IUS RESUMOS. Lei de introdução às normas do direito brasileiro- parte 1. Organizado por: Samille Lima Alves
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- Márcio de Almeida Andrade
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1 Lei de introdução às normas do direito brasileiro- parte 1 Organizado por: Samille Lima Alves df
2 SUMÁRIO I. LEI DE INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DO DIREITO BRASILEIRO Aspectos Gerais da LINDB Conceito Funções da LINDB Fontes do Direito Lei Conceito e características Classificação das leis Vigência das normas Revogação das normas Obrigatoriedade das normas Referências... 16
3 LEI DE INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DO DIREITO BRASILEIRO PARTE 1 LEI DE INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DO DIREITO BRASILEIRO PARTE 1 Estudaremos adiante a primeira parte da Lei de introdução às normas do direito brasileiro (LINDB), tratada no Decreto-lei nº 4.657, de 4 de setembro de Até 2010 era chamada de Lei de Introdução ao Código Civil, porém, nunca esteve intrinsicamente ligada ao direito civil, mas tratava (e ainda trata) de matéria aplicada a todos os ramos jurídicos. Nessa primeira parte falaremos dos aspectos gerais da LINDB, conceito, características, sobre as fontes do direito, caracterizaremos a lei, sobre vigência, revogação e obrigatoriedade da lei. Bons estudos! Samille Lima Alves Equipe Ius Resumos I. LEI DE INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DO DIREITO BRASILEIRO 1. Aspectos Gerais da LINDB São características da LINDB 1 : Aspectos gerais da LINDB Origem e história Criada sob Influência do direito francês Promulgada juntamente com o Código Civil pelo Decreto-Lei n de Até a publicação da Lei nº /2010, era denominada de Lei de Introdução ao Código Civil Brasileiro Natureza Tem status de lei ordinária Norma autônoma e independente - não faz parte do Código Civil Visão Estabelecer parâmetros gerais para a elaboração, a vigência e a eficácia das leis, além da interpretação, integração e aplicação das próprias normas legais, genericamente compreendidas [3]
4 Características É um manual sobre como devem ser elaboradas as leis Aplica-se a todos os ramos do Direito, salvo naquilo que for regulado de forma diferente na legislação Contém normas que regem os direitos público, privado e internacional Contém normas de sobredireito ou de apoio e tem a lei como tema principal Composta por 19 artigos 1.1 Conceito A LINDB por ser definida como 2 : Conceito da LINDB Carlos Roberto Gonçalves: É um conjunto de normas sobre as normas, visto que disciplina as próprias normas jurídicas, determinando o seu modo de aplicação e entendimento, no tempo e no espaço Cristiano Chaves e Nelson Rosenvald: Um conjunto de normas preliminares de aplicação universal, à totalidade do ordenamento jurídico Pablo Stolze e Rodolfo Pamplona: Trata-se de uma regra de superdireito, aplicável a todos os ramos do ordenamento jurídico brasileiro, seja público ou privado Maria Helena Diniz: É uma lex legum, ou seja, um conjunto de normas sobre normas, constituindo um direito sobre direito, um superdireito, ou melhor, um direito coordenador de direito 1.2 Funções da LINDB O legislador definiu as funções da LINDB nos seis primeiros artigos, que são: Regular a vigência e a eficácia das normas jurídicas Estabelecer mecanismos de integração de normas Fornecer critérios de hermenêutica Garantir a segurança e a estabilidade do ordenamento Regulamentar o direito intertemporal e o direito internacional privado no Brasil Determina o início da obrigatoriedade da lei 2. Fontes do Direito As fontes do direito são caracterizadas e classificadas da seguinte forma:
