do próprio pessoal, as vezes para denunciar coisas lá dentro, às vezes para fazer convites, como jogar bola e comer pizza" e que "isso acontecia no horário de expediente no local de trabalho ou fora, pois poderiam acessar de qualquer lugar" (fl.7 93), não havendo qualquer motivo para que apenas o Recorrido fosse dispensado pelo acesso a sua conta particular de mensagens eletrônicas. Ainda que o preposto das 1ª e 4ª Reclamadas tenha dito em seu depoimento que "pelas normas da empresa é vedado o uso de s pessoais ou acessos pessoais à internet" (fl. 794), não lograram as Reclamadas carrear aos autos os documentos necessários para a prova de suas alegações, em que se verificasse a prévia ciência do Reclamante no sentido de ser proibido qualquer utilização dos computadores da empresa para o acesso a internet ou o envio de s nos momentos em que o serviço permitisse, ônus que incumbia à Recorrente (art. 818, CLT), uma vez que a relação de emprego é protegida contra despedida arbitrária ou sem justa causa (art. 7º, I, CF)." Ante o exposto, DOU PARCIAL PROVIMENTO aos pedidos formulados pela Embargante, apenas para prestar os devidos esclarecimentos, visando sanar

25 25 eventual omissão no julgado e o prequestionamento da matéria, sem prejuízo da aplicação do item 111 da Súmula 297 do C. TST." corporativo Este, como visto, pode ser objeto de vigilância pelo empregador, dentro dos limites legais, conforme exposição abaixo: Produtividade e competitividade são conceitos fundamentais no mundo moderno, em especial, nas grandes empresas. Ferramentas como internet, correio eletrônico, videocâmaras, telefonia fixa e móvel, webcams, fax, dentre outros, fez crescer a necessidade fiscalizar e controlar seus negócios, o que, de certa forma, repercutiu na vida privada do trabalhador, sendo que, em alguns casos, poderia até causar-lhe danos psicológicos, além de transtornos fisiológicos, em face do monitoramento e vigilância durante sua jornada de trabalho. É preciso estabelecer possibilidades, bem como os limites do poder fiscalizatório exercido pelo empregador no que diz respeito a fiscalização e monitoramento do no ambiente de trabalho, evitando-se a ofensa a dignidade da pessoa humana do trabalhador. Convenhamos que o ambiente de trabalho, nos dias atuais, é diferente daqueles dos tempos de geração de nossas normas trabalhistas. Nos dias atuais, buscam-se produtividade e competitividade. A famosa Globalização busca eficiência econômica e para isso se apenas as novas técnicas e ferramentas de trabalho, impondo, como conseqüência, mais participação do empregador na fiscalização de tudo que passa dentro do ambiente das empresas. Em razão disso, o monitoramento de pelo empregador acarretou o conflito que envolve o confronto entre os direitos fundamentais à intimidade e à 16 TST, Súmula 297: Prequestionamento. Oportunidade. Configuração; III - Considera-se prequestionada a questão jurídica invocada no recurso principal sobre a qual se omite o Tribunal de pronunciar tese, não obstante opostos embargos de declaração.

26 26 privacidade do empregado e os direitos à propriedade privada e à livre iniciativa assegurada ao empregador. Assim, havendo controvérsia entre os direitos fundamentais à intimidade e à privacidade do empregado com os direitos de propriedade e de livre iniciativa do empregador, deve o intérprete e aplicador do Direito do Trabalho invocar o princípio da ponderação como critério solucionador entre os direitos em choque. O juízo de ponderação visa a estabelecer a solução de tal conflito, fundamentando-se em três princípios, quais sejam: o da unidade da Constituição, que consiste na interpretação sistemática das normas e dos princípios; o da concordância prática, obtida por meio da harmonização que permita o melhor equilíbrio possível entre os princípios colidentes na busca da máxima concretização dos direitos envolvidos; e o da proporcionalidade, que objetiva, por meio de balanceamento e do estabelecimento de limites, a prevalência de um direito sobre o outro, quando absolutamente necessário para a resolução do conflito. Segundo Alexandre Agra Belmonte, Utilizados os critérios de resolução de colisão de direitos, conclui-se que o direito à propriedade do empregador, do qual resulta o poder diretivo e o direito à intimidade do empregado têm por limite a dignidade do empregado. Mas ambos precisam, diante das características próprias e especiais das relações de trabalho, ser exercidos conforme as necessidades do serviço, o que justifica a harmonização ou a prevalência diante da máxima operacionalidade conforme as circunstâncias. 17 Na verdade, ao ser admitido, o empregado abre mão de parte de sua intimidade, em face da vigilância e monitoramento que sofrerá de seu empregador, em face de utilização das ferramentas de trabalho que lhe serão ofertadas. Isso pode ocorrer de três formas básicas: 17 Alexandre Agra Belmonte, O Monitoramento da Correspondência Eletrônica nas Relações de Trabalho., p73.

