ESTUDO DA RELAÇÃO ENTRE DESPESA E INVESTIMENTO PÚBLICOS E CRESCIMENTO E INFLAÇÃO NO BRASIL ( )

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "ESTUDO DA RELAÇÃO ENTRE DESPESA E INVESTIMENTO PÚBLICOS E CRESCIMENTO E INFLAÇÃO NO BRASIL (1945-1970)"

Transcrição

1 UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALFENAS INSTITUTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS ESTUDO DA RELAÇÃO ENTRE DESPESA E INVESTIMENTO PÚBLICOS E CRESCIMENTO E INFLAÇÃO NO BRASIL ( ) NAYANNE MARA SILVA GASPAR Varginha/MG

2 NAYANNE MARA SILVA GASPAR ESTUDO DA RELAÇÃO ENTRE DESPESA E INVESTIMENTO PÚBLICOS E CRESCIMENTO E INFLAÇÃO NO BRASIL ( ) Trabalho de conclusão de curso apresentado como requisito para conclusão do curso de Economia com ênfase em Controladoria da Universidade Federal de Alfenas campus Varginha. Professor orientador: Thiago Fontelas Rosado Gambi Varginha- MG

3 Sumário Introdução A grande depressão e o pensamento keynesiano Os keynesianos e seus críticos A crítica monetarista A crítica novo-clássica Um estudo econométrico de variáveis selecionadas utilizando a causalidade de Granger: despesa e investimento públicos e crescimento e inflação no Brasil ( ) Aspectos metodológicos Aplicação Considerações finais Referências

4 Resumo: O objetivo principal deste trabalho é analisar o impacto das variáveis econômicas como despesa do governo e investimento público e crescimento e inflação no período entre 1945 à 1970 para o Brasil através da aplicação da causalidade de Granger. Para as variáveis citadas anteriormente, foi possível, interpretar os resultados a partir do contexto brasileiro somado ao arcabouço teórico dos principais autores e de suas correntes e pensamento de forma a contribuir com o entendimento deste trabalho. Os resultados mostraram uma causalidade entre investimento e nível de crescimento e despesa e crescimento, enquanto o nível de despesa e inflação e crescimento econômico e inflação não tiveram relação de causalidade. Abstract: The main purpose of this paper is to analyze the impact of economic variables such as government spending and public investment and growth and inflation in the period from 1945 until 1970 for Brazil by applying the Granger causality. For the variables mentioned before, it was possible to interpret the results to Brazilian context added to the theoretical framework of the main authors and their kind of thought in order to contribute to the understanding of this work. The results showed a causality between investment and level of economic growth and spending and growth, while the level of spending and inflation and economic growth and inflation had no causal relationship. 4

5 Introdução A discussão sobre o papel do Estado na economia varia de acordo com o contexto vivido pela sociedade e com seu grau de evolução, alternando fases de maior intervenção estatal e fases em que sua atuação se restringe ao mínimo para não atrapalhar o funcionamento do mercado. Essas fases estão teoricamente relacionadas, respectivamente, ao pensamento econômico keynesiano 1 e liberal. Ao longo do tempo, observa-se certo movimento pendular na intervenção do Estado na economia. A doutrina liberal, que se consolidara no século XVIII, abordava a ação do Estado na margem do sistema econômico, ou seja, como preconizava Adam Smith, de maneira externa, visto que o mercado possuiria mecanismos estabilizadores automáticos, por meio da concorrência, capaz de corrigir seus desequilíbrios e garantir a eficiência, caso não sofresse influencias externas (OLIVEIRA, 2009). Para Smith, o Estado deveria ter três funções clássicas: No limite da atuação do Estado, Smith prevê três intervenções clássicas: Financiar, através de gastos, a força militar para proteger a sociedade contra a invasão estrangeira; proteger os membros da sociedade contra a injustiça que possa vir a ser cometida por outros membros; manter instituições e obras públicas que proporcionam vantagens para a sociedade mas que não oferecem uma possibilidade de lucro que compense a vida privada (MORAES, 1996:84). Adam Smith insere em seu arcabouço teórico a mão invisível que seria responsável, por intermédio da concorrência, de promover a melhor alocação de recursos que levaria a economia ao equilíbrio natural. A partir da concorrência perfeita, a Lei de Say 2, que também oferece sustentação da ordem liberal, garantiria a igualde entre oferta e demanda na economia, não havendo espaços para a formação de estoques de produção. Se houvesse flexibilidade de 1 Torna importante ressaltar que o embasamento deste trabalho consiste em autores ligados a síntese Neoclássica, que absorve a linha de raciocínio de John Maynard Keynes que é inserido no contexto da economia neoclássica. Para Lima (2003) (...) a síntese neoclássica busca comprovar que o maior avanço de Keynes não foi ter desenvolvido uma contribuição analítica da demanda efetiva, da preferência pela liquidez e do papel da incerteza no âmbito da economia monetária da produção, mas sim teria sido, simplesmente, alertar para os mecanismos que obstaculizam o alcance do factível equilíbrio de pleno emprego no curto prazo. Nessa perspectiva, a revolução keynesiana ficou reduzida a um mero caso particular do modelo (neo)clássico. (apud Busato;Pinto, 2008:115) A síntese foi desenvolvida inicialmente por John Hicks que posteriormente, foi popularizada por Paul Samuelson. 2 Jean-Baptiste Say, economista francês. 5

6 salários e não intervenção do Estado na economia, toda produção encontraria seu mercado. Era o famoso laissez-faire. Do final do século XVIII até as primeiras décadas do século XX essa era a ideia predominante na economia, apesar das sucessivas crises capitalistas. Entretanto, na década de 1920, ficava claro que o sistema baseado no laissez-faire não estava sendo capaz de suportar a crescente globalização, marcada pela intensificação da divisão do trabalho, irregular crescimento econômico e acelerado progresso técnico advindo principalmente da segunda revolução industrial. A quebra da bolsa de Nova York e a grande depressão mostraram que foi a ausência de qualquer solução dentro do esquema da velha economia liberal que tornou tão dramática a situação dos tomadores de decisão econômicas (HOBSBAWM 1995:98). De acordo com Hobsbawm (1995), com o laisse-faire, o comércio caíra cerca de 60% entre 1929 a 1932 e como contrapartida países se tornaram cada vez mais protecionistas para não se exporem a turbulências econômicas de repercussão mundial. Em meio a incapacidade de tirar a economia de sérios problemas sociais e econômicos vividos no final da década de 1920, aumentou o questionamento à teoria liberal vigente e abriu-se espaço para o surgimento das ideias de John Maynard Keynes, cuja influência já era sentido desde o final da primeira guerra (BEAUD, 2000). As ideias de Keynes 3 foram consideradas uma revolução no pensamento econômico basicamente porque traziam em seu escopo a intervenção do Estado para tirar a economia da depressão que a atingiu na década de Para Keynes, governos simpáticos à economia ortodoxa - isto é, ao laissez-faire - que utilizavam ferramentas liberais estavam prolongando a depressão vivida pelos países desenvolvidos capitalistas. Economistas liberais aconselhavam que se deixasse a economia funcionar sem intervenção, mas governos que, além de proteger o padrão-ouro com políticas deflacionárias, apegavam-se à ortodoxia financeira, ao equilíbrio de orçamento e à redução de despesas, visivelmente não tomavam a melhor decisão (HOBSBAWM, 1995:107). De acordo com Keynes, era preciso que o Estado estimulasse a demanda agregada por meio do aumento do gasto público para gerar empregos e retirar a economia da crise. 3 Sistematizadas no livro Teoria Geral do Emprego, do Juro e da Moeda, publicado em

7 A teoria keynesiana rompia com os tradicionais moldes econômicos liberais que atribuíam ao livre mercado a tarefa de levar a economia ao equilíbrio e sanar as possíveis crises que viessem a atrapalhar o bom funcionamento da economia. O problema do pensamento e das políticas liberais foi o não restabelecimento da economia ocidental e a degradação cada vez maior da situação marcada pelo alto nível de desemprego, declínio de consumo e falência de industriais que não conseguiam corrigir as superproduções, além da baixa de preços de produtos agrícolas. Nesse contexto, o liberalismo poderia ser interpretado como uma construção mítica e incompatível com o capitalismo do século XX (FONSECA, 2010), por não se ater à realidade que mostrava o crescimento desigual entre mercado e consumo. A grande depressão da década de 1930 era a grande prova do funcionamento inadequado do mercado. Para Alvarenga (2010), essa foi uma crise de superprodução e de subconsumo, já que não havia demanda suficiente para absorver toda a oferta, o que fez com que sobrassem muitos produtos sem serem consumidos, que repercutiu em uma queda generalizada dos preços (acentuada deflação) que, por sua vez, teve como decorrência uma redução expressiva da renda dos empresários que, por causa do prejuízo que tiveram, diminuíram substancialmente os investimentos, o que fez decrescer significativamente o nível de emprego. Percebe-se que para o autor, a crise deu-se por excessos da oferta contra a insuficiência de demanda que propiciaram queda das variáveis macroeconômicas como renda, emprego e nível de preço. Essa situação não era prevista pela teoria liberal pois, baseada na lei de Say anteriormente referida, toda oferta encontraria sua demanda. Keynes criticava essa lei e considerou em sua teoria o caso do excesso de oferta ou, em outras palavras, de demanda insuficiente para se atingir o pleno emprego. Hobsbawn (1995:104), falando sobre a maior crise capitalista, segue a mesma linha como a demanda da massa não podia acompanhar a produtividade em rápido crescimento do sistema industrial nos grandes dias de Henry Ford, o resultado foi superprodução e especulação. Isso, por sua vez provocou o calapso. A revolução industrial trouxe consigo o rápido crescimento da produção em larga escala devido aquisição de novas tecnologias, mas que competia covardemente com o lento crescimento do consumo por parte dos indivíduos, 7

8 que não estavam preparados para o consumo em larga escala. Ou seja, o desequilíbrio entre oferta e demanda não demoraria a aparecer. Consumada a crise nos Estados Unidos - país este que, não só era conhecido, como de fato era a maior economia do planeta -, vários países, inclusive de economias subdesenvolvidas, como o Brasil, sofreram reflexos da conjuntura econômica advindos da maior potência mundial. No Brasil, por exemplo, diante da grande produção de café, foi preciso estocar o produto, o mais importante da pauta de exportação brasileira, para segurar seus preços. Além disso, devido à crise, os Estados Unidos cessaram o crédito internacional, dificultando o financiamento dos déficits comerciais dos países mais pobres. Neste contexto de crise duradoura da economia mundial, com alto nível de desemprego, superprodução e baixa generalizada de preços, é que Keynes contesta a mão invisível de Smith por não haver dado uma solução do mercado para o problema que culminava com a depressão vivida na economia. Assim, segundo Fonseca (2010): uma característica marcante da crítica de Keynes ao liberalismo é seu apelo à razão prática. O liberalismo está errado porque não funciona. Poderia até ter sido útil no passado; no mundo do século XX, e principalmente com a perda da hegemonia britânica, deixara de sê-lo. Sua existência é questionada tendo como critério a utilidade. Keynes não considerava eficiente a mão invisível de Adam Smith por acreditar que a teoria liberal não passava de uma ilusão. A visão ortodoxa era criticada por Keynes pois, segundo esta teoria, baseada na lei de Say, não poderia haver crises de superprodução nem desemprego involuntário, contexto totalmente oposto ao vivido a partir da crise Após, queda do liberalismo por não sustentar a base do sistema econômico capitalista, o Estado passava a ter cada vez mais responsabilidade na conjuntura econômica para reaquecer setores da economia. O novo Estado, que ocupou seu lugar principalmente póssegunda guerra mundial, passou a ter maiores atribuições se comparado ao período anterior liberal: de um Estado teoricamente passivo e improdutivo, se limitando apenas a margem do sistema, transformar-se-ia num Estado fortemente intervencionista, indispensável para a vitalidade e estabilidade do sistema (OLIVEIRA, 2009:42). 8