5 LEI DE INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DO DIREITO BRASILEIRO PARTE 1 Fontes do Direito Conceito Refere-se a origem primária do direito, são os fatores determinam o surgimento da norma ou também o fundamento de validade da ordem jurídica. São, ainda, instâncias de manifestação normativa Fonte formal Forma de manifestação ou exteriorização da norma jurídica é o direito objetivo vigente Leis, jurisprudência, tratados internacionais, costume jurídico, a doutrina Fonte material A matéria-prima para formação da norma, advinda da sociedade, da natureza Fatos sociais, históricos, políticos, ambientais, a religião, a moral Fonte histórica Documentos jurídicos produzidos no passado e que ainda influenciam as normas jurídicas da atualidade Direito romano, Código de Napoleão, Corpus Juris Civilis, Lei das XII Tábuas, Magna Carta Inglesa Fonte direta, primária ou imediata A fonte primacial para composição da norma jurídica Costume jurídico no direito consuetudinário e a lei em sentido amplo no sistema civil law Fonte indireta, secundária ou mediata Contribuem de forma suplementar para a formação da norma Analogia, princípios gerais do direito, jurisprudência, doutrina, equidade As fontes formais subdividem-se ainda em fontes estatais e não estatais, que assim se caracterizam: Fonte formal Fonte estatal Produzido nas instâncias do poder institucionalizado Legislativa: leis, decretos, regulamentos Jurisprudencial: sentenças, precedentes judiciais, súmulas Convencional: tratados e convenções internacionais Fonte não estatal Produzido pela sociedade, juristas, doutrinadores e estudiosos do direito Costume jurídico Doutrina Negócios jurídicos [5]
6 Dentre as fontes formais, a fonte legislativa ganhou bastante importância no conteúdo da LINDB, e será tratada adiante. 3. Lei 3.1 Conceito e características A definição da lei leva em conta o sentindo amplo e o sentido restrito da palavra, podendo significar: Conceito de lei Sentido amplo Sentido estrito Norma jurídica, que compreende toda regra geral de conduta, abrange normas escritas e costumeiras e atos de autoridade (leis propriamente ditas, decretos, regulamentos, entre outros Norma jurídica elaborada adequadamente pelo Poder Legislativo. A lei é um ato do poder legislativo que estabelece normas de comportamento social. Para entrar em vigor, deve ser promulgada e publicada no Diário Oficial Quanto às características, destacam-se 3 : Características da lei Generalidade Abstração Imperatividade A lei é um comando abstrato, que não se destina a uma pessoa em particular, mas a todos os cidadãos ou a uma determinada categoria de indivíduos A lei tem caráter prospectivo de geração de efeitos para o futuro, em função de hipóteses concebidas idealmente, não devendo, em regra, produzir efeitos pretéritos A lei é a imposição de um dever de conduta, uma ordem, um comando: quando exige uma ação, impõe, quando quer uma abstenção, proíbe Autorizamento A lei autoriza e legitima o uso da faculdade de coagir, logo, o lesado pela violação pode exigir a reparação pelo mal causado
7 LEI DE INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DO DIREITO BRASILEIRO PARTE 1 Permanência Emanação de autoridade competente Obrigatoriedade Registro escrito Uma lei permanece vigente até que outra a revogue, ou, tendo prazo de vigência determinado em seu texto, perca sua validade. Os efeitos serão permanentes para as situações jurídicas ocorridas na vigência da norma A lei é ato do Estado pelo seu Poder Legislativo, que deve observar os limites de sua competência O cumprimento da lei é obrigatório, pois o reconhecimento da ausência de força na lei seria a sua própria desmoralização, seja perante o Estado, seja no meio social No sistema civil law, a lei deve ser escrita, devidamente produzida no processo legislativo, o que garante maior estabilidade das relações jurídicas, com a sua consequente divulgação através das publicações oficiais Impor tante! A lei é o produto da legislação, e juntamente com a sentença, o costume e o contrato, constitui forma de expressão jurídica resultante do processo legislativo 3.2 Classificação das leis A lei pode ser classificada de acordo com os seguintes aspectos: Classificação da lei Quanto à imperatividade Cogente Não cogente Quanto à intensidade da sanção ou autorizamento Mais que perfeita Menos que perfeita Perfeita Imperfeita Quanto à natureza Substantiva ou material Adjetiva ou processual Quanto à competência ou extensão territorial Lei Federal Lei Estadual Lei Municipal [7]
