Cultivar Grandes Culturas Ano XIV Nº 155 Abril 2012 ISSN X

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3 Cultivar Grandes Culturas Ano XIV Nº 155 Abril 2012 ISSN X Destaques Nossa capa Na soja e no algodão...24 O surto de lagartas do gênero Spodoptera em duas das principais culturas agrícolas brasileiras e as alternativas para evitar prejuízos Germison Tomquelski Tecnologia preservada...10 O que fazer para que ferramentas como o controle químico e o uso de cultivares de algodão Bt não se percam por conta do uso excessivo contra os insetos Índice Manejo possível...14 Como manejar os riscos de resistência do capim-arroz, planta daninha que cresce em importância em áreas de cultivo irrigado Expediente Mais desafiadora...22 A batalha para conter a antracnose, doença cuja incidência e severidade têm se agravado nas lavouras de soja Diretas 04 Cultivo de soja RR sobre soqueiras de cana crua 08 Medidas integradas no manejo de insetos no algodão 10 Como enfrentar o campim arroz 14 Pragas iniciais em soja 17 Antracnose em soja 22 Lagartas que atacam algodão e soja 24 Informe - Novozymes 27 Fundadores: Milton Sousa Guerra e Newton Peter REDAÇÃO Editor Gilvan Dutra Quevedo Redação Carolina S. Silveira Juliana Leitzke Design Gráfico e Diagramação Cristiano Ceia Revisão Aline Partzsch de Almeida MARKETING E PUBLICIDADE Coordenação Charles Ricardo Echer Vendas Pedro Batistin Sedeli Feijó José Luis Alves CIRCULAÇÃO Coordenação Simone Lopes Assinaturas Natália Rodrigues Francine Soares Francine Martins Expedição Edson Krause GRÁFICA Kunde Indústrias Gráficas Ltda. Bicho-mineiro em café 30 Eventos - Ihara 33 Combate à brusone em trigo 34 Coluna ANPII 36 Grupo Cultivar de Publicações Ltda. CNPJ : / Insc. Est. 093/ Rua Sete de Setembro, 160, sala 702 Pelotas RS Diretor Newton Peter cultivar@grupocultivar.com Assinatura anual (11 edições*): R$ 157,90 (*10 edições mensais + 1 edição conjunta em Dez/Jan) Números atrasados: R$ 17,00 Assinatura Internacional: US$ 130,00 Euros 110,00 Nossos Telefones: (53) Geral Assinaturas: Redação: Comercial: Coluna Agronegócios 37 Mercado Agrícola 38 Por falta de espaço não publicamos as referências bibliográficas citadas pelos autores dos artigos que integram esta edição. Os interessados podem solicitá-las à redação pelo cultivar@grupocultivar.com Os artigos em Cultivar não representam nenhum consenso. Não esperamos que todos os leitores simpatizem ou concordem com o que encontrarem aqui. Muitos irão, fatalmente, discordar. Mas todos os colaboradores serão mantidos. Eles foram selecionados entre os melhores do país em cada área. Acreditamos que podemos fazer mais pelo entendimento dos assuntos quando expomos diferentes opiniões, para que o leitor julgue. Não aceitamos a responsabilidade por conceitos emitidos nos artigos. Aceitamos, apenas, a responsabilidade por ter dado aos autores a oportunidade de divulgar seus conhecimentos e expressar suas opiniões.

4 Diretas Variedades A Brasmax lançou na Expodireto as variedades de soja Veloz, Alvo e Tornado. Veloz é superprecoce, indicada para ambiente de alta tecnologia (exigência em solo) com genética de alto rendimento. Possui pacote sanitário com RPS 1K (com tolerância para a maioria das raças de fitóftoras) destinada para regiões frias e altas. A Alvo possui características de superprecocidade, conta com o gene RPS 1K e é indicada para regiões altas e frias. Já a cultivar Tornado tem como característica precocidade e grupo de maturação com elevado potencial produtivo. Híbridos Presente na Expodireto Cotrijal com todos os representantes comerciais do Rio Grande do Sul e oeste de Santa Catarina, coordenadores técnicos regionais e gerentes comerciais da região sul, a Biogene apresentou a sua linha de híbridos direcionada para o mercado do Sul, como o BG7049 e BG7049H, BG7051H, BG7060, BG7060H e BG7060HR. Tecnologia A Pioneer apresentou na Expodireto Cotrijal a tecnologia Optimum Intrasect obtida pela combinação de duas diferentes proteínas Bt: a Cry1F e a Cry1Ab. Segundo Antonio Franciscon, gerente regional de Negócios da empresa, a ferramenta oferece excelente controle de pragas principais como a lagartado-cartucho (Spodoptera frugiperda), a broca da cana-de-açúcar (Diatraea saccharalis), elasmo (Elasmopalpus lignosellus), lagartadas-espigas (Helicoverpa zea) e lagarta-rosca (Agrotis ipsilon), e ainda atua no combate de pragas secundárias como a lagarta-dasvagens (Spodoptera eridania) e a lagarta-dotrigo (Pseudaletia sequax). Antonio Franciscon Na armazenagem A Bequisa apresentou na Expodireto sua linha de inseticidas fumigantes para grãos armazenados com destaque para o Gastoxin B 57 indicado para as culturas de amendoim, arroz, cacau, café, cevada, farelo de soja, farinha, feijão, fumo, milho, soja, sorgo, trigo e algodão. À base de fosfeto de alumínio o produto age contra pragas-alvo como cupins, besouros, bicho-do-fumo, bicudo, caruncho, caruncho-dos-cereais, gorgulho, lagarta-rosada, traça do fumo, traça-da-farinha, traça-do-cacau, traça-dos-cereais e traça-indiana-da-farinha. Portfólio A Dupont focou na Expodireto o fungicida Aproach Prima, para culturas de arroz, algodão, café, trigo, milho e cana-de-açúcar, e os inseticidas Altacor, que acaba de obter registro para o controle da lagarta panícula em arroz, e Premio, que atua de forma seletiva em relação a inimigos naturais. Os três agroquímicos compõem o portfólio-estrela da empresa. Presença A DonMário Sementes participou da 13ª edição da Expodireto Cotrijal. Francisco Crespo, da área de Marketing, explicou que a meta da empresa é proporcionar mais renda aos agricultores e auxiliá-los a ultrapassar os limites de rendimento na cultura da soja. Trabalhamos com base na genética, manejo e qualidade, destacou. Soluções A Dow AgroSciences apresentou na Expodireto seu portfólio completo de sementes de soja, milho, sorgo e a nova plataforma Convert de forrageiras, além da linha de agroquímicos para essas culturas. A empresa realizou demonstrações com o Simulador de Deriva, desenvolvido em parceria com a Universidade Estadual Paulista, de Botucatu. O aparelho permite simular, na prática, a influência da velocidade do vento, da pressão aferida e de diferentes tipos de pulverizações na deriva de defensivos químicos. 04 Abril

