Linux Mint. Apresentação da Distribuição

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1 Linux Mint Apresentação da Distribuição Instituto do Emprego e Formação Profissional - Centro de Formação Profissional de Santarém CET3 Técnico Especialista em Gestão de Redes e Sistemas Informáticos U20 Sistemas Operativos Open Source Outubro de 2015

2 ÍNDICE 1. Generalidades Público Alvo Facilidade de Uso Gestão de Pacotes Disponibilidade de Pacotes Ciclo de Desenvolvimento Segurança Administração da Rede

3 1. GENERALIDADES O sistema operativo LINUX MINT é uma distribuição Linux irlandesa desenvolvida pelo francês Clement Lefebvre. É uma distribuição de código aberto gratuita, orientada para desktop e com versões de 32 e 64 bits. O LINUX MINT compreende duas edições: o Linux Mint, baseado na distribuição Ubuntu, e o Linux Mint Debian Edition (LMDE), baseado na distribuição Debian, sendo que a popularidade e utilização do Linux Mint é superior. Desde o lançamento inicial, em 2006, o Linux Mint contou com várias actualizações regulares, encontrando-se actualmente na versão 17.2 Rafaela. O LMDE encontra-se na versão 2.0 Betsy. A interface gráfica mais popular do Linux Mint é a interface Cinnamon, uma derivação da interface Gnome desenvolvida para o Linux Mint. A Cinnamon é muito semelhante aos sistemas operativos da Microsoft na sua funcionalidade, incluindo um menu na parte inferior do ecrã que lembra o menu "Iniciar" do Windows. Outras interfaces gráficas do Linux Mint são a Mate, a KDE e a Xfce, sendo de notar que embora a interface Mate não seja tão popular como a Cinnamon a sua compatibilidade com dispositivos de hardware é mais elevada. 2. PÚBLICO ALVO O Linux Mint é direccionado para utilização como desktop genérico, tanto por particulares como por empresas tendo um público-alvo não específico. Dada a sua simplicidade e semelhança com o ambiente Windows alguns consideram que o Linux Mint é um bom ponto de partida para os utilizadores sem muitos conhecimentos de informática migrarem dos sistemas Microsoft para o Linux. Utilizadores de Ubuntu descontentes com a interface gráfica Unity também poderão considerar a troca do Ubuntu pelo Mint, assim como os utilizadores habituados à interface Gnome, dado a interface Cinammon ser baseada nesta. 3. FACILIDADE DE USO O Linux Mint pretende ser um sistema operativo out-of-the box, ou seja um sistema operativo que o utilizador possa utilizar para realizar as tarefas mais habituais logo após concluída a instalação, sem necessidade de instalar software adicional. Assim, o Linux Mint é instalado com diversos drivers e codecs proprietários, como por exemplo drivers de Wifi e codecs para Flash, Java, MP3 e leitura de DVD. Inclui ainda vários softwares utilitários, como o pacote de aplicativos para escritório LibreOffice, o browser Firefox, a aplicação de Thunderbird, aplicações para chat Pidgin e Xchat e o editor de imagens GIMP. Caso se pretenda instalar software adicional pode recorrer-se ao Gestor de Programas, que procura e instala automaticamente o software desejado a partir do repositório central do Linux Mint. 2

