Unidade: Introdução e Origens. Unidade I:

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2 Unidade: Introdução e Origens Introdução ao estudo de História da Arquitetura e do Urbanismo Arquitetura. Esta é uma palavra que a maior parte das pessoas conhece e utiliza (ou já utilizou) no cotidiano, porém se formos perguntar por aí o que se entende por arquitetura, ou, principalmente, qual é a diferença entre arquitetura e construção, veremos que logo as dúvidas começam a surgir. No caso de estudantes do curso de Arquitetura como vocês, que já começaram a estudar algumas disciplinas e reconhecer algumas particularidades da sua futura profissão, a necessidade de entender o que é arquitetura coloca-se de forma ainda mais premente. De modo geral, existem inúmeras definições da palavra arquitetura: a mais conhecida e talvez mais funcional é a ciência e a arte de construir. Esta definição é extremamente abrangente, e de certa forma até um pouco confusa. O que é, exatamente, arte? E mesmo a palavra ciência, será que é adequada neste caso? Não seria melhor técnica? Será que se falarmos isso para um leigo, uma pessoa que não estuda arquitetura, esta pessoa seria capaz de entender o que é arquitetura só por essa definição? Ou mais ainda: será que com essa definição, uma pessoa é capaz de olhar para qualquer edificação e discernir qual se trata de arquitetura, e qual seria uma simples construção? Provavelmente não. A arquitetura é um campo fascinante justamente por sua complexidade. Por um lado é ciência e técnica domínio dos materiais e técnicas construtivas, estruturas, estudos de insolação e ventilação, ergonomia, entre outros. Por outro lado, é arte. É provocar sensações estéticas com o jogo de luz e sombra, com o detalhamento de elementos ornamentais, pela curva de uma escadaria ou através da composição de volumes e formas. Ainda há inúmeras outras formas de conhecimento atrelados, diretamente ou indiretamente, à produção de arquitetura nas suas mais variadas formas e escalas. O que dizer do urbanismo ou do paisagismo? Aí aquela definição anterior parece totalmente inadequada. A partir de 1910, o termo urbanismo surge pela primeira vez em periódicos como a ciência de 1

3 projetar cidades, seguindo uma metodologia específica, e arquitetos da época, como Le Corbusier 1, levantava a bandeira de que esta prática deveria ser executada primordialmente por arquitetos (CHOAY, 2001, p. 10). De fato, os arquitetos são os únicos profissionais que agem e refletem sobre o espaço construído pelo homem. Então, poderíamos entender que arquitetura é a área do conhecimento que trata do espaço construído. Assim, nos referiríamos não apenas à arquitetura de edificações, mas também abrangeríamos o urbanismo. O paisagismo, embora não inclua necessariamente construções, passa pela mão do homem ao projetar uma praça ou um jardim, plantando uma vegetação escolhida (e não a que já estava lá, da maneira que cresceu naturalmente), formando canteiros segundo padrões estéticos, o homem molda a natureza e o espaço. Mas aí voltamos ao nosso problema inicial: não é qualquer intervenção no espaço em que vivemos que constitui uma arquitetura. Há uma diferença substancial entre, digamos assim, um barracão destinado ao depósito de sacos de areia, e o Teatro Municipal daqui de São Paulo. O barracão não precisa ser bonito. Não precisa fazer parte de uma composição harmoniosa, nem precisa ser construído com materiais nobres, não há nenhuma necessidade de se preocupar com suas formas ou acabamento somente utilizar formas e materiais que sejam adequados à função de armazenar sacos de areia. Já dificilmente alguém projetaria um barracão de concreto mal-acabado para desempenhar a função de receber espetáculos de música e dança. Como diz o teórico Nikolaus Pevsner, um abrigo para bicicletas é uma construção; a catedral de Lincoln é uma obra de arquitetura. Quase tudo aquilo que encerra um espaço, cuja escala seja suficiente para que o ser humano possa se deslocar, é uma construção; o termo arquitetura aplica-se apenas a construções projetadas tendo em vista o interesse estético (PEVSNER, 2002, p. 1). Afinal, como diz Jonathan Glancey em seu livro A História da Arquitetura, os animais também podem construir (GLANCEY, 2001, p. 9) os pássaros fazem ninhos, as abelhas fazem colmeias, as aranhas tecem teias. Mesmo que muitos destes abrigos sejam dotados de grande beleza (como o padrão 1 Le Corbusier, ou Jean-Charles Jeanneret, é um arquiteto franco-suíço considerado um dos mais importantes do séc. XX. É um dos grandes nomes da arquitetura e do urbanismo modernos, que vocês estudarão mais adiante. 2

4 geométrico das colmeias ou mesmo a estrutura elaborada e bela de um ninho de joão-de-barro), não é fruto de um processo criativo, em que o autor tenha a intenção de provocar uma sensação estética em quem penetra no edifício ou o observa. Os animais seguem seus instintos e jamais modificam suas formas são programados para sempre construir assim, desde que o mundo é mundo. No caso dos humanos, há uma variedade infinita de formas, cores e dimensões na nossa produção arquitetônica, tudo fruto de nossa criatividade. Nem sempre uma obra de arquitetura tem determinada forma porque atende a uma função específica. Na maior parte das vezes, o motivo pelo qual um arquiteto escolhe determinado elemento para compor seu projeto é decorrente de uma razão puramente estética, e não funcional. Qual a razão de colocar um vitral elaborado e colorido, ao invés de uma simples janela? Ou por que construir uma cobertura em forma de abóbada, toda pintada com afrescos, ou mesmo colocar uma cúpula semiesférica sobre um palácio, que é de difícil execução, ao invés de simplesmente colocar um telhado tradicional de duas águas?! Ah, mas aí não seria um palácio... Percebemos, neste caso, que a arquitetura atribui às construções não apenas uma função, e nem apenas formas belas, mas também significados simbólicos. Reconhecemos as igrejas católicas pelas suas torres, os edifícios importantes pelas colunas clássicas ou pelas dimensões monumentais, os cinemas pelas fachadas iluminadas e cobertas de cartazes de filmes, os edifícios de escritórios pelas fachadas em vidro e linguagem dinâmica, moderna. Quantos tipos de construções não reconhecemos de longe, pelas suas formas ou materiais? De escolas a shopping centers, a arquitetura é composta de códigos simbólicos que todos conhecemos e interpretamos até mesmo sem nos darmos conta. Do mesmo modo, também somos capazes de reconhecer construções de outras épocas pelas suas formas e materiais construtivos. Percebemos nitidamente que uma igreja barroca em Minas Gerais é de alguns séculos atrás, que um casarão colonial pode ser do séc. XVIII, e que os prédios na Avenida Paulista são predominantemente do séc. XX. Aliás, caminhando por esta avenida, conseguimos notar que há exemplares de arquitetura tão díspares quanto alguns remanescentes dos antigos casarões cafeeiros, como a Casa das Rosas, e edifícios muito atuais como o Itaú 3