5 Produtos Durante a Expodireto Cotrijal, no município de Não-Me-Toque, no Rio Grande do Sul, a FMC apresentou o inseticida Rocks, para tratamento de sementes em soja e milho, e o fungicida Locker, desenvolvido para o controle das principais doenças da soja. Tratamento industrial Durante a Expodireto 2012 a Syngenta destacou as vantagens do tratamento industrial de sementes. De acordo com João Carlos Nunes, gerente do Seed Care Instituto, a semente é o insumo mais importante e também mais vulnerável na escala de produção agrícola. Tratar as sementes com fungicidas, inseticidas, nematicidas e bioativadores é um investimento para reduzir riscos, frisou. Pesquisadores Para melhor atender aos profissionais que estiverem na Expodireto a FMC levou à feira dois especialistas em manejo de pragas e doenças nas lavouras. Mauro Braga abordou o cenário de mudanças no tratamento de semente e manejo de lagartas. Carlos Alberto Forcelini debateu o manejo de doenças na cultura da soja. Interação Marcella Manhães, coordenadora de Promoção, Propaganda e Marketing da Syngenta, esteve pela primeira vez na Expodireto. Destacou a qualidade do público participante e a oportunidade para a empresa compartilhar seu conhecimento com os clientes, produtores rurais, pesquisadores, estudantes e todos os visitantes interessados nas áreas de proteção de cultivos, sementes e biotecnologia vegetal, desenvolvidos pela marca. Marcella Manhães Visita Durante a Expodireto a equipe Syngenta, liderada por Pedro Sasso, gerente comercial da Distribuição Sul, recebeu a visita de Alexandre Mendonça de Barros, consultor da MB Agro e da Ruralcon Consultoria em Gestão Agropecuária. Mauro Braga Carlos Alberto Forcelini Destaques A Basf, uma das empresas patrocinadoras da Expodireto 2012, apresentou suas soluções para os produtores gaúchos. Entre os destaques estiveram o Digilab 2.0, o fungicida Abacus HC e o Sistema AgCelence Soja Produtividade Top. Gerhard Shultz Panorama Pela primeira vez na Expodireto Cotrijal o presidente da Produquímica, Gerhard Shultz, falou do crescimento da empresa e dos desafios para os próximos anos. O executivo anunciou investimentos de R$ 40 milhões na fábrica em que é produzido o Sulfogran, principal defensivo da empresa. Com 40 patentes e mais de 200 produtos registrados, a marca cresceu 30% em 2012 e no primeiro bimestre deste ano apresentou acréscimo de 24% em relação a Abril

6 Gaúchas A Syngenta lançou duas novas variedades de soja na Expodireto A SYN 1161RR e a SYN 1163RR são variedades específicas para o Rio Grande do Sul. Queremos promover um contato direto com os agricultores, ampliando nossos laços de aproximação e conhecimento de suas necessidades, explica Laercio Luiz Hoffmann, engenheiro de desenvolvimento técnico de mercado. Felipe Fett Laercio Luiz Haffmann, Felipe Fett e Milton Facco Aproximação Conforme o gerente de Marketing Crop Protection, Felipe Fett, a Syngenta tem o desafio constante de pensar como o produtor, avaliando a necessidade de manejo ideal para cada cultura. Com esta filosofia, a empresa oferece um portfólio completo para a cultura de soja, com produtos que abrangem desde a fase inicial até o controle de doenças e pragas de final de ciclo. Para esta safra, com o reposicionamento de algumas tecnologias, os principais produtos indicados são: Cruiser 250, Score, Ampligo, Curyon, Engeo Pleno e Gramocil. Soja na Várzea Um dos focos da Syngenta na Expodireto 2012 foi o programa Soja na Várzea, que busca a adaptação de todo o portfólio da empresa para a produção de soja em áreas antes cultivadas apenas com arroz. De acordo com Felipe Fett, esta opção, além de ser uma alternativa econômica para o produtor, é também uma ferramenta para o combate do arroz-vermelho e outras pragas da cultura do arroz. Laboratório Uma parceria entre a Syngenta e a Universidade de Passo Fundo proporcionou aos produtores que visitaram o estande da empresa a oportunidade de conhecer pragas e doenças bem de perto. Um laboratório completo foi instalado para que os produtores pudessem identificar e conhecer pragas e doenças como tripes, ácaros, percevejos e lagartas, explicou Milton Facco, gerente de Desenvolvimento Técnico de Mercado da Syngenta. Milton Facco Rodolpho Leal Intacta RR2 Pro A Monsanto apresentou durante a Expodireto a soja transgênica Intacta RR2 Pro. Segundo Everton Wojahn, RTV Soja para o Rio Grande do Sul e Santa Catarina, esta tecnologia alia proteção às principais lagartas que atacam a cultura, tolerância ao glifosato e potencial de aumento de produtividade. A Intacta RR2 Pro já está liberada para o plantio, mas a Monsanto lançará a tecnologia somente após a aprovação por parte dos países importadores de soja do Brasil. Fox no Sul A Bayer CropScience aproveitou a Expodireto para anunciar o lançamento do fungicida Fox para a região Sul do Brasil. De acordo com Rodolpho Leal, gerente de Marketing na Regional Sul, o produto está mostrando rendimento superior em parcelas realizadas em todos os estados da região Sul. Nos próximos meses, cidades gaúchas, catarinenses e paranaenses receberão eventos de lançamento do produto. Apresentação Fox Com uma palestra lúdica e bem-humorada, a Bayer CropScience apresentou as indicações e benefícios do novo fungicida Fox, produto à base da nova classe química Triazolinthione, indicado para o controle de oídio, antracnose, mancha-alvo e ferrugem asiática. Tratamento de Sementes Um dos destaques da Bayer CropScience na Expodireto foi o Tratamento Industrial de Sementes, disponível em uma estrutura que conta com quatro pilares: portfólio de produtos, tecnologias aplicadas às sementes, suporte técnico e de serviços e expertise em equipamentos para tratamento de sementes. Uma equipe completa, composta por RTVs, gerentes e coordenadores, recebeu os visitantes durante o evento. Everton Wojahn 06 Abril

