OBJETIVO. Palavras chave: Cosmos, Natureza, Pensamento Ocidental, História do Pensamento Geográfico. INTRODUÇÃO e DESENVOLVIMENTO

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "OBJETIVO. Palavras chave: Cosmos, Natureza, Pensamento Ocidental, História do Pensamento Geográfico. INTRODUÇÃO e DESENVOLVIMENTO"

Transcrição

1 Formações e transformações dos conceitos de Cosmos e de Natureza no Pensamento Ocidental e sua influência na História do Pensamento Geográfico. Marcio Henrique de Mello Pereira (USP) xakanakas@gmail.com OBJETIVO Este artigo se propõe analisar em que momento os conceitos de Cosmos e Natureza foram formulados, quais as principais transformações que estes conceitos auferiram ao atravessar o Pensamento Ocidental, desde a Idade Arcaica, através de embasamentos mitológicos; perante a Idade Antiga, principalmente entre os Gregos; e também, perante a Filosofia Cristã e Patrística até a Alta Escolástica na Idade Média, cujos conceitos vieram a proporcionar inúmeras perspectivas a Idade Moderna, auxiliando nos fundamentos utilizados pela História do Pensamento Geográfico. Palavras chave: Cosmos, Natureza, Pensamento Ocidental, História do Pensamento Geográfico. INTRODUÇÃO e DESENVOLVIMENTO Perante a História Ocidental recebemos muitas representações mitológicas referente à origem das coisas, principalmente as de Homero, Hesíodo e de Orfeu que resultaram nas principais organizações que vieram a se constituir no Cosmos. A mais antiga representação mitológica das origens das coisas talvez fosse à de Homero, quando chama Oceano de a origem dos deuses e de tudo. Desde o momento em que tudo se originou dele, continuou a fluir até a orla mais extrema da terra, fluindo de volta sobre si mesmo num círculo. Associada a Oceano estava a deusa Tétis. Destarte, Oceano ficou apenas com o fluxo circular e a tarefa de abastecer as nascentes, os rios e o mar, subordinado, portanto, ao poder de Zeus. Precisamente, na obra Teogonia: A Origem dos Deuses, Hesíodo enuncia a versão dominante da origem dos homens e dos deuses: uns e outros nasceram de uma só mãe, da Terra, Géia. Os donos do universo físico não são potestades transcendentes, nem deuses 1 1

2 criadores, nem dispõem soberanamente das criaturas do céu, da terra e do mar, cada uma das duas espécies cumpre seu destino próprio. Para Hesíodo primeiro surgiu o Caos, e em seu seio surgiu a Terra, que constitui a base dessa morada que é o Cosmo. Florestas, montanhas, grutas subterrâneas, ondas do mar, vasto céu, é sempre de Gaia que nascem. Terra engendra Ouranós, que traz ao mundo Ponto, todas as águas. O mundo se constrói a partir de três entidades primordiais: Kháos, Gaia e Eros, e, de duas entidades oriundas da Terra: Ouranós e Pontos, que são ao mesmo tempo forças naturais e divindades. Quando Urano se fixa lá no alto, ele não se une mais a Gaia, a não ser durante as chuvas fecundantes. Urano e Terra tiveram filhos que eram escondidos por Urano. Gaia aconselhou-se com os filhos para vingar-se do pai, acatado por Crono que castra Urano, desempenhando uma etapa fundamental no nascimento do Cosmos. Crono casa-se com Rea e terão descendentes, que são tragados pelo pai. Quando Zeus está preste a nascer, Rea vai a Creta e dá à luz, Zeus espera ver o recém-nascido, mas Rea lhe apresenta uma pedra, assim Crono a engole junto ao phármakon, e começa a vomitar, libertando Zeus, que liberta a todos. Os mais importantes eram os Cíclopes, que deram a Zeus o trovão e o raio. De um lado, reúnem-se em volta de Crono os Titãs, de outro, reúnem-se em volta de Zeus os Olímpicos, que vencerão esta batalha, porém, no auge do combate o mundo retorna a um estado caótico. A vitória de Zeus é uma forma de recriar um mundo a partir de Caos, porém, organizado e hierarquizado. A partir daí, nada mais pode ameaçar a ordem cósmica, já que Zeus é o senhor dos ritmos cronológicos que manipula o raio e a chuva. A partir de Zeus tem lugar à invocação do sol e do céu, da terra com os seus rios, do mundo subterrâneo e de todo o Cosmos. Outra história referente à constituição do Cosmos foi transmitida no decorrer do século VI a.c., nos escritos preservados pelos discípulos de Orfeu. A genealogia Urano-Cronos-Zeus é alargada. No princípio era a Noite, ela era um pássaro de asas negras, que concebeu do Vento e botou o seu Ovo de prata no colo gigantesco da Escuridão, nascendo o filho do Vento, Eros, que trouxe à luz o mundo inteiro. Acima dele estava um vazio, o Céu, abaixo, o repouso. De acordo com outra forma da história, a terra jazia abaixo do Ovo, e o céu e a terra se casaram, obra de Eros, que os trouxe para a luz e os obrigou a se misturarem e assim, produziram Oceano e Tétis. 2 2

3 Foi também perante o início do séc. VI a.c. que se verificou na Grécia, uma revivescência da vida religiosa. Dentre as religiões de mistérios uma teve grande difusão: o culto de Dioniso que passou a constituir o núcleo da religiosidade órfica, em que a alma aspiraria a retornar à sua pátria celeste; mas, para se libertar do ciclo das reencarnações, o homem necessitava da ajuda de Dioniso, deus libertador. Porém, Pitágoras realizou uma modificação fundamental nesta doutrina, transformando o sentido da via de salvação: em lugar de Dioniso colocou a matemática. A novidade introduzida por Pitágoras no orfismo foi à transformação do processo de libertação da alma num esforço subjetivo, que descobre a estrutura numérica das coisas e torna a alma semelhante ao Cosmo, em harmonia, proporção e beleza, cujo pensamento dispersou-se, influenciando todo o desenvolvimento da ciência e da filosofia grega e helênica. Porém, a partir do final do século VI a.c., houve uma nova forma de pensamento que não partia fundamentalmente da tradição mítica propostas pela escola de Mileto. Os principais filósofos que ali se encontraram consideraram que os princípios de todas as coisas são substanciais, o primeiro a partir do qual se geram e o término em que se corrompem, permanecendo a substância e mudando os acidentes. É com Tales de Mileto ( a.c.), quem iniciou semelhante filosofia e o primeiro a desenvolver a filosofia natural, cuja importância advém, sobretudo de ter afirmado que a água era a origem de todas as coisas. A água seria a physis, que, no vocabulário da época, abrange tanto a acepção de fonte originária quanto à de processo de surgimento e de desenvolvimento, correspondendo perfeitamente a gênese. Para Anaximandro, o universo teria resultado das modificações ocorridas num princípio originário, o ápeiron (infinito e/ou ilimitado), cuja substância primordial única, (phýsis) natureza é descrita nesta passagem: Feliz aquele que da investigação (história), recebeu conhecimento (máthesis), sem instigar o sofrimento dos cidadãos, nem ações injustas; mas, observando a ordenação da sempre-nova natureza imortal, uniu o onde e o como. Para esse, jamais o estudo se aproxima das obras vergonhosas. Esse fragmento é uma prova clara de que, no século V a.c., o nome phýsis foi dado àquele algo permanente de que era feito o mundo. Esses primeiros cosmólogos, que estavam à procura de um algo imortal e sempre-novo, expressariam essa ideia dizendo que havia uma 3 3

4 phýsis de todas as coisas, assim, podemos entender prontamente porque os jônios chamaram a ciência de investigação sobre a natureza. Já, Anaxímenes propõe que a phýsis é o ar, que em virtude da rarefação e condensação, se transforma em substâncias diferentes: dilatado, o ar torna-se fogo; condensado, nuvem, água, terra e rocha. O universo resultaria das transformações de um ar infinito, pneuma ápeiron. O pensamento milesiano adquiria consistência, pois, além de identificar qual a phýsis, mostrava-se um processo capaz de tornar compreensível a passagem da unidade primordial à multiplicidade de constituintes do universo. Assim como a alma, que é ar, nos suporta e orienta, assim o sopro e o ar envolvem o Cosmos. Heráclito ( a.c.) concebe que o mundo nenhum dos deuses o fez; mas foi sempre, é e será um fogo eternamente vivo, que se acende e se apaga com medida. As outras duas massas do mundo, água e terra, devem ser fogo extinto, desde que os três compõem toda a matéria, sua distribuição entre fogo, água e terra permaneceria invariável e o Universo como um todo seria eterno, apesar da mudança incessante, denotando-se que a Natureza ama ocultar-se. Esta seria uma inovação na filosofia, já que o padrão dominante entre os milesianos tem sido cosmogônico. Pela primeira vez, temos uma cosmologia sem cosmogonia, a phýsis é o termo-chave na transição do mundo da crença e da imaginação dos períodos arcaico e clássico para o mundo dos physiológoi, o mundo que era Cosmos. Que a physis é ainda mais básica que o cosmos torna-se evidente no fato de os descobridores do cosmos serem chamados physiológoi e não kosmológoi e que natureza ocorre muito mais freqüentemente nos títulos de seus tratados do que cosmos. A beleza da physis é que ela mostra o que havia na concepção tradicional do mundo que deu aos physiológoi os materiais para sua nova construção, o Cosmos eles tiveram que inventar. Os physiológoi fazem do mundo um cosmos, conservando o que lá já estava em forma de phýsis. É com o eleatismo que teria inaugurado explicitamente tanto a problemática lógica quanto a ontológica. A inovação de Parmênides reside em aceitar a ordem do universo, Cosmos, como um fato, opta por se concentrar na natureza própria do saber. É assim que a ontologia se sobrepõe à cosmologia. O Cosmos é o próprio ser e não pode deixar de ser, o Ser é, foi e será a todo o instante idêntico a si mesmo. Zenão à semelhança de Parmênides, repelia o excesso de apreensão da natureza pelos fenômenos particulares para a essência do 4 4

