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1 UNIVERSIDADE DE LISBOA Faculdade de Medicina Veterinária AVALIAÇÃO DE CONFORMIDADE DA ROTULAGEM DE GÉNEROS ALIMENTÍCIOS DE UM ESTABELECIMENTO DE VENDA A RETALHO MARTA SOFIA SILVA SANTOS CONSTITUIÇÃO DO JÚRI Presidente: Doutora Yolanda Maria Vaz Vogais: Doutora Maria João dos Ramos Fraqueza Dra. Catarina Freire de Novais Santos Tiago ORIENTADORA Dra. Catarina Freire de Novais Santos Tiago CO-ORIENTADORA Doutora Marília Catarina Leal Fazeres Ferreira 2013 LISBOA

2 UNIVERSIDADE DE LISBOA Faculdade de Medicina Veterinária AVALIAÇÃO DE CONFORMIDADE DA ROTULAGEM DE GÉNEROS ALIMENTÍCIOS DE UM ESTABELECIMENTO DE VENDA A RETALHO MARTA SOFIA SILVA SANTOS DISSERTAÇÃO DE MESTRADO INTEGRADO EM MEDICINA VETERINÁRIA CONSTITUIÇÃO DO JÚRI Presidente: Doutora Yolanda Maria Vaz Vogais: Doutora Maria João dos Ramos Fraqueza Dra. Catarina Freire de Novais Santos Tiago ORIENTADORA Dra. Catarina Freire de Novais Santos Tiago CO-ORIENTADORA Doutora Marília Catarina Leal Fazeres Ferreira 2013 LISBOA

3 Dedicatória À minha mãe. i

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5 Agradecimentos À Dr.ª Catarina Tiago, pela disponibilidade e ajuda prestada durante a orientação do meu estágio e deste trabalho, e acima de tudo, pelos ensinamentos, paciência e amizade. À Professora Doutora Marília Ferreira, pelo apoio e ajuda não só na co-orientação deste trabalho como também ao longo do curso. A todos os funcionários da empresa objeto de estudo, pela atenção, disponibilidade, interesse e simpatia. À Dr.ª Ana Rita Henriques, Laura Encantado, Mauro Chande e Ninda Baptista pela ajuda prestada durante a realização do trabalho. Aos meus amigos e família que me acompanharam nesta jornada, pela força e presença em todos os momentos. Ao António, pelo suporte, por estar sempre presente e pela confiança que desde cedo depositou em mim. À minha mãe, pelo apoio incondicional, por sempre acreditar em mim. Sem ela não seria possível chegar onde cheguei. Ao Tiago, pela compreensão, paciência, amor e amizade. A todos, um sincero obrigado. iii

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7 Resumo Avaliação de conformidade da rotulagem de géneros alimentícios de um estabelecimento de venda a retalho A rotulagem de géneros alimentícios constitui uma importante ferramenta de comunicação entre as empresas do setor alimentar e os consumidores, permitindo não só fornecer informações acerca dos produtos como também ajudar na garantia da sua segurança. Foi objetivo deste trabalho o levantamento das não conformidades associadas à rotulagem de determinados géneros alimentícios de um supermercado, situado no concelho de Lisboa, assim como sua retificação. Foi elaborada uma lista de verificação, baseada nos requisitos legais aplicáveis, através da qual foram analisados os rótulos de 572 produtos, todos eles embalados no estabelecimento, distribuídos pelos setores de queijos, charcutaria, pronto a comer, talho e bacalhau. Após a análise destes rótulos, efetuou-se o tratamento estatístico das não conformidade detetadas e procedeu-se à sua correção imediata, através da elaboração de novos rótulos. Finalmente, foram implementadas medidas corretivas no sentido de prevenir futuras falhas na rotulagem da empresa: formação aos colaboradores e elaboração de uma instrução de trabalho. Os resultados deste estudo demonstraram existir um elevado grau de não conformidades relativamente à rotulagem dos produtos analisados. A legislação acerca da rotulagem de géneros alimentícios é atualmente bastante rigorosa, encontrando-se dispersa por vários diplomas, com requisitos por vezes difíceis de interpretar. Este poderá ser um dos motivos que explica o desconhecimento dos operadores alimentares de alguns requisitos legais nesta matéria e consequentemente, o incumprimento involuntário dos mesmos. Por outro lado, o desconhecimento verificado pelos funcionários da empresa quanto às leis de rotulagem de géneros alimentícios demonstra a importância de formação e atualização. Palavras-chave: rotulagem; rótulo; legislação alimentar; informação ao consumidor; estabelecimento de venda a retalho; segurança alimentar. v

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9 Abstract Conformity evaluation of food labelling in a retail establishment The labelling of foodstuffs is an important tool of communication between the food businesses and the consumers, allowing not only to provide information about the products, but also helping to ensure their safety. The aim of this study was to detect the non conformities in the labelling of certain foodstuffs of a supermarket placed in Lisbon, as well as its rectification. A checklist was prepared, based on the applicable legal requirements, and used to analyse 572 products packaged in the establishment, distributed by the following sectors: cheeses, charcutarie, ready-to-eat, butcher and cod. After analyzing the labels of these foods, a statistical treatment of the detected non conformities was performed and the non conformities were corrected by creating new labels. Finally, corrective measures were implemented in order to prevent future flaws: employee training and preparation of a work instruction. The results of this study showed that the labelling of the analyzed products had a high amount of non conformities. The legislation on foodstuffs labelling is now very strict and dispersed by several legal pieces, and the requirements are sometimes difficult to interpret. This may be one of the reasons that explains the lack of knowledge by food operators about some legal requirements in this area and consequently, the inadvertent disrespect thereof. On the other hand, the lack of knowledge of the establishment s employees about the food labelling laws reveals the importance of training and updating. Key words: labelling; label; food legislation; consumer information; retail establishment; food safety. vii

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11 ÍNDICE Dedicatória... i Agradecimentos... iii Resumo... v Abstract... vii Índice... ix Índice de Figuras... xi Índice de Tabelas... xi Índice de Gráficos... xii Lista de Abreviaturas... xiii I. Breve descrição das atividades de estágio... 1 II. Introdução Enquadramento e justificação do trabalho Breve abordagem ao tema da rotulagem Objetivos Estrutura da dissertação... 5 III. Revisão Bibliográfica Segurança alimentar Nota histórica Enquadramento legal da rotulagem de géneros alimentícios Importância da rotulagem na segurança dos alimentos Rotulagem de genros alimentícios Menções obrigatórias na rotulagem de géneros alimentícios a) Denominação de venda b) Quantidade líquida c) Vida útil d) Nome e morada da empresa responsável pela rotulagem do produto e) Lista de ingredientes f) Lista de substâncias capazes de provocar alergias ou intolerâncias g) Condições especiais de conservação e modo de emprego e/ou utilização h) Local de origem ou proveniência i) Lote j) Rotulagem nutricional Menções obrigatórias na rotulagem de determinadas categorias de géneros alimentícios a) Rotulagem de hortofrutícolas b) Rotulagem de bacalhau c) Rotulagem de carne de bovino Outras categorias de géneros alimentícios a) Ovos b) Produtos da pesca c) Águas minerais d) Leite e produtos lácteos e) Pão f) Produtos ultracongelados Outras menções obrigatórias a) Aditivos alimentares b) Marca de salubridade comunitária c) Produtos geneticamente modificados d) Ponto verde Menções facultativas a) Rotulagem facultativa b) Produtos biológicos c) Especialidade Tradicional Garantida (ETG), Denominação de Origem Protegida (DOP) e Indicação Geográfica Protegida (IGP) d) Alegações nutricionais e de saúde ix

12 e) Código de barras f) Semáforo nutricional g) Símbolo para materiais em contacto com os géneros alimentícios O consumidor final face à rotulagem de géneros alimentícios IV. Materiais e Métodos Caracterização do estabelecimento objeto de estudo Caracterização da amostra Levantamento de não conformidades Processamento dos dados Implementação de correções e ações corretivas V. Resultados e Discussão Avaliação do grau de conformidade da totalidade da amostra Avaliação do grau de conformidade por setor Legislação em vigor a) Hortofrutícolas b) Queijos c) Charcutaria d) Pronto-a-comer e) Talho f) Bacalhau Nova legislação a) Queijos, charcutaria e pronto-a-comer b) Talho Avaliação do grau de não conformidade por requisito Avaliação dos requisitos à luz da legislação em vigor e soluções aplicadas a) Rotulagem indelével, visível e legível, corretamente redigida e não coberta ou dissimulada b) Denominação de venda c) DDM ou DLC d) Nome e morada da empresa responsável pela rotulagem e) Lista de ingredientes f) Quantidade de determinados ingredientes g) Ingredientes compostos h) Forma de conservação i) Local de origem j) Lista de alergénios k) Lote l) Presença de menção para produtos com determinados corantes m) Requisitos específicos para o setor dos hortofrutícolas Avaliação dos requisitos à luz do Regulamento n.º 1169/ a) Forma de indicação de substâncias alergénias ou capazes de causar intolerância alimentar b) Local de origem c) Declaração nutricional Avaliação dos requisitos por forma de apresentação VI. Correção dos rótulos VII. Implementação de medidas corretivas VIII. Conclusão IX. Bibliografia X. Anexos Anexo I: Géneros alimentícios cuja rotulagem deve incluir uma ou mais menções complementares Anexo II: Instrução de trabalhos para rotulagem de hortofrutícolas Anexo III: Lista de verificação x

13 ÍNDICE DE FIGURAS Figura 1: Marca de salubridade comunitária Figura 2: Símbolo de adesão à sociedade ponto verde Figura 3: Símbolo dos ecopontos Figura 4: Símbolo de aprovação da rotulagem facultativa pelo Ministério da Agricultura, Mar, Ambiente e Ordenamento do Território Figura 5: Símbolo comunitário relativo a produtos biológicos Figura 6: Símbolos relativos à DOP, IGP e ETG, respetivamente Figura 7: Símbolo para materiais em contacto com os géneros alimentícios ÍNDICE DE TABELAS Tabela 1: Menções obrigatórias de rotulagem de géneros alimentícios relativamente à forma de apresentação dos mesmos Tabela 2: Novas imposições relativas às menções de rotulagem que devem acompanhar a denominação dos géneros alimentícios segundo o Regulamento n.º 1169/ Tabela 3: Distribuição dos produtos analisados de acordo com os setores a que pertencem e com a sua forma de distribuição Tabela 4: Percentagens de não conformidades obtidas por requisito avaliado no setor dos hortofrutícolas Tabela 5: Percentagens de não conformidades obtidas por requisito avaliado no setor dos queijos Tabela 6: Percentagens de não conformidades obtidas por requisito avaliado no setor da charcutaria Tabela 7: Percentagens de não conformidades obtidas por requisito avaliado no setor do pronto-a-comer Tabela 8: Percentagens de não conformidades obtidas por requisito avaliado no setor do talho Tabela 9: Percentagens de não conformidades obtidas por requisito avaliado no setor do bacalhau Tabela 10: Percentagens de não conformidades obtidas por requisito avaliado no setor dos queijos Tabela 11: Percentagens de não conformidades obtidas por requisito avaliado no setor da charcutaria Tabela 12: Percentagens de não conformidades obtidas por requisito avaliado no setor do pronto-a-comer Tabela 13: Percentagens de não conformidades obtidas por requisito avaliado relativamente à lista de ingredientes Tabela 14: Frequências absolutas da presença e ausência da indicação da forma de conservação e de acordo com o modo indicado Tabela 15: Percentagens de não conformidades obtidas por requisito avaliado Tabela 16: Taxas de conformidade segundo a forma de apresentação xi

14 ÍNDICE DE GRÁFICOS Gráfico 1: Distribuição dos produtos alimentares por setor Gráfico 2: Grau de conformidade do total da amostra Gráfico 3: Percentagens de não conformidades obtidas por requisito avaliado, relativamente à legislação em vigor Gráfico 4: Grau de conformidade da legibilidade da rotulagem Gráfico 5: Percentagem de conformidade da denominação de venda Gráfico 6: Grau de conformidade da DDM ou DLC Gráfico 7: Grau de conformidade da indicação do nome e morada da entidade rotuladora Gráfico 8: Grau de conformidade da lista de ingredientes Gráfico 9: Grau de conformidade da lista de ingredientes distribuído pelos diferentes setores Gráfico 10: Grau de conformidade da indicação da forma de conservação Gráfico 11: Grau de conformidade da indicação de substâncias capazes de causar alergias ou intolerâncias, distribuído por setor Gráfico 12: Grau de conformidade da indicação do lote Gráfico 13: Grau de conformidade dos requisitos específicos dos hortofrutícolas xii

15 LISTA DE ABREVIATURAS APED - Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição ANCIPA - Associação Nacional de Comerciantes e Industriais de Produtos Alimentares ASAE - Autoridade de Segurança Alimentar e Económica BEUC - Bureau Européen des Unions de Consummateurs (Organização Europeia de Consumidores) BSE - Encefalopatia Espongiforme dos Bovinos CAC - Codex Alimentarius Comission (Comissão do Codex Alimentarius) CCE - Comissão das Comunidades Europeias CE - Comissão Europeia COMA - Committee on Medical Aspects of Food and Nutrition Policy (Comité dos Aspetos Médicos das Politicas de Alimentação e Nutrição) DDM - Data de Durabilidade Mínima DG SANCO - Directorate-General for Health and Consumer Protection (Direção-Geral da Saúde e da Proteção do Consumidor) DLC - Data Limite de Consumo DOP- Denominação de Origem Protegida EFSA - European Food Safety Authority (Autoridade Europeia para a Segurança dos Alimentos) ETG - Especialidade Tradicional Garantida EUA - Estados Unidos da América EUFIC - European Food Information Council (Conselho Europeu de Informação Alimentar) FAO - Food and Agriculture Organization (Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação) FDA - Food and Drug Administration (Administração de Alimentação e Drogas) FIPA - Federação das Indústrias Portuguesas Agro-Alimentares FLABEL - Food Labelling to Advance Better Education for Life (Rotulagem Alimentar para Promoção de uma Melhor Educação para a Vida) FSA - Food Standards Agency (Agência de Normas Alimentares) FSAI - Food Safety Authority of Ireland (Autoridade para a Segurança dos Alimentos da Irlanda) HACCP - Hazard Analysis and Critical Control Points (Análise de Perigos e Controlo dos Pontos Críticos) IGP - Indicação Geográfica Protegida OGM - Organismo Geneticamente Modificado SANC - Scientific Advisory Committee on Nutrition (Comité Científico Consultivo em Nutrição) UE - União Europeia WHO - World Health Organization (Organização Mundial de Saúde) xiii

