Agrobiodiversidade, mudanças climáticas e Direito

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1 1 Agrobiodiversidade, mudanças climáticas e Direito Juliana Santilli, sócia-fundadora do ISA e promotora de Justiça do Ministério Público do DF. 1. A Convenção sobre a Diversidade Biológica, a MP e o Tratado Internacional sobre Recursos Fitogenéticos para Alimentação e Agricultura. A Convenção sobre a Diversidade Biológica (CDB) foi aprovada durante a 2ª Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, realizada no Rio de Janeiro em Foi assinada e ratificada pelo Brasil, e tem como objetivos a conservação da diversidade biológica, a utilização sustentável de seus componentes e a repartição justa e eqüitativa dos benefícios derivados da utilização dos recursos genéticos. A CDB estabelece a soberania dos países de origem sobre os seus recursos biológicos e genéticos, e sujeita o acesso aos mesmos ao consentimento prévio informado e à repartição dos benefícios com os países de origem e com os povos tradicionais detentores de conhecimentos tradicionais associados à biodiversidade. A CDB prevê que as condições para o acesso e a repartição de benefícios devem ser estabelecidas entre os países provedores e usuários de recursos genéticos e conhecimentos tradicionais associados, em cada caso, através de contratos bilaterais. Cada transação é negociada com o país de origem e com as comunidades detentoras de conhecimentos tradicionais, incluindo as formas de repartição de benefícios. Segundo a CDB, o país de origem dos recursos genéticos é o que possui os recursos genéticos em condições in situ, e estas são definidas como condições em que os recursos genéticos existem em ecossistemas e habitats naturais, e, no caso de espécies domesticadas ou cultivadas, nos meios onde tenham desenvolvido suas propriedades características. Embora a CDB não atribua propriamente um dono aos recursos genéticos e conhecimentos tradicionais associados, os seus princípios consentimento prévio fundamentado e de repartição de benefícios com os Estados de origem e as comunidades locais partem do pressuposto de que há provedores e usuários dos recursos, e que estes devem estabelecer, através de contratos, as condições para o acesso e as formas de repartição dos benefícios. O Brasil foi um dos primeiros países megadiversos a adotar uma legislação interna estabelecendo um regime de acesso e repartição de benefícios e a implementar a Convenção sobre a Diversidade Biológica 1. A Medida Provisória (MP) /2001 regula o acesso ao patrimônio genético e aos conhecimentos tradicionais associados. O regime de acesso e repartição de benefícios estabelecido pela MP /2001 foi concebido principalmente para os recursos genéticos silvestres, e especialmente para uso químico, farmacêutico ou industrial, sem considerar as especificidades dos recursos fitogenéticos utilizados para alimentação e agricultura. A MP /2001 se aplica, entretanto, tanto aos recursos genéticos silvestres como aos domesticados, e não faz distinção, para fins de acesso e repartição de benefícios, entre os dois. Tanto a CDB com as leis nacionais destinadas a implementá-la, como a MP /2001, oferecem dificuldades para a sua aplicação aos recursos fitogenéticos (usados para alimentação e agricultura). A identificação do país de origem de muitas variedades agrícolas pode ser uma tarefa complexa, em virtude de todas as migrações e intercâmbios que ocorreram ao longo da história. Identificar o país em que se originaram as propriedades características de uma variedade agrícola será uma tarefa ainda mais complicada. Nem sempre o país de origem será o mesmo em que a espécie desenvolveu as suas propriedades características. A mesma espécie pode desenvolver novas características em locais distintos daquele em que se originou, e nem sempre o centro de origem corresponde ao centro de diversidade de uma espécie agrícola 1 A CDB foi aprovada pelo Congresso Nacional através do Decreto Legislativo n. 2, de 3 de fevereiro de Sua promulgação deu-se pelo Decreto Presidencial n , de 16 de março de 1998.

