Especial Dia do Índio - a luta dos Munduruku contra as hidrelétricas no rio Tapajós

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1 Uol - SP 19/04/ :00 Especial Dia do Índio - a luta dos Munduruku contra as hidrelétricas no rio Tapajós Da Redação Há milhares de anos os Munduruku habitam as margens do rio Tapajós, no Pará, onde o Governo Federal pretende erguer pelo menos cinco hidrelétricas. Ali vivem índios e ribeirinhos que dependem do rio para sobreviver O rio é fundamental para os habitantes da floresta. Além de ser a principal fonte de alimentação e meio de transporte, o Tapajós faz parte da universo dos Munduruku e abriga uma série de lugares sagrados que estão intimamente ligados com a sua cultura De 1970 até hoje, a Amazônia já perdeu 19% de sua floresta. Após diversos momentos de exploração da região, como a borracha, a extração de ouro e outros minérios, a comercialização de madeira e a expansão do agronegócio, vivemos hoje uma nova fronteira de

2 Na linha de frente dessa batalha de David contra Golias pela sobrevivência (ou, do jabuti contra a anta, para falar a partir da cosmologia indígena) está o povo Munduruku: mais de 12 mil pessoas que habitam a região do rio Tapajós, no Pará e que são os pr O cacique geral do povo Munduruku, Arnaldo Kabá, abriu a assembleia que reuniu cerca de 700 índios na aldeia Waro Apompu, sudoeste do Pará, no final de março. O objetivo foi discutir os impactos da construção de hidrelétricas previstas no rio Tapajós, con A construção da hidrelétrica interfere bruscamente na forma de vida dos povos indígenas, causando graves impactos para a sua sobrevivência

3 Cansados de esperar pela demarcação de seu território, os Munduruku iniciaram sua autodemarcação no ano passado, como forma de resistência e luta Vista da aldeia Waro Apompu, na Terra Indígena Munduruku, nos limites do município de Jacareacanga, no Pará Os Munduruku que chegavam de outras aldeias eram recepcionados por uma fila de guerreiros e depois levados ao local onde ocorria a reunião, onde só se ouvia a língua Munduruku As pinturas Munduruku são inspiradas em animais como o jabuti, pássaros, plantas e peixes do rio Tapajós A principal hidrelétrica do Complexo do Tapajós, além de impactar os Munduruku de todo o Tapajós, poderá alagar diretamente a terra indígena Sawré Muybu, próxima a Itaituba, no oeste do Pará, onde vivem cerca de 200

4 Pará, onde vivem cerca de 200 Munduruku. Os impactos socioambientais "Proteger esse local é proteger nossas futuras gerações. A nossa luta é pela vida. Nós não vamos sair", diz, Juarez Saw Munduruku, cacique de Sawré Muybu. A aldeia fica onde será construída a barragem de São Luiz do Tapajós A construção da hidrelétrica interfere bruscamente na forma de vida dos povos indígenas, causando graves impactos para a sua sobrevivência Lideranças Munduruku sobrevoam junto ao Greenpeace a usina de Belo Monte e a terra indígena Sawré Muybu, que está sendo invadida por madeireiros e grileiros e será completamente alagada caso as hidrelétricas no Tapajós sejam construídas Os Munduruku veem as barragens de Belo Monte projetadas na parede: "Horrível ver a destruição que estão fazendo ali. Fiz esse sobrevoo para trazer essa mensagem a vocês. Nossos antepassados deixaram essa herança para nós e temos que cuidar", disse Arnaldo

5 O cacique Juarez Saw Munduruku também falou da destruição que viu na Terra Indígena Sawré Muybu, cuja demarcação se arrasta há 13 anos e foi paralisada em Se homologada, ela poderia impedir a construção da hidrelétrica, já que a Constituição Federal Madeireiros também estão abrindo estradas na Terra Indígena Sawré Muyby e derrubando espécies raras de árvores. Os Munduruku estiveram em Brasília na última semana para participar da Mobilização Nacional Indigena, conectando a luta contra a construção das hidrelétricas na Amazônia à agenda nacional indígena

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