9 A intervenção na economia se daria por meio da política econômica e o Estado passaria a atuar de forma mais ativa com o compromisso de reduzir o desemprego e recuperar a atividade econômica. As políticas fiscal e monetária eram as mais importantes e tinham, respectivamente, como ferramentas básicas a receita pública, advinda principalmente de tributos e o controle de oferta monetária com reflexos diretos no nível da taxa juros da economia influenciando conjuntamente para criar demanda efetiva e diminuir o desemprego para assim retomar a expansão da economia. Keynes defendia a intervenção do Estado para, principalmente, incentivar a demanda agregada em tempos de crise: A ideia básica de Keynes é simples. A fim de manter o pleno emprego na economia, o governo deve gerar déficits orçamentários quando a economia entrar em recessão. A baixa atividade econômica de então deve-se ao fato de o setor privado não estar investindo o suficiente (FEIJÓ, 2007:462). O catalizador para reaquecimento da economia seria, portanto, o investimento, que seria capaz de estimular a demanda agregada e, por extensão, a geração de empregos. É com o pano de fundo da crise do liberalismo e da ascensão das ideias keynesianas que este trabalho analisará a relação entre despesa e investimento públicos e crescimento e inflação no Brasil entre 1945 e 1980, isto é, do momento em que a teoria keynesiana funciona para gerar crescimento econômico em todo o mundo até sua crise no final da década de 1970 com as crises de estagnação econômica combinadas com alta da inflação. O trabalho está estruturado em três capítulos: no primeiro, o objetivo será tratar da discussão acerca do trade-off entre nível de gasto público e inflação, crescimento econômico, entre o período antes de 1930, pós 1930 até início de No capítulo 2, são apresentadas as críticas ao pensamento Keynesiano vigente no pós-segunda guerra, período de crescimento econômico e baixas taxas de inflação, a partir do pensamento de monetaristas e novoclássicos. Finalmente, no capítulo 3, será feita a exposição do nível do gasto público comparada com outras séries históricas, a fim de verificar a inter-relação destas variáveis e seus reflexos no ambiente macroeconômico brasileiro no período de 1945 a

10 1. A grande depressão e o pensamento keynesiano A existência de ciclos econômicos já era conhecida dos homens de negócio desde antes do século XIX, mas havia sempre o pensamento otimista de que a crise seria passageira e tudo voltaria ao normal seguindo o movimento do mercado e a aprendizagem decorrente das instabilidades econômicas anteriores. A característica que distinguia a grande depressão da década de 1930 era a permanência de um ciclo situado abaixo do inaceitável por todas as economias desenvolvidas, cujo ritmo de crescimento se reduziu a patamares bem inferiores ao esperado. No final da década de 1920, não se esperava a crise nos Estados Unidos. Este cenário inapropriado para o crescimento sustentável das economias capitalistas estava longe da perspectiva, por exemplo, do então presidente estadunidense Calvin Coolidge que, em uma mensagem ao Congresso em 4/12/1928, descrevia um cenário de alta produtividade em que as demandas estavam além das necessidades e atribuída ao luxo, com crescente produção interna e externa sendo consumida à velocidade da produção. Segundo ele, o país pode[ria] encarar o presente com satisfação e prever o futuro com otimismo (apud HOBSBAWM, 1995:90). Este trecho evidencia a incapacidade de se prever uma crise em período tão próximo A uma depressão econômica que chegara em O principal problema econômico e social da grande depressão era o desemprego em massa. De acordo com Beaud (2000), a classe operária estava enfraquecida não só pelo alto nível de desemprego, que passa de mais de um milhão de trabalhadores desempregados para chegar à casa dos três milhões em 1930, mas também pelo declínio dos salários daqueles que possuíam emprego. Outra característica marcante do período era que o desemprego não era temporário, mas permanente (HOBSBAWM, 1995). De acordo com Saes e Saes (2013), o cenário da década de 1930 foi marcado por abrupta redução do nível do PIB e dos investimentos nos Estados Unidos e pela intensificação do desemprego: A profundidade da grande depressão é suficientemente esclarecida por alguns indicadores: entre 1929 e 1933, o declínio do PIB foi cerca de 30%, o da produção industrial, de quase 40%, o desemprego ascendeu 25% da força de trabalho, a deflação foi da ordem de 25% e as exportações se reduziram a pouco mais de 30% do que eram em 1929 (SAES; SAES, 2013). 10

11 Para Kindleberger (apud SAES; SAES, 2013:358), o gasto das famílias e das empresas foi impactado após a quebra da bolsa em 1929 pelo fato de haver uma procura de ativos líquidos dos agentes, o que ocasionou a depressão. Assim, o primeiro agente tentava alívio da crise vendendo seus ativos como bens imóveis, enquanto o segundo agente, as empresas, reduziam seu nível de estoques e os bancos, terceiro agente, mas não menos importantes, apertavam o crédito para famílias, o que gerava a deflação no período. Para completar, no período como tentativa de melhorar o cenário doméstico, optou-se como tentativa de refúgio da crise, medidas protecionistas, ilustradas na lei Smoot-Hawley, de 1930, que aumentava a barreira alfandegária que ocasionava uma diminuição abrupta das importações. Esta política gerou reflexos negativos, pois se ativou automaticamente políticas também de caráter protecionistas em outros países diminuindo o fluxo do comercio internacional. Para Romer (Apud SAES; SAES, 2013), a redução dos gastos foi levada pelo constante aumento de incertezas sobre o futuro decorrente da crise, que postergou a compra principalmente de ativos duráveis, desse modo, a queda do produto real de fins de 1929 a fins de 1930, teria como ponto de partida a queda de preços das ações pela incerteza que teria gerado sobre o futuro da economia. E ainda para Keynes acerca da crise: Eu atribuo a recessão de 1930, primeiramente aos efeitos desestimuladores sobre o investimento no período de dinheiro caro que precedeu o colapso do mercado de ações e só secundariamente ao próprio colapso. Mas tendo ocorrido o colapso, ele agravou substancialmente nos Estados Unidos, ao provocar desinvestimento no capital produtivo (SAES; SAES, 2013). Ou seja, neste âmbito, o declínio da variável investimento levou à redução de outros componentes que fortaleceram a permanecia da crise com menor nível de consumo e menor demanda de investimento privado. Para Temin (apud SAES; SAES, 2013), a redução da primeira variável foi responsável para diminuição do emprego e do PIB no contexto da grande depressão. Mais uma vez, a hipótese do dispêndio ao aceitar como ideia central que a contração trouxe menor nível de gastos por parte do governo, sugere que o Estado deve realizar maiores dispêndios, assim como dissertava Keynes em sua obra Teoria do emprego, do Juro e da Moeda. Na prática, a saída encontrada para crise, pelo então presidente Franklin Roosevelt, foi elaborar o New Deal, o qual procurava restabelecer o sistema capitalista com planos de 11

12 melhora para conjuntura dos anos de 1930, contribuindo para o crescimento econômico juntamente com o Estado, banindo inflação e desemprego do cenário macroeconômico. Saes e Saes (2013) fazem um parênteses em seu livro para discutir a relação entre pensamento keynesiano e o New Deal, levantando a questão de que o New Deal não foi aplicado pelas ideias de Keynes pelo fato de inconsistência temporal, dado que as propostas de Keynes foram postuladas após a primeira etapa do New Deal, tendo a publicação formal da obra Keynesiana somente em 1936, mas que de certa forma, o New Deal, antecipava as ideias de Keynes para enfrentar a recessão. E, é verdade que antes mesmo de 1929, Keynes já atribuía a falta de investimento como causas de depressão que viria assombrar o cenário econômico no final daquele ano. No pós-segunda guerra, tempo de hegemonia Keynesiana, se estimulou o vínculo do trabalhador ao emprego no contexto do welfare state. Tal contexto visava reformulações políticas monetárias e fiscais expansionistas com atuação de um Estado forte, que auxiliavam o ambiente macroeconômico para tirar a economia da depressão, criando um número expressivo de bens e serviços públicos, dada a maior responsabilidade de atuação do Estado na economia. A aceitação do welfare state ocasionou maior nível de investimentos tanto da parte privada quanto da parte pública resultando na dinamização da atividade econômica em economias mais avançadas ampliando, de forma acelerada, os ganhos de produtividade e abrindo espaço, dessa forma, para que se pudessem conjugar elevações expressivas dos salários reais com aumento da lucratividade das empresas, estimulando novos surtos de investimentos produtivos, em contexto de ampliação do consumo das famílias e aumento da massa salarial (MATTOS, 2009). Várias economias de todo o globo passaram por grandes transformações. O Brasil, por exemplo, entre 1950 e 1960 teve notável crescimento de sua economia como um todo, especialmente no que diz respeito ao nível de industrialização. Pode-se verificar o avanço das economias em geral no quadro 1: Quadro 1: Produto Interno Bruto ( ): Taxas médias anuais de crescimento por regiões Região Europa Ocidental 1,4 4,7 12

13 EUA, Canadá, Austrália, 2,8 4,0 Nova Zelândia África 3,0 4,4 América Latina 3,4 5,3 Mundo 1,9 4,9 Fonte: Dados de MADDISON (1995), p.41. Quadro modificado a partir de SAES; SAES, Pode-se notar pelo quadro 1 a elevação do nível de crescimento das regiões, elaborada por Maddison, no pós-guerra, entre 1913 a 1973, evidenciando a recuperação das economias no pós guerra, além de ser perceptível o crescimento mundial das economias de 1,9 para 4,9 no agregado. Para Saes e Saes (2013), o contexto do pós-segunda guerra foi totalmente oposto ao anterior da primeira guerra mundial, ou seja, o contexto agora não se utilizava mais da corrente liberal que regia as economias em Portanto, para evidenciar a nova postura econômica no pós-guerra, várias instituições que foram de extrema importância para a manutenção do crescimento dos países capitalistas como: ONU (Organização das Nações Unidas) que após sua criação surgiram mais organizações de âmbito social, como UNESCO (Organização Educacional Científica e Cultural), OIT (Organização Internacional do Trabalho) e CEPAL (Comissão Especial para América Latina). Para a restruturação do Sistema monetário internacional, teve-se o FMI (Fundo Monetário Internacional), BIRD (Banco Internacional de Reconstrução e Desenvolvimento), criado a princípio para auxiliar a reconstrução da Europa no pós Guerra. A criação dessas entidades evidencia uma nova postura dos governos, mostrando a necessidade de se ter intervenção estatal a fim de garantir determinados objetivos que a livre ação dos mercados não permitia alcançar (SAES; SAES, 2013:433) Assim, acerca da teoria geral de Keynes, afirma Galbraith (apud SAES; SAES, 2013): nunca, desde Adam Smith e Karl Marx, as ideias tiveram um efeito tão grande sobre as instituições públicas, dado que a Teoria Geral de Keynes questionava a política liberal, provando que a depressão não era um evento passageiro, podendo a vir se tornar uma situação permanente de desemprego e má exploração dos recursos econômicos. O desafio econômico da grande depressão era banir o desemprego em massa e a solução foi sendo estruturada por economistas de linha intervencionista, sendo John Maynard Keynes seu principal expoente. Para esta linha de pensamento, o desemprego seria banido 13