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8 Cana-de-açúcar Fotos Everton Finoto Sucessão compatível O cultivo da soja RR sobre soqueiras de cana crua, com aplicação posterior do herbicida dessecante, surge como alternativa vantajosa do ponto de vista econômico e ambiental, desde que não se associe manejo mecânico. Contudo, para se obter sucesso com essa prática, é preciso atenção a fatores como características dos genótipos das duas culturas, tipo de solo e qualidade das semeadoras Na região Centro-Sul do Brasil, a área cultivada com cana-deaçúcar quase duplicou nos últimos quatro anos, passando de 3,87 milhões de hectares em 2006 para os atuais 6,7 milhões de hectares, os quais estão concentrados especialmente no estado de São Paulo com aproximadamente 5,4 milhões de ha. Na última safra paulista, a colheita mecanizada da cana sem queima prévia (cana crua) já representou 49,1% da área colhida, aproximadamente 1,92 milhão de hectares (Canasat, 2010). Acordo entre o setor sucroenergético e o governo paulista estabelece que a partir de 2014, todos os canaviais com declividade menor que 12% deverão ser colhidos sem queima. Neste sistema de colheita, a quantidade de resíduos depositados sobre a superfície do solo, em média 15t.ha -1 de matéria seca, dificulta as operações agrícolas, em especial o preparo do solo por ocasião da renovação dos canavias, podendo aumentar o custo de produção em até 30% (Conde & Donzelli, 1997). Além disso, existem implicações ambientais, tais como aumento da erosão do solo devido à maior distância entre terraços empregada neste sistema, maior emissão de gases do efeito estufa (Bolonhezi et al, 2007, 2010). Uma alternativa para minimizar este impacto ambiental é a adoção dos princípios da agricultura conservacionista, ou seja, manutenção de resíduos, mínimo revolvimento do solo e emprego da rotação de culturas, Soja cultivada sobre soqueira de cana crua que são o alicerce do plantio direto. Há mais de 12 anos, produtores da região nordeste do estado de São Paulo vêm praticando o plantio direto de soja sobre palhiço de cana crua, com resultados favoráveis que apresentam lastro técnico científico. Além dos clássicos benefícios que a soja proporciona para a canade-açúcar, como fornecimento de nitrogênio, diminuição da população de nematoides e aumento na produtividade (Mascarenhas et al, 1994), o cultivo desta leguminosa em sucessão ou rotação, contribui para amortizar em cerca de 40% o custo de implantação dos canaviais. Deve-se também considerar, que com atual importância do biodiesel e falta de matéria-prima, o período de reforma do canavial se configura em excelente oportunidade de produção desta matéria-prima. Embora o sistema já esteja consolidado, principalmente quanto aos aspectos relacionados às semeadoras e características das variedades, o plantio direto de soja é viavél em talhões de cana-deaçúcar colhidos na metade da safra, pois assim pode-se esperar a rebrota da soqueira em altura suficiente para destruição química, estágio que demora em média dias (Bolonhezi et al, 2000; 2006). Por outro lado, a tecnologia da soja RR pode permitir a adoção do plantio direto em canaviais colhidos em final de safra e optar pela destruição da soqueira ao longo do cilo da soja, com aplicações sequenciais. Contudo, existem dúvidas sobre o efeito negativo deste manejo sobre a produtividade de grãos. Neste contexto, durante a safra 2010/2011 instalou-se um experimento em área de renovação de canavial pertencente à Usina Colombo, no município de Pindorama (SP), objetivando-se avaliar as características produtivas da soja semeada como cultura de sucessão sob diferentes regimes de manejo da soqueira de cana crua em solo classificado como Argissolo Vermelho-Amarelo eutrofér- Semeadura da soja antes da dessecação das soqueiras de cana crua 08 Abril

9 Vista panorâmica do ensaio, com diferentes tipos de manejo em canteiros, no município de Pindorama, São Paulo rico, o talhão reformado apresentava histórico de cinco cortes mecanizados sem queima prévia. O delineamento utilizado foi em blocos ao acaso com quatro repetições e dez tratamentos, (Quadro 1). A cana-de-açúcar foi colhida em setembro de 2010, em seguida, demarcaram-se as parcelas experimentais com dimensões 30x20m (600m²), e a aplicação do herbicida glifosato na dose de 6L.ha - ¹ para fins de dessecação da soqueira de cana-de-açúcar foi feita de acordo com o manejo indicado nos tratamentos testados. O glifosato foi aplicado utilizando pulverizador tratorizado com volume de calda de 300L.ha - ¹. Foram monitoradas a umidade relativa do ar e a velocidade do vento para se constatar condições favoráveis antes do início de cada aplicação. A soja, variedade BRS 242RR, ciclo precoce, foi semeada no dia 15/11/2011 utilizandose plantadeira própria para plantio direto, com espaçamento de 45cm entre linhas. O manejo da soja durante todo o ciclo ocorreu conforme as recomendações adequadas para a cultura. Aos 130 dias após o plantio, por ocasião do fim de seu ciclo e da maturação adequada dos grãos, foram recolhidas duas amostras de duas linhas de 5m em cada parcela para avaliação de características produtivas. Contou-se o número de plantas para determinar o estande final e, em seguida, utilizando-se balança de precisão, determinaram-se a massa total e a massa de grãos após passar as amostras por uma trilhadeira de parcelas. A partir da relação entre a massa de grãos e a massa total calculou-se o índice de colheita. Os dados foram testados para normalidade pelo teste de Shapiro-Wilk e não sofreram transformações e as médias dos tratamentos foram comparadas pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade de erro. Verifica-se na Tabela 1 que o tratamento plantio direto com dessecação antecipada, no mesmo dia ou após, desde que sem associação com manejo mecânico (roçagem) conferiu produtividades de grãos significativamente maiores que no sistema convencional de preparo de solo. Este resultado pode ser explicado, parcialmente, pela redução no número de plantas. Convém salientar, que o tratamento plantio direto com dessecação no mesmo dia da semeadura, conferiu diminuição no "stand" final de plantas, porém, não refletiu em queda na produtividade. Com relação ao acúmulo da biomassa total da parte aérea, não foi verificado efeito expressivo da época e forma de manejo. No entanto, o índice de colheita, parece explicar melhor a variação de produtividade. Convém salientar que o plantio direto de soja, no método de manejo já consagrado (dessecação prévia à semeadura), conferiu aumentos de 911kg.ha -1 na produtividade de grãos em comparação ao preparo de solo convencional. Este resultado vem ratificar, mais uma vez, o potencial desta prática, concordando com pesquisas realizadas tanto com soja convencional (Bolonhezi et al, 2000, 2006) quanto soja transgênica (Bolonhezi et al, 2008 e Finoto et al, 2010 a, b). Com base nos resultados prelimares apresentados, pode-se concluir que é viável semear diretamente soja RR sobre soqueira de cana crua e deixar para aplicar o herbicida dessecante após, sem quedas significativas na produtividade, desde que não se associe manejo mecânico. O sucesso desta prática poderá depender de diversos fatores, tais como características dos gentótipos de cana e soja, do tipo de solo e qualidade da semeadora. A economia de tempo na instalação da lavoura da soja poderá permitir o cultivo de genótipos de ciclo mais longo, porém, mais produtivas, C sem atrasar o plantio do novo canavial. Everton Finoto e Denizart Bolonhezi, Apta/SP Tabela 1 - Avaliação dos fatores número de plantas por parcela, massa seca total (kg por parcela), produtividade grãos (kg.ha -1 ) e índice de colheita (%) de plantas de soja submetidas a plantios convencionas e plantio direto sob diferentes regimes de manejo da soqueira de cana-de-açúcar. Pindorama, safra 2010/11 Tratamento F DMS CV (%) Número Plantas 65,83 c 125,50 a 128,50 a 128,18 a 95,35 b 120,75 a 120,15 a 121,50 a 119,38 a 127,98 a 25,9067 ** 19,026 6,7762 Massa Total 3,23 abc 3,30 ab 2,74 c 3,04 bc 3,57 a 3,62 a 3,22 abc 3,26 ab 2,93 bc 3,30 ab 6,4088 ** 0,517 6,5968 Quadro 1 - Tratamentos relativos aos diferentes manejos de solo e erradicação da soqueira da cana-de-açúcar Tratamento Manejo (ano 2010) Preparo Convencional (arado de aivecas e grade niveladora) Dessecação 13/10, Plantio Direto Dessecação 25/10, Plantio Direto Dessecação 04/11, Plantio Direto Plantio Direto, dessecação 15/11 Plantio Direto, dessecação 01/12 Roçagem 05/11, Plantio Direto e dessecação 01/12 Plantio Direto, dessecação 10/12 Roçagem 05/11, Plantio Direto e dessecação 10/12 Roçagem 15/11, Plantio Direto e dessecação 10/12 Produtividade 2622 c 3533 a 2778 bc 2911 bc 3244 ab 3244 ab 3133 abc 3178 ab 2822 bc 3000 bc 6,4041 ** 518 6,9948 Índice de Colheita 38,02 d 48,09 a 45,90 ab 43,13 abcd 40,85 bcd 40,30 cd 43,94 abc 43,85 abc 43,19 abcd 40,84 bcd 6,4662 ** 0, , Médias seguidas pela mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. ** Significativo a 1% de probabilidade. Abril