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17 I. Breve descrição das atividades de estágio Durante a minha formação contactei com várias vertentes da Medicina Veterinária tendo-me interessado particularmente pela área da Higiene e Segurança Alimentar. Assim, procurei realizar o meu estágio curricular nesta área com o objetivo de obter uma maior e melhor formação na mesma. O estágio curricular, cujo tema foi Consultoria em Higiene e Segurança Alimentar, foi realizado na empresa Plano Consultores, sob a orientação científica da Mestre Catarina Tiago e co-orientação da Professora Doutora Marília Ferreira, tendo permitido a elaboração do presente trabalho. O estágio decorreu num período de aproximadamente quatro meses e meio, entre 12 de Março e 31 de Julho de 2012, compreendendo um total de cerca de 500 horas. O tempo de estágio foi dividido entre visitas técnicas a diversos estabelecimentos e algumas atividades desenvolvidas no escritório da empresa, em Lisboa. Neste período foram realizadas visitas a 27 estabelecimentos nos distritos de Lisboa, Setúbal e Guarda, incluindo estabelecimentos de restauração e bebidas, de restauração coletiva, supermercados, peixarias, talhos, salsicharias e padarias. No escritório da empresa, a principal actividade realizada foi a elaboração de relatórios de auditorias, embora também tenha assistido à preparação de outros documentos, nomeadamente listas de verificação, procedimentos, instruções de trabalho, planos e diversos modelos de registos, entre outros. Diariamente, acompanhei as atividades da empresa, tendo participado ativamente nas mesmas e, nalguns casos, tendo sido realizadas por mim com supervisão do técnico da empresa. Estas atividades incluíram: Consultoria em higiene e segurança alimentar do estabelecimento, focada na transmissão de conhecimentos acerca de boas práticas de higiene aos manipuladores; Consultoria e acompanhamento de processos de licenciamento de estabelecimentos; Auditoria higio-sanitária do estabelecimento, nomeadamente, a avaliação das condições das instalações, equipamentos, utensílios e boas práticas de higiene e fabrico e identificação das não conformidades e oportunidades de melhoria observadas; Ações de formação a manipuladores de alimentos, acerca de vários assuntos como higiene pessoal; microbiologia; boas práticas na receção, armazenamento, preparação, confecção, arrefecimento e exposição de alimentos; higiene das instalações, equipamentos e utensílios e controlo de pragas; Realização de relatórios de auditorias, nos quais eram identificadas as não conformidades e oportunidades de melhoria observadas e as respetivas correções e ações corretivas; 1

18 Controlo de fornecedores, que incluiu a criação do modelo ficha de fornecedor, com um questionário contendo critérios relevantes para a avaliação de cada fornecedor; e a identificação, listagem e contato com os fornecedores para preenchimento do dito modelo e para entrega de documentação específica associada ao sistema de segurança alimentar. Participação na sessão de esclarecimento Regulamento n.º 432/2012, organizada pela ANCIPA, em Lisboa, sobre alegações de saúde na rotulagem de géneros alimentícios. Participação em quatro palestras, na Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade Técnica de Lisboa, no âmbito do Mestrado em Segurança Alimentar, cujos temas foram: Elaboração de Relatórios de Auditoria ; O Papel do Médico Veterinário na Consultoria de Segurança Alimentar ; O Papel das Empresas de Consultoria e Certificação British Retail Consortium e International Featured Standards. Para além das atividades referidas, realizei outras que permitiram a execução deste trabalho, entre as quais: Pesquisa e interpretação de legislação relativa à rotulagem de géneros alimentícios; Elaboração de uma lista de verificação com base na legislação sobre rotulagem de géneros alimentícios; Utilização dessa lista de verificação para aferição da conformidade de determinados produtos de um estabelecimento; Correção dos rótulos de vários géneros alimentícios do estabelecimento em questão, nos quais foram verificadas não conformidades relativas a rotulagem; Ação de formação a funcionários do mesmo estabelecimento, cujo tema foi Requisitos Básicos da Rotulagem de Géneros Alimentícios, com exemplos práticos de não conformidades observadas nesse estabelecimento; Realização de uma instrução de trabalho sobre a rotulagem de hortofrutícolas para uso quotidiano, com a finalidade de facilitar a rotulagem deste grupo de géneros alimentícios e prevenir futuras não conformidades. A recolha de dados para realização da componente prática deste trabalho foi feita num dos estabelecimentos aos quais a empresa presta serviços. 2

19 II. Introdução 1. Enquadramento e justificação do trabalho Com a finalidade de reforçar a proteção da saúde pública e o grau de confiança dos consumidores, foi publicada pela União Europeia legislação diversa sobre a temática da segurança alimentar. A consultoria em higiene e segurança alimentar surge com o objetivo de auxiliar os estabelecimentos de produtos alimentares a cumprir os requisitos legais em matéria de higiene e segurança alimentar, contribuindo assim para a proteção e satisfação do consumidor final e, consequentemente, para a melhoria da qualidade e prestígio do estabelecimento. Para atingir estes propósitos é imperativo que os profissionais desta área se encontrem totalmente a par da legislação em vigor e suas atualizações. O meu estágio decorreu na empresa Plano Consultores, sendo o trabalho base para esta dissertação realizado num estabelecimento onde a empresa presta serviços. Trata-se de um pequeno supermercado, no qual se vende uma grande diversidade de géneros alimentícios, alguns deles confecionados no estabelecimento e muitos dos quais embalados dentro das próprias instalações. Assim, verificou-se a conformidade dos rótulos da própria empresa para determinados alimentos. O sistema de rotulagem interno encontrava-se já implementado, mas nunca fora alvo de uma revisão, tendo sido já detetados alguns erros nesse setor. Era, portanto de todo o interesse e importância rever e avaliar a rotulagem dos géneros alimentícios em questão assim como proceder à sua correção. 2. Breve abordagem ao tema da rotulagem A segurança dos alimentos é um tema cada vez mais pertinente na cadeia alimentar, sendo fonte de interesse e preocupação tanto por parte das empresas do setor, como por parte dos consumidores. Decorrente das várias crises alimentares sentidas ao longo do tempo, surgiu a necessidade de garantir a disponibilidade de alimentos sãos e seguros aos consumidores, bem como a recuperação da sua confiança relativamente aos géneros alimentícios colocados no mercado. Nesse sentido, a União Europeia criou um conjunto de diplomas legais a ser cumprido de forma homogénea pelos diferentes estados-membros. Desta forma há que considerar, por um lado, a necessidade das empresas do setor alimentar em cumprir a legislação e, por outro, a crescente exigência do consumidor e a importância que o mesmo dá ao que come. 3

20 A existência de informação correta, completa, verdadeira e esclarecedora relativamente aos géneros alimentícios comercializados é muito importante e benéfica para todos os intervenientes, permitindo um consumidor mais esclarecido e confiante. A rotulagem de géneros alimentícios surge desta maneira como uma ferramenta essencial à segurança dos alimentos, sendo que a informação por ela veiculada desempenha diferentes funções. Assim, a rotulagem de géneros alimentícios informa e defende os interesses e saúde do consumidor; contribui para a segurança dos alimentos, por exemplo, através da rastreabilidade e indicação da vida útil do produto; constitui um meio de comunicação entre as empresas do setor alimentar e pode estimular o consumo de produtos alimentares. Estão estabelecidas algumas regras, tanto a nível europeu como a nível nacional, que devem ser cumpridas em matéria de rotulagem de géneros alimentícios, de maneira a garantir que os rótulos dos produtos alimentares respeitem as suas funções e obrigações. É assim fundamental que as empresas do setor alimentar garantam a conformidade da rotulagem dos géneros alimentícios que comercializam. A rotulagem é da responsabilidade de todos os intervenientes da cadeia alimentar, desde o produtor, ao vendedor final sendo por isso fundamental que estas entidades estejam em sintonia com a legislação. Desta forma, é importante que haja uma constante renovação de conhecimentos relativamente à legislação, por parte dos operadores, e se efetue, sempre que necessário, a revisão da rotulagem dos produtos comercializados no estabelecimento. 3. Objetivos Este trabalho teve como objetivo principal avaliar o grau de conformidade na rotulagem de géneros alimentícios à venda num supermercado para o consumidor final, relativamente à legislação em vigor e à que entrará em vigor no ano de Os produtos alvos de avaliação foram alimentos cujo embalamento é feito no próprio estabelecimento. Para além disso, teve como objetivos secundários: Elaboração de uma checklist ou lista de verificação para utilização quotidiana, com o propósito de facilitar a identificação de não conformidades em rotulagem de géneros alimentícios colocados à disposição do consumidor final; Desenvolver medidas de correção para eliminar as não conformidades existentes, i.e. corrigir os rótulos não conformes; Estabelecer medidas corretivas para evitar e prevenir não conformidades futuras, dotando o pessoal de conhecimentos necessários e criando ferramentas documentais que permitam a consulta em caso de dúvidas. 4

21 4. Estrutura da dissertação A presente dissertação é composta por dez capítulos e inicia-se com uma breve descrição das atividades realizadas durante o período de estágio. O segundo capítulo constitui a introdução da dissertação, incluindo o enquadramento e justificação do trabalho, uma breve abordagem ao tema da rotulagem, os objetivos e a estrutura da dissertação. Segue-se a revisão bibliográfica, onde se abordam os princípios teóricos da dissertação, nomeadamente segurança alimentar; nota histórica; enquadramento legal da rotulagem de géneros alimentícios; a importância da rotulagem na segurança dos alimentos; rotulagem de géneros alimentícios e o consumidor face à rotulagem de géneros alimentícios. Em materiais e métodos, no quarto capítulo, são descritas as metodologias e materiais utilizados na realização deste trabalho. Em resultados e discussão do trabalho realizado, referem-se quais os resultados encontrados e que impacto poderão ter no futuro do estabelecimento. Seguidamente, são referidas as correções efetuadas aos rótulos da empresa e as medidas corretivas implementadas no estabelecimento. No capítulo da conclusão da dissertação, realçam-se as principais conclusões do presente trabalho e o nono capítulo trata das referências bibliográficas consultadas na execução do mesmo. Finalmente, o décimo capítulo constitui os anexos da dissertação. 5

22 III. Revisão Bibliográfica 1. Segurança alimentar Os alimentos contribuem, de modo crítico, para a saúde e o bem-estar físico e podem ser fonte de prazer, de preocupação e de doença (Rozin, Fischler, Imada, Sarunin & Wrzesniewski, 1999). Apesar de indispensáveis para a vida e de a sua carência provocar danos, os géneros alimentícios podem também constituir origem de doenças para o consumidor. Assim, ao longo do tempo, têm-se desenvolvido políticas de segurança alimentar que visam a proteção da saúde do consumidor. A este propósito, distingue-se segurança alimentar e segurança sanitária dos alimentos. Segundo a Organização para Agricultura e Alimentação (FAO), a segurança alimentar existe quando todas as pessoas, a qualquer momento, têm acesso físico, social e económico a alimentos suficientes, seguros e nutritivos, que permitam satisfazer as suas necessidades em nutrientes e preferências alimentares para uma vida ativa e saudável. Assim, a segurança alimentar engloba também a segurança sanitária dos alimentos, podendo-se esta traduzir na garantia que um alimento não causará dano ao consumidor quando é preparado e/ou consumido de acordo com o uso esperado (CAC, 2003). Os dois conceitos, originalmente, Food Security e Food Safety são por vezes confundidos porque em muitas línguas, as palavras «security» e «safety» são sinónimos (WHO, 2004). No caso particular de Portugal, quando a legislação europeia relativa à segurança alimentar foi traduzida para a nossa língua, traduziu-se apenas para segurança alimentar, não se distinguindo os dois conceitos. Embora sejam diferentes noções, uma depende da outra, pois se os alimentos não forem seguros e tiverem de ser retirados do mercado, haverá quebra no abastecimento (Bernardo, 2009). Desta forma, muitas vezes o termo segurança alimentar é usado como referência aos dois conceitos. A criação da CAC, em 1963, pela FAO e WHO, foi um enorme passo para a segurança dos alimentos. Esta comissão desenvolve normas, códigos, guias e outras recomendações que visam a segurança sanitária dos alimentos e a proteção dos consumidores (Salino, 2008). A CAC criou, logo em 1965, um Comité sobre Rotulagem de Alimentos, revelando desde cedo um elevado interesse nesta temática. Durante a década de 90, ocorrerram crises alimentares diversas, como a encefalopatia espongiforme dos bovinos (BSE) ou a crise das dioxinas, entre outras. Estes acontecimentos deixaram o consumidor europeu bastante apreensivo relativamente à segurança dos alimentos e à proteção da sua saúde. Nesta altura, os estados membros tinham diferentes modalidades de implementação e execução da legislação europeia, o que contribuía para fomentar a incerteza do consumidor (DGV, n.d.). Desta forma, sentiu-se uma 6