14 com a demanda originada pelos trabalhadores em massa que traria um efeito positivo em economias que estavam em crise. Em um cenário mais amplo da crise, Keynes propunha como saída volta da atividade industrial e, ao contrário do que pregavam os ortodoxos, insistia que o empresário retomasse suas atividades com otimismo ativando o emprego que traria renda aos trabalhadores, ou seja, que traria a retomada da atividade, possibilitando reduzir o desemprego e sem amputar o poder de compra dos trabalhadores (BEAUD, 2004:273). E a política econômica baseada nas ideias de Keynes, isto é, aumento do gasto público e aumento de renda do trabalhador para estimular a demanda agregada, foi posta em prática durante os chamados anos de ouro do capitalismo. Com a prática da nova política no pós-guerra, verificou-se um crescimento generalizado nos países capitalistas, contendo progresso em produtividade e nível de industrialização se comparados com o século XIX, tendo atenção especial para os Estados Unidos que dominavam o cenário mundial com um terço da produção industrial (BEAUD, 2004:314). Com o apoio do Estado, seria possível adequar as ideias de Keynes no contexto econômico. O Estado seria responsável por ajustar oferta e demanda e assim tirar a economia da recessão econômica. Era o contrário do que dizia a lei de Say cuja implicação é a ideia de que mercados livres se regulam automaticamente no nível de equilíbrio de pleno emprego. A política econômica de Keynes para retirar a economia da crise é anti-cíclica, isto é, a recomendação é que, em fase de recessão econômica, o Estado poderia estimular a economia estagnada por meio do estímulo aos investimentos privados que se encontram em nível deficitário e do investimento público, elevando assim o nível de emprego a um patamar adequado. Galbraith (1989:200) sintetiza os fundamentos keynesianos no trecho a seguir: A economia moderna, afirmava Keynes, não encontra seu equilíbrio necessariamente no pleno emprego; ela pode encontrá-lo no desemprego o equilíbrio do desemprego. A Lei de Say já não valia mais; poderia haver uma demanda insuficiente. O governo pode e deve tomar medidas para combater esta insuficiência. Numa depressão, os preceitos para se bem administrar as finanças públicas cedem lugar a esta necessidade. Além da política keynesiana, outros fatores contribuíram para a fase de maior crescimento da economia capitalista depois a segunda guerra mundial. A evolução da produtividade de deveu à instalação de novos equipamentos automatizados, à intensificação 14

15 no nível de trabalho em firmas, bancos, correios; e à reorganização do trabalho, linha de montagem com fordismo e taylorismo, além de novos métodos de pagamentos. Com todo o progresso vigorando até meados de 1960, subestimava-se mais uma vez qualquer tipo de crise, a ponto do economista keynesiano Paul Samuelson afirmar que: a era pós-keynesiana deu-se nos meios de uma política de moeda e de imposto que lhe permite criar o poder de compra indispensável para evitar as grandes crises (...). Com os nossos conhecimentos atuais, sabemos seguramente como evitar uma recessão crônica (apud BEAUD, 2000). No entanto, a era das certezas keynesianas também encontraria uma crise. De acordo com Beaud, em 1970, a desaceleração do crescimento, alta de desemprego, inflação, perda de poder de compra dos trabalhadores anunciavam que a crise pairava nos países capitalistas que depositaram seus germes ainda em 1960, quando já se verificava perda no nível de lucros. Segundo ele, a crise dos anos 1970 surgiu devido a instabilidades em diversas áreas tal como: - esgotamento dos esquemas de acumulação em nos países capitalistas (...); saturamento do trabalho tipo linha de montagem; aumento de investimentos em mercados externos para acomodação de filiais (...); acirramento na concorrência intercapitalista; aumento de encargos; desatrelamento do dólar ao ouro; elevação do preço do preço do petróleo; crescimento da desigualdade social (BEAUD, 2000). Assim, a influência keynesiana repercutiu no ambiente dos mais importantes países capitalistas até 1970, se debatendo com novos problemas que surgiram a partir de então. O quadro 2 mostra como a crise econômica dos anos 70 e 80 se refletiu no crescimento econômico de diversos países. Quadro 2: Produto Interno Bruto rela per capita (Taxa média anual de crescimento composta %) País Estados Unidos 2,4 1,4 Brasil 3,8 0,9 Alemanha 5,0 2,1 Argentina 2,1-0,2 África do Sul 2,4-0,6 Fonte: Dados de MADDISON (1995), p Quadro modificado a partir de SAES; SAES,

16 Apesar de este estudo estar embasado até ao ano de 1970, o ano de 1973, foi inserido, por representar a época de ruptura com Bretton Woods, que culminou no fim das taxas de câmbio fixas, assim como pretendia os Estados Unidos, e a extensão de 1973 foi apresentada por apresentar caráter ilustrativo a fim de revelar comparações importantes para os períodos. Há de se notar pelo quadro 2, o contraste de crescimento dos países até o fim do período mais intervencionista até 1973 com o pós 1973, marcado pela crise que acarretou no decréscimo do nível de crescimento da maioria das economias mundiais. Além, da diminuição do crescimento, a crise de 1970 veio acompanhada de inflação e desemprego, surgindo no cenário, uma nova palavra que iria inserir como um novo vocábulo na pauta dos economistas, a chamada estagflação, situação que combina estagnação econômica e inflação. Outro problema era a presença de inflação com o aumento do desemprego em Esta combinação feria o princípio teórico de Phillips, na qual em ambientes de pleno emprego gera maior atividade econômica, que ocasionam o maior o nível de salários e assim, maior o custo de produção que pressiona o nível de preços. Em contraposição ao pleno emprego, as elevadas taxas de desemprego, tendem a provocar desaceleração econômica e menor margem para o aumento de preços, ou seja, a inflação não deveria acontecer no contexto de baixa no nível empregado. 4 O quadro 3 evidencia desemprego e inflação em países desenvolvidos antes e depois da década de 70: Quadro 3: Taxa de desemprego e taxa de Inflação em Países selecionados ( ) (Variação percentual média ao ano no período). País Taxa de desemprego Taxa de Inflação Estados Unidos 4,6 7,4 2,7 8,2 Reino Unido 2,8 7,0 4,6 13,5 Itália 5,5 7,2 3,9 16,7 Fonte: Dados de MADDISON (1995), p.84. Quadro modificado a partir de SAES; SAES, O ambiente econômico de 1970 já não era o mesmo de Na década de 70, as relações interpaíses eram significativas. Um evento individual poderia, e até hoje pode, influenciar o ramo de atividades de outras economias. O primeiro choque do petróleo em 1970 é um fato 4 A relação inversa entre inflação e desemprego é representada na chamada curva de Phillips. 16

17 que ilustra as ramificações de interligações entre os países. Assim, de forma bastante sucinta, a venda de petróleo de países do oriente para Europa e Estados Unidos era feita a preços a preços relativamente baixos, o que sustentava seu crescimento industrial. No entanto, após a criação da OPEP (Organização dos Países Exportadores de Petróleo), houve uma tentativa de países membros que faziam parte da OPEP em negociar os preços com países que importavam o petróleo. Após negociações, a OPEP diminuiu o nível de oferta do produto que causou elevação no nível de preços. Assim, a evolução do preço por barril de petróleo passava de US$2,00 por barril (...), US$16,65 no final de E 1979 com o segundo choque do petróleo levando a OPEP a fixar em mais de US$30 por barril (SAES; SAES, 2013:535). Tal elevação dos preços trouxe uma enorme reviravolta para países que dependiam integralmente do produto para continuar seu progresso no crescimento econômico, como foi o caso de da Europa, onde o impacto na taxa de inflação em parte, aconteceu por conta do fenômeno de aumento do preço do petróleo que induziu o aumento de preços de produtos finais por encarecerem sua matéria prima. Outro impacto da inflação, dado o aumento do nível de preços, foi o desemprego crescente, pois, ao se tentar tratar de diminuir o nível da inflação as políticas restritivas são colocadas em práticas para conter a inflação. Não só reajuste de preços do petróleo podem explicar as crises de diversos países em Galbraith atribui a crise ao fato de existirem pressões no nível de preços e salários. As empresas na época começaram a reagir contra a queda de lucros, aumento o preço dos produtos que causava aumento nos preços generalizados, tendenciando o aumento do preço dos salários, sem induzir o investimento como contrapartida. Assim, a diminuição da demanda se tornaria o fato consumado, que gera a estagnação em um ambiente já inflacionado. Finalmente, em 1973, o fim de Bretton woods, trouxe o câmbio flutuante que possibilitou os Estados Unidos a desvalorizar sua moeda incentivando o nível de exportação. Este país também adotou política fiscal com crescente déficit público e política monetária expansionista, chegando a juros reais negativos. O problema de geração de déficits trazia o problema da inflação, o que ocasionava em uma desconfiança frente à moeda americana. Diante desse panorama mais geral, vale falar um pouco sobre a situação brasileira. Como uma extensão da ONU, a CEPAL, dirigida primeiramente pelo economista Argentino 17

18 Raúl Prebisch, tinha como principal argumento a tese que países tipo agrário primário exportador, como o caso dos países da América Latina, não tinham como alavancar o crescimento econômico competindo com países que exportavam produtos manufaturados tendo os preços de produtos primários em ascendência no mercado internacional em comparação aos manufaturados, fazendo com que os países tipo primário agrário exportador, tivessem que ter uma produção cada vez mais ascendente em nível de exportação para se equiparar ao mesmo volume de produtos manufaturados. No Brasil, em meados de 1930, já se encontravam evidencias de industrialização no país. No governo de Juscelino Kubitschek, a industrialização foi ainda mais promovida pelas políticas indutoras da construção de um parque industrial, tendo auxílio do Estado durante todo o período no que concerne ao planejamento e financiamento por meio, principalmente, do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico, BNDE. No período governado por militares a formação do parque industrial nacional foi completada. Distanciando-se daquilo que foi projetado, entretanto, a industrialização não promoveu o desenvolvimento junto ao crescimento. Teve-se aumento da dívida externa, especialmente em 1970 com o choque do petróleo, e má distribuição de renda, mostrando que uma parcela minoritária que se promoveu com a industrialização. Assim, em meio a instabilidade, a pilastra keynesiana começava a sentir abalos somente no final de 1960, ao se deparar com diferenças nas mudanças na demanda e valores da sociedade encontradas em diferentes contextos vividos em 1930, cedendo espaço para o discurso neoliberal que ganha forças a partir de então. Em 1970, o déficit público de alguns países batiam recordes acompanhado de inflação elevada e problema na balança de pagamentos no âmbito macroeconômico, e no âmbito microeconômico, pôde-se verificar elevação dos preços, aumento de custos e diminuição de produtividade sob um olhar mais geral do cenário econômico da época, evidenciando que a política vigente estava passando por instabilidades, dando novo espaço para novas teorias econômicas. Era esse também o caso do Brasil. 18

