EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ FEDERAL DA VARA FEDERAL DA SUBSEÇÃO JUDICIÁRIA DE SÃO CARLOS ESTADO DE SÃO PAULO

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1 EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ FEDERAL DA VARA FEDERAL DA SUBSEÇÃO JUDICIÁRIA DE SÃO CARLOS ESTADO DE SÃO PAULO Inquérito Civil nº / O MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL, por intermédio do Procurador da República ao final assinado, no uso de suas atribuições constitucionais e legais, vem à presença de Vossa Excelência, com fundamento no art. 129, III, da Constituição da República, nos arts. 5º, II, d, III, b e e, e IV, a, e 6º, VII, a, b e d, ambos da Lei Complementar nº 75/93, e nos arts. 1º, IV e VIII, e 5º, I, ambos da Lei nº 7.347/85, propor AÇÃO CIVIL PÚBLICA 1, com PEDIDO DE ANTECIPAÇÃO DOS EFEITOS DA TUTELA, em face de FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS FUFSCar, fundação pública federal, CNPJ nº / , a ser citada na pessoa do seu reitor Targino de Araújo Filho, com endereço na rodovia Washington Luiz (SP-310), km 235, CEP , São Carlos/SP; e SINDICATO DOS TRABALHADORES TÉCNICO- ADMINISTRATIVOS DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS - SINTUFSCar, pessoa jurídica de direito privado com natureza e fins não lucrativos, CNPJ nº / , a ser citada na pessoa dos seus coordenadores-gerais Sergio Ricardo Pinheiro Nunes e Edgar Diagonel, com endereço na 1 Parte dos fundamentos aqui explanados baseia-se em ações civis públicas propostas pelo Ministério Público Federal (MPF) em Curitiba/PR e pela Defensoria Pública da União (DPU) em Porto Alegre/RS.

2 rodovia Washington Luiz (SP-310), km 235, CEP , São Carlos/SP. Pelos fatos e fundamentos jurídicos a seguir aduzidos. 1. OBJETIVO DA AÇÃO A presente ação civil pública busca provimento jurisdicional que imponha à FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS (FUFSCar) obrigação de fazer, qual seja, manter em funcionamento, mesmo em períodos de greve, o Restaurante Universitário e a Biblioteca Comunitária. Objetiva-se, outrossim, a imposição, ao SINDICATO DOS TRABALHADORES TÉCNICO-ADMINISTRATIVOS DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS (SINTUFSCar), de obrigação de não fazer, consistente na proibição de praticar qualquer ato que impeça, embarace ou dificulte o adequado funcionamento do Restaurante Universitário e da Biblioteca Comunitária, bem assim o exercício das funções/atividades laborais dos funcionários que não aderiram ao movimento paredista e devam prestar serviços nesses locais. Esclareça-se, por oportuno, que as medidas aqui postuladas deverão ser observadas não apenas na greve ora instalada no âmbito da FUFScar, como também nos movimentos dessa natureza que, eventualmente, se deflagrarem nos anos subsequentes naquela instituição de ensino superior, em qualquer de seus campi universitários. 2. SÍNTESE FÁTICA A instauração do Inquérito Civil nº /

3 teve como mola propulsora representação formulada a este MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL por meio de espaço virtual intitulado Sala de Atendimento ao Cidadão, noticiando, quanto à greve geral eclodida na UFSCar em 17/3/2014, a ocorrência de transtornos à comunidade acadêmica, em razão da paralisação de serviços essenciais, com destaque para o Restaurante Universitário, do qual dependem cerca de 3 (três) mil estudantes. Oficiada (fl. 5), a FUFSCar apresentou as informações de fl. 7, instruídas com os documentos de fls. 8/17. Novamente oficiada (fl. 22), a FUFSCar manifestou-se às fls. 24/5 e juntou a documentação de fls. 26/37. Em atenção ao quadro fático descortinado no inquérito civil, o MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL expediu as recomendações de fls. 41/6-frente e verso, e 47/51, aos réus. O SINTUFSCar se manifestou às fls. 56/8 e 63/8, alegando, em suma, que o direito de greve não extrapola os limites legais, inexistindo abusos de sua parte. Juntou, outrossim, a documentação de fls. 69/ /6. A seu turno, a FUFSCar apresentou esclarecimentos às fls. Complementares de fls. 119/20 e 122/3. Mais tarde, este Órgão Ministerial aviou as Recomendações O SINTUFSCAR novamente se manifestou (fls. 126/9, juntando o documento de fls. 130/4), assim como a FUFSCar (ofício às fls. 136/8, instruído

4 com a documentação de fls. 139/52). MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL Pelas mensagens eletrônicas de fls. 154/63, verifica-se a eclosão de novo movimento paredista na UFSCar, agora neste ano de 2015, iniciado no dia 28/5, que veio a afetar, entre outros setores/departamentos, o funcionamento do Restaurante Universitário e da Biblioteca Comunitária. Às fls. 165/94, houve a juntada de abaixo-assinado protocolado por cidadãos/estudantes, solicitando a reabertura do Restaurante Universitário. Houve, ainda, a colheita de declarações dos alunos José Arthur Escudeiro (fls. 197/9) e Diógenes Carneiro Eloi Monteiro da Silva (fls. 200/2). apuratório. Em apertada síntese, são esses os principais atos e termos do 3. DIREITO 3.1. COMPETÊNCIA A competência (de jurisdição) da Justiça Federal para o processo e julgamento da presente ação tem assento no art. 109, I, da Carta Política, visto que o polo passivo é ocupado pela FUFSCar, fundação pública federal. Eis a dicção do art. 109, I, da Lei Maior: Art Aos juízes federais compete processar e julgar: I as causas em que a União, entidade autárquica ou empresa pública federal forem interessadas na condição de autoras, rés, assistentes ou oponentes, exceto as de falência, as