2 2 (o milho, por exemplo, originário da Mesoamérica principalmente do México- desenvolveu inúmeras variedades no Brasil. ). As plantas migraram com as pessoas e se adaptaram às novas condições locais. Se, por um lado, a mandioca, o milho e o feijão, que se originaram na América, tornaram-se espécies de grande importância alimentar na África, o mesmo ocorreu com variedades africanas de sorgo, que contribuem para a alimentação de países asiáticos e americanos. Já o arroz e a soja, de origem asiática, migraram para a América. As migrações de populações humanas, favorecidas pelo desenvolvimento dos meios de transporte, permitiram o intercâmbio de variedades de origens diferentes, e os cruzamentos resultaram em novas variedades, distintas de seus parentes silvestres. Em contextos sociais e culturais diferentes, as plantas ganharam novas dimensões culturais e usos. Todos os países se tornaram dependentes, para sua alimentação, em maior ou menor medida, de recursos fitogenéticos que se originaram em outras partes do mundo. Não há, atualmente, nenhum país que seja autosuficiente em recursos fitogenéticos, todos são interdependentes. Esta interdependência entre os países é maior em relação aos recursos fitogenéticos (para alimentação e agricultura) do que em relação aos demais recursos genéticos. Portanto, os países precisam acessar e utilizar, freqüentemente, os recursos fitogenéticos originários de outros países, tanto para pesquisas científicas e para o melhoramento genético vegetal, como também para uso direto nos seus sistemas agrícolas. Manter o fluxo e o intercâmbio dos recursos fitogenéticos é fundamental tanto para os melhoristas como para os agricultores. O Brasil, apesar de possuir entre 50 e 55 mil espécies de plantas superiores, e de ser o país de maior biodiversidade do mundo, é altamente dependente de recursos genéticos originários de outros países para a sua alimentação. Grande parte dos componentes da dieta básica dos brasileiros é proveniente de outros países, como o arroz, trigo, milho, cana-de-açúcar, etc, ainda que muitas espécies nativas tenham importância regional e local, como a mandioca, abacaxi, caju, cupuaçu, maracujá, castanha, guaraná, jaboticaba, amendoim, algumas espécies de palmeiras, etc. 2 No Brasil, como em muitos outros países agrobiodiversos, a maioria dos recursos genéticos nativos é conservada on farm, pois tais recursos não são bem representados nas coleções ex situ. A natureza especial dos recursos fitogenéticos (recursos genéticos de plantas) utilizados na alimentação e agricultura levou à adoção do Tratado Internacional sobre Recursos Fitogenéticos para a Alimentação e para a Agricultura (Tirfa), na 31ª Reunião da Conferência da FAO, realizada em Roma em 3 de novembro de 2001, e este tratado entrou em vigor internacionalmente em 29 de junho de É o primeiro instrumento internacional legalmente vinculante (de cumprimento obrigatório) a tratar exclusivamente dos recursos fitogenéticos. O Tratado Internacional estabeleceu um sistema multilateral de acesso e repartição de benefícios, e normas importantes sobre a conservação (ex situ, in situ e on farm) e a utilização sustentável dos recursos fitogenéticos para a alimentação e a agricultura. No Brasil, o Decreto Presidencial n , de 5 de junho de 2008, promulgou o Tratado Internacional, e a Medida Provisória /2001 determina, em seu art. 19, 2º, que a remessa de amostra de componente do patrimônio genético de espécies consideradas de intercâmbio facilitado em acordos internacionais, inclusive sobre segurança alimentar, dos quais o país seja signatário, deverá ser efetuada em conformidade com as condições neles definidas. Como o Brasil já ratificou o Tratado Internacional sobre Recursos Fitogenéticos para Alimentação e Agricultura, os cultivos agrícolas incluídos no seu Anexo I deverão ser remetidos de acordo com as normas do sistema multilateral instituído neste acordo internacional. Da mesma forma, o Brasil assumiu a obrigação de implementar uma série de medidas destinadas a promover a conservação ex situ, in situ e on farm da agrobiodiversidade, e tais obrigação se aplicam a todos os recursos fitogenéticos, e não apenas àqueles listados no Anexo 1 do Tratado. Tais medidas serão fundamentais para que a agricultura brasileira possa fazer frente aos impactos das mudanças climáticas. Analisaremos o Tratado Internacional e a CDB sob o ponto de vista do enfrentamento das mudanças climáticas, enfocando três aspectos específicos: o acesso aos recursos genéticos de plantas, os direitos de propriedade intelectual sobre novas variedades de plantas e as estratégias de conservação in situ (nos habitats naturais) e on farm (no campo, pelos agricultores) da biodiversidade agrícola. 2 GOEDERT, Clara de O. Histórico e avanços em recursos genéticos no Brasil. In: NASS, Luciano L. (Ed.). Recursos genéticos vegetais. Brasília: Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, p. 28.