10 Algodão Charles Echer Tecnologia preservada O uso abusivo e indiscriminado de inseticidas e a falta de critérios na adoção do algodão Bt têm aumentado a pressão exercida por insetos e os problemas de resistência de pragas, o que coloca em risco duas das principais ferramentas de controle. Medidas integradas, adotadas em conjunto, são o caminho para que o produtor possa continuar a contar com essas estratégias de manejo a longo prazo O algodoeiro é conhecido mundialmente devido aos severos ataques que sofre de insetospraga. Nessa cultura, o controle de pragas tem sido realizado basicamente por meio da aplicação de inseticidas. O início das liberações comerciais de eventos de algodão geneticamente modificado que expressa proteína(s) inseticida(s) de Bacillus thuringiensis (Bt) ocorreu a partir de 2005 nas condições brasileiras. Atualmente, o controle químico e o algodão Bt são os principais métodos de controle de insetos-praga nessa cultura. A grande ameaça para a sustentabilidade dessas ferramentas de controle é a perda dessas tecnologias devido à resistência de pragas. A frequência de resistência aumenta em uma população de praga em resposta à pressão de seleção exercida pelo uso indiscriminado de determinado inseticida ou algodão Bt. A evolução da resistência consiste na seleção de insetos resistentes e no aumento da proporção destes insetos na população da praga e, portanto, no comprometimento da eficiência das tecnologias para o manejo de pragas. Nesse contexto, a resistência de insetos é uma séria ameaça para a manutenção das práticas de Manejo Integrado de Pragas (MIP) na cultura do algodão no Brasil. Dentre as consequências da resistência de insetos estão a aplicação mais frequente de inseticidas, o aumento na dose ou substituição por outro inseticida, geralmente de maior toxicidade, e a perda ou comprometimento de tecnologias como a do algodão Bt. Estes fatores comprometem o MIP em vista da maior contaminação do meio ambiente com inseticidas, eliminação de inimigos naturais e elevação nos custos do controle da praga. Portanto, as estratégias de Manejo da Resistência de Insetos (MRI) a inseticidas e eventos de algodão Bt devem ser consideradas como partes integrantes do MIP e ser utilizadas com o objetivo de reduzir a chance de perda das ferramentas de controle devido à resistência. Como manejar a resistência Na cultura do algodão o uso intensivo de inseticidas no controle de pragas pode promover o desenvolvimento de resistência de insetos, caso estratégias de MRI não sejam implementadas. As estratégias de MRI devem ser preventivas, ou seja, no início do processo de desenvolvimento da resistência, e não após a constatação de falhas no controle de uma praga com o uso de um inseticida. Nesse sentido, para reduzir a pressão de seleção sobre as populações de insetos-praga e, consequentemente, o potencial para o desenvolvimento da resistência, alguns procedimentos podem ser adotados: Monitoramento das pragas Monitorar a cultura regularmente para identificar a presença de insetos-praga e inimigos naturais, estimando a população de insetos e acompanhando o estágio de desenvolvimento das pragas. Os inseticidas só devem ser usados quando a densidade populacional das pragas alcançar o nível de ação ou de controle. Rotação de inseticidas com diferentes mecanismos de ação Usar inseticidas recomendados para a cultura do algodão, seguindo as recomendações de dose contidas no rótulo ou bula para a rotação de inseticidas com diferentes mecanismos de ação para reduzir a pressão de seleção para um determinado grupo químico de inseticidas (Quadro 1). Não reduzir ou aumentar as doses recomendadas pelo fabricante, pois isso pode acelerar o desenvolvimento 10 Abril

11 Figura 1 - Representação esquemática da área de refúgio para o Manejo da Resistência de Insetos ao algodão Bt (Adaptado de Plante Refúgio - Adultos suscetíveis Adultos resistentes da resistência. Uso de inseticidas seletivos - A preservação dos inimigos naturais (parasitoides e predadores) pode manter as populações de insetos-praga abaixo do nível que causaria perdas econômicas, reduzindo assim a necessidade de aplicação de inseticidas e, consequentemente, a pressão de seleção sobre as populações de insetos-praga. Verificação dos equipamentos de aplicação - Calibrar os equipamentos para obter uma aplicação de boa qualidade, usar a pressão e os volumes recomendados. Sem dúvida, os fracassos no controle de pragas muitas vezes estão associados à calibragem deficiente dos equipamentos de pulverização e/ou aplicação em alta densidade populacional da praga, fato que compromete a eficiência dos inseticidas e pode favorecer o desenvolvimento da resistência. Manejo de resistência ao Bt Os eventos de algodão Bt se caracterizam por expressar continuamente as proteínas inseticidas em seus tecidos e, durante todo o ciclo da cultura, aumentando pressão de seleção nas populações dos insetos-pragaalvo de controle. Diante disso, a sustentabilidade dos diferentes eventos de algodão Bt (Quadro 2) para o MIP é dependente do estabelecimento de estratégias de MRI. Dentre as estratégias de MRI ao algodão Bt, as mais importantes são a estratégia de alta dose e a piramidação de genes, ambas associadas ao uso de áreas de refúgio. Fotos Oderlei Bernardi Estratégia de alta dose e refúgio O princípio da estratégia de alta dose deve garantir que a concentração de uma determinada proteína expressa na planta geneticamente modificada possibilite a mortalidade dos descendentes resultantes do cruzamento de indivíduos resistentes provenientes de algodão Bt com A) B) C) indivíduos suscetíveis provenientes da área de refúgio (Figura 1). A área de refúgio consiste no plantio de algodão não Bt com uma variedade de ciclo vegetativo similar ao da área plantada com algodão Bt, ou seja, compreende a área onde a praga não é exposta à pressão de seleção da proteína inseticida presente no campo Monitoramento da suscetibilidade das pragas-alvo de plantas Bt. Distribuição da proteína Bt incorporada em dieta artificial (A) ou aplicação da proteína Bt na superfície da dieta (B) e avaliação da sobrevivência dos insetos (C) Abril