5 de acidentes de trabalho e as sujeitas à Justiça Eleitoral e à Justiça do Trabalho; (...) (grifos colocados) Nesse particular aspecto, deve-se entender que a fundação pública, para os efeitos de fixação da competência, está incluída no núcleo conceitual de entidade autárquica, ao lado da autarquia, dada a similitude de regime jurídico, especialmente quanto à finalidade, origem dos recursos e regime administrativo, além de sua natureza, podendo apresentar-se também como pessoa jurídica de direito público. EMENTA: RECURSO EXTRAORDINÁRIO. FUNDAÇÃO NACIONAL DE SAÚDE. CONFLITO DE COMPETÊNCIA ENTRE A JUSTIÇA FEDERAL E A JUSTIÇA COMUM. NATUREZA JURÍDICA DAS FUNDAÇÕES INSTITUÍDAS PELO PODER PÚBLICO. 1. A Fundação Nacional de Saúde, que é mantida por recursos orçamentários oficiais da União e por ela instituída, é entidade de direito público. 2. Conflito de competência entre a Justiça Comum e a Federal. Artigo 109, I da Constituição Federal. Compete à Justiça Federal processar e julgar ação em que figura como parte fundação pública, tendo em vista sua situação jurídica conceitual assemelhar- se, em sua origem, às autarquias. 3. Ainda que o artigo 109, I da Constituição Federal, não se refira expressamente às fundações, o entendimento desta Corte é o de que a finalidade, a origem dos recursos e o regime administrativo de tutela absoluta a que, por lei, estão sujeitas, fazem delas espécie do gênero autarquia. 4. Recurso extraordinário conhecido e provido para declarar a competência da Justiça Federal. (STF, 2ª Turma, RE /SE, rel. Min. Maurício Corrêa, j. 30/03/1999, v.u., DJ 04/06/1999, p. 19) CONFLITO NEGATIVO DE COMPETÊNCIA. AÇÃO ORDINÁRIA. CESPE/UNB. ÓRGÃO INTEGRANTE DA FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA-FUB. EQUIPARAÇÃO COM AUTARQUIA FEDERAL. JUSTIÇA FEDERAL. COMPETÊNCIA TERRITORIAL. MODIFICAÇÃO DE OFÍCIO. IMPOSSIBILIDADE. PRINCÍPIO DA PERPETUATIO JURISDICTIONIS.

6 1. Conflito negativo suscitado para definir a competência para julgamento de ação ordinária, com pedido de antecipação da tutela, proposta contra o Estado do Rio Grande do Norte e o Centro de Seleção e Promoção de Eventos Universidade de Brasília-Cespe/Unb, na qual questiona-se a ausência de divulgação, no edital de abertura do concurso público para provimento de vagas no cargo de Delegado de Polícia Civil Substituto do Estado do Rio Grande do Norte, dos critérios que foram utilizados na avaliação da prova discursiva, com a especificação da respectiva pontuação, e pugna-se pela anulação do item 2.3 da referida prova. 2. O julgamento do conflito de competência é realizado secundum eventum litis, ou seja, com base nas partes que efetivamente integram a relação, e não naqueles que deveriam integrar. 3. A eg. Primeira Seção, no julgamento do Conflito de Competência nº /SP, Relator para acórdão o Ministro Teori Zavascki, decidiu que o critério definidor da competência da Justiça Federal é ratione personae, levando-se em consideração a natureza das pessoas envolvidas na relação processual, sendo irrelevante, para esse efeito e ressalvadas as exceções mencionadas no texto constitucional, a natureza da controvérsia sob o ponto de vista do direito material ou do pedido formulado na demanda. 4. O Cespe/Unb é um órgão integrante da Fundação Universidade de Brasília-FUB, fundação pública federal, criada pela Lei nº 3.998, de , participante da administração federal indireta, nos termos da Lei nº 7.596, de , que alterou dispositivos do Decreto-lei nº 200, de É assente nesta Corte que a fundação pública federal, que atende à previsão do art. 5º, IV, do Decreto-lei nº 200/67, equipara-se às autarquias federais para efeito da competência da Justiça Federal (CF, art. 109, I). 6. A competência territorial, via de regra, é relativa, não podendo ser modificada de ofício pelo magistrado. Em tal caso, prevalece o foro eleito pelas partes, em detrimento da delimitação contida nas leis processuais. Dessa feita, não poderia o juízo suscitado ter reconhecido ex officio a incompetência para processar e julgar a demanda. Incidência da Súmula 33/STJ: "A competência relativa não pode ser declarada de ofício". 7. Conflito conhecido para declarar competente o Juízo Federal da 5ª Vara da Seção Judiciária do Rio Grande do Norte, o suscitado. (STJ, 1ª Seção, CC /DF, Proc. 2010/ , rel. Min.

7 Castro Meira, j. 13/04/2011, v.u., DJe 11/05/2011) CONTRATO NO ÂMBITO DO SISTEMA FINANCEIRO DA HABITAÇÃO. RECURSO ESPECIAL. ASSOCIAÇÃO DE POUPANÇA E EMPRÉSTIMO GERIDA PELA FUNDAÇÃO HABITACIONAL DO EXÉRCITO. CONTRATO NÃO AFETO AO FCVS. COMPETÊNCIA PARA JULGAR CAUSAS QUE ENVOLVAM APENAS A ASSOCIAÇÃO E CONSUMIDOR. JUSTIÇA ESTADUAL. 1. Embora seja de competência da Justiça Federal processar e julgar as ações em que é parte a Fundação Habitacional do Exército FHE, no caso a fundação pública federal não ostenta condição de autora, ré, assistente ou opoente, pois cuida-se de demanda envolvendo apenas a sua supervisionada Associação de Poupança e Empréstimo - POUPEX e consumidor. 2. Os artigos 1º, parágrafos 3º e 6º, II, da Lei 6.855/80 e 2º da Lei 7.750/89 estabelecem que a Associação de Poupança e Empréstimo - POUPEX é sociedade simples, criada e supervisionada pela Fundação Habitacional do Exército, com o registro de seus atos constitutivos e estatuto no Registro Civil das Pessoas Jurídicas, não se confundindo com a fundação pública federal encarregada, por lei, de sua gestão. Precedentes. 3. Recurso especial provido para reconhecer a competência da Justiça Estadual. (STJ, 4ª Turma, REsp /RS, Proc. 2007/ , rel. Min. Luís Felipe Salomão, j. 06/03/2012, v.u., DJe 19/03/2012) (grifos acrescidos) Aliás, não faria sentido incluir a empresa pública (figura explicitamente indicada no dispositivo constitucional acima reproduzido), cuja personalidade jurídica, invariavelmente, é de direito privado, e deixar de fazê-lo quanto à fundação pública, que pode seguir natureza de pessoa jurídica de direito público e ainda guarda notável semelhança com a autarquia, quanto ao regime de funcionamento. Não bastasse isso, a presente demanda está sendo aforada pelo MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL, cuja presença no polo ativo, por si só, atrai a

