Os Desafios da Política Monetária. Recursos Naturais: O Caso de Moçambique. Lisboa, 20 de Novembro de 2012

Transcrição

1 Os Desafios da Política Monetária no Contexto da Exploração de Recursos Naturais: O Caso de Moçambique Lisboa, 20 de Novembro de 2012

2 Estrutura da Apresentação PARTE I: Contextualização 1. A Maldição de Recursos Naturais 2. Prováveis Impactos em Economias PARTE II: O Caso Moçambicano 1. O Potencial dos Recursos Naturais 2. Perspectivas de Exploração dos Recursos Naturais 3. Evolução dos Principais Indicadores Macroeconómicos 4. Desafios 4.1 Gerais 4.2 Especificos 5. Considerações Finais

3 PARTE I CONTEXTUALIZAÇÃO

4 1. A Maldição de Recursos Naturais Boom dos recursos naturais: maldição ou bênção? Abundância pode afectar negativamente o crescimento económico, com consequências para a estabilidade social, política e económica; Doença Holandesa: Será idêntico em economias com pleno emprego e as que necessitam de expandir? Canais: deterioração dos termos de troca, volatilidade dos preços no mercado internacional, fraca ligação entre o sector de extracção mineira i eosrestantes t sectores da economia; Como encarar a política monetária no contexto da entrada massiva de Como encarar a política monetária no contexto da entrada massiva de recursos financeiros associados à exploração de recursos naturais?

5 2. Prováveis Impactos em Economias Pressão inflacionária em resultado do aumento da procura agregada; Md Mudança da estrutura t económica com o surgimento de novospólos de desenvolvimento; Aumento do endividamento público e privado associado ao investimento; Maior exposição da economia às flutuações dos preços internacionais com impacto na BOP, taxa de câmbio, produto e emprego; No curto prazo, deterioração da conta corrente devido ao aumento das importações de bens decapital eserviços.

6 PARTE II O CASO MOÇAMBICANO

7 1. O Caso Moçambicano: O Potencial dos Recursos Naturais Gás (Bacia do Rovuma) Reservas Estimadas : Acima de 160 TCF (Triliões de Pés Cúbicos) Carvão Mineral (Tete) Reservas Estimadas: Acima de 20 biliões toneladas métricas Energia Eléctrica: Capacidade instalada: 2075 MW Em curso: (i) HCB Central Norte 1250MW; (ii) Mphanda Nkuwa 1200MW; (iii) Moatize (Central Térmica) 2400MW; e, (iv) Benga (Central Térmica) 2000MW. 2012/11/29 Gás (Bacia de Moçambique) Em exploração: Produção 183 MGJ/ano Reservas estimadas em 3,5 TCF

8 1. O Caso Moçambicano: O Potencial dos Recursos Naturais (Cont.) Areias Pesadas (Moma) Reservas Estimadas: 869 milhões toneladas métricas Fosfatos e Ferro (Monapo) Estudo de viabilidade: 3.5 milhões ton/ano de fosfato e 1,5 milhões ton/ano de ferro. Estudo para implantação de uma planta de fertilizantes e indústria de Ferro. Ouro (Manica) Areias Pesadas (Angoche) Em Desenvolvimento Areias Pesadas (Jangamo e Xai Xai) Em Desenvolvimento 2012/11/29 Areias Pesadas (Chibuto) Em Negociação

9 2. Perspectivas de Exploração de Recursos Naturais (Carvão e Gás) (Milhões de USD) * Hidrocarbonetos Investimento 2,575 3,620 Carvão Investimento 4,473 3,303 Previsão de receitas * Média Anual O carvão localiza-se próximo da costa e dos portos de exportação ==»» Ganho de Competitividade Infraestrutura de apoio logístico ==»»» Elevados Investimentos públicos e privados

10 Indicadores Macroeconómicos 3. Evolução dos Principais Indicadores Macroeconómicos Indicadores Out (est.) PIB Real Crescimento Anual (%) (Jun.) 7.5 Percapita (em USD) - Nominal Inflação Fim de período (%) Média móvel de 12 Meses (%) Reservas Internacionais Saldo (milhões de USD) , , , ,693 Meses de Cobertura (incl. Grandes Projectos) Outros Indicadores em % do PIB Crédito à Economia (Set.) Investimento Público Investimento Privado Défice Orçament. antes Donativos Défice Orçament. após Donativos Défice da Conta Corrente após donativos