8 Quanto à duração Permanente Temporária Quanto ao alcance Geral Excepcional Específica Singular Quanto à hierarquia Norma constitucional Lei Complementar Lei Delegada Lei Ordinária Decreto regulamentar Medida Provisória Norma interna Quanto à imperatividade, a lei pode ser cogente ou não cogente: Quanto à imperatividade Cogente, impositiva, norma de ordem pública ou imperatividade absoluta É mandamental, quando ordena ou determina uma ação, ou proibitiva, quando impõe uma abstenção Regula matéria de ordem pública e de bons costumes Não pode ser derrogada pela vontade dos interessados Ordem pública é o conjunto de normas que regulam os interesses fundamentais do Estado ou que estabelecem, no direito privado, as bases jurídicas da ordem econômica ou social Ex: normas de direito de família, sucessões, direitos reais, entre outros Não cogente, dispositiva ou de imperatividade relativa Não determina ou proíbe de modo absoluto determinada conduta Permite uma ação ou abstenção, ou supre declaração de vontade não manifestada Classifica-se em... Permissiva Supletiva Os interessados podem dispor como lhes convier Aplica-se na falta de manifestação de vontade das partes Ex: art , CC/02 Ex: art. 327, CC/02 Quanto ao autorizamento, a lei ser pode mais ou menos que perfeita, perfeita ou imperfeita:
9 LEI DE INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DO DIREITO BRASILEIRO PARTE 1 Quanto à intensidade da sanção ou autorizamento Mais que perfeita Estabelecem ou autorizam a aplicação de duas sanções ao violador Ex: art. 19, Lei n 5.478/1968 Menos que perfeita Impõe somente uma sanção ao violador, sem acarretar a nulidade ou anulação do ato Ex: arts. 667, 1.523, I, CC/2002 Perfeita Impõem a nulidade do ato, sem cogitar pena ao violador Ex: art. 166, I, 1647, I, CC/2002 Imperfeita Não acarreta nenhuma consequência. São normas sui generis, não propriamente jurídicas. Ex: arts. 814, 882, CC/2002 Quanto à natureza, a lei será substantiva ou adjetiva: Quanto à natureza Substantiva ou material Adjetiva ou processual Define direitos, estabelece os requisitos e formas de exercício - tratam do direito material Traça os meios de realização dos direitos e integram o direito adjetivo dispõe sobre direito processual Essa classificação é tradicional, mas não muito utilizada atualmente, pois existem leis que tratam de direito material quanto de processual ao mesmo tempo, por exemplo, os arts. 17 e 101 do CDC e 3º e 467 do CP/1973 Quanto à competência, a lei será federal, estadual ou municipal: Quanto à competência ou extensão territorial Lei Federal De competência da União Federal, votada no Congresso Nacional Incide sobre todo o território nacional ou a parte dele Ex: Constituição, Códigos Civil, Penal, Tributário Lei Estadual Aprovada pelas Assembleias Legislativas Aplicação restrita à circunscrição do Estado-membro ou a parte dele Ex: Lei de ICMS, Constituição estadual [9]
10 Lei Municipal Editada pelas Câmaras Municipais Aplicação restrita aos limites dos respectivos municípios Ex: Lei Orgânica do Município, Lei do IPTU Quanto à duração, será a lei permanente ou temporária: Quanto à duração Permanente Lei estabelecida sem prazo de vigência predeterminado É a regra no ordenamento jurídico brasileiro Temporária Lei estabelecida com prazo limitado de vigência Os efeitos serão permanentes para as situações jurídicas consolidadas durante a sua aplicabilidade, salvo disposição legal posterior A lei terá alcance geral, específico, excepcional ou singular: Quanto ao alcance Geral Específica Excepcional Singular Aplica-se a todo um sistema de relações jurídicas Destina-se a situações jurídicas específicas ou determinadas relações Disciplina fatos e relações jurídicas genéricas, de modo diverso do regulado pela lei geral Estabelecida para um único caso concreto, somente sendo considerada lei por uma questão de classificação didática Ex: Código Civil, Constituição Ex: Relações de consumo, locação Ex: atos institucionais da Revolução de 1964 Ex: decreto legislativo de nomeação de servidor público As leis obedecem a seguinte hierarquia: Quanto à hierarquia Norma constitucional É norma fundamental de um Estado e do sistema positivo Em decorrência do princípio da supremacia da Constituição, todas as demais normas devem amoldar-se às normas constitucionais