8 competência da Justiça Federal, como já reconheceu o Superior Tribunal de Justiça: PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. TUTELA DE DIREITOS TRANSINDIVIDUAIS. MEIO AMBIENTE. COMPETÊNCIA. REPARTIÇÃO DE ATRIBUIÇÕES ENTRE O MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL E ESTADUAL. DISTINÇÃO ENTRE COMPETÊNCIA E LEGITIMAÇÃO ATIVA. CRITÉRIOS. 1. A ação civil pública, como as demais, submete-se, quanto à competência, à regra estabelecida no art. 109, I, da Constituição, segundo a qual cabe aos juízes federais processar e julgar 'as causas em que a União, entidade autárquica ou empresa pública federal forem interessadas na condição de autoras, rés, assistentes ou oponentes, exceto as de falência, as de acidente de trabalho e as sujeitas à Justiça Eleitoral e a Justiça do Trabalho'. Assim, figurando como autor da ação o Ministério Público Federal, que é órgão da União, a competência para a causa é da Justiça Federal. 3. Não se confunde competência com legitimidade das partes. A questão competencial é logicamente antecedente e, eventualmente, prejudicial à da legitimidade. Fixada a competência, cumpre ao juiz apreciar a legitimação ativa do Ministério Público Federal para promover a demanda, consideradas as suas características, as suas finalidades e os bens jurídicos envolvidos. 4. À luz do sistema e dos princípios constitucionais, nomeadamente o princípio federativo, é atribuição do Ministério Público da União promover as ações civis públicas de interesse federal e ao Ministério Público Estadual as demais. Considera-se que há interesse federal nas ações civis públicas que (a) envolvam matéria de competência da Justiça Especializada da União (Justiça do Trabalho e Eleitoral); (b) devam ser legitimamente promovidas perante os órgãos Judiciários da União (Tribunais Superiores) e da Justiça Federal (Tribunais Regionais Federais e Juízes Federais); (c) sejam da competência federal em razão da matéria as fundadas em tratado ou contrato da União com Estado estrangeiro ou organismo internacional (CF, art. 109, III) e as que envolvam disputa sobre direitos indígenas (CF, art. 109, XI); (d) sejam da competência federal em razão da pessoa as que devam ser propostas contra a União, suas entidades autárquicas e empresas públicas federais, ou em que uma dessas entidades figure entre os substituídos processuais no pólo ativo (CF, art. 109, I); e (e) as demais causas que envolvam interesses

9 federais em razão da natureza dos bens e dos valores jurídicos que se visa tutelar. 6. No caso dos autos, a causa é da competência da Justiça Federal, porque nela figura como autor o Ministério Público Federal, órgão da União, que está legitimado a promovê-la, porque visa a tutelar bens e interesses nitidamente federais, e não estaduais, a saber: o meio ambiente em área de manguezal, situada em terrenos de marinha e seus acrescidos, que são bens da União (CF, art. 20, VII), sujeitos ao poder de polícia de autarquia federal, o IBAMA (Leis 6.938/81, art. 18, e 7.735/89, art. 4º). 7. Recurso especial provido. (STJ, 1ª Turma, REsp /SE, Proc. 2002/ , rel. Min. Teori Albino Zavascki, j. 18/11/2004, v.u., DJ 06/12/2004, p. 195) (grifos colocados) Outrossim, a competência territorial para o processo e julgamento do feito é da Justiça Federal em São Carlos/SP, que é o foro do local do dano e no qual está sediada a Reitoria e, consequentemente, a administração central da FUFSCar. Por outro lado, a despeito de haver previsão, no art. 114, II, da Carta Política, assentando ser competente a Justiça do Trabalho para dirimir questões atinentes a greve (o dispositivo foi incluído pela Emenda Constitucional n 45/2004), o Supremo Tribunal Federal emprestou ao dispositivo constitucional interpretação conforme a Constituição Federal, de modo a afirmar que a Justiça do Trabalho é competente somente para dirimir questões relativas a vínculos/relações empregatícias. A decisão foi tomada no âmbito da Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) n 3395, em sede de medida cautelar: INCONSTITUCIONALIDADE. Ação direta. Competência. Justiça do Trabalho. Incompetência reconhecida. Causas entre o Poder Público e seus servidores estatutários. Ações que não se reputam

10 oriundas de relação de trabalho. Conceito estrito desta relação. Feitos da competência da Justiça Comum. Interpretação do art. 114, inc. I, da CF, introduzido pela EC 45/2004. Precedentes. Liminar deferida para excluir outra interpretação. O disposto no art. 114, I, da Constituição da República, não abrange as causas instauradas entre o Poder Público e servidor que lhe seja vinculado por relação jurídico-estatutária. (ADI 3395 MC, Relator: Min. CEZAR PELUSO, Tribunal Pleno, julgado em 05/04/2006, DJ PP EMENT VOL PP RDECTRAB v. 14, n. 150, 2007, p RDECTRAB v. 14, n. 152, 2007, p ) Em atenção a essa decisão, o Supremo Tribunal Federal também já se pronunciou a respeito da incompetência da Justiça Especializada para dirimir conflitos relativos a greve. Nesse sentido: RECLAMAÇÃO. SERVIDOR PÚBLICO. POLICIAIS CIVIS. DISSÍDIO COLETIVO DE GREVE. SERVIÇOS OU ATIVIDADES PÚBLICAS ESSENCIAIS. COMPETÊNCIA PARA CONHECER E JULGAR O DISSÍDIO. ARTIGO 114, INCISO I, DA CONSTITUIÇÃO DO BRASIL. DIREITO DE GREVE. ARTIGO 37, INCISO VII, DA CONSTITUIÇÃO DO BRASIL. LEI N /89. INAPLICABILIDADE AOS SERVIDORES PÚBLICOS. DIREITO NÃO ABSOLUTO. RELATIVIZAÇÃO DO DIREITO DE GREVE EM RAZÃO DA ÍNDOLE DE DETERMINADAS ATIVIDADES PÚBLICAS. AMPLITUDE DA DECISÃO PROFERIDA NO JULGAMENTO DO MANDADO DE INJUNÇÃO N ART. 142, 3º, INCISO IV, DA CONSTITUIÇÃO DO BRASIL. INTERPRETAÇÃO DA CONSTITUIÇÃO. AFRONTA AO DECIDIDO NA ADI INCOMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO PARA DIRIMIR CONFLITOS ENTRE SERVIDORES PÚBLICOS E ENTES DA ADMINISTRAÇÃO ÀS QUAIS ESTÃO VINCULADOS. RECLAMAÇÃO JULGADA PROCEDENTE. 1. O Supremo Tribunal Federal, ao julgar o MI n. 712, afirmou entendimento no sentido de que a Lei n /89, que dispõe sobre o exercício do direito de greve dos trabalhadores em geral, é ato normativo de início inaplicável aos servidores públicos civis, mas ao Poder Judiciário dar concreção ao artigo 37, inciso VII, da Constituição do Brasil, suprindo omissões do Poder Legislativo. 2. Servidores públicos que exercem atividades relacionadas à