12 Quadro 1 - Inseticidas registrados no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) para controle dos principais insetos-praga da cultura do algodão Inseto-praga Anthonomus grandis (Bicudo) Alabama argillacea (curuquerê) Heliothis virescens (lagarta das maçãs) Pectinophora gossypiella (lagarta rosada) Spodoptera frugiperda (lagarta militar) Bemisia tabaci Biótipo B (mosca branca) Aphis gossypii (pulgão) Grupo químico Organofosforados Carbamatos Piretroides/Éter difenílico Neonicotinoides Benzoilureias Ciclodienos Fenilpirazóis Organofosforados Carbamatos Piretroides Benzoilureias Diacilhidrazinas Indoxacarbe Diamidas Spinosinas Ciclodienos Organofosforados Piretroides Indoxacarbe Ciclodienos Organofosforados Carbamatos Piretroides Benzoilureias Indoxacarbe Diamidas Moduladores dos canais de sódio Neonicotinoides Buprofezina Piriproxifen Derivados do ácido tetrônico Piridina azometina Diafentiuron Organofosforados Carbamatos Piretroides Benzoilureias Neonicotinoides Ciclodienos Piridina azometina Diafentiuron Bt, em que pode sobreviver, reproduzir e acasalar-se com os indivíduos sobreviventes da área de cultivo de algodão Bt. Em outras palavras, o refúgio funciona como um reservatório de indivíduos suscetíveis. Assim, espera-se que os indivíduos da população de praga do refúgio se acasalem com qualquer indivíduo resistente que possa ter sobrevivido na área de cultivo com algodão Bt e, desse modo, mantenha a suscetibilidade das gerações futuras das pragas-alvo. Para que seja possível o acasalamento de indivíduos resistentes com suscetíveis, a distância de qualquer planta de algodão Bt a plantas de algodão da área de refúgio Mecanismo de ação Inibidor de acetilcolinesterase Modulador de canais de sódio Agonista de receptores nicotínicos da acetilcolinesterase Inibidor da formação de quitina Antagonista dos canais de cloro mediados pelo Gaba Antagonista dos canais de cloro mediados pelo Gaba Inibidor de acetilcolinesterase Modulador de canais de sódio Inibidor da formação de quitina Agonista de receptores de ecdisteroides Bloqueador de canais de sódio dependentes da voltagem Modulador de receptores de rianodina Ativador de receptores nicotínicos da acetilcolina Antagonista dos canais de cloro mediados pelo Gaba Inibidor de acetilcolinesterase Modulador de canais de sódio Bloqueador de canais de sódio dependentes da voltagem Antagonista dos canais de cloro mediados pelo Gaba Inibidor de acetilcolinesterase Modulador de canais de sódio Inibidor da formação de quitina Bloqueador de canais de sódio dependentes da voltagem Modulador de receptores de rianodina Piretroides Agonista de receptores nicotínicos da acetilcolinesterase Inibidor da formação de quitina - Hemiptera Mímico do hormônio juvenil Inibidor da Acetil CoA carboxilase Bloqueador seletivo da alimentação Inibidor da ATP sintase Inibidor de acetilcolinesterase Modulador de canais de sódio Inibidor da formação de quitina Agonista de receptores nicotínicos da acetilcolinesterase Antagonista dos canais de cloro mediados pelo GABA Bloqueador seletivo da alimentação Inibidor da ATP sintase Evento Bollgard Widestrike Bollgard II TwinLink Ingrediente ativo Parationa-metílica, Malationa, Fenitrotiona, Metidationa Carbosulfano, Metomil Beta-cipermetrina, Lambda-cialotrina, Cipermetrina, Zeta-cipermetrina, Alfa-Cipermetrina, Bifentrina, Deltametrina, Beta-Ciflutrina, Gama-Cialotrina Esfenvalerato, Fenpropatrina, Etofenproxi Tiametoxam Triflumurom, Lufenurom, Diflubenzurom, Novalurom, Teflubenzurom, Clorfluazurom Endossulfam Fipronil Acefato, Clorpirifós, Triazofós Parationa-metílica, Profenofós, Metamidofós, Malationa, Fenitrotiona, Profenofós Metomil, Tiodicarbe Beta-cipermetrina, Bifentrina, Permetrina, Lambda-cialotrina, Cipermetrina, Deltametrina, Zeta-cipermetrina, Alfa-Cipermetrina, Esfenvalerato, Fenpropatrina Triflumurom, Lufenurom, Diflubenzurom, Novalurom, Teflubenzurom, Clorfluazurom Metoxifenozida, Tebufenozida, Cromafenozida Indoxacarbe Flubendiamida, Chlorantraniliprole Espinosade Endossulfam Clorpirifós Beta-cipermetrina, Lambda-cialotrina, Cipermetrina, Deltametrina, Esfenvalerato, Fenpropatrina, Zeta-cipermetrina, Fluvalinato Indoxacarbe Endossulfam Acefato, Clorpirifós Tiodicarbe Zeta-cipermetrina, Bifentrina Triflumurom, Lufenurom, Diflubenzurom, Novalurom Indoxacarbe Flubendiamida, Chlorantraniliprole Bifentrina, Deltametrina Tiametoxam, Tiacloprido, Imidacloprido Buprofezina Piriproxifem Espiromesifeno Pimetrozina Diafentiurom Acefato, Clorpirifós, Triazofós Parationa-metílica, Metamidofós, Malationa, Fenitrotiona, Metidationa, Carbofurano, Carbosulfano, Benfuracarbe, Metomil Beta-cipermetrina, Zeta-cipermetrina, Deltametrina, Permetrina, Cipermetrina, Triflumurom, Lufenurom, Diflubenzurom, Novalurom, Teflubenzurom, Clorfluazurom Tiametoxam, Tiacloprido, Imidacloprido, Flonicamida, Acetamiprido, Clotianidina Endossulfam Pimetrozina Diafentiurom Quadro 2 - Eventos de algodão Bt liberados para cultivo no Brasil (Fonte: CTNBio, 2011) Proteína inseticida Cry1Ac Cry1Ac + Cry1F Cry1Ac + Cry2Ab2 Cry1Ab + Cry2Ae deverá ser obedecida. Recomendações para área de refúgio O tamanho do refúgio deve ser representado por uma porcentagem da área total do produto comercial de algodão Bt plantado em uma propriedade rural, de acordo com o recomendado pela empresa Praga-alvo A. argillacea, P. gossypiella e H. virescens H. virescens, S. frugiperda, A. argillacea, P. gossypiella e P. includens A. argillacea, H. virescens, P. gossypiella, S. frugiperda e P. includens A. argillacea, H. virescens, P. gossypiella, S. frugiperda e P. includens Tamanho da área de refúgio 20% 5% 5% 5% registrante (Quadro 2). - Recomenda-se que o refúgio seja plantado com uma variedade de ciclo vegetativo similar e concomitantemente ao algodão Bt. O refúgio deve ser formado por um bloco de algodão não Bt, sendo que a distância máxima entre qualquer planta de 12 Abril

