ELF: INGLÊS COMO LÍNGUA FRANCA
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- Sabina Eger Maranhão
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1 ELF: INGLÊS COMO LÍNGUA FRANCA Marcia Regina Becker 1 marcia.r.becker2009@gmail.com INTRODUÇÃO A língua inglesa tem recebido nos últimos anos diversas denominações destacando mais o seu uso pela comunidade global do que sugerindo uma variedade: inglês como língua internacional (EIL English as an International Language), ou International English; inglês como língua franca (ELF English as a Lingua Franca), porque a comunicação em inglês no mundo hoje frequentemente não envolve falantes nativos da língua 2 (ERLING, 2005, p. 41); inglês global, no sentido em que é usado ao redor de todo o mundo por pessoas das mais diversas etnias; inglês geral (general English), uma contraposição mais democrática ao inglês padrão standard English, que remete imediatamente aos padrões britânicos e americanos). A razão de tantas denominações parece clara e é eminentemente demográfica:...o número de falantes de inglês como L2 supera o de falantes de inglês como L1 na proporção de três para um. O inglês está sendo cada vez mais usado para a comunicação através das fronteiras internacionais, não estando, portanto, mais ligado a lugar, cultura ou povo. (Ibid, p ) E também GRADDOL (2006, p.110) não deixa dúvidas quando questiona, Quem é o falante nativo? O inglês global levou a uma crise de terminologia. O linguista americano Braj Kachru (CRYSTAL, 2003, p.60) utilizou a figura de três círculos concêntricos para dar uma melhor idéia de como a língua inglesa assumiu a característica de uma língua global: O círculo interno (inner circle) refere-se aos países onde o inglês é a primeira língua (e.g. Estados Unidos, Reino Unido, Irlanda, Canadá, Austrália, Nova Zelândia); 1 Doutoranda UFPR (Estudos Linguísticos); Tutora do NAP UFPR; Professora substituta UTFPR. 2 A tradução das citações a partir dos originais em inglês deste artigo são de responsabilidade da autora. Eletras, vol. 19, n.19, dez
2 O círculo externo (outer circle) ou estendido (extended circle) corresponde aos países onde a língua inglesa desempenha o papel de uma segunda língua, num ambiente multilingual (e.g. Singapura, Índia, Filipinas); O círculo em expansão (expanding ou extending circle) corresponde aos países que reconhecem o papel do inglês como língua internacional, porém dentro de suas fronteiras ele é ensinado como língua estrangeira, sem um status especial ou diferenciado (e.g. China, Japão, Brasil). FIGURA 1 OS TRÊS CÍRCULOS DO INGLÊS FONTE: CRYSTAL, 2003, p. 61 Os números de falantes que aparecem na figuras dos círculos externo e em expansão são, obviamente, grandes aproximações, já que a questão de quão fluente é um indivíduo para ser considerado um usuário fluente da língua é aberta a diversas interpretações (McKAY, 2003, p.11). No entanto, mesmo considerando-se as aproximações, é visível a questão da grande minoria dos chamados falantes nativos. Daí decorre que a língua deva ensinada como meio de comunicação intercultural, e deva Eletras, vol. 19, n.19, dez
3 ter como um de seus objetivos a inteligibilidade e a compreensibilidade do discurso, o que não deve levar ao desencorajamento da prática de atividades pedagógicas relacionadas à sua melhoria com o argumento (ou a desculpa) de que é internacional. Outra consequência diz respeito ao sotaque: a eliminação de sotaque além de ser uma meta irreal, é também desnecessária, respeitando-se os limites da inteligibilidade. 1. LÍNGUA FRANCA O termo lingua franca, de origem latina, simbolicamente remove o sentido de propriedade da língua dos anglos (JENKINS, 2000, p.11), e quer dizer, em essência uma língua de contato usada entre povos que não compartilham uma primeira língua, e é comumente entendida como querendo significar uma segunda (ou subsequente) língua de seus falantes (JENKINS, 2007, p.1). Originalmente o termo se referia a uma língua de natureza híbrida, sem falantes considerados nativos. Entretanto, o caso do inglês é sem precedentes, e o termo é usado também em interações que incluem falantes do círculo interno. Portanto, ELF não exclui falantes nativos de inglês, porém eles não são incluídos nas coletas de dados, e quando tomam parte em interações, não representam um ponto referência lingüística 3 [...] ELF enfatiza o papel do inglês a comunicação entre falantes de diversas L1, a razão fundamental para aprender inglês nos dias de hoje[...] [ELF] implica que a mistura de línguas é aceitável...e então que não há nada inerentemente errado em manter certas características da L1, tais como o sotaque. 4 (JENKINS, 2000, p.11) MUNRO & DERWING (1995, p. 289) definem o sotaque como um discurso não-patológico que difere em alguns aspectos bastante perceptíveis das normas de pronúncia de um falante nativo. A questão que assoma desta definição diz muito respeito à forma como se percebe o que um falante não-nativo produz em contraposição à produção de um nativo, que seria o padrão, o modelo. Talvez por isso ainda muito se fale em programas de redução de sotaque (accent reduction) (MUNRO & DERWING, 1997, p. 2), falsamente mesclando a idéia de modelos (o que é efetivamente produzido por falantes nativos) com objetivos (desenvolver a pronúncia 3 Negritos meus. Eletras, vol. 19, n.19, dez
