GARANTIA CONTRATUAL DE PRODUTOS NO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR

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1 1 GARANTIA CONTRATUAL DE PRODUTOS NO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR Gustavo Saad Diniz Advogado Mestre em Direito Empresarial pela UNESP/Franca Sumário: 1. Sistema legal e sistema contratual de garantia 2. Questão da responsabilidade pelo fato e pelo vício do produto 3. Garantia contratual 4. Garantia contratual em relação a produtos componentes de sistemas 5. Garantia contratual em relação à revenda 6. Peças de reposição 7. Conclusões 8. Bibliografia. 1. Sistema legal e sistema contratual de garantia O Código de Defesa do Consumidor determinou um sistema legal mínimo de garantia aos produtos, que está nos seus artigos 18, 1º e 2º e 26. O consumidor sempre poderá, ao cabo de trinta dias legalmente previstos para reparação do vício, acionar as alternativas do 1º, do art. 18, pleiteando a substituição do produto, a restituição da quantia paga ou o abatimento proporcional do preço. Não poderá fazê-lo, se consumado o prazo decadencial previsto no art. 26, ou seja: trinta dias para produtos não duráveis; noventa dias para o fornecimento de produtos duráveis. No caso de vício aparente, o prazo de garantia inicia a sua contagem a partir da entrega efetiva do produto. Tratando-se de vício oculto, conta-se o prazo a partir do momento em que fica evidenciado o defeito 1. 1 William Santos Ferreira entende que no caso de exigir-se do consumidor exame meticuloso para descoberta do vício, como por exemplo um teste, mesmo que testado perceba o vício com imensa facilidade, estaremos diante de um vício oculto (William Santos Ferreira. Prescrição e Decadência no Código de Defesa do Consumidor. Revista Direito do Consumidor. (10): Abril/Junho 1994).

2 2 Entretanto, poderá o fornecedor de produtos instituir um sistema contratual de garantia, que é complemento à garantia legal e deve possuir prazo sempre igual ou superior aos prazos que a lei coloca em toda a extensão do Código de Defesa do Consumidor. Portanto, a garantia contratual é facultativa e complementar, constituindo-se num acréscimo em favor do consumidor. Esse acréscimo, é importante ressaltar, tem a ver com o prazo presumível de bom funcionamento do produto, que é fixado pelo próprio fornecedor. Uma anotação importante com relação a esse prazo contratual é feita pela doutrina de um dos elaboradores do Anteprojeto do Código de Defesa do Consumidor, especificamente ZELMO DENARI, que orienta nos seguintes termos: Para responder a essas indagações é preciso ter presente que o consumo de produtos ou serviços passa por três fases distintas: na primeira fase, dita de conservação, procura-se preservar a identidade, ou seja, a incolumidade dos bens ou serviços colocados no mercado de consumo. Este período de tempo costuma ser mensurado pelo prazo contratual de garantia do produto. Portanto, é o próprio fornecedor quem determina o tempo de duração do termo de garantia, variável segundo a natureza do produto. A fase subseqüente é de degradação do consumo, pois o produto passa a ser consumido, sem garantia contratual de reparação do vício. Finalmente, a última fase que podemos designar de fase agônica é aquela em que o produto completa o ciclo de consumo, ou seja, perde sua utilidade, para se dissipar no obsoletismo. Feitas estas considerações, já podemos responder às indagações supra. Se o vício oculto se manifestar durante a fase de conservação do produto, subseqüente à sua aquisição, o consumidor poderá fazer uso das alternativas sancionatórias previstas nos incs. I, II e III do art. 18, com observância dos prazos de caducidade de 30 ou 90 dias. No entanto, se o vício oculto se exteriorizar na fase de degradação do consumo (após o término do termo contratual de garantia), o fornecedor não pode por meridiana questão de bom senso e elementar critério de justiça ser compelido a substituir o produto defeituoso,

3 3 restituir imediatamente a quantia paga ou reduzir proporcionalmente o preço 2. Deve-se dizer, ainda, que os fabricantes e importadores deverão assegurar a oferta de componentes e peças de reposição enquanto não cessar a fabricação ou importação do produto (art. 32, caput do CDC). Para finalizar essa sede introdutória, uma última ressalva deve ser feita: o prazo de garantia contratual tem a ver com vícios dos produtos (art. 18), que significa vícios de qualidade ou quantidade que os tornem impróprios ou inadequados ao consumo a que se destinam ou lhes diminuam o valor, assim como por aqueles decorrentes da disparidade, com as indicações constantes do recipiente, da embalagem, rotulagem ou mensagem publicitária, respeitadas as variações decorrentes de sua natureza, podendo o consumidor exigir a substituição das partes viciadas. ANELISE BECKER, sobre os vícios de qualidade orienta o seguinte: Os vícios de qualidade por inadequação, por sua vez, têm a ver, por um lado, com o desempenho dos produtos e serviços, i. é, com o cumprimento de sua finalidade em acordo com a expectativa legítima do consumidor; de outro, manifestam-se no caráter de durabilidade, i. é, a lei infere uma garantia de que o produto ou serviço não perderá, total ou parcialmente, de forma prematura, sua utilidade, também em sintonia com a expectativa legítima do consumidor. A nota essencial desse tipo de vício é a carência, total ou parcial, de aptidão ou idoneidade do produto ou serviço para realização do fim a que é destinado, tendo em vista a proteção do interesse (na equivalência entre a prestação e a contraprestação) subjacente ao cumprimento perfeito. O fornecedor tem o dever legal de entregar um produto em perfeitas condições, adequado para o seu uso, que resista ao uso 2 Zelmo Denari. Código Brasileiro de Defesa do Consumidor. Comentado pelos Autores do Anteprojeto. 4ª ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, p

4 4 normal e que dure o tempo ordinário de vida deste tipo de produto 3. Completamente diferente é a sistemática do fato do produto, que diz respeito a reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos decorrentes de projeto, fabricação, construção, montagem, fórmulas, manipulação, apresentação ou acondicionamento de seus produtos, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua utilização e riscos (art. 12). Nesse caso, não se fala em prazo de garantia, porque o produto foi colocado no mercado sem condições estruturais de consumo. Aplica-se, isto sim, o prazo prescricional de cinco anos da ação de reparação de danos, prevista no art. 27 do Código de Defesa do Consumidor. 2. Questão da responsabilidade pelo fato e pelo vício do produto Somente para esclarecimento, o sistema de garantia contratual não se confunde com a disciplina da responsabilidade. A garantia legal de adequação, qualidade e segurança dos produtos independe de termo expresso (art. 24 do CDC), sendo proibida a cláusula que exonere o fornecedor de prestá-la, vedada, ainda, a cláusula de exoneração do devedor de indenização pelo fato ou vício do produto ou serviço (arts. 25 e 51, inciso I, do CDC). A responsabilidade pelo fato do produto ou do serviço tem a ver com a correta fabricação da mercadoria revendida ao consumidor ou a perfeita prestação do serviço contratado. Ou seja, deve-se colocar no mercado somente produtos que estejam em perfeito funcionamento para os fins a que se prestam. Portanto, os defeitos de 3 Anelise Becker. As Garantias Implícitas no Direito Brasileiro e em Perspectiva Comparativista. Revista

5 5 produção são aqueles que se manifestam em alguns exemplares do produto, como decorrência de falha instalada no processo produtivo, mecânico ou manual e cuja incidência se encontra numa relação imediata com o controle de qualidade desenvolvido pela empresa. Em relação a este objeto há marcante influência da lei alemã de 15 de dezembro de 1989 (Gesetz über die Haftung für fehlerhafte Produkte), que consagra a responsabilidade do fabricante (Herstellerhaftung 4 ) pelos danos causados pelo produto que cause a morte ou danos ao corpo ou à saúde do consumidor. Nesse caso específico de falha na linha de produção, não há que se falar em prazo de garantia e a responsabilidade do fornecedor existe. A regulamentação específica é do art. 12 do Código de Defesa do Consumidor, cujo caput merece ser transcrito na íntegra: fabricante, o produtor, o construtor, nacional ou estrangeiro, e o importador respondem, independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos decorrentes de projeto, fabricação, construção, montagem, fórmulas, manipulação, apresentação ou acondicionamento de seus produtos, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua utilização e riscos. O dispositivo ainda concretiza o conceito de produto defeituoso por não oferecer a segurança que dele legitimamente se espera. O que se pode observar no referido art. 12, todavia, é que Direito do Consumidor. (9): Janeiro/Março O BGB incorporou ao 14 o conceito de empresário (Unternehmer) inclusive para extensão de efeitos para o direito do consumidor. Dispõe a alteração que o empresário é pessoa física ou jurídica ou uma sociedade de pessoas que usa sua atividade profissional para a conclusão de um negócio jurídico: Unternehmer ist eine natürliche oder juristiche Person oder eine rechtsfähige Personengesellschaft, die bei Abschluss eines Rechtsgeschäfts in Ausübung ihrer gewerblichen oder selbständigen beruflichen Tätigkeit handelt.

6 6 existem causas excludentes de responsabilidade do fornecedor, dentre as quais o inciso III, que ressalta a culpa exclusiva do consumidor 5. Quanto aos serviços, a responsabilidade pelo fato do serviço é disciplinada pelo art. 14, consagrando-se a responsabilidade objetiva quando o fornecedor de serviços responde prestar serviço com defeito, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos. Ressalva-se a exceção da responsabilidade aquiliana mantida dos profissionais liberais no 4º, do art. 14, incluindo os advogados (art. 32 da Lei nº 8.906/94). Por outro lado, a responsabilidade pelo vício do produto tem categoria diversa e merece ser estudada em conjunto com o art. 18. Nesse caso, especificamente, a responsabilidade do fornecedor está vinculada a prazos de garantia que são de trinta dias para bens não-duráveis e noventa dias para bens duráveis, ressalvadas as garantias contratuais do fornecedor que podem ser estipuladas em prazos maiores. Na relação de consumo, a responsabilidade do fabricante é objetiva, decorrendo do simples fato da fabricação do produto, ou seja, do risco empresarial. E em se tratando de vício de qualidade do mesmo, que afeta a eficiência do seu desempenho e durabilidade, conforme a destinação prevista, poderá o consumidor exigir a substituição das partes 5 Marcelo Marco Bertoldi anota em relação às excludentes de responsabilidade: O fornecedor se exime de qualquer responsabilidade quando ocorrerem qualquer das seguintes alternativas: 1) Caso fortuito ou força maior Entende-se por caso fortuito aquele advindo da natureza, sem possibilidade de previsão, e cujo acontecimento é imprevisível ou invencível (...) 2) Culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro O que gera o evento danoso, neste caso, é a atitude exclusiva da vítima, seja ela consumidor ou terceiro, o que nos dizeres de Aguiar Dias elimina a causalidade. É óbvio que o direito não pode ficar alheio a este acontecimento, se para a produção do dano não contribuiu o fornecedor, não deve ele responder (...) 3) Decurso do prazo Estipulado pela garantia contratual, ou término da garantia legal, ou ainda a decadência de reclamar pelos vícios de fácil constatação ou aparentes. O art. 26 regula a decadência do direito de se reclamar os vícios aparentes e de fácil constatação. Os vícios ocultos, por sua vez, somente quando se tornarem aparentes, quando o consumidor constatar que o produto ou serviço que adquiriu está maculado por qualquer vício, é que começa a correr o prazo acima. 4) Prova de que o produto ou serviço não apresentam o vício alegado (...) 5) Prova da inexistência da relação de consumo (...) (Marcelo Marco Bertoldi. Op. cit. p ). Cabe ressaltar que o autor citado acrescenta como excludente de

7 7 viciadas (CDC, arts. 12 e 18). Compreendida na oferta, a garantia, como declaração de vontade, vincula o fornecedor (CDC, arts. 30, 31, e 48), não se tratando de mera liberalidade. A cláusula de cancelamento unilateral, contida no certificado de garantia, é nula, não só por sua potestatividade (CC, art. 115, 2. parte), mas por atentar contra a própria garantia legal de adequação e boa qualidade do produto, cuja exoneração contratual é vedada (CDC, arts. 24 e 51, XIII). Especificamente em relação aos bens de consumo duráveis, o prazo de garantia é o período em que se presume o bom funcionamento do bem. Passado esse período, o consumidor tem decaído o seu direito de reclamar as providências do 1º. Já o fornecedor de serviços responde também pelo vício de qualidade na forma do art. 20 do Código de Defesa do Consumidor, uma vez estando o serviço impróprio ao consumo ou por disparidade com as indicações constantes da oferta ou mensagem publicitária. 3. Garantia contratual O Código de Defesa do Consumidor regula a garantia contratual no art. 50, que dispõe o seguinte: Art. 50. A garantia contratual é complementar à legal e será conferida mediante termo escrito. Parágrafo único. O termo de garantia ou equivalente deve ser padronizado e esclarecer, de maneira adequada, em que consiste a mesma garantia, bem como a forma, o prazo e o lugar em que pode ser exercitada e os ônus a cargo do consumidor, devendo ser-lhe entregue, devidamente preenchido pelo fornecedor, no ato responsabilidade o decurso do prazo de garantia. Entretanto, o autor confunde o fato de produto com o

8 8 do fornecimento, acompanhado de manual de instrução, de instalação e uso de produto em linguagem didática, com ilustrações. A garantia contratual não pode ser dada verbalmente. O Código de Defesa do Consumidor exige termo escrito, a fim de que fique expresso o conteúdo dessa mesma garantia, para que se possa avaliar sua medida e extensão. Esta prática facilita tanto a atividade do fornecedor, como também dá maior transparência às relações com o consumidor (art. 4º do CDC), sendo instrumento da concorrência leal e atendimento de qualidade. Além da forma escrita, o parágrafo único do art. 50 do citado Código ainda exige alguns requisitos para o termo de garantia. São eles: a) em que consiste a garantia; b) forma, prazo e lugar em que pode ser exercida; c) ônus a cargo do consumidor 6. Estes são os requisitos mínimos que devem constar do termo de garantia. Assim, pode haver a estipulação de outras cláusulas a serem obedecidas, desde que não contrariem o Código de Defesa do Consumidor. O termo escrito da garantia contratual (certificado), com todos os esclarecimentos que se fizerem necessários para a efetiva informação do consumidor sobre o produto ou o serviço, deverá ser preenchido pelo fornecedor ou revendedor na ocasião da venda do produto ou disponibilidade do serviço. Não se tem admitido a entrega da garantia sem que esteja devidamente preenchida. O não-preenchimento pode ensejar até pedido indenizatório (art. 74 do CDC). vício do produto e o prazo de garantia por certificado tem a ver somente com vício do produto.

9 9 Também é possível que o conteúdo do termo de garantia seja impresso na embalagem do produto ou na Nota Fiscal de prestação do serviço, com os esclarecimentos mínimos já descritos. Cabe ressaltar que essa impressão na embalagem não dispensa o preenchimento adequado do certificado de garantia. Outra questão importante é a necessidade de acompanhamento de manual de instalação e instrução de utilização adequada do produto. O mais importante, nesse caso, é o correto preenchimento do certificado de garantia, com expressas instruções da normal utilização do produto e o prazo fixado como garantia contratual de bom funcionamento. Em caso de revenda e aplicação de produtos (e.g., peças de veículos) é imprescindível orientar os revendedores, para o correto preenchimento do certificado. Aliás, também se deve atentar para o art. 34 do Código de Defesa do Consumidor: O fornecedor do produto ou serviço é solidariamente responsável pelos atos de seus prepostos ou representantes autônomos. 4. Garantia contratual em relação a produtos componentes de sistemas Para exemplificar, na indústria automobilística existem alguns produtos que possibilitam a fixação de prazo de garantia contratual, tais são aquelas mercadorias pertencentes à classe de produtos vendidos no varejo. Entretanto, conforme se verifica, alguns produtos apresentam peculiaridades que dificultam estipular a garantia contratual por certificado, porque, por exemplo: a) fazem parte da estrutura do veículo; b) são peças pequenas e muitas vezes acessórios componentes de outras peças; c) são provenientes de comercialização de produtos com marcas de terceiros. Diante dessas 6 Cumpre à empresa especificar todos as características do produto, bem como a forma de utilização correta, a fim de que o consumidor tenha seu direito à informação e use adequadamente a garantia de que dispõe (art. 6º, inciso II e art. 8º, do CDC).

10 10 peculiaridades, passaremos a analisar as possíveis garantias permitidas a cada uma das linhas de produtos. Ressalte-se que estamos tratando de bens duráveis, na acepção do Código de Defesa do Consumidor, porquanto haja vida útil não-efêmera ou nãoexaurível no primeiro uso ou logo após a aquisição 7. Há mercadorias que são fabricadas por empresas de autopeças e são fornecidas em relação mercantil para as montadoras. As montadoras não são consumidoras, porque utilizam os produtos para industrializar veículos, comercializando-os. Há simples compra e venda mercantil. Relação de consumo existirá após a venda do veículo, já montado, inclusive com as peças de integração de módulos e sistemas. O que se verifica, então, é a dificuldade em determinar de quem seria a responsabilidade. Dependendo do defeito, o consumidor deverá procurar a própria montadora. Em outras ocasiões, contudo, o defeito poderá se verificar no próprio produto aplicado no veículo. Como se trata de produto componente de um sistema (todo organizado em torno de um princípio ativo), normalmente se torna inviável emitir certificado de garantia contratual, fixando um prazo suplementar para que o consumidor possa usufruir de garantia contratual, superior à garantia legal. Além disso, muitas vezes somente uma parte do sistema está com defeito, subsistindo todo o resto. Diante desse problema, duas condutas básicas podem ser verificadas: (a) Como não existe a possibilidade de emitir certificado de garantia para cada uma dessas peças componentes de sistemas e a concessão de garantia sem 7 William Santos Ferreira. Op. cit. p. 87.

11 11 certificado é nula, recomenda-se a limitação no prazo legal de noventa dias para a substituição da peça defeituosa, contados a partir do conhecimento do defeito. O prazo poderia ser contado a partir da colocação do veículo no mercado (comprovado pela respectiva Nota Fiscal de venda do veículo). Em verdade, essa solução implica em maiores riscos e maiores problemas com os consumidores, porque o defeito, se for oculto, pode ocorrer em momento posterior aos noventa dias contados a partir da Nota Fiscal de venda do veículo ou da reposição do produto. Não é a saída mais viável. (b) A solução possível, considerando o bom tratamento do consumidor, é fixar um prazo mínimo de vida útil ou de depreciação máxima de cada um dos produtos. Trata-se de prazo interna corporis, com efeito de norma para a empresa. Em tese, os produtos estruturais e componentes de sistemas estariam cobertos somente pelo prazo de garantia legal, ou seja, noventa dias a partir do potencial conhecimento dos defeitos do produto (vícios aparentes e ocultos). Poderia o consumidor, então, alegar que o defeito era oculto e que somente veio a se manifestar depois de muito tempo de uso, passando a correr os noventa dias só a partir desse momento. Se ocorrer esse problema, passa a incidir a norma interna de depreciação máxima. Exemplo: se o consumidor utilizou o produto por três anos e a depreciação máxima suportada é de somente um ano, não haveria a responsabilidade da empresa, porque ela não pode se obrigar indeterminadamente, mas sim no limite da suportabilidade do obsoletismo. O parâmetro é justamente o quanto a peça consegue permitir um uso de qualidade.

12 12 Outro exemplo: suponha-se um consumidor que utilizou a peça por nove meses e que a partir de então tomou conhecimento de um vício oculto, levando o veículo para a empresa para substituição dentro dos noventa dias de conhecimento do defeito. Apresenta Nota Fiscal de aquisição do veículo, demonstrando que o uso da peça realmente teve esse tempo de duração. Por norma interna, o tempo de vida útil da peça é de um ano, a partir do qual os defeitos seriam naturais pela depreciação acelerada. Diante desse quadro, e após análise do defeito oculto existente, é dever da empresa substituir o produto. Por norma interna da própria empresa, haveria a fixação de prazo, aferido por perícia que determina o prazo de depreciação suportável do produto. Apresentado o produto na empresa, acompanhado da respectiva nota fiscal de origem 8, passaria por vistoria, para posterior e eventual troca, que poderia ser tolerável até um ano ou conforme a razoável durabilidade do produto. A solução encontra sustentação em julgado do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, em acórdão da lavra do Desembargador RUITER OLIVA, ementado nos seguintes termos: VEÍCULO - DEFEITO DE FABRICAÇÃO - Reclamação pelo consumidor, no prazo legal, logo que evidenciado. Desconsideração do prazo de garantia contratual, no caso, do critério de durabilidade ou vida útil do produto. Interpretação dos artigos 19 e 26, inciso II e 3º, do Código de Defesa do Consumidor. Recurso não provido. A vida útil do produto ou serviço é um dado relevante na apreciação da garantia 9. 8 Antônio Herman Vasconcelos Benjamin, para a aferição da existência do vício, propõe dois critérios: a) a prova acerca da anterioridade do vício, ou seja, a prova de que preexista ao fornecimento deve ser realizada pelo consumidor (podendo haver a inversão do ônus da prova); b) presunção de anterioridade do vício quando este se manifesta em produtos ou serviços novos ou ainda na primeira metade de sua vida útil. Essa presunção tem a ver com a especificação de vida útil do produto. Assim, exigindo a NF é possível ter uma idéia exata do tempo de uso da peça. 9 TJSP - 9ª Câm. de Direito Privado; Ag. de Instr. nº São Paulo; Rel. Des. Ruiter Oliva; j ; v.u.; ementa - BAASP, 2042/102-e, de , LEX JTJ 193/265. No mesmo sentido,

13 13 Dessa forma, estar-se-ia justificando uma liberalidade da empresa, sem implicar em responsabilidade por vícios no produto. Além disso, estaria respaldada eventual negativa na substituição, ressalvados os casos de responsabilidade por fato do produto, que têm a ver com defeitos na fabricação. A garantia legal de adequação, qualidade e segurança dos produtos e serviços independe de termos expressos (art. 24 do CDC), sendo proibida a cláusula que exonere o fornecedor de prestá-la, vedada, ainda, a exoneração do dever de indenização pelo fato ou vício do produto (art. 25 e 51, inciso I, do CDC). 5. Garantia contratual em relação à revenda Os produtos de revenda possuem uma peculiaridade específica, que divide o raciocínio em: a) produtos de revenda da marca alienados ao consumidor; b) produtos de revenda comercializados para o fabricante e revendidos por ele com marca própria. mas provindo do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro: Responsabilidade Civil De Fabricante Vício Redibitório Responsabilidade Objetiva Cláusula Potestativa Garantia Contratual Cancelamento Unilateral Nulidade Acolhida Responsabilidade do fabricante. Relação de consumo. Fato do produto. Obrigação de substituir peças viciadas. Garantia complementar. Na relação de consumo, a responsabilidade do fabricante é objetiva, decorrendo do simples fato da fabricação do produto ou seja, do risco empresarial, e em se tratando de vício de qualidade do mesmo, que afeta a eficiência do seu desempenho e durabilidade, conforme a destinação prevista, poderá o consumidor exigir a substituição das partes viciadas (CDC, arts. 12 e 18). Compreendida na oferta, a garantia, como declaração de vontade, vincula o fornecedor (CDC, arts. 30, 31, e 48), não se tratando de mera liberalidade. A cláusula de cancelamento unilateral, contida no certificado de garantia, é nula, não só por sua potestatividade (CC, art. 115, 2. parte), mas por atentar contra a própria garantia legal de adequação e boa qualidade do produto, cuja exoneração contratual é vedada (CDC, arts. 24 e 51, XIII). Procedência da tutela específica com a declaração da nulidade. Multa devida após a citação para o cumprimento da obrigação. Valor da multa e prazo adequadamente fixados. Confirmação da sentença. (TJRJ AC 2071/95 Reg Cód Rio de Janeiro 3ª C.Cív. Rel. Des. Elmo Arueira J ).

14 14 No primeiro caso, a empresa responderá pelo prazo de garantia como nos produtos de sua fabricação, independentemente de eventual responsabilidade regressiva do fabricante. Já no segundo caso, a primeira empresa mantém somente relação mercantil com o fabricante. Como existe a identificação do fabricante, a responsabilidade por defeitos passa a ser deste. A orientação é obtida a partir do art. 13 do Código de Defesa do Consumidor. Dessa maneira, para os produtos revendidos, deve ser indicado o fabricante para eventual ressarcimento ou devolução. Não havendo reparação pelo fabricante, a obrigação de reparar é solidária (art. 18 do CDC), remanescendo o regresso contra o fabricante. 6. Peças de reposição Até o momento, fixamos a disciplina das peças acopladas ao produto durante a fabricação. Entretanto, o raciocínio poderá ser estendido para as peças de reposição. O comportamento da empresa poderá ocorrer de duas formas: a) nada impede que seja emitido um certificado de garantia para determinadas peças trocadas, contando-se o prazo de garantia (depreciação máxima) a partir desse momento. b) pelas peculiaridades dos produtos, torna-se difícil emitir certificado de garantia das peças. Nesses casos, aplica-se a regra da vida útil ou depreciação máxima do produto, considerando o período legal de noventa dias contados do conhecimento do vício e limitados ao prazo máximo de depreciação para troca.