5 Cultural ou obras de Ruy Ohtake. E como conseguimos notar as diferenças de períodos? Ora, pelos elementos arquitetônicos: suas formas, seus elementos decorativos, os materiais construtivos, suas dimensões... A arquitetura é um produto da civilização humana de cada período, e através da arquitetura conseguimos entender como cada sociedade interpretava o mundo. As construções são as manifestações concretas, dispostas no espaço, de cada uma destas diferentes sociedades. A partir de construções como templos, palácios ou túmulos, podemos entender aspectos da sociedade como as diferentes classes sociais que a compunham e a sua hierarquia, o poder econômico, a relação com as divindades, como interpretavam a vida e a morte. A arte é um espelho da sociedade que a produz; e a arquitetura, como talvez a mais acessível das artes visuais, é uma poderosa fonte de informações. Nem a escultura, nem a pintura (...) nos cercam tão amplamente quanto a arquitetura, nem atuam sobre nós de modo tão constante e onipresente. Podemos evitar o convívio com aquilo que as pessoas chamam de belas-artes, mas não podemos evitar os edifícios e os efeitos sutis mas penetrantes de seu caráter (PEVSNER, op.cit., p. 2). Ou seja, enquanto houver seres humanos habitando esse mundo, existirá sempre a arquitetura, nos cercando por todos os lados. A arquitetura é uma forma de arte com que todos, sem exceção, já entramos em contato direto. Pelo mesmo motivo, toda a arquitetura é um documento de nossa passagem pelo mundo. A intenção destes primeiros parágrafos é despertar em você a importância da arquitetura. A arquitetura que nós produzimos será, futuramente, o registro de nossa passagem pelo mundo. As altíssimas torres espelhadas construídas em Dubai ou na China dizem tanto sobre a nossa sociedade contemporânea quanto as imensas catedrais góticas deixavam claro os valores da sociedade medieval. Nossas cidades espalhadas, entrecortadas por avenidas e metrôs, com seus bairros com características tão díspares, com suas moradias desiguais, são um relato do modo de vida da sociedade do início do séc. XXI. O estudo da história da arquitetura contribui para entender a própria humanidade e suas diferentes manifestações ao longo do tempo e ao redor do globo. 4

6 A importância de uma disciplina como a história da arquitetura reside em compreender o poderoso fenômeno da arquitetura e a sua relação com a sociedade. Ao passo em que a arquitetura é um espelho, ela não é meramente um reflexo passivo da sociedade. A arquitetura sempre foi utilizada conscientemente como um poderoso instrumento de transformação, de transmissão de ideias e valores contemporâneos. Entender este fenômeno e suas diferentes manifestações possibilita que possamos aplicar este mecanismo de modo eficiente no momento atual, e também evitar a repetição de erros já cometidos e ideias já comprovadamente ineficientes. O estudo da história da arquitetura também é interessante para a aquisição de repertório, das inúmeras formas, estilos e composições que foram construídas em tantos séculos de civilização humana. Ninguém tem a capacidade de criar, do nada, algo completamente novo. Todos criamos em cima de referências conhecidas, portanto, quanto mais conhecemos, mais somos capazes de combinar diferentes informações para criar uma arquitetura significativa. Ao mesmo tempo, também evita a mera repetição das formas que nos cercam; ou, o que é pior, a pretensão de se estar produzindo algo inédito quando, na realidade, isso já existe há vários anos, ou até mesmo séculos! O conhecimento do que já foi produzido, das ideias que já foram discutidas e aplicadas, é um estímulo para chegar a uma nova arquitetura, realmente influente. Tanto é verdade que a maior parte dos grandes arquitetos da história foram grandes conhecedores da arquitetura produzida no passado, nem que, ao final, renegassem tudo. E agora, está convencido(a) de que a arquitetura é muito poderosa e importante, e que simplesmente sentar e desenhar uma casinha qualquer para seu cliente está muito abaixo do que você realmente pode produzir? O estudo da arquitetura é fascinante, quanto mais estudamos, mais nos inspiramos nos grandes exemplos que a humanidade já produziu ao longo de toda nossa história. E é justamente isso que passaremos a ver a partir de agora. 5

7 1. As origens da arquitetura Não podemos definir exatamente quando a arquitetura surgiu, assim como não é possível dizer com toda a certeza qual é a data de nascimento da arte, ou da cultura, ou de qualquer produção humana. O mais provável é que a arquitetura tenha surgido a partir do momento em que o homem deixou de andar a esmo pela Terra (quando os humanos ainda eram nômades), e passou a se fixar num local determinado. Isso se deu na Pré-História, em torno de a a.c. 2, embora não se possa precisar com exatidão, com o surgimento da técnica de plantar e colher alimentos a agricultura. Antes disso, os grupos de seres humanos viviam da caça e da coleta de alimentos, como nozes e frutas, e não tinham um local de residência fixa. O surgimento da arquitetura leva necessariamente à constituição de cidades. Não é possível dizer qual foi a primeira cidade, nem quando um agrupamento urbano surgiu pela primeira vez. Mas o que se sabe é que as primeiras cidades surgiram mais ou menos no mesmo período, ao longo das margens do Rio Nilo, na África (onde atualmente é o Egito); e na região chamada de Crescente Fértil, entre os rios Tigre e Eufrates, no Oriente Médio (onde ficam os países Israel, Iraque e Irã). Fig.1. Fonte: geral/antiguidade_oriental/introducao/index_arquivos/o _crescente_fertil.gif 2 A Pré-História é dividida em dois períodos: o Paleolítico (ou Idade da Pedra Lascada), que é o mais extenso de toda a história humana, vai de 2,7 milhões de anos atrás até o ano de a.c. Em seguida, começa o Neolítico (ou Idade da Pedra Polida), que se inicia em a.c. e se estende até a.c., quando surgiu a escrita. É durante o neolítico que surge a agricultura, a domesticação dos animais, a divisão do trabalho e as primeiras aldeias. 6