11 LEI DE INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DO DIREITO BRASILEIRO PARTE 1 Lei Complementar Trata de matérias especiais, que não podem se deliberadas em leis ordinárias Exige quorum especial para aprovação Regulamenta textos constitucionais quando o direito não é autoexecutável Lei Ordinária Trata de todas as matérias que não sejam de competência de leis complementares e cuja matéria não seja vedada pela Constituição Medida Provisória Não é lei propriamente, mas norma editada pelo Executivo, sobre determinadas matérias, em casos de relevância e urgência Lei Delegada Decreto regulamentar Norma interna Elaborada pelo Executivo com autorização expressa do Legislativo Ato do Poder Executivo que objetiva prover situações previstas na lei em sentido técnico, para explicitá-la e dar-lhe execução. Existem decretos legislativos e judiciários cuja eficácia ultrapassa a seara interna desses poderes Não é lei em sentido estrito e visa disciplinar situações específicas, notadamente na Administração Pública lei: 4. Vigência das normas Antes de falar sobre a vigência, é importante destacar as etapas de criação da Elaboração Promulgação Publicação A lei nasce com a promulgação, mas só começa a vigorar com sua publicação no Diário Oficial Entende-se por vigência: [11]
12 Vigência das normas A vigência designa a existência específica das normas em determinada época, podendo ser invocada para produzir efeitos concretamente O início da vigência depende da forma como foi publicada a lei: com ou sem período de vacância, com ou sem veto presidencial Sem veto ou período de vacância Brasil Exterior 45 dias após a publicação oficial 3 meses após a publicação oficial salvo disposição contrária Com período de vacância Na contagem inclui-se a data de publicação e o último dia do prazo A norma entrará em vigor no dia subsequente ao término da vacância Com veto A parte vetada é publicada posteriormente, se o veto presidencial for afastado pelos membros do legislativo Vacatio legis Previsão no art. 8º da LC 95/1998 É o período entre a data de promulgação e a entrada em vigor de uma norma Duração da vigência Não se destinando à vigência temporária, a lei terá vigor até que outra a modifique ou revogue Atenção As normas que dependem de complementação só entram em vigência com a publicação do complemento, permanecendo vigentes as normas anteriores Supre-se a ausência da regulamentação através do Mandado de Injunção Caso o texto de lei já publicada seja alterado, a vigência se dará: Lei em vacatio legis O prazo da obrigatoriedade será contado a partir da nova data de publicação e será aplicado apenas a parte que foi publicada novamente Se as alterações versarem apenas sobre correções de erros materiais ou ortográficos, não será necessário um novo diploma legal para modificar a lei em período de vacância Lei em vigência As alterações realizadas serão publicadas em uma nova lei, que se tornarão obrigatórias de acordo com a forma de publicação Ainda sobre vigência, é necessário distingui-la de vigor e eficácia:
13 LEI DE INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DO DIREITO BRASILEIRO PARTE 1 Vigência Vigor Eficácia É o tempo de duração de uma lei A lei estará em vigência até que outra a revogue, se não for destinada à vigência temporária Relaciona-se com a força vinculante da norma Casos julgados por normas já revogadas demonstram o vigor das normas revogadas - ultratividade das leis) É a qualidade da norma que se refere à sua adequação em vista da produção concreta de efeitos Atenção Ultratividade ou pós atividade é a possibilidade de produção de efeitos por uma lei já revogada A ocorrência desse fenômeno não depende de expressa disposição contida na lei nova Decorre da garantia de não retroatividade das normas - art. 5º, XXXVI da CF/ Revogação das normas A revogação da lei pode ser conceituada e caracterizada da seguinte maneira 4 : Revogação das normas Revogação é a supressão da força obrigatória da lei, retirando-lhe a eficácia Princípio da Continuidade Princípio da supremacia da lei sobre os costumes A lei tem caráter permanente, permanecendo em vigor até que outra a revogue Inadmissibilidade do desuetudo espécie de costume negativo ou desuso) como forma revocatória das normas jurídicas Das normas revogadoras Repristinação Uma lei só pode ser revogada por outra lei, de mesma hierarquia ou de hierarquia superior A lei não pode ser extinta pelo costume ou pelo desuso, jurisprudência, decreto, portaria ou simples aviso Uma norma revogada não retoma vigência quando a norma que a revogou perde a vigência, salvo em disposição contrária - art. 2º, 3º da LINDB [13]