4 suficientemente para que ocorra efetiva comunicação tanto com falantes nativos os modelos como com o restante da comunidade internacional que utiliza o inglês como língua de troca) (ROACH, 2000, p. 6). Tomando a sigla ELF (English as a Lingua Franca - Inglês como Língua Franca) não é possível nos furtarmos da comparação com EFL (English as a Foreign Language Inglês como Língua Estrangeira). Chega a ser curioso como apenas uma alteração na ordem das letras traz no seu bojo tantas alterações na forma como se poderá vir a ensinar inglês para os países dos círculos externos e em expansão. As discussões, especialmente aqui no Brasil, estão apenas começando. 3. DIMENSÕES ASSOCIADAS À PRONÚNCIA A literatura que mostra as pesquisas na área de aquisição do sistema fonético/fonológico da segunda língua é quase unânime em colocá-la como uma das tarefas mais desafiadoras do aprendiz de L2. A avaliação da produção deste aprendiz, no entanto, vai além da questão apenas do sotaque que possa eventualmente apresentar. Duas outras dimensões estão relacionadas a sotaque: a inteligibilidade e a compreensibilidade. A inteligibilidade refere-se à extensão na qual uma produção é realmente entendida. [...] pode ser avaliada apresentando aos ouvintes palavras, sentenças ou unidades maiores, e pedindo para que escrevam, em ortografia padrão, o que eles ouviram. [...] Usamos o termo compreensibilidade para nos referirmos à percepção do ouvinte da dificuldade no entendimento de certas produções. (MUNRO & DERWING, 1995, p. 291) Apesar da presença de sotaque, uma produção oral pode ser perfeitamente entendida (altas taxas de inteligibilidade verificadas através de transcrição), e, no entanto, ser de baixa compreensibilidade (o sotaque pesado pode levar o ouvinte a avaliar negativamente o quesito compreensibilidade em decorrência, ao menos parcialmente, da dificuldade de processamento do que foi ouvido). Estas três dimensões sotaque, inteligibilidade e compreensibilidade - são, portanto, apenas parcialmente independentes. Em que grau isto ocorre vai depender de diversos fatores, e um dos aparentemente mais visíveis é a origem, ou parentesco, das duas línguas envolvidas. Eletras, vol. 19, n.19, dez
5 4. ELF CORE / NÚCLEO FONOLÓGICO DE ELF (LFC) A questão da fonologia para ELF coloca-se como de primordial importância para o futuro da língua inglesa numa escala global. Coloca-se, então uma questão: como identificar, para o ensino de inglês, os padrões mínimos de inteligibilidade mútua? Outro ponto: inteligibilidade para quem? Ao considerarmos a língua inglesa como uma língua internacional, onde a grande maioria das interações tenderá cada vez mais a ocorrer entre falantes que não do círculo interno, considera-se que a dimensão inteligibilidade deve ser avaliada por tais pessoas, em interações do tipo não-nativo/nãonativo. JENKINS (2000) propôs um núcleo pedagógico de inteligibilidade fonológica (lingua franca core, referido, a partir deste ponto como LFC) para falantes de inglês dos círculos externo e em expansão. Para isso, priorizou características da pronúncia na interlíngua de não-nativos que regularmente impediam uma mútua inteligibilidade. Os dados foram obtidos em corpora composta por dois estudos, um experimento e observações de campo no decorrer de diversos anos (Ibid, p.123, 132). As áreas mais importantes para a preservação da inteligibilidade fonológica mútua que surgiram dos dados, tomando o inglês como língua internacional, foram as seguintes: 1. O inventário de consoantes; 2. Agrupamento de consoantes (clusters); 3. Distinção na duração de vogais (longas x curtas); 4. Acento tônico - nuclear stress; 5. Requisitos fonéticos (e.g. aspiração após /p/, /t/, /k/). Uma das muitas questões interessantes que a autora pontua quando se refere ao LFC é a da distinção entre a capacidade/habilidade de ensinar do professor e a de aprender dos alunos: no caso da fonologia, deve-se fazer uma distinção entre o aprendizado que resultou de uma instrução formal e aquele que somente ocorre fora do ambiente escolar, através da exposição à língua-alvo. Portanto, algumas coisas seriam ensináveis, como a distinção entre as oclusivas desvozeadas (fortis) /p/, /t/, /k/ e as vozeadas (lenis) /b/, /d/, /g/, enquanto outros aspectos, como por exemplo, a entonação, Eletras, vol. 19, n.19, dez