23 necessidade de garantir um nível elevado de segurança dos alimentos, através de uma reforma da legislação comunitária nessa matéria. É assim que surge, em Janeiro de 2000, o Livro Branco sobre a Segurança dos Alimentos. Este documento anuncia uma abordagem global e integrada da futura legislação ( do prado ao prato ); expressa a necessidade da harmonização dos sistemas nacionais de controlo; institui o estabelecimento de um diálogo constante entre os consumidores e os profissionais do setor, com vista à recuperação de confiança e destaca a necessidade de ceder aos consumidores informação clara e concisa acerca dos alimentos. Por fim, este documento prevê a criação de uma Autoridade Alimentar Europeia independente, tendo esta sido oficialmente criada mais tarde, como a Autoridade Europeia para a Segurança dos Alimentos (EFSA), através da publicação do Regulamento n.º 178/2002 que determina os princípios e normas gerais da legislação alimentar, cria a EFSA e estabelece procedimentos em matéria de segurança dos géneros alimentícios. Este Regulamento consagra também que a responsabilidade legal, na produção de alimentos seguros, cabe à indústria, produtores e fornecedores (Bico, 2006). Em 2004, é publicado o denominado Pacote de Higiene constituído pelos regulamentos n.º 852/2004, 853/2004 e 854/2004, que vem organizar a legislação em matéria alimentar, promovendo a sua revisão e simplificação. Este conjunto de legislação estabelece regras relativas à higiene de géneros alimentícios, como por exemplo, a aplicação da metodologia HACCP associada a boas práticas de higiene e determina também normas para o controlo oficial dos géneros alimentícios, dos alimentos para animais, dos produtos de origem animal destinados ao consumo humano e normas relativas à saúde e bem-estar dos animais, bem como regras de polícia sanitária aplicáveis à produção, transformação, distribuição e introdução de produtos de origem animal destinados ao consumo humano. 2. Nota histórica Desde cedo foi demonstrado o interesse das pessoas pela rotulagem de géneros alimentícios. Existem papiros egípcios que expressam a obrigatoriedade de aplicação de rotulagem em certos alimentos (Queimada, 2007). Em 1202, o Rei João da Inglaterra proclamou uma das primeiras leis britânicas: Assize of Bread (Veredito do Pão), que proibia a adulteração da massa de pão com ervilhas e feijão pelos padeiros (Fooducate, 2012). Também na Inglaterra, na Londres, de 1820, foi publicado o livro Treatise on Adulteration of Food and Methods of Detecting Them, por Frederick Accum. Nele estavam descritas as preocupações do autor acerca dos perigos da contaminação dos alimentos. Esta obra despertou um grande interesse nos consumidores, tendo esgotado num mês. Foi também graças a este livro que se iniciaram os primeiros passos da rotulagem de géneros 7

24 alimentícios nos Estados Unidos da América (EUA). Após a guerra civil americana, ao iniciar-se o comércio entre os estados americanos, houve a necessidade de se estabelecerem leis relativas a géneros alimentícios, nomeadamente, regularização de pesos, medidas e práticas de fabrico (Janssen, 1981). Por volta de 1870, a preocupação pela qualidade dos produtos comercializados, promoveu o aparecimento de The Pure Foods Movement, um movimento norte-americano, que exigia leis que impedissem a contaminação e adulteração de géneros alimentícios. O movimento cresceu, fomentado pela constante divulgação de doenças e mortes relacionadas com a contaminação alimentar (Janssen, 1981). Assim, em 1906, surgiu um livro intitulado The Jungle, de Upton Sinclair, que descrevia as terríveis condições da indústria de embalamento de carnes de Chicago, provocando indignação dos consumidores, que pressionaram as autoridades para a elaboração de novas leis relativas à segurança dos alimentos. No mesmo ano, foi criada uma agência para a proteção do consumidor, a Food and Drug Administration (FDA). Em 1913, os EUA publicaram legislação específica relativa à rotulagem de géneros alimentícios, que exigia que os alimentos contivessem uma clara informação acerca do seu peso e medida. Em 1930, outros requisitos de qualidade foram exigidos na rotulagem. Nesta altura, o rótulo não fornecia muita informação, referindo simplesmente se o produto era conforme, abaixo ou acima do padrão. Só a partir da década de 60 foi exigida lista de ingredientes e informação nutricional nas embalagens de géneros alimentícios (Janssen, 1981; Bilderback, n.d.). Em 1965, a CAC estabeleceu o Comité sobre Rotulagem de Alimentos, que fez algumas recomendações relativamente a esta temática a serem posteriormente adotadas por alguns países da União Europeia (EU) (Marins, Jacob & Peres, 2008). A primeira legislação europeia respeitante ao assunto foi publicada em 1978, através da Diretiva 79/112/CEE do Conselho, de 18 de Dezembro de 1978, relativa à aproximação das legislações dos Estados-membros respeitantes à rotulagem, apresentação e publicidade dos géneros alimentícios destinados ao consumidor final. Esta diretiva estabeleceu os requisitos básicos da rotulagem de géneros alimentícios que, até aos dias de hoje, se mantém obrigatórios: denominação de venda; lista de ingredientes; quantidade líquida; data de durabilidade mínima; condições especiais de conservação; nome e morada da entidade rotuladora; local de origem e modo de emprego. A par desta legislação, foram sendo desenvolvidas outras diretivas associadas com esta temática. Por exemplo, em 1989, foi criada a Diretiva do Conselho 89/369/CEE, relativa às menções ou marcas que permitem identificar o lote ao qual pertence um género alimentício, que refere a definição de lote e as regras a cumprir na identificação do mesmo. A Diretiva 90/496/CEE do Conselho, relativa à rotulagem nutricional de géneros alimentícios, é a primeira norma que regula a apresentação de nutrientes nos rótulos de géneros alimentícios, tendo também esta sofrido mais tarde algumas alterações. 8

25 Em 2000, foi criada a Diretiva europeia 2000/13/CE relativa à aproximação das legislações dos Estados-Membros respeitantes à rotulagem, apresentação e publicidade dos géneros alimentícios. Este documento, que entretanto já sofreu bastantes alterações, é até hoje, a base legal geral para rotulagem de géneros alimentícios na Europa, reunindo todos os diplomas respeitantes a este tema emitidos até aquela data, à exceção dos diplomas aplicáveis a categorias específicos de géneros alimentícios. 3. Enquadramento legal da rotulagem de géneros alimentícios Devido às perturbações económicas sentidas no mercado alimentar europeu, consequentes das várias crises ocorridas, e do crescente interesse das empresas do setor alimentar relativamente à promoção dos seus produtos através da rotulagem, as entidades governamentais mostram-se cada vez mais empenhadas no estabelecimento de regras que assegurem a transmissão de informações completas e verdadeiras acerca dos géneros alimentícios, veiculadas pela respectiva rotulagem (Roosen, 2003). A legislação nacional em vigor relativamente à rotulagem de géneros alimentícios encontra-se documentada no Decreto-Lei n.º560/99 que já sofreu diversas alterações desde que foi publicado. Este diploma, ainda que sendo anterior à Diretiva 2000/13/CE relativa à aproximação das legislações dos Estados-Membros respeitantes à rotulagem, apresentação e publicidade dos géneros alimentícios, já apresentava todos os requisitos nela expostos pelo que não foi necessária a respectiva transposição. O Decreto-Lei n.º 560/99 de 18 de Dezembro, é aplicável a géneros alimentícios destinados a serem fornecidos ao consumidor final, assim como a coletividades, isto é, restaurantes, hotéis, hospitais, cantinas e outras entidades similares. Esta legislação tem como objetivo assegurar que o consumidor tenha acesso à informação essencial relativamente à composição do produto, ao fabricante, formas de armazenamento e conservação. Os produtores e fabricantes de géneros alimentícios poderão providenciar informação adicional, desde que seja precisa e não induza o consumidor em erro. Além disso, a diretiva proíbe que seja atribuido a um alimento, propriedades de prevenção, tratamento ou cura de doença. Existe também legislação mais específica no que se refere à rotulagem de determinados géneros alimentícios, alguma aplicável aos incluídos no âmbito deste trabalho: o Decreto-Lei n.º323-f/2000, que estabelece as regras a que deve obedecer a rotulagem obrigatória e facultativa da carne de bovino; o Decreto-Lei nº25/2005, relativo à comercialização do bacalhau e espécies afins, salgados, verdes e secos; o Decreto-Lei n.º147/2006 e respetiva alteração, que integra o regulamento das condições higiénicas e técnicas a observar na distribuição e venda de carnes e seus produtos e ainda o Regulamento de Execução n.º 543/2011 que estabelece regras de execução do Regulamento n.º 1234/2007 nos sectores das frutas e produtos hortícolas e das frutas e produtos hortícolas transformados. 9

26 Relativamente à rotulagem nutricional, a norma comunitária em vigor é a Diretiva 2003/120/CE que altera a Directiva 90/496/CEE relativa à rotulagem nutricional dos géneros alimentícios, transposta para legislação nacional através do Decreto-Lei n.º167/2004. Segundo estes diplomas, a rotulagem nutricional apenas é obrigatória em situações em que se verifique a presença de alegações nutricionais, não se aplicando às águas minerais naturais, bem como às outras águas destinadas ao consumo humano nem aos integradores dietéticos/ suplementos alimentares. Em 2011, surge o Regulamento nº. 1169/2011 relativo à prestação de informação ao consumidor sobre géneros alimentícios, que irá constituir, a partir do ano de 2014, a nova legislação relativa à rotulagem de produtos alimentares. As principais alterações que este novo regulamento traz são (Regulamento nº. 1169/2011): requisitos de tamanho dos carateres do rótulo, alteração da forma como são indicadas as substâncias que provocam alergias e intolerâncias alimentares, obrigatoriedade de declaração nutricional para géneros alimentícios pré-embalados; indicação do país de origem para carnes de pequenos ruminantes, suíno e alguns tipos de aves. Com a entrada em vigor do novo regulamento, espera-se uma maior consciencialização das empresas e dos consumidores sobre a importância da informação veiculada pelos rótulos, uma maior responsabilização dos operadores económicos e um maior controlo do mercado nesta temática, de modo a fazer da rotulagem um valioso instrumento de informação ao consumidor (FIPA, 2011). 4. A importância da rotulagem na segurança dos alimentos A política de segurança hígio-sanitária dos alimentos da UE destina-se a proteger a saúde e os interesses dos consumidores, garantindo também o bom funcionamento do mercado interno (Portal Europa, n.d.). A rotulagem é um meio de comunicação entre as empresas do setor alimentar e os consumidores, contribuindo assim para a obtenção destes objetivos mas também para promover a credibilidade dessas empresas (Marins, 2009; Monteiro, Vaz- Pires & Barros, 2007). Por outro lado, a escolha de um produto alimentar pelos consumidores, de acordo com as diferentes necessidades de cada indivíduo, vai depender também da rotulagem desse mesmo produto. Através da rotulagem, o consumidor pode conhecer o produto quanto à sua composição, apresentação, quantidade, forma de conservação e utilização, entre outros. Alguns destes elementos permitem ao consumidor, cada vez mais exigente, escolher um produto baseado nas suas caraterísticas, o que se torna bastante importante tendo em conta a vasta gama de produtos disponíveis no mercado, muitos dos quais aparentemente idênticos (Estiri, Hasangholipour, Yazdani, Nejad & Rayej, 2010). Neste aspeto, a lista de ingredientes e a 10

27 declaração nutricional são ferramentas muito úteis (FSAI, 2009). É por isso essencial que as informações declaradas na rotulagem sejam completas, verdadeiras, esclarecedoras e legíveis. Um alimento seguro é aquele que não oferece perigos à saúde do consumidor, quando preparado e/ou consumido de acordo com o uso esperado (CAC, 2003). Legalmente, um produto alimentar só pode ser colocado no mercado quando é considerado seguro. Para que isto seja possível, é necessário que todas as empresas do setor alimentar que intervêm na colocação desse produto no mercado, cumpram determinadas regras e princípios. Contudo, nalguns casos, é imperativo que seja o próprio consumidor a fazer a análise final quanto à perigosidade que um género alimentício representa ou pode representar para a sua saúde, sendo para isso crucial a ferramenta da rotulagem. As alergias e intolerâncias alimentares são exemplos desta situação. A prevalência de alergias alimentares tem recebido uma atenção crescente no decorrer dos últimos anos, com uma estimativa de 2-4% de adultos e 6% de crianças que actualmente padecem de algum tipo de alergias alimentares (EUFIC, 2008). Apesar destas alergias afetarem uma pequena parte da população, as reações delas resultantes podem prejudicar gravemente a saúde e, muitas vezes, provocar a morte por choque anafilático. Também as intolerâncias alimentares, mais comuns do que as alergias, têm a sua importância, causando grandes perturbações na saúde do consumidor como eczemas, manchas na pele, dores de cabeça, diarreia, irritabilidade, perturbações do sono, entre outros (Ruivo, 2008). Assim, destaca-se o interesse da indicação de substâncias que possam provocar alergias ou intolerâncias alimentares na rotulagem dos géneros alimentícios. Outro fator a considerar é o aumento exponencial de doenças de foro nutricional. O aumento da obesidade e de doenças associadas à alimentação motivou a necessidade de informar melhor os consumidores sobre os aspectos nutricionais dos alimentos que consomem (Golan, Kuchler, Mitchell, Green & Jessup, 2001). Fornecer ao consumidor informações nutricionais, como a qualidade das gorduras alimentares ou a quantidade de sal e açúcar, permitindo-lhe fazer escolhas mais saudáveis quanto aos produtos a consumir, é uma importante medida para prevenção das doenças crónicas relacionadas com a nutrição: obesidade, diabetes, doenças cardiovasculares, cancro, osteoporose e doenças dentais (WHO & FAO, 2003). A forma de conservação é outra das menções de extrema importância. No ano de 2011, foram relatados nos EUA, dois casos de Botulismo associados à compra de sopa préembalada. Apesar de constar no seu rótulo a necessidade de ser refrigerada, foi mantida à temperatura ambiente durante dois dias (Seltzer, 2011). Ambos os casos poderiam ser evitados pela leitura, compreensão e cumprimento das informações descritas na rotulagem e demonstram a importância da indicação do modo de conservação em alguns produtos. 11