14 No caso de declaração de inconstitucionalidade, por controle concentrado, da lei revogadora O reconhecimento da inconstitucionalidade de uma norma jurídica revogadora, através de controle de constitucionalidade, implicará em efeitos repristinatórios da norma anteriormente revogada, restaurando os efeitos de uma norma jurídica incompatível com o sistema, já que a norma atacada passa a não mais existir, sendo excluída do ordenamento jurídico Somente não serão restaurados os efeitos da lei revogada quando a Corte declarar efeitos não retroativos para a declaração de inconstitucionalidade, promovendo uma modulação da eficácia do controle de constitucionalidade Atenção As leis temporárias não necessitam de norma revogadora, pois já têm determinado seu tempo de vigência As espécies de revogação dividem-se em dois grupos: quanto à extensão e quanto à forma de execução e são: Espécies de revogação Quanto à extensão Quanto à forma de execução Revogação total ou ab-rogação Supressão integral da norma anterior Expressa A nova lei declara em seu texto, de modo taxativo e inequívoco, que a lei anterior (ou parte dela) fica revogada Revogação parcial ou derrogação Supressão de partes de uma norma Tácita A nova lei não declara a supressão, mas se mostra incompatível com a lei anterior A nova lei regula inteiramente a matéria tratada pela norma anterior Atenção A revogação deve ser expressa e o legislador não deve utilizar expressões genéricas de revogação - Art. 9º da LC 95/98
15 LEI DE INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DO DIREITO BRASILEIRO PARTE 1 6. Obrigatoriedade das normas Obrigatoriedade das normas Princípio da Obrigatoriedade Art. 3º, LINDB Sendo a norma uma ordem dirigida à vontade geral, uma vez em vigor, torna-se obrigatória a todos Vedação ao erro de direito A obrigatoriedade é uma garantia de eficácia global da ordem jurídica Da prova de existência da norma Não se faz necessário provar em juízo a existência da norma, pois parte-se do pressuposto que o juiz conhece o direito - iuria novit curia Exceção Ao juiz não é obrigatório conhecer os direitos municipal, estadual, estrangeiro ou consuetudinário Da Publicação da norma Tem por finalidade tornar a norma conhecida e, precipuamente, neutralizar a ignorância Erro de Direito Sistema da obrigatoriedade simultânea É o conhecimento falso da lei, como causa de anulação de negócios jurídicos Só pode ser invocado quando não houver o objetivo de furtar-se o agente ao cumprimento da lei Ex: art. 139, CC/02, art. 8º da Lei de Contravenções Penais, art. 21 e 65, II, do Código Penal (erro de proibição), art , CC/02 (casamento putativo) A obrigatoriedade é imposta de modo simultâneo em todo o território nacional, não havendo distinção entre as diferentes regiões brasileiras Existem 3 (três) teoria sobre o preceito da obrigatoriedade das leis, e são: Teorias sobre o preceito da obrigatoriedade Presunção Legal Ficção Legal Necessidade Social Uma vez publicada, presume-se que a lei torna-se conhecida de todos, por isso é obrigatória A obrigatoriedade da lei trata-se de uma hipótese de ficção, e não de presunção A lei deve ser cumprida por todos devido as elevadas razões de interesse público, para que seja possível a convivência social A teoria da necessidade social, de Clóvis Beviláqua, é a mais aceita [15]
16 7. Referências BRASIL. Decreto-lei nº 4.657, de 4 de setembro de Lei de Introdução às normas do Direito Brasileiro. DOU de , retificado em e retificado em DINIZ, Maria Helena. Curso de direito civil brasileiro: teoria geral do direito civil. 29. ed. vol. 1. São Paulo: Saraiva, FARIAS, Cristiano chaves de; ROSENVALD, Nelson. Curso de direito civil: parte geral e LINDB. 13. ed. rev. ampl e atual. vol. 1. São Paulo: Atlas S.A, GAGLIANO, Pablo Stolze; PAMPLONA FILHO, Rodolfo. Novo curso de direito civil: parte geral. vol ed. rev. e atual. São Paulo: Saraiva, GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito civil brasileiro: parte geral. 11. ed. vol 1. São Paulo: Saraiva, TARTUCE, FLÁVIO. Direito Civil: Lei de introdução e parte geral. vol ed. rev., atual. e ampl. São Paulo: Método, NOTAS: 1 Gonçalves (2013), Farias e Rosenvald (2015, p ). 2 Gonçalves (2013),Diniz (2012), Gagliano e Pamplona Filho (2014), Farias e Rosenvald (2015). 3 Gonçalves (2013), Gagliano e Pamplona Filho (2014). 4 Farias e Rosenvald (2015, p ).
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