5 ente, incorpóreo e uno, indivisível e infinito, o Ser é a mônada universal, a razão cósmica, que a si mesmo se constitui. Empédocles exprime uma nova concepção de verdade, conciliando razão e sentidos, conduz à substituição do monismo corporalista pelo pluralismo: o universo pode ser entendido como o resultado de quatro raízes a água, o ar, a terra e o fogo, que estão governadas pela isonomia, todas são eternas e imutáveis. A diversidade das coisas delas resultantes advém de sua mistura em diferentes proporções. O Cosmos se apresenta não como uma cosmogonia, mas como uma embrionária cosmologia, que carecendo do conhecimento de uma causa primeira, a verdade constitui uma árdua persuasão do espírito, numa busca inquisitiva aos recessos ônticos e lógicos. Anaxágoras ( a.c) foi o primeiro a relacionar a inteligência e a matéria, dizendo que no início as coisas eram no caos e que ao surgir a inteligência as ordenou. Deus é a inteligência criadora do universo. Ele introduz a noção do infinitamente pequeno: todas as coisas estavam juntas, infinitas ao mesmo tempo em número e em pequenez. Essa ideia torna-se fundamental na cosmogonia e na cosmologia de Anaxágoras, na tese de que em cada coisa existe uma porção de cada coisa sustenta-se na divisibilidade infinita, conhecida como homeomeria. Já, o atomismo é um sistema de explicação do Ser enquanto Ser, partindo do princípio de que o Ser se encontra em devir, e lança raízes na perspectiva homeomérica de Anaxágoras. Os átomos são divisíveis e a sua divisibilidade é eterna. Partindo de colocações do eleatismo, Leucipo e Demócrito teriam concluído que o não-ser existe. Afirma-se a existência do vazio, em que se moveriam os átomos, indivisíveis fisicamente, embora divisíveis matematicamente. Além de contribuir para a formulação do atomismo físico, Demócrito ( a.c), aplicou-se à solução dos problemas: do conhecimento e da ética. A defesa de um conhecimento da physis e independente da medida humana, ou seja, a compreensão de que a physis do universo fragmentara-se na multidão de átomos que se moviam no vazio infinito, e que estão na origem de todas as coisas e tudo o mais que se pense é mera hipótese. Os mundos são ilimitados, incriados, mas perecíveis; os átomos existem em grandeza e em quantidades inumeráveis movimentando-se em turbilhão, deles se gerando o fogo, o ar, a água e a terra, que são compostos por átomos incorruptíveis e fixos. O visível é mera projeção de 5 5

6 imagens, o turbilhão é a causa cosmológica. O direito é uma invenção humana, os átomos e o caos existem por natureza. A partir do século V a.c., pensadores de outras regiões do mundo helênico, entre eles os sofistas, que, negando a possibilidade de se desvendar a natureza das coisas, fundamentam todo o conhecimento na convenção, a partir das impressões sensíveis, resultando que o homem é a medida de todas as coisas como afirma Protágoras ( a.c.), exprimindo o relativismo da sofística. Sócrates ( a.c.) reage a este relativismo, alicerçado em pressupostos religiosos órfico-pitagóricos, em que não concebe o conhecimento humano como apenas a sucessão de impressões sensíveis. Se as palavras são uma expressão de opinião relativa, é porque, não estariam acompanhadas da consciência de seu significado, que deveria emanar da própria alma. Daí resulta o importante papel de Platão ( a.c.), que se propõe a descrever a origem do cosmos. Esse deus está fora da natureza; ele mesmo não é um membro do sistema de entidades interagentes que constitui a natureza; ele age sobre esse sistema, mas o sistema não age sobre ele. Ele chama sua divindade de Demiurgo, que se lança à criação para providenciar uma alma para o cosmos. Enquanto a cosmologia de Platão reconhece o poder sobrenatural no Universo, ela o faz com a garantia de que ele nunca será exercido para perturbar as regularidades da natureza. O mundo sensível seria uma imitação do mundo inteligível. A arte divina teria produzido as obras da natureza e também as imagens dessas obras. O último renascimento da filosofia completa de Platão foi obra de Plotino. A interpretação neoplatônica de Platão se caracteriza por uma visão articulada do mundo como unidade estrutural: Siempre que, en posteriores sistemas filosóficos o teológicos, nos encontramos con los grados del ser o escala de perfección podemos estar seguros de que estamos frente a la influencia de Platón transmitida por intermedio de Plotino. Toda beleza deste mundo advém da comunhão com uma Forma ideal, assim, a beleza das coisas materiais provém de sua comunhão com um pensamento que provém dos deuses. Com efeito, a Natureza cria tendo em vista o Belo, tendo em vista a proporção, que são aspectos provenientes do Bem. Aristóteles ( a.c.) transpôs para toda a natureza categorias explicativas pertencentes ao domínio da vida, em particular, a noção de espécies fixas exercerá decisiva 6 6

7 influência sobre a física e a metafísica aristotélica. O Sobre a Filosofa apresenta uma concepção cosmológica de cunho finalista e teológico; o Cosmo é aí explicado como um organismo que se desenvolve graças a um dinamismo interior que Aristóteles denomina Natureza. O conjunto do universo físico estaria dividido em duas regiões distintas: a sublunar, constituída pelos quatro elementos herdados da cosmologia de Empédocles: a água, o ar, a terra e o fogo; e a supralunar, constituída por uma quinta essência, o éter. Cada um dos elementos do mundo sublunar teria seu lugar natural. Como já afirmavam os pitagóricos, o mundo supralunar estaria constituído por uma sucessão de esferas movimentando-se em função da esfera superior, que atua como motor. Essa sucessão de motores-móveis terminaria num primeiro motor, este imóvel que é o próprio Deus, que paira acima do universo, movendo-o como causa final. Com o aparecimento do cristianismo há uma alteração em relação às antigas filosofias, surge o conceito da criação, cuja revelação começa pela frase: No princípio criou Deus o céu e a terra. O Gênesis estimulou o pensamento cristão a investigar a ordem hierárquica da criação e a determinar o lugar do homem no conjunto do Cosmos. Os pensadores cristãos se convenceram da insuficiência da filosofia para penetrar nos mistérios de Deus, e contribuíram para esclarecer os conceitos de pessoa e de natureza. A partir deste pressuposto, perante toda a Idade Média, irá variar somente a concepção interna à organização do cosmos, como se estabeleceu o ato inicial da criação a partir de Deus e quais as possibilidades do conhecimento humano frente a este mesmo cosmos. No entanto, foi por obra de Santo Agostinho ( ), que se consumou o grande sistema de filosofia cristã. A razão demonstra a existência de Deus, mas a fé esclarece melhor a realidade de sua natureza e essência. Deus é o criador de todas as coisas, e tudo o que Ele criou é bom. A natureza, a vida e o cosmos são perfeitamente ordenados, regidos pela lei natural, pelo número e pela proporção. É a volta deste cosmos que gravita, o seu poderoso intelecto, que lhe dimana a luz sem a qual sua alma seria incapaz de viver. A partir de Santo Agostinho, até o século XIII, a reflexão racional prevalece aos poucas sobre a mística. Com a recuperação das obras de Aristóteles, principalmente a Física, a Metafísica e a Ética, que chegou acompanhada dos comentários de Avicena e de Averróis, sem esquecer o importante concurso dos pensadores judeus como Avicebron e Maimônides, o Ocidente cristão no início do século XIII se vê tomado pela irrupção de uma incalculável riqueza intelectual. 7 7