8 Segundo Lewis Mumford, a partir do que foi visto nas escavações arqueológicas, é interessante o fato de que desde os primeiros registros da presença do homem primitivo no mundo, sempre houve uma preocupação espiritual e cerimonial na relação com os mortos, pois o ser humano é o único ser que tem consciência de sua morte. Assim, antes dos vivos terem um local fixo de permanência, os mortos sepultados já o tinham em cavernas, em túmulos coletivos, em covas marcadas por pedras. Estes túmulos constituíam marcos e pontos de encontro para onde os vivos, nômades, sempre retornavam para comungar com seus espíritos ancestrais. Portanto, a primeira vinculação dos seres humanos a um espaço determinado e constante se deu em função das sepulturas de seus antepassados. Assim, Mumford afirma: a cidade dos mortos antecede a cidade dos vivos (MUMFORD, 1998, p. 13). Podemos dizer que as primeiras obras que realmente tenham algum destaque na história da arquitetura sejam justamente as que manifestam a relação do ser humano com os mistérios da vida e da morte, com a espiritualidade: templos e túmulos. Neste aspecto, a história da arquitetura é paralela à história da arte: em muitas destas cavernas, eram encontradas pinturas rupestres nas paredes, além de restos mortais de antepassados. Pouco se sabe sobre a real função destas inscrições e figuras nas ásperas paredes de pedras, mas aceita-se que tenham uma função simbólica em ritos e cerimoniais espirituais. Embora a maior parte dos sítios arqueológicos primitivos que conhecemos estejam localizados na região que descrevemos na página anterior, alguns dos exemplos mais significativos destas pinturas rupestres encontram-se na Europa. Um exemplo destas cavernas é a Caverna de Lascaux, que se encontra em Bordeaux, uma região na França. As inscrições rupestres datam de cerca de anos atrás. 7

9 Fig. 2: Imagem das Cavernas de Lascaux. Fonte: site da National Geographic É durante o período Neolítico, portanto, que começam a surgir as primeiras estruturas em pedra que possuem função memorial ou espiritual, e que podem ser consideradas o ponto de partida da arquitetura que será desenvolvida posteriormente. Em alguns casos, estas estruturas também serviam como abrigo ou habitação. São as chamadas estruturas megalíticas (feitas em pedras de grandes dimensões), como os nuragues e os dolmens. Estas estruturas são cercadas de mistérios, pois não sabemos exatamente qual era a função que desempenhavam na sociedade incipiente. Quanto às habitações, pouco se sabe a respeito pois, a maior parte das construções deste período eram em barro, e portanto desapareceram. Os nuragues são edificações em pedra, sem nenhuma argamassa. As pedras são dispostas em fileiras circulares, com cada camada ligeiramente mais para dentro, de modo a formar uma estrutura fechada em formato de cone truncado. Alguns nuragues são apenas cones ou troncos simples, porém as formas chegam a formar estruturas mais complexas, com corredores e muralhas, como vemos nas figuras abaixo: 8

10 Figs. 3 e 4: Nuragues localizados na Sardenha, ilha pertencente à Itália. A maior parte dos nuragues se encontram na região mediterrânea. Fonte: Os dolmens são estruturas megalíticas mais simples: tratam-se de duas ou mais grandes pedras em formato retangular, em posição vertical, e cobertas por um terceiro bloco retangular, formando um pórtico. Os dolmens eram dispostos em formato circular ou de ferradura, como se vê no agrupamento mais conhecido da História: o santuário de Stonehenge, no sul da Inglaterra. Fig. 5: Imagem do santuário de Stonehenge durante o Solstício de Inverno. Fonte: 9

11 Fig. 6 (à esq.): Planta do santuário de Stonehenge, mostrando as fileiras de dolmens em torno do altar central. Fonte: Fig. 7 (à dir.): Vista superior das ruínas de Stonehenge. Fonte: Tanto os dolmens quanto os nuragues consistem em um mistério para os pesquisadores, pois, por terem sido erigidos no período pré-histórico e, portanto, antes da invenção da escrita, não há nenhum registro sobre a finalidade destas construções. Alguns consideram que sua finalidade mais provável é cerimonial ou mortuária, porém outros discutem a possibilidade plausível de os nuragues consistirem também em barreiras militares ou mesmo habitações. No caso do santuário de Stonehenge, que já é mais recente, já não há muita dúvida de que se trata de um local de congregação espiritual, com cerimônias que incluíam a observação de fenômenos astronômicos como o Solstício de Inverno ou de Verão. Este tipo de conhecimento era vital para os povos cuja subsistência dependia da agricultura, pois as estações do ano determinam a data correta para o plantio e colheita das safras. Embora o homem do neolítico tivesse locais estáveis para onde se dirigir periodicamente, a fim de realizar seus ritos ou cultuar seus mortos, os seres humanos passaram a se agrupar em aldeias quando aprenderam a cultivar os grãos e as sementes que coletavam. Assim, era necessário permanecer num único local durante todo o período entre o plantio e a colheita, a fim de cuidar 10