28 Outra das menções essenciais na rotulagem de géneros alimentícios, no que se refere à segurança dos alimentos, diz respeito à indicação da sua vida útil. Particularmente importante para alimentos microbiologicamente muito perecíveis, nos quais é indicada a Data Limite de Consumo, esta informação, fornecida pelo fabricante do produto, indica a data até à qual o alimento está, do ponto de vista microbiológico, apto para consumo. Após ultrapassada esta data, o consumo do género alimentício pode colocar em perigo a saúde do consumidor. Embora existam alimentos em que esta menção é mais relevante, como a carne ou ovos, para os restantes produtos é também importante respeitála, pois a qualidade dos alimentos não será a mesma, já que estes podem perder valor organolético e nutricional. A presença dos contactos da entidade rotuladora na rotulagem de géneros alimentícios é também uma menção importante, fortalecendo os laços de confiança entre clientes e fornecedores. Esta menção permite uma maior comunicação, sendo que, se o cliente tiver alguma dúvida quanto ao produto, pode contactar o fornecedor. Atualmente existem já, em alguns fabricantes e distribuidores, serviços de apoio ao cliente, no sentido de facilitar este processo. Além disso, a presença dos contactos permite ao operador, ao identificar um problema, seja relativamente à segurança de um género alimentício, seja quanto à sua rotulagem, dar a conhecer a situação ao seu fornecedor para que este possa não só corrigir o problema, como também, controlar a comercialização de outros produtos com o mesmo problema (GPP, n.d., b)). A Rotulagem é também uma importante ferramenta da Rastreabilidade, elemento imprescindível para a retirada de alimentos não seguros do mercado. A Rastreabilidade define-se como a capacidade de detectar a origem e de seguir o rasto de um género alimentício, de um alimento para animais, de um animal produtor de géneros alimentícios ou de uma substância, destinados a ser incorporados em géneros alimentícios ou em alimentos para animais, ou com probabilidades de o ser, ao longo de todas as fases da produção, transformação e distribuição (Regulamento n.º 178/2002). O Regulamento nº. 178/2002 destacou a importância dos sistemas de alerta rápido e de rastreabilidade, sistemas que são de extrema utilidade para a Comunicação e a Gestão de Riscos Sanitários. A rastreabilidade, inicialmente desenvolvida devido à crise da BSE, permite identificar todos os passos percorridos por um género alimentício ao longo da cadeia alimentar e permite uma rápida retirada dos produtos numa situação em que recaia sobre eles alguma suspeita quanto à sua segurança. Desta forma, o sistema da Rastreabilidade reconforta consumidores mais desconfiados relativamente à segurança dos alimentos que consomem (Bernardo, 2010). Para a implementação do sistema da Rastreabilidade é indispensável garantir a rotulagem dos géneros alimentícios, nomeadamente, a correta indicação dos lotes. 12

29 Porque a rotulagem de géneros alimentícios transmite informações tão importantes, é fundamental a sua regular fiscalização. A fiscalização do cumprimento do Decreto-Lei nº 560/99 compete à Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) (Monteiro et. al., 2007). Este diploma prevê a aplicação de coimas em situações de falta, inexatidão, deficiência, alteração, ocultação ou inutilização das indicações obrigatórias; existência de indicações não permitidas ou suscetíveis de induzirem em erro o consumidor; comercialização de géneros alimentícios com a data limite de consumo ultrapassada e comercialização de géneros alimentícios pré-embalados sem rotulagem em português (Decreto-Lei n.º 560/99). A titulo de exemplo, só nos primeiros dois meses de 2013, foram detetados pela ASAE, três casos de não conformidades de rotulagem de géneros alimentícios que levaram à apreensão de 1.500kg de hambúrgueres de frango, kg de ovos e kg de carne e produtos à base de carne contendo carne de cavalo (ASAE, 2013 a) b) c)). Esta última situação causou grande polémica entre os consumidores e é um excelente exemplo da importância que o consumidor e autoridades dão à rotulagem de géneros alimentícios. Foi também uma demonstração da rápida eficiência do sistema RASFF. No seguimento de uma notificação do sistema de Alerta Rápido para Alimentação (RASFF), referente à suspeita de uma lasanha de bovino contendo carne de cavalo, produzida no Luxemburgo, com matériaprima proveniente da Roménia e distribuída em diversos mercados europeus, incluindo o português, a ASAE procedeu à identificação e apreensão de mais de embalagens desse produto, na distribuição de retalho (ASAE, 2013 c)). A fiscalização de géneros alimentícios relativamente à presença de menções obrigatórias na rotulagem prende-se também com a veracidade dessas menções. É indispensável a autenticidade das informações contidas nos rótulos uma vez que estas orientam o consumidor sobre a escolha adequada para a sua saúde (Programa Segurança Alimentar e Nutricional [SAN], n.d.). Esta questão torna-se ainda mais importante quando estão presentes alegações nutricionais e de saúde. Algumas alegações como «Fresco», «Natural» ou «Light» podem induzir os consumidores em erro. Existe, neste sentido, legislação específica relativa à lista de alegações nutricionais e de saúde permitidas nos rótulos de géneros alimentícios. A rotulagem alimentar desempenha, então, uma importância considerável na segurança dos alimentos mas é também uma ferramenta bastante útil para as empresas do setor alimentar. O rótulo utilizado por uma empresa nos seus produtos pode ter diferentes propósitos, para além do cumprimento da legislação, podendo também servir para promover a empresa, construindo uma relação de confiança e fidelidade entre ela e o consumidor. O consumidor pode ainda atribuir ao alimento uma determinada qualidade e credibilidade ao verificar o rótulo da empresa (Roosen, 2003). Deste modo, o sistema de rotulagem de uma empresa 13

30 pode contribuir para a sua reputação e sucesso bem como estimular o consumo através de estratégias de marketing. 5. Rotulagem de géneros alimentícios A rotulagem de géneros alimentícios é, de acordo com o Decreto-Lei n.º 560/99, o conjunto de menções e indicações, inclusive imagens, símbolos e marcas de fabrico ou de comércio, respeitantes ao género alimentício, que figuram quer sobre a embalagem, em rótulo, etiqueta, cinta, gargantilha, quer em letreiro ou documento acompanhando ou referindo-se ao respetivo produto. O rótulo deve fornecer todas as informações que permitam ao consumidor conhecer o produto e fazer escolhas conscientes. Algumas destas informações têm um carácter obrigatório, outras são opcionais Menções obrigatórias na rotulagem de géneros alimentícios O Decreto-Lei n.º 560/99 categoriza os géneros alimentícios, definindo diferentes requisitos de rotulagem conforme a sua forma de apresentação. Para uma melhor compreensão das normas reguladas pelo citado diploma, importa distinguir as diferentes formas de apresentação sob as quais podem estar os produtos alimentares, de acordo com aquele documento legal. Assim, um género alimentício pré-embalado é uma unidade de venda destinada a ser apresentada como tal ao consumidor final e às coletividades, constituída por um género alimentício e pela embalagem em que foi acondicionado, antes de ser apresentado para venda, quer a embalagem o cubra na totalidade, quer parcialmente, mas de modo que o conteúdo não possa ser alterado sem que aquela possa ser violada (Decreto-Lei n.º 560/99). Já um alimento não pré-embalado, pode ser um produto apresentado para venda a granel ou avulso; um produto embalado a pedido do consumidor ou um produto pré-embalado para venda imediata, sendo que, neste último caso, terá de respeitar alguns requisitos. Desta forma, para um género alimentício ser considerado préembalado para venda imediata, terá de ter a data do dia de exposição, uma identificação que o distinga claramente de outros produtos pré-embalados e deve ser retirado no final do dia, não podendo ser exposto novamente para venda (Decreto-Lei n.º 560/99). De acordo com a legislação em vigor, os requisitos obrigatórios a constar na rotulagem de géneros alimentícios destinados a serem fornecidos ao consumidor final e coletividades, são: denominação de venda; quantidade líquida; data de durabilidade mínima (DDM) ou data limite de consumo (DLC); título alcoométrico volúmico, quando superior a 1,2%; nome e morada da empresa responsável pela rotulagem do produto; 14

31 lista de ingredientes, com indicação de ingredientes compostos; quantidade de determinados ingredientes ou categorias de ingredientes; condições especiais de conservação e modo de emprego e/ou utilização, quando aplicável; local de origem ou proveniência, quando necessário; lote. Algumas destas menções apenas são aplicáveis a géneros alimentícios pré-embalados (Decreto-Lei n.º 560/99). A Tabela 1 identifica, de um modo geral e salvo algumas exceções, as menções que devem ser obrigatoriamente indicadas para os diferentes tipos de produtos, consoante a sua forma de apresentação: pré-embalado, pré-embalado para venda imediata e avulso ou embalado a pedido do consumidor. Tabela 1: Menções obrigatórias de rotulagem de géneros alimentícios relativamente à forma de apresentação dos mesmos. Menções obrigatórias a constarem na rotulagem do género alimentício Forma de apresentação do género alimentício Pré-embalado Pré-embalado para venda imediata Avulso ou embalado a pedido do consumidor Denominação de venda x x x Quantidade líquida x x Data de vida útil Morada da entidade rotuladora x x Lista de ingredientes x x x Lista de alergénios x x x Condições de conservação x x x Origem x x x Lote x x x Existem outras menções obrigatórias específicas para determinados géneros alimentícios, relativas, por exemplo, à existência de atmosfera protectora, radiação ionizante, polióis, aspartamo, açúcares e/ou edulcorantes, cafeína e quinino, estanóis ou esteróis vegetais e alcaçuz. No Anexo I, são apresentadas mais pormenorizadamente, as respetivas menções para estes produtos, a sua base legal segundo a legislação em vigor e ainda as alterações que lhes são impostas pelo Regulamento n.º 1169/2011 relativo à prestação de informação ao consumidor sobre géneros alimentícios. Além destas menções, para carne préembalada, é necessária a data de acondicionamento (Decreto-Lei n.º 207/2008). As 15

32 menções de rotulagem obrigatórias para categorias específicas de géneros alimentícios, como o bacalhau, hortofrutícolas ou carne de vaca, serão descritas posteriormente. Nos géneros alimentícios destinados ao consumidor final ou a ser fornecidos a coletividades, a indicação das menções obrigatórias deve ser feita com termos corretos, claros e precisos, não podendo ser dissimulada, encoberta ou separada por outras menções ou imagens. Deve ser indelével, facilmente visível e legível e deve ser colocada num local em evidência. As menções que correspondem a requisitos legais relativamente à rotulagem de géneros alimentícios e as menções relativas à proteção da saúde e segurança dos consumidores devem ser redigidas em português, à exceção da denominação de venda mas apenas em situações em que esta não seja suscetível de ser traduzida ou esteja internacionalmente consagrada. Contudo, estas e outras menções podem também ser redigidas noutras línguas, para além da portuguesa. Além disso, a rotulagem do género alimentício não deve ser suscetível de induzir o consumidor em erro quanto às caraterísticas do mesmo, nomeadamente, atribuindo-lhe propriedades ou efeitos que ele não possua ou sugerindo que este possua caraterísticas especiais, quando todos os outros produtos similares também as possuem (Decreto-Lei n.º 560/99). Relativamente ao local onde devem figurar as menções, os alimentos pré-embalados devem ter a sua rotulagem em forma de rótulo, na embalagem ou numa etiqueta ligada a esta, ao passo que produtos não pré-embalados podem expor as menções solicitadas através de letreiros junto ao género alimentício. Este requisito não é aplicável a produtos comercializados na fase anterior à venda ao consumidor final ou quando se destinam a ser fornecidos a coletividades para aí serem transformados ou preparados. Neste caso, basta que as menções estejam presentes nos documentos de venda, que devem acompanhar o género alimentício ou ser enviados antes ou durante o fornecimento. Embora legalmente esteja prevista esta exceção, determinadas menções devem também constar na embalagem exterior, como a denominação de venda, a data de durabilidade mínima ou data limite de consumo e o nome e morada da entidade responsável pela rotulagem (Decreto-Lei n.º 560/99). O Regulamento nº. 1169/2011 relativo à prestação de informação ao consumidor sobre géneros alimentícios, aplicável a partir de 13 de Dezembro de 2014, vem acrescentar novos requisitos à rotulagem de géneros alimentícios pré-embalados, nomeadamente: a responsabilidade da informação veiculada pela rotulagem de géneros alimentícios passa a ser não só da entidade rotuladora como também das empresas distribuidoras e vendedoras, uma vez que estas devem assegurar-se de que a rotulagem dos produtos comercializados está conforme; é imposto o tamanho mínimo de 1,2 mm, ou 0,9 mm para embalagens cuja superfície maior seja inferior a 80 cm², para os carateres das seguintes menções: denominação do género alimentício, lista de ingredientes e quantidade de certos 16

33 ingredientes, alergénios, quantidade líquida, prazo de validade, condições de conservação e utilização, entidade responsável pela rotulagem, país de origem ou local de proveniência, título alcoométrico volúmico e declaração nutricional; quando a comercialização de um género alimentício é feita à distância, como por exemplo pela internet, a informação transmitida pelo rótulo do mesmo, à exceção da data de vida útil, deve estar disponível ao consumidor antes da conclusão da compra; determinadas menções obrigatórias que acompanham a denominação de venda, apresentadas na Tabela 2; a lista de substâncias alergénias e substâncias capazes de causar intolerâncias alimentares deve ser realçada com uma grafia diferente quando incluída na lista de ingredientes ou precedida pela palavra «Contém», quando se verificar a inexistência da lista de ingredientes; indicação das menções de data de vida útil e modo de conservação para géneros alimentícios pré-embalados, após a abertura da embalagem, se estas forem diferentes das indicadas para o produto encerrado; país de origem ou local de proveniência para as carnes frescas, refrigeradas ou congeladas de suíno, aves, ovino e caprino; data de congelação ou da primeira congelação, se o produto tiver sido congelado mais do que uma vez, para carne, preparados de carne e produtos da pesca não transformados congelados; menções obrigatórias relativas à designação de «carne picada», nomeadamente: «Percentagem de matérias gordas inferior a» e «Relação colagénio/proteína da carne inferior a», com respetivos critérios de classificação incluídos no regulamento; indicação, em enchidos, de que a tripa não é comestível, caso isso se verifique; identificação de ingredientes contidos sob a forma de nanomateriais através da menção dos mesmos, seguido da palavra «nano», entre parênteses; rotulagem nutricional; alteração de algumas das menções complementares que devem acompanhar a rotulagem de determinados géneros alimentícios (Anexo I); modificação de requisitos associados à data de vida útil, nomeadamente, géneros alimentícios para os quais esta é aplicável e forma de indicação em alimentos constituídos por duas ou mais pré-embalagens. 17