4 Quaisquer atualizações de segurança ou correções aos programas e sistema operativo são tratadas automaticamente pelo Gestor de Actualizações (que actualiza de modo automático o sistema operativo e todos os softwares instalados na máquina). Uma das características que facilita o uso do Linux Mint é a disponibilização de recursos que permitem efectuar através de interface gráfica configurações que no Ubuntu e no Debian são realizadas em linha de comando. 4. GESTÃO DE PACOTES A gestão de pacotes no Linux Mint é efectuada pelo Gestor de Pacotes. Após o desenvolvimento de determinado software por um programador, e teste do mesmo pela equipa responsável pela manutenção de pacotes Linux, o software é compilado num pacote. Este pacote contém o programa executável, os arquivos de configuração e as instruções que o Gestor de Pacotes precisa para a respectiva instalação (incluido a lista das bibliotecas de dados e de outros pacotes necessários para o funcionamento do software). O pacote compilado é então enviado para um servidor de arquivos, chamado repositório de software, a partir do qual o Gestor de Pacotes faz o download dos pacotes. Após terminar um download o Gestor de Pacotes segue as instruções constantes no cabeçalho do pacote descarregado e instala, pela ordem determinada, todas as dependências necessárias à instalação correcta do software (tais como bibliotecas e outros pacotes). Posteriormente, quando é necessário verificar a existência de actualizações, o Gestor de Pacotes compara a versão do software instalada com a versão mais recente disponível no repositório de software e procede à respectiva actualização. Caso se pretenda que um pacote não seja actualizado automaticamente, por exemplo por se desejar manter determinada versão, é possível definir este comportamento do Gestor de Pacotes. Como o Gestor de Pacotes mantém um registo de tudo o que faz, caso ocorra algum evento não desejado durante a operação do sistema (como por exemplo uma selecção incorrecta, um recurso removido, ou o efeito de um bug) o Gestor de Pacotes consegue reverter a instalação ao estado anterior. Durante a remoção de pacotes o Gestor de Pacotes certifica-se ainda que a remoção de um pacote não afecte qualquer outro. 5. DISPONIBILIDADE DE PACOTES A disponibilidade de programas e pacotes para o Linux Mint é elevada, dado esta ser uma das distribuições Linux mais utilizada. Os pacotes padrão para o Linux Mint estão disponíveis no respectivo repositório central. Através do Gestor de Pacotes estão disponíveis mais de programas, que correspondem a versões testadas e que por este motivo apresentam um bom nível de segurança e estabilidade. O alojamento de pacotes Mint também ocorre em repositórios PPA (Personal Package Archives), que são outros servidores dedicados ao alojamento de pacotes. Os pacotes alojados em PPA correspondem normalmente a softwares que não se encontram no repositório central. Contudo, existem softwares que estão alojados tanto no repositório central como em PPA, sendo que as versões alojadas em PPA são normalmente versões do software mais recentes ou com mais 3

5 recursos mas que, por serem versões ainda não testadas, poderão ser instáveis ou ter falhas de segurança, podendo ainda conter malwares. 6. CICLO DE DESENVOLVIMENTO Desde a versão 5 que as versões Linux Mint têm tido lançamentos a cada 6 meses, normalmente um mês depois do lançamento de cada nova versão do Ubuntu. A cada versão do Linux Mint corresponde um número e um nome feminino terminado pela letra a e começado pela letra que, alfabeticamente, corresponde ao número da versão (i.e. a para a versão 1, b para a versão 2, etc). Quando são realizadas revisões numa versão específica o número da versão actualizada recebe um valor adicional (por exemplo 3 passa a 3.1 ) e um novo nome feminino. Desde a versão 5 que os lançamentos do Mint tem correspondido a versões LTS (long-term support) e desde a versão 17 que a estratégia de lançamento tem sido utilizar como base do Mint a versão LTS do Ubuntu. As versões LTS são versões testadas, que recebem actualizações de segurança e outras reparações de bugs, assim como melhorias no suporte de hardware. Por outro lado, as versões standart têm presentes os recursos mais recentes mas podem ainda não estar finalizadas. Uma vez que o Mint é actualmente desenvolvido sobre uma versão LTS considera-se que a sua fiabilidade é elevada. As novas versões do Linux Mint são lançadas assim que estejam prontas, pelo que não são anunciadas datas específicas para o seu lançamento. Os lançamentos, quando ocorrem, são anunciados no blog do Linux Mint. 7. SEGURANÇA Relativamente à segurança deve ter-se presente que nenhum sistema operativo é 100% seguro, nem mesmo os sistemas Linux, razão pela qual os utilizadores devem administrar o sistema sempre com bom senso e precaução. No que se refere à questão dos vírus, dificilmente um vírus consegue instalar-se de modo dissimulado numa distribuição Linux porque para tal é necessário introduzir a password de administrador e o vírus não dispõe da mesma. Ainda assim, não é impossível instalar um vírus no Linux, pelo que deve evitar-se recorrer a repositórios de software não confiáveis assim como executar código desconhecido, em especial pacotes de instalação com a extensão.deb provenientes de fontes não oficiais. Quanto à utilização de firewalls, no Linux é instalada por definição a firewall Iptables, que pode ser gerida através da aplicação Uncomplicated Firewall (UFW), também instalada por definição. A Iptables é instalada desligada, pois como não há serviços à escuta atrás das portas expostas à internet estas mesmas portas não ficam abertas. Nos casos em que é necessário activar a firewall (como por exemplo quando se partilha uma rede wireless desprotegida ou quando se activam certos serviços) pode-se fazê-lo utilizando o comando sudo ufw enable no Terminal. Em relação a vulnerabilidades, estas podem aparecer em qualquer programa ou sistema operativo, incluindo no Linux. A protecção contra vulnerabilidades reside nas actualizações do software, que por norma são efectuadas automaticamente. 4

