Fotos do Famílias com Estórias O museu faz anos, PARABÉNS!

Transcrição

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2 A Páscoa não tarda a chegar e com ela as tão esperadas iguarias próprias desta quadra, principalmente os bolos tradicionais da Páscoa que todos conhecemos por folares. O folar é conhecido em todo o país, embora existam diferentes receitas tradicionais para cada região. No Famílias com Estórias, deste mês, vamos arregaçar as mangas e fazer um folar. No final, num lanche que antecipa esta quadra festiva, saborearemos esta delícia Pascal. BOA PÁS COA!!! Fotos do Famílias com Estórias O museu faz anos, PARABÉNS!

3 A origem do Folar O folar é o bolo pascal por excelência, embora em algumas zonas do país o seu papel seja assumido pelo pão-de-ló e encontramo-lo com várias formas, sabores e tamanhos. Mas qualquer que seja o seu tipo de confeção o folar é o presente que os padrinhos dão aos afilhados, e os paroquianos dão ao pároco, por ocasião da Páscoa, sendo um dos doces mais afamados dos Conventos de freiras. Alguns etnógrafos acreditam que a sua origem se deve ao intuito de marcar oposição ao pão ázimo (sem fermento), que o ritual da celebração da Páscoa manda que seja comido durante sete dias, a começar antes da manhã da fuga para a Terra Prometida. O folar seria a recompensa, após esse ritual de pouco paladar. O folar mais corrente em Portugal é um bolo doce. No Algarve são característicos os folares arredondados cobertos de mel ou canela, em camadas alternadas com a própria massa. Na zona da Carrapateira, decorre a Festa dos Folares onde se dança ao som do acordeão e se fazem jogos tradicionais. No Alto Alentejo os folares apresentam-se com a configuração de animais: pombos, galinhas, pintos, borregos (por vezes com um ovo no dorso) ou lagartos (com um ovo na boca e olhos de feijãofrade, em Nisa), em Castelo de Vide, o folar faz-se em forma de coração. Em Trás-os-Montes e Alto Douro o folar doce dá lugar ao folar retangular ou redondo (bola), recheado com pedaços de carne: frango, coelho, vitela e porco. Nos arredores do Porto e no Minho os folares são substituídos pelo pão-de-ló (que passa a ser o bolo cerimonial da Páscoa), redondo e alto, com um buraco no meio, de massa muito fofa e leve, feita com pouca farinha, açúcar e ovos.

4 Receita de Folar da Páscoa Ingredientes para massa - 1 kg farinha - 1dl leite morno - 11g fermento padeiro em pó - 500g açúcar - 4 ovos g margarina - Canela e erva-doce em pó a gosto Para o recheio - Manteiga qb - Açúcar amarelo, canela e erva-doce em pó q.b. Preparação - De 1kg de farinha tira um pouco. Junta o leite morno e o fermento de padeiro. Envolve bem e deixa levedar um pouco. - Junta o açúcar, os ovos e a margarina derretida, a canela e um pouco de erva-doce. Amassa o preparo com as mãos até ficar macio. Vai juntando a restante farinha aos poucos amassando com as mãos. - Tira bocados de massa do mesmo tamanho e faz bolas, que estendes até ficarem circulares e planas, com cerca de 8 cm de diâmetro. Barra muito bem cada círculo com manteiga e polvilha abundantemente com o açúcar, a canela e a erva-doce em pó. Sobrepõe vários círculos uns por cima dos outros. Deixa levedar durante 3 horas. Vai ao forno, a 180ºC, a cozer.

5 A Páscoa Ao contrário do que acontece com outros feriados e celebrações religiosas, a Páscoa não tem uma data fixa e é calculada em função da lua, entre os dias 22 de março e 25 de abril. Deste modo, o domingo de Páscoa, em que se celebra a festa da Ressurreição, é marcado para a primeira lua cheia depois do início da Primavera. Os quarenta dias que antecedem o domingo de Páscoa denominam-se Quaresma, que é para os cristãos um período de oração, penitência e abstinência, embora hoje em dia, em Portugal, essas práticas não sejam tão rigorosas como antigamente. Outrora, na Quaresma, havia total proibição de ingestão de alimentos de origem animal; hoje em dia, e em apenas alguns lares, apenas se evita comer carne à sexta-feira, enquanto dura a Quaresma. O que significa Páscoa? A Páscoa é a festa mais importante do mundo cristão, a celebração da morte e Ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo. Ao contrário do que se possa pensar, a Páscoa é muito mais marcante do que o próprio Natal, já que o acontecimento determinante para o mundo cristão é celebrado na Páscoa: a Ressurreição de Jesus. A Páscoa que celebramos nos dias de hoje pouco ou nada tem a ver com a que era inicialmente celebrada, tendo sido deturpada ao longo do tempo, sobretudo com a introdução de inúmeros rituais de origem pagã. A palavra Páscoa tem origem no hebraico Peseach, que significa passagem, transição. A Páscoa cristã é ela própria uma adaptação das celebrações judaicas da Páscoa, em que se celebra a libertação do povo Judeu. Os primeiros cristãos continuaram a celebrar a libertação do povo Judeu mas atribuíram-lhe um novo significado, um outro tipo de passagem a da morte para a vida, com a Ressurreição de Jesus.