34 Tabela 2: Novas imposições relativas às menções de rotulagem que devem acompanhar a denominação dos géneros alimentícios segundo o Regulamento n.º 1669/2011 (adaptado). Menção que deve acompanhar a Género alimentício denominação do género alimentício Géneros alimentícios congelados antes da venda e vendidos descongelados, à exceção de: ingredientes presentes no produto final, ou quando a congelação é «descongelado» tecnologicamente necessária ao processo de produção ou quando a descongelação não tem efeito negativo sobre a segurança ou qualidade. Géneros alimentícios em que um componente ou Indicação clara do componente ou ingrediente que os consumidores esperam que seja ingrediente utilizado para a normalmente utilizado ou que esteja naturalmente substituição total ou parcial. presente tenha sido substituído por outro diferente. Produtos à base de carne, preparados de carne e produtos da pesca que contenham proteínas Indicação da presença dessas adicionadas, incluindo proteínas hidrolizadas, de proteínas e da sua origem. diferente origem animal. Produtos à base de carne e preparados de carne que tenham a aparência de um corte, quarto, fatia, porção Indicação da adição de água, quando ou carcaça de carne ou produtos da pesca e produtos esta represente mais de 5 % do peso da pesca transformados que tenham a aparência de do produto acabado. um corte, quarto, fatia, porção, filete ou de um produto da pesca inteiro. Produtos à base de carne, preparados de carne e produtos da pesca que possam dar a impressão de serem constituídos por uma peça inteira de carne ou «carne reconstituída» e «peixe peixe, mas são na verdade formados por peças reconstituído». diferentes, combinados num todo por outros ingredientes, incluindo aditivos alimentares e enzimas alimentares. No caso dos géneros alimentícios não pré-embalados, o único requisito exigido por este regulamento é a indicação das substâncias alergénias ou capazes de causar intolerâncias alimentares, sendo que a obrigatoriedade de apresentar as restantes informações irá depender das medidas futuramente adotadas por cada estado-membro. 18

35 Outro requisito, também alvo de alteração pelo novo regulamento, refere-se às menções que devem ser indicadas dentro do mesmo campo visual. Atualmente estas são a denominação de venda, a quantidade líquida, a Data Limite de Consumo ou Data de Durabilidade Mínima e o teor alcoólico; com a nova legislação, a DLC ou DDM deixam de estar obrigatoriamente inseridas no mesmo campo visual (Decreto-Lei n.º 560/99; Regulamento n.º 1169/2011). Além disso, segundo o Decreto-Lei n.º 560/99, verifica-se a dispensa de algumas menções para embalagens cuja face maior tenha uma superfície menor que 10 cm², embalagens de fantasia e garrafas de vidro com marca indelével, sem rótulo, anel ou gargantilha, destinadas à reutilização. Desta maneira, os géneros alimentícios contidos nestas embalagens necessitam apenas de conter na sua rotulagem a denominação de venda, quantidade líquida e data de vida útil. Com a entrada em vigor da nova legislação, será também obrigatória para as garrafas, a indicação da lista de alergénios e declaração nutricional e para embalagens cuja face maior é menor que 10cm², a lista de alergénios e a lista de ingredientes, esta última quando a pedido do consumidor (Ferreira, 2011; Regulamento n.º 1169/2011). De seguida, faz-se uma descrição mais pormenorizada das regras aplicáveis à rotulagem dos géneros alimentícios, à luz do Decreto-Lei n.º 560/99 e outros diplomas legais utilizados no decorrer do presente trabalho, bem como das alterações introduzidas pelo Regulamento n.º 1169/2011, relativo à prestação de informação ao consumidor sobre géneros alimentícios. a) Denominação de venda Esta menção informa o consumidor acerca da natureza do género alimentício e deve ser suficientemente esclarecedora para que este possa adquirir o alimento com confiança. Assim, esta menção deve, sempre que possível, ser correspondente à prevista em disposições legislativas da UE ou nacionais e, na sua ausência, a consagrada pelo uso ou por uma descrição do género alimentício e não deve ser confundida com o nome comercial, marca ou denominação de fantasia (ANCIPA, 2003). Tem de incluir o estado físico do alimento ou o tratamento específico a que este foi submetido (liofilizado, congelado, concentrado, fumado, etc.) nos casos em que a falta desta indicação seja suscetível de induzir o consumidor em erro. Para além disso, os produtos alimentares sujeitos a um tratamento com radiação ionizante, devem informar acerca do mesmo, através de uma das seguintes menções: «irradiado», «tratado por irradiação» ou «tratado por radiação ionizante» (Decreto-Lei n.º 560/99). Relativamente às carnes frescas, carnes picadas e preparados de carne pré-embalados, a denominação de venda deve ser composta pelo nome da espécie a que pertence a carne e a peça a que corresponde ou finalidade da mesma; por exemplo: «novilho lombo» ou «novilho assar» (Decreto-Lei n.º 207/2008). As denominações de venda previstas para produtos de determinadas categorias, assim como 19

36 as definições dos produtos a que devem corresponder essas denominações, são descritos em legislação específica. No Regulamento n.º 1169/2011 relativo à prestação de informação ao consumidor sobre géneros alimentícios, esta menção é designada de denominação do género alimentício. Na Tabela 2 podem ser verificadas as novas menções obrigatórias específicas que devem acompanhar a denominação do género alimentício segundo este regulamento. b) Quantidade líquida Indica a quantidade do produto que se encontra dentro da embalagem, em volume para os líquidos (litro, centilitro ou mililitro) e em massa para os demais produtos (quilograma ou grama). Quando um género alimentício sólido é apresentado dentro de um líquido de cobertura, deve ser igualmente indicado na rotulagem o peso líquido escorrido (FCNAUP, 2002). No caso de uma pré-embalagem constituída por duas ou mais pré-embalagens individuais, cada uma contendo a mesma quantidade do mesmo produto, deve ser fornecida a quantidade líquida de produto em cada embalagem individual e o número total de embalagens. Excetua-se a situação em que é possível visualizar a indicação da quantidade líquida de pelo menos uma embalagem individual e contar o número total das mesmas, a partir do exterior. Quando uma pré-embalagem for constituída por duas ou mais embalagens individuais que não são consideradas como unidades de venda, a indicação da quantidade líquida deve ser dada pela quantidade líquida total e o número total de embalagens individuais (Decreto-Lei n.º 560/99). A indicação da quantidade líquida nem sempre é obrigatória, existindo algumas exceções: géneros alimentícios que são vendidos à peça e não ao peso, desde que haja indicação ou visualização externa do número de peças na embalagem; géneros alimentícios sujeitos a perdas consideráveis de volume ou de massa e que são vendidos à peça ou pesados na presença do consumidor; géneros alimentícios com quantidade líquida inferior a 5 g ou 5 ml, à exceção das especiarias e plantas aromáticas; produto de pescado, congelado ou ultracongelado, quando é indicado o peso líquido escorrido e o número de unidades é facilmente contado do exterior ou conste do respectivo rótulo. Para que os géneros alimentícios pré-embalados possam indicar corretamente a sua quantidade, as entidades rotuladoras devem respeitar as regras relativamente ao controlo metrológico. As regras do controlo metrológico de alimentos estão estabelecidas no Decreto-Lei n.º 199/2008. Segundo este diploma, o controlo metrológico é obrigatório para a maioria dos géneros alimentícios pré-embalados com capacidades de cinco gramas a dez quilogramas e de cinco mililitros a dez litros e a empresa que figura no rótulo do alimento pré-embalado 20

37 deve, anualmente, notificar uma entidade competente para que este controlo seja realizado. Deve ainda dispor de equipamentos de medição, calibrados com a frequência legalmente exigida e adequados ao controlo diário da quantidade pré-embalada, assim como controlar estatisticamente essas quantidades. Em Portugal, o controlo metrológico de pré-embalados é da competência do Instituto Português da Qualidade ou das entidades em que este delegue essas funções, enquanto que a fiscalização compete à ASAE. Assim, na comercialização de um género alimentício pré-embalado, este deve ter presente no seu rótulo a sua quantidade nominal com a unidade de medida apropriada e a identificação da entidade acondicionadora do produto. Para além disso, a embalagem não pode ter um conteúdo inferior àquele descrito na quantidade líquida do respetivo rótulo (Decreto-Lei n.º 199/2008). A letra «e» encontra-se junto à quantidade liquida do produto alimentar e significa que o Instituto Português da Qualidade certificou que o conteúdo declarado pelo fabricante, embalador ou distribuidor está dentro das margens de erro, relativamente ao que é legalmente permitido (FCNAUP, 2002). c) Vida útil A vida útil de um género alimentício é o período durante o qual um alimento conserva a sua segurança microbiológica e viabilidade, a uma dada temperatura de armazenamento e, se apropriado, em condições específicas de armazenamento e manipulação (CAC, 2004). No final da vida útil o alimento desenvolve caraterísticas inaceitáveis e indesejáveis, caraterísticas essas que podem dever-se a modificações físicas, químicas ou microbiológicas (FSAI, 2011). Embora esta menção tenha como principal objetivo a segurança sanitária dos alimentos, é muitas vezes calculada tendo também em conta a data até à qual o produto mantém as suas propriedades organoléticas e nutricionais, assegurando assim que o consumidor adquire o alimento com o máximo de qualidade. De facto, um alimento pode ser microbiologicamente seguro após algum tempo de armazenamento, mas ser rejeitado pelo consumidor por alterações nas suas propriedades sensoriais e nutricionais (Henriques, 2010). Para além de satisfazer um requisito legal, a indicação da vida útil do alimento, através da DDM ou da DLC, contribui para a proteção do consumidor e é também uma mais valia para a comercialização de produtos alimentares a nível da cadeia de distribuição, atualmente bastante exigente (Henriques, 2010). Os consumidores consideram a data de vida útil como uma das menções mais importantes da rotulagem alimentar (FSAI, 2009). Para géneros alimentícios microbiologicamente muito perecíveis, e que por isso representam um maior risco para a saúde do consumidor, é utilizada a Data Limite de Consumo (DLC), que corresponde, de acordo com o Decreto-Lei n.º 560/99, à data a partir 21

38 da qual não se pode garantir que os géneros alimentícios facilmente perecíveis, do ponto de vista microbiológico, estejam aptos para consumo. Esta data deve ser constituída pela menção Consumir até: e indicação do dia, mês e, eventualmente ano. Após ultrapassada a DLC de um género alimentício, é proibida a sua comercialização. A Data de Durabilidade Mínima, de acordo com o mesmo diploma, é a data até à qual se considera que os géneros alimentícios conservam as suas propriedades específicas nas condições de conservação apropriadas. Obedece a alguns critérios, nomeadamente para géneros alimentícios cuja durabilidade é inferior a 3 meses, é obrigatória a indicação do dia e do mês; para géneros alimentícios cuja durabilidade está entre 3 e 18 meses ou é superior a 18 meses, é suficiente a indicação do mês e do ano ou apenas do ano, respetivamente. Para além disso, as datas devem ser acompanhadas das menções apropriadas, como Consumir de preferência antes de: caso esteja indicado o dia e Consumir de preferência antes do fim de: nas restantes situações. As datas não necessitam de se encontrar junto destas menções, desde que se faça referência ao local da embalagem onde aquelas se encontram. Estas datas são estabelecidas pela entidade responsável pela rotulagem dos géneros alimentícios, que pode fazê-lo através da realização de estudos de vida útil dos mesmos (Decreto-Lei n.º 560/99). Tal como outras menções, a indicação da vida útil de um produto alimentar é facultativa em algumas situações: produtos hortofrutícolas não preparados, exceto sementes germináveis e similares; produtos de padaria ou pastelaria a serem consumidos num prazo de vinte e quatro horas após fabrico; determinadas bebidas como vinhos e produtos similares, bebidas com teor alcoólico de 10 % ou mais, refrigerantes, sumos e néctares de frutos e bebidas alcoolizadas em recipientes individuais de mais de 5 litros, destinados a coletividades; vinagres; sal de cozinha; açúcares no estado sólido; produtos de confeitaria compostos essencialmente por açúcares aromatizados ou coloridos; pastilhas elásticas e similares; gelados alimentares em doses individuais. Nos produtos considerados não pré-embalados (pré-embalados para venda imediata, avulso e embalados a pedido do consumidor) também não é obrigatória esta menção (Decreto-Lei n.º 560/99). Segundo o Regulamento n.º 1169/2011 relativo à prestação de informação ao consumidor sobre géneros alimentícios, a indicação desta data será também obrigatória em doses individuais de gelados alimentares, refrigerantes, sumos e néctares de frutos e bebidas alcoolizadas em recipientes individuais de mais de 5 litros, destinados a 22