11 manutenção da ordem pública e à segurança pública, à administração da Justiça --- aí os integrados nas chamadas carreiras de Estado, que exercem atividades indelegáveis, inclusive as de exação tributária --- e à saúde pública. A conservação do bem comum exige que certas categorias de servidores públicos sejam privadas do exercício do direito de greve. Defesa dessa conservação e efetiva proteção de outros direitos igualmente salvaguardados pela Constituição do Brasil. 3. Doutrina do duplo efeito, segundo Tomás de Aquino, na Suma Teológica (II Seção da II Parte, Questão 64, Artigo 7). Não há dúvida quanto a serem, os servidores públicos, titulares do direito de greve. Porém, tal e qual é lícito matar a outrem em vista do bem comum, não será ilícita a recusa do direito de greve a tais e quais servidores públicos em benefício do bem comum. Não há mesmo dúvida quanto a serem eles titulares do direito de greve. A Constituição é, contudo, uma totalidade. Não um conjunto de enunciados que se possa ler palavra por palavra, em experiência de leitura bem comportada ou esteticamente ordenada. Dela são extraídos, pelo intérprete, sentidos normativos, outras coisas que não somente textos. A força normativa da Constituição é desprendida da totalidade, totalidade normativa, que a Constituição é. Os servidores públicos são, seguramente, titulares do direito de greve. Essa é a regra. Ocorre, contudo, que entre os serviços públicos há alguns que a coesão social impõe sejam prestados plenamente, em sua totalidade. Atividades das quais dependam a manutenção da ordem pública e a segurança pública, a administração da Justiça --- onde as carreiras de Estado, cujos membros exercem atividades indelegáveis, inclusive as de exação tributária --- e a saúde pública não estão inseridos no elenco dos servidores alcançados por esse direito. Serviços públicos desenvolvidos por grupos armados: as atividades desenvolvidas pela polícia civil são análogas, para esse efeito, às dos militares, em relação aos quais a Constituição expressamente proíbe a greve [art. 142, 3º, IV]. 4. No julgamento da ADI 3.395, o Supremo Tribunal Federal, dando interpretação conforme ao artigo 114, inciso I, da Constituição do Brasil, na redação a ele conferida pela EC 45/04, afastou a competência da Justiça do Trabalho para dirimir os conflitos decorrentes das relações travadas entre servidores públicos e entes da Administração à qual estão vinculados. Pedido julgado procedente. (Rcl 6568, Relator: Min. EROS GRAU, Tribunal Pleno, julgado em 21/05/2009, DJe-181 DIVULG PUBLIC

12 EMENT VOL PP-00736) (grifos colocados) de Justiça: Não destoa desse raciocínio o entendimento do Superior Tribunal PROCESSUAL CIVIL. CONFLITO DE COMPETÊNCIA. GREVE. SERVIDORES E PROFESSORES DE UNIVERSIDADES ESTADUAIS. AUSÊNCIA DE INTERESSE DA UNIÃO NA DEMANDA. EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 45/2004. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA COMUM ESTADUAL. 1. Nos termos do art. 109, I, da Constituição Federal, compete à Justiça Federal processar e julgar demandas em que houver interesse da União, autarquias, empresas públicas federais e, por extensão, fundações de igual natureza. 2. Na espécie, a causa de pedir diz respeito à greve deflagrada por professores e servidores de universidades estaduais, as quais não atuam por delegação da União Federal, porquanto pertencem ao sistema estadual de ensino, nos termos dos arts. 17 da Lei 9.394/96 e 211 da CF. Não se vislumbra, portanto, interesse do ente federal a determinar a competência da Justiça Federal. 3. Mesmo diante da mudança ocorrida na Constituição Federal, com o advento da EC nº 45, em seu art. 114, I, continuou sendo da Justiça comum estadual a competência para processar e julgar feitos relativos a servidores civis da administração direta e indireta, dos municípios e dos estados, decorrentes da relação de trabalho, em face da concessão de liminar em sede de cautelar na ADIN 3.395/DF, onde se discute o disposto no referido dispositivo. O movimento grevista em questão é efeito da relação jurídico-administrativa estabelecida entre os professores e servidores e as Universidades Estaduais de Londrina, de Maringá e do Oeste. Precedente do Supremo Tribunal Federal. 4. A competência do Superior Tribunal de Justiça para o processo e o julgamento de conflito, prevista no art. 105, inciso I, alínea d, da Constituição da República, verifica-se entre quaisquer tribunais, bem como entre tribunal e juízes a ele não vinculados e entre juízes vinculados a tribunais diversos. 5. Conflito parcialmente conhecido para declarar a competência da Justiça estadual, cabendo ao Tribunal de Justiça do Estado do Paraná, ao qual devem ser remetidos estes autos, definir a competência específica no âmbito de sua jurisdição. (CC , ARNALDO ESTEVES LIMA, STJ -

13 TERCEIRA SEÇÃO, DJ DATA:24/04/2006 PG:00352) (os grifos não constam do original) pronunciou: Igualmente, o Tribunal Regional Federal da 5ª Região assim já se CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVO. GREVE EM UNIVERSIDADE FEDERAL COM REPERCUSSÃO NUM ÚNICO ESTADO DA FEDERAÇÃO. AÇÃO JUDICIAL. COMPETÊNCIA DO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL. DECISÃO DO STF. MANDADO DE INJUNÇÃO N APLICAÇÃO DA LEI N /89. DESCUMPRIMENTO PELOS GREVISTAS. ABUSO DE DIREITO. ILEGALIDADE DA GREVE. DESCONTOS DOS DIAS NÃO- TRABALHADOS. DEVER DA ADMINISTRAÇÃO. APLICAÇÃO DO DECRETO N /95. COMPENSAÇÃO DE HORAS. IMPOSSIBILIDADE. EXCESSOS DE CONDUTA PELOS SERVIDORES DURANTE A GREVE. APURAÇÃO MEDIANTE PROCESSO ADMINISTRATIVO. OBRIGATORIEDADE. PERDA PARCIAL DE OBJETO. PROCEDÊNCIA EM PARTE. - Ao julgar o Mandado de Injunção n. 670, o STF definiu que, enquanto não editada lei sobre a matéria, a competência para julgar ações sobre greves no serviço público federal é (a) do STJ quando se tratar de greve nacional ou atingir mais de uma região da Justiça Federal e (b) do TRF caso a paralisação seja adstrita a uma única região da Justiça Federal ou tenha abrangência local ou municipal. - Ainda que a greve tenha sido deflagrada simultaneamente em várias universidades federais do país, a ação tem como objeto apenas a greve dos servidores da UFAL. Objeto do processo restrito ao Estado de Alagoas. Competência originária deste Tribunal Regional Federal da 5ª Região para processar e julgar esta ação civil pública. - O encerramento da greve enseja perda de objeto das pretensões que somente podem ser satisfeitas durante o movimento paredista. Ei-las: a) condenação da UFAL a adotar as providências necessárias à imediata retomada das atividades normais do Hospital Universitário; (b) condenação do SINTUFAL ao imediato encerramento da greve dos servidores técnicoadministrativos da área de enfermagem do hospital universitário; (c) condenação do SINTUFAL a não impedir o normal funcionamento da UFAL, abstendo-se de ocupar dependências da instituição e de obstar o acesso ao campus universitário. Extinção