3 O acesso aos recursos genéticos e as mudanças climáticas O acesso amplo e facilitado aos recursos genéticos de plantas (chamados recursos fitogenéticos), para fins de pesquisa científica e melhoramento genético vegetal, se tornará cada vez mais importante em um contexto de enfrentamento e adaptação às mudanças climáticas. Os recursos genéticos de plantas constituem a base de toda e qualquer atividade agrícola e da agrobiodiversidade em todos os seus níveis. Juntamente com a água e o solo, são essenciais para qualquer modelo de agricultura, e, portanto, para a segurança alimentar. O conjunto de genes de uma planta é fundamental para determinar características como a resistência a eventos climáticos extremos (secas prolongadas, inundações, furacões, tempestades tropicais, etc.), a capacidade de adaptação a novos ambientes, doenças e insetos, etc. As características hereditárias são transmitidas de uma geração a outra através dos genes, e tanto os agricultores como os melhoristas 3 dependem de um amplo acesso a materiais genéticos diversificados para desenvolver e/ou melhorar as variedades agrícolas e para adaptá-las a novas condições ambientais ou socioculturais. Os parentes silvestres das plantas cultivadas também são uma fonte importante de genes, pois têm grande capacidade de sobreviver em condições adversas, inclusive as impostas pelas mudanças climáticas. O acesso à diversidade genética deve ser facilitado e promovido tanto pelas políticas públicas como pelos instrumentos jurídicos, nacionais e internacionais, a fim de garantir a segurança alimentar da humanidade, tanto no presente como no futuro. Entendemos que o sistema multilateral de acesso e repartição de benefícios, estabelecido pelo Tratado Internacional, torna o acesso aos recursos fitogenéticos, para fins de pesquisa científica e melhoramento genético vegetal, mais ágil e desburocratizado (ainda que limitado a alguns recursos fitogenéticos), o que é fundamental em um contexto de enfrentamento das mudanças climáticas. Se, por um lado, a CDB estabelece um sistema bilateral de acesso e repartição de benefícios em relação aos recursos genéticos, outra é a solução adotada pelo Tratado Internacional, que adota um sistema multilateral, em que o acesso aos recursos fitogenéticos deve ser concedido de forma ágil, sem a necessidade sem a necessidade de controle individual do acesso, e gratuitamente, ou mediante a cobrança de uma taxa necessária para cobrir os custos mínimos correspondentes. Além disto, o acesso deve incluir não só os recursos fitogenéticos como também todas as informações disponíveis (não confidenciais) sobre os mesmos. O acesso é concedido de acordo com um termo de transferência de material padrão, o que dispensa a necessidade de se negociar as condições de acesso caso a caso. No enfrentamento das mudanças climáticas, é importante que o acesso aos recursos fitogenéticos seja facilitado, para os melhoristas e para os agricultores. Apesar de suas limitações, o Tratado Internacional dá um passo importante no sentido de criar um pool comum de recursos fitogenéticos, e visa estabelecer uma forma de domínio público (regulado) sobre estes recursos, fundamentais à segurança alimentar da humanidade. Afinal, os recursos genéticos são bens de interesse público, e independentemente de estarem no domínio público ou privado, devem ter o seu acesso e utilização determinados pelo interesse público. O Tratado reconhece os direitos soberanos dos Estados sobre os seus recursos fitogenéticos, e que a autoridade para determinar o acesso a esses recursos pertence aos governos nacionais e está sujeita à legislação nacional. Entretanto, no exercício de seus direitos soberanos sobre os seus recursos fitogenéticos, os países signatários do Tratado concordam com a criação de um sistema multilateral de acesso e repartição de benefícios, através do qual disponibilizam os seus recursos fitogenéticos para utilização dos demais países. Este sistema multilateral de acesso e repartição de benefícios se restringe, entretanto, a alguns recursos fitogenéticos relacionados no Anexo I do Tratado, como arroz, feijão, batata, batata doce, mandioca, cará, cenoura, etc. São 35 gêneros de cultivos alimentares e 29 de forrageiras (leguminosas, gramíneas e outras forrageiras de clima temperado). As forrageiras foram incluídas porque se destinam principalmente à alimentação dos animais, e estes são usados na alimentação humana. 3 Utilizamos a expressão melhoristas para nos referir aos profissionais que empregam técnicas de melhoramento genético vegetal consideradas científicas, desenvolvidas em instituições de pesquisa, apesar de entendermos que os agricultores também realizam o melhoramento das variedades agrícolas.