12 da plantação. Este papel coube à mulher, que precisava estar em um local seguro para amamentar e criar seus filhos até que tivessem idade suficiente para cuidar de si mesmo; enquanto que os homens saíam à caça. Assim, atribui-se à mulher tanto o desenvolvimento da agricultura como também o início das cidades, pois era ela que produzia todos os artefatos cotidianos necessários (moldando o barro e criando recipientes para armazenar os grãos, sementes, cerveja, azeite, entre outros alimentos), equipando os lares onde cuidava de sua prole, armazenando e preparando os alimentos durante todas as estações do ano. Mumford, inclusive, traz uma tese interessante a respeito da atividade inicialmente feminina de produzir recipientes em cerâmica. Para ele, toda a cidade é um conjunto de recipientes, de lugares para guardar algo, quer seja nossos objetos (nossa casa), nosso dinheiro (o banco), nossos alimentos (armazéns, mercados, feiras), a água que consumimos (caixas d água, reservatórios), dentre outros. Sem os recipientes a agricultura não poderia existir, pois não haveria onde guardar as sementes para a próxima estação, tampouco armazenar quantidade suficiente de água para a irrigação. Nota-se o quanto a cidade deve, tecnicamente, à aldeia: dela surgiram, diretamente ou pela elaboração, o celeiro, o banco, o arsenal, a biblioteca, o armazém. Lembremo-nos também de que a vala de irrigação, o canal, o reservatório, o fosso, o aqueduto, o dreno, o esgoto, também constituem recipientes destinados ao transporte automático ou à armazenagem (...) Centenas, talvez milhares de aldeolas 3, em partes favoráveis do globo, do Egito à Índia, tinham aplicado essas artes, de uma forma modesta mas decisiva, a todas as características de sua vida. Assim é que os bosques e pastos cederam lugar ao cultivo manual e, perto dos desertos ou semidesertos, como no vale do Jordão, pequenos oásis, baseados em suprimentos garantidos de água, acumulada em grandes depósitos, tornaram-se visíveis. Sem aquela base, sem aquela facilidade de guardar em recipientes, sem aquele isolamento e ordem, 3 Aldeolas é o mesmo que aldeãs, ou seja, mulheres que habitavam as aldeias. 11

13 jamais poderia ter sido concebida a cidade (MUMFORD, op.cit., pp ). A pequena aldeia que inicialmente se resumia em um agrupamento de famílias logo deu origem a cidades cada vez maiores. A princípio, cada lar tinha seu reservatório de grãos, seu pequeno oratório; os corpos dos membros da família eram sepultados em locais particulares ou terrenos comuns a todos. Começava a surgir a divisão do trabalho entre os aldeões (o caçador, o camponês, o pastor, o tecelão), os cultos religiosos comuns e seus sacerdotes. Começam a surgir novas profissões, conforme o humano foi aprendendo a dominar a natureza e a produzir novas técnicas e ferramentas: o mineiro, o lenhador, o pescador, o marinheiro. E com isso surge uma explosão cultural: a domesticação de animais que auxiliavam no trabalho, o surgimento de novos conhecimentos (como o domínio dos metais, como o bronze), o início do uso de meios de transportes que diminuíam as distâncias, e um grande desenvolvimento na atividade agrícola e na engenharia civil. Esta Revolução Urbana 4 foi o início da cidade como a conhecemos atualmente. Os vestígios mais remotos das primeiras cidades, como dissemos, encontram-se no Oriente Médio. É o caso da cidade de Jericó, situada à beira do rio Jordão na Palestina, considerada o agrupamento humano mais antigo que conhecemos. As escavações arqueológicas revelaram casas (...) feitas de tijolos de barro (...) anteriores a a.c e santuários de cerca a.c (GLANCEY, op.cit., p. 14). A cidade também é conhecida como a mais antiga cidade continuamente habitada, tendo mais de anos de história! 4 Termo inventado pelo arqueólogo inglês Gordon Childe ( ) para descrever este período de transformações culturais desencadeados pela cidade. 12

14 Fig. 8: Ruínas do Castelo de Herodes em Jericó. Fonte: Wikimedia Commons. Esta região tão conturbada politicamente em nossa época é o berço do mundo civilizado. A própria palavra civilização origina-se da palavra latina civis, que significa cidadão ou habitante da cidade (GLANCEY, op.cit., p. 14). A partir do surgimento da cidade, apareceram às primeiras manifestações arquitetônicas e noções de sociedade, de classes sociais, de política, militarismo, e mesmo religiões organizadas. Logo os cidadãos foram liderados por monarcas e sacerdotes, que, associando a ambição com as rudimentares técnicas construtivas da época, logo impeliram o desenvolvimento da arquitetura chegando às técnicas e formas que conhecemos até hoje. Os sacerdotes eram importantes na organização social pois, eram considerados o canal de comunicação com as divindades que poderiam, caprichosamente, tornar o solo fértil ou estéril, comprometendo a produção agrícola e, portanto, a sobrevivência dos cidadãos. Desta forma, adorados e ao mesmo tempo temidos, os sacerdotes tinham amplo poder para determinar a construção dos primeiros templos de que temos notícia. Por outro lado, também surgiram as primeiras figuras políticas os reis que lideravam a população, organizavam exércitos para combater invasores e proteger suas terras. Detentores de grande poder, também acabavam por concentrar a 13

15 riqueza, que também tomava a forma de uma arquitetura imponente: são os primeiros palácios. Ambos construíam túmulos imponentes, para exibir sua importância, aproximar-se das divindades, e perpetuar sua memória. Um tipo de construção destas cidades primitivas é o zigurate, que se trata de um templo construído em degraus e que mais tarde dará origem às pirâmides egípcias. Os zigurates, de dimensões monumentais para a técnica da época, eram vistos por quilômetros pela paisagem plana, como uma imensa demonstração de que os deuses, de certo modo, estavam presentes e protegendo as plantações. O zigurate mais conhecido e impressionante encontra-se na Suméria (Iraque), na cidade de Ur, que em volta de 2125 a.c 5 já tinha a impressionante população de pessoas. O Zigurate de Urnammu é dedicado ao deus da lua, Nanna, e tinha dimensões gigantes para a época, erguendo-se sobre a cidade como uma montanha. Sua base tinha as dimensões de 62,5 x 43m e uma altura provável de 11 metros, e cada um de seus níveis eram plantados com árvores e arbustos, como um imenso jardim suspenso. Existem muitos outros zigurates na região, porém este na região da antiga Mesopotâmia 6, é o melhor conservado, embora somente sua base esteja intacta. A seguir, uma imagem que procura reproduzir as prováveis formas e dimensões deste zigurate: Fig. 9: Reconstituição digital do Zigurate de Ur Nammu, em Ur. Fonte: 5 O zigurate foi remodelado em 2125 a.c., porém há indícios de que seja muito mais antigo. 6 Mesopotâmia é o nome que se dá à região compreendida entre os rios Tigre e Eufrates, no Oriente Médio, onde atualmente encontra-se o Iraque. 14