8 É diante deste fortalecimento da razão que aparece São Tomás no século XIII, afirmando que o Cosmos é a própria constituição que a razão humana identifica nos seres e através da qual conhece o modo como elas devem alcançar suas respectivas perfeições. A sua teoria do conhecimento coloca o homem perante uma multidão de objetos, cuja finalidade primária é conciliá-lo à atividade. A formação dos conceitos é um processo natural, pois no conceito o intelecto não exprime senão o inteligível. Para que a concordância com o objeto se faça conhecida, é mister que o intelecto acrescente algo de si à realidade externa por ele adquirida e assimilada. Perante os séculos XVI e XVII, o pensamento científico e filosófico sofreu uma revolução que alterou os padrões do Pensamento Ocidental, através do surgimento de uma nova cosmologia que substituiu o mundo geocêntrico da astronomia grega e medieval, pelo universo heliocêntrico e, posteriormente, acêntrico, da astronomia moderna - que transformou o homem de espectador em proprietário e senhor da natureza. Pode-se dizer que essa revolução causou a destruição do Cosmos, ou seja, o desaparecimento dos conceitos válidos da concepção do mundo como um todo finito, fechado e ordenado hierarquicamente e a sua substituição por um universo indefinido e infinito, implicando no abandono de considerações como perfeição e harmonia. É, sobretudo, Nicolau de Cusa ( ) que se opõe à física medieval, pois esta se fundamenta na teoria aristotélica dos quatro elementos, cada um deles tendo um lugar natural na constituição do cosmos. O que existe é um único Cosmos, que permanece como tudo o que é perceptível pelos sentidos, na esfera da indeterminação, chegando às considerações centrais da nova cosmologia. Em profunda oposição aos fundadores da moderna concepção do mundo que tentaram afirmar a primazia da matemática, Cusa nega a possibilidade do tratamento matemático da natureza. A concepção da infinitude do universo origina-se com os atomistas gregos, contudo, o primeiro homem a levar a cosmologia lucreciana a sério foi Giordano Bruno, que pela primeira vez rejeitou a cosmologia medieval e afirmou a infinitude do universo. É escusado insistir na enorme importância científica e filosófica da astronomia copernicana, a qual, removendo a Terra do centro do mundo e colocando-a entre os planetas, destruiu os próprios alicerces da ordem cósmica tradicional. A astronomia copernicana não traz apenas um novo arranjo dos círculos, mas também o que ele chama uma 8 8

9 nova imagem do mundo. Em Kepler, a nova concepção da ordem cósmica, fundada na ideia de um Deus geômetra, é o que permite que ele se liberte do fantasma do círculo. A revolução científica do século XVII trata da passagem do cosmos fechado dos Antigos para o universo infinito dos modernos. Já, em Descartes, o mundo não é mais símbolo de Deus, não há mais vínculo analógico entre Deus e o mundo. Humboldt, um dos precursores da Geografia Moderna, usará o Cosmos desdeificado, cientificizado e integrado e entitulará sua principal obra, nomeando-a como descrição física do mundo, mas não pretende alcançar a categoria de uma ciência racional da natureza; é a apreciação reflexiva dos fenômenos dados através da empiria, tomados como fenômenos do todo da natureza. Humboldt tinha a convicção de que a legitimidade de seus limites nunca constituiria obstáculo para reunir o disperso em um grande sistema da Natureza, adere a uma perspectiva, ao mesmo tempo, empírica e filosófica da Natureza, a fim de demonstrar a harmonia invisível que liga a diversidade enorme de objetos naturais. A planta, o animal e os elementos celestes são descritos, por si só, como espécies isoladas, mas a vivacidade dos sentidos que sua perspectiva exige sugere que é espantosa a capacidade do naturalista de observar. A posse de recursos materiais de observação, a própria arte com que os naturalistas sabem ver, tocar e ouvir significa neles o fruto de uma comunhão assídua com a vida íntima da Natureza. Dessa harmonia nasce à forma de um todo orgânico que totaliza as espécies múltiplas coexistentes no mundo natural. Entre a natureza e o homem há de haver sempre véus, mas não é necessário multiplicá-los. A pretendida separação entre o que está na natureza e o que está fora da natureza é um desmembramento da verdade. Quer a criação seja contínua ou descontínua, não acaba ela as suas obras senão usando de leis eternas. BIBLIOGRAFIA ARISTÓTELES. Os Pensadores. Metafísica. Tradução: Vicenzo Cocco e notas de Joaquim de Carvalho. Ed. Victor Civita, São Paulo, 1973, p.533. BURKERT, Walter. Religião Grega na Época Clássica e Arcaica. Trad. de M. S. Loureiro. Edição da Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa, 1993, p BURNET, John. A Aurora da filosofia grega. Tradução Vera Ribeiro. Rio de Janeiro: Contraponto, Ed. Puc Rio 2006, p

10 CASSIRER, Ernst. Indivíduo e cosmos na filosofia do Renascimento ; tradução João Azenha Jr e Mario E. Viaro. São Paulo: Martins Fontes, 2001, p COSTA, José Silveira da. Tomás de Aquino: A razão a serviço da fé. São Paulo, editora Moderna, 1993, p.128. DETIENNE, Marcel y SISSA, Giulia. Os Deuses Gregos a vida cotidiana ; Trad. Rosa Maria Boaventura. São Paulo: Companhia das Letras, 1990, p GILSON, Etienne y BOEHNER, Philotheus. História da Filosofia Cristã desde as Origens até Nicolau de Cusa. Tradução e nota introdutória de Raimundo Vier, editora Vozes, 11º edição, Petrópolis, 2008, p.582. GOMES, Pinharanda. Filosofia Grega Pré-Socrática. Lisboa, Guimarães Editores, quarta edição, 1994, p HUMBOLDT, Alexander Von. Quadros da Natureza. Prefácio de F. A. Raja Gabaglia, tradução de Assis Carvalho, ed. Brasileira Ltda, KERÉNY, Karl. Os Deuses Gregos Mitologia Grega. Tradução de Octavio Mendes Cajado. Editora Cultrix, 4º edição, 2004, São Paulo, p KOYRÉ, Alexandre. Do Mundo fechado ao universo infinito. Tradução de Garschagen, 4º ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2006, p PARMÊNIDES. Da Natureza. Tradução, notas e comentários de José Trindade Santos. Edição Loyola, São Paulo, 2002, p PLATÃO. Timeu e Crítias ou A Atlântida. Tradução, Introdução e Notas: Norberto de Paula Lima. Hemus editora limitada, São Paulo, p.217. PLOTINO, Tratados Das Enéadas. Tradução, apresentação, introdução e notas de Américo Sommerman. São Paulo: Polar Editorial, 2000, p PRÉ-SOCRÁTICOS. Os Pensadores. Seleção de textos de José C. de Souza. Editora Victor Civita, 1º edição, São Paulo, 1973, p.376. SÓCRATES. Os Pensadores. Capítulo 1º. Tradução de Jaime Bruna. Editora Victor Civita, São Paulo, 1972, p TAYLOR, Alfred Edward. El Platonismo y su influencia. Traducción por Luis Farré. Editorial Nova, Buenos Aires, 1946, p

11 VERNANT, Jean Pierre. O universo, os deuses, os homens. Tradução de Rosa Freire d Aguiar. São Paulo : Companhia das Letras, 2000, p.209. VLASTOS, Gregory. O Universo de Platão. Tradução de Maria Luiza Monteiro Salles Coroa. Brasília, Editora Universidade de Brasília, 1987, p

15/03/2016. História da Filosofia Antiga: Aula 2 Prof. Rafael de Lima Oliveira

15/03/2016. História da Filosofia Antiga: Aula 2 Prof. Rafael de Lima Oliveira Pré-socráticos História da Filosofia Antiga: Aula 2 Prof. Rafael de Lima Oliveira 1 Os primeiros filósofos: os pré-socráticos Séculos VII-VI a.c.; Restam apenas fragmentos de suas obras e comentários doxográficos;

Leia mais

FILOSOFIA E OS PRÉ-SOCRÁTICOS TERCEIRÃO COLÉGIO DRUMMOND 2017 PROF. DOUGLAS PHILIP

FILOSOFIA E OS PRÉ-SOCRÁTICOS TERCEIRÃO COLÉGIO DRUMMOND 2017 PROF. DOUGLAS PHILIP FILOSOFIA E OS PRÉ-SOCRÁTICOS TERCEIRÃO COLÉGIO DRUMMOND 2017 PROF. DOUGLAS PHILIP O CONCEITO E A ORIGEM DA FILOSOFIA A ruptura com o pensamento mítico não se dá de forma imediata, mas de forma progressiva,

Leia mais

A principal forma de organização da sociedade grega durante a Antiguidade é a Polis, cidade-estado que produzia todos os bens necessários à

A principal forma de organização da sociedade grega durante a Antiguidade é a Polis, cidade-estado que produzia todos os bens necessários à A principal forma de organização da sociedade grega durante a Antiguidade é a Polis, cidade-estado que produzia todos os bens necessários à subsistência do ser humano à época. Tinha autonomia política