27 27 a) através do acesso às informações pessoais armazenadas no computador; b) por intermédio do acesso ao conteúdo e registros dos s enviados e recebidos e web pages visitadas; c) e o acesso ao registro de uso, possibilitando saber como o empregado utiliza o computador, medindo-se tanto a quantidade quanto a qualidade do trabalho realizado. Sabemos que as diversas formas de comunicação, como internet, correio eletrônico, videocâmaras, telefonia fixa e móvel, webcams, fax, dentre outros, representam instrumentos de transmissão de informações, auxiliando a rapidez e produtividade na atividade laborativa do empregado, visando o cumprimento de metas estabelecidas pelo seu empregador O risco do negócio é do empregador, o qual responde pelos danos causados pelos seus prepostos perante terceiros, tendo, assim, possibilidade de presevar os assuntos confidencias relativos ao seu objetivo comercial. Porém, como já mencionado acima, os meios utilizados não podem acarretar a intromissão na esfera íntima da vida privada de seus empregados. Toda conduta empresarial constrangedora ou desagradável, capaz de acarretar uma situação vexatória ao empregado, em virtude do controle indevido do uso do seu , caracterizará transgressão à sua privacidade e à sua intimidade. O corporativo é o fornecido pela empresa aos empregados como ferramenta de trabalho para desempenhar o seu labor. O empregado, no momento da sua contratação, tem que ter ciência e estar de acordo com as normas, inclusive aquelas relacionadas com a possibilidade de fiscalização de seu empregador. Assim, entendemos que, nessa modalidade de , existe a possibilidade de o empregador acessar o conteúdo material do mesmo por meio

28 CLT). 18 Diante disso, o corporativo deve ser utilizado exclusivamente para 28 de rastreamento, desde que essa possibilidade tenha sido pactuada no momento da contratação e desde que seja procedida de forma não abusiva. Vale pena repetir, que a relação de emprego deve pautar-se pela boa fé, pela lealdade e pela transparência. O empregado deve estar ciente, desde o momento de sua contratação, que através do corporativo, o empregador poderá controlar os sites por ele visitados, bem como ter acesso às mensagens eletrônicas enviadas e recebidas pelo mesmo, já que de propriedade da empresa. Tal procedimento se faz necessário para proteger o patrimônio do empregador, no sentido de evitar possível divulgação de informações sigilosas, disseminação de vírus de computador, distribuição de fotos pornográficas, assim como o mau uso dos equipamentos colocados à disposição do empregado. O empregado possui o dever de obedecer às formas de exteriorização do poder empregatício (poder diretivo, regulamentar, fiscalizatório e disciplinar), conferidas ao empregador, como consequência do art. 2 da CLT, tendo em vista que, violando o dever que lhe compete no contrato de trabalho, estará sujeito às punições disciplinares pertendentes ao empregador - advertência, suspensão contratual não superior a 30 dias (art. 474, CLT) e justa causa (art. 482, o desempenho da função exercida pelo empregado. Outro ponto importante para ser abordado, e que justifica o monitoriamento e fiscalização, é aquele em que o funcionário utiliza-se o comporativo para acesso a sites pornográficos, envio de mensagens ofensivas, humorísticas ou pornografias que podem acarretar um desconforto no ambiente do trabalho e produzir queda da produtividade, pois, com tais práticas, há relativa desconcentração e desvirtuamento das atividades, com real perda de tempo com assuntos alheios ao trabalho, além da improdutividade. 18 Vólia Bomfim Cassar, Direito do Trabalho, p.1011.