4 4 O sistema multilateral de acesso e repartição de benefícios estabelecido pelo Tratado se aplica apenas aos recursos fitogenéticos que estejam sob a gestão e o controle dos países signatários e que sejam de domínio público, conservados ex situ. Se, por um lado, todas as pessoas (incluindo empresas privadas e instituições de pesquisa, públicas ou privadas) têm acesso livre aos recursos fitogenéticos disponibilizados pelo sistema multilateral, não há nenhuma obrigação de que as empresas privadas disponibilizem os recursos mantidos em suas coleções ex situ, uma das graves limitações do Tratado. Por esta razão, algumas organizações nãogovernamentais afirmam que, em sua concepção inicial, o objetivo do Tratado era fortalecer os direitos dos agricultores, mas acabou se tornando um instrumento que concede novos privilégios para a indústria. Apesar das contradições do Tratado, estas organizações reconhecem que ele oferece uma alternativa viável ao regime bilateral da CDB, que acaba restringindo o acesso e a circulação dos recursos fitogenéticos, por impor complexas e onerosas negociações bilaterais, incompatíveis com a natureza dos recursos fitogenéticos e sua importância para a segurança alimentar da humanidade, principalmente em um contexto de enfrentamento das mudanças climáticas. Em situações de emergência, devido a desastres, catástrofes, etc, o Tratado determina expressamente (art. 12.6) que os países devem facilitar o acesso aos recursos fitogenéticos a fim de contribuir para o restabelecimento de sistemas agrícolas. Os bancos de germoplasma podem ser úteis à recomposição de áreas devastadas por guerras ou catástrofes naturais, o que já ocorreu em diversas situações. Quando um tsunami matou milhares de pessoas e devastou 12 países asiáticos em 2004, os sistemas agrícolas locais também foram afetados. No Sri Lanka e na Malásia, um dos efeitos do avanço das ondas do mar sobre a areia foi a excessiva salinização das regiões costeiras, e o banco de germoplasma das Filipinas enviou seis variedades de arroz tolerantes ao sal às regiões afetadas para que pudessem reiniciar os seus cultivo 4. A obrigação dos países de facilitar o acesso aos recursos fitogenéticos para o restabelecimento de sistemas agrícolas poderá ser também muito importante em eventos climáticos extremos (secas, inundações, etc.) provocados pelas mudanças climáticas. O acesso aos recursos fitogenéticos incluídos no Anexo I do Tratado, através do sistema multilateral, é concedido exclusivamente para a utilização e conservação em pesquisa, melhoramento e capacitação, na área de alimentação e agricultura. Se o acesso visar usos químicos, farmacêuticos e/ou outros usos industriais, o sistema multilateral não será aplicável, e o interessado deverá seguir as normas da CDB, submetendo-se ao regime bilateral de acesso e repartição de benefícios, em que os acessos são negociados através de contratos bilaterais. Ou seja, há o reconhecimento da natureza especial dos recursos fitogenéticos utilizados para alimentação e agricultura, e da necessidade de um regime jurídico diferenciado para tais recursos, distinto do regime jurídico estabelecido para os recursos genéticos em geral Os direitos de propriedade intelectual sobre as variedades de planta e as mudanças climáticas O Tratado Internacional não oferece solução satisfatória aos direitos de propriedade intelectual sobre novas variedades de plantas, desenvolvidas a partir de recursos fitogenéticos acessados através do sistema multilateral, o que é uma de suas graves limitações. O Tratado estabelece que os usuários do sistema multilateral não poderão reivindicar qualquer direito de propriedade intelectual ou outros direitos que limitem o acesso facilitado aos recursos fitogenéticos, ou às suas partes ou componentes genéticos, na forma recebida do sistema multilateral. Isto significa que as pessoas físicas ou jurídicas que recebem os recursos fitogenéticos (disponibilizados pelo sistema multilateral) não podem requerer direitos de propriedade intelectual sobre estes, de forma a impedir terceiros de receber os mesmos recursos deste sistema. É muito importante que o Tratado faça esta restrição expressa em relação à concessão de direitos de propriedade intelectual, a fim de assegurar o livre acesso aos recursos fitogenéticos, mas há divergências em relação à 4