11 3. Evolução de Alguns Indicadores da BOP Jun 1. Exportações de Bens mio USD , , , ,854.3 Pequenas e Médias Empresas Camarão Amêndoa de Cajú Algodão Açúcar Tabaco Madeira Castanha de Cajú Banana Farinha de milho Farinha de trigo Grandes Projectos Energia Eléctrica Gás Alumínio Areias Pesadas Carvão Importações de bens 2, , , ,541.3 Défice estrutural com potencial de ser minimizado (desenvolvimento do potencial dos vários ái sectores da economia e maior diversificação). ifi

12 3. Evolução dos Principais Indicadores Macroeconómicos (Cont.) Moçambique apresenta um historial de gestão macroeconómica de sucesso: Crescimento real do PIB superior a 8.0% em média nos últimos 10 anos; Inflação estável em redor da tendência de médio prazo (5-6%); Reservas Internacionais Liquidas mais que duplicaram em 5 anos, permitindo a cobertura de mais de 5 meses de importações; Orçamento do Estado cada vez menos dependente do exterior (redução para cerca de 40% em 2012, contra aproximadamente 55% em 2006); Maior alinhamento da Receita Pública em % PIB (21% em 2011), com a média da SADC (25%), por via de alargamento da baseemaior eficiência iê i fiscal; Dívida externa (pública e privada) em níveis sustentáveis (divida não concessional é residual); Sistema financeiro mais competitivo, integrado, saudável e inclusivo.

13 4. DESAFIOS

14 4.1. Desafios Gerais Visão Nacional Elevar o País para a categoria de países de renda-média; Estratégia Nacional de Desenvolvimento Infraestruturacão: Industrialização: Investimento no Capital Humano (Saúde e Educação). Diversificação da Economia e Solidariedade Inter-geracional Excelente Localização Geográfica do País: Elevado Potencial Turístico, Agrícola e Pescas: Criação de Fundos Especiais Estabilização; Liquidez; Desenvolvimento. Melhorar a Política Redistribuitiva tornando-a mais justa e equilibrada.

15 4.2 Desafios Específicos Manutenção da Estabilidade Macroeconómica; Reforço da Coordenação das Políticas Fiscal e Monetária; Permanente Análise da Sustentabilidade da Dívida e Redução Progressiva da Dependência Externa; Reforço da Capacidade d Institucional i para Negociação/Renegociação i ã de Projectos de Grande Dimensão Prosseguir com Reformas visando a Contínua Melhoria do Ambiente de Negócios

16 5. Considerações Finais A Exploração dos Recursos Naturais impõe novos desafios à gestão macroeconómica; A política monetária deve ser suficientemente flexível para garantir a estabilidade macroeconómica, o incentivo ao investimento t e a promoção do crescimento económico; A optimização dos ganhos resultantes da actividade de exploração requer o envolvimento de todos os interessados (Governo, Banco Central, Sector Privado, e Sociedade em Geral); A gestão macroeconómica exige a articulação de vários factores e instrumentos que permitam: Cobertura de Necessidades Presentes; Protecção do Ambiente; e Usufruto dos Benefícios pelas Gerações Vindouras. A descoberta e exploração dos recursos naturais não deve ser encarada como uma maldição, mas como uma oportunidade para catapultar a transição do país de baixa para média renda; A politiía fiscal, monetária e as politicas sectoriais deverão estar alinhadas para o mesmo objectivo comum.

17 Obrigado pela atenção!

18 ANEXOS

19 1. Quadro Institucional da Política Monetária Instrumentos Objectivo Operacional Objectivo Objectivos Intermédio Finais Mercados Interbancários Crescimento Económico Regime de RO s Supervisão Base Monetária Meios Totais de Pagamento Inflação Persuasão Moral Posição externa

20 2. Quadro Institucional da Política Monetária (cont.) Mercado Monetário Interbancário Mercado Cambial Interbancário A. Emissões de BT s B. Operações Repos e Reverse Repos Vendas e Compras de divisas no sistema bid offer C. Operações de FPD e FPC D. Reservas Obrigatórias BaM, RILs, Taxa de Câmbio Taxa de Juro

21 3. Quadro Institucional da Política Monetária (cont.) Pré-CPMO Análise da Economia Internacional e Doméstica Pré-Forecasting Meeting; Projecções de Curto Prazo: ARMA,VAR,, Money Overhang ep-star Projecções de Médio Prazo: Modelo Semi-Estrutural Documento de Política Monetária análise da conjuntura interna e internacional; e CPMO Projecções da inflação de curto e médio prazo Periodicidade Mensal Decisões de Política: Base Monetária RILs Taxas directoras Co omunica ação ao Públi ico Comunicado de Imprensa Comunicações Publicações