16 Outro zigurate importante é a construção conhecida por nós como a bíblica Torre de Babel. Atribui-se que a Torre de Babel tenha sido inspirada originalmente pelo templo de Etemenanki, na Babilônia, que era a maior cidade de toda a Mesopotâmia antiga. Este templo teria sido, segundo se supõe, uma imensa estrutura em forma de espiral, construída com tijolos vidrados azuis, com sete níveis sobre uma base quadrada de 90m de cada lado. Este templo pairaria, segundo os estudiosos, sobre um magnífico palácio pertencente ao rei Nabucodonosor, sítio dos famosos Jardins Suspensos. Embora não se tenha mais vestígios físicos destas construções, os estudos sugerem que o palácio e os jardins contavam com técnicas de encanamento de água, que possibilitavam a irrigação dos terraços repletos de frondosa vegetação, que se destacavam na paisagem árida em torno. Fig. 10: Nesta xilogravura do séc. XIX, o artista registrou sua impressão artística de como os jardins suspensos da Babilônia deveriam ter sido. Os jardins teriam acesso a partir do palácio, que ficava sob os jardins, com um teto abobadado, e se configuravam como uma série de terraços irrigados artificialmente. Fonte: Babilônia se destacou entre as grandes cidades da antiga Mesopotâmia por ter sido, presumidamente, a primeira capital planejada no mundo. Originalmente, a antiga cidade era murada, cortada por uma avenida processional de mais de 800 m, que atravessa o templo principal e o complexo palaciano, com a cidade situada nos dois lados do rio Eufrates. O que podemos conhecer da arquitetura desta cidade primitiva se dá a partir dos fragmentos, notadamente pela reconstrução do Portão de Ishtar, a entrada norte da cidade. Este portão data de cerca de a.c. e é revestido com tijolos vidrados azuis característicos da região, adornado com tijolos amarelos e brancos 15

17 representando leões e animais fantasiosos, e encimado com ameias em forma de zigurates. Este portão foi reconstruído nas ruínas da antiga Babilônia pelo ex-ditador iraquiano Saddam Hussein. Uma outra réplica, em tamanho menor, encontra-se no Museu Pérgamo em Berlim. As casas primitivas desses povoamentos eram simples, feitas a partir de alvenaria de tijolos secos ao sol, pois a madeira e a pedra eram escassos na região. As residências eram geminadas, coladas umas às outras, e com dois andares medindo cerca de 8 por 9 metros. Havia casas maiores destinadas às classes mais ricas, com cerca de dez cômodos e dimensões vastas, de 26 por 17 até 30 por 22 metros. No entanto, mesmo entre as casas dos mais ricos, não existiam residências isoladas (sem serem coladas às casas vizinhas) este era um privilégio dos palácios (MUMFORD, op.cit., p. 75). Fig. 11: Réplica do Portão de Ishtar, próximo a Bagdá, no Iraque. Fonte: As técnicas simples de construção alvenaria de tijolos sem sustentação por pedras ou madeiras, como faziam os gregos e os romanos, muitos séculos depois não possibilitavam a ereção de estruturas muito elaboradas ou imponentes, sendo as mais impressionantes os zigurates já descritos. As casas em si não se diferiam muito uma das outras, e durante milênios foram construídas da mesma forma. Esta forma, aliás, também era a mesma em construções mais nobres, como templos ou palácios. 16

18 Um pouco mais tarde, já durante o Império Persa (fundado por Ciro II em torno de a.c.), a arquitetura já começa a enriquecer seu vocabulário, fruto da troca de experiências de artesãos vindos de todas as partes do império: assírios, egípcios, babilônicos, gregos. Esta fusão levou à produção de uma arquitetura mais rica nas formas e nos adornos que os antigos zigurates mesopotâmicos (GLANCEY, op.cit., p. 17). Dentre as construções deste período, podemos destacar o Palácio de Persépolis (518 a.c. 460 a.c.), construído em tijolo, pedra e terracota. O acesso ao palácio era feito através de uma elevação de degraus rasos em uma longa e imponente plataforma, que possibilitava o desfile de cavalaria. As paredes laterais eram recobertas de alto-relevos representando imagens dos povos e guerreiros do novo império. O palácio era um complexo de edificações, incluindo um harém e aposentos como o Salão das Cem Colunas, uma sala de trono que media 68,6 m 2 cujo teto em madeira era sustentado por uma profusão de colunas com capitéis em forma de touros e unicórnios. Fig. 12: Escalinata em Persépolis, Irã. Fonte: htt:// Dentre as construções mais impressionantes do Império Persa, estão as cidades escavadas nas rochas na região onde atualmente ficam a Jordânia e o Irã, encrustados com entalhes em baixo-relevo, compondo ricos palácios como o El-Khazneh (a Câmara do Tesouro) em Petra, na Jordânia. A cidade de Petra foi fundada no século VI a.c. por um grupo de árabes nabateanos, e posteriormente foi anexada ao Império Persa. A cidade fica num enclave em uma região arenosa, com imensas rochas de arenito. Por ser uma rocha maleável, os habitantes de Petra fizeram algumas de suas construções diretamente nas paredes rochosas, esculpindo os ornamentos na superfície e escavando cavernas para compor os ambientes da edificação. A maior parte das construções apresenta forte influência dos gregos em seus detalhes e 17

19 estilo arquitetônico (veremos este assunto na próxima unidade). Atualmente, o sítio arqueológico de Petra foi eleito uma das Novas Sete Maravilhas do Mundo, listado no Patrimônio Mundial da Unesco. Para se ter uma ideia das dimensões monumentais destas construções, reparem no tamanho das pessoas que estão visitando estes palácios nas fotos. Esta comparação das dimensões de uma construção com as de um ser humano é chamada de escala humana. Fig. 13 (à esq.): El-Khazneh a câmara do Tesouro. Fonte: Fig. 14 (à dir.): Fortaleza na entrada da cidade. Fonte: 2. A arquitetura da morte: o Egito Antigo A arquitetura produzida pelos egípcios nos provoca um fascínio singular, pois possui uma configuração formal extremamente poderosa e coerente com a sua finalidade. Nós conhecemos muito da história egípcia pois, esta civilização desenvolveu uma forma de escrita bem-estruturada, os hieróglifos, que foram 18