5 5 interpretação dos dispositivos do Tratado referentes à propriedade intelectual, que têm trazido insegurança aos países agrobiodiversos. A maior parte dos países desenvolvidos entende que os direitos de propriedade intelectual podem ser requeridos em relação aos recursos fitogenéticos ou às suas partes ou componentes desde que alguma inovação ou modificação tenha sido realizada nos mesmos, ou seja, desde que o material não esteja mais na forma recebida do sistema multilateral. 5 Ou seja, bastaria uma intervenção mínima para possibilitar a incidência de direitos de propriedade intelectual. Discute-se, entretanto, se o isolamento de um gene de um material genético acessado através do sistema multilateral poderia ensejar o seu patenteamento, pois caso seja permitido o patenteamento de genes isolados por empresas ou instituições de pesquisa, o acesso a tais materiais estaria restringido. Os direitos de propriedade intelectual não podem constituir um empecillho ao acesso aos recursos fitogenéticos, principalmente em face da necessidade de se enfrentar os desafios impostos à agricultura pelas mudanças climáticas. As mudanças climáticas tornam mais evidente e fundamental a importância de que a propriedade intelectual cumpra a sua função social, e não dificulte ou mesmo inviabilize as pesquisas científicas necessárias ao desenvolvimento de variedades agrícolas adaptadas às mudanças climáticas, ou o acesso de agricultores pobres (principalmente de países em desenvolvimento) a tais variedades agrícolas, ou a quaisquer tecnologias necessárias ao enfrentamento dos efeitos do aquecimento global. Algumas organizações da sociedade civil têm, entretanto, denunciado uma corrida de multinacionais como BASF, Syngenta e Monsanto, para se apropriar, através de direitos de propriedade intelectual, de variedades agrícolas resistentes a estresses ambientais provocados pelas mudanças climáticas. 6 Segundo um relatório divulgado pela organização ETC em maio de , estas três empresas multinacionais teriam solicitado patentes sobre genes relacionados ao controle dos impactos de estresses climáticos sobre plantas, para que possam controlar o mercado de genes resistentes a estresses ambientais provocados pelas mudanças climáticas, tais como secas, inundações, salinização dos solos provocada pelo aumentos dos níveis dos oceanos, aumento da intensidade dos raios ultra-violeta, etc. Ora, se o controle e o monopólio exercido por multinacionais sobre sementes e recursos genéticos de plantas é lesivo em qualquer circunstância, em um contexto de crise de alimentos e mudanças climáticas, eles se tornam especialmente perigosos e contrários aos interesses de toda a população. Os direitos de propriedade devem, portanto, ser reinterpretados e re-construídos para que não se tornem um empecilho para que todos os países tenham acesso às variedades agrícolas e a outras tecnologias necessárias ao enfrentamento e adaptação às mudanças climáticas A conservação in situ e on farm da agrobiodiversidade e as mudanças climáticas Um dos principais componentes do Tratado são as normas gerais sobre conservação e utilização sustentável dos recursos fitogenéticos para a alimentação e a agricultura. Trata-se de um componente extremamente importante do Tratado, e que se aplica a todos os recursos fitogenéticos para alimentação e agricultura. 8 Os arts. 5º e 6º estabelecem os princípios e diretrizes fundamentais que devem orientar as políticas e ações voltadas para a conservação e a utilização sustentável dos recursos fitogenéticos. 5 Quando aderiu ao Tratado, em 31/03/2004, a União Européia declarou que interpreta o art do Tratado como reconhecendo que os recursos fitogenéticos e as suas partes e componentes que tenham passado por inovações podem ser objeto de direitos de propriedade intelectual, desde que os critérios relativos a tais direitos sejam preenchidos. Áustria, Bélgica, Dinamarca, Finlândia, Alemanha, Grécia, Irlândia, Itália, Luxemburgo, Suécia, Polônia, Espanha e Reino Unido fizeram declarações no mesmo sentido. Fonte: < Acesso em 30/12/ WEISS, Rick. Firms seek patents on climate ready altered crops. Washington Post, 13/05/2008. Disponível em: < Acesso em 27/12/ Todos os componentes do Tratado (direitos dos agricultores, componentes de apoio, disposições financeiras e institucionais), com exceção do sistema multilateral de acesso e repartição de benefícios, se aplicam a todos os recursos fitogenéticos para alimentação e agricultura. O Anexo I contém a lista de cultivos agrícolas incluídos no sistema multilateral e o Anexo II contém normas relativas à arbitragem e à conciliação.

