A LÓGICA E AS MISSÕES DO BIODIESEL: Robertta Mota

Transcrição

1 A LÓGICA E AS MISSÕES DO BIODIESEL: Reflexões e Recomendações para PNPB Robertta Mota

2 ERAS ENERGÉTICAS Atualmente, tem sido um consenso entre os especialistas que os assuntos energéticos não podem ser tratados nem de forma isolada, nem tampouco dissociados do tempo.

3 Era da Lenha Era do Fogo Era do Carvão Era do Petróleo

4 ERA SOLAR: SUCEDENDO A ERA DO PETRÓLEO SOMENTE O SOL É MAIOR QUE A AMBIÇÃO HUMANA. PELO MENOS, POR ENQUANTO...

5 O UNIVERSO DA ENERGIA SOLAR Energia Solar Indireta: Biocombustíveis (bioetanol, bioquerosene, biodiesel, outras) Energias Fluidodinâmicas (dos ventos, das águas e das marés) Energia Solar Direta: Energia Térmica da Radiação Solar Eletricidade Solar Eletricidade Fotovoltaica Eletricidade Termosolar

6 STATUS ATUAL DA PRODUÇÃO E CONSUMO NO MUNDO A Energia Solar no Mundo: 14% (média) Nos EUA e Canadá: < 9% No Brasil: 47%

7 A FANTÁSTICA EQUAÇÃO DA BIOMASSA ENERGÉTICA BIOCOMBUSTÍVEIS: Bioetanol Biodiesel Bioquerosene Biomassa Residual BIOMASSA = BIOCOMBUSTÍVEIS + BIOFERTILIZANTES + ALIMENTOS CO 2 Alimentos para as Máquinas Alimentos para as Plantas Combustíveis para os Homens e Animais CO 2 CO 2 CO 2 Gás Carbono

8 EVIDÊNCIAS DA ORQUESTRAÇÃO CONTRA AS BIOENERGIAS

9 PRIMEIRO GRUPO DE CONCLUSÕES: A Humanidade precisa de alimentos para viver, de energias para trabalhar e produzir bens, e de ar puro para respirar. Tudo isso torna-se possível mediante a organização racional das produções de bioenergias e de alimentos. No Brasil, desde 1990, a produção de biocombustíveis tem crescido muito, mas a produção de alimentos tem crescido muito mais. Esforços extraordinários de divulgação devem ser feitos para mostrar que o Brasil produz de forma sustentável os biocombustíveis. O esforço de aperfeiçoamento do Programa Nacional de Produção e Uso de Biodiesel deve contemplar a organização do setor com vistas às exportações.

10 PROGRAMA NACIONAL DE PRODUÇÃO E USO DO BIODIESEL: REFLEXÕES

11 MERCADO: CENÁRIO ATUAL Apesar da enorme potencialidade brasileira, o país passa por uma crise de sustentabilidade do universo do biodiesel, percebida por: Prejuízos que estão sendo acumulados pelas empresas produtoras de biodiesel em funcionamento; Número de fabricas que interromperam suas produções para evitar maiores prejuízos; Novas fábricas de biodiesel que se encontram paradas e sem condições de iniciar as suas produções; Projetos interrompidos de implantações de fábricas de biodiesel; Projetos que estão em prateleiras, aguardando um momento mais propício para o eventual e desejado início de implantação; Recuos dos fundos de investimentos internacionais e de investidores isolados europeus a propósitos de suas participações no universo do biodiesel.