6 seriam extremamente dependentes de circunstâncias individuais, e seria melhor que fossem deixados fora da intervenção do professor. A identificação de quais são estes itens não-ensináveis (que dependem, em certa medida, do bom senso) pouparia um tempo valioso do professor que poderia então se concentrar no ensino de itens relevantes do núcleo. O Inventário de consoantes As variedades padrão RP (Received Pronunciation, a variedade de prestígio do inglês britânico) e GA (General American, variedade correspondente do inglês americano) têm 24 sons consonantais em comum e a maioria (incluindo realizações alofônicas) são essenciais para que não haja perda da inteligibilidade. No entanto, existem dois sons candidatos a desaparecer do LFC: o par de dentais fricativas /D/ e /T/, que quando substituídas (no caso de falantes de português brasileiro as substituições mais comuns são por /d/ e /t/ respectivamente; ocorrem ainda substituições por /z/ e /s/ ou por /v/ e /f/) não causaram problemas de perda de inteligibilidade. Outro som consonantal problema para a maioria dos aprendizes de inglês é o dark [ ] (como por exemplo, em will [wi ], pronunciado comumente como [wil] ou [wiu]), som que alguns alunos nunca conseguem produzir. A sua substituição por /l/ ou /U/ mostrou que não houve perda de inteligibilidade. O fonema /r/ é outro caso a considerar, devido às diferenças entre as variantes RP e GA. Optou-se pela versão rótica americana nos ambientes pós-vocálicos, mais simples na produção e percepção, pois há uma só versão a adquirir independentemente do som que venha a seguir (na versão britânica ocorre o apagamento do fonema quando uma palavra é falada isoladamente ou seguida por outra consoante. E.g. a palavra car, pronunciada [ka ]). Além disso, um outro facilitador é que o r é indicado ortograficamente. Uma outra consequência da opção pela variedade rótica é que o inventário de ditongos passa dos oito que aparecem na RP para os cinco do GA. Os três Eletras, vol. 19, n.19, dez
7 ditongos centrais - /I / da palavra ear; /e / da palavra there; /U / da palavra pure já ausentes no GA, são automaticamente excluídos. O fonema /t/ também apresenta diferença entre o RP e o GA. Em posição intervocálica, onde no GA /t/ se transforma num flap vozeado /R/, foneticamente mais próximo a /d/ que a /t/, a modificação pode vir a causar confusão (e.g. a palavra matter pode ser entendida madder). Então, visto que um dos princípios da lingua franca é simplificar o aprendizado, e também pela questão ortográfica, no LFC a opção é somente /t/ para qualquer posição. Agrupamento de consoantes (clusters) Dos dois métodos comumente usados para simplificar grupamentos de consoantes o apagamento e a adição o segundo (incluindo epêntese e paragoge com schwa / /) são os que menos comprometerão a inteligibilidade (eventualmente a adição pode ser problemática, como no caso de uma sílaba epentética tônica, por exemplo). Outros pontos importantes: fonemas em grupamentos em início de palavras não devem ser apagados, e quando este apagamento ocorre em um agrupamento final, é preferível optar pelo apagamento de um /t/ ou /d/ ( e.g. scrip[t]s, fin[d]s) sempre que possível. A observação de ROACH (2000, p.79-80) é bastante pertinente: A língua inglesa tem uma estrutura silábica mais complexa do que a maioria das línguas, e [...] é aconselhável descobrir exatamente que tipos de agrupamentos consonantais são difíceis para aprendizes de uma específica L1, e fazer exercícios para que possam praticá-los. Como o LFC tem como uma espécie de regra a idéia de que aprendizes devem se aproximar ao invés de imitar exatamente RP ou GA, certas aproximações podem causar problemas de inteligibilidade. Então, para cada L1 há dificuldades específicas com a pronúncia de determinados clusters, que deveriam ser examinados para verificar se as aproximações causariam ou não tais problemas. Eletras, vol. 19, n.19, dez