29 29 Pode-se verificar, através do julgado abaixo transcrito, a situação de verificação de corporativo destinado aos empregados pelo empregador. Veja-se: PROVA ILÍCITA. CORPORATIVO. JUSTA CAUSA. DIVULGAÇÃO DE MATERIAL PORNOGRÁFICO. 1. Os sacrossantos direitos do cidadão à privacidade e ao sigilo de correspondência, constitucionalmente assegurados, concernem à comunicação estritamente pessoal, ainda que virtual ( particular). Assim, apenas o pessoal ou particular do empregado, socorrendo-se de provedor próprio, desfruta da proteção constitucional e legal de inviolabilidade. 2. Solução diversa impõe-se em se tratando do chamado corporativo, instrumento de comunicação virtual mediante o qual o empregado louva-se de terminal de computador e de provedor da empresa, bem assim do próprio endereço eletrônico que lhe é disponibilizado igualmente pela empresa. Destinase este a que nele trafeguem mensagens de cunho estritamente profissional. Em princípio, é de uso corporativo, salvo consentimento do empregador. Ostenta, pois, natureza jurídica equivalente à de uma ferramenta de trabalho proporcionada pelo empregador ao empregado para a consecução do serviço. 3. A estreita e cada vez mais intensa vinculação que passou a existir, de uns tempos a esta parte, entre internet e/ou correspondência eletrônica e justa causa e/ou crime exige muita parcimônia dos órgãos jurisdicionais na qualificação da ilicitude da prova referente ao desvio de finalidade na utilização dessa tecnologia, tomando-se em conta, inclusive, o princípio da proporcionalidade e, pois, os diversos valores jurídicos tutelados pela lei e pela Constituição Federal. A experiência subministrada ao magistrado pela observação do que ordinariamente acontece revela que, notadamente o corporativo não raro sofre acentuado desvio de finalidade, mediante a utilização abusiva ou ilegal, de que é exemplo o envio de fotos pornográficas. Constitui, assim, em última

30 30 análise, expediente pelo qual o empregado pode provocar expressivo prejuízo ao empregador. 4. Se se cuida de corporativo, declaradamente destinado somente para assuntos e matérias afetas ao serviço, o que está em jogo, antes de tudo, é o exercício do direito de propriedade do empregador sobre o computador capaz de acessar à internet e sobre o próprio provedor. Insta ter presente também a responsabilidade do empregador, perante terceiros, pelos atos de seus empregados em serviço (Código Civil, art. 932, III), bem como que está em xeque o direito à imagem do empregador, igualmente merecedor de tutela constitucional. Sobretudo, imperativo considerar que o empregado, ao receber uma caixa de de seu empregador para uso corporativo, mediante ciência prévia de que nele somente podem transitar mensagens profissionais, não tem razoável expectativa de privacidade quanto a esta, como se vem entendendo no Direito Comparado (EUA e Reino Unido). 5. Pode o empregador monitorar e rastrear a atividade do empregado no ambiente de trabalho, em corporativo, isto é, checar suas mensagens, tanto do ponto de vista formal quanto sob o ângulo material ou de conteúdo. Não é lícita a prova assim obtida, visando a demonstrar justa causa para a despedida decorrente do envio de material pornográfico a colega de trabalho. Inexistência de afronta ao art. 5, X, XII e LVI, da Constituição Federal. 6. Agravo de Instrumento do Reclamante a que se nega provimento. (TST 10 R., RR 613/007, 1 T., Rel. Min João Oreste Dalazen, DJU , p. 901). Embora não tenhamos dúvidas de que o correio postal e eletrônico tenham a mesma natureza, isto é, a de correspondência, há divergências na doutrina e na jurisprudência, com posicionamentos antagônicos, sobre os quais achamos interessante fazer algumas considerações. O ilustre magistrado Dr. Douglas Alencar Rodrigues, integrante da 3ª. Turma do TRT/DF, ao proferir seu voto em decisão sobre justa causa e utilização de pelo empregado, entendeu que