19 2. Os keynesianos e seus críticos A política keynesiana que vigorou após a depressão dos anos 1930 postulava uma política fiscal ativa, ora realizando maiores déficits governamentais em épocas de recessão para reanimar a economia, ora, diminuindo o déficit em épocas de maior crescimento econômico. Para os keynesianos, a moeda é considerada uma variável importante para determinar o nível de atividade econômica, e sua velocidade de circulação é determinada dentro do sistema, cabendo também, a outras variáveis econômicas o poder de afetar o nível de atividade da economia. A partir da formalização das curvas IS-LM criada por J. Hicks, que ficou conhecido como a representação da teoria macroeconômica de Keynes, pode-se representar uma política fiscal expansionista. Assim, como comentado anteriormente, quando há um aumento do nível de gasto do governo, para linha keynesiana, mantendo a quantidade de moeda constante, dada a oferta de títulos públicos para financiar os gastos do governo, há um deslocamento para cima e para direita da curva IS, de IS(G) 0 para IS(G) 1. Tal deslocamento provoca aumento na renda (Y) de Y 0 para Y 1 e taxa de juros (r), de r 0 para r 1. Gráfico 1: Efeitos de um aumento no gasto do governo na síntese keynesiana. r LM r 1 r 0 IS(G) 1 IS(G) 0 y y 0 y 1 19

20 O maior nível de renda alcançado reflete uma maior demanda por moeda para finalizar suas transações, que é amenizada pelo aumento de taxas de juros. Assim, com a taxa de juros mais alta, a especulação da procura por mais moeda tem um decréscimo, ocasionando, diminuição na demanda por estoque de moeda para realizar transações A crítica monetarista Já, pela linha teórica dos monetaristas, há a forte fundamentação na quantidade de moeda que circula na economia e no nível de nível de preços, podendo, a variação do estoque de moeda ser colocada como variável principal e talvez única, na oscilação do PIB e da inflação. Friedman justifica a última como um fenômeno advindo de um aumento da oferta de moeda maior que o nível de bens e serviços produzidos, assim, a inflação está em todo o lado e é sempre um fenômeno monetário (apud BERNIER, 2002:86). Com o enfoque ainda sobre o nível de moeda, Friedman se contrapõe à eficiência da política fiscal dos keynesianos. De acordo com Froyen (2008:256): os monetaristas rejeitaram essa proposição e afirmaram que a política fiscal em si, é em grande medida, ineficaz, e que o importante é o que acontece com a quantidade de moeda. A teoria quantitativa da moeda evidencia a neutralidade da moeda em longo prazo do modelo. Assim, (...) em longo prazo, toda variação da massa monetária só tem influência sobre as variáveis nominais o PIB em valor, e os preços (BERNIER, 2002:86). Aloca-se, portanto nesta teoria, variações no estoque de moeda contribuindo com as variações no PIB real e na inflação, tendo a maior porcentagem do aumento do PIB absorvida pelo aumento de preços. Quanto à política monetária, esta linha se preocupa em evitar que a moeda cause alguma instabilidade que possa violar a estabilidade da economia e, para evitar tal perturbação, o governo deve fazer uma política monetária previsível. Os monetaristas creem que a política orçamentária não tem tanta importância por apresentar efeitos de pouca relevância se comparados com a política monetária, por encontrar uma relação fraca entre elasticidade da procura de moeda em relação à taxa de juros, ilustrada em uma curva LM muito inelástica. Assim, uma política fiscal expansionista financiada a títulos públicos leva ao fraco nível de crescimento econômico e à alta na taxa de juros que ocasiona a diminuição do nível de investimento, como ilustra o gráfico 2: 20

21 Gráfico 2: Efeitos de um aumento no gasto do governo na síntese monetarista. r LM 0 r 1 1 r 0 IS 1 IS 0 y y 0 y 1 Assim, considerando os níveis de inclinação das curvas IS e LM do modelo dos monetaristas, um aumento dos gastos do governo (G), de (G 0 ) para (G 1 ), a curva IS se desloca para cima de (IS 0 ) para (IS 1 ). Assim como verificado no gráfico 2, o aumento dos gastos do governo provocam aumento no nível de taxas de juros bem superior ao nível de renda, que é alterado ligeiramente, ilustrado no deslocamento da renda (Y), de (Y 0 ), para (Y 1 ) A crítica novo-clássica A escola novo-clássica, que tem como um dos principais expoentes Robert Lucas, parte do princípio que os agentes são racionais, ou seja, as expectativas são racionais, os agentes utilizam toda a informação disponível; As decisões econômicas são de embasamento real, e não nominal ou monetário, e por último, eles são otimizadores permanentes. Devido à expectativa racional de Lucas associada a não presença de ilusão monetária pode-se confirmar a neutralidade da moeda no curto e longo prazo. O que não é anunciado não é considerado antecipado para Lucas por surpreender os agentes induzindo a efeitos de não neutralidade devido à falha de comunicação (antecipação). 21

22 Ainda, sobre esta escola, adicionam-se dois elementos em seu arcabouço teórico representado pela dinâmica e a incerteza, além de conter em traços da teoria walrasiana que modela matematicamente os modelos com alinhamento à visão de seus autores. Espera-se também, que a aplicação do modelo seja feita em regras estáveis, devido as antecipações dos agentes. Tal preocupação se torna válida utilizando o raciocínio de que se porventura as regras forem modificadas, consequentemente a antecipação dos agentes também serão, por isso os antigos modelos não podem permitir comparar políticas econômicas alternativas (não estáveis), uma vez que se considera seu coeficiente constante. Essa é a famosa crítica de Lucas (BERNIER, 2002:101). É na escola dos novo-clássicos que se coloca o efeito crowding out nas economias, onde tal efeito resulta em efeitos positivos na alta de juros, como tentativa de conter a inflação por excesso de demanda que afastava o investimento. O efeito crowding out pode ocorrer na presença de déficit público nas questões ligadas sobre o financiamento dos gastos governamentais. Este efeito gera um aumento da taxa de juros, espantando os investimentos privados da economia, ocasião esta, que pode acontecer em épocas de incentivo ao gasto do governo. Quanto à função de oferta, Lucas mantém o PIB em um nível apropriado, sendo as flutuações decorrentes dos preços antecipados. Este autor enfoca a falta de habilidade das firmas em tratarem variações no preço relativo do nível geral de preços. Assim, quando há um aumento de preço, a teoria abre espaço para dois tipos de interpretação, sendo a primeira, um aumento na origem em âmbito geral de preços, onde não há modificação concreta de preço dos produtos assim, não há necessidade de modificar o nível da oferta dos produtos, enquanto que a segunda, encontra-se no aumento de preço relativo de produtos, onde as firmas, neste caso, aumentam a oferta destes produtos. Esta modificação na oferta pode ser advinda, por exemplo, por uma oferta de moeda, confundindo os agentes que interpretam este choque monetário com aumento dos preços relativos dos produtos. Por isso, as variações monetárias que não são antecipadas induzem a formação do produto, enquanto que as antecipadas resultam em sua neutralidade. Assim sendo, a formação de curva de Philips só irá existir quando houver informação imperfeita na economia. A respeito de uma política monetária, os novo-clássicos são a favor da estabilidade e contra estímulos excessivos, podendo assim evitar déficits excessivos por parte do governo, como o que aconteceu em Para eles, tal instabilidade na política fiscal prejudica a 22

23 antecipação dos agentes racionais inibindo a percepção correta sobre o futuro da economia, que mesmo se abstendo de uma política crível, com crescimentos monetários baixos, não consegue sobreviver com políticas fiscais com elevados déficits. Assim, simpáticos à corrente dos novo-clássicos acreditam que um controle dos déficits orçamentários deve ser realizado a fim de ter uma política monetária inflacionária crível (FROYEN, 2008:303). Diante das mudanças ocorridas na economia e no pensamento econômico entre 1945 e 1970, partimos para o estudo da relação entre despesa e investimento públicos e crescimento e inflação no Brasil, a fim de contrastar dados empíricos da economia brasileira com as principais teorias surgidas no período. 23

24 3. Um estudo econométrico de variáveis selecionadas utilizando a causalidade de Granger: despesa e investimento públicos e crescimento e inflação no Brasil ( ) Este capítulo apresenta historicamente, com auxílio da ferramenta econométrica, a relação entre investimento, gastos públicos federais, Produto Interno Bruto (PIB), evidenciando o nível de crescimento no Brasil e inflação entre 1945 e O estudo tem como pano de fundo as mudanças ocorridas na economia e no pensamento econômico no período em destaque, com o auge da economia capitalista nos trinta anos posteriores à segunda guerra, conhecidos como a Era de Ouro, e seu declínio no início da década de 1970, quando se entra no cenário econômico de crises e mudanças na economia mundial Aspectos metodológicos Para o período, coletou-se dados da economia brasileira para realizar um estudo econométrico, a fim de contribuir de maneira quantitativa para o corpo teórico do trabalho, destacando ainda os períodos marcantes que foram advindos de alguma intervenção, bem como seus efeitos na economia brasileira. A partir da revisão teórica acerca das principais correntes de pensamento que predominaram durante pré-crise de 1929 (pensamento liberal) até final da década de 1970 (pensamento keynesiano), serão analisadas quatro variáveis econômicas para o contexto brasileiro: nível de despesa federal, crescimento econômico (PIB), inflação e nível de investimento do Brasil. Seguindo o viés de políticas keynesianas dentro do intervalo selecionado, o estudo irá verificar o maior incentivo para a despesa federal, responsável por impulsionar o investimento, que traria emprego para as economias que estavam em crise, e ainda estudará qual foi o impacto na economia frente a este maior dispêndio, considerando as variáveis restantes citadas. Em uma tentativa de analisar o impacto entre algumas variáveis macroeconômicas no período entre 1945 a 1970 para o Brasil, coletou-se dados históricos do período em questão, das seguintes variáveis: crescimento econômico, inflação, e despesa do governo federal para 24

25 se analisar possíveis causalidades entre estas variáveis, e se o resultado em questão, compreendeu a realidade no passado dentro do intervalo de tempo selecionado. O período em destaque foi escolhido por representar em 1930, o início da crise advinda de 1920 nos Estados Unidos, que refletiu na maioria das economias capitalistas, bem como a sua superação nos anos que se seguem a partir de novas políticas econômicas. O período mediano do intervalo selecionado representou no âmbito geral, para países de economia capitalista, grande processo de crescimento, para se findar no início de 1970, com novas perturbações que ocasionaram uma nova crise nas economias que completará o raciocínio deste trabalho. Primeiramente, escolheu-se estas variáveis econômicas, pelo fato de terem apresentado grandes oscilações ao longo do período que chegaram a designar momentos de progresso, crise, questionando, em momentos de crise, a ideia política que predominava na época, seja mais conservadora, antes de 1930, seja ela mais expansionista, a partir de A respeito da escolha das variáveis selecionadas, o nível de despesa do governo, por diversas vezes foi contestado por gerar efeitos mais significativos na inflação do que no crescimento em si. Mas por outro lado, simpáticos à corrente keynesiana, o nível de déficit seria o responsável por dinamizar a atividade econômica em ambientes de recessão trazendo o crescimento econômico. A motivação de inserir o nível de investimento no rol de variáveis a ser verificadas pelo teste de Granger está na justificativa pelo seu poder de elevar em longo prazo, de forma indireta, a produtividade que proporciona maior nível de atividade econômica materializando em maior nível de crescimento econômico que pode também gerar reflexos nos níveis inflacionários se considerados maior nível de emprego, renda e consumo e maiores demandas por moedas por parte dos agentes para finalizar as transações. Faz necessário então a verificação de causalidade entre despesa do governo e crescimento econômico com a inflação; Investimento e crescimento econômico e por último, o nível de despesa do governo e com o crescimento econômico. Deste modo, torna viável a verificação entre as variáveis de um modo unilateral, visto que a relação inversa é espúria. 25