Leia mais

FILOSOFIA CURSINHO COLÉGIO DRUMMOND 2017 PROF. DOUGLAS PHILIP

FILOSOFIA CURSINHO COLÉGIO DRUMMOND 2017 PROF. DOUGLAS PHILIP FILOSOFIA CURSINHO COLÉGIO DRUMMOND 2017 PROF. DOUGLAS PHILIP O CONCEITO DE MITO UNIDADE 1 Mythos: contar e/ou narrar. Os mitos são uma tentativa de entender a realidade a partir de explicações referidas

Leia mais

MITO E FILOSOFIA 1 SÉRIE DO ENSINO MÉDIO COLÉGIO DRUMMOND 2017 PROF. DOUGLAS PHILIP

MITO E FILOSOFIA 1 SÉRIE DO ENSINO MÉDIO COLÉGIO DRUMMOND 2017 PROF. DOUGLAS PHILIP MITO E FILOSOFIA 1 SÉRIE DO ENSINO MÉDIO COLÉGIO DRUMMOND 2017 PROF. DOUGLAS PHILIP QUAL O SIGINIFICADO DA PALAVRA FILOSOFIA? QUAL A ORIGEM DA FILOSOFIA? E O QUE HAVIA ANTES DA FILOSOFIA? OS MITOS A palavra

Leia mais

MAC DOWELL FILOSOFIA OS PRÉ- SOCRÁTICOS PAZ NA ESCOLA

MAC DOWELL FILOSOFIA OS PRÉ- SOCRÁTICOS PAZ NA ESCOLA MAC DOWELL FILOSOFIA OS PRÉ- SOCRÁTICOS PAZ NA ESCOLA DATA: 18/02/2019 1. O surgimento da Filosofia. 2. Mitologia Grega. 3. Mito e Filosofia. 2 3 MAC DOWELL FILOSOFIA OS PRÉ- SOCRÁTICOS PAZ NA ESCOLA DATA:

Leia mais

Tales de Mileto (c a.c.)

Tales de Mileto (c a.c.) Tales de Mileto (c. 624-546 a.c.) Tales foi considerado por Aristóteles como o primeiro filósofo, por ter sido o primeiro a buscar uma explicação racional de mundo. Com esse pensador, ele foi o fundador

Leia mais

OS FILÓFOFOS PRÉ-SOCRÁTICOS

OS FILÓFOFOS PRÉ-SOCRÁTICOS OS FILÓFOFOS PRÉ-SOCRÁTICOS São chamados de filósofos da natureza. Buscavam a arché, isto é, o elemento ou substância primordial que originava todas as coisas da natureza. Dirigiram sua atenção e suas

Leia mais

OS PRIMEIROS FILÓSOFOS E AS PRIMEIRAS QUESTÕES FILOSÓFICAS. A physis é a Natureza eterna e em constante transformação

OS PRIMEIROS FILÓSOFOS E AS PRIMEIRAS QUESTÕES FILOSÓFICAS. A physis é a Natureza eterna e em constante transformação OS PRIMEIROS FILÓSOFOS E AS PRIMEIRAS QUESTÕES FILOSÓFICAS As principais características desses filósofos eram de filosofar acerca de uma explicação racional e sistemática sobre a origem, ordem e transformação

Leia mais

Processo de compreensão da realidade. Não é lenda Verdade Explicação do misterioso Expressão fundamental do viver humano

Processo de compreensão da realidade. Não é lenda Verdade Explicação do misterioso Expressão fundamental do viver humano Processo de compreensão da realidade Não é lenda Verdade Explicação do misterioso Expressão fundamental do viver humano Homero Ilíada Hesíodo Teogonia Odisseia A invenção da escrita Nova idade mental Surgimento

Leia mais

Ar infinito: indeterminado, não tem uma forma clara.

Ar infinito: indeterminado, não tem uma forma clara. FILOSOFIA ANTIGA Ar infinito: indeterminado, não tem uma forma clara. Está presente na água de Tales: H20. Essencial para a vida dos seres vivos. É a causa do movimento da natureza: vento move nuvens,

Leia mais

INSTITUTO ÁGORA CEZAR CANESSO. O SURGIMENTO DA FILOSOFIA Resenha Crítica

INSTITUTO ÁGORA CEZAR CANESSO. O SURGIMENTO DA FILOSOFIA Resenha Crítica INSTITUTO ÁGORA CEZAR CANESSO O SURGIMENTO DA FILOSOFIA Resenha Crítica Rio de Janeiro - RJ 2017 1 O SURGIMENTO DA FILOSOFIA De acordo com o tema apresentado no Artigo, há uma incerteza quanto à origem

Leia mais

Exercícios de Revisão 1

Exercícios de Revisão 1 Exercícios de Revisão 1 1. Quando começamos a estudar, somos logo levados a buscar o que ela é. Nossa primeira surpresa surge ao descobrirmos que não há apenas uma definição da, mas várias. Uma primeira

Leia mais

Unidade 2: História da Filosofia Filosofia Clássica. Filosofia Serviço Social Igor Assaf Mendes

Unidade 2: História da Filosofia Filosofia Clássica. Filosofia Serviço Social Igor Assaf Mendes Unidade 2: História da Filosofia Filosofia Clássica Filosofia Serviço Social Igor Assaf Mendes Conteúdo (a) Nascimento da filosofia (b) Condições históricas para seu nascimento (c) Os principais períodos

Leia mais

O SURGIMENTO DA FILOSOFIA Prof. André Teixeira

O SURGIMENTO DA FILOSOFIA Prof. André Teixeira O SURGIMENTO DA FILOSOFIA Prof. André Teixeira COMPETÊNCIA DE ÁREA HABILIDADES - Compreender os elementos culturais que constituem as identidades HABILIDADE: H23 - Analisar a importância dos valores éticos

Leia mais

A palavra MITO procede do grego mythos, que é uma palavra ligada ao verbo mythevo, que significa crio uma história imaginária, que se refere a uma

A palavra MITO procede do grego mythos, que é uma palavra ligada ao verbo mythevo, que significa crio uma história imaginária, que se refere a uma Prof. Cícero Robson A palavra MITO procede do grego mythos, que é uma palavra ligada ao verbo mythevo, que significa crio uma história imaginária, que se refere a uma crença, a uma tradição ou a um acontecimento.

Leia mais

UNIDADE 2. Período Pré-socrático. Cosmológico

UNIDADE 2. Período Pré-socrático. Cosmológico UNIDADE 2 Período Pré-socrático Cosmológico PRÉ-SOCRÁTICOS FILÓSOFOS DA NATUREZA RODA VIVA Chico Buarque Tem dias que a gente se sente Como quem partiu ou morreu A gente estancou de repente Ou foi o mundo

Leia mais

A criação da filosofia está ligada ao pensamento racional. Discutir, pensar e refletir para descobrir respostas relacionadas à vida.

A criação da filosofia está ligada ao pensamento racional. Discutir, pensar e refletir para descobrir respostas relacionadas à vida. A criação da filosofia está ligada ao pensamento racional. Discutir, pensar e refletir para descobrir respostas relacionadas à vida. Os filósofos gregos deixaram de lado os deuses e os mitos e tentaram

Leia mais

FILOSOFIA MEDIEVAL E OUTROS TEMAS PROFESSOR DANILO BORGES FILOSOFIA 9º ANO ENSINO FUNDAMENTAL II

FILOSOFIA MEDIEVAL E OUTROS TEMAS PROFESSOR DANILO BORGES FILOSOFIA 9º ANO ENSINO FUNDAMENTAL II FILOSOFIA MEDIEVAL E OUTROS TEMAS PROFESSOR DANILO BORGES FILOSOFIA 9º ANO ENSINO FUNDAMENTAL II FILOSOFIA NA IDADE MEDIEVAL A IDADE MÉDIA INICIOU-SE NA Europa com as invasões germânicas ou bárbaras no

Leia mais

As origens da filosofia. Os filósofos pré-socráticos

As origens da filosofia. Os filósofos pré-socráticos Na aula de hoje vamos estudar. As origens da filosofia. Os filósofos pré-socráticos O que chamamos de filosofia surgiu na Grécia Antiga. Os filósofos pré socráticos. Os jônios ou Escola de Mileto. Escola

Leia mais

FILOSOFIA RECAPITULAÇÃO

FILOSOFIA RECAPITULAÇÃO FILOSOFIA RECAPITULAÇÃO O QUE É FILOSOFIA? CONCEITOS ORIGEM DA PALAVRA philo = AMOR FRATERNAL sophia = SABEDORIA AMOR PELA SABEDORIA AMIZADE PELO SABER PRIMEIRO USO DO TERMO ACREDITA-SE QUE O FILÓSOFO

Leia mais

Pré-socráticos. Colégio Ser! 1º Médio Filosofia Marilia Coltri

Pré-socráticos. Colégio Ser! 1º Médio Filosofia Marilia Coltri Pré-socráticos Colégio Ser! 1º Médio Filosofia Marilia Coltri Heráclito de Éfeso Segundo a tradição, Heráclito, também chamado o obscuro, era um homem reservado e de poucas palavras. Parmênides de Eléia