6 Uma questão que se levantou relativamente ao Linux Mint relacionou-se precisamente com as actualizações automáticas. Os gestores e desenvolvedores do Mint defendem que as actualizações automáticas devem recair apenas sobre o software mais utilizado pelo sistema, razão pela qual determinados pacotes como o X.Org, o kernel, o Firefox, o boot loader e outros, têm as suas actualizações automáticas desligadas por definição, sendo necessário aceder ao Gestor de Actualizações e activar a actualização automática destes pacotes, o que é visto por alguns como uma falha na segurança, pois muitos utilizadores desconhecem esta situação. 8. ADMINISTRAÇÃO DA REDE Nos casos em que se deseje ter um controlo manual sobre a gestão da rede, ou quando é necessário estabelecer configurações de rede avançadas (multi-homing, reenvio de tráfego de rede, configuração de bridge, configuração de aliases, etc.), a administração da rede é feita através da linha de comandos e de ficheiros de configuração. Contudo, caso seja viável e assim se pretenda, pode utilizar-se um software de gestão de rede automático e com interface gráfica, como o Gestor de Rede, o qual tem o objetivo de simplificar a utilização de redes de computadores em sistemas operativos Linux e Unix-like. O Gestor de Rede reconhece as redes Wi-Fi, cabladas, bond, bridge, 3G e Bluetooth em presença e configura o sistema para uma ligação automática às mesmas. O programa permite alternar entre várias redes, as quais, uma vez configuradas e adicionadas, são detectadas e acedidas automaticamente quando disponíveis. A selecção da rede a ligar é feita procurando usar a melhor conexão disponível. A escolha recai em primeiro lugar sobre as redes cabladas, depois sobre as redes wireless conhecidas e por fim sobre redes com identificadores SSID às quais o sistema nunca se ligou. O Gestor de Rede tem dois componentes principais: um daemon, que gera ligações e reporta alterações nas redes, e uma applet gráfica, que permite ao utilizador gerir as ligações de rede. O programa funciona em vários desktops (Gnome, KDE, Xfce, etc.) e distribuições (Fedora, Ubuntu, SuSE, Debian, Gentoo e Mint). O Gestor de Rede permite que aplicações como browsers, clientes de e serviços do sistema saibam qual o estado da rede e ajustem a sua operação em conformidade. O Gestor de Rede tem disponível um assistente de configuração para banda larga móvel/3g (no qual a ligação é configurada usando o pacote mobile-broadband-provider-info) e existe ainda uma versão beta que inclui suporte para redes 4G. 5

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