20 decifrados por estudiosos pela primeira vez no séc. XIX 7. Fruto de uma civilização complexa, organizada, a arquitetura egípcia é consequência de sua visão de mundo, de seus períodos políticos, sua estrutura social e sua relação com a natureza mais notadamente, a relação dos egípcios com a morte. A civilização do Egito Antigo se estabeleceu ao longo do Rio Nilo, no norte da África, por volta de a.c. Podemos dividir a história egípcia em três períodos: Antigo Império: de a a.c.; Médio Império: de a a.c.; Novo Império: de a a.c.. Estes três períodos principais eram intercalados por períodos intermediários como o Período Arcaico, a Época Baixa, Período Ptolomaico, dentre outros. A sociedade egípcia se desenvolveu, portanto, por um extenso período cerca de anos, sendo que durante a maior parte deste tempo, o Egito esteve livre de invasores. Assim, essa sociedade pôde se organizar e prosperar, o que se reflete, naturalmente, na sua arquitetura imponente. Toda a vida egípcia se orientava de acordo com os ciclos e fluxos do rio Nilo, pois era a partir deles que a agricultura se tornava possível em uma região árida, cercada por desertos de ambos os lados. Quando o Rio Nilo subia e irrigava as áreas em torno, tudo florescia e era nesta época que os egípcios se esforçavam para produzir alimento que deveria durar por todo ano, principalmente durante a estação seca. Já na época seca do ano, havia pouco ou nada para se fazer. Os milhares de egípcios que encontravam-se ociosos nestes cinco meses da estação seca, isso ocorria todos os anos, então eram orientados para a construção civil, auxiliando na construção dos imensos monumentos emblemáticos desta civilização. (GLANCEY, op.cit., p. 18). 7 Os hieróglifos foram decifrados pela primeira vez por Jean François Champollion em 1822 e por Thomas Young em 1823, a partir do estudo comparativo com os hieróglifos gregos, que já eram conhecidos. O primeiro texto a ser compreendido estava entalhado na Pedra de Roseta, um imenso bloco de granito foi encontrado na região de Roseta, no Egito, pelas tropas napoleônicas em Atualmente, a Pedra de Roseta encontra-se no Museu Britânico, em Londres. 19

21 Fig. 15: Mapa esquemático localizando as principais construções egípcias. A área esverdeada em volta do rio representa as áreas que eram cultiváveis devido às cheias do Rio Nilo. Nas áreas mais afastadas, o que dominava era a aridez do deserto. Fonte: 20

22 O ponto mais relevante para lembrar quando se analisa a arte e a arquitetura deste povo é a relação dos egípcios com a morte e com a vida após a morte. A religião era o aspecto cultural mais significativo da sociedade, e toda a arte era orientada por ela as principais construções eram templos e túmulos, esquifes e sarcófagos eram produzidos para as múmias, as esculturas e imagens eram feitas para reter a forma humana do morto (para que ele fosse lembrado de como era sua forma quando vivo ao renascer em sua vida espiritual), elementos decorativos eram elaborados para adornar o interior dos túmulos, estatuetas e vasos para ficar ao lado dos mortos, dentre outros. Glancey chega a afirmar: As primeiras cidades egípcias foram necrópoles cidades dos mortos e as pirâmides ficavam no centro de cidades muradas compostas de templos e salões ligados por longos corredores, flanqueados por colunas cujos capitéis eram feitos de modo a lembrar flores de palmeira, nenúfar e papiro. (GLANCEY, op.cit., p. 18). Os egípcios acreditavam em deuses que poderiam interferir na história humana e na natureza. Seu representante na terra era o faraó, monarca que era considerado uma divindade, e que tinha total comando sobre seu povo em todos os aspectos. Quando morresse, acreditava-se que o faraó retornaria então para junto das outras divindades. Durante toda sua vida, os escravos e trabalhadores se dedicavam a erigir imensos túmulos piramidais para acolher o monarca quando este viesse a falecer. Os egípcios acreditavam que, ao morrer, todos passariam pelo Tribunal de Osíris (O deus dos mortos, que foi o primeiro faraó) para obter seu julgamento. Alguns conseguiam voltar à vida de acordo com o veredicto de Osíris, os outros não. Daí a importância da mumificação e das tumbas majestosas: dependendo do veredicto de Osíris, as pessoas que retornassem a Terra poderiam, através de suas múmias, recompor seu corpo original e retomar todos seus pertences, que estavam na tumba aguardando seu retorno. No caso dos faraós, que jamais seriam recusados por Osíris, a câmara mortuária era equipada com todos os objetos dos quais o faraó necessitaria quando ingressasse na sua vida após a morte, de objetos de arte luxuosos a utensílios cotidianos mais mundanos; e até mesmo as múmias de seus servos, esposa e até animais domésticos, que eram mortos e mumificados para acompanhar o faraó em sua travessia ao 21

23 outro mundo. Segundo a fé egípcia, o mundo seria destruído se não se fizessem as preces e ritos religiosos; a felicidade neste a na vida após a morte seria assegurada pelas práticas rituais cotidianas, e até mesmo a natureza (o ritmo das enchentes, a fertilidade do solo, as chuvas) dependiam da vontade do faraó. Fig. 16: Máscara funerária do Faraó Tutancâmon, que reinou entre 1336 e 1327 a.c. Tutancâmon subiu ao trono aos 9 anos e faleceu de forma traumática muito jovem, aos 19 anos de idade, supostamente por uma conspiração em sua corte. A importância do faraó Tutancâmon se dá principalmente pelo fato de seu túmulo ter sido descoberto praticamente intacto, pelo explorador inglês Howard Carter em Dentro da câmara mortuária foram encontrado diversos artefatos, como móveis, armas, joias, e objetos do cotidiano, como utensílios domésticos e roupas. Além da máscara mortuária, o sarcófago que envolvia a múmia do faraó também era integralmente talhado em ouro. Fonte: As construções mais emblemáticas são as pirâmides, mas estas não foram os únicos tipos de túmulos egípcios. Ainda no período Arcaico, os primeiros faraós não construíam pirâmides, mas sim réplicas de suas casas para viver sua vida após a morte. Todos viviam a vida terrena em função da vida que viria após a morte. Para tanto, passavam sua vida organizando seus túmulos e mandando construir mastabas, túmulos mais simples, onde suas múmias seriam colocadas junto com seus pertences, esculturas reproduzindo sua imagem carnal, e objetos ritualísticos. Embora seu exterior fosse rústico, sem elementos 22