Leia mais

A Ciência e a Filosofia gregas

A Ciência e a Filosofia gregas A Ciência e a Filosofia gregas Por que a Grécia foi o berço da produção de tanto conhecimento? Atualmente que nação seria a Grécia? Pitágoras e a Harmonia Musical do Universo Matemático, astrônomo, filósofo

Leia mais

MATÉRIA DA DISCIPLINA ÉTICA E CIDADANIA APLICADA AO DIREITO I

MATÉRIA DA DISCIPLINA ÉTICA E CIDADANIA APLICADA AO DIREITO I 4 MATÉRIA DA DISCIPLINA ÉTICA E CIDADANIA APLICADA AO DIREITO I MINISTRADA PELO PROFESSOR MARCOS PEIXOTO MELLO GONÇALVES PARA A TURMA 1º T NO II SEMESTRE DE 2003, de 18/08/2003 a 24/11/2003 O Semestre

Leia mais

Corpo: a fronteira com o mundo VOLUME 1 - CAPÍTULO 2

Corpo: a fronteira com o mundo VOLUME 1 - CAPÍTULO 2 Corpo: a fronteira com o mundo VOLUME 1 - CAPÍTULO 2 1 1. O Corpo para os Antigos 1.1. Os mistérios do Orfismo A religião Órfica, também chamada de Orfismo. Uma das concepções mais clássicas do corpo humano,

Leia mais

SURGIMENTO DA FILOSOFIA: RUPTUARA DO PENSAMENTO MÍTICO PARA O PENSAMENTO FILOSÓFICO CIENTIFICO

SURGIMENTO DA FILOSOFIA: RUPTUARA DO PENSAMENTO MÍTICO PARA O PENSAMENTO FILOSÓFICO CIENTIFICO Eumarque Pereira Candido SURGIMENTO DA FILOSOFIA: RUPTUARA DO PENSAMENTO MÍTICO PARA O PENSAMENTO FILOSÓFICO CIENTIFICO Resenha crítica apresentada na disciplina o Surgimento da Filosofia, do Curso de

Leia mais

Pré Socráticos aos Medievais 1

Pré Socráticos aos Medievais 1 Pré Socráticos aos Medievais 1 Períodos da História dafilosofia Patrística Filosofia Medieval Escolástica Renascimento Período: queda do Império Romano (sec. V) ao sec. XV. Guerras, a fome e as grandes

Leia mais

Sócrates: após destruir o saber meramente opinativo, em diálogo com seu interlocutor, dava início ã procura da definição do conceito, de modo que, o

Sócrates: após destruir o saber meramente opinativo, em diálogo com seu interlocutor, dava início ã procura da definição do conceito, de modo que, o A busca da verdade Os filósofos pré-socráticos investigavam a natureza, sua origem de maneira racional. Para eles, o princípio é teórico, fundamento de todas as coisas. Destaca-se Heráclito e Parmênides.

Leia mais

AULA 02 HISTÓRIA DA FILOSOFIA ANTIGA I

AULA 02 HISTÓRIA DA FILOSOFIA ANTIGA I AULA 02 HISTÓRIA DA FILOSOFIA ANTIGA I Os primeiros Jônicos e a questão do princípio de todas as coisas. TALES DE MILETO O pensador ao qual a tradição atribui o começo da filosofia grega é Tales, que

Leia mais

O MUNDO VISÕES DO MUNDO ATRAVÉS DA HISTÓRIA

O MUNDO VISÕES DO MUNDO ATRAVÉS DA HISTÓRIA O MUNDO VISÕES DO MUNDO ATRAVÉS DA HISTÓRIA MITO: FORMA DE EXPLICAÇÃO MITO: vem do vocábulo grego mythos, que significa contar ou narrar algo. Mito é uma narrativa que explica através do apelo ao sobrenatural,

Leia mais

INTRODUÇÃO À FILOSOFIA

INTRODUÇÃO À FILOSOFIA INTRODUÇÃO À FILOSOFIA Há três mil anos, não havia explicações científicas para grande parte dos fenômenos da natureza ou para os acontecimentos históricos, assim, para buscar um significado para esses

Leia mais

TRABALHO DE RECUPERAÇÃO BIMESTRAL DE FILOSOFIA

TRABALHO DE RECUPERAÇÃO BIMESTRAL DE FILOSOFIA ENSINO MÉDIO Valor: 2,0 pontos Nota: Data: / /2016 Professor: WAGNER GUEDES Disciplina: FILOSOFIA Nome: n o : SÉRIE: 2ª 4º bimestre TRABALHO DE RECUPERAÇÃO BIMESTRAL DE FILOSOFIA 1. O nascimento do conhecimento

Leia mais

UNIDADE 1 - Do Mito à Filosofia

UNIDADE 1 - Do Mito à Filosofia FILOSOFIA UNIDADE 1 - Do Mito à Filosofia A curiosidade humana levou o homem a buscar explicações para os fenômenos do cotidiano. Numa época em que não havia nenhuma fundamentação científica capaz de

Leia mais

Conteúdo: Capítulo 01 Cultura: o cosmo humano Filosofia Antiga Filósofos: Tales, Anaxímenes, Pitágoras.

Conteúdo: Capítulo 01 Cultura: o cosmo humano Filosofia Antiga Filósofos: Tales, Anaxímenes, Pitágoras. Colégio: Nome: nº Professor(a): Série: 1ª série do E.M. Turma: Data: / / 2013 SIMULADO DE FILOSOFIA - 1ºANO Sem limite para crescer Conteúdo: Capítulo 01 Cultura: o cosmo humano Filosofia Antiga Filósofos:

Leia mais

Michelangelo - Capela Sistina

Michelangelo - Capela Sistina Mito e Filosofia Michelangelo - Capela Sistina Origens do Mito Mito: explicação da realidade anterior a filosofia e que Não se baseia na racionalidade! O Mito serviu para acalmar a ansiedade humana em

Leia mais

Unidade 2: História da Filosofia. Filosofia Serviço Social Igor Assaf Mendes

Unidade 2: História da Filosofia. Filosofia Serviço Social Igor Assaf Mendes Unidade 2: História da Filosofia Filosofia Serviço Social Igor Assaf Mendes Períodos Históricos da Filosofia Filosofia Grega ou Antiga (Séc. VI a.c. ao VI d.c.) Filosofia Patrística (Séc. I ao VII) Filosofia

Leia mais

Fique atento a data da sua avaliação de Filosofia, conferindo com antecedência no portal NIED.

Fique atento a data da sua avaliação de Filosofia, conferindo com antecedência no portal NIED. Caro estudante, Este material contém informações BÁSICAS sobre os conteúdos. Para maiores informações, procure diretamente o professor de filosofia, Daniel de Oliveira Neto. Fique atento a data da sua

Leia mais

FILOSOFIA. Professor Ivan Moraes, filósofo e teólogo

FILOSOFIA. Professor Ivan Moraes, filósofo e teólogo FILOSOFIA Professor Ivan Moraes, filósofo e teólogo Finalidade da vida política para Platão: Os seres humanos e a pólis têm a mesma estrutura: alma concupiscente ou desejante; alma irascível ou colérica;

Leia mais

OS FILÓSOFOS DA NATUREZA

OS FILÓSOFOS DA NATUREZA Instituto de Educação Infantil e Juvenil Verão, 2019. Londrina, Nome: de Ano: Tempo Início: Término: Total: Edição 4 MMXIX Fase 2 Grupo Alfa (DESENHE A LUA DE HOJE E ESCREVA A FASE CORRESPONDENTE NA LINHA

Leia mais

A ORIGEM DA FILOSOFIA

A ORIGEM DA FILOSOFIA A ORIGEM DA FILOSOFIA UMA VIDA SEM BUSCA NÃO É DIGNA DE SER VIVIDA. SÓCRATES. A IMPORTÂNCIA DOS GREGOS Sob o impulso dos gregos, a civilização ocidental tomou uma direção diferente da oriental. A filosofia

Leia mais

FILOSOFIA BREVE PANORAMA GERAL FILOSOFIA ANTIGA

FILOSOFIA BREVE PANORAMA GERAL FILOSOFIA ANTIGA FILOSOFIA BREVE PANORAMA GERAL FILOSOFIA ANTIGA SOBRE FILOSOFIA DEFINIÇÃO TRADICIONAL (segundo a perspectiva ocidental) TEOLOGIA CIÊNCIA certezas dúvidas Bertrand Russell (1872-1970) utiliza seus temas

Leia mais

HISTÓRIA DA FILOSOFIA ANTIGA I

HISTÓRIA DA FILOSOFIA ANTIGA I HISTÓRIA DA FILOSOFIA ANTIGA I INTRODUÇÃO O conhecimento filosófico surgiu aos poucos, em substituição aos mitos e às crenças religiosas, na tentativa de conhecer e compreender o mundo e os seres que nele

Leia mais

DATA: VALOR: 20 PONTOS NOTA: ASSUNTO: TRABALHO DE RECUPERAÇÃO FINAL NOME COMPLETO:

DATA: VALOR: 20 PONTOS NOTA: ASSUNTO: TRABALHO DE RECUPERAÇÃO FINAL NOME COMPLETO: DISCIPLINA: FILOSOFIA PROFESSOR: ENRIQUE MARCATTO DATA: VALOR: 20 PONTOS NOTA: NOME COMPLETO: ASSUNTO: TRABALHO DE RECUPERAÇÃO FINAL SÉRIE: 1ª EM TURMA: Nº: I N S T R U Ç Õ E S 1. Esta atividade contém

Leia mais

Patrística e Escolástica

Patrística e Escolástica Patrística e Escolástica 1. (Uff 2012) A grande contribuição de Tomás de Aquino para a vida intelectual foi a de valorizar a inteligência humana e sua capacidade de alcançar a verdade por meio da razão

Leia mais

Pré Socráticos- Sócrates - Sofistas

Pré Socráticos- Sócrates - Sofistas Pré Socráticos- Sócrates - Sofistas CHAUI, Marilena. Convite à Filosofia. Bibliografia: GARCIA MORENTE, Manuel. Fundamentos de filosofia. São Paulo: Editora Mestre Jou, 1980 MARCONDES, Danilo. Iniciação

Leia mais

Bem vindo à Filosofia. Prof. Alexandre Cardoso

Bem vindo à Filosofia. Prof. Alexandre Cardoso Bem vindo à Filosofia Prof. Alexandre Cardoso A criação da filosofia está ligada ao pensamento racional. Discutir, pensar e refletir para descobrir respostas relacionadas à vida. Os filósofos gregos deixaram

Leia mais

AULA DE FILOSOFIA. Prof. Alexandre Cardoso

AULA DE FILOSOFIA. Prof. Alexandre Cardoso AULA DE FILOSOFIA Prof. Alexandre Cardoso A criação da filosofia está ligada ao pensamento racional. Discutir, pensar e refletir para descobrir respostas relacionadas à vida. Os filósofos gregos deixaram

Leia mais

FÉ E RAZÃO MUNDO MEDIEVAL

FÉ E RAZÃO MUNDO MEDIEVAL FÉ E RAZÃO MUNDO MEDIEVAL Santo Agostinho séc. IV São Tomás de Aquino séc. XIII PATRÍSTICA e ESCOLÁSTICA Platão séc. IV a.c. Aristóteles séc. III a.c A RELAÇÃO ENTRE FÉ E RAZÃO Questões fundamentais para

Leia mais

FILÓSOFOS PRÉ PROF. ANDRÉ TEIXEIRA SOCRÁTICOS

FILÓSOFOS PRÉ PROF. ANDRÉ TEIXEIRA SOCRÁTICOS FILÓSOFOS PRÉ PROF. ANDRÉ TEIXEIRA SOCRÁTICOS FILOSOFIA -1ª Série Índice 1. A Origem da Filosofia 2. Os Filósofos Pré-Socráticos 2.1. Escola Jônica: Tales, Anaximandro, Anaxímenes 2.2. Escola Pitagórica:

Leia mais

PLANO DE ENSINO. Disciplina Código Denominação Carga horária AT 1 AP 2 APS

PLANO DE ENSINO. Disciplina Código Denominação Carga horária AT 1 AP 2 APS CAMPUS DE TOLEDO RUA DA FACULDADE, 645 - JD. SANTA MARIA - FONE/FAX: (45) 3379-7000/7002 - CEP 85903-000 - TOLEDO PR ANEXO DA RESOLUÇÃO Nº 314/2010-CEPE PLANO DE ENSINO PERÍODO LETIVO/ANO: 2015 ANO DO

Leia mais

Top 5 de Filosofia: Questões Enem

Top 5 de Filosofia: Questões Enem Top 5 de Filosofia: Questões Enem Top 5 de filosofia: Questões Enem 1. (Enem 2012) Anaxímenes de Mileto disse que o ar é o elemento originário de tudo o que existe, existiu e existirá, e que outras coisas

Leia mais

ALBERTO MAGNO E TOMÁS DE AQUINO

ALBERTO MAGNO E TOMÁS DE AQUINO 1 ALBERTO MAGNO E TOMÁS DE AQUINO A ESCOLÁSTICA E OS PRINCIPAIS REPRESENTANTES ALBERTO MAGNO TOMÁS DE AQUINO Buscaram provar a existência de Deus utilizando argumentos racionais. 2 A UNIDADE ENTRE A FÉ

Leia mais

BURNET, J. A aurora da filosofia grega. Rio de Janeiro: PUC-Rio, 2006 (adaptado).

BURNET, J. A aurora da filosofia grega. Rio de Janeiro: PUC-Rio, 2006 (adaptado). 1. (ENEM 2012) TEXTO I Anaxímenes de Mileto disse que o ar é o elemento originário de tudo o que existe, existiu e existirá, e que outras coisas provêm de sua descendência. Quando o ar se dilata, transforma-se

Leia mais

Filosofia. 1. A origem da filosofia. 2. O mito. 3. Do mito ao logos

Filosofia. 1. A origem da filosofia. 2. O mito. 3. Do mito ao logos Filosofia 1. A origem da filosofia filo= amigo, sofia = sabedoria Um filósofo não deve ser apenas um estudioso, mas também um homem sábio. Platão: origem é o espanto pelo espanto é que uma pessoa se torna

Leia mais

Disciplina: Filosofia Série: 10 Unidade: Primeira Content Area: Philosophy Grade 10 Quarter I

Disciplina: Filosofia Série: 10 Unidade: Primeira Content Area: Philosophy Grade 10 Quarter I Disciplina: Filosofia Série: 10 Unidade: Primeira Content Area: Philosophy Grade 10 Quarter I 1.1 1.2 1.3 Conhecimento filosófico, religioso, científico e senso comum. Filosofia e lógica. Milagre Grego.

Leia mais

AULA FILOSOFIA. O realismo aristotélico

AULA FILOSOFIA. O realismo aristotélico AULA FILOSOFIA O realismo aristotélico DEFINIÇÃO O realismo aristotélico representa, na Grécia antiga, ao lado das filosofias de Sócrates e Platão, uma reação ao discurso dos sofistas e uma tentativa de

Leia mais

O SURGIMENTO DA FILOSOFIA Prof. André Teixeira

O SURGIMENTO DA FILOSOFIA Prof. André Teixeira O SURGIMENTO DA FILOSOFIA Prof. André Teixeira COMPETÊNCIA DE ÁREA HABILIDADES - Compreender os elementos culturais que constituem as identidades H2 Analisar a produção da memória pelas sociedades humanas.

Leia mais

Pré-socráticos. a) Os pensadores pré-socráticos explicavam os fenômenos e as

Pré-socráticos. a) Os pensadores pré-socráticos explicavam os fenômenos e as Pré-socráticos 1 (ENEM 2015) A filosofia grega parece começar com uma ideia absurda, com a proposição: a água é a origem e a matriz de todas as coisas. Será mesmo necessário deter-nos nela e levá-la a

Leia mais

primeiros filósofos da humanidade.

primeiros filósofos da humanidade. Gregos primeiros filósofos da humanidade. Como os gregos definiam Filosofia? Uma forma de conhecimento capaz de explicar as diversas mudanças e maravilhas que ocorriam na natureza (1). Como nasceu a Filosofia?

Leia mais

Filosofia e Religião.

Filosofia e Religião. Filosofia e Religião. Filosofia e Cristianismo. Santo Agostinho. (354 430) É considerado um dos introdutores do pensamento filosófico grego na doutrina cristã. Fortemente influenciado por Platão, concebia

Leia mais

Clóvis de Barros Filho

Clóvis de Barros Filho Clóvis de Barros Filho Sugestão Formação: Doutor em Ciências da Comunicação pela USP (2002) Site: http://www.espacoetica.com.br/ Vídeos Produção acadêmica ÉTICA - Princípio Conjunto de conhecimentos (filosofia)

Leia mais

RESOLUÇÃO DE QUESTÕES DO ENEM PROFESSOR DANILO BORGES 9º ANO ENSINO FUNDAMENTAL II

RESOLUÇÃO DE QUESTÕES DO ENEM PROFESSOR DANILO BORGES 9º ANO ENSINO FUNDAMENTAL II RESOLUÇÃO DE QUESTÕES DO ENEM PROFESSOR DANILO BORGES 9º ANO ENSINO FUNDAMENTAL II ENEM QUESTÃO 2010 Quando Édipo nasceu, seus pais, Laio e Jocasta, os reis de Tebas, foram informados de uma profecia na

Leia mais

Curso TURMA: 2101 e 2102 DATA: Teste: Prova: Trabalho: Formativo: Média:

Curso TURMA: 2101 e 2102 DATA: Teste: Prova: Trabalho: Formativo: Média: EXERCÍCIOS ON LINE 3º BIMESTRE DISCIPLINA: Filosofia PROFESSOR(A): Julio Guedes Curso TURMA: 2101 e 2102 DATA: Teste: Prova: Trabalho: Formativo: Média: NOME: Nº.: Exercício On Line (1) A filosofia atingiu

