Ruth Chindler Espelho de Carne: Imagem e Cinema

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1 Espelho de Carne: Imagem e Cinema O filme do cineasta Antonio Carlos da Fontoura termina como começa: o espelho como personagem central da trama. Silencioso como nos filmes mudos, é quem mais fala sem falar, ao transformar os cinco personagens a partir da sua inserção na casa do casal Álvaro e Helena. Ao capturar o outro pelo olhar, o personagem se faz dizer o recalcado de cada sujeito. Se remontarmos ao conceito de Jacques Lacan de 1936 O Estádio do Espelho Como Formador do Eu, o infans que qualifica a criança antes de ela se inserir na linguagem, é o contexto onde se estrutura definitiva e imutavelmente o conceito do imaginário no aparelho psíquico. Para o autor, essa fase é fundamental para a compreensão da relação intersubjetiva mãe/bebê. 1

2 A criança necessita do Outro para se constituir, sem o qual, ao contrário dos animais, não sobrevive. É esse 1 Outro que dará a imagem especular para que ela possa imitá-lo ao se espelhar nele, ou ainda, eu me vejo sendo visto pelo outro que me vê. O duplo se inscreve no inconsciente seguido pela criança e é ele quem provocará estranhamento em Helena que se configura desde o primeiro olhar ao vou limpar o espelho porque está embaçado. O que vem a ser o embaçado senão algo que camufla, encobre o que está para além ou aquém do que pode ser visto pelo olho? Há alguma coisa que Helena não vê, mas que a atinge. É o véu que mascara o Real - o olhar que vem do que está fora do campo da visão. Quando limpa o embaçado, dá de cara com o Outro (primordial) que lhe aponta o primeiro sinal de uma alucinação visual que ficará mais clara ao tomar corpo na cena final do filme. Podemos então dizer que a primeira cena se liga à última assim como a primeira música, logo após a compra do Espelho no leilão, é a mesma do final com tons vermelho ( devassaaaa ) e os agradecimentos especiais. Curiosamente relendo o Seminário XI de Lacan, A Esquize do Olho e do Olhar, deparo-me com a palavra mancha, que imediatamente associo ao embaçado na fala da Helena. Diz o autor:... Mostrarei que é ao nível que chamo mancha que se encontra o ponto tíquico na função escópica 2 Isso quer dizer que não há um plano de reciprocidade ente o olho e o olhar; trata-se de ilusão, pois há uma separação entre o olho e a visão, e é nessa fenda entre um e outro, que Lacan chama de castração, que se depara a primeira visão de Helena ao se confrontar com ela - a falta. É através do encontro com a falta, tamponada pelo espelho, imaginário, que em distintos momentos todos os outros personagens serão também por ela afetados, embora de formas diferentes, obedecendo à singularidade de cada um. Eu me vejo sendo visto pelo outro que me vê, é a imagem especular através da qual o Outro se apresenta. Para a psicanálise há nítida distinção entre olho e olhar. Enquanto o olho representa o cogito - o sujeito consciente, auto- reflexivo, sujeito do conhecimento - o olhar representa o desidero, o sujeito do 1 Outro ou Grande Outro-Termo utilizado por Jacques Lacan para designar um lugar simbólico, o significante, a lei, a linguagem - o inconsciente que determina o sujeito; ora de maneira externa a ele, ora de maneira intra-subjetiva em sua relação com o desejo. 2 Lacan,J. Seminário XI - 2