26 Os dados coletados representam uma série temporal, que segundo Madalla (2003) é uma ordem de dados numéricos que apresenta associação a um instante no tempo tendo como objetivo a obtenção de um estudo a partir das séries temporais o conhecimento das dinâmicas e estruturas temporais dos dados em questão. O mesmo autor cita que existem dois métodos de análise das séries temporais, sendo eles o domínio de frequência e o domínio de tempo. Neste estudo será utilizado o domínio de tempo, cuja definição DE Carvalho (2013:6) é: Os métodos de domínio temporal procuram caracterizar as séries de dados nos mesmos termos em que são observados e reportados. A ferramenta primária para a caracterização de relações entre valores de dados na aproximação do domínio temporal é a função de auto-correlação. Matematicamente, as análises do domínio temporal operam no mesmo espaço dos valores dos dados. Uma importante característica a ser observada no estudo de séries é a estacionariedade. Uma série é estacionária quando possui média zero, variância constante e autocovariância dependendo apenas da distancia entre dois tempos : Assim, a série possui de acordo com sua formalidade, distribuição normal, com média 2 zer e variância σ constante, não correlacionada. A estacionariedade pode ainda, ser do tipo forte ou fraca. O primeiro tipo de estacionariedade, o tipo forte se forma da distribuição conjunta do processo permanece sem variação mediante uma translação temporal. Como na prática é muito difícil especificar a distribuição conjunta de um processo estocástico, há a versão mais fraca, na qual somente alguns momentos do processo permanecem inalterados no tempo (MEDEIROS, 2005:274). Assim a última, ocorre quando a média e a variância do processo são constantes no tempo e sua estrutura de dependência linear depende apenas da distância entre os períodos. Após a análise e confirmação de estacionaridade nas séries, pode-se realizar a verificação de causalidade entre as variáveis. Utilizou-se a ferramenta econométrica GretlR, que possui o teste da causalidade de Granger ou precedência temporal, que verifica tal relação entre duas variáveis quaisquer. Assim, o teste de Granger, que supõe as séries já estacionárias, é utilizado quando se deseja verificar se existe uma causalidade entre duas variáveis dentro de um período estimado levando em consideração o número de defasagens introduzidas no modelo. 26

Depressões e crises CAPÍTULO 22. Olivier Blanchard Pearson Education. 2006 Pearson Education Macroeconomia, 4/e Olivier Blanchard

Depressões e crises CAPÍTULO 22. Olivier Blanchard Pearson Education. 2006 Pearson Education Macroeconomia, 4/e Olivier Blanchard Depressões e crises Olivier Blanchard Pearson Education CAPÍTULO 22 Depressões e crises Uma depressão é uma recessão profunda e de longa duração. Uma crise é um longo período de crescimento baixo ou nulo,

Leia mais

ECONOMIA INTERNACIONAL II Professor: André M. Cunha

ECONOMIA INTERNACIONAL II Professor: André M. Cunha Introdução: economias abertas Problema da liquidez: Como ajustar desequilíbrios de posições entre duas economias? ECONOMIA INTERNACIONAL II Professor: André M. Cunha Como o cada tipo de ajuste ( E, R,

Leia mais

TRIBUNAL DE CONTAS DO DISTRITO FEDERAL II RELATÓRIO ANALÍTICO

TRIBUNAL DE CONTAS DO DISTRITO FEDERAL II RELATÓRIO ANALÍTICO II RELATÓRIO ANALÍTICO 15 1 CONTEXTO ECONÔMICO A quantidade e a qualidade dos serviços públicos prestados por um governo aos seus cidadãos são fortemente influenciadas pelo contexto econômico local, mas

Leia mais

Instrumentalização. Economia e Mercado. Aula 4 Contextualização. Demanda Agregada. Determinantes DA. Prof. Me. Ciro Burgos

Instrumentalização. Economia e Mercado. Aula 4 Contextualização. Demanda Agregada. Determinantes DA. Prof. Me. Ciro Burgos Economia e Mercado Aula 4 Contextualização Prof. Me. Ciro Burgos Oscilações dos níveis de produção e emprego Oferta e demanda agregadas Intervenção do Estado na economia Decisão de investir Impacto da

Leia mais

Impacto sobre os rendimentos dos títulos públicos

Impacto sobre os rendimentos dos títulos públicos Como as taxas de juros dos Estados Unidos afetam os mercados financeiros das economias emergentes 15 de maio de 2014 Alexander Klemm, Andre Meier e Sebastián Sosa Os governos da maioria das economias emergentes,

Leia mais

TRABALHO DE ECONOMIA:

TRABALHO DE ECONOMIA: UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MINAS GERAIS - UEMG FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE ITUIUTABA - FEIT INSTITUTO SUPERIOR DE ENSINO E PESQUISA DE ITUIUTABA - ISEPI DIVINO EURÍPEDES GUIMARÃES DE OLIVEIRA TRABALHO DE ECONOMIA:

Leia mais

What Are the Questions?

What Are the Questions? PET-Economia UnB 06 de abril de 2015 Joan Robinson Mrs. Robinson Formou-se em Economia na Universidade de Cambridge em 1925 Em 1965, obteve a cadeira de professora titular em Cambridge Economista pós-keynesiana

Leia mais

Cenário Econômico para 2014

Cenário Econômico para 2014 Cenário Econômico para 2014 Silvia Matos 18 de Novembro de 2013 Novembro de 2013 Cenário Externo As incertezas com relação ao cenário externo em 2014 são muito elevadas Do ponto de vista de crescimento,

Leia mais

CONTEXTO HISTORICO E GEOPOLITICO ATUAL. Ciências Humanas e suas tecnologias R O C H A

CONTEXTO HISTORICO E GEOPOLITICO ATUAL. Ciências Humanas e suas tecnologias R O C H A CONTEXTO HISTORICO E GEOPOLITICO ATUAL Ciências Humanas e suas tecnologias R O C H A O capitalismo teve origem na Europa, nos séculos XV e XVI, e se expandiu para outros lugares do mundo ( Ásia, África,

Leia mais

ANEXO VII OBJETIVOS DAS POLÍTICAS MONETÁRIA, CREDITÍCIA E CAMBIAL LEI DE DIRETRIZES ORÇAMENTÁRIAS

ANEXO VII OBJETIVOS DAS POLÍTICAS MONETÁRIA, CREDITÍCIA E CAMBIAL LEI DE DIRETRIZES ORÇAMENTÁRIAS ANEXO VII OBJETIVOS DAS POLÍTICAS MONETÁRIA, CREDITÍCIA E CAMBIAL LEI DE DIRETRIZES ORÇAMENTÁRIAS - 2007 (Anexo específico de que trata o art. 4º, 4º, da Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000)

Leia mais

Vamos usar a seguinte definição: Aumento da taxa de cambio = Desvalorização. Taxa de cambio real : é o preço relativo dos bens em dois paises.

Vamos usar a seguinte definição: Aumento da taxa de cambio = Desvalorização. Taxa de cambio real : é o preço relativo dos bens em dois paises. Vamos usar a seguinte definição: Aumento da taxa de cambio = Desvalorização Uma desvalorização ocorre quando o preço das moedas estrangeiras sob um regime de câmbio fixa é aumentado por uma ação oficial.

Leia mais

Sumário. Conceitos básicos 63 Estrutura do balanço de pagamentos 64 Poupança externa 68

Sumário. Conceitos básicos 63 Estrutura do balanço de pagamentos 64 Poupança externa 68 Sumário CAPÍTULO l As CONTAS NACIONAIS * l Os agregados macroeconômicos e o fluxo circular da renda 2 Contas nacionais - modelo simplificado 4 Economia fechada e sem governo 4 Economia fechada e com governo

Leia mais

Economia. Comércio Internacional Taxa de Câmbio, Mercado de Divisas e Balança de Pagamentos,

Economia. Comércio Internacional Taxa de Câmbio, Mercado de Divisas e Balança de Pagamentos, Economia Comércio Internacional Taxa de Câmbio, Mercado de Divisas e Balança de Pagamentos, Comércio Internacional Objetivos Apresentar o papel da taxa de câmbio na alteração da economia. Iniciar nas noções

Leia mais

Maxi Indicadores de Desempenho da Indústria de Produtos Plásticos do Estado de Santa Catarina Relatório do 4º Trimestre 2011 Análise Conjuntural

Maxi Indicadores de Desempenho da Indústria de Produtos Plásticos do Estado de Santa Catarina Relatório do 4º Trimestre 2011 Análise Conjuntural Maxi Indicadores de Desempenho da Indústria de Produtos Plásticos do Estado de Santa Catarina Relatório do 4º Trimestre 2011 Análise Conjuntural O ano de 2011 foi marcado pela alternância entre crescimento,

Leia mais

COMÉRCIO EXTERIOR. Causas da dívida Empréstimos internacionais para projetar e manter grandes obras. Aquisição de tecnologia e maquinário moderno.

COMÉRCIO EXTERIOR. Causas da dívida Empréstimos internacionais para projetar e manter grandes obras. Aquisição de tecnologia e maquinário moderno. 1. ASPECTOS GERAIS Comércio é um conceito que possui como significado prático, trocas, venda e compra de determinado produto. No início do desenvolvimento econômico, o comércio era efetuado através da

Leia mais

A economia brasileira em transição: política macroeconômica, trabalho e desigualdade

A economia brasileira em transição: política macroeconômica, trabalho e desigualdade outubro 2014 A economia brasileira em transição: política macroeconômica, trabalho e desigualdade Por Mark Weisbrot, Jake Johnston e Stephan Lefebvre* Center for Economic and Policy Research 1611 Connecticut

Leia mais

A curva de Phillips demonstrada na equação abaixo é ampliada e com expectativas racionais (versão contemporânea da curva de Phillips):

A curva de Phillips demonstrada na equação abaixo é ampliada e com expectativas racionais (versão contemporânea da curva de Phillips): Concurso TCE/MG elaborado pela FCC em abril de 2007. Atendendo a alguns pedidos de colegas que frequentaram o curso de Economia parte teórica nos meses de fevereiro, março e abril de 2007 bem como aqueles

Leia mais

2. Condições de Equilíbrio do Modelo No modelo keynesiano simples, a economia estará em equilíbrio se:

2. Condições de Equilíbrio do Modelo No modelo keynesiano simples, a economia estará em equilíbrio se: Macroeconomia Aula 2 1. Modelo Keynesiano Simples 1.1. Clássicos x Keynes Para os economistas clássicos, a economia de mercado era auto-regulável e tendia quase que automaticamente para o pleno emprego.

Leia mais

FUNDAMENTOS DA GESTÃO FINANCEIRA

FUNDAMENTOS DA GESTÃO FINANCEIRA Unidade II FUNDAMENTOS DA GESTÃO FINANCEIRA Prof. Jean Cavaleiro Objetivos Ampliar a visão sobre os conceitos de Gestão Financeira; Conhecer modelos de estrutura financeira e seus resultados; Conhecer

Leia mais

Apresentação de Teresa Ter-Minassian na conferencia IDEFF: Portugal 2011: Coming to the bottom or going to the bottom? Lisboa, Jan.31-Fev.