Leia mais

FILOSOFIA Conceito e delimitação

FILOSOFIA Conceito e delimitação FILOSOFIA Conceito e delimitação Conceito de Filosofia Filosofia significa philo= amigo, amor, Sophia= sabedoria. A filosofia busca dar profundidade e totalidade à aspectos referentes a vida como um todo;

Leia mais

CONDIÇÕES HISTÓRICAS QUE CONTRIBUÍRAM PARA O SURGIMENTO DA FILOSOFIA

CONDIÇÕES HISTÓRICAS QUE CONTRIBUÍRAM PARA O SURGIMENTO DA FILOSOFIA CONTEÚDO PARA O SIMULADO E PARA A 1ª PROVA ESPECÍFICA DE FILOSOFIA DO 1º BIMESTRE (3ª SÉRIE, 2016). OBS. O conteúdo de Filosofia para o simulado vai da Origem da Filosofia até a teoria de Parmênides. Dessa

Leia mais

O SURGIMENTO DA FILOSOFIA E OS PRÉ- SOCRÁTICOS

O SURGIMENTO DA FILOSOFIA E OS PRÉ- SOCRÁTICOS O SURGIMENTO DA FILOSOFIA E OS PRÉ- SOCRÁTICOS Prof. Thiago C. Almeida Bibliografia: D. Marcondes, Iniciação à História da Filosofia Origem da Filosofia Tales de Mileto Grécia Antiga, VI a.c. Pensamento

Leia mais

RESOLUÇÕES DE QUESTÕES PROFESSOR DANILO BORGES FILOSOFIA 9º ANO ENSINO FUNDAMENTAL II

RESOLUÇÕES DE QUESTÕES PROFESSOR DANILO BORGES FILOSOFIA 9º ANO ENSINO FUNDAMENTAL II RESOLUÇÕES DE QUESTÕES PROFESSOR DANILO BORGES FILOSOFIA 9º ANO ENSINO FUNDAMENTAL II (UEL) Tales foi o iniciador da filosofia da physis, pois foi o primeiro a afirmar a existência de um princípio originário

Leia mais

Revista Filosofia Capital ISSN Vol. 1, Edição 2, Ano BREVE ANÁLISE FILOSÓFICA DA PESSOA HUMANA DO PERÍODO CLÁSSICO AO CONTEMPORÂNEO

Revista Filosofia Capital ISSN Vol. 1, Edição 2, Ano BREVE ANÁLISE FILOSÓFICA DA PESSOA HUMANA DO PERÍODO CLÁSSICO AO CONTEMPORÂNEO 30 BREVE ANÁLISE FILOSÓFICA DA PESSOA HUMANA DO PERÍODO CLÁSSICO AO CONTEMPORÂNEO Moura Tolledo mouratolledo@bol.com.br Brasília-DF 2006 31 BREVE ANÁLISE FILOSÓFICA DA PESSOA HUMANA DO PERÍODO CLÁSSICO

Leia mais

FÍSICA FILOSOFIA. Resumex JáEntendi 1. A FILOSOFIA NA IDADE MÉDIA. Características Fundamentais da Idade Média

FÍSICA FILOSOFIA. Resumex JáEntendi 1. A FILOSOFIA NA IDADE MÉDIA. Características Fundamentais da Idade Média FILOSOFIA FÍSICA Resumex JáEntendi 1. A FILOSOFIA NA IDADE MÉDIA O período histórico comumente chamado de Idade Média inicia- se no século V e termina no século XV. Portanto, ele representa mil anos de

Leia mais

Aula 08 Terceiro Colegial.

Aula 08 Terceiro Colegial. Aula 08 Terceiro Colegial Cristianismo: Entre a Fé e a Razão Busca por uma base racional para sustentar a fé Formulações filosóficas se estendendo por mais de mil anos Cristianismo Palavra de Jesus, que

Leia mais

Encontrar explicações naturais para os processos da natureza. Os pré-socráticos são os filósofos da natureza. A pergunta que os orienta é:

Encontrar explicações naturais para os processos da natureza. Os pré-socráticos são os filósofos da natureza. A pergunta que os orienta é: A busca pelo Arché Encontrar explicações naturais para os processos da natureza. Os pré-socráticos são os filósofos da natureza. A pergunta que os orienta é: Existe uma substância básica, um princípio

Leia mais

Aula Véspera UFU Colégio Cenecista Dr. José Ferreira Professor Uilson Fernandes Uberaba 16 Abril de 2015

Aula Véspera UFU Colégio Cenecista Dr. José Ferreira Professor Uilson Fernandes Uberaba 16 Abril de 2015 Aula Véspera UFU 2015 Colégio Cenecista Dr. José Ferreira Professor Uilson Fernandes Uberaba 16 Abril de 2015 NORTE DA AVALIAÇÃO O papel da Filosofia é estimular o espírito crítico, portanto, ela não pode

Leia mais

DA IDADE MÉDIA À IDADE MODERNA. Prof. Adriano R. 1º Anos

DA IDADE MÉDIA À IDADE MODERNA. Prof. Adriano R. 1º Anos DA IDADE MÉDIA À IDADE MODERNA Prof. Adriano R. 1º Anos CONTEXTO E CARACTERÍSTICAS DA FILOSOFIA MEDIEVAL Séc. V ao Séc. XV d. C. Período da Idade Média (Mil anos de crescimento) - Reintroduzido o comércio

Leia mais

Heráclito e Parmênides

Heráclito e Parmênides 1) (UEL 2007) A filosofia grega parece começar com uma idéia absurda, com a proposição: a água é a origem e a matriz de todas as coisas. Será mesmo necessário deter-nos nela e levá-la a sério? Sim, e por

Leia mais

Prof. Rodrigo Simão. Filosofia

Prof. Rodrigo Simão. Filosofia Prof. Rodrigo Simão Filosofia Mito De acordo com o gregos, os deuses habitavam o topo do Monte Olimpo e comandavam o trabalho e as relações sociais. Filosofia As relações humanas são construídas no cotidiano

Leia mais

OFICINA DA PESQUISA ÉTICA, POLÍTICA E SOCIEDADE

OFICINA DA PESQUISA ÉTICA, POLÍTICA E SOCIEDADE OFICINA DA PESQUISA ÉTICA, POLÍTICA E SOCIEDADE Prof. Msc. Carlos José Giudice dos Santos carlos@oficinadapesquisa.com.br www.oficinadapesquisa.com.br A FORMAÇÃO DA MORAL OCIDENTAL FILOSOFIA ANTIGA A ERA

Leia mais

O NASCIMENTO DA FILOSOFIA

O NASCIMENTO DA FILOSOFIA Professor Ricardo da Cruz Assis Filosofia - Ensino Médio O NASCIMENTO DA FILOSOFIA Uma nova forma de analisar e ver a realidade. 1 Periodização da história da Grécia Antiga Civilização micênica (sécs.

Leia mais

Condições gerais para Surgimento da Filosofia na Grécia Antiga

Condições gerais para Surgimento da Filosofia na Grécia Antiga Colégio Santa Úrsula Ciências Humanas e suas tecnologias Filosofia Ensino Fundamental - 9º Ano Condições gerais para Surgimento da Filosofia na Grécia Antiga Prof. Albiran Santos Gregos: primeiros filósofos

Leia mais

RESOLUÇÃO FILOSOFIA SEGUNDA FASE UFU SEGUNDO DIA

RESOLUÇÃO FILOSOFIA SEGUNDA FASE UFU SEGUNDO DIA RESOLUÇÃO FILOSOFIA SEGUNDA FASE UFU SEGUNDO DIA 1) Para Parmênides o devir ou movimento é uma mera aparência provocada pelos enganos de nossos sentidos. A realidade é constituída pelo Ser que é identificado

Leia mais

Razão e fé. Filosofia MedievaL. Douglas Blanco

Razão e fé. Filosofia MedievaL. Douglas Blanco Razão e fé Filosofia MedievaL Douglas Blanco CRISTIANO PALAZZINI/SHUTTERSTOCK Aspectos gerais Correntes da filosofia medieval e principais representantes: Patrística (séc. II-V), com Agostinho de Hipona,

Leia mais

O conhecimento das civilizações Profª Tathiane Milaré

O conhecimento das civilizações Profª Tathiane Milaré O conhecimento das civilizações Profª Tathiane Milaré Cultura própria: deuses, língua, escrita hieroglífica Importância do Rio Nilo na Agricultura Transporte: roda raiada e barco à vela Comércio: uso de

Leia mais

PROFESSORA: Maria Cecilia Leonel Gomes dos Reis

PROFESSORA: Maria Cecilia Leonel Gomes dos Reis CCN&H - UFABC DISCIPLINA: Temas da Filosofia Antiga CÓDIGO: NH5133 CARGA HORÁRIA: 48 horas PERIODO LETIVO: 2017.1 HORÁRIO: Sexta-feira das 8:00 às 12:00h PROFESSORA: Maria Cecilia Leonel Gomes dos Reis

Leia mais

Aristóteles, Ética a Nicômaco, X 7, 1177 b 33.