14 do processo quanto a essas pretensões, ante a carência superveniente de ação por perda de objeto. - O STF decidiu que o direito de greve no serviço público deve ser regulado pela Lei n /89, que trata do exercício desse direito no setor privado. Atribuição de efeito vinculante à decisão proferida no Mandado de Injunção n Segundo n /89, a greve é abusiva quando não respeitados seus preceitos (art. 14). Notificação da empregadora (UFAL) realizada após início da greve, quando deveria tê-lo sido com antecedência mínima de 48 horas (art. 3º, parágrafo único). Greve foi realizada em órgão prestador de serviço de saúde (hospital universitário), causando prejuízo aos atendimentos médico-hospitalares de pessoas carentes, restando desobedecidos os arts. 10, II, e 11. Ocupação por cerca de 30 dias de espaço destinado pela UFAL à emissão e registro de diplomas, obrigando à transferência do setor para outra sala, e obstrução do acesso ao campus universitário, impedindo o trânsito de docentes, discentes e servidores não-grevistas, evidenciando que o movimento não foi realizado pacificamente e que desrespeitou a liberdade de locomoção de pessoas a ele estranhas. Procedência do pedido de declaração de abusividade da greve. - Os dias de ausência ao serviço pelos servidores grevistas não podem ser abonados, compensados nem remunerados. Obrigação da Administração de descontar os dias não-trabalhados que foram pagos indevidamente. Decreto n /95. Precedentes jurisprudenciais. No Mandado de Injunção n. 670, o STF decidiu que "como regra geral, portanto, os salários dos dias de paralisação não deverão ser pagos, salvo no caso em que a greve tenha sido provocada justamente por atraso no pagamento aos servidores públicos civis, ou por outras situações excepcionais que justifiquem o afastamento da premissa da suspensão do contrato de trabalho (art. 7º da Lei nº 7.783/1989, in fine)". Necessidade de respeito ao devido processo legal e observância ao limite máximo de desconto remuneratório estabelecido no art. 46 da Lei n /90. Procedência da pretensão de condenação da UFAL a descontar os dias nãotrabalhados da remuneração dos grevistas. - As infrações cometidas pelos servidores grevistas devem ser apuradas pela Administração mediante processo administrativo. O art. 143 da Lei n /90 evidencia essa obrigatoriedade ao dispor que "a autoridade que tiver ciência de irregularidade no serviço público é obrigada a promover a sua apuração imediata, mediante sindicância ou processo administrativo disciplinar, assegurada ao acusado ampla defesa". A ocupação irregular de espaço público

15 por cerca de 30 dias e a obstrução de acesso ao campus da universidade federal configuram atos ilícitos. Dever de a UFAL proceder à apuração dessas e de outras infrações, à identificação dos servidores responsáveis e à aplicação das sanções pertinentes, por sindicância ou processo administrativo, nos termos da Lei n /90. Procedência do pedido de condenação da Administração a apurar as infrações cometidas durante a greve. - Reconhecimento da perda parcial do objeto e da procedência das pretensões subsistentes ao encerramento da greve. Distribuição do ônus da sucumbência entre os réus. (PET , Desembargador Federal Rubens de Mendonça Canuto, TRF5 - Segunda Turma, DJE - Data::26/11/2009 Página: 614) (grifos adicionados) e julgar a presente demanda. Logo, inegável a competência desse Juízo Federal para processar 3.2. LEGITIMIDADE ATIVA E PASSIVA A legitimidade do MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL ao aforamento desta ação afigura-se irretorquível e deflui de seu amplo leque de atribuições na ordem constitucional e legal. Deveras, o art. 129, III, da Constituição da República, preconiza: Art São funções institucionais do Ministério Público: ( ) III promover o inquérito civil e a ação civil pública, para a proteção do patrimônio público e social, do meio ambiente e de outros interesses difusos e coletivos; (...) (grifos acrescidos) Além da franquia constitucional, e como não poderia deixar de ser, há, em plano jurídico-normativo inferior, uma pluralidade de normas autorizando esta Instituição a deduzir em juízo sua pretensão em favor de direitos metaindividuais

16 (difusos e coletivos). MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL Nesse sentido, a Lei Complementar nº 75/93, denominada Lei Orgânica do Ministério Público da União (LOMPU), em seus arts. 5.º e 6.º, preconiza: Art. 5º São funções institucionais do Ministério Público da União: (...) II - zelar pela observância dos princípios constitucionais relativos: (...) d) à seguridade social, à educação, à cultura e ao desporto, à ciência e à tecnologia, à comunicação social e ao meio ambiente; ( ) III a defesa dos seguintes bens e interesses: ( ) b) o patrimônio público e social; ( ) e) os direitos e interesses coletivos, especialmente das comunidades indígenas, da família, da criança, do adolescente e do idoso; ( ) IV zelar pelo efetivo respeito dos Poderes Públicos da União e dos serviços de relevância pública quanto: a) aos direitos assegurados na Constituição Federal relativos ás ações e serviços de saúde e educação; (...) Art. 6º Compete ao Ministério Público da União: (...) VII - promover o inquérito civil e a ação civil pública para: a) a proteção dos direitos constitucionais; b) a proteção do patrimônio público e social, do meio ambiente, dos bens e direitos de valor artístico, estético, histórico e paisagístico; (...) d) outros interesses individuais indisponíveis, homogêneos, sociais, difusos e coletivos. (grifos acrescidos) A sua vez, a Lei nº 7.347/85, conhecida como Lei da Ação Civil

17 Pública, reza, em seu art. 1º, IV e VIII: Art. 1º Regem-se pelas disposições desta Lei, sem prejuízo da ação popular, as ações de responsabilidade por danos morais e patrimoniais causados: ( ) IV a qualquer outro interesse difuso ou coletivo; ( ) VIII ao patrimônio público e social. (...) (grifos postos) Ao tempo em que atribui ao Ministério Público, como instituição nacional que é, o dever de proteger os direitos e interesses difusos e coletivos da sociedade brasileira, o ordenamento jurídico lhe proporciona o acesso ao mecanismo processual talhado para essa finalidade, qual seja, a ação civil pública. A referida Lei nº 7.347/85 traz expressa previsão da legitimidade do Ministério Público para sua promoção, nos termos do seu art. 5º, I. Destarte, não resta dúvida de que a ação civil pública é o meio processual adequado para a proteção efetiva de toda a coletividade e, em especial, dos alunos/estudantes que se encontram sem acesso aos serviços públicos essenciais (alimentação e educação) fornecidos pela FUFSCar, em decorrência do movimento grevista comandado pelo SINTUFSCar. Na situação vertente, os direitos/interesses resguardados apresentam natureza coletiva, uma vez que envolvem, em princípio, uma dada categoria de pessoas, a saber, os alunos/estudantes da UFSCar, que mantêm com a referida instituição uma relação jurídica base (vínculo contratual resultante de matrícula nos cursos por ela ofertados). Além disso, é possível vislumbrar a presença de direitos/interesses difusos, na medida em que dizem respeito a outros usuários dos serviços prestados no âmbito do Restaurante Universitário e da Biblioteca