8 Distinção na duração de vogais (longas x curtas) A maioria das línguas do mundo tem aproximadamente duas vezes mais fonemas consonantais que vocálicos. A língua inglesa, no entanto, com 24 consoantes e em torno de 20 vogais (o número varia, pois alguns autores consideram certos sons alofones e outros, fonemas distintos), é marcada neste quesito, e então se pode esperar que a maioria dos aprendizes tenha problemas com o sistema vocálico do inglês (JENKINS, 2000, p.133). Quando se fala em vogais tem-se que levar em consideração a qualidade (relacionada à posição da língua e dos lábios) e a quantidade (relacionada à duração relativa). Enquanto a segunda é relativamente estável nas diversas variedades da língua inglesa, a qualidade não é, isto é, existem variações na produção de vogais em falantes do círculo interno para uma mesma palavra (e.g. a palavra bus produzida como [b s] na RP ou [bus] em variedades no norte da Inglaterra). Para o LFC fica mantida a distinção na duração quantidade, por poder vir a gerar problemas de inteligibilidade. Apesar do fato de que foneticamente a operação que distingue a quantidade de uma vogal ser complexa (mas automática para o falante), pedagogicamente a regra é simples e então, passível de ser aprendida: qualquer vogal deve ser encurtada antes de uma consoante final fortis - /p/, /t/, /k/, e sua duração mantida antes de uma consoante final lenis - /b/, /d/, /g/. Acento tônico - nuclear stress Aqui, a ênfase não é dada à sílaba tônica de uma palavra isoladamente (word stress), que por si só não é crucial para a inteligibilidade. O nuclear stress tem a ver com a unidade tonal, ou o pé; se não marcado, como na última palavra que carrega informação num grupo de palavras, ou contrastivo (em qualquer outra posição), é a peça mais importante para o entendimento de uma produção oral, sendo crucial para a inteligibilidade, ocupando portanto uma posição importante no LFC. Ele ressalta a parte mais saliente de uma mensagem, indicando onde o ouvinte deve prestar mais atenção. Eletras, vol. 19, n.19, dez
9 Requisitos fonéticos Dois itens são aqui abordados: Aspiração [H] após as oclusivas desvozeadas (fortis) /p/, /t/, /k/ que estão em posição inicial de palavra em sílaba tônica: sem a aspiração, um ouvinte terá mais dificuldade em identificar o som como desvozeado (e.g. um /p/ não aspirado pode ser confundido com um /b/, um /t/ com um /d /, um /k / com um /g /). A aspiração é ressaltada no LFC. Efeito diferencial de consoantes fortis e lenis na duração de vogais antecedentes, conforme abordado acima. CONSIDERAÇÕES FINAIS Com a LFC, a idéia de Jenkins é simplificar a tarefa pedagógica, retirando do conteúdo programático muitos itens que consomem tempo e são ou não-ensináveis ou irrelevantes para o inglês como língua internacional (JENKINS, 2000, p. 160), o que não deve ser confundido com a idéia de que o ensino da pronúncia ficará mais fácil. O objetivo é promover a inteligibilidade mútua entre falantes não-nativos da língua removendo da carga de conteúdo relacionado à pronúncia os itens que não contribuem para tal objetivo. Deve-se levar em consideração, no entanto, o fato de que sempre haverá aprendizes que queiram soar como nativos. Atualmente, este grupo não é grande. O que ocorre é que eles terão mais trabalho ao tentar se apropriar de variedades nativas como a RP ou o GA. Mas poderão fazer uma escolha informada. KIRKPATRICK (2007) em seu livro World Englishes (p ) sobre as implicações para o ensino do inglês o fato de ele ser lingua franca, expõe na conclusão as seguintes considerações, extremamente pertinentes, e que bem poderiam ser as nossas: Governos, ministros e empresários, particularmente aqueles nos países dos círculos externo e em expansão, precisam reconhecer as vantagens associadas aos professores de seus países que sejam multilingues e que são experts no uso do inglês. Muito além de serem classificados como de alguma forma inferiores aos professores que são falantes nativos, como é muito frequentemente o caso hoje em dia, estes professores deveriam de fato Eletras, vol. 19, n.19, dez
10 ser mostrados como fortes modelos linguísticos para os seus alunos [...] Professores sofisticados, bem treinados, multilingues e culturalmente sensíveis são os que melhor podem ensinar os atuais aprendizes de inglês. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CRYSTAL, D. English as a Global Language. Cambridge: CUP, 2003 ERLING, E. J. The many names of English. English Today 81, v. 21, 40-44, DERWING, T.; MUNRO, M. J. Processing Time, Accent, and Comprehensibility in the Perception of Native and Foreign-Accented Speech. Language and Speech, 38(3), , Accent, Intelligibility and Comprehensibility : Evidence from Four L1s. Studies in Second Language Acquisition, 19, 1-16, GRADDOL, D. English Next: Why global English may mean the end of English as a Foreign Language. Disponível em < Acesso em 19 out JENKINS, J. The Phonology of English as an International Language, Oxford: OUP, English as a Lingua Franca: Attitude and Identity. Oxford: OUP, KIRKPATRICK, A. World Englishes: Implications for International Communication and English Language Teaching. Cambridge: CUP, McKAY, S. L. Teaching English as an International Language: Rethinking Goals and Approaches. Oxford: OUP, ROACH, P. English Phonetics and Phonology: A Practical Course. Cambridge: CUP, Eletras, vol. 19, n.19, dez
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