Apresentação de Teresa Ter-Minassian na conferencia IDEFF: Portugal 2011: Coming to the bottom or going to the bottom? Lisboa, Jan.31-Fev. Apresentação de Teresa Ter-Minassian na conferencia IDEFF: Portugal 2011: Coming to the bottom or going to the bottom? Lisboa, Jan.31-Fev.1, 2011 Estrutura da apresentação Antecedentes Principais características

Leia mais

ANÁLISE ECONÔMICO FINANCEIRA DA EMPRESA BOMBRIL S.A.

ANÁLISE ECONÔMICO FINANCEIRA DA EMPRESA BOMBRIL S.A. Universidade Federal do Pará Centro: Sócio Econômico Curso: Ciências Contábeis Disciplina: Análise de Demonstrativos Contábeis II Professor: Héber Lavor Moreira Aluno: Roberto Lima Matrícula:05010001601

Leia mais

INSTITUTOS SUPERIORES DE ENSINO DO CENSA PROGRAMA INSTITUCIONAL DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA PROVIC PROGRAMA VOLUNTÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA

INSTITUTOS SUPERIORES DE ENSINO DO CENSA PROGRAMA INSTITUCIONAL DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA PROVIC PROGRAMA VOLUNTÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA INSTITUTOS SUPERIORES DE ENSINO DO CENSA PROGRAMA INSTITUCIONAL DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA PROVIC PROGRAMA VOLUNTÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA IMPACTO DA CONSTRUÇÃO CIVIL NO PRODUTO INTERNO BRUTO BRASILEIRO

Leia mais

O Custo Unitário do Trabalho na Indústria

O Custo Unitário do Trabalho na Indústria O Custo Unitário do Trabalho na Indústria O mercado de trabalho é fonte de indicadores muito importantes à condução da política monetária como, por exemplo, a taxa de desemprego, os níveis de salários

Leia mais

Política monetária e senhoriagem: depósitos compulsórios na economia brasileira recente

Política monetária e senhoriagem: depósitos compulsórios na economia brasileira recente Política monetária e senhoriagem: depósitos compulsórios na economia brasileira recente Roberto Meurer * RESUMO - Neste artigo se analisa a utilização dos depósitos compulsórios sobre depósitos à vista

Leia mais

UNIDADE 4 A CRISE DO GUERRA MUNDIAL. CAPITALISMO E A SEGUNDA. Uma manhã de destruição e morte.

UNIDADE 4 A CRISE DO GUERRA MUNDIAL. CAPITALISMO E A SEGUNDA. Uma manhã de destruição e morte. UNIDADE 4 A CRISE DO CAPITALISMO E A SEGUNDA GUERRA MUNDIAL. Uma manhã de destruição e morte. No início de agosto de 1945, os Estados Unidos tentavam, sem resultado, conseguir a rendição japonesa. A solução

Leia mais

NBC TSP 10 - Contabilidade e Evidenciação em Economia Altamente Inflacionária

NBC TSP 10 - Contabilidade e Evidenciação em Economia Altamente Inflacionária NBC TSP 10 - Contabilidade e Evidenciação em Economia Altamente Inflacionária Alcance 1. Uma entidade que prepara e apresenta Demonstrações Contábeis sob o regime de competência deve aplicar esta Norma

Leia mais

ESTUDO DE CASO MÓDULO XI. Sistema Monetário Internacional. Padrão Ouro 1870 1914

ESTUDO DE CASO MÓDULO XI. Sistema Monetário Internacional. Padrão Ouro 1870 1914 ESTUDO DE CASO MÓDULO XI Sistema Monetário Internacional Padrão Ouro 1870 1914 Durante muito tempo o ouro desempenhou o papel de moeda internacional, principalmente por sua aceitabilidade e confiança.

Leia mais

B 02-(FCC/EMATER-2009)

B 02-(FCC/EMATER-2009) Ola, pessoal! Seguem aqui mais questões comentadas de Macroeconomia, visando a preparação para o excelente concurso de fiscal de rendas de SP. Todas as questões são da FCC. Bom treinamento! Marlos marlos@pontodosconcursos.com.br

Leia mais

Conceito de Contabilidade

Conceito de Contabilidade !" $%&!" #$ "!%!!&$$!!' %$ $(%& )* &%""$!+,%!%!& $+,&$ $(%'!%!-'"&!%%.+,&(+&$ /&$/+0!!$ & "!%!!&$$!!' % $ $(% &!)#$ %1$%, $! "# # #$ &&$ &$ 0&$ 01% & $ #$ % & #$&&$&$&* % %"!+,$%2 %"!31$%"%1%%+3!' #$ "

Leia mais

Crescimento em longo prazo

Crescimento em longo prazo Crescimento em longo prazo Modelo de Harrod-Domar Dinâmica da relação entre produto e capital Taxa de poupança e produto http://fernandonogueiracosta.wordpress.com/ Modelo keynesiano Crescimento = expansão

Leia mais

Evolução Recente dos Preços dos Alimentos e Combustíveis e suas Implicações

Evolução Recente dos Preços dos Alimentos e Combustíveis e suas Implicações 1 ASSESSORIA EM FINANÇAS PÚBLICAS E ECONOMIA PSDB/ITV NOTA PARA DEBATE INTERNO (não reflete necessariamente a posição das instituições) N : 153/2008 Data: 27.08.08 Versão: 1 Tema: Título: Macroeconomia

Leia mais

Uma estratégia para sustentabilidade da dívida pública J OSÉ L UÍS O REIRO E L UIZ F ERNANDO DE P AULA

Uma estratégia para sustentabilidade da dívida pública J OSÉ L UÍS O REIRO E L UIZ F ERNANDO DE P AULA Uma estratégia para sustentabilidade da dívida pública J OSÉ L UÍS O REIRO E L UIZ F ERNANDO DE P AULA As escolhas em termos de política econômica se dão em termos de trade-offs, sendo o mais famoso o

Leia mais

Fernanda de Paula Ramos Conte Lílian Santos Marques Severino RESUMO:

Fernanda de Paula Ramos Conte Lílian Santos Marques Severino RESUMO: O Brasil e suas políticas sociais: características e consequências para com o desenvolvimento do país e para os agrupamentos sociais de nível de renda mais baixo nas duas últimas décadas RESUMO: Fernanda

Leia mais

3.1 Da c onta t bil i i l d i ade nacio i nal para r a t e t ori r a i ma m cro r econômi m c i a Det e er e mi m n i a n ç a ã ç o ã o da d

3.1 Da c onta t bil i i l d i ade nacio i nal para r a t e t ori r a i ma m cro r econômi m c i a Det e er e mi m n i a n ç a ã ç o ã o da d Determinação da renda e produtos nacionais: O mercado de Bens e Serviços Capítulo III 3.1 Da contabilidade nacional para a teoria macroeconômica A Contabilidade Nacional: medição do produto efetivamente

Leia mais

ECONOMIA. Questão nº 1. Padrão de Resposta Esperado:

ECONOMIA. Questão nº 1. Padrão de Resposta Esperado: Questão nº 1 a) Devido ao deslocamento da curva de demanda, o mercado equilibra-se, a curto prazo, com elevação do preço e da quantidade negociada. A elevação do preço permite às empresas que já operam

Leia mais

Como Investir em Ações Eduardo Alves da Costa

Como Investir em Ações Eduardo Alves da Costa Como Investir em Ações Eduardo Alves da Costa Novatec CAPÍTULO 1 Afinal, o que são ações? Este capítulo apresenta alguns conceitos fundamentais para as primeiras de muitas decisões requeridas de um investidor,

Leia mais

A Teoria da Endogeneidade da Moeda:Horizontalistas X Estruturalistas

A Teoria da Endogeneidade da Moeda:Horizontalistas X Estruturalistas A Teoria da Endogeneidade da Moeda:Horizontalistas X Estruturalistas Professor Fabiano Abranches Silva Dalto Departamento de Economia da UFPR Disciplina Economia Monetária e Financeira Bibliografia Sugerida:

Leia mais

American Way Of Life

American Way Of Life Crise de 1929 Ao final da Primeira Guerra, a indústria dos EUA era responsável por quase 50% da produção mundial. O país criou um novo estilo de vida: o american way of life. Esse estilo de vida caracterizava-se

Leia mais

CRISE DE 29. Colapso do sistema financeiro americano

CRISE DE 29. Colapso do sistema financeiro americano CRISE DE 29 Colapso do sistema financeiro americano Antecedentes: Europa destruída pela grande guerra depende do capital americano; EUA responsável por 50% de toda produção industrial do mundo; American

Leia mais

Os investimentos no Brasil estão perdendo valor?

Os investimentos no Brasil estão perdendo valor? 1. Introdução Os investimentos no Brasil estão perdendo valor? Simone Maciel Cuiabano 1 Ao final de janeiro, o blog Beyond Brics, ligado ao jornal Financial Times, ventilou uma notícia sobre a perda de

Leia mais

Macroeconomia. Prof. Aquiles Rocha de Farias

Macroeconomia. Prof. Aquiles Rocha de Farias Macroeconomia Prof. Aquiles Rocha de Farias Modelo Mundell-Fleming (IS-LM-) No modelo Mundell-Fleming é introduzida ao modelo IS-LM uma nova curva, a curva, que corresponde aos valores de renda e taxa

Leia mais

(Esta questão vale dois pontos e a análise deve ser feita graficamente)

(Esta questão vale dois pontos e a análise deve ser feita graficamente) Universidade de Brasília Departamento de Economia Disciplina: Macroeconomia II Professor: Carlos Alberto Período: Verão/2012 Segunda Prova Questões 1. Na sala de aula fizemos um exercício bem simples.

Leia mais

Perspectivas da Economia Brasileira

Perspectivas da Economia Brasileira Perspectivas da Economia Brasileira Márcio Holland Secretário de Política Econômica Ministério da Fazenda Caxias do Sul, RG 03 de dezembro de 2012 1 O Cenário Internacional Economias avançadas: baixo crescimento

Leia mais

A crise financeira global e as expectativas de mercado para 2009

A crise financeira global e as expectativas de mercado para 2009 A crise financeira global e as expectativas de mercado para 2009 Luciano Luiz Manarin D Agostini * RESUMO - Diante do cenário de crise financeira internacional, o estudo mostra as expectativas de mercado

Leia mais

Unidade II. Mercado Financeiro e de. Prof. Maurício Felippe Manzalli

Unidade II. Mercado Financeiro e de. Prof. Maurício Felippe Manzalli Unidade II Mercado Financeiro e de Capitais Prof. Maurício Felippe Manzalli Mercados Financeiros Definição do mercado financeiro Representa o Sistema Financeiro Nacional Promove o fluxo de recursos através

Leia mais

Conjuntura Dezembro. Boletim de

Conjuntura Dezembro. Boletim de Dezembro de 2014 PIB de serviços avança em 2014, mas crise industrial derruba taxa de crescimento econômico Mais um ano de crescimento fraco O crescimento do PIB brasileiro nos primeiros nove meses do