13 Fotos Oderlei Bernardi A) B) C) Figura 2 - Representação esquemática dos sistemas de plantio de algodão, soja e milho no estado de Mato Grosso Aplicação do inseticida na superfície da dieta artificial (A), aplicação tópica no pronoto da lagarta (B) e avaliação da sobrevivência dos insetos (C) algodão Bt e uma planta da área de refúgio deve ser de, no máximo, 800 metros; O refúgio deve ser semeado na mesma propriedade do cultivo do algodão Bt e manejado pelo mesmo agricultor. Se a população da praga atingir o nível de dano econômico na área de refúgio, o controle poderá ser realizado com inseticidas que não sejam formulados à base de Bt. Não deve ser realizada a mistura de sementes de algodão não Bt com algodão Bt. Piramidação de genes O primeiro evento de algodão Bt (Bollgard) se caracterizou por expressar uma única proteína inseticida (Cry1Ac). No entanto, os eventos subsequentes se caracterizam por expressar duas proteínas inseticidas e, por isso, denominado de algodão Bt piramidado (Bollgard II, Widestrike e TwinLink) (Quadro 2). As variedades de algodão Bt piramidado, além de controlar mais eficientemente todo o complexo de pragas, torna possível a implementação de uma estratégia mais efetiva de MRI, pois a frequência de insetos resistentes para as duas proteínas inseticidas é extremamente baixa. Desse modo, uma das proteínas inseticidas irá controlar os insetos-praga resistentes à outra proteína inseticida e vice-versa. Entretanto, para que uma planta de algodão Bt seja considerada piramidada, as combinações de proteínas inseticidas expressas devem ocasionar mortalidade da mesma praga-alvo. Apesar do algodão Bollgard II ou algodão Widestrike expressarem duas proteínas distintas, apenas uma proteína tem atividade para a lagarta militar (Spodoptera frugiperda), pois é sabido que proteína Cry1Ac não é tóxica para esta espécie. No entanto, ambas as proteínas são tóxicas para a lagarta das maçãs (Heliothis virescens). Nesse caso, esses eventos não podem ser considerados piramidados para a lagarta militar, pois apenas uma das proteínas é ativa para S. frugiperda. De modo semelhante à estratégia de alta dose, o estabelecimento de áreas de refúgio para o algodão que expressa duas proteínas inseticidas de Bt é igualmente importante, adotar as áreas de refúgio para evitar ou retardar o desenvolvimento da resistência em populações das pragas-alvo de controle para garantir a sustentabilidade dessa tática de controle para o MIP na cultura do algodão. Necessidade de planejar Para a implementação efetiva de estratégias de manejo da resistência (MRI), há necessidade de planejamento do sistema de produção de cultivos em uma determinada região (Figura 2). A tecnologia de algodão Bt é mais uma ferramenta que deve ser integrada em programas de Manejo Integrado de Pragas. O manejo de algumas pragas na cultura do algodão pode ser influenciado pelo manejo de pragas em outras culturas e vice-versa, bem como nas práticas adotadas no período de entressafra. Por exemplo, S. frugiperda é uma das importantes pragas das culturas do milho e de soja, assim como do milheto. O problema de percevejos no algodão pode ser explicado pelo manejo inadequado dessas pragas na cultura da soja. Outras espécies de Lepidoptera, tais como Spodoptera eridania, S. cosmioides e Pseudoplusia includens ocorrem tanto na cultura do algodão como na de soja. Com o advento da tecnologia Bt nas culturas de milho e de soja, há necessidade de planejamento dessas culturas para o manejo da resistência de pragas a algodão Bt. A pressão de seleção exercida com inseticidas ou proteínas Bt em outras culturas pode afetar o manejo da resistência de pragas na cultura do algodão. Devido ao controle da maioria das lagartas em cultivos Bt, possivelmente o problema com insetos sugadores, tais como pulgões e moscabranca, tenderá a aumentar nos próximos anos. Portanto, a rotação de inseticidas com diferentes mecanismos de ação para o controle dessas pragas (Quadro 1) será de fundamental importância para evitar ou retardar o problema da resistência em condições de campo. Devido à alta mobilidade de algumas pragas, as estratégias de MRI devem ser implementadas no âmbito regional. O trabalho cooperativo envolvendo universidades e institutos de pesquisa, empresas químicas e de biotecnologia, cotonicultores e extensionistas, e órgãos de regulamentação é de fundamental importância. Esforços na implementação de estratégias de MRI por parte das empresas têm sido realizados pelo Comitê Brasileiro de Ação a Resistência a Inseticidas (Irac-BR). C Oderlei Bernardi e Celso Omoto, Esalq/USP

14 Arroz Fotos Augusto Kalsing Manejo possível O capim-arroz é uma das principais plantas daninhas da cultura do arroz irrigado na região Sul do Brasil e a ocorrência de biótipos resistentes a herbicidas tem dificultado seu controle nas lavouras. Ainda restam algumas alternativas de defensivos que podem ser usados no controle da infestante, mas a durabilidade dessas ferramentas dependerá de ações precisas e da associação com outras práticas de manejo O capim-arroz (Echinochloa sp.) ocorre com grande frequência e distribuição nas regiões produtoras de arroz irrigado, sendo uma das principais plantas daninhas infestantes desta cultura no Brasil e no mundo. A sua interferência negativa à cultura é decorrente da elevada adaptação ao ambiente hidromórfico, da capacidade de competição por recursos do meio e da produção de sementes (Agostinetto et al, 2007). Em condições de cultivo de arroz irrigado na região Sul do Brasil, estimam-se perdas de 5% a 22% do potencial de rendimento da cultura para cada planta de capim-arroz por m 2 (Galon et al, 2007). Por essa razão, é necessário utilizar programas de manejo eficazes e sustentáveis desta e de outras plantas daninhas para se atingir elevados patamares produtivos na lavoura de arroz. Na safra 2010/11, cerca de 60% das áreas orizícolas do Estado do Rio Grande do Sul cultivaram arroz Clearfield, o que representa a maior área agrícola do mundo com o emprego desta tecnologia (Irga, 2011). Esta necessidade advém da elevada infestação destas lavouras com arroz vermelho (Oryza sativa), uma vez que a tecnologia permite controlá-lo de forma eficaz e seletiva ao arroz cultivado. Porém, as aplicações de um ou mais herbicidas com o mesmo mecanismo de ação por várias safras têm contribuído para o surgimento de biótipos de plantas daninhas resistentes aos herbicidas. Nos últimos anos, estudos demonstram a ocorrência de biótipos de capim-arroz com resistência aos herbicidas imidazolinonas em áreas dessa cultura (Merotto et al, 2009; Mariot et al, 2010). Quando surgem biótipos de plantas daninhas resistentes a herbicidas em uma cultura, tem-se a necessidade iminente de desenvolver pesquisas que subsidiem mudanças nas práticas de manejo utilizadas. No caso do capim-arroz, o conhecimento de alternativas de controle químico apresenta grande importância para que os orizicultores restabeleçam o controle eficaz dos biótipos resistentes. Neste caso, diversas pesquisas têm sido realizadas para subsidiar ações de manejo de biótipos de capim-arroz resistentes a herbicidas, assim como para prevenir a ocorrência de novos casos. Estas pesquisas demonstram a necessidade de realização de práticas de manejo específicas para estas áreas, objetivando-se a diminuição de quaisquer fatores que contribuam para a evolução da resistência. Controle químico Nas safras 09/10, 10/11 e 11/12, quatro experimentos foram realizados para avaliar a ocorrência de biótipos de capim-arroz resistentes a herbicidas e alternativas de produtos para o seu controle químico. Em dois desses experimentos, sementes de escapes de plantas desta espécie daninha, oriundas de áreas de arroz Clearfield, foram coletadas para confirmar a resistência aos herbicidas imidazolinonas. Os procedimentos foram realizados com base nos métodos descritos em Sosbai (2010) e Heap (2011), com o intuito de padronizar a condução dos ensaios e os resultados obtidos. Nos demais experimentos foram testados tratamentos herbicidas aplicados em pré e pósemergência da cultura do arroz irrigado para controlar biótipos de capim-arroz resistentes a imidazolinonas. Os biótipos de capim-arroz com suspeita de resistência a herbicidas em áreas orizícolas apresentaram resposta diferenciada à aplicação da mistura formulada pelos herbicidas imazethapyr+imazapic (90+30g/ha). Na safra 09/10, cerca de 25% dos biótipos apresentaram uma ou mais plantas sobreviventes Figura 1 - Biótipos de capim-arroz suscetível e resistente aos herbicidas imidazolinonas 14 Abril