6 6 As normas sobre conservação in situ e on farm são particularmente importantes para o enfrentamento das mudanças climáticas. Apesar da importância da conservação ex situ (em bancos de germoplasma) de recursos fitogenéticos, esta tende a congelar a evolução dos recursos no tempo e no espaço, e não permite a sua adaptação a novas condições socioambientais. Trata-se de uma forma estática de se conservar sementes, armazenando-as em refrigeradores, ao contrário da conservação in situ e on farm, que buscam conservar os recursos genéticos de forma que possam continuar a evoluir e a se adaptar a novas condições. Manter a capacidade de adaptação das plantas é fundamental ao enfrentamento e à adaptação da agricultura às mudanças climáticas, mas, historicamente, as estratégias de conservação ex situ (em coleções e bancos de germoplasma) têm sido priorizadas pelas políticas públicas. O Tratado Internacional dá um passo importante no sentido de reconhecer a importância de que a conservação ex situ seja complementada por iniciativas voltadas para a conservação in situ e on farm. Alguns autores tratam a conservação on farm como uma modalidade de conservação in situ, por considerarem que o termo in situ, se refere principalmente à conservação de espécies silvestres em seus ambientes naturais, e que, quando se trata de conservação de espécies domesticadas, manejadas por agricultores, seria mais adequado falar em conservação in situ on farm. 9 O Tratado utiliza, entretanto, os dois termos. Segundo o Tratado, os países devem adotar medidas destinadas a: - promover o desenvolvimento e a manutenção dos diversos sistemas agrícolas; - fortalecer a pesquisa que promova e conserve a diversidade biológica; - promover o fitomelhoramento, com a participação dos agricultores, particularmente nos países em desenvolvimento, a fim de fortalecer o desenvolvimento de variedades especialmente adaptadas às condições sociais, econômicas e ecológicas, inclusive nas áreas marginais; - ampliar a base genética dos cultivos, aumentando a gama de diversidade genética à disposição dos agricultores; entre outras. Todas estas medidas, caso sejam efetivamente adotadas pelos países, terão impactos extremamente positivos sobre a agrobiodiversidade, e que serão essenciais para o enfrentamento dos impactos causados pelo aquecimento global sobre a agricultura. Afinal, é a diversidade que permite que as espécies, variedades e agroecossistemas se adaptem às mudanças e variações nas condições ambientais. Só se puderem contar com uma ampla variabilidade genética, biológica e ecológica as plantas e animais conseguirão enfrentar os desafios do futuro, inclusive aqueles representados pelas mudanças climáticas e seus efeitos sobre a agricultura. O Tratado regula a conservação in situ no art d, que estabelece a obrigação dos países promoverem a conservação in situ dos parentes silvestres das plantas cultivadas e das plantas silvestres para a produção de alimentos, inclusive em áreas protegidas, apoiando, entre outros, os esforços das comunidades indígenas e locais. A conservação in situ das plantas cultivadas pode ocorrer tanto em áreas protegidas como fora dos limites destas, nos ambientes em que desenvolveram suas propriedades características. Quando conservadas in situ, as plantas cultivadas mantêm a sua capacidade de evolução e adaptação, o que adquire especial importância em um contexto de mudanças climáticas, e a conservação in situ mantém não só as plantas como os ecossistemas agrícolas, nos quais se desenvolveram. Entretanto, as áreas protegidas, previstas na CDB e no Tratado Internacional como instrumentos de conservação in situ da biodiversidade, terão que ser também re-construídas e re-definidas, inclusive do ponto de vista jurídico, para se adequar às mudanças climáticas. Afinal, as áreas protegidas têm, por definição, os seus limites territoriais fixos, e, em um contexto de mudanças climáticas, muitas espécies devem migrar em busca de condições climáticas mais amenas, e muitos ecossistemas serão significamente impactados, inclusive as suas funções ecológicas. Assim, há uma previsão de que muitas espécies e ecossistemas poderão perder a sua representatividade em muitas áreas protegidas. No Brasil, a Lei 9.985/2000, que institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza, prevê não apenas as diferentes categorias de unidades de conservação (de proteção integral e uso 9 ANDERSEN, Regine. ANDERSEN, Regine. Governing agrobiodiversity : international regimes, plant genetics and developing countries. Oslo Dissertation submitted to the Department of Political Science, Faculty of Social Science, University of Oslo, in partial fullfilment of the requirements for the degree of doctor rerum politicarum. p. 23.