24 decorativos, o interior de uma mastaba frequentemente impressiona pela opulência dos relevos escultóricos, pinturas murais e outras formas de ornamentação. Feitas de barro ou pedra (calcário), as mastabas eram em formato retangular, com o comprimento equivalendo a cerca de quatro vezes sua largura e com intricados ambientes internos, decorados com valiosas pinturas murais. As mastabas começaram a ser construídas a partir da primeira era dinástica (cerca de a.c.) e foi o gênero de edifício que precedeu e originou as pirâmides. Quando as pirâmides começaram a ser construídas, exigindo mais do ponto de vista técnico e econômico, a mastaba permaneceu a sua mais simples alternativa. Nos períodos posteriores, foi uma forma de destacar a importância do faraó em relação aos seus súditos: os faraós tinham pirâmides como túmulos, mas os outros cidadãos mais notáveis tinham mastabas. Fig. 17: aspecto exterior de uma mastaba em Sacará, no Egito, com a pirâmide de Djoser ao fundo. Fonte: 23

25 Fig. 18: Entrada da mastaba da foto anterior. Detalhe dos relevos entalhados sobre a porta. Fonte: As mastabas poderiam ser simples, composta de um único ambiente, onde ficava a múmia; ou composta de um sistema mais complexo, com vários ambientes, corredores e câmaras subterrâneas. No caso desta última, temos a seguir um esquema de mastaba: Fig. 19: Diagrama de uma mastaba: Verde: a câmara mortuária e o seu sarcófago. Azul: a capela funerária com a porta fictícia ao fundo. Vermelho: o poço que parte do topo da mastaba e se afunda a partir daí. Cinzento: o tijolo de adobe que ocupa, de fato, uma grande parte da mastaba. Medidas médias de uma mastaba: Comprimento 30 m, Largura 15 m, Altura 6 m Fonte: 24

26 Com o faraó Djoser (também escrito Zoser), teve início o Antigo Império. Esse faraó exerceu o poder de forma autoritária e estabeleceu o centro de seu reinado em Mênfis, no Baixo Egito, próximo ao delta do Rio Nilo no Mar Mediterrâneo. Djoser foi um faraó bastante conhecido por sua arquitetura, e foi o faraó responsável pela construção da primeira pirâmide. A pirâmide de Djoser, construída pelo arquiteto Imhotep em torno de a.c., é considerada a primeira pirâmide a ser erguida do Egito, composta por seis mastabas (de dimensões decrescentes, de baixo para cima) construídas uma sobre a outra. Nota-se que o projeto original sofreu revisões e adaptações à medida que a construção evoluía. Originalmente, a pirâmide alcançava 62 m de altura, com uma base de 109 m x 125 m, e era revestida por pedra calcária branca polida. A pirâmide de degraus (ou proto-pirâmide) é vista como a mais antiga construção monumental em pedra do mundo, e Imhotep é o primeiro arquiteto que conhecemos por nome na História. Sua importância foi tamanha que o arquiteto foi deificado 8 na vigésima sexta dinastia. As pirâmides precisavam de soluções engenhosas para ser possível sua construção. Os egípcios ainda não conheciam a polia, portanto é impressionante terem conseguido elevar blocos de pedra a tão grande altura. Os blocos que compunham a pirâmide eram granito de Aswan, e pesavam cerca de 2,5 toneladas. As pedras eram transportadas pelo Rio Nilo e depois arrastadas sobre troncos de madeira até o local da construção, onde eram içados por rampas de barro apoiadas no declive da pirâmide até sua posição correta. 8 Deificado significa ser considerado uma divindade, um deus. 25

27 Fig. 20: A pirâmide escalonada de Djoser. Fonte: As pirâmides mais conhecidas foram uma evolução desta primeira, pois suas superfícies não são escalonadas, mas aparentemente lisas. As mais famosas, embora existam no Egito 128 pirâmides conhecidas (no momento), são as três grandes pirâmides construídas em Gizé, ao sul da capital Cairo. Estas pirâmides são os túmulos de três importantes faraós da quarta dinastia, que foi a grande era da construção de pirâmides, chamados Quéfren, Quéops e Miquerinos. 26

28 Fig. 21: As pirâmides de Gizé as três grandes pirâmides de Quéops (a maior), Miquerinos e Quéfren; e as pirâmides menores da necrópole. Fonte: A mais importante, e maior pirâmide é a de Quéops uma (e a mais velha) das Sete Maravilhas do Mundo Antigo, e a única delas a ainda existir substancialmente intacta. Com 146,4 m de altura e base de 230,6 m 2, a pirâmide ainda é uma das maiores construções do mundo e só foi ultrapassada em suas dimensões anos depois. 27

29 Fig. 21: Pirâmide de Quéops, em Gizé, no Egito. Foto por Nina Aldin Thune. Fonte: Estas construções costumavam já se iniciar no início da vida ou reinado do faraó. Estima-se que a Pirâmide de Quéops tenha levado 20 anos para ser concluída e que ocupou cerca de 120 mil trabalhadores, entre escravos e homens livres que estavam de folga durante a estação seca. Este monumento revela o domínio que os egípcios demonstraram em sua técnica de construção, pois não existe nenhuma espécie de argamassa entre os blocos de pedra que formam suas imensas paredes (PROENÇA, 2000, p. 19). A precisão das construções diante da precariedade de tecnologias é um assombro até hoje, mas as dificuldades eram vencidas pela convicção de que se tratava de um trabalho religioso, e que teria duração por toda a eternidade. 28