3 inconsciente e do desejo. É o desidero que comparece como personagem central do Espelho, que não à toa é De Carne. Portanto o espelho reflete a dialética do verdadeiro e da aparência. Fazendo jus a Freud, eterna fonte de Lacan, o texto de 1919 Das Unheimlich, O Estranho, já fala do estranhamento do sujeito sob diversos vieses: O estranhamento vem do duplo, diz ele muito antes de Lacan o eu duplo, o que é consciente e o que é inconsciente, e é este que remonta ao primitivo, objeto de terror (em Helena).... O eu primitivo, antes amistoso, (porque ainda não há o recalque) agora é terror, e na ânsia de defesa, o eu projeta (para fora) o material como estranho a si mesmo 3 (Helena ao tentar destruir o espelho). Portanto, ser primitivo, passa a ser estranho porque não reconhecido - está recalcado. Não só isso é apontado por Freud, pois aspectos filogenéticos provocam também estranheza... É como se cada um de nós houvesse atravessado uma fase de desenvolvimento individual correspondente a esse estádio animista dos homens primitivos e preservado certos resíduos e traços dela 4 O filme mostra a bissexualidade do falante como um dos aspectos do desejo. Freud já havia enunciado que como não existe inscrição sexual no inconsciente, - o inconsciente é bissexual - a escolha sexual se dará num só depois através da inserção do sujeito na cultura, e a práxis nos dá amplos exemplos de como essa escolha se dá. A fala de Álvaro... a gente se vê inteiro de qualquer lugar do mesmo jeito aponta outros conceitos da psicanálise: é verdadeira e não o é ao mesmo tempo. Frase enigmática que vai ser desconstruída e re-construída ao longo do filme. Primeiro: não é verdadeira porque para a psicanálise o sujeito é dividido; se é dividido inteiro é falso. Mas verdadeira porque se ver por inteiro, o inconsciente aponta outras formas da sexualidade (exceto a escatológica): sex drugs and rock n roll libera o desejo recalcado de todos: é dada a partida do liberou geral. A censura que mantém o desejo inconsciente, a essa altura já foi pro o brejo. Helena, tirando o embaçado do espelho, abre a blusa, mostra o seio, a música muda o tom da cena e provoca estranhamento. Estranho também 3 -Freud,S.-Vol.XVIII pg Idem pg.300 3

4 porque somente Álvaro aparece refletido e não Helena, embora esteja frente ao espelho. Após esse primeiro des-conforto Helena volta à realidade. Será? Não para Freud que afirma que a única realidade é a psíquica, a do inconsciente, aquela a qual o espelho fala. É quando dormimos que estamos mais acordados, porque os sonhos nos levam mais perto do inconsciente. Segue a cena com a entrada do segundo casal Jairo e Ana que logo são apresentados ao Espelho. Aí Helena já está refletida. Não deforma... olha só que nitidez, diz ela. É a nitidez do inconsciente já mostrando o que está para além do espelho. Chega Leila e pela primeira vez estão todos refletidos. A sexualidade rola solta: casais trocados Helena e Ana, Jairo e Leila, Jairo e Álvaro. Jairo ávido de comer ou ser comido diante da aposta das cartas (marcadas). Álvaro limpa o beijo de Jairo mostrando nojo (aparente) porque o desejo já está selado a partir do momento em que aceita a aposta. Na primeira cena do filme é Helena quem toma banho e se lava depois da trepada. Agora é Álvaro no banho na manhã seguinte à noite devassa ; ou então quando limpa o beijo que Jairo lhe dá. Limpam o que? Quanto maior o recalque maior o desejo maior a culpa... Os pesadelos de Helena vão tomando corpo; é morte a pauladas e com sangue... nada me tira das minhas cismas... Seria o mal-estar por desejar os homens serem todos uns tarados (ela não?) e que Leila coma seu marido?... prefiro que seja na minha frente... Era isso que eu queria ouvir Quanto mais intenso o desejo maior a culpa. Álvaro propõe ménage à trois: Pra que ficar sonhando?... Pra não ter pesadelos... Responde Jairo. Enquanto o neurótico sonha e sofre porque fica só na fantasia, o perverso não sofre pesadelos e atua a fantasia. Uma sutileza metafórica:... volta pro seu lugar diz Jairo a Álvaro... Qual o lugar dele? O do bom moço ou de mulherzinha?... vai tirando as calcinhas... Tá certo... pederastia, assassinato... podemos matar infringir a lei, a única diferença é que nós nos controlamos. Freud traz o Mito do Pai da Horda para instituir as leis proibitivas que marcam o início da civilização: não matar, não cometer incesto. Mas Édipo vem nos mostrar que tudo pode, sem saber, no entanto que Jocasta com quem se casa, é sua mãe. Mata o pai Laio também sem o saber. Sem Saber entre aspas porque Freud mostra que o inconsciente, tal qual ele o construiu, tudo sabe 4