18 Comunitária, não restritos à comunidade acadêmica e, sim, direcionados ao público em geral 2. Ressalte-se que o Supremo Tribunal Federal já firmou entendimento no sentido de que o Parquet é parte legítima para defender direitos/interesses como os ora em debate: RECURSO EXTRAORDINÁRIO. CONSTITUCIONAL. LEGITIMIDADE DO MINISTÉRIO PÚBLICO PARA PROMOVER AÇÃO CIVIL PÚBLICA EM DEFESA DOS INTERESSES DIFUSOS, COLETIVOS E HOMOGÊNEOS. MENSALIDADES ESCOLARES: CAPACIDADE POSTULATÓRIA DO PARQUET PARA DISCUTI- LAS EM JUÍZO. 1. A Constituição Federal confere relevo ao Ministério Público como instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis (CF, art. 127). 2. Por isso mesmo detém o Ministério Público capacidade postulatória, não só para a abertura do inquérito civil, da ação penal pública e da ação civil pública para a proteção do patrimônio público e social, do meio ambiente, mas também de outros interesses difusos e coletivos (CF, art. 129, I e III). 3. Interesses difusos são aqueles que abrangem número indeterminado de pessoas unidas pelas mesmas circunstâncias de fato e coletivos aqueles pertencentes a grupos, categorias ou classes de pessoas determináveis, ligadas entre si ou com a parte contrária por uma relação jurídica base. (...) Cuidando-se de tema ligado à educação, amparada constitucionalmente como dever do Estado e obrigação de todos (CF, art. 205), está o Ministério Público investido da capacidade postulatória, patente a legitimidade ad causam, quando o bem que se busca resguardar se insere na órbita dos interesses coletivos, em segmento de extrema delicadeza e de conteúdo social tal que, acima de tudo, recomenda-se o abrigo estatal. Recurso extraordinário conhecido e provido para, afastada a alegada ilegitimidade do Ministério Público, com vistas à defesa dos interesses de uma coletividade, determinar a remessa dos autos ao Tribunal de origem, para prosseguir no julgamento da ação. 2 Observação feita com esteio nos dados e informações constantes em e

19 (STF RE /SP - Relator: Min. Maurício Corrêa, Tribunal Pleno, data: 26/02/1997) Por outro lado, o polo passivo da demanda é ocupado pelo SINTUFSCar, entidade que detém a representatividade dos servidores que aderiram ao movimento paredista. É o que se observa do estatuto da entidade ré 3, que, em seus arts. 1 e 2, prevê a representação legal e coordenação dos interesses da categoria, proteção jurídica e social dos sindicalizados, com prazo de duração por tempo indeterminado. Na mesma linha de raciocínio, a FUFSCar é parte legítima para ocupar o polo passivo da demanda, ao lado do SINTUFSCar, na medida em que é a responsável pela manutenção de seus setores/órgãos/departamentos em funcionamento, e, mesmo com o recebimento de recomendações deste MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL, manteve-se inerte, omissa, acomodada, deixando, assim, de assegurar o adequado e pleno funcionamento do Restaurante Universitário e da Biblioteca Comunitária. Logo, a letargia demonstrada pela FUFSCar mostra-se intolerável e juridicamente relevante, até porque devem partir dela as providências tendentes a manter o pleno funcionamento do Restaurante Universitário e da Biblioteca Comunitária, bem como será de sua responsabilidade a fiscalização para que tais atos abusivos não voltem a ocorrer. Cristalina, portanto, a legitimidade ativa e passiva. 3 Disponível em:

20 4. BREVE INTRODUÇÃO HISTÓRICA AO DIREITO DE GREVE O direito de greve tem suas origens conhecidas no Egito Antigo 4, onde houve registro de paralisação de trabalhadores em razão de más condições laborais e do atraso salarial que sofriam, durante o reinado do faraó Ramsés III ( a.c). O retorno ao trabalho, à época, foi condicionado a negociações entre o alto escalão do império e os operários, embora tenham persistido as violações aos direitos laborais, a ponto de ensejar a invasão e ocupação de um templo sagrado. A denominação greve, no entanto, proveio de Paris, onde, às margens do rio Sena, foi construída uma praça, que recebeu o nome de Place de Grève, local frequentado pelos trabalhadores desempregados na busca de ocupação laboral, bem como para debater providências e medidas a serem tomadas no interesse do grupo. No Brasil 5, na década de 1930, a greve, além de ser vedada pelo ordenamento jurídico, era passível de se configurar como crime e ato punível na esfera trabalhista. Nesse sentido, a Constituição Federal de 1937, em seu art. 139, estabelecia que a greve e o lock-out são declarados recursos antissociais nocivos ao trabalho e ao capital e incompatíveis com os superiores interesses da produção nacional. De igual modo, o Decreto-lei nº 431/38, tipificou o ato de incitar 4 Disponível em: 5 Fonte: HISTORIA-DO-DIREITO-DE-GREVE-NO-BRASIL.html.

21 funcionários públicos ou servidores do Estado a aderir a movimentos paredistas como crime, punível com pena de 1 (um) a 3 (três) anos de prisão. Enquanto, na seara trabalhista, o Decreto-lei nº 1.237/39, que instituiu a Justiça Laboral, previu punições, em caso de greve, desde suspensão ou dispensa por justa causa até detenção. Apenas no ano de 1946, a partir do Decreto-lei nº 9.070, e sob forte pressão internacional, houve o reconhecimento de que a greve não deveria ser considerada um ato delituoso, mas sim um direito trabalhista, a ser protegido pelo ordenamento jurídico pátrio. Em virtude desse avanço, a Constituição Federal de 1967 assegurou o direito de greve aos empregados do setor privado, proibindo, no entanto, para os funcionários públicos e para atividades tidas como essenciais. Nosso atual ordenamento constitucional, de jaez democrático, concebe a greve como um direito dos empregados públicos e privados. Os movimentos paredistas na iniciativa privada foram regulamentados pela Lei nº 7.783/89, que, no ano de 2007, foi aplicada também aos servidores públicos, por decisão do Supremo Tribunal Federal, ante a omissão legislativa em regulamentar a matéria. O direito de greve, portanto, como forma de buscar melhorias salariais e das condições de trabalho, mostra-se legítimo. Porém, como todo e qualquer direito, encontra limitações. 5. ABUSO/ILEGALIDADE DA GREVE A Constituição Federal prevê a greve como direito dos trabalhadores, quer do setor privado, quer de instituições públicas (como a que ora se

22 está a debater). O texto constitucional assim prescreve: Art. 9º É assegurado o direito de greve, competindo aos trabalhadores decidir sobre a oportunidade de exercê-lo e sobre os interesses que devam por meio dele defender. 1º A lei definirá os serviços ou atividades essenciais e disporá sobre o atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade. 2º Os abusos cometidos sujeitam os responsáveis às penas da lei. Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: ( ) VII - o direito de greve será exercido nos termos e nos limites definidos em lei específica. Com efeito, embora a Carta Magna contemple o direito de greve, delega à lei específica sua regulamentação. disciplinado pela Lei n 7.783/89. Como sabido, para o setor privado, o direito de greve foi Ocorre que, na esfera do funcionalismo público, o Congresso Nacional ainda não aprovou lei visando a regulamentar o movimento paredista. Em razão de tal omissão, o Supremo Tribunal Federal, instado a se pronunciar por meio de mandado de injunção, reconheceu a aplicabilidade do aludido diploma legal também aos servidores públicos.