15 ao produto, o que permitiu que fossem classificadas como supostamente resistentes a imidazolinonas. Na safra 10/11, este valor foi superior a 75%, o que demonstra que houve elevado surgimento de casos de resistência a herbicidas, quando comparados à safra anterior (Tabela 1). Vale destacar que nesta última safra encontraram-se biótipos de capim-arroz resistentes a imidazolinonas em lavouras localizadas nas seis regiões orizícolas do Rio Grande do Sul (Figura 1). O controle dos biótipos de capim-arroz resistentes a imidazolinonas variou de acordo com o tratamento herbicida testado. Em um experimento, profoxydim e cyalofop-butyl foram os únicos herbicidas que controlaram eficazmente 13 biótipos resistentes, podendo ser utilizados no manejo nestas situações (Tabela 2). Em outro experimento, com apenas um biótipo resistente, a maior eficácia de controle ocorreu com profoxydim, cyalofopbutyl, quinclorac e clomazone, em relação aos demais (Tabela 3). Em ambos os experimentos, verifica-se que os herbicidas penoxsulam, bispyribac-na e pyrazosulfuron-ethyl não proporcionaram controle satisfatório na maioria dos biótipos avaliados. As associações de herbicidas geralmente não apresentaram acréscimo no nível de controle, sendo menos eficientes do que a aplicação dos produtos de forma isolada (Tabela 3). Os resultados obtidos mostram que a busca por produtos alternativos aos herbicidas inibidores da enzima acetolactato sintase (ALS) é indispensável para controle eficaz dos biótipos resistentes a imidazolinonas. De fato, a maioria dos biótipos avaliados apresentou resistência cruzada para todos os herbicidas deste mecanismo de ação, tendo a capacidade de sobreviver à sua exposição. Deste modo, a rotação de herbicidas contendo auxinas (quinclorac), inibidores de carotenos (clomazone), da divisão celular (pendimethalin), da enzima ACCase (profoxydim e cyhalofop) e da fotossíntese (propanil) é alternativa para eliminar os biótipos resistentes a imidazolinonas. Esta estratégia de manejo permite conciliar controle satisfatório e prevenção da resistência do capim-arroz, desde que as Figura 2 - Associando oportunidades no manejo de capim-arroz e prevenção da resistência demais práticas de manejo sejam realizadas pelos agricultores. Associando oportunidades Uma das principais reflexões atuais acerca das práticas empregadas para o manejo de infestantes na cultura do arroz irrigado no Sul do Brasil é o aparecimento de novos casos de biótipos resistentes a herbicidas. Dentre estes casos, aqueles que envolvem biótipos de capim

16 arroz preocupam produtores, técnicos e pesquisadores por apresentar resistência cruzada e múltipla a herbicidas (Tabelas 2 e 3). Hipotetiza-se que o processo de metabolização é o mecanismo de resistência destes biótipos, o que pode originar problemas ainda maiores, uma vez que as plantas têm a capacidade de detoxificar e resistir a herbicidas pertencentes a diferentes mecanismos de ação (Merotto Jr., 2010). Neste cenário, em que há perspectiva de incremento dos casos de resistência de capim-arroz nas próximas safras, é preciso combinar diferentes herbicidas e práticas agrícolas no manejo da espécie. A formulação das estratégias eficazes e sustentáveis de manejo deve ser composta por ações obrigatórias e ações complementares, de acordo com as características de cada área cultivada (Figura 2). Com as ações obrigatórias objetiva-se manter a lavoura de arroz livre da presença destas espécies, desde a emergência das plântulas até o início do período crítico de competição (estádio V3). As ações complementares são práticas de manejo que objetivam otimizar os efeitos obtidos com as ações obrigatórias, sendo fundamentais nas áreas com elevada infestação de capim-arroz. Com isso, as estratégias de manejo devem sempre ser formuladas para cada tipo de situação, uma vez que existem diferentes associações de oportunidades de manejo do capim-arroz (Figura 2). Para controlar capim-arroz e prevenir sua resistência aos herbicidas: Semear a cultura no período recomendado; Utilizar somente sementes e produtos com certificação; Aplicar herbicidas em pré-emergência e em ponto de agulha ; Praticar rotação de herbicidas com diferentes mecanismos de ação; Irrigar a cultura logo após a aplicação dos herbicidas em pós-emergência; Impedir a produção de sementes na área das plantas que escaparem ao controle; Drenar a área cultivada logo após a colheita e destruir a soca com o preparo do solo; Praticar rotação de sistemas de cultivos na área ao longo do tempo; Praticar rotação de culturas e/ou de atividades na área ao longo do tempo; Estratégia de manejo proativa Os herbicidas disponíveis aos agricultores são tecnologias importantes para a redução dos efeitos negativos das plantas daninhas, o que reforça a necessidade de serem utilizados com critérios técnicos e racionais. A resistência destas espécies a estes produtos pode ser encarada de forma proativa (preventiva) ou reativa (curativa), ou seja, o problema pode ocorrer, a dúvida é preveni-lo agora ou tratá-lo no futuro. Interessantemente, muitas práticas de manejo proporcionam controle satisfatório e prevenção da resistência, basta que o orizicultor use-as de forma associada e oportuna no controle do capim-arroz. Isto requer conscientização de que somente associando-se diferentes herbicidas e práticas agrícolas disponíveis será possível manejar o capim-arroz de forma sustentável na lavoura. C (1) Supostamente resistente (R) ou suscetível (S) ao herbicida alternativo avaliado. Tabela 1 - Número de biótipos de capim-arroz resistentes a imidazolinonas oriundos de lavouras orizícolas do Rio Grande do Sul Biótipos de capim-arroz Suscetíveis Resistentes Total Safra 2009/10 40 (76%) 13 (24%) 53 (100%) Safra 2010/11 32 (21%) 121 (79%) 153 (100%) Tabela 2 - Controle (%) de 13 biótipos de capim-arroz resistentes aos herbicidas imidazolinonas através do uso de herbicidas alternativos, aos 28 dias após a aplicação dos tratamentos Biótipo Bio 1 Bio 2 Bio 3 Bio 4 Bio 5 Bio 6 Bio 7 Bio 8 Bio 9 Bio 10 Bio 11 Bio 12 Bio 13 profoxydim (16 g ha -1 ) 100 a (S) 98 a (S) 98 a (S) 100 a (S) 100 a (S) 100 a (S) 100 a (S) 93 a (S) 100 a (S) 100 a (S) 100 a (S) 97 a (S) 96 a (S) cyalofop (18 g ha -1 ) 100 a (S) 96 a (S) 100 a (S) 96 a (S) 98 a (S) 99 a (S) 100 a (S) 95 a (S) 98 a (S) 92 a (S) 100 a (S) 98 a (S) 100 a (S) Herbicidas alternativos quinclorac (375 g ha -1 ) 88 a (S) 75 b (S) 97 a (S) 90 ab (S) 97 a (S) 83 a (S) 97 a (S) 100 a (S) 84 b (S) 96 a (S) 88 ab (S) 0 c (R) 87 a (S) penoxsulam (48 g ha -1 ) 73 b (S) 75 b (S) 5 c (R) 12 c (R) 5 c (R) 0 c (R) 7 c (R) 8 c (R) 50 c (R) 17 c (R) 78 b (S) 48 b (R) 83 a (S) (1)Aplicação em pré-emergência. (2)Aplicação em pré e pós-emergência. (3)Aplicação em pós-emergência. bispyribac (40 g ha -1 ) 95 a (S) 93 a (S) 50 b (R) 75 b (S) 45 b (R) 46 b (R) 74 b (S) 50 b (R) 96 ab (S) 42 b (R) 83 ab (S) 47 b (R) 82 a (S) pyrazosulfuron (20 g ha -1 ) 72b (S) (1) 69 b (S) 12 c (R) 21 c (R) 48 bc (R) 52 b (R) 10 c (R) 28 bc (R) 52 c (S) 35 b (R) 88 ab (S) 41 b (R) 83 a (S) Tabela 3 - Controle (%) de biótipo de capim-arroz resistentes aos herbicidas imidazolinonas em área comercial de produção de arroz irrigado (Palmares do Sul, RS), aos 28 dias após a aplicação dos tratamentos Herbicidas alternativos clomazone (1) pendimethalin (1) tiobencarb (1) imazapyr+imazapic (2) profoxydim (3) cyhalofop-butyl (3) quinclorac (3) propanil + tiobencarb (3) propanil (3) imazapyr+imazapic (3) bispyribac-na (3) imazethapyr+imazapic (3) penoxsulam (3) fenoxaprop-p-ethyl (3) imazethapyr (3) pendimethalin (1) + imazapyr (3) + imazapic (3) pendimethalin (1) + imazapyr + imazapic (3) + profoxydim (3) imazapyr + imazapic (2) + profoxydim (3) imazapyr + imazapic (2) + quinclorac (3) fenoxaprop (3) + imazapyr (3) + imazapic (3) fenoxaprop(3) + imazethapyr + imazapic (3) Testemunha Augusto Kalsing, Felipe Matzenbacher e Valmir Menezes, Irga Aldo Merotto Júnior, UFRGS Dose (g ha -1 ) ,5 + 24, , ,5 + 24, ,5 + 24, ,7 + 73,5 + 24,5 89, Controle (%) 96 ab 53 ghif 35 jlk 46 hijk 86 abcd 68 defg 91 abc 73 cdef 75 bcdef 28 kl 19 lm 16 lm 83 abcde 78 abcde 18 lm 69 defg 97 a 75 bcdef 96 abc 55 fghi 40 ijk 0 m 16 Abril