12 AGENTES DA CRISE AGENTES EXTERNOS: Acusações internacionais sobre... Biocombustíveis versus Alimentos AGENTES INTERNOS: Ameaças de sustentabilidade... Desequilíbrios da Cadeia Produtiva do Biodiesel Incoerências do Sistema Oficial de Compras

13 Cadeia Produtiva: Desequilíbrios Capacidade instalada de produção de biodiesel, atualmente, é superior ao B3 e já atinge a meta do B5; Deve-se questionar sobre a produção de óleos vegetais e seus preços, para os devidos crescimentos extraordinários, sobretudo quando se considera que a matéria-prima contribui em quase 70% dos custos de produção; Óleos vegetais são commodities e tiveram seus preços majorados no mercado internacional. Desequilíbrio quantitativo (volumes e preços) e qualitativo : com pouco incremento na produção de Óleos vegetais oriundos da agricultura familiar (mamona e pinhão-manso); com pouco incremento na produção de Cultivos com maior incidência de mão-de-obra (babaçu, coco da baia, dendê etc.); Soja representa 90% da produção atual de óleos no Brasil; Pouco crescimento e evolução das usinas de extração de óleos vegetais.

14 Sistemas de Compras: Incoerências Apesar da capacidade instalada, a produção de biodiesel ainda não atingiu níveis mínimos necessários exportação; Leilões por um único comprador, aceitável em um primeiro momento para garantia dos volumes, segurança contra fraudes, mas os mecanismos devem ser melhorados; Canibalismo entre empresas fornecedoras, que perderam suas margens e extrapolaram suas capacidades de endividamento; Biodiesel tem Sobrenome : Preços concebidos e praticados não possuem atributos, sendo tratados como preços de commodities; Independente da origem das matérias-primas, o preço de biodiesel de soja = sebo = mamona = outros... Multas são impostas ao descumprimento das entregas, mesmo com o preço da matéria-prima tendo aumentado após o leilão.

15 PROGRAMA NACIONAL DE PRODUÇÃO E USO DO BIODIESEL: RECOMENDAÇÕES

16 O BIODIESEL NÃO É UM SIMPLES SUCEDÂNEO DO ÓLEO DIESEL. É MUITO MAIS QUE ISSO É sobretudo um combustível que possui valor realçado pelas suas Externalidades e Transversalidades, devendo cumprir as seguintes missões: A Missão Ambiental A Missão Social A Missão Estratégica O Biodiesel é um combustível plural não somente na sua produção (variadas matérias primas), quanto no seu consumo (veículos terrestres em geral, trens, embarcações, tratores, máquinas agrícolas, máquinas de construções civis, geração de eletricidade). Enfim Quanto custa não produzir o Biodiesel?

17 Balanceamento da Cadeia Produtiva Constituída pelos Seguintes Elos Básicos: - Produção das Matérias Primas - Extração e Refino dos Óleos e Gorduras - Conversão das Matérias Graxas em Biodiesel - Mistura do Biodiesel com o Petrodiesel ou Exportação do Biodiesel - Distribuição da Mistura Biodiesel Petrodiesel - Venda da Mistura B-X aos Consumidores

18 Promover e fomentar ações emergenciais com vistas às acelerações dos aumentos das produções agrícolas; Expandir de forma não antagônica a prática da agricultura familiar e a produção de frutos oleaginosos de palmeiras e de outras culturas permanentes com elevado índice de ocupação de mão-de-obra; Estabelecer e exigir a prática de preço mínimos e justos para os grãos e amêndoas de oleaginosas quando originários de atividades familiares (mamona, pinhão manso, coco de babaçu, etc.); Desenvolver e implementar emergencialmente sistemas apropriados de extração e refino de óleos apropriados para pequenas escalas de produção; Organizar os demais elos das cadeias produtivas e de consumo de forma que todos os seus atores tenham suas atividades remuneradas com lucros atrativos.

19 Regionalização das Ações Considerar as peculiaridades regionais com distintas vocações agrícolas e condições socioeconômicas; Inserir um projeto para cada região, em 2 tomadas: Primeira: considerar pelo menos 3 regiões Região Nordeste / Região Amazônica / Região Sul e Centro-Sul; Segunda: capítulos e projetos regionais Região Pré-Amazônica / Cerrado / Região Centro- Oeste, etc.