31 31 não há como reconhecer a existência de direito a privacidade na utilização de equipamentos concebidos para a execução de funções geradas por contrato de trabalho e, ainda, Considerando os objetivos que justificam a concessão de e- mail pelo Reclamado, não há como equipará-lo as correspondências postais e telefônicas, alcançadas pela tutela constitucional inscrita no artigo 5º, inciso XII, da CF. Ao justificar seu voto, assim se posicionou: EMENTA: RESOLUÇÃO CONTRATUAL. SISTEMA DE COMUNICAÇÃO ELETRÔNICA. UTILIZAÇÃO INDEVIDA. ENVIO DE FOTOS PRONOGRÁFICAS. SIGILO DE CORRESPONDÊNCIA. QUEBRA. INOCORRÊNCIA. Se o é concedido pelo empregador para o exercício das atividades laborais, não há como equipará-lo às correspondências postais e telefônicas, objetos da tutela constitucional inscrita no artigo 5º, inciso XII, da CF. Tratando-se de ferramenta de trabalho, e não de benefício contratual indireto, o acesso ao correio eletrônico não se qualifica como espaço eminentemente privado, insuscetível de controle por parte do empregador, titular do poder diretivo e proprietário dos equipamentos e sistemas operados. Por isso o rastreamento do sistema de provisão de acesso à internet, como forma de identificar o responsável pelo envio de fotos pornográficas a partir dos equipamentos da empresa, não denota quebra de sigilo de correspondência (art. 5º, inciso XII, da CF), igualmente não desqualificando a prova assim obtida (art. 5º, inciso LVI, da CF), nulificando a justa causa aplicada (CLT, art. 482). (TRT-DF-RO 0504/2002)- Acórdão 3º Turma). Portanto, se o empregado se utilizar do corporativo do empregador para remeter mensagens pornográficas ou mensagens com vírus a pessoas estranhas ao contrato de trabalho e acarretar prejuízos, o seu empregador poderá

32 32 ser responsabilizado pelo ressarcimento decorrente de eventuais danos materiais ou morais. Como é o empregador quem assume os riscos da atividade econômica (art.2, caput da CLT), ele responde pela culpa in vigilando e in eligendo pelos atos de seus empregados. Nesse sentido, há responsabilidade direta ou indireta do empregador por atos de empregados conforme disposto no art. 932, inciso III do CC. 19 Como os s profissionais enviados pelo empregado podem acarretar danos a terceiros, justificando a responsabilização do empregador, em decorrência do art. 932, inciso III do CC, o poder diretivo conferido ao empregador autoriza o monitoramento do corporativo colocado à disposição do empregado para a realização de seu labor profissional. Mau procedimento do empregado caracteriza motivo para rescisão contratual por justa causa, conforme previsão no art. 482, letra b, da CLT. Da mesma forma a utilização do corporativo para jogos eletrônicos ou utilização para assuntos alheiros ao contrato de trabalho. O TRT da 10ª. Região, em Acórdão proferido no RO 054/ , em que são partes HSBC Seguros Brasil S.A. (rte) e Elielson Lourenço do Nascimento (rdo), assim deciciu:... Justa causa. . Prova produzida por meio ilícito. Não ocorrência quando o empregado comete um ato de improbidade ou mesmo delito utilizandose do da empresa, esta em regra responde solidariamente pelo ato praticado por aquele. Sob esse prisma, podemos então constatar o quão grave e delicada é esta questão, que demanda apreciação jurídica dos profissionais do direito. Enquadrando tal situação a Consolidação das Leis do Trabalho, verifica-se que tal conduta é absolutamente imprópria, podendo configurar justa causa para a rescisão contratual, dependendo do caso e da gravidade do ato 19 CC, art.932: Também são responsáveis pela reparação civil: III O empregador ou comitente, por seus empregados, serviçais e prepostos, no exercício do trabalho que lhes competir, ou em razão deste.

