O Grupo Parlamentar do PS-M apresenta, nos termos regimentais, o Projeto de Decreto Legislativo Regional intitulado ESTABELECE A TAXA PLURIANUAL DO

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1 Sua Excelência O Presidente da Assembleia Legislativa da Madeira Assunto: PROJETO DE DECRETO LEGISLATIVO REGIONAL Excelência, O Grupo Parlamentar do PS-M apresenta, nos termos regimentais, o Projeto de Decreto Legislativo Regional intitulado ESTABELECE A TAXA PLURIANUAL DO ACRÉSCIMO DA RETRIBUIÇÃO MÍNIMA MENSAL GARANTIDA A APLICAR NA REGIÃO AUTÓNOMA DA MADEIRA, que se anexa. Com os respeitosos cumprimentos, Funchal, 31 de janeiro de 2017 O Presidente do Grupo Parlamentar do PS-M Jaime Leandro

2 PROJETO DE DECRETO LEGISLATIVO REGIONAL ESTABELECE A TAXA PLURIANUAL DO ACRÉSCIMO DA RETRIBUIÇÃO MÍNIMA MENSAL GARANTIDA A APLICAR NA REGIÃO AUTÓNOMA DA MADEIRA Preâmbulo O salário mínimo nacional foi instituído pelo Decreto-Lei nº 217/74, de 27 de Maio, extensível a todo o País, embora com entraves evidentes na sua concretização na Madeira, no início da sua vigência. Se o 25 de Abril de 1974 permitiu a institucionalização legal de uma remuneração mínima para milhares de trabalhadores, certo é que, já anteriormente à Revolução dos Cravos esteve na agenda reivindicativa do movimento sindical português a obrigatoriedade de garantir aos trabalhadores uma remuneração mínima que fosse fator dinamizador dos salários convencionais, de modo a assegurar um padrão de rendimentos salariais e de melhores condições de vida, de forma a potenciar a justiça social. A partir de 1989, foi instituído por decreto legislativo regional um acréscimo ao então designado salário mínimo nacional, a atribuir aos trabalhadores da Região Autónoma da Madeira, tendo como objetivo melhorar os rendimentos dos trabalhadores da Região, afetada por fatores que oneravam o custo de vida, de forma a criar justiça social. O valor do acréscimo regional de dois por cento, foi sempre considerado pela força política maioritária na Região como sendo o estritamente necessário para fazer face ao custo de vida que é afetado pela condição da insularidade, com custos obviamente acrescidos. No entanto, provas evidentes demonstram que os preços dos bens e serviços na Região Autónoma da Madeira têm sofrido aumentos a taxas anuais muito mais elevadas do que a que é aplicada ao rendimento mínimo garantido.

3 Nesta ordem de razões, tendo ainda em conta atenuar os continuados níveis de custos derivados da insularidade, é de inteira justiça salarial que seja operado um acréscimo de 5%, como ocorre na Região Autónoma dos Açores, à retribuição mínima mensal garantida em vigor a nível nacional. Assim, A Assembleia Legislativa da Região Autónoma da Madeira decreta, ao abrigo da alínea a) do n.º 1 do artigo 227.º da Constituição da República Portuguesa, e alínea c) do nº 1 do Artigo 37º do Estatuto Político-Administrativo da Região Autónoma da Madeira, aprovado pela Lei n.º 13/91, de 5 de Junho, revisto e alterado pelas Leis n.º 130/99, de 21 de Agosto e 12/2000 de 21 de Junho, o seguinte: Artigo 1º 1 - O valor da retribuição mínima mensal garantida que for determinado por lei da Republica, para vigorar nos anos económicos de 2017 e seguintes, tem, na Região Autónoma da Madeira, um acréscimo de 5%. 2 O disposto no número anterior aplica-se, quer aos trabalhadores do serviço doméstico, quer aos trabalhadores dos restantes serviços. Artigo 2º O acréscimo à retribuição mínima mensal garantida, referido no nº 1 do artigo anterior, é devido com efeitos a 1 de Janeiro de cada ano económico. Artigo 3º O presente decreto legislativo regional entra em vigor no dia seguinte ao da sua publicação e tem efeitos nos termos do artigo 2º. Funchal, 31 de janeiro de 2017 O Presidente do Grupo Parlamentar do PS-M

4 Jaime Leandro NOTA JUSTIFICATIVA 1. Sumário a publicar no Diário da República e no Jornal Oficial da Região Autónoma da Madeira O presente decreto legislativo regional estabelece a taxa plurianual do acréscimo da retribuição mínima mensal garantida a aplicar na Região Autónoma da Madeira, nos anos económicos de 2017 e seguintes. 2. Síntese do conteúdo da proposta O valor do acréscimo regional de dois por cento, apesar de ter sido sempre considerado como o estritamente necessário para fazer face ao custo de vida que é afetado pela condição da insularidade, com custos obviamente acrescidos, certo é que provas evidentes demonstram que os preços dos bens e serviços na Região Autónoma da Madeira têm sofrido aumentos a taxas anuais muito superiores àquela que a que tem sido aplicada ao rendimento mínimo garantido. 3. Memória Descritiva Há razões que fundamentaram a estatuição de um fator corretivo ou compensador para os trabalhadores da Região Autónoma da Madeira, por via dos custos económicos agravados, derivados da condição de insularidade, os quais não só persistem como justificam uma substancial atualização quantitativa. 4. Necessidade de aplicação do projeto Considerando que os custos de aquisição de bens e serviços são mais elevados na Região do que no restante território continental português, bem como o facto do nosso mercado ser menor, e por conseguinte, a oferta ser mais reduzida. As alterações previstas no presente diploma visam atenuar os efeitos da insularidade, por via do acréscimo regional de 5% por cento da retribuição mínima mensal em vigor a nível nacional.

5 5. Forma do projeto Tendo em conta a natureza da matéria a regular e o disposto na alínea a) do nº 1 do artigo 227º e do artigo 228º da Constituição da República Portuguesa, e da alínea c) do nº 1 do artigo 37º, conjugado com a alínea vv) do artigo 40º, ambos do Estatuto Político-Administrativo da Região Autónoma da Madeira, aprovado pela Lei nº 13/91, de 5 de Junho, na redação dada pela Lei nº 130/99, de 21 de Agosto, com alteração introduzida pela Lei nº 12/2000, de 21 de Junho, bem como do disposto no artigo 273º, conjugado com o artigo 11º da Lei nº 7/2009, de 12 de Fevereiro, alterada pela Lei n.º 23/2012, de 25 de Junho, a forma adequada é a de decreto legislativo regional. 6. Avaliação sumária dos meios financeiros envolvidos Apesar da entrada em vigor no dia seguinte ao da sua publicação, mas uma vez que a aplicação do presente diploma envolve aumento de custos, a produção dos seus efeitos é diferida, na correspondente taxa de aplicação, a 1 de Janeiro dos anos de 2017 e seguintes.