Leia mais

ipea A EFETIVIDADE DO SALÁRIO MÍNIMO COMO UM INSTRUMENTO PARA REDUZIR A POBREZA NO BRASIL 1 INTRODUÇÃO 2 METODOLOGIA 2.1 Natureza das simulações

ipea A EFETIVIDADE DO SALÁRIO MÍNIMO COMO UM INSTRUMENTO PARA REDUZIR A POBREZA NO BRASIL 1 INTRODUÇÃO 2 METODOLOGIA 2.1 Natureza das simulações A EFETIVIDADE DO SALÁRIO MÍNIMO COMO UM INSTRUMENTO PARA REDUZIR A POBREZA NO BRASIL Ricardo Paes de Barros Mirela de Carvalho Samuel Franco 1 INTRODUÇÃO O objetivo desta nota é apresentar uma avaliação

Leia mais

Aula 7 Inflação. Prof. Vladimir Maciel

Aula 7 Inflação. Prof. Vladimir Maciel Aula 7 Inflação Prof. Vladimir Maciel Estrutura Ferramenta de análise: OA e DA. Inflação Conceitos básicos. Causas. Trade-off com desemprego. Fator sancionador: expansão de moeda. Instrumentos de Política

Leia mais

www.estrategiaconcursos.com.br Página 1 de 8

www.estrategiaconcursos.com.br Página 1 de 8 Comentários Macroeconomia (Área 3) Olá Pessoal. O que acharam da prova do BACEN? E especificamente em relação à macro (área 3)? A prova foi complexa? Sim! A complexidade foi acima do esperado? Não! Particularmente,

Leia mais

ipea políticas sociais acompanhamento e análise 7 ago. 2003 117 GASTOS SOCIAIS: FOCALIZAR VERSUS UNIVERSALIZAR José Márcio Camargo*

ipea políticas sociais acompanhamento e análise 7 ago. 2003 117 GASTOS SOCIAIS: FOCALIZAR VERSUS UNIVERSALIZAR José Márcio Camargo* GASTOS SOCIAIS: FOCALIZAR VERSUS UNIVERSALIZAR José Márcio Camargo* Como deve ser estruturada a política social de um país? A resposta a essa pergunta independe do grau de desenvolvimento do país, da porcentagem

Leia mais

ANTECEDENTES DA GRANDE DEPRESSÃO

ANTECEDENTES DA GRANDE DEPRESSÃO ANTECEDENTES DA GRANDE DEPRESSÃO Indicadores de fragilidade da era da prosperidade nos Estados Unidos da América Endividamento e falência de muitos agricultores. Estes tinham contraído empréstimos para

Leia mais

RISCOS E OPORTUNIDADES PARA A INDÚSTRIA DE BENS DE CONSUMO. Junho de 2012

RISCOS E OPORTUNIDADES PARA A INDÚSTRIA DE BENS DE CONSUMO. Junho de 2012 RISCOS E OPORTUNIDADES PARA A INDÚSTRIA DE BENS DE CONSUMO Junho de 2012 Riscos e oportunidades para a indústria de bens de consumo A evolução dos últimos anos, do: Saldo da balança comercial da indústria

Leia mais

Análise Setorial. Fabricação de artefatos de borracha Reforma de pneumáticos usados

Análise Setorial. Fabricação de artefatos de borracha Reforma de pneumáticos usados Análise Setorial Fabricação de artefatos de borracha Reforma de pneumáticos usados Fevereiro de 2015 Sumário 1. Perspectivas do Cenário Econômico em 2015... 3 2. Balança Comercial de Fevereiro de 2015...

Leia mais

1 Introdução. futuras, que são as relevantes para descontar os fluxos de caixa.

1 Introdução. futuras, que são as relevantes para descontar os fluxos de caixa. 1 Introdução A grande maioria dos bancos centrais tem como principal ferramenta de política monetária a determinação da taxa básica de juros. Essa taxa serve como balizamento para o custo de financiamento

Leia mais

GRANDES OPÇÕES DO PLANO 2008 PRINCIPAIS ASPECTOS

GRANDES OPÇÕES DO PLANO 2008 PRINCIPAIS ASPECTOS GRANDES OPÇÕES DO PLANO 2008 PRINCIPAIS ASPECTOS I. INTRODUÇÃO O Governo apresentou ao Conselho Económico e Social o Projecto de Grandes Opções do Plano 2008 (GOP 2008) para que este Órgão, de acordo com

Leia mais

QUEDA NO NÍVEL DE ENDIVIDAMENTO DO CATARINENSE É ACOMPANHADA POR PEQUENA DETERIORAÇÃO DA QUALIDADE DAS DÍVIDAS

QUEDA NO NÍVEL DE ENDIVIDAMENTO DO CATARINENSE É ACOMPANHADA POR PEQUENA DETERIORAÇÃO DA QUALIDADE DAS DÍVIDAS QUEDA NO NÍVEL DE ENDIVIDAMENTO DO CATARINENSE É ACOMPANHADA POR PEQUENA DETERIORAÇÃO DA QUALIDADE DAS DÍVIDAS O percentual de famílias endividadas em Santa Catarina caiu de 93% em julho para 90% em agosto.

Leia mais

A melancolia das commodities: o investimento empresarial na América Latina Nicolás Magud

A melancolia das commodities: o investimento empresarial na América Latina Nicolás Magud A melancolia das commodities: o investimento empresarial na América Latina Nicolás Magud May 12, 2015 O investimento privado vem desacelerando em todos os mercados emergentes desde meados de 2011, e a

Leia mais

A desigualdade de renda parou de cair? (Parte I)

A desigualdade de renda parou de cair? (Parte I) www.brasil-economia-governo.org.br A desigualdade de renda parou de cair? (Parte I) Marcos Mendes 1 O governo tem comemorado, ano após ano, a redução da desigualdade de renda no país. O Índice de Gini,

Leia mais

Elementos de Análise Financeira Matemática Financeira e Inflação Profa. Patricia Maria Bortolon

Elementos de Análise Financeira Matemática Financeira e Inflação Profa. Patricia Maria Bortolon Elementos de Análise Financeira Matemática Financeira e Inflação O que é Inflação? Inflação É a elevação generalizada dos preços de uma economia O que é deflação? E a baixa predominante de preços de bens

Leia mais

CAPITAL DE GIRO: ESSÊNCIA DA VIDA EMPRESARIAL

CAPITAL DE GIRO: ESSÊNCIA DA VIDA EMPRESARIAL CAPITAL DE GIRO: ESSÊNCIA DA VIDA EMPRESARIAL Renara Tavares da Silva* RESUMO: Trata-se de maneira ampla da vitalidade da empresa fazer referência ao Capital de Giro, pois é através deste que a mesma pode

Leia mais

36,6% dos empresários gaúchos julgam que o. 74,4% dos empresários gaúchos consideram que. 66,0% das empresas contempladas pela medida a

36,6% dos empresários gaúchos julgam que o. 74,4% dos empresários gaúchos consideram que. 66,0% das empresas contempladas pela medida a 36,6% dos empresários gaúchos julgam que o faturamento é a melhor base tributária para a contribuição patronal. 74,4% dos empresários gaúchos consideram que a medida contribuirá parcialmente ou será fundamental

Leia mais

Fase 2 (setembro 2012) Sondagem: Expectativas Econômicas do Transportador Rodoviário - 2012

Fase 2 (setembro 2012) Sondagem: Expectativas Econômicas do Transportador Rodoviário - 2012 Sondagem: Expectativas Econômicas do Transportador Rodoviário - 2012 Apresentação A sondagem Expectativas Econômicas do Transportador Rodoviário 2012 Fase 2 apresenta a visão do empresário do transporte

Leia mais

1) a) Caracterize a Nova Ordem Econômica Mundial;

1) a) Caracterize a Nova Ordem Econômica Mundial; 1) a) Caracterize a Nova Ordem Econômica Mundial; A Nova Ordem Econômica Mundial insere-se no período do Capitalismo Financeiro e a doutrina econômica vigente é o Neoliberalismo. Essa Nova Ordem caracteriza-se

Leia mais

1. (FGV 2014) A questão está relacionada ao gráfico e ao texto apresentados.

1. (FGV 2014) A questão está relacionada ao gráfico e ao texto apresentados. Brasil e Commodities 1. (FGV 2014) A questão está relacionada ao gráfico e ao texto apresentados. Desde 2007, os produtos básicos sinalizam uma estabilização no quantum importado, apresentando pequena

Leia mais

Módulo 6 A Evolução da Ciência Econômica. 6.1. Os Socialistas

Módulo 6 A Evolução da Ciência Econômica. 6.1. Os Socialistas Módulo 6 A Evolução da Ciência Econômica 6.1. Os Socialistas O pensamento socialista surge em meio à revolução industrial, com suas grandes fábricas. Os trabalhadores possuíam condições precárias de trabalho

Leia mais

ESTUDO SOBRE CIRCULAÇÃO DE REVISTAS

ESTUDO SOBRE CIRCULAÇÃO DE REVISTAS ESTUDO SOBRE CIRCULAÇÃO DE REVISTAS MERCADO BRASILEIRO 2000 A 2011 2 Sumário 1 METODOLOGIA... 3 2 EVOLUÇÃO DO NÚMERO DE EXEMPLARES DE 2000 A 2011... 4 3 RECEITAS ANUAIS POR PERIODICIDADE... 5 3.1 PREÇO

Leia mais

Princípios de Finanças

Princípios de Finanças Princípios de Finanças Apostila 02 A função da Administração Financeira Professora: Djessica Karoline Matte 1 SUMÁRIO A função da Administração Financeira... 3 1. A Administração Financeira... 3 2. A função

Leia mais

IMF Survey. África deve crescer mais em meio a mudanças nas tendências mundiais

IMF Survey. África deve crescer mais em meio a mudanças nas tendências mundiais IMF Survey PERSPECTIVAS ECONÓMICAS REGIONAIS África deve crescer mais em meio a mudanças nas tendências mundiais Por Jesus Gonzalez-Garcia e Juan Treviño Departamento da África, FMI 24 de Abril de 2014

Leia mais

APURAÇÃO DO RESULTADO (1)

APURAÇÃO DO RESULTADO (1) APURAÇÃO DO RESULTADO (1) Isnard Martins - UNESA Rodrigo de Souza Freitas http://www.juliobattisti.com.br/tutoriais/rodrigosfreitas/conhecendocontabilidade012.asp 1 Apuração do Resultado A maioria das

Leia mais

Microeconomia. Prof.: Antonio Carlos Assumpção

Microeconomia. Prof.: Antonio Carlos Assumpção Microeconomia Preliminares Prof.: Antonio Carlos Assumpção Segundo Ludwig Von Mises (1948): Economia A economia é a ciência da ação humana. Preliminares Slide 2 Economia Como os agentes tomam decisões?

Leia mais

Avaliação de Conhecimentos. Macroeconomia

Avaliação de Conhecimentos. Macroeconomia Workshop de Macroeconomia Avaliação de Conhecimentos Específicos sobre Macroeconomia Workshop - Macroeconomia 1. Como as oscilações na bolsa de valores impactam no mercado imobiliário? 2. OquemoveoMercadoImobiliário?