20 POTENCIALIDADES BRASILEIRAS AS FEIÇÕES REGIONAIS DA PRODUÇÃO E CONSUMO DE BIODIESEL: Motivações e Vocações

21 NORDESTE SEMI ÁRIDO Motivações Inclusão Social (Combate a Miséria no Campo > 2 milhões de famílias) Vocações Agricultura Familiar de Culturas Xerófilas (Mamona, Pinhão Manso, Cocos e Outras)

22 REGIÕES SUL, CENTRO-SUL E CENTRO-OESTEOESTE Motivações Melhorias Ambientais nas Grandes Cidades e Geração de Riquezas Vocações Agrícolas Culturas Anuais Mecanizadas (Soja, Amendoim, Girassol, e outras)

23 AMAZÔNIA: NO CURTO E MÉDIO PRAZO Motivações no Curto e Médio Prazo Inclusão Social e Integração Nacional (Ilhas Populacionais Energéticas) Vocações Agrícolas Culturas Permanentes Extrativismo (mais de uma centena de espécies nativas potencialmente importantes)

24 AMAZÔNIA: NO MÉDIO E LONGO PRAZO Motivações a Médio e Longo Prazo Extraordinária Contribuição para a Diminuição do Efeito Estufa e Geração de Riquezas (Reflorestamento Energético Equilibrado dos 60 milhões de hectares nas áreas desflorestadas em degradação) Vocações Agrícolas Culturas Permanentes: Palmáceas & Outras (mais de uma centena de espécies nativas potencialmente importantes)

25 Aperfeiçoamento das Compras Inserção de atributos ao biodiesel quanto à matéria-prima e sua origem; Corretivos aos leilões, mudanças metodológicas: Regionalmente, mês a mês; Aumento das matérias-primas gerando reajustes nos preços contratados; Compra de biodiesel para geração de eletricidade (Ex. Amazônia); Metas futuras de 10 % de mistura biodiesel-petrodiesel; Lotes compatíveis com realização sistemática de exportação; Democratização das compras, gerando um mercado de livre competição.

26 SEGUNDO GRUPO DE CONCLUSÕES: Toda a seqüência de elos da cadeia produtiva, incluindo-se a distribuição de consumo deve estar não só equilibrada, como sintonizada. A legislação que regula e disciplina a produção e uso do Biodiesel deve considerar as especificidades regionais quanto às questões de solo e clima e às diferenças sócio-econômicas. As missões do biodiesel devem ser hierarquizadas segundo as motivações e as vocações regionais. Quanto custa não produzir biodiesel constitui uma questão que deve ser respondida na formulação dos incentivos necessários ao sucesso desse biocombustível em todo o País. O Biodiesel tem nome, sobrenome e origem que devem ser considerados nos aperfeiçoamentos necessários para o Programa.

27 VISÃO DE FUTURO

28 POTENCIALIDADES BRASILEIRAS BIODIESEL E BIOQUEROSENE SUSTENTÁVEIS: Uma Visão de Futuro

29 SUSTENTABILIDADE AO TEMPO DOS BIOCOMBUSTÍVEIS: CULTURAS PERMANENTES frutos (cocos) de palmáceas versus CULTURAS ANUAIS (grãos oleaginosos)

30 DADOS COMPARATIVOS: CULTURAS DE GRÃOS: CULTURAS PALMÁCEAS: Ciclo Produtivo: 1 ano Impossibilidade de Consórcio Com a Pecuária Baixas Produtividades em Energias Globais Produtividades de Óleos são inferiores a kg/hectare Plantios e Colheitas podem ser mecanizadas Fertilização do solo integral: m2 por hectare. Elevado consumo de petróleo nas atividades agrícolas. Ciclo Produtivo: 50 anos Possibilidade de Consórcio com a Pecuária Altas Produtividades de Energias Globais Produtividades de Óleos podem atingir a kg/hectare As Colheitas podem ser semimecanizáveis Fertilização do solo em covas: 150 a 300 m2 por hectare Baixo consumo de petróleo nas atividades agro-florestais.