15 15 A responsabilidade pelo pagamento da peça de reposição com defeito é do fabricante, porque identificável e porque a responsabilidade é solidária (art. 18, caput, do CDC) 10. Remanesce o direito de regresso ou a responsabilidade do revendedor se ficar comprovado que houve incorreta aplicação do produto. Por exemplo, se o revendedor aplica a peça do veículo de forma incorreta, causando a quebra da peça, a responsabilidade é do revendedor. 7. Conclusões a) A nova ordem instituída pelo Código de Defesa do Consumidor, além de alterar os pressupostos que presidem o direito privado, ainda positivou prazos de ordem pública, inalteráveis pelos sujeitos da relação de consumo. b) É possível que haja interesse em aumentar o prazo de garantia de sobrevida do produto. Trata-se de convenção que amplia o prazo em que o consumidor pode exigir a substituição do produto ou a restituição do preço pago, de acordo com o lapso de tempo concedido pelo fornecedor. c) O prazo de garantia contratual concedido pelo fornecedor (art. 50) não se confunde com os interregnos do art. 18 do Código de Defesa do Consumidor, sendo, em verdade, suplementar àqueles. 10 Na doutrina de Marcelo Marco Bertoldi pode ser compreendida a questão da solidariedade: A solidariedade dos fornecedores está presente no art. 18 caput e 1º e 2º do art. 25, que prescreve tal benefício a qualquer dano que venha a ocorrer ao consumidor, inclusive quando provocado por peça incorporada ao produto ou serviço, respondendo também seu fabricante, construtor ou importador além daquele que realizou a incorporação, excluindo-se a hipótese em que o consumidor assume os riscos de incorporação de peças recondicionadas, usadas ou não autorizadas pelo fabricante (Marcelo Marco Bertoldi. Responsabilidade Contratual do Fornecedor pelo Vício do Produto ou Serviço. Revista Direito do Consumidor. (10): Abril/Junho-1994).

16 16 d) A garantia contratual leva em consideração a degradação natural do produto colocado à disposição do consumidor. 8. Bibliografia BECKER, Anelise. As Garantias Implícitas no Direito Brasileiro e em Perspectiva Comparativista. Revista Direito do Consumidor. (9): Janeiro/Março BERTOLDI, Marcelo Marco. Responsabilidade Contratual do Fornecedor pelo Vício do Produto ou Serviço. Revista Direito do Consumidor. (10): Abril/Junho CARVALHO, Paulo de Barros. Direito Tributário: fundamentos jurídicos da incidência. São Paulo: Saraiva, COELHO, Fábio Ulhoa. Curso de Direito Comercial. Vol. 2. São Paulo: Saraiva, DENARI, Zelmo. Código Brasileiro de Defesa do Consumidor. Comentado pelos Autores do Anteprojeto. 4ª ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, FERREIRA, William Santos. Prescrição e Decadência no Código de Defesa do Consumidor. Revista Direito do Consumidor. (10): Abril/Junho HENTZ, Luiz Antonio Soares. Direito Comercial Atual de acordo com a teoria da empresa. 3ª Edição. São Paulo: Saraiva, MARQUES, Cláudia Lima. Código Civil Alemão muda para incluir a Figura do Consumidor Renasce o Direito Civil Geral e Social?. Revista Direito do Consumidor. (37): Janeiro-Março/2001. NERY JÚNIOR, Nelson. Código Brasileiro de Defesa do Consumidor. Comentado pelos Autores do Anteprojeto. 4ª ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, TIMM, Luciano Benetti. Da Prestação de Serviços. Porto Alegre: Síntese, p. 126.

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