23 questão restou assim ementado: MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL O acórdão que reflete o intenso debate sobre a importante MANDADO DE INJUNÇÃO. GARANTIA FUNDAMENTAL (CF, ART. 5º, INCISO LXXI). DIREITO DE GREVE DOS SERVIDORES PÚBLICOS CIVIS (CF, ART. 37, INCISO VII). EVOLUÇÃO DO TEMA NA JURISPRUDÊNCIA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL (STF). DEFINIÇÃO DOS PARÂMETROS DE COMPETÊNCIA CONSTITUCIONAL PARA APRECIAÇÃO NO ÂMBITO DA JUSTIÇA FEDERAL E DA JUSTIÇA ESTADUAL ATÉ A EDIÇÃO DA LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA PERTINENTE, NOS TERMOS DO ART. 37, VII, DA CF. EM OBSERVÂNCIA AOS DITAMES DA SEGURANÇA JURÍDICA E À EVOLUÇÃO JURISPRUDENCIAL NA INTERPRETAÇÃO DA OMISSÃO LEGISLATIVA SOBRE O DIREITO DE GREVE DOS SERVIDORES PÚBLICOS CIVIS, FIXAÇÃO DO PRAZO DE 60 (SESSENTA) DIAS PARA QUE O CONGRESSO NACIONAL LEGISLE SOBRE A MATÉRIA. MANDADO DE INJUNÇÃO DEFERIDO PARA DETERMINAR A APLICAÇÃO DAS LEIS Nos 7.701/1988 E 7.783/ SINAIS DE EVOLUÇÃO DA GARANTIA FUNDAMENTAL DO MANDADO DE INJUNÇÃO NA JURISPRUDÊNCIA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL (STF) No julgamento do MI no 107/DF, Rel. Min. Moreira Alves, DJ , o Plenário do STF consolidou entendimento que conferiu ao mandado de injunção os seguintes elementos operacionais: i) os direitos constitucionalmente garantidos por meio de mandado de injunção apresentam-se como direitos à expedição de um ato normativo, os quais, via de regra, não poderiam ser diretamente satisfeitos por meio de provimento jurisdicional do STF; ii) a decisão judicial que declara a existência de uma omissão inconstitucional constata, igualmente, a mora do órgão ou poder legiferante, insta-o a editar a norma requerida; iii) a omissão inconstitucional tanto pode referir-se a uma omissão total do legislador quanto a uma omissão parcial; iv) a decisão proferida em sede do controle abstrato de normas acerca da existência, ou não, de omissão é dotada de eficácia erga omnes, e não apresenta diferença significativa em relação a atos decisórios proferidos no contexto de mandado de injunção; iv) o STF possui competência constitucional para, na ação de mandado de injunção, determinar a suspensão de processos administrativos ou judiciais, com o intuito de assegurar ao interessado a possibilidade de ser contemplado por norma mais

24 benéfica, ou que lhe assegure o direito constitucional invocado; v) por fim, esse plexo de poderes institucionais legitima que o STF determine a edição de outras medidas que garantam a posição do impetrante até a oportuna expedição de normas pelo legislador Apesar dos avanços proporcionados por essa construção jurisprudencial inicial, o STF flexibilizou a interpretação constitucional primeiramente fixada para conferir uma compreensão mais abrangente à garantia fundamental do mandado de injunção. A partir de uma série de precedentes, o Tribunal passou a admitir soluções "normativas" para a decisão judicial como alternativa legítima de tornar a proteção judicial efetiva (CF, art. 5o, XXXV). Precedentes: MI no 283, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, DJ ; MI no 232/RJ, Rel. Min. Moreira Alves, DJ ; MI nº 284, Rel. Min. Marco Aurélio, Red. para o acórdão Min. Celso de Mello, DJ ; MI no 543/DF, Rel. Min. Octavio Gallotti, DJ ; MI no 679/DF, Rel. Min. Celso de Mello, DJ ; e MI no 562/DF, Rel. Min. Ellen Gracie, DJ O MANDADO DE INJUNÇÃO E O DIREITO DE GREVE DOS SERVIDORES PÚBLICOS CIVIS NA JURISPRUDÊNCIA DO STF O tema da existência, ou não, de omissão legislativa quanto à definição das possibilidades, condições e limites para o exercício do direito de greve por servidores públicos civis já foi, por diversas vezes, apreciado pelo STF. Em todas as oportunidades, esta Corte firmou o entendimento de que o objeto do mandado de injunção cingir-seia à declaração da existência, ou não, de mora legislativa para a edição de norma regulamentadora específica. Precedentes: MI no 20/DF, Rel. Min. Celso de Mello, DJ ; MI no 585/TO, Rel. Min. Ilmar Galvão, DJ ; e MI no 485/MT, Rel. Min. Maurício Corrêa, DJ Em alguns precedentes(em especial, no voto do Min. Carlos Velloso, proferido no julgamento do MI no 631/MS, Rel. Min. Ilmar Galvão, DJ ), aventouse a possibilidade de aplicação aos servidores públicos civis da lei que disciplina os movimentos grevistas no âmbito do setor privado (Lei no 7.783/1989). 3. DIREITO DE GREVE DOS SERVIDORES PÚBLICOS CIVIS. HIPÓTESE DE OMISSÃO LEGISLATIVA INCONSTITUCIONAL. MORA JUDICIAL, POR DIVERSAS VEZES, DECLARADA PELO PLENÁRIO DO STF. RISCOS DE CONSOLIDAÇÃO DE TÍPICA OMISSÃO JUDICIAL QUANTO À MATÉRIA. A EXPERIÊNCIA DO DIREITO COMPARADO. LEGITIMIDADE DE ADOÇÃO DE ALTERNATIVAS NORMATIVAS E INSTITUCIONAIS DE SUPERAÇÃO DA SITUAÇÃO DE OMISSÃO A permanência da situação de não-regulamentação do direito

