21º Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental
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- Ricardo Sabrosa Nobre
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1 X ALCANÇANDO RESULTADOS NA CONSERVAÇÃO DE EQUIPAMENTOS EM ESTAÇÕES ELEVATÓRIAS DE ÁGUA E ESGOTO DENTRO DE UM PROGRAMA DE MANUTENÇÃO CENTRALIZADA E DESCENTRALIZADA Dante Ragazzi Pauli (1) Engenheiro, Pós-Graduado em Saúde Pública, Professor Universitário, Gerente de Departamento da Sabesp Hermínio da Cunha Ribeiro Júnior Engenheiro Industrial Mecânico. Pós-graduando em Gerenciamento de Manutenção pelo Instituto de Especialização em Ciências Administrativas e Tecnológicas da Faculdade de Engenharia Industrial (FEI-IECAT-SP) Hales Bueno Cândido Engenheiro Eletricista, Gerente de Divisão da Sabesp José Francisco de Proença Engenheiro Eletricista e Tecnólogo Mecânico, Gerente de Departamento da Sabesp Endereço (1) : Rua Sebastião Preto, Mooca São Paulo - SP - CEP: Brasil - Tel: (11) RESUMO Uma nova estrutura organizacional na Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo - Sabesp - colocou a manutenção em um modelo de trabalho descentralizado com uma unidade central de apoio. O crescente aumento da população tendo como conseqüência o aumento do consumo de água, tem feito a Sabesp colocar em operação normal de funcionamento, equipamentos que anteriormente eram reservas. Nesse novo cenário houve a necessidade de mudanças nos planos de manutenção utilizados até então, prevendo nos novos planos a não disponibilidade de equipamentos reservas que agora são de operação contínua. Como parte desse novo plano foi criado, entre a manutenção centralizada e as manutenções descentralizadas, o Programa de Disponibilidade e Confiabilidade de Bombas, que é apresentado neste trabalho. PALAVRAS-CHAVE: disponibilidade, bomba, manutenção, água. INTRODUÇÃO Com cerca de funcionários a Sabesp atua hoje em mais da metade dos municípios paulistas, estando em 366 dos 645. O índice de atendimento em abastecimento de água passou de 90% em 1994 para 100% já em 1998, e o de esgotamento sanitário avançou de 67% em 1994 para 82% em 1998, a empresa trata atualmente litros de água por segundo, que são distribuídos por meio de uma rede com mais de quilômetros de extensão e cerca de de conexões. Os reservatórios de que dispõe somam uma capacidade de armazenamento de 2,5 bilhões de litros, que alimentam as Estações Elevatórias de Água, sendo mantido o controle de medição e fiscalização do consumo de todos os seus usuários. A rede de esgoto atinge aproximadamente quilômetros de extensão com mais de 2,8 milhões de conexões. No início de 1995 a empresa iniciou um processo de reorganização encontrando um novo modelo de gestão, baseado na simplificação da estrutura tendo sido redesenhada em 14 Unidades de Negócio e uma Unidade de Serviços de Informática. As Unidades de Negócio foram definidas pelo critério de Bacia Hidrográfica, que se tem mostrado o mais eficaz para a gestão dos recursos hídricos. Essas Unidades têm autonomia crescente para gerir receitas, despesas e definir investimentos, o que permite à Sabesp atuar nos moldes de uma holding. (figura 1) ABES Trabalhos Técnicos 1
2 figura 1: Divisão em Unidades de Negócio pelo critério de Bacia Hidrográfica ELO CONTÍNUO DE TRABALHO Na estrutura anterior ao redesenho a empresa possuía um complexo sistema centralizado de manutenção que cobria grande área de atendimento. À partir de então foram criadas unidades descentralizadas sob a responsabilidade das Unidades de Negócio. O complexo de manutenção existente foi então transformado em uma central de manutenção com funções específicas, prestando suporte às manutenções descentralizadas com base na Política Institucional de Manutenção tendo como missão orientar, assessorar e acompanhar as atividades de manutenção garantindo nas Unidades Organizacionais a aplicação uniforme dessa Política. A MANUTENÇÃO CENTRALIZADA Dentro da Política Institucional de Manutenção da Sabesp, a Manutenção Centralizada foi designada como Autoridade Funcional dando suporte aos serviços mais complexos e de maior porte que exigem maior especialização técnica. A Manutenção Centralizada disponibiliza para toda a empresa equipes em regime de plantão 24 horas por dia, equipamentos de sua reserva estratégica, oficinas eletromecânicas e de caldeiraria, laboratórios e serviços, participando também em intervenções de grande porte (paradas de sistema) e atividades onde há ganhos em termos de economia de escala. A MANUTENÇÃO DESCENTRALIZADA NA UNIDADE DE NEGÓCIO CENTRO A parte central da Região Metropolitana de São Paulo RMSP ficou a cargo da Unidade de Negócio Centro MC (figura 2) que possui as seguintes características: 2 ABES Trabalhos Técnicos
