ENSINANDO MULHERES A FORTALECER A MUSCULATURA PERINEAL: ESTUDO DA EFETIVIDADE DO USO DE AUTOMONITORAMENTO NA PRÁTICA DE EXERCÍCIOS
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- Maria da Assunção Vilanova Caires
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1 ENSINANDO MULHERES A FORTALECER A MUSCULