FIGURA RETÓRICA: A FLOR NO CAMPO DA ARGUMENTAÇÃO
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- Cláudio Pais Bergler
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1 IV CONGRESSO DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE RETÓRICA: Retórica e Alteridade FIGURA RETÓRICA: A FLOR NO CAMPO DA ARGUMENTAÇÃO Hélia Coelho Mello-2016
2 NOSSO OBJETIVO: Destacar a importância da Retórica para as aulas de leitura de textos argumentativos em turmas do Ensino Médio por possibilitar o conhecimento de recursos que tornam possível a adaptação do discurso aos objetivos visados por seu enunciador.
3 RETÓRICA DO ESTILO É preciso negar-se a opção mortal entre retórica da argumentação e retórica do estilo. Uma não está sem a outra. Reboul (1998:90)
4 RETÓRICA DO ESTILO Enquanto os argumentos correspondem ao logos da argumentação, os recursos retóricos seduzem o leitor pelo prazer da leitura (pathos), servindo para tornar o argumento aceito.
5 FIGURAS RETÓRICAS Recursos linguísticos que podem ser utilizados a serviço da persuasão já que seduzem o leitor pelo prazer da leitura (pathos), servindo para tornar o argumento mais bem aceito por criar presença e estabelecer comunhão.
6 FIGURA RETÓRICA A figura só é de retórica quando desempenha papel persuasivo e se o argumento é o prego, a figura é o modo de pregá-lo. Reboul (1998:114))
7 Matéria sonora do discurso. FIGURAS DE PALAVRAS Força persuasiva : facilitam a atenção e a lembrança, além de instaurarem uma harmonia prazerosa. Figuras de ritmo (acento tônico e extensão das sílabas), de som ( implicam fonemas, sílabas ou palavras). Antanáclase (polissemia), paranomásia (trocadilho), aliteração (repetição de fonemas consonantais), cláusula (sequência rítmica que termina um período), derivação.
8 FIGURAS DE SENTIDO Dizem respeito à significação das palavras ou dos grupos de palavras. Consistem no emprego de um termo (ou vários) com um sentido que não lhe é habitual. Segundo Reboul (1998:120), a figura de sentido (...) enriquece o sentido das palavras. Metonímia,metáfora,hipérbole,lítotes, paradoxo, sinestesia.
9 FIGURAS DE CONSTRUÇÃO Dizem respeito à estrutura da frase, do discurso. Algumas procedem por: Subtração - elipse, assíndeto, aposiopese(reticência); Permutação quiasmo(oposição baseada na inversão). Repetição-antítese, epanalepse (repetição da mesma palavra no meio de frases seguidas), epanástrofe (repetição de palavras invertidas),anáfora, pleonasmo, gradação.
10 FIGURAS DO PENSAMENTO, ENUNCIAÇÃO E ARGUMENTO Dizem respeito à relação do discurso com seu sujeito (o orador) ou com seu objeto. Alegoria, ironia, apóstrofe, personificação, silepse, hipotipose, prolepse, figura retórica.
11 "VIAGEM LONGA, DESTINO INCERTO... Rubem Alves PARADOXO: título. METÁFORAS- viagem longa, bilhete, ferrovia, bando de maritacas, alavanca de emergência, mochila nas costas.
12 "VIAGEM LONGA, DESTINO INCERTO... PROLEPSE - Alguns me contestam: afirmam saber muito bem o lugar para onde estão indo. Assim são os adolescentes: sempre têm os bolsos cheios de certezas. (par.1) PERGUNTAS RETÓRICAS - E se depois de chegar lá vocês não gostarem? E se quiserem voltar? / Poderá haver imagem mais bela de um herói? (par. 7)
13 "VIAGEM LONGA, DESTINO INCERTO... HIPÉRBOLE - comer um saco de sal com ela (par. 4), sem ela eu morro... (par. 4). PROSOPOPEIA - febre da paixão (par. 4). SINESTESIA e ANTÍTESE - quem é acometido da febre da paixão desaprende a astúcia do pensamento (par. 4).
14 "VIAGEM LONGA, DESTINO INCERTO... ALEGORIA - por fora, bela viola; por dentro, pão bolorento (par. 4)/ Pensei então na bela imagem do engenheiro régua de cálculo, compasso e prumo nas mãos, em busca do ponto de apoio onde a alavanca levantaria o mundo! (par. 9).
15 "VIAGEM LONGA, DESTINO INCERTO... HIPOTIPOSE - "Ah, mãe, ele é diferente... (par. 4)/ "Eu sei que o meu amor por ela é eterno. Sem ela eu morro... (par. 4)/ Como São Jorge. O médico, em suas vestes sacerdotais verdes, apenas os olhos se mostrando atrás da máscara, a mão segurando a arma, o bisturi, o sangue escorrendo do corpo do inocente, em luta solitária contra a morte. (par. 7).
16 "VIAGEM LONGA, DESTINO INCERTO... APOSIOPESE (reticência) O dia-a-dia da maioria dos engenheiros é tomar conta de peão em canteiro de obra... (par. 10)/ Não podem suportar a ideia de ver o bando partindo, enquanto ele não embarca, e fica sozinho na plataforma da estação... (par. 12)/ A coisa não está nem na partida e nem na chegada, mas na travessia.... (par. 15)
17 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ARISTÓTELES. Retórica. 2ª edição, revista, Lisboa: Imprensa Nacional Casa da Moeda, GIRAUD, Pierre. A Estilística. 2.ed. trad. Miguel Maillet. São Paulo: Mestre Jou, PERELMAN, Chaïm & OLBRECHTS-TYTECA, Lucie. Tratado da Argumentação - A Nova Retórica. trad.maria Ermantina Galvão São Paulo: Martins Fontes, 1999 REBOUL, Olivier. Introdução à Retórica. São Paulo: Martins Fontes, 1998.
18 Hélia Coelho Mello Facebook: LINGUA AFI(N)ADA
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