7 7 sustentável) como também os corredores ecológicos e as zonas de amortecimento. A Lei 9.985/2000 define os corredores ecológicos como porções de ecossistemas naturais ou seminaturais, ligando unidades de conservação, que possibilitam entre elas o fluxo de genes e o movimento da biota, facilitando a dispersão de espécies e a recolonização de áreas degradadas, bem como a manutenção de populações que demandam para sua sobrevivência áreas com extensão maior do que aquela das unidades individuais. O principal objetivo dos corredores ecológicos é promover uma efetiva conectividade entre habitats naturais, evitando a sua fragmentação e que as unidades de conservação sejam tratadas isoladamente. Em um contexto de mudanças climáticas, os corredores ecológicos poderão ser particularmente importantes para manter a representatividade de espécies e ecossistemas em áreas protegidas, assim como contemplar eventuais migrações de espécies em busca de temperaturas mais amenas e alterações nos processos e funções ecológicos dos diferentes sistemas e habitats naturais. A conservação on farm é prevista principalmente no art c, que determina que os países devem promover ou apoiar os agricultores e comunidades locais em seus esforços de manejo e conservação on farm 10 de seus recursos fitogenéticos. É a primeira vez que um tratado internacional legalmente vinculante (de cumprimento obrigatório) reconhece o papel dos agricultores e comunidades locais na conservação da agrobiodiversidade, obrigando os países a adotar ações, políticas e programas de apoio à conservação on farm, ainda que o Tratado reconheça que os países é que devem decidir quais ações específicas deverão adotar. A conservação on farm cumpre várias outras funções, além da conservação em si, como o empoderamento das comunidades locais e o fortalecimento dos sistemas agrícolas tradicionais e locais, ricos em biodiversidade. 2. Conclusão A conservação da agrobiodiversidade é um componente-chave das estratégias de adaptação às mudanças climáticas. Manter espécies e variedades agrícolas congeladas nos bancos de germoplasma de instituições públicas e privadas é, entretanto, apenas uma parte, ainda que importante, de tais estratégias. A conservação (através de políticas de apoio e valorização, bem como de instrumentos jurídicos) de sistemas agrícolas adaptados a condições ambientais e culturais locais é outra parte fundamental, freqüentemente esquecida e sub-estimada. Os instrumentos jurídicos que regulam o acesso aos recursos fitogenéticos, os direitos de propriedade intelectual sobre novas variedades de plantas e as estratégias de conservação da biodiversidade agrícola devem buscar sinergia e complementariedade com a Convenção-Quadro sobre Mudanças Climáticas e as metas fixadas pelo Protocolo de Kyoto. As negociações em torno de um novo regime climático devem não apenas centrar os seus esforços sobre a implementação destes instrumentos (a Convenção e o Protocolo de Kyoto), mas considerar também outros regimes jurídicos internacionais, como os da biodiversidade e da agrobiodiversidade, que também têm as suas interfaces com o enfrentamento e adaptação às mudanças climáticas. Estes e outros instrumentos jurídicos internacionais na área socioambiental devem ser reinterpretados em função das novas ameaças sobre a biodiversidade e agrobiodiversidade representadas pelo aquecimento global. 10 Na tradução do texto do Tratado para o português, realizada pelo governo brasileiro, a conservação on farm é traduzida como conservação nas propriedades, o que é inadequado, pois o termo conservação on farm se refere à conservação nos sistemas agrícolas locais, com a participação dos agricultores, e isto não guarda qualquer relação com o conceito de propriedade. No Brasil, as relações entre os agricultores e suas terras podem ser regidas por institutos jurídicos diferentes (posse, usufruto, arrendamento, etc.), o que não faz nenhuma diferença para fins de conservação on farm.

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