17 Soja Ofensiva inicial Pragas iniciais como lagarta elasmo, cupim de montículo, tamanduá da soja e percevejo barriga verde causam danos severos aos sojicultores. O tratamento de sementes com inseticidas é uma das principais estratégias disponíveis para os produtores prevenirem prejuízos com o ataque desses insetos A soja foi introduzida no Brasil no início do século XX. Inicialmente cultivada em pequenas áreas, se expandiu somente na segunda metade daquele século. Primeiro no Rio Grande do Sul e posteriormente em Santa Catarina e Paraná. Atualmente é cultivada praticamente em todo o Brasil graças ao desenvolvimento de cultivares adaptadas a baixas latitudes. À medida que o cultivo ocupou novas áreas, diversos insetos se adaptaram a esta planta exótica, sendo que atualmente cerca de 500 espécies podem se alimentar e se reproduzir consumindo essa leguminosa. Os insetos nocivos à fase inicial de desenvolvimento da planta compreendem espécies de vários grupos conforme o local de ataque ou a parte da planta onde se alimentou. Os rizófagos são aqueles que se alimentavam das raízes, como a larva alfinete, o verme arame, os corós (larvas de besouros) e, mais recentemente, os cupins, com destaque para o cupim de montículo; os desfolhadores, como as vaquinhas, algumas lagartas, gafanhotos, Mauricio Pasini Abril

18 Fotos Mauricio Pasini Planta de soja com danos causados pelo ataque da lagarta elasmo grilos e formigas, na escala de danos. Outras cortam ou danificam a haste principal, matando a plântula, onde se destacam as lagartas roscas, os grilos, a paquinha, o besouro pardo e o torrãozinho. Ainda ocorrem larvas que broqueiam a haste, como a lagarta elasmo ou broca do colo e o tamanduá ou bicudo da soja, e sugadores, como as cigarrinhas e o percevejo barriga verde. Estes organismos podem ocorrer durante todo o ciclo da cultura, mas somente no primeiro mês causam danos significativos. Na região central do Rio Grande do Sul, em solos com predominância de areia (solo São Pedro) com boa drenagem, o ataque na fase inicial é frequente, podendo reduzir a densidade inicial de plantas em até 45% nas lavouras onde ocorrem (Tabela 1). O ataque se dá em manchas, com maiores infestações nos lados leste e norte das coxilhas. A intensidade de dano de cada um destes insetos, Falhas no estande causadas pela incidência do grilo em área de produção de soja isoladamente, raramente compensa o controle químico. Em pequenas áreas, principalmente nas proximidades de vegetação nativa, a ocorrência maior se dá nos primeiros dez metros de borda, ocasionado, muitas vezes, a eliminação Sintoma do estrangulamento provocado pela presença do percevejo barriga verde Escala de danos (mais severos à direita) provocados por insetos em plantas de soja 18 Abril

19 completa das plantas nesta faixa. Na reunião de pesquisa de soja de 2009, a assistência técnica relatou que aproximadamente um terço das lavouras de soja do Rio Grande do Sul aplica tratamento de sementes para o controle destas pragas. Levantamentos realizados no período na região central do Rio Grande do Sul permitiram constatar a ocorrência de três até oito espécies atacando a soja nesta fase. Como os danos se somam, o controle químico torna-se viável e compensa economicamente. Entre os meios de controle, o tratamento das sementes com produtos formulados existentes no mercado e registrados para esta finalidade tem resultado em estande satisfató- Tabela 1 Redução média de estande em soja sem tratamento inseticida em sementes na fase inicial, na região central do Rio Grande do Sul. 1990/2005 Praga Lagarta rosca Lagarta elasmo Grilo Paquinhas Tamanduá Corozinho Torrãozinho Larva alfinete Verme arame Aves Ratos Lesmas e caracóis Média (%) < 1 2 < 1 < 1 4 < 1 Outros < 5 < 5 < 1 Amplitude (%) 0,1 15 0, ,1 10 0,5 60 0,1 6 0, rio, permitindo o desenvolvimento de lavoura com um mínimo de falhas. O conhecimento do histórico fitossanitário da área a ser cultivada com soja, a frequência e a intensidade da ocorrência destas pragas nas safras anteriores, vão determinar a melhor escolha do produto a ser empregado no tratamento das sementes. O sojicultor dispõe de duas opções: comprar a semente já tratada para esta finalidade, pois existem empresas especializadas neste tipo de operação, ou realizar o tratamento antes da semeadura. Na situação do tratamento na propriedade é indicado fazer esta operação até um mês antes da semeadura. Entre os produtos existentes no mercado, alguns dão proteção até 15/20 dias após a Grilo pardo, um dos insetos nocivos à cultura da soja na fase inicial de desenvolvimento das plantas semeadura, enquanto outros protegem até 60 dias. Nenhum produto registrado para tratamento de sementes controla eficientemente todas as pragas que podem atacar a soja na fase inicial. Por isso a escolha do produto está condicionada a aquelas pragas que causam as maiores reduções do estande. A escolha de um ou outro inseticida depende de qual ou quais pragas são mais frequentes na área. O mapeamento das áreas com a frequência de ataque destas pragas é fundamental para se tratar, preferencialmente, os grãos que serão semeados nestes locais. Isso é importante, pois o custo do tratamento, dependendo do produto ou praga, é elevado e qualquer gasto desnecessário aumenta as despesas da lavoura, sem retorno, na produção. C Dionisio Link e Mauricio Paulo Batistella Pasini, UFSM Link e Pasini destacam a importância do tratamento de sementes contra pragas iniciais Abril

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