5 Do Narcisismo aos Ideais do Eu O Espelho como duplo comparece desde a mitologia: em Narciso... O que lhes engana os olhos, os excita... o objeto que ama (sua imagem)... basta que te vires que ele se desvanecerá... Mas esse menino sou eu; compreendi isso e minha imagem não me engana mais: ardo de amor por mim mesmo, inflamo a chama que carrego em meu peito. Metamorfoses. Quando o sujeito ama a si mesmo, ama a si através do outro. Nesse sentido, o amor narcísico, sejam quais forem suas variantes, tem por característica só se voltar para o objeto em função das semelhanças. 5 Assim, o sujeito busca no mundo um igual à sua própria imagem que lhe proporcione satisfação plena. Nesse sentido, Helena e Ana, Jairo e Álvaro buscam traços identificatórios de si mesmos nos pares e Leila no diabo dela mesma. A literatura infantil Alice No País Do Espelho E O Que Ela Encontrou Por Lá, conta a estória da protagonista que segue o Coelho Branco, cai no País das Maravilhas onde o outro lado do Espelho reflete um mundo estranho e paralelo, povoado por criaturas esquisitas como os pesadelos de Helena... são cascos de cavalo (ela ouve ), de um só cavalo... parecia aqui dentro. Trata-se da lógica do inconsciente - espaço não euclidiano, atemporal, de condensações e deslocamentos e/ou metáforas e metonímias - que nada tem de nonsense, pelo contrário, os personagens traduzem o desejo recalcado e disfarçado pela falha da censura que só por isso podem comparecer como imagens, muitas vezes incompreensíveis e enigmáticas ao sonhador e que por isso mesmo precisam ser decifradas, Portanto o nonsense do conto infanto/adulto é o mesmo dos sonhos que nos trazem estranheza ao acordarmos, e dependendo do teor, são quase sempre esquecidos justamente para não serem lembrados. O eu humano se constitui sobre o fundamento da relação imaginária e o filme do Fontoura reflete o narcisismo de cada um: Helena só se vê através dos seus fantasmas, Álvaro e Jairo procuram seus idênticos nas relações homossexuais; a empregada jamais fizera algo assim e o faz com o duplo dela mesma; Ana e Helena se aproximam pelo que é igual: mesmo makeup, mesmo vestir certo e acabam na cama eliminando as diferenças. 5 Kaufmann,P.in Dicionário de Psicanálise, O Legado de Freud e Lacan-pg.352 5

6 E Leila, qual o seu lugar? Em 1900 Freud publica A Interpretação dos Sonhos, onde afirma que os sonhos são realizações alucinatórias de um desejo e usa o verbo alemão 6 erfüllen que pode tomar o sentido de aparecer. Podemos ligar à idéia de que o sonho consiste em uma realização de desejo na medida em que ele torna visual faz aparecer o desejo. Então é a imagem que faz aparecer o desejo. Qual o desejo de Helena? Ser comida por um imenso falo que a aterroriza na medida em que mais o deseja? Não à toa, no final, já apaziguada, Helena aquiesce à demanda de Jairo... vocês não querem encher os copos? E o horror desaparece em seu 7 semblant enquanto os outros personagens gozam com o que vêem no espelho. Os homens vêem mulheres, e as mulheres, homens... Freud, vinte anos depois, (1920) numa guinada na teoria dos sonhos, propõe pela primeira vez, os sonhos de repetição, (de Helena), como de angústia, - pulsões de morte e destruição. Qual o caso em Helena? Não é ela quem deseja destruir... Vamos quebrar o Espelho... o aparato (seu duplo) que lhe comanda destruição de si mesma? Mas a seguir, já apaziguada atende à sugestão de Jairo... Vocês não querem encher os copos? Se assim é, poderá da mesma forma que a anterior, haver um recomeço de sex, drugs and rock n roll. Ou então, o Espelho, ponto de atração do in-visível e centralizador das operações que causam desejo no espectador, cabe a cada um que nele se mira, finalizá-lo de acordo com seus próprios fantasmas. Ruth Chindler Espaço Psicanálise & Arte. Escola Brasileira de Psicanálise Movimento Freudiano Agosto de Erfüllen...Rivera,Tania in O Avesso do Imaginário. 7 Semblant-semble em francês significa outro ser humano que parece (semble) ser como nós. Também tem o sentido similar pg.163 6

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