3 figura 2: Unidade de Negócio Centro Área atendida População atendida Ligações de água Rede de água Ligações de esgoto Rede de esgoto 276,28 km2 5,33 milhões de pessoas 638 mil 5,53 mil km 563 mil 4,7 mil km Nesta área, a cargo da Manutenção Descentralizada, estão: 17 Estações Elevatórias de Água EEA s 06 Estações Elevatórias de Esgoto EEE s 02 Estações de Tratamento de Esgoto ETE s 05 Reservatórios de Água Tratada 17 Unidades Administrativas 06 Divisões Regionais Dentro das 17 Estações Elevatórias de Água EEA s estão instalados 53 conjuntos moto-bombas perfazendo a potência instalada de CV e uma capacidade nominal de vazão de água de m3/h. Todos esses conjuntos fazem parte do Programa de Disponibilidade e Confiabilidade de Bombas desenvolvido entre a manutenção centralizada e a descentralizada. MANUTENÇÃO CORRETIVA PROGRAMADA Planejamento: Numa fase inicial tivemos como foco principal as bombas, em uma ação conjunta o programa está sendo estendido para motores, válvulas e painéis. A fim de executar manutenção de forma planejada e programada nos equipamentos de bombeamento das estações elevatórias da RMSP, e para garantir a disponibilidade, confiabilidade operacional e a recuperação da vazão próxima à de projeto, nos valemos de alguns facilitadores para o desencadeamento e o sucesso do programa: Contrato de fornecimento de peças firmado entre a manutenção centralizada e os fabricantes de bombas, prevendo um desembolso de R$ ,00 para o biênio 1999/2000; Reserva estratégica de equipamentos na manutenção centralizada; Recursos de oficina e qualificação de profissionais. Para o desenvolvimento desse programa tínhamos que almejar alguns benefícios: Compatibilização da necessidade de intervenção com os interesses de adução; ABES Trabalhos Técnicos 3
4 Melhor planejamento dos serviços; Garantia da existência de peças sobressalentes, equipamentos e ferramentas; Restabelecimento do desempenho operacional próximo ao do projeto; Aumento e garantia da confiabilidade; Desenvolvimento de uma sistemática para revisão periódica de equipamentos; Antecipação às situações de quebra e/ou falha reduzindo os custos de manutenção; Minimização do impacto no abastecimento de água à população. Na extensão deste programa em toda a RMSP teríamos 119 Estações Elevatórias de Água com 396 conjuntos moto-bombas, sendo distribuídas entre os fabricantes nas quantidades de 130 unidades KSB, 156 unidades da WORTINGTON, 43 unidades da SULZER e 67 unidades de outros fabricantes. (figura 3) figura 3: Distribuição de bombas por fabricante DESENVOLVIMENTO DO PROGRAMA Fase 1- Histórico dos equipamentos operacionais A manutenção descentralizada procede o levantamento das bombas com problemas já existentes e conhecidos que exigiam manutenção corretiva confrontando-os aos também registrados na manutenção centralizada e monta um banco de dados informatizado destas ocorrências. Fase 2 - Manutenção Preditiva A manutenção preditiva é feita pela manutenção centralizada que dispõe de equipe especializada, equipamentos atualizados tecnologicamente. Realizam-se as inspeções preditivas e obtém-se os parâmetros que indicam o estado operacional das bombas. Fase 3 - Inspeção visual Determinados problemas apresentados pelas bombas como desgaste, intensidade de ataque da cavitação no rotor, corrosão, danos em juntas não são detectados pela preditiva, diante disso a manutenção descentralizada faz a avaliação do estado desses componentes através de inspeção visual em programação de parada relâmpago e indica as necessidades de manutenção para permitir a priorização das bombas para revisão. 4 ABES Trabalhos Técnicos
5 (figura 3) figura 3 bomba centrífuga bi-partida de recalque de água tratada Fase 4 - Mapeamento das bombas e previsão de intervenção Concluído o diagnóstico elabora-se um mapeamento das bombas considerando o estado de criticidade que nortearão as ações de revisão e recuperação e terá papel fundamental para programação envolvendo alocação de recursos financeiros, compra de peças e componentes, cronograma de execução. EXECUÇÃO Com os diagnósticos e mapeamento tem-se os custos das peças necessárias (rotor, luvas, rolamentos) e elabora-se requisições de compra, solicita-se fornecimento de peças engenheiradas com os fabricantes e estuda-se desembolso de recursos exigidos para a execução dos serviços. Programa-se a parada para execução dos serviços após conhecimento da entrega dos materiais adquiridos no comércio e dos fabricantes. A melhor data é dada pelo Centro de Controle Operacional, área responsável pelo gerenciamento do abastecimento, pois possui visão de todo o sistema de Distribuição e envolve Imprensa e eventos públicos. Por se tratarem de equipamentos engenheirados, de formas construtivas e tamanhos diversos, os prazos são avaliados caso a caso. Após a execução dos serviços é gerado um relatório descrevendo os serviços realizados que fará parte do histórico do equipamento em ambas unidades de manutenção. RESULTADOS Até Dezembro de 1999, 87 bombas já haviam sido completamente reformadas dentro da RMSP, sendo 20 dentre as 53 da MC. Uma das vantagens advindas deste programa foi o intercâmbio de informações entre a Sabesp e fabricantes de bombas, proporcionando o estreitamento das relações cliente/fornecedor na busca de aprimoramento técnico. O envolvimento do pessoal de manutenção neste plano gerou muita motivação. A busca de métodos cada vez mais eficientes de detecção de falhas através de manutenções preventivas e preditivas como o uso de alinhadores a laser, calços calibrados, termovisão e participação em cursos e eventos técnicos, alavancou o aprimoramento tecnológico das intervenções de manutenção ao mesmo tempo em que contribuiu, e continua contribuindo, para o desenvolvimento de uma cultura prevencionista cada vez mais forte e latente no corpo de engenheiros, técnicos e equipe de manutenção de uma forma geral. O programa cumpre um de seus principais objetivos que é o de garantir a continuidade de operação dos equipamentos, permitindo a execução de manutenção corretiva de forma programada, reduzindo paradas inesperadas do sistema, evitando o desabastecimento da população. ABES Trabalhos Técnicos 5
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. Manutenção Preditiva Coletânea de Congressos da ABRAMAN 2. Site da Sabesp 6 ABES Trabalhos Técnicos
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