Leia mais

Índice de Confiança do Empresário do Comércio (ICEC) NOVEMBRO/2013

Índice de Confiança do Empresário do Comércio (ICEC) NOVEMBRO/2013 16 de dezembro de 2013 Índice de Confiança do Empresário do Comércio (ICEC) NOVEMBRO/2013 O ICEC é um indicador da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) que visa medir o nível

Leia mais

Indicadores de Risco Macroeconômico no Brasil

Indicadores de Risco Macroeconômico no Brasil Indicadores de Risco Macroeconômico no Brasil Julho de 2005 Risco Macroeconômico 2 Introdução: Risco Financeiro e Macroeconômico Um dos conceitos fundamentais na área financeira é o de risco, que normalmente

Leia mais

número 3 maio de 2005 A Valorização do Real e as Negociações Coletivas

número 3 maio de 2005 A Valorização do Real e as Negociações Coletivas número 3 maio de 2005 A Valorização do Real e as Negociações Coletivas A valorização do real e as negociações coletivas As negociações coletivas em empresas ou setores fortemente vinculados ao mercado

Leia mais

Ciclos Econômicos. Expectativas adaptativas do monetarismo Ciclo real de negócios novoclássico Rigidez de preços novokeynesiana

Ciclos Econômicos. Expectativas adaptativas do monetarismo Ciclo real de negócios novoclássico Rigidez de preços novokeynesiana Ciclos Econômicos Abordagem keynesiana X neoclássica Expectativas adaptativas do monetarismo Ciclo real de negócios novoclássico Rigidez de preços novokeynesiana Aula de Fernando Nogueira da Costa Professor

Leia mais

MOTIVAÇÕES PARA A INTERNACIONALlZAÇÃO

MOTIVAÇÕES PARA A INTERNACIONALlZAÇÃO Internacionalização de empresas brasileiras: em busca da competitividade Luis Afonso Lima Pedro Augusto Godeguez da Silva Revista Brasileira do Comércio Exterior Outubro/Dezembro 2011 MOTIVAÇÕES PARA A

Leia mais

Pequenas e Médias Empresas no Canadá. Pequenos Negócios Conceito e Principais instituições de Apoio aos Pequenos Negócios

Pequenas e Médias Empresas no Canadá. Pequenos Negócios Conceito e Principais instituições de Apoio aos Pequenos Negócios Pequenas e Médias Empresas no Canadá Pequenos Negócios Conceito e Principais instituições de Apoio aos Pequenos Negócios De acordo com a nomenclatura usada pelo Ministério da Indústria do Canadá, o porte

Leia mais

1. Introdução. 1.1 Contextualização do problema e questão-problema

1. Introdução. 1.1 Contextualização do problema e questão-problema 1. Introdução 1.1 Contextualização do problema e questão-problema A indústria de seguros no mundo é considerada uma das mais importantes tanto do ponto de vista econômico como do ponto de vista social.

Leia mais

O sucesso do Plano Real na economia brasileira RESUMO

O sucesso do Plano Real na economia brasileira RESUMO 1 O sucesso do Plano Real na economia brasileira Denis de Paula * RESUMO Esse artigo tem por objetivo evidenciar a busca pelo controle inflacionário no final da década de 1980 e início da década de 1990,

Leia mais

NOTAS ECONÔMICAS. Regimes cambiais dos BRICs revelam diferentes graus de intervenção no câmbio

NOTAS ECONÔMICAS. Regimes cambiais dos BRICs revelam diferentes graus de intervenção no câmbio NOTAS ECONÔMICAS Informativo da Confederação Nacional da Indústria Ano 11 Número 2 12 de julho de 2010 www.cni.org.br Regimes cambiais dos BRICs revelam diferentes graus de intervenção no câmbio Brasil

Leia mais

NOTA CEMEC 03/2015 FATORES DA QUEDA DO INVESTIMENTO 2010-2014

NOTA CEMEC 03/2015 FATORES DA QUEDA DO INVESTIMENTO 2010-2014 NOTA CEMEC 03/2015 FATORES DA QUEDA DO INVESTIMENTO 2010-2014 Março 2015 1 NOTA CEMEC 03/2015 SUMÁRIO Os dados de Contas Nacionais atualizados até o terceiro trimestre de 2014 revelam a continuidade da

Leia mais

Redução da Pobreza no Brasil

Redução da Pobreza no Brasil Conferencia Business Future of the Americas 2006 Câmara Americana de Comércio Redução da Pobreza no Brasil Resultados Recentes e o Papel do BNDES Demian Fiocca Presidente do BNDES Rio de Janeiro, 5 de

Leia mais

A Análise IS-LM: Uma visão Geral

A Análise IS-LM: Uma visão Geral Interligação entre o lado real e o lado monetário: análise IS-LM Capítulo V A análise IS-LM procura sintetizar, em um só esquema gráfico, muitas situações da política econômica, por meio de duas curvas:

Leia mais

O FGTS TRAZ BENEFÍCIOS PARA O TRABALHADOR?

O FGTS TRAZ BENEFÍCIOS PARA O TRABALHADOR? O FGTS TRAZ BENEFÍCIOS PARA O TRABALHADOR? FERNANDO B. MENEGUIN 1 O FGTS - Fundo de Garantia do Tempo de Serviço, regido pela Lei nº 8.036, de 11/05/90, foi instituído, em 1966, em substituição à estabilidade

Leia mais

A Taxa de Câmbio no Longo Prazo

A Taxa de Câmbio no Longo Prazo A Taxa de Câmbio no Longo Prazo Organização do Capítulo Introdução A Lei do Preço Único Paridade do Poder de Compra Modelo da Taxa de Câmbio de Longo Prazo Baseado na PPC A PPC e a Lei do Preço Único na

Leia mais

Análise de Conjuntura

Análise de Conjuntura Análise de Conjuntura Boletim periódico da da Câmara dos Deputados Os textos são da exclusiva responsabilidade de seus autores. O boletim destina-se a promover discussões sobre temas de conjuntura e não

Leia mais

Boletim Econômico. Federação Nacional dos Portuários. Sumário

Boletim Econômico. Federação Nacional dos Portuários. Sumário Boletim Econômico Federação Nacional dos Portuários Agosto de 2014 Sumário Indicadores de desenvolvimento brasileiro... 2 Emprego... 2 Reajuste dos salários e do salário mínimo... 3 Desigualdade Social

Leia mais

RELATÓRIO TRIMESTRAL DE FINANCIAMENTO DOS INVESTIMENTOS NO BRASIL. Abril 2015

RELATÓRIO TRIMESTRAL DE FINANCIAMENTO DOS INVESTIMENTOS NO BRASIL. Abril 2015 RELATÓRIO TRIMESTRAL DE FINANCIAMENTO DOS INVESTIMENTOS NO BRASIL Abril 2015 Equipe Técnica: Diretor: Carlos Antônio Rocca Superintendente: Lauro Modesto Santos Jr. Analistas: Elaine Alves Pinheiro e Fernando

Leia mais

Ficha de informação 1 POR QUE RAZÃO NECESSITA A UE DE UM PLANO DE INVESTIMENTO?

Ficha de informação 1 POR QUE RAZÃO NECESSITA A UE DE UM PLANO DE INVESTIMENTO? Ficha de informação 1 POR QUE RAZÃO NECESSITA A UE DE UM PLANO DE INVESTIMENTO? Desde a crise económica e financeira mundial, a UE sofre de um baixo nível de investimento. São necessários esforços coletivos

Leia mais

Gestão do Conhecimento A Chave para o Sucesso Empresarial. José Renato Sátiro Santiago Jr.

Gestão do Conhecimento A Chave para o Sucesso Empresarial. José Renato Sátiro Santiago Jr. A Chave para o Sucesso Empresarial José Renato Sátiro Santiago Jr. Capítulo 1 O Novo Cenário Corporativo O cenário organizacional, sem dúvida alguma, sofreu muitas alterações nos últimos anos. Estas mudanças

Leia mais

Sobre o Jogo da Economia Brasileira

Sobre o Jogo da Economia Brasileira Sobre o Jogo da Economia Brasileira O Jogo da Economia Brasileira - pretende exercitar conceitos e mecanismos básicos que facilitem o entendimento do que vem acontecendo com a economia brasileira, a partir

Leia mais

Após a década de 1990, várias pessoas em todo o mundo mantêm hábito de consumo semelhantes.

Após a década de 1990, várias pessoas em todo o mundo mantêm hábito de consumo semelhantes. A ECONOMIA GLOBAL Após a década de 1990, várias pessoas em todo o mundo mantêm hábito de consumo semelhantes. O século XX marcou o momento em que hábitos culturais, passaram a ser ditados pelas grandes

Leia mais

MACROECONOMIA II PROFESSOR JOSE LUIS OREIRO PRIMEIRA LISTA DE EXERCÍCIOS

MACROECONOMIA II PROFESSOR JOSE LUIS OREIRO PRIMEIRA LISTA DE EXERCÍCIOS MACROECONOMIA II PROFESSOR JOSE LUIS OREIRO PRIMEIRA LISTA DE EXERCÍCIOS 1 Questão: Considere uma economia na qual os indivíduos vivem por dois períodos. A população é constante e igual a N. Nessa economia

Leia mais

Uma análise econômica do seguro-saúde Francisco Galiza Outubro/2005 www.ratingdeseguros.com.br

Uma análise econômica do seguro-saúde Francisco Galiza Outubro/2005 www.ratingdeseguros.com.br Uma análise econômica do seguro-saúde Francisco Galiza Outubro/2005 www.ratingdeseguros.com.br Um dos ramos mais importantes do mercado segurador brasileiro é o de saúde. Surgido sobretudo com uma opção

Leia mais

AULA 04 - TABELA DE TEMPORALIDADE

AULA 04 - TABELA DE TEMPORALIDADE AULA 04 - TABELA DE TEMPORALIDADE 4.1 - Tabela de Temporalidade Como é cediço todos os arquivos possuem um ciclo vital, composto pelas fases corrente, intermediária e permanente. Mas como saber quando

Leia mais

EXERCÍCIOS ON LINE DE GEOGRAFIA 8º 2º TRI. Assinale a única alternativa que não indica uma característica do sistema capitalista.

EXERCÍCIOS ON LINE DE GEOGRAFIA 8º 2º TRI. Assinale a única alternativa que não indica uma característica do sistema capitalista. EXERCÍCIOS ON LINE DE GEOGRAFIA 8º 2º TRI Questão 1 Assinale a única alternativa que não indica uma característica do sistema capitalista. a) Os preços das mercadorias variam de acordo com a procura por

Leia mais

Boletim informativo: Brasil em Foco

Boletim informativo: Brasil em Foco mar/02 dez/02 set/03 jun/04 mar/05 dez/05 set/06 jun/07 mar/08 dez/08 set/09 jun/10 mar/02 dez/02 set/03 jun/04 mar/05 dez/05 set/06 jun/07 mar/08 dez/08 set/09 jun/10 Edição 3 Boletim informativo: Brasil

Leia mais

PROVA MENSAL QUESTÃO 1

PROVA MENSAL QUESTÃO 1 PROVA MENSAL QUESTÃO 1 a) (0,5) O texto acima retrata uma característica urbana que virou uma tendência com o avanço da globalização. Identifique essa característica, utilizando-se de elementos do texto.

Leia mais

Produtividade no Brasil: desempenho e determinantes 1

Produtividade no Brasil: desempenho e determinantes 1 Produtividade no Brasil: desempenho e determinantes 1 Fernanda De Negri Luiz Ricardo Cavalcante No período entre o início da década de 2000 e a eclosão da crise financeira internacional, em 2008, o Brasil

Leia mais

Federação do Comércio do Estado de Santa Catarina ICF

Federação do Comércio do Estado de Santa Catarina ICF Federação do Comércio do Estado de Santa Catarina ICF Pesquisa de Intenção de Consumo das Famílias de junho de 2013 Famílias catarinenses permanecem otimistas com relação às possibilidades de consumo A

Leia mais