6 Os Símbolos Pascais Da Páscoa cristã ficaram-nos as seguintes tradições e símbolos: - A Cruz da Ressurreição, que representa o sofrimento e a Ressurreição de Jesus Cristo. - O cordeiro, simboliza Cristo, que é filho e cordeiro de Deus, sacrificado em prol da humanidade. Embora tido como símbolo da Páscoa cristã, o cordeiro já era muito importante na Páscoa judaica, onde era frequente o sacrifício de animais aos deuses. - Pão e Vinho, representando o corpo e sangue de Jesus, o pão e o vinho são dados aos seus discípulos, para celebrar a vida eterna. - O Círio, vela grande que se acende no Sábado Aleluia, que simboliza Cristo, a luz dos povos. Porém, ao longo dos tempos, foram surgindo outras tradições pascais pagãs: - O coelhinho da Páscoa - esta tradição nasceu na Alemanha, há muitos séculos, pelo que se dizia às crianças que os coelhos levavam os ovos e os escondiam nas ervas. Na manhã do dia de Páscoa as crianças tinham que procurar os ovos escondidos pelos coelhinhos. - Ovos da Páscoa, são um costume típico de muitos países. O ovo que simboliza a vida. - As amêndoas da Páscoa, que parecem ovos pequeninos, simbolizando mais uma vez a vida. - Os folares, são mais outro dos símbolos da Páscoa, uma vez que têm um ou mais ovos dentro, de novo o significado da vida.

7 Menino entre os Doutores Uma História na Páscoa Tu, que és um Amiguinho do Museu, com certeza, já visitaste a nossa sala de Pintura Antiga e deves recordar-te do famoso quadro do século XVII, de Marcelo Leopardi O Menino entre os Doutores, que representa Jesus Cristo, com doze anos, no Templo de Jerusalém a falar com os doutores. Este quadro retrata um episódio da quadra da Páscoa: José e Maria iam todos os anos a Jerusalém, pela festa da Páscoa e assim foi Jesus quando tinha doze anos. Terminados esses dias, regressaram a casa e o Menino ficou em Jerusalém sem que os pais soubessem. Pensando que se encontrava na caravana, fizeram um dia de viagem e começaram a procurá-lo entre os parentes e conhecidos. Não o tendo encontrado, voltaram a Jerusalém à sua procura. Volvidos três dias, encontraram-no no Templo, sentado entre os Doutores, a ouvi-los e a fazer-lhes perguntas. Todos quantos o ouviam estavam estupefatos com a sua inteligência e as suas respostas. Ao vê-lo ficaram assombrados e a sua mãe disse-lhe: Filho porque nos fizeste isso? Olha que o teu pai e eu andávamos aflitos à tua procura. Ele respondeu-lhes: Porque me procuráveis? Não sabíeis que devia estar em casa de Meu pai?. Mas eles não compreenderam as palavras que lhes disse. Depois desceu com eles, voltou para Nazaré e era-lhes submisso.

8 A gastronomia da Páscoa A Páscoa é uma quadra onde nos podemos deliciar com pratos e doces típicos desta época. Na Páscoa é tradição comer-se borrego ou cabrito assado no forno, ensopado, b o r re go g u i s a d o c o m b at at a s, s o p a d e m i ú d o s e a r ro z d o c e. Os bolos tradicionais da Páscoa são os folares, que podem ser doces ou salgados, em algumas partes do país até levam carnes. As amêndoas cobertas de açúcar e os ovos de chocolate também fazem as delícias das crianças. FICHA TÉCNICA Edição: Câmara Municipal de Faro - Museu Municipal de Faro Direção: Marco Lopes Textos: Paula Policarpo e Sofia Mendes Design Gráfico: Jorge Manhita Antigo Convento de Nossa Senhora da Assunção Largo D. Afonso III Faro Telf.: Fax: dmar.dc@cm-faro.pt