31 POTENCIAIS DE PRODUÇÃO DO BIOQUEROSENE (BJF) POR HECTARE DE PALMÁCEAS ESPÉCIES OLEAGINOSAS KG DE COCO/ HECTARE/ANO KG DE ÓLEO/ HECTARE/ANO LITROS DE BJF/ HECTARE/ANO Babaçu Nativo Babaçu Plantado Palma Africana Até Até Até 400 Macaúba Nativa Macaúba Plantada Coco da Baia Observação: O Brasil possui mais de 200 espécies de palmeiras potencialmente capazes de produzir óleos, inclusive os laurídicos que se prestam para produzir bioquerosene. Além das palmeiras acima apresentadas, várias outras estão na pauta para estudos de domesticação pela EMBRAPA.

32 POTENCIAIS BRASILEIROS DE PRODUÇÃO DE BIODIESEL E BIOQUEROSENE (BJF) DE ÓLEOS LAURÍDICOS ESPÉCIES OLEAGINOSAS ÁREA ZONEADA: milhão de hectare BIODIESEL: em bilhão de litro/ano BIOJETFUEL: em bilhão de litro/ano Babaçu Nativo Babaçu Plantado , ,52 16 Palma Africana Macaúba Nativa Macaúba Plantada ,6 89,25 2,4 15,75 Coco da Baia Observação: O Brasil possui 150 milhões de hectares apropriados para produzir biocombustíveis, sem desmatamento e sem competir com a produção agrícola de grãos alimentícios. Atualmente, são utilizados para a produção de bioetanol e biodiesel cerca de 6 milhões de hectares.

33 FUTURO SUSTENTÁVEL DOS BIOCOMBUSTÍVEIS: MICROALGAS PRODUÇÃO DE BIOETANOL Nutrientes Limpos Gás Carbono Limpo CULTIVO DE MICROALGAS COMBUSTÃO DE BIOMASSA Nutrientes Limpos Óleos de Ácidos Graxos Com Ampla Faixa de Pesos Moleculares

34 TERCEIRO GRUPO DE CONCLUSÕES: Por várias razões, as palmáceas podem ser de vital importância para o sucesso dos biocombustíveis: biodiesel, bioquerosene e bioetanol como combustíveis veiculares, e a biomassa sólida como combustível industrial. Urge a intensificação dos estudos de domesticação e de melhorias genéticas das palmáceas com vistas a viabilização de seus plantios econômicos extensivos e equilibrados. Os cultivos de microalgas se apresentam por demais promissores, todavia carentes de estudos competentes e responsáveis.

35 BIOQUEROSENE DE AVIAÇÃO: História e Estágio Atual

36 CONCEPÇÃO E DESENVOLVIMENTO DO BIOQUEROSENE Motivado por interesse e solicitação do Ministro da Aeronáutica, Délio Jardim de Matos que se fez parceiro autorizando os testes de aplicabilidade do Biodiesel no CTA - Centro Tecnológico da Aeronáutica, foi concebido também o Bioquerosene para uso em turbinas de aviões, também com patente requerida e homologada: (PI INPI) Os estudos eram considerados estratégicos para o País e assim, eram tratados como confidenciais, não podendo terem sido divulgados, nem tampouco publicados. Primeiro vôo: em 23 de Outubro de 1984, São Jose dos Campos Brasília, num avião Bandeirante.

37 Desenvolvimento de um biocombustível alternativo para a aplicação na aviação comercial, em parceria tecnológica com diversas empresas e instituições nacionais e internacionais. Etapas: Prospecção/Estudos; Desenvolvimento/Produção Testes de Aplicabilidade/Adequação Certificação/Homologação; Logística/Mercado;

38 Gostaríamos de aproveitar a ocasião para anunciar a Aliança TECBIO BARDELLA, fato que está sendo revestido de extraordinária importância para o futuro do biodiesel no Brasil

39 Tecnologia Premiada pelas Nações Unidas, na China, com o Troféu BLUE SKY AWARD (2005) MUITO OBRIGADA! Robertta Mota Gerente Comercial TECBIO

40 TECBIO Tecnologias Bioenergéticas Ltda. Av. Parque Central 1313 A, Distrito Industrial Maracanaú-CE Telefone/Fax: / tecbio@tecbio.com.br