33 33 praticado. Considerando que os equipamentos de informática são disponibilizados pela empresa aos seus funcionários com a finalidade única de atender às suas atividades laborativas, o controle do , apresenta-se como a forma mais eficaz, não somente de proteção ao sigilo profissional, como de evitar o mau uso do sistema internet que atenta contra a moral e os bons costumes, podendo causar à empresa prejuízo de larga monta...

34 34 4. PROTEÇÃO E CONSTITUCIONALIDADE DA CORRESPONDÊNCIA Umas séries de normas nacionais e internacionais dão proteção a inviolabilidade do correio. No Brasil o artigo art. 5o, inc. XII da Constituição da República reza que é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual penal. O bem constitucionalmente protegido é a liberdade das comunicações e a reserva sobre a comunicação emitida, com independência do contido na mesma. O direito abarca tanto a interceptação em sentido estrito (que supõe a apreensão física do suporte da mensagem com conhecimento ou não do mesmo ou captação, de outra forma, do processo de comunicação) como pelo simples conhecimento antijurídico do comunicado (abertura da correspondência alheia guardada por seu destinatário, por exemplo) 4.1. Tratados e Convenções Internacionais Segue a proteção através de tratados e convenções internacionais como, por exemplo, o das Organizações das Nações Unidas (ONU) que na Declaração Universal dos Direitos Humanos de dezembro de 1948 estabelece em seu artigo 12 que: Art. 12. Nada será objeto de ingerências arbitrárias em sua vida privada, sua família, seu domicílio ou sua correspondência, nem de ataques a sua honra ou a sua reputação. Toda a pessoa tem direito a proteção da lei contra tais ingerências ou ataques. Em 1966, o direito ao sigilo da correspondência foi incluído no Pacto Internacional sobre Direitos Civis e Políticos, cujo artigo 17 reza: Art.17- Nada será objeto de ingerências arbitrárias em sua vida privada, sua vida familiar, seu domicílio ou sua correspondência, nem de ataques ilegais a

35 35 sua honra e reputação. 2. Toda a pessoa tem direito a proteção da lei contra essas ingerências ou esses ataques. Na Organização dos Estados Americanos (OEA) através da Declaração Americana dos Direitos e Deveres do Homem: Art.10 Toda a pessoa tem direito a inviolabilidade e circulação de sua correspondência. Na Convenção Americana de Direitos Humanos também conhecida pelo nome de Pacto de São José da Costa Rica em seu artigo 11 declara que: Art.11- Proteção da honra e da dignidade 2- Ninguém pode ser objeto de ingerências arbitrárias ou abusivas em sua vida privada, em sua família, em seu domicílio ou em sua correspondência, nem de ataques ilegais a sua honra e reputação. 3- Toda a pessoa tem direito a proteção da lei contra essas ingerências ou esses ataques. O Conselho da Europa por intermédio da Convenção Européia de Direitos Humanos que a nível europeu marcou a pauta de importantes futuras convenções, celebrada em 03 de setembro de 1953, em seu artigo 8 dispõe: Art.8º 8.1. Qualquer pessoa tem direito ao respeito de sua vida privada e familiar, de seu domicílio e de sua correspondência Constituições Européias Na Itália a Constituição da República aprovada pela Assembléia Constituinte em 22 de dezembro de 1947, e que entrou em vigor em 01 de janeiro de 1948 em seu artigo 15 dispõe: Art.15. A liberdade e o segredo da correspondência ou de qualquer outra forma de comunicação são invioláveis.