25 de greve dos servidores públicos civis contribui para a ampliação da regularidade das instituições de um Estado democrático de Direito (CF, art. 1o). Além de o tema envolver uma série de questões estratégicas e orçamentárias diretamente relacionadas aos serviços públicos, a ausência de parâmetros jurídicos de controle dos abusos cometidos na deflagração desse tipo específico de movimento grevista tem favorecido que o legítimo exercício de direitos constitucionais seja afastado por uma verdadeira "lei da selva" Apesar das modificações implementadas pela Emenda Constitucional no 19/1998 quanto à modificação da reserva legal de lei complementar para a de lei ordinária específica (CF, art. 37, VII), observa-se que o direito de greve dos servidores públicos civis continua sem receber tratamento legislativo minimamente satisfatório para garantir o exercício dessa prerrogativa em consonância com imperativos constitucionais Tendo em vista as imperiosas balizas jurídico-políticas que demandam a concretização do direito de greve a todos os trabalhadores, o STF não pode se abster de reconhecer que, assim como o controle judicial deve incidir sobre a atividade do legislador, é possível que a Corte Constitucional atue também nos casos de inatividade ou omissão do Legislativo A mora legislativa em questão já foi, por diversas vezes, declarada na ordem constitucional brasileira. Por esse motivo, a permanência dessa situação de ausência de regulamentação do direito de greve dos servidores públicos civis passa a invocar, para si, os riscos de consolidação de uma típica omissão judicial Na experiência do direito comparado (em especial, na Alemanha e na Itália), admite-se que o Poder Judiciário adote medidas normativas como alternativa legítima de superação de omissões inconstitucionais, sem que a proteção judicial efetiva a direitos fundamentais se configure como ofensa ao modelo de separação de poderes (CF, art. 2o). 4. DIREITO DE GREVE DOS SERVIDORES PÚBLICOS CIVIS. REGULAMENTAÇÃO DA LEI DE GREVE DOS TRABALHADORES EM GERAL (LEI No 7.783/1989). FIXAÇÃO DE PARÂMETROS DE CONTROLE JUDICIAL DO EXERCÍCIO DO DIREITO DE GREVE PELO LEGISLADOR INFRACONSTITUCIONAL A disciplina do direito de greve para os trabalhadores em geral, quanto às "atividades essenciais", é especificamente delineada nos arts. 9o a 11 da Lei no 7.783/1989. Na hipótese de aplicação dessa legislação geral ao caso específico do direito de greve dos servidores públicos, antes de tudo, afigura-se inegável o conflito existente entre as necessidades mínimas de legislação para o exercício do direito de

26 greve dos servidores públicos civis (CF, art. 9o, caput, c/c art. 37, VII), de um lado, e o direito a serviços públicos adequados e prestados de forma contínua a todos os cidadãos (CF, art. 9o, 1o), de outro. Evidentemente, não se outorgaria ao legislador qualquer poder discricionário quanto à edição, ou não, da lei disciplinadora do direito de greve. O legislador poderia adotar um modelo mais ou menos rígido, mais ou menos restritivo do direito de greve no âmbito do serviço público, mas não poderia deixar de reconhecer direito previamente definido pelo texto da Constituição. Considerada a evolução jurisprudencial do tema perante o STF, em sede do mandado de injunção, não se pode atribuir amplamente ao legislador a última palavra acerca da concessão, ou não, do direito de greve dos servidores públicos civis, sob pena de se esvaziar direito fundamental positivado. Tal premissa, contudo, não impede que, futuramente, o legislador infraconstitucional confira novos contornos acerca da adequada configuração da disciplina desse direito constitucional. 4.2 Considerada a omissão legislativa alegada na espécie, seria o caso de se acolher a pretensão, tão-somente no sentido de que se aplique a Lei no 7.783/1989 enquanto a omissão não for devidamente regulamentada por lei específica para os servidores públicos civis (CF, art. 37, VII). 4.3 Em razão dos imperativos da continuidade dos serviços públicos, contudo, não se pode afastar que, de acordo com as peculiaridades de cada caso concreto e mediante solicitação de entidade ou órgão legítimo, seja facultado ao tribunal competente impor a observância a regime de greve mais severo em razão de tratar-se de 'serviços ou atividades essenciais', nos termos do regime fixado pelos arts. 9º a 11 da Lei no 7.783/1989. Isso ocorre porque não se pode deixar de cogitar dos riscos decorrentes das possibilidades de que a regulação dos serviços públicos que tenham características afins a esses 'serviços ou atividades essenciais' seja menos severa que a disciplina dispensada aos serviços privados ditos 'essenciais' O sistema de judicialização do direito de greve dos servidores públicos civis está aberto para que outras atividades sejam submetidas a idêntico regime. Pela complexidade e variedade dos serviços públicos e atividades estratégicas típicas do Estado, há outros serviços públicos, cuja essencialidade não está contemplada pelo rol dos arts. 9o a 11 da Lei no 7.783/1989. Para os fins desta decisão, a enunciação do regime fixado pelos arts. 9o a 11 da Lei no 7.783/1989 é apenas exemplificativa (numerus apertus). 5. O PROCESSAMENTO E O JULGAMENTO DE EVENTUAIS DISSÍDIOS DE GREVE QUE

27 ENVOLVAM SERVIDORES PÚBLICOS CIVIS DEVEM OBEDECER AO MODELO DE COMPETÊNCIAS E ATRIBUIÇÕES APLICÁVEL AOS TRABALHADORES EM GERAL (CELETISTAS), NOS TERMOS DA REGULAMENTAÇÃO DA LEI No 7.783/1989. A APLICAÇÃO COMPLEMENTAR DA LEI No 7.701/1988 VISA À JUDICIALIZAÇÃO DOS CONFLITOS QUE ENVOLVAM OS SERVIDORES PÚBLICOS CIVIS NO CONTEXTO DO ATENDIMENTO DE ATIVIDADES RELACIONADAS A NECESSIDADES INADIÁVEIS DA COMUNIDADE QUE, SE NÃO ATENDIDAS, COLOQUEM "EM PERIGO IMINENTE A SOBREVIVÊNCIA, A SAÚDE OU A SEGURANÇA DA POPULAÇÃO" (LEI No 7.783/1989, PARÁGRAFO ÚNICO, ART. 11) Pendência do julgamento de mérito da ADI no 3.395/DF, Rel. Min. Cezar Peluso, na qual se discute a competência constitucional para a apreciação das 'ações oriundas da relação de trabalho, abrangidos os entes de direito público externo e da administração pública direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios' (CF, art. 114, I, na redação conferida pela EC no 45/2004) Diante da singularidade do debate constitucional do direito de greve dos servidores públicos civis, sob pena de injustificada e inadmissível negativa de prestação jurisdicional nos âmbitos federal, estadual e municipal, devem-se fixar também os parâmetros institucionais e constitucionais de definição de competência, provisória e ampliativa, para a apreciação de dissídios de greve instaurados entre o Poder Público e os servidores públicos civis No plano procedimental, afigura-se recomendável aplicar ao caso concreto a disciplina da Lei no 7.701/1988 (que versa sobre especialização das turmas dos Tribunais do Trabalho em processos coletivos), no que tange à competência para apreciar e julgar eventuais conflitos judiciais referentes à greve de servidores públicos que sejam suscitados até o momento de colmatação legislativa específica da lacuna ora declarada, nos termos do inciso VII do art. 37 da CF A adequação e a necessidade da definição dessas questões de organização e procedimento dizem respeito a elementos de fixação de competência constitucional de modo a assegurar, a um só tempo, a possibilidade e, sobretudo, os limites ao exercício do direito constitucional de greve dos servidores públicos, e a continuidade na prestação dos serviços públicos. Ao adotar essa medida, este Tribunal passa a assegurar o direito de greve constitucionalmente garantido no art. 37, VII, da Constituição Federal, sem desconsiderar a garantia da continuidade de prestação de serviços públicos - um elemento fundamental para a preservação do interesse público em áreas

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