30 Fig. 22: Esquema da Grande Pirâmide de Quéops, com suas estruturas internas. Fonte: Como todas as pirâmides, as pirâmides de Gizé fazem parte de um importante complexo que compreende um templo, uma rampa, um templo funerário e as pirâmides menores das rainhas, cercados de mastabas dos sacerdotes e pessoas do governo uma autêntica necrópolis cidade para os mortos. As valas aos pés das pirâmides continham botes desmontados: parte integral da vida no Nilo sendo considerados fundamentais na vida após a morte, porque os egípcios acreditavam que o defunto-rei navegaria pelo céu junto ao Rei-Sol. Os mesmos construtores das pirâmides foram os responsáveis por outro monumento iconográfico do Egito Antigo: a Esfinge. A esfinge egípcia é uma antiga criatura mística usualmente tida como um leão estendido animal com associações solares sacras com uma cabeça humana, usualmente a de um faraó. Também usada para demonstração de poder, assim como as pirâmides no Egito. A gigantesca esfinge de Gizé, de 20 m de altura e 74 m de comprimento, foi construída para louvar Quéops, reproduzindo-lhe a cabeça. O desgaste causado pelo atrito das areias do deserto, levados pelo vento, 29

31 apagou a maior parte dos traços do rosto da Esfinge e lhe deu um aspecto enigmático, o que fomenta muitas lendas e mitos a seu respeito. Fig. 23: A Esfinge diante da Pirâmide de Quéops. Fonte: KF0/s400/esfinge.jpg As câmaras internas das pirâmides eram ricamente adornadas, trazendo muitas imagens da pessoa sepultada, pois os egípcios acreditavam que isto a manteria viva. Se estas imagens não estivessem lá, quando o morto chegasse ao céu, poderia perder seus traços fisionômicos. Diante disso, o falecido era representado em sua rotina em ricas pinturas murais, relevos e esculturas, deixando claro quem era, qual era sua profissão, sua posição na sociedade, sua aparência. Nós inclusive temos acesso a informação sobre o cotidiano dos egípcios, pois dentro destas câmaras mortuárias, havia também representações e modelos das casas em que estas pessoas viviam. 30

32 Fig. 24: Pintura mural encontrada no túmulo da Rainha Nefertari. Aqui, a rainha é representada jogando senet, um jogo semelhante a damas. Este deveria ser um hobby ou uma ocupação frequente da rainha, que aqui está representada em todos seus trajes e adornos. Fonte: Foi com o novo império que o Egito atingiu o apogeu de seu poderio e de sua cultura. Os faraós reiniciaram as grandes construções, como os templos de Carnac e Luxor, dedicados ao deus Amon. Por volta de a.c., as pirâmides atingiram seu auge, porém logo tornaram-se obsoletas. Com o Novo Império, foram introduzidas formas ainda mais elaboradas de arquitetura mortuária, além de imponentes templos. Esta arquitetura é encontrada predominantemente em uma região chamada de Vale dos Reis, em Tebas (na margem ocidental do Nilo e não muito distante de Luxor). Os túmulos deste período muitas vezes eram estruturas elaboradas e subterrâneas, com profundidades de até 96m e extensão de 210m, disfarçadas para que se pudesse despistar os saqueadores de túmulos, que já era frequente nesta época opulenta do império egípcio. Os túneis e câmaras eram construídos como labirintos, levando a vários aposentos vazios. Mesmo com todo o esforço, a maior parte dos túmulos egípcios foram descobertos e saqueados ao longo da História, com a exceção do túmulo de Tutancâmon, que já mencionamos anteriormente. 31

33 Os monumentos egípcios mais importantes deste período são os templos construídos para a veneração popular dos deuses, durante o Novo Império (circa a.c.). Estes vastos templos, dedicados aos variados deuses, também trazem a característica maior dos egípcios: as grandes dimensões. Todos em pedra, as vastas salas destes edifícios monumentais são marcadas pela presença de pesadas colunas, com capitéis remetendo às flores locais. As colunas podem ser ter capitéis lotiformes (em forma de flor de lótus, aberta ou fechada), palmiformes (remetendo às palmeiras), ou papiriformes (em formato de flor de papiro). Fig. 25: Representação de dois tipos de colunas egípcias, a palmiforme e a lotiforme. Fonte: d4ymuro0i/aaaaaaaaaam/1twlkaz1v3 8/s320/palmiloti.jpg Fig. 26: Colunata em frente ao Templo de Isis. Aqui as colunas são em formato papiriforme aberta. Fonte: ColonnadeDevantPyloneTempleIsis.jpg Podemos destacar, entre eles, o Grande Templo de Amon (iniciado por 32

34 volta de 1530 a.c.), em Carnac e o Templo de Luxor (circa a.c.), em Tebas cidades separadas apenas por um canal. O único testemunho do maravilhoso passado de Luxor é o grande templo, com comprimento de 260 metros, iniciado por Amenófis II, ampliado por Thot-Mosis II, e terminado por Ramsés II. No caso do tempo de Carnac, é possível datar suas diferentes partes de épocas totalmente diferentes: a construção foi sendo transformada e completada por 1000 anos! Este templo é unido ao templo de Carnac por uma longa avenida, junto da qual se alinham esfinges com cabeças de carneiro, que a 30 a dinastia substituiu por esfinges de cabeça humana. Esta avenida ainda não se encontra totalmente descoberta, no entanto, prevê-se a reconstrução da réplica antiga de Carnac e Luxor. A entrada destes templos se dava por portões ou pilonos de entradas imponentes e até mesmo assustadores, que conduziam a salões de gigantescas colunas com diâmetro de 3,6 m, encimadas com capitéis em forma de flores (papiro ou nenúfar), ricamente pintadas e decoradas. No caso do Grande Templo de Amon, seu hipostilo é bastante imponente: são 134 colunas dispostas em 16 fileiras, e sobre elas pousa um teto de lajes a 24m de altura. A câmara tem medidas de 103 m x 52 m, iluminada pela luz do sol que penetra por um clerestório de blocos de pedras furados, colocados entre o topo das paredes e o teto. Como podemos ver no esquema abaixo, os templos eram murados e continham casas e armazéns para os sacerdotes, um lago sagrado, e dependências para os servos. 33

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