36 36 Na Alemanha a Carta Magna germana em seu artigo 10 consagra o segredo as comunicações: Art.10: 1. Será inviolável o segredo da correspondência (Briefgeheimnis), assim como o do correio e telégrafos. Na Espanha a Constituição é uma das poucas Cartas políticas que consagra expressamente a proteção à correspondência das pessoas frente ao uso da informática, o qual se vê refletido em seu artigo 18 que consagra: Art.18: 3- Será garantido o segredo das comunicações, e, em especial, a dos postais, telegráficos e telefônicos, salvo resolução judicial. 4- A lei limitará o uso da informática para garantir a honra à intimidade pessoal e familiar dos cidadãos e do pleno exercício de seus direitos. 4.3 Na América do Norte A Constituição norte-americana não contém nenhuma disposição expressa que proteja este direito. No entanto o que podemos perceber é que a partir da IV e V emendas têm sido desenvolvidas este direito tanto pela doutrina quanto pela jurisprudência. Assim as disposições constitucionais mais importantes em matéria de proteção a privacidade são as seguintes: IV Emenda.- O direito dos indivíduos a estarem protegidos contra as buscas não razoáveis a sua pessoa, casa, documentos e efeitos pessoais não serão violados. Nenhuma ordem judicial poderá ser emitida sem causa provável apoiada por declaração juramentada, e deverá descrever expressamente o lugar a ser registrado e as pessoas que serão detidas. V Emenda- Nenhuma pessoa... será compelida em nenhum caso criminal, a ser testemunha contra si mesmo.

37 37 Uma das normas mais importantes quanto a proteção da correspondência na Internet é a Lei de Privacidade das Comunicações Eletrônicas, que protege todas as formas de comunicação eletrônica, incluindo a comunicação telefônica de voz e as comunicações digitais de computador como o correio eletrônico e das mensagens armazenadas em boletins eletrônicos. 4.4 Na América Latina A Constituição Política da República do Equador, aprovada em 1998, reconhece o direito a inviolabilidade da correspondência em seu artigo 23: Art.23.- Sem prejuízo dos direitos estabelecidos em sua constituição e em seus instrumentos internacionais vigentes, o Estado reconhecerá e garantirá as pessoas o seguinte: 13- A inviolabilidade e o segredo da orrespondência. Esta só poderá ser retida, aberta e examinada nos casos previstos na lei. Será guardado em segredo os assuntos alheios ao feito que motivem seu exame. O mesmo princípio será observado com respeito a qualquer outro tipo de forma de comunicação. A Constituição do Chile de 1980 reza em seu artigo 19: Art.19- A Constituição assegura a todas as pessoas: N 5- A inviolabilidade de violar de toda a forma de comunicação privada. A violação só poderá ser feita nas comunicações e documentos privados interceptando-se, abrindo-se nos caso e formas determinados pela lei. A Constituição da Colômbia promulgada em 1991 dispõe em seu artigo 15 que: Art.15. A correspondência e demais formas de comunicação privada são invioláveis. Só podem ser interceptadas ou registradas mediante ordem judicial, e nos casos e com as formalidades estabelecidas em lei.

38 38 A Constituição Política do Perú vigente a partir de 1993 consagra o direito o direito a inviolabilidade da correspondência. Vejamos: 10. O segredo e a inviolabilidade de suas comunicações e documentos privados. As comunicações, telecomunicações e seus instrumentos só podem ser abertos, incautos, interceptados ou sofrerem intervenção através de ordem judicial motivada do juiz, com as garantias previstas em lei. A recente constituição da República Bolivariana da Venezuela de 1999 refere-se concreta e especificamente em seu artigo 48 sobre o segredo das correspondências dispondo que: Art.48. Será garantido o direito ao segredo e inviolabilidade das comunicações privadas em todas as suas formas. Não poderão ser interferidas sem ordem de um Tribunal competente, com o cumprimento das disposições legais e preservando-se o segredo privado que não guarde relação com o correspondente processo. Assim podemos constatar que o direito a privacidade no que concerne ao envio de correspondência é regra comum nas legislações e tratados da grande maioria dos países e que por isso deve ser respeitada, não implicando necessariamente que esta seja estática e invariável, pois necessita de uma maleabilidade frente a inovações trazidas pela comunicação eletrônica. Por isso o trabalho do jurista é redobrado, pois requer a construção de arcabouços jurídicos que permitam a utilização de preceitos velhos sem que os mesmos sirvam de instrumentos para a legitimação de situações de injustiça e violação de direitos dos cidadãos. O giro pela legislação alienígena serve para que tenhamos a noção da dificuldade que enfrentaremos para dissecar idéias que permitam a utilização justa do correio eletrônico e ao mesmo tempo legitimar procedimentos lícitos

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