Aristóteles, Ética a Nicômaco, X 7, 1177 b 33. 91 tornar-se tanto quanto possível imortal Aristóteles, Ética a Nicômaco, X 7, 1177 b 33. 92 5. Conclusão Qual é o objeto da vida humana? Qual é o seu propósito? Qual é o seu significado? De todas as respostas

Leia mais

CONCEPÇÕES DO SER HUMANO NA FILOSOFIA OCIDENTAL A CONCEPÇÃO CLÁSSICA DO SER HUMANO

CONCEPÇÕES DO SER HUMANO NA FILOSOFIA OCIDENTAL A CONCEPÇÃO CLÁSSICA DO SER HUMANO CONCEPÇÕES DO SER HUMANO NA FILOSOFIA OCIDENTAL A CONCEPÇÃO CLÁSSICA DO SER HUMANO Mundo dos mortais(thanato)= efêmeros (ephémeroi), isto é, seres de um dia, e infelizes (talaíporoi) LINHA TEOLÓGICA Mundo

Leia mais

MTA Aula 02. Evolução dos conhecimentos Tipos de conhecimentos

MTA Aula 02. Evolução dos conhecimentos Tipos de conhecimentos MTA Aula 02 Evolução dos conhecimentos Tipos de conhecimentos TIPOS DE CONHECIMENTO 1. Filosófico 2.Teológico 3. Empírico 4.Científico 1.1.1 Conhecimento filosófico A filosofia teve seu início na Jônia,

Leia mais

Sócrates, Sofistas, Platão e Aristóteles (ética) Séc. III e IV a. C

Sócrates, Sofistas, Platão e Aristóteles (ética) Séc. III e IV a. C Sócrates, Sofistas, Platão e Aristóteles (ética) Séc. III e IV a. C Nunca deixou nada escrito Patrono da Filosofia Sh As principais fontes: Platão, Xenofonte e Aristóteles Questões Antropológicas O início

Leia mais

CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO AMAPÁ CURSO DE DIREITO DIREITO DAS MINORIAS 21/8/ :54. Profª: Kátia Paulino dos Santos

CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO AMAPÁ CURSO DE DIREITO DIREITO DAS MINORIAS 21/8/ :54. Profª: Kátia Paulino dos Santos CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO AMAPÁ CURSO DE DIREITO DIREITO DAS MINORIAS 1 21/8/2013 16:54 Profª: Kátia Paulino dos Santos 2 JUSNATURALISMO X POSITIVISMO JURÍDICO Esta diferença é discutida desde Aristóteles,

Leia mais

Tópicos Especiais em Física

Tópicos Especiais em Física Tópicos Especiais em Física Vídeo-aula 2: cosmologia e relatividade geral Vídeo-aula 2: cosmologia e relatividade geral 18/06/2011 Cosmologia: aspectos históricos Fundamentos da Relatividade Geral Cosmologia

Leia mais

Como surgiram os MITOS?

Como surgiram os MITOS? PENSAMENTO MÍTICO MITO MITO Nasce do desejo de entender o mundo para afugentar o medo e a insegurança. é um relato de algo fabuloso que se supõe ter acontecido num passado remoto e quase sempre impreciso.

Leia mais

ENTENDER PARA TRANSFORMAR. Escola Bíblica Dominical Classe Mocidade Luiz Roberto Carboni Souza Luiz Fernando Zanin dos Santos

ENTENDER PARA TRANSFORMAR. Escola Bíblica Dominical Classe Mocidade Luiz Roberto Carboni Souza Luiz Fernando Zanin dos Santos ENTENDER PARA TRANSFORMAR Escola Bíblica Dominical Classe Mocidade Luiz Roberto Carboni Souza Luiz Fernando Zanin dos Santos I - PLENITUDE DOS TEMPOS 4 mas, vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou seu

Leia mais

Docente: Prof. Marcos Paulo. Curso: Proficiência em Filosofia, licenciatura plena. Discente: Marcos Flávio Couto Ferreira. Matrícula:

Docente: Prof. Marcos Paulo. Curso: Proficiência em Filosofia, licenciatura plena. Discente: Marcos Flávio Couto Ferreira. Matrícula: Docente: Prof. Marcos Paulo. Curso: Proficiência em Filosofia, licenciatura plena. Discente: Marcos Flávio Couto Ferreira. Matrícula: 17-2-03854. 1. O SURGIMENTO DA FILOSOFIA O surgimento da Filosofia

Leia mais

[ÉÅxÅ? VâÄàâÜt x fév xwtwx

[ÉÅxÅ? VâÄàâÜt x fév xwtwx [ÉÅxÅ? VâÄàâÜt x fév xwtwx PENSAMENTO CLÁSSICO E CRISTÃO Prof. Walteno Martins Parreira Jr https://www.youtube.com/watch?v=stbbebwivvk 1 Século V a.c. Dá-se o nome de sofistas a um conjunto de pensadores

Leia mais

Nascido em Estagira - Macedônia ( a.c.). Principal representante do período sistemático.

Nascido em Estagira - Macedônia ( a.c.). Principal representante do período sistemático. Aristóteles Nascido em Estagira - Macedônia (384-322 a.c.). Principal representante do período sistemático. Filho de Nicômaco, médico, herdou o interesse pelas ciências naturais Ingressa na Academia de

Leia mais

física e astronomia aristotélica

física e astronomia aristotélica física e astronomia aristotélica andrea bettanin 183178 astronomia fundamental aristóteles (384 a.c - 322 a.c.) Aristóteles nasceu em Estágira, em 384 a.c., próxima da Macedônia. Seus pais morreram durante

Leia mais

ÉPOCAS DA FILOSOFIA. Já os períodos históricos da filosofia são os que se

ÉPOCAS DA FILOSOFIA. Já os períodos históricos da filosofia são os que se ÉPOCAS E TEMAS FILOSÓFICOS PROFESSOR NICHOLAS GABRIEL MINOTTI LOPES FERREIRA Nst Nesta aula devemos aprender: As Épocas da Filosofia O marco da Filosofia Ocidental Áreas da Filosofia ÉPOCAS DA FILOSOFIA

Leia mais

LISTA DE CONTEÚDOS TESTE DE RECUPERAÇÃO/2017 1ª SÉRIE DO ENSINO MÉDIO VALOR 10,0 PESO 4 PRODUÇÃO DE PARÁGRAFOS DISSERTATIVO ARGUMENTATIVO

LISTA DE CONTEÚDOS TESTE DE RECUPERAÇÃO/2017 1ª SÉRIE DO ENSINO MÉDIO VALOR 10,0 PESO 4 PRODUÇÃO DE PARÁGRAFOS DISSERTATIVO ARGUMENTATIVO REDAÇÃO LISTA DE CONTEÚDOS TESTE DE RECUPERAÇÃO/2017 1ª SÉRIE DO ENSINO MÉDIO VALOR 10,0 PESO 4 PRODUÇÃO DE PARÁGRAFOS DISSERTATIVO ARGUMENTATIVO LÍNGUA PORTUGUESA/LITERATURA - CLASSCISMO OU RENASCIMENTO

Leia mais

AVERRÓIS. Catarina Belo. O essencial sobre IMPRENSA NACIONAL-CASA DA MOEDA

AVERRÓIS. Catarina Belo. O essencial sobre IMPRENSA NACIONAL-CASA DA MOEDA Catarina Belo O essencial sobre AVERRÓIS IMPRENSA NACIONAL-CASA DA MOEDA 1 AVERRÓIS NA HISTÓRIA DO PENSAMENTO ISLÂMICO E OCIDENTAL No panorama da filosofia islâmica medieval, Averróis ocupa um lugar de

Leia mais

marcelo@sombraealegria.com.br Aula 03 Filosofia 3 Colegial

marcelo@sombraealegria.com.br Aula 03 Filosofia 3 Colegial Aula 03 Filosofia 3 Colegial Os Primeiros Filósofos Busca por uma explicação racional do mundo Filósofos Físicos Explicação na própria natureza Substância básica que formariam todas as coisas: Arkhé A

Leia mais

QUESTIONÁRIO DE FILOSOFIA ENSINO MÉDIO - 2º ANO A FILOSOFIA DA GRÉCIA CLÁSSICA AO HELENISMO

QUESTIONÁRIO DE FILOSOFIA ENSINO MÉDIO - 2º ANO A FILOSOFIA DA GRÉCIA CLÁSSICA AO HELENISMO QUESTIONÁRIO DE FILOSOFIA ENSINO MÉDIO - 2º ANO A FILOSOFIA DA GRÉCIA CLÁSSICA AO HELENISMO ESTUDAR PARA A PROVA TRIMESTRAL DO SEGUNDO TRIMESTRE PROFESSORA: TATIANA SILVEIRA 1 - Seguiu-se ao período pré-socrático

Leia mais