39 coletividades. Além disso, no caso de embalagens de géneros alimentícios constituídas por duas ou mais pré-embalagens, a DLC deve passar a ser indicada em cada embalagem individual (Ferreira, 2011). Este regulamento também exige a indicação de uma segunda data de vida útil para géneros alimentícios pré-embalados, após a abertura da embalagem, se esta for diferente da indicada para o produto encerrado. d) Nome e morada da empresa responsável pela rotulagem do produto A denominação e o endereço do fabricante, do embalador ou do importador têm de estar claramente inscritos na embalagem, de modo a que o consumidor saiba quem contactar se desejar fazer uma reclamação ou obter informação adicional acerca do produto (DG SANCO, 2007). e) Lista de ingredientes A lista de ingredientes permite ao consumidor conhecer não só todos os ingredientes presentes no género alimentício, como também a proporção dos mesmos uma vez que nesta lista os ingredientes têm de estar por ordem decrescente de peso, no momento da sua incorporação. A designação dos ingredientes deve ser feita pelo seu nome específico ou, em determinados casos, pela categoria de ingredientes a que pertence. A lista de ingredientes é obrigatória para quase todos os géneros alimentícios, com algumas exceções: produtos constituídos por um só ingrediente, quando a denominação de venda é igual ao nome do ingrediente ou permita saber a natureza do mesmo; produtos hortofrutícolas não preparados; águas gaseificadas, quando haja referência a esta caraterística na denominação de venda; vinagres de fermentação, quando originados a partir de um só produto e sem adição de outros ingredientes; leite, natas fermentadas, manteiga e queijos, quando não tenham outros ingredientes se não produtos láteos, enzimas e culturas microbianas necessários ao seu fabrico, e sal em queijos não frescos nem fundidos. Para ingredientes compostos, ou seja, ingredientes compostos por outros ingredientes, é necessária a indicação, entre parênteses, de todos os ingredientes que o constituem; é o caso do chouriço utilizado como ingrediente no pão com chouriço, a título de exemplo. Esta regra não se aplica caso o ingrediente composto pertença a determinadas categorias de ingredientes, situação na qual basta apenas referir o nome da categoria, como por exemplo queijo, peixe, carne, óleo, etc. Para além disso, a discriminação da composição dos ingredientes compostos não é necessária caso o ingrediente em questão seja um alimento para o qual não é necessária lista de ingredientes ou ainda em situações em que o 23

40 ingrediente composto represente menos de 2% do género alimentício acabado, excetuandose o caso de conter aditivos com funções tecnológicas, sendo que estes devem ser indicados. No caso de ingredientes que sejam referidos na denominação do produto através de imagens ou palavras, que sejam geralmente associados ao produto em questão pelo consumidor ou que sejam essenciais para caracterizar o género alimentício, é obrigatório indicar a respetiva percentagem no produto final. Excetuam-se algumas situações, como é o caso de misturas de frutas, hortícolas ou cogumelos ou ingredientes usados em pequenas quantidades para efeito de aromatização, por exemplo. No caso de produtos vendidos avulso ou embalados a pedido do consumidor, a lista de ingredientes pode ser colocada em letreiro junto aos mesmos ou ser fornecida ao consumidor verbalmente (Decreto-Lei n.º 560/99). f) Lista de substâncias capazes de provocar alergias ou intolerâncias Qualquer alimento tem o potencial de provocar uma alergia ou intolerância alimentar. Uma alergia alimentar é uma resposta anormal a um determinado alimento, desencadeada pelo sistema imunitário de um indivíduo (NIAID, 2012). Uma intolerância alimentar trata-se da incapacidade do organismo de um indivíduo, de digerir completamente determinado nutriente ou componente de um género alimentício, como por exemplo, a lactose ou o glúten (Manuila, Manuila, Lewalle & Nicoulin, 2004). As substâncias capazes de causar alergias ou intolerâncias alimentares que devem ser indicadas na rotulagem de géneros alimentícios de acordo com o Decreto-Lei n.º 156/2008, são as seguintes: Cereais que contêm glúten e produtos à base destes cereais, à exceção de xaropes ou maltodextrinas à base de trigo, incluindo a dextrose; xarope de glicose à base de cevada e cereais empregados no fabrico de destilados ou de álcool etílico de origem agrícola para bebidas espirituosas e outras bebidas alcoólicas; Crustáceos e produtos à base de crustáceos; Ovos e produtos à base de ovos; Peixes e produtos à base de peixe, à exceção de gelatina de peixe utilizada como agente de transporte de vitaminas ou de carotenóides e gelatina de peixe ou ictiocola utilizada como clarificante da cerveja e do vinho; Amendoins e produtos à base de amendoins; Soja e produtos à base de soja, à exceção de óleo e gordura de soja totalmente refinados; tocoferóis mistos naturais (E 306), D-alfa-tocoferol natural, acetato de D-alfatocoferol natural, succinato de D-alfa-tocoferol natural derivados de soja; fitoesteróis e 24

41 ésteres de fitoesterol derivados de óleos vegetais produzidos a partir de soja e ester de estanol vegetal produzido a partir de esteróis de óleo vegetal de soja; Leite e produtos à base de leite (incluindo lactose), à exceção de lactossoro usado no fabrico de destilados ou de álcool etílico de origem agrícola para bebidas espirituosas e outras bebidas alcoólicas e lactitol; Frutos de casca rija, nomeadamente, amêndoas, avelãs, nozes, castanhas de caju, nozes pécan, castanhas do Brasil, pistácios, nozes de macadâmia ou do Queensland e produtos à base destes frutos, à excepção de frutos de casca rija usados no fabrico de destilados alcoólicos ou de álcool etílico de origem agrícola para bebidas espirituosas e outras bebidas alcoólicas; Aipo e produtos à base de aipo; Mostarda e produtos à base de mostarda; Sementes de sésamo e produtos à base de sementes de sésamo; Dióxido de enxofre e sulfitos (SO2 total) em concentrações superiores a 10 mg/kg ou 10 mg/l; Tremoço e produtos à base de tremoço; Moluscos e produtos à base de moluscos. A indicação destas substâncias na rotulagem de géneros alimentícios é vital para que as pessoas que tendem a sofrer de reações alimentares adversas possam escolher quais os alimentos a consumir (Barnett et al., 2011). A obrigatoriedade de indicação destas substâncias na rotulagem foi imposta pelo Decreto-Lei n.º 126/2005, que altera o Decreto- Lei n.º 560/99. Segundo esta norma, ainda em vigor apesar de já ter sofrido alterações, quando o nome destas substâncias estiver claramente referido na denominação de venda ou na lista de ingredientes, a lista de alergénios deixa de ser necessária. Existem alguns fabricantes que optam por voluntariamente referir menções de advertência como Pode conter vestígios de (Cornelisse-Vermaat, Voordouw, Yiakoumaki, Theodoridis & Frewer, 2007). Estas menções pretendem alertar o consumidor para a probabilidade de existência de uma substância alergénia no género alimentício, devido a contaminação cruzada durante o processamento do mesmo, por exemplo, e não são referidas na legislação. Se por um lado esta situação é uma medida de defesa por parte das empresas alimentares, por outro pode levar a uma extrema indecisão por parte de indivíduos que padecem de alergias ou intolerâncias alimentares, relativamente ao consumo desse alimento, dada a imensa quantidade de produtos existentes no mercado que contém esta menção (Barnett et al., 2011). Com a publicação do Regulamento n.º 1169/2011 relativo à prestação de informação ao consumidor sobre géneros alimentícios, estas regras foram modificadas, sendo que, a partir 25

42 de Dezembro de 2014, todas as substâncias capazes de provocar alergias ou intolerâncias alimentares que estejam descritas na lista de ingredientes, devem também ser realçadas por uma grafia que as distinga claramente dos restantes ingredientes. Para além disso, na ausência desta lista, a indicação destas substâncias deve ser precedida pelo termo Contém. g) Condições especiais de conservação e modo de emprego e/ou utilização Estas menções, dadas pelo fabricante do género alimentício, devem constar da rotulagem do género alimentício sempre que a sua ausência seja suscetível de colocar o consumidor em dúvida ou de o utilizar corretamente (FCNAUP, 2002). A menção relativa à forma de conservação informa as condições em que o produto deve ser conservado sempre que este apresente condicionalismos de conservação, nomeadamente, quando se trate de um género com data limite de consumo. O modo de emprego e/ou utilização deve ser colocado se a sua omissão não permitir um uso adequado do produto (Decreto-Lei n.º 560/99). Esta menção é importante tanto para o consumidor, como para outros operadores da cadeia alimentar, nomeadamente o vendedor final. O novo Regulamento prevê também as condições especiais de conservação para o género alimentício após abertura da embalagem protetora (Regulamento n.º 1169/2011). Embora nem todos os produtos tenham de referir esta menção, é facto que é uma mais valia para a satisfação do cliente (Estiri et al., 2010). h) Local de origem ou proveniência A indicação do país ou da região de origem é obrigatória no caso de certas categorias de produtos, como o vinho, o mel ou a carne de vaca e os hortofrutícolas. É igualmente obrigatória quando a marca ou outros elementos do rótulo do alimento, possam induzir o consumidor em erro relativamente à verdadeira origem do produto. A nova lei da rotulagem atualiza este requisito na medida em que passa a ser obrigatória a menção do local de origem para carnes de suíno, algumas aves e pequenos ruminantes. Para além disso, de acordo com este diploma, se o local de origem do género alimentício indicado na sua rotulagem não for o mesmo que o seu ingrediente primário, deve também ser indicado a proveniência deste último ou deve ser mencionado que a origem do ingrediente primário é diferente da origem do alimento. O novo Regulamento prevê ainda a futura obrigatoriedade de indicação do país de origem ou local de proveniência de outros géneros alimentícios, tais como o leite e outros tipos de carne distintos dos referidos. A Comissão Europeia deve, até Dezembro de 2014, apresentar uma avaliação sobre a obrigatoriedade destas menções (Regulamento n.º 1169/2011). Esta menção pode também ser colocada a título voluntário com o objetivo de melhor informar o consumidor ou estimular o consumo local (Regulamento 1169/2011; Ferreira, 2011). 26

43 i) Lote O lote representa o conjunto de unidades de venda de um produto alimentar que foi produzido, fabricado ou acondicionado em circunstâncias praticamente idênticas (Decreto- Lei nº. 560/99). É obrigatório para géneros alimentícios pré-embalados e deve ser precedido pela letra L, a menos que se distinga facilmente das restantes menções. Em géneros alimentícios não pré-embalados, a sua presença é também obrigatória na fase anterior à exposição dos alimentos para venda ao consumidor final, podendo ser colocado no recipiente que acondiciona o género alimentício ou constar dos documentos que o acompanham (Decreto-Lei n.º 560/99). Se o rótulo do produto contiver a data de validade com indicação do dia e do mês, a indicação do lote pode ser dispensada. A indicação do lote não é obrigatória em embalagens cuja face maior seja inferior a 10 cm², nas embalagens fantasia e nas embalagens de doses individuais de gelados, bastando, neste último caso, que seja colocado na respetiva embalagem coletiva. Finalmente, esta menção deve ser facilmente visível, legível e indelével. A indicação do lote é de extrema importância para a proteção da saúde do consumidor porque permite a rastreabilidade do produto, facilitando a localização de lotes defeituosos e a sua recolha. É também uma mais valia para as empresas alimentares: quando é detetado um defeito que ocorreu no fabrico de um produto pertencente a determinado(s) lote(s), já que a identificação correta do(s) mesmo(s) evita que seja necessária a recolha de toda a produção, o que implicaria um maior prejuízo para o fabricante (Gast, 2004). j) Rotulagem Nutricional A rotulagem nutricional de um género alimentício é qualquer informação veiculada pelo rótulo relativa ao valor energético e/ou nutrientes, nomeadamente, proteínas, hidratos de carbono, lípidos, fibras alimentares, sódio e vitaminas e sais minerais, quando estes estejam presentes em quantidades significativas (Decreto-Lei n.º 167/2004). A rotulagem nutricional permite ao consumidor adquirir produtos com base na sua qualidade nutricional e fazer, portanto, escolhas mais saudáveis. Para além disso, a rotulagem nutricional tem uma grande importância no incentivo para a reformulação e inovação de produtos (FLABEL, 2012). De acordo com a legislação em vigor, esta informação apenas tem de ser fornecida se for feita uma alegação nutricional sobre o produto (Decreto-Lei n.º 167/2004). O Regulamento nº. 1169/2011 relativo à prestação de informação ao consumidor sobre géneros alimentícios, estende a obrigatoriedade da indicação da declaração nutricional para todos os produtos pré-embalados, com algumas exceções, que são: Produtos não transformados compostos por um único ingrediente ou categoria de ingredientes; 27

44 Produtos transformados que apenas foram submetidos a maturação e que são compostos por um único ingrediente ou categoria de ingredientes; Águas destinadas ao consumo humano, incluindo aquelas cujos únicos ingredientes adicionados são dióxido de carbono e/ou aromas; Ervas aromáticas, especiarias ou respetivas misturas; Sal e substitutos do sal; Edulcorantes de mesa; Produtos abrangidos pela Directiva 1999/4/CE, relativa aos extractos de café e aos extractos de chicória, grãos de café inteiros ou moídos e grãos de café descafeinados inteiros ou moídos; Infusões de ervas aromáticas e de frutos, chá, chá descafeinado, chá instantâneo ou solúvel, ou extracto de chá, chá instantâneo ou solúvel, ou extracto de chá descafeinados, que não contêm outros ingredientes adicionados a não ser aromas que não alteram o valor nutricional do chá; Vinagres fermentados e substitutos de vinagre, incluindo aqueles cujos únicos ingredientes adicionados sejam aromas; Aromas; Aditivos alimentares; Auxiliares tecnológicos; Enzimas alimentares; Gelatina; Substâncias de gelificação; Leveduras; Pastilhas elásticas; Géneros alimentícios em embalagens ou recipientes cuja superfície maior tenha uma área inferior a 25 cm²; Géneros alimentícios, incluindo os géneros alimentícios produzidos de forma artesanal, fornecidos directamente pelo produtor em pequenas quantidades de produto ao consumidor final ou ao comércio a retalho local que forneça directamente o consumidor final. De acordo com este diploma, a rotulagem nutricional deve incluir obrigatoriamente: valor energético, quantidade de lípidos, ácidos gordos saturados, hidratos de carbono, açúcares, proteínas e sal. A título voluntário, podem ser colocadas no rótulo informações repetidas relativamente ao valor energético ou valor energético, lípidos, ácidos gordos saturados, açúcares e sal. Estas menções não necessitam de se encontrar sob forma tabelar ou linear 28

45 mas têm de estar no campo visual principal da embalagem e cumprir o tamanho mínimo de carateres exigido para as restantes menções obrigatórias no mesmo diploma (Ferreira, 2011). Facultativamente podem ainda ser referidas as quantidades de ácidos gordos monoinsaturados, ácidos gordos polinsaturados, polióis, amido, fibra e vitaminas e sais minerais. Segundo esta nova norma, a palavra sal substitui a de sódio, anteriormente utilizada na rotulagem nutricional. Junto da rotulagem nutricional pode ser colocada uma menção que indique que o teor de sal do produto é exclusivamente proveniente do sódio naturalmente presente. As informações de caráter nutricional devem ser referentes ao produto final, tal como é vendido, embora também possa ser relativa ao produto depois de preparado, desde que sejam dadas instruções de como o preparar. Além disso, estas menções devem ser colocadas no mesmo campo visual do rótulo, devem respeitar uma determinada ordem de apresentação e devem ser colocadas sob a forma tabular ou linear, se o espaço não for suficiente. O novo regulamento fornece informações no sentido de apoiar a realização da rotulagem nutricional, como as vitaminas e sais minerais que podem ser declarados; as doses diárias de referência de energia e determinados nutrientes, quando os valores sejam considerados significativos na declaração nutricional e ainda fatores de conversão para o cálculo do valor energético. A indicação de rotulagem nutricional é da responsabilidade do fabricante e deve ser estabelecida a partir da análise do género alimentício, do cálculo dos valores médios dos ingredientes que o constituem ou a partir de dados geralmente estabelecidos e aceites. Outro requisito legal relativamente a esta menção é a indicação das quantidades de nutrientes através das unidades de medida apropriadas, referidas no dito regulamento, por 100 gramas ou 100 mililitros de produto. Estes elementos podem também ser expressos em percentagem das doses de referência por 100 g ou 100 ml. No caso particular das vitaminas e dos sais minerais, estes devem ser obrigatoriamente expressos pelas unidades apropriadas assim como em percentagem das doses de referência por 100 g ou 100 ml. Se a informação nutricional for dada em percentagem das doses de referência por 100 g ou 100 ml, junto da mesma deve ser colocada a seguinte menção: Doses de referência para um adulto médio (8400 Kj/ 2000 Kcal). Para além das formas de expressão obrigatória, todos os elementos podem ser expressos por porção e/ou unidade de consumo, desde que seja clarificado no rótulo a quantidade de cada porção ou unidade de consumo e o número total das mesmas. Se o valor energético ou a quantidade de nutrientes de um produto for negligenciável, pode colocar-se apenas a menção: «Contém quantidades negligenciáveis de» Como mencionado, este regulamento determina que a rotulagem nutricional é somente obrigatória para géneros alimentícios pré-embalados. Contudo, se a título voluntário, as 29

46 entidades responsáveis pela rotulagem dos produtos alimentares assim o desejarem, a indicação destas menções em alimentos não pré-embalados pode ser efetuada, podendo limitar-se apenas ao valor energético ou, alternativamente, ao valor energético e quantidade de lípidos, ácidos gordos saturados, açúcares e sal. Nesta situação, a indicação do valor energético e quantidade de nutrientes pode ser expressa somente por porção e/ou unidade de consumo Menções obrigatórias na rotulagem de determinadas categorias de géneros alimentícios Todos os géneros alimentícios têm de respeitar as regras gerais de rotulagem. Existem contudo, requisitos específicos para determinadas categorias. Sendo a legislação em matéria de rotulagem alimentar bastante extensa e complexa, apenas serão desenvolvidas as categorias estudadas no âmbito deste trabalho, fazendo-se apenas uma breve referência às restantes. a) Rotulagem de Hortofrutícolas Devido às suas particularidades, o setor dos hortofrutícolas possui legislação específica que regula a sua classificação e comercialização, o que contribui para a lealdade e transparência do comércio e elimina dos mercados produtos de qualidade insatisfatória, não aptos a serem comercializados. Estas regras garantem ao consumidor a qualidade, consistência e segurança sanitária destes produtos. Segundo o Despacho Normativo n.º 246/94, todos os operadores e importadores de frutas e produtos hortícolas deverão ter a si atribuído um número o número de operador hortofrutícola - o qual deve constar em embalagens e documentos de comercialização destes produtos. A nível do comércio retalhista, o registo de operador hortofrutícola é apenas obrigatório para empresas que efetuem pré-embalados. O Regulamento de Execução n.º 543/2011 estabelece regras de execução do Regulamento n.º 1234/2007 nos sectores das frutas e produtos hortícolas e das frutas e produtos hortícolas transformados, define as normas gerais e específicas de comercialização para frutos e produtos hortícolas, incluindo os requisitos em matéria de rotulagem (GPP, 2011). Este diploma é constituído pela norma geral, aplicável à maioria dos hortofrutícolas e por normas específicas, para dez hortofrutícolas: maçãs; citrinos; kiwis; alfaces, chicórias frisadas e escarolas; pêssegos e nectarinas; peras; morangos; pimentões; uvas de mesa e tomates. Isto é, cada um destes dez hortofrutícolas deve cumprir a norma de comercialização a si designada. Segundo a norma geral, todos os hortofrutícolas devem apresentar o país de origem. Já as normas específicas exigem diferentes requisitos dependendo do produto em causa, tais 30

47 como a categoria, a variedade, o calibre e a cor da polpa para pêssegos e nectarinas, entre outros. Relativamente à categoria, os produtos para os quais é exigido este requisito, podem ser classificados em: Categoria Extra - produto de qualidade superior, uniforme quanto à forma e aspeto, podendo apenas apresentar ligeiros defeitos superficiais. Categoria I produto de boa qualidade, que pode apresentar pequenos defeitos quanto à casca e forma. Categoria II produto que qualidade razoavelmente boa, que pode apresentar alguns defeitos quanto à coloração, forma, manchas e marcas. É da responsabilidade do comerciante garantir a correta rotulagem destes produtos assim como manter a qualidade que corresponde à categoria indicada no rótulo do mesmo. Se a qualidade diminuir durante o período em que o alimento se encontra exposto para venda, deve remover-se o produto ou proceder à alteração da rotulagem do mesmo, colocando a categoria que corresponde às novas caraterísticas de qualidade apresentadas pelo produto (RPA, 2011). A identificação destes alimentos é feita pela espécie, que corresponde à denominação de venda, e pela variedade para os hortofrutícolas em que esta é exigida. O regulamento acima referido menciona ainda outras regras que devem ser respeitadas na rotulagem de determinados produtos como por exemplo, a forma pela qual deve ser expresse o calibre (diâmetro ou peso). Facultativamente, pode também ser colocada a marca de controlo oficial e no caso de embalagens com misturas de hortofrutícolas, deve ser apresentada uma das seguintes menções: «mistura de frutas e produtos hortícolas UE»; «mistura de frutas e produtos hortícolas não-eu» ou «mistura de frutas e produtos hortícolas UE e não-ue». Este regulamento é aplicável à maioria dos hortofrutícolas à venda aos consumidores, à exceção de produtos destinados a transformação, que devem conter uma menção com esta indicação, destinado a transformação. O anexo II corresponde a um documento elaborado no âmbito deste trabalho, onde podem ser observados alguns requisitos específicos para determinados hortofrutícolas. b) Rotulagem de Bacalhau Sendo o bacalhau um alimento bastante consumido e apreciado no nosso país, não poderia deixar de ter alguns requisitos legais no que respeita à sua comercialização e rotulagem. Assim, o Decreto-Lei n.º 25/2005 define algumas menções que devem constar na rotulagem do produto, nomeadamente, a indicação da denominação e tipo comercial e o preço por quilograma de produto. Este diploma aplica-se ao bacalhau salgado, verde, semi-seco ou seco e às espécies afins salgadas, verdes, semi-secas ou secas; seja pré-embalado ou não. 31

48 O referido decreto-lei indica quais as denominações comerciais permitidas e os tipos comerciais existentes, fornecendo assim informação necessária à rotulagem deste produto. Aponta também quais as caraterísticas que se deve ter em conta na classificação deste peixe quanto à categoria: primeira ou segunda. Relativamente à denominação comercial do bacalhau esta poderá ser bacalhau ou bacalhau do Atlântico (Gadus morhua); bacalhau da Gronelândia (Gadus ogac) ou bacalhau do Pacífico (Gadus macrocephalus). Quanto ao tipo comercial, o bacalhau salgado seco, dependendo do peso e categoria do mesmo, pode ser especial; graúdo; crescido; corrente; miúdo ou sortido (com várias classificações dentro deste último tipo). Relativamente à rotulagem, é legalmente exigido que a denominação de venda seja constituída pela denominação comercial e pelo tipo comercial, sendo este último requisito apenas necessário para produtos não pré-embalados ou pré-embalados constituídos por um peixe inteiro ou meio peixe ainda que cortado em postas. Para estes produtos (não pré-embalados ou pré-embalados constituídos por um peixe inteiro ou meio peixe ainda que cortado em postas), deve também ser indicado o tipo comercial e o preço por quilo de produto em letreiros junto aos mesmos. Para além destas informações, o conteúdo deste diploma esclarece também acerca do método utilizado para controlo e determinação do teor de sal e humidade (Decreto-Lei n.º 25/2005). Em Setembro de 2012, foi realizada por países do norte da Europa uma proposta à Comissão Europeia para que seja autorizada a utilização de polifosfatos no bacalhau de salga húmida. A utilização deste aditivo no bacalhau português é desnecessária e acarta desvantagens a nível económico, para as indústrias portuguesas, uma vez que leva ao prolongamento do processo de secagem deste produto. Além disso, as propriedades organoléticas do peixe podem ser alteradas. Portugal pediu que haja uma exceção na legislação que permita a comercialização do bacalhau de acordo com a cura tradicional nacional. Em resposta, foram propostas algumas medidas, entre as quais se destaca a obrigatoriedade de rotular o bacalhau que contém este aditivo com esta informação e possibilitar também, para os produtos que não contenham polifosfatos, essa indicação. Esta medida pretende salvaguardar os interesses dos consumidores (Neves, 2013). c) Rotulagem de carne de bovino A rotulagem da carne de bovino engloba dois regimes, o regime obrigatório e o regime facultativo. O regime obrigatório da rotulagem da carne de bovino deve ser realizado a todos os níveis de comercialização e visa garantir a sua máxima transparência. Tem como objetivo principal garantir a rastreabilidade mas também informar o consumidor acerca da origem do produto (GPPAA, n.d.). Desta maneira, a carne de bovino terá de fornecer algumas informações acerca do animal que deu origem ao produto, como sejam o número de identificação do animal, país(es) de nascimento, engorda e abate; números de aprovação e país(es) do matadouro e sala de desmancha em que o animal foi abatido e desmanchado, 32

49 respetivamente. A indicação dos países e números de aprovação do matadouro e sala de desmancha deve ser feita através das menções «Abatido em» e «Desmancha em», respetivamente. Se a carne de bovino derivar de animais nascidos, criados e abatidos no mesmo país, a menção «Origem», com o nome do país, substitui a indicação dos países de nascimento, engorda e abate. Facultativamente, esta informação pode acompanhar-se do símbolo do país. De acordo com o Regulamento n.º 1760/2000, que estabelece um regime de identificação e registo de bovinos e relativo à rotulagem da carne de bovino e dos produtos à base de carne de bovino, a carne picada de bovino deve fornecer a indicação do local onde foi produzida através da menção produzida em acompanhada do nome do país e «origem» quando o país em questão não seja aquele onde ocorreu a preparação da carne. Deve também indicar o país onde foi abatido o animal que deu origem à carne. Voluntariamente, os operadores podem indicar na rotulagem da carne picada todas as outras menções obrigatórias para a carne de bovino, adicionando ainda a data de produção. Estes requisitos aplicam-se também à carne picada resultante da mistura de carne de várias espécies, quando a percentagem de carne de bovino é superior a 50%. Nas situações em que a carne de bovino é importada de países terceiros e não estão disponíveis todas as informações obrigatórias, a rotulagem da mesma deve conter as seguintes menções: «origem: não-ce» e «local de abate» seguido pelo nome do país onde o animal foi abatido (Regulamento n.º 1760/2000). O rótulo onde são inscritas todas estas informações deve ser inviolável, impermeável e resistente e o material de que é feito deve respeitar as regras de higiene, não pode alterar as caraterísticas organoléticas da carne nem transmitir-lhe substâncias nocivas. O rótulo deve ser colocado diretamente sobre a carne ou embalagem que a envolve e, no caso das carcaças, deve ser colocado na face externa de cada um dos quartos. Nos locais de venda de carne não pré-embalada para o consumidor final, as informações de rotulagem podem ser indicadas num rótulo, no expositor junto das peças da respetiva carne, ou num letreiro, quando toda a carne exposta para venda num determinado período de tempo tiver o mesmo rótulo. Na carne em circulação destinada a ser fornecida a restaurantes, hotéis, hospitais, cantinas e similares, as menções de rotulagem obrigatórias podem apenas constar nos documentos que a acompanham. Os operadores alimentares podem fornecer mais informação acerca da carne que comercializam mas têm de respeitar os requisitos do regime facultativo de rotulagem da carne de bovino, segundo o qual devem apresentar à autoridade competente, um caderno de especificações com todas as informações que desejam colocar no rótulo. Estas regras pretendem assegurar que a veracidade das informações voluntariamente dispostas na rotulagem de carne de bovino é controlada. 33

50 Outras Categorias de géneros alimentícios a) Ovos Os requisitos exigidos relativamente à rotulagem dos ovos são descritos no Regulamento n.º 589/2008 que estabelece as regras de execução do Regulamento n.º 1234/2007 do Conselho no que respeita às normas de comercialização dos ovos, e estão dependentes da categoria dos mesmos. Assim, para os ovos pré-embalados de categoria A são necessárias as seguintes informações: código do produtor e esclarecimento acerca do significado desse código; código do centro de embalagem; categoria de qualidade, neste caso «A»; categoria de peso (S, M, L ou XL); DDM, que não pode exceder os 28 dias após postura; modo de criação, conforme as regras estabelecidas no mesmo regulamento, e ainda uma menção aconselhando os consumidores a conservarem os ovos em refrigeração, após a compra. Já os ovos pré-embalados de categoria B devem indicar, no seu rótulo: código do produtor e/ou outra indicação; código do centro de embalagem; categoria de qualidade, neste caso «B»; e data de embalagem. No caso dos ovos avulso, as menções obrigatórias de rotulagem são: categoria de qualidade; categoria de peso; modo de criação; DDM; código do produtor e esclarecimento acerca do significado do mesmo. Este regulamento estabelece também as regras a obedecer para a utilização de determinadas menções como por exemplo «Ovos lavados» ou menções relativas ao modo de alimentação das galinhas poedeiras (Regulamento n.º 1234/2007). b) Produtos da pesca As menções de rotulagem obrigatórias aplicáveis aos produtos da pesca e aquicultura, comercializados no território nacional, quando para venda a retalho ao consumidor final são a denominação comercial da espécie, o método de produção e zona de captura (Decreto-Lei n.º 243/2003). Além disso, junto aos produtos não embalados devem existir informações como denominação comercial, forma de apresentação, estado físico do produto, lote e identificação do operador que o atribuiu, sendo que produtos de lotes diferentes não podem ser misturados quando expostos para venda. Os dois últimos requisitos (lote e identificação do operador que o atribuiu) não são aplicáveis a animais vivos, frescos e refrigerados (Decretos-lei nº. 134/2002 e 243/2003). O Regulamento n.º 2065/2001 que estabelece regras de execução do Regulamento nº. 104/2000 no respeitante à informação do consumidor no setor dos produtos da pesca e da aquicultura, estabelece regras adicionais no que se refere à rotulagem destes géneros alimentícios. Assim, a denominação comercial da espécie tem de respeitar as regras aí 34

51 dispostas. No caso de Portugal, as denominações comerciais autorizadas estão descritas na Portaria n.º 587/2006. O método de produção deve ser indicado através de uma das seguintes menções: «capturado no mar», «capturado em água doce» ou «de aquicultura», conforme apropriado (Regulamento n.º 2065/2001). Quanto à zona de captura, a sua indicação deve ser feita, no caso de produtos pescados no mar, segundo o disposto no anexo do regulamento citado e, no caso de produtos pescados em água doce ou de aquicultura, através da menção do Estado-Membro ou país terceiro de origem ou no qual ocorreu a fase de desenvolvimento final do produto, respetivamente (Regulamento n.º 2065/2001; Decreto-Lei n.º 243/2003). A rotulagem dos produtos da pesca e aquacultura congelados, ultracongelados e descongelados é ainda regulada pelo Decreto-lei n.º 37/2004. De acordo com este diploma, no caso dos produtos da pesca e aquicultura descongelados, a denominação de venda deve incluir o termo «Descongelado» e na rotulagem devem mencionar «Não recongelar». Além disso, nos produtos não vidrados, congelados, pré-embalados, e ultracongelados contidos em embalagens não transparentes ou que não permitam visualizar o seu conteúdo, a menção «Sem adição de água de vidragem» deve constar da rotulagem (Decreto-Lei n.º 37/2004). Ainda segundo o mesmo diploma, nos locais de venda de produtos congelados não préembalados devem constar, junto dos mesmos, as seguintes informações: «peso líquido escorrido por quilo de peso líquido» e «preço por quilo de peso líquido escorrido» ou «preço por quilo de peso líquido», consoante a venda ao público do produto seja feita pelo peso líquido escorrido ou pelo peso líquido, respetivamente. c) Águas minerais O Decreto-Lei n.º156/98 e respetivas alterações descreve as várias denominações de venda que devem ser utilizadas na rotulagem de águas minerais, que diferem sobretudo devido à constituição das mesmas. Este documento obriga também a outros requisitos específicos na rotulagem destes géneros alimentícios como composição analítica; nome da captação e o local da exploração e informações sobre determinados tratamentos, caso a água tenha sido sujeita aos mesmos. Este diploma legal obriga a que, sempre que o rótulo de águas minerais naturais indicar uma designação comercial diferente do nome da captação ou do local de exploração, pelo menos um destes últimos seja referido, estando definida a dimensão mínima dos caracteres. Além disso, proíbe a utilização de certas alegações que atribuam às águas minerais naturais características que elas não possuam ou propriedades de prevenção, de tratamento ou de cura de doença humana. 35

52 d) Leite e produtos lácteos Deve constar da rotulagem destes produtos as seguintes menções, quando apropriadas: «Leite cru» ou «Feito com leite cru» (Regulamento n.º 853/2004). Segundo a Portaria n.º 742/92 os leites fermentados e iogurtes fermentados podem ser classificados quanto à sua composição, tipo e matéria gorda e são estabelecidas nesta norma, para além das respetivas denominações de venda, as regras de rotulagem para estes critérios, que devem constar nos rótulos. Por exemplo, quanto à composição, o iogurte aromatizado pode ser iogurte aromatizado ou iogurte aromatizado com pedaços de fruta, sendo que quando for composto por apenas uma espécie, a palavra fruta deve ser substituída pelo nome da respetiva fruta. Este diploma designa ainda as matérias-primas a serem utilizadas como ingredientes para cada um destes produtos, forma de conservação e acondicionamento. A rotulagem de leites desidratados é descrita no Decreto-Lei n.º 7/2009. e) Pão A Portaria n.º 425/98 estabelece que a denominação de venda dos diferentes tipos de pão será a correspondente à farinha utilizada no seu fabrico, por exemplo, «pão de trigo» ou «pão integral de trigo», à exceção do pão especial que poderá incluir a referência ao ingrediente específico, por exemplo «pão de leite». Nos estabelecimentos de fabrico e venda de pão não é permitida a utilização da menção «caseiro» (Portaria 425/98). A mesma portaria torna obrigatória a existência, nos locais de venda de pão de uma tabela da qual constem, para o pão aí comercializado, indicações como denominação de venda, as expressões tradicionais, regionais ou referentes ao seu formato, quando utilizadas, e o preço por quilograma. Segundo a Lei n.º 75/2009, o pão pré-embalado deve informar no rótulo, em carateres bem visíveis e de fácil leitura, acerca da quantidade absoluta e relativa de sal, por percentagem do produto e por porção/dose. f) Produtos ultracongelados De acordo com o Decreto-lei n.º 251/91 nas embalagens de produtos alimentares ultracongelados destinados ao consumidor final ou consumidores coletivos deve constar a denominação de venda acompanhada da menção «ultracongelado», a identificação do lote precedida com a letra «L», a DDM acompanhada do período de armazenamento e temperatura e/ou equipamento de conservação e a expressão «Não voltar a congelar». Caso os produtos não se destinem a essas entidades, os dois últimos requisitos não são necessários, sendo contudo exigida a quantidade líquida expressa em quilograma ou grama 36

53 e o nome, firma ou denominação social e morada do produtor, armazenista, retalhista ou afins Outras menções obrigatórias a) Aditivos alimentares Um aditivo alimentar é qualquer substância não consumida habitualmente como género alimentício em si mesma e habitualmente não utilizada como ingrediente característico dos géneros alimentícios, com ou sem valor nutritivo, e cuja adição intencional aos géneros alimentícios, com um objectivo tecnológico na fase de fabrico, transformação, preparação, tratamento, embalagem, transporte ou armazenagem, tenha por efeito, ou possa legitimamente considerar-se como tendo por efeito, que ela própria ou os seus derivados se tornem directa ou indirectamente um componente desses géneros alimentícios (Regulamento n.º 1333/2008). Os aditivos alimentares desempenham diversas funções nos géneros alimentícios, tais como intensificação do sabor e da durabilidade de conservação e são sujeitos a revisões periódicas para comprovar a sua segurança. O Regulamento n.º 1333/2008 relativo aos aditivos alimentares contém listas com os aditivos alimentares autorizados na UE e as suas condições de utilização nos géneros alimentícios, assim como regras para a sua rotulagem. Na rotulagem de géneros alimentícios todos os aditivos devem ser claramente mencionados na lista de ingredientes, pela respetiva função química, seguida do nome específico ou do número CE (ASAE, 2009). Para aditivos alimentares destinados à venda ao consumidor final, a rotulagem deve também incluir uma das seguintes menções: «para alimentos», «utilização limitada em alimentos» ou outra mais específica. No caso de edulcorantes de mesa, devem conter a menção «edulcorantes à base de» com os nomes dos edulcorantes utilizados (Regulamento n.º 1333/2008). Tem sido sugerido, ao longo dos últimos anos, que determinados corantes alimentares agregados ao conservante benzoato de sódio causariam efeitos comportamentais em crianças, resultando em hiperatividade e outros problemas associados (EFSA, 2008). Apesar de a situação ser deveras preocupante, os estudos realizados foram inconclusivos e geraram alguma controvérsia (EUFIC, 2007; ASAE, 2009). Assim, estes corantes continuam a ser permitidos nos géneros alimentícios, porém, com a obrigatoriedade de ser indicada na sua rotulagem, a menção: nome ou número E do(s) corante(s): pode causar efeitos negativos na atividade e na atenção das crianças. Este requisito integra os corantes: E102, E104, E110, E122, E124 e E129 (Regulamento n.º 1333/2008). 37

54 b) Marca de salubridade comunitária Segundo o Regulamento n.º 853/2004 que estabelece regras específicas de higiene aplicáveis aos géneros alimentícios de origem animal e o Regulamento n.º 854/2004 que estabelece regras específicas de organização dos controlos oficiais de produtos de origem animal destinados ao consumo humano, a marca de salubridade (Figura 1) é obrigatória na rotulagem de géneros alimentícios de origem animal, à exceção dos ovos, cuja marcação é normalizada pelo Regulamento n.º 1234/2007 que respeita às normas de comercialização dos ovos. Esta menção é constituída por três siglas: o nome ou o código internacional do país de origem da empresa produtora ou acondicionadora, o código da unidade industrial que fabrica o produto e a sigla CE quando o estabelecimento se situa na Comunidade Europeia (FCNAUP, 2002). Figura 1: Marca de salubridade comunitária. c) Produtos geneticamente modificados Entende-se por organismo geneticamente modificado (OGM) qualquer organismo, com excepção do ser humano, cujo material genético tenha sido modificado de uma forma que não ocorre naturalmente por meio de cruzamentos e/ou de recombinação natural (Directiva 2001/18/CE). A presença desta menção na rotulagem de géneros alimentícios é obrigatória em produtos que tenham um teor de OGM superior a 0,9%. Todas as substâncias com origem em OGM têm de ser mencionadas na lista de ingredientes mediante a menção geneticamente modificado (Regulamento n.º 1830/2003; DG SANCO, 2007). Atualmente, os OGM mais frequentes são plantas, tais como o milho, a soja, a beterraba, a batata ou o algodão. d) Ponto verde Este símbolo indica que o fabricante, embalador ou distribuidor do produto alimentar contribui financeiramente num sistema de recolha seletiva para que as embalagens sejam recolhidas, separadas e recicladas ou incineradas contribuindo deste modo para um melhor ambiente (FCNAUP, 2002). A utilização deste símbolo (Figura 2) é obrigatória nas embalagens primárias, mas facultativa nas embalagens secundárias e terciárias. Contudo, só poderá ser usado pelas 38

55 empresas que assinem contrato com a Sociedade Ponto Verde, sendo esta responsável pela valorização das embalagens depois de usadas (Portal Ponto Verde, 2012). Associados ao símbolo de adesão à sociedade Ponto Verde podem surgir outros símbolos de reciclagem (Figura 3). Estes símbolos pretendem informar o consumidor onde devem ser colocadas as embalagens alimentares depois de utilizadas, facilitando assim a recolha de resíduos. Figura 2: Símbolo de adesão à sociedade ponto verde. Figura 3: Símbolos dos ecopontos Menções facultativas na rotulagem de géneros alimentícios As menções facultativas de rotulagem são aplicadas pelos operadores sempre que estes desejem adicionar qualquer informação para além da exigida por lei. a) Rotulagem facultativa A rotulagem facultativa pode ser aplicada sempre que um operador pretenda incluir qualquer informação na rotulagem do produto, para além da exigida pela rotulagem obrigatória (DGADR, 2012). A rotulagem facultativa de carne e produtos à base de carne de bovino, carne de suíno e ovos em Portugal deve ser aprovada pelo Ministério da Agricultura, Mar, Ambiente e Ordenamento do Território, com o símbolo (Figura 4) da respetiva aprovação (Despacho Normativo n.º 30/2000; GPP, n.d., c)). 39

56 Figura 4: Símbolo de aprovação da rotulagem facultativa pelo Ministério da Agricultura, Mar, Ambiente e Ordenamento do Território. b) Produtos biológicos A utilização da menção biológico no rótulo do produto, e respetivo símbolo, é regulada rigorosamente pela legislação da UE, nomeadamente pelo Regulamento n.º 834/2007 relativo à produção biológica e à rotulagem dos produtos biológicos. Apenas é permitida enquanto referência a métodos específicos de produção de alimentos que respeitam padrões elevados em matéria de protecção do ambiente e bem-estar dos animais. O logótipo europeu (Figura 5) só pode ser utilizado pelos produtores que cumpram as condições exigidas pelo referido diploma (DG SANCO, 2007). No mesmo campo visual do referido logótipo, deve ser indicado o local onde foram produzidas as matérias-primas agrícolas que constituem o produto através das menções: «Agricultura União Europeia»; «Agricultura não União Europeia» ou «Agricultura União Europeia/não União Europeia». Estas menções podem ser substituídas ou completadas pelo nome do país, desde que todas as matérias-primas do produto em questão derivem do mesmo (Regulamento n.º 834/2007). Figura 5: Símbolo comunitário relativo a produtos biológicos. A Rotulagem de produtos biológicos deve ser facilmente visível na embalagem e fazer referência ao organismo de controlo que certifica o produto em causa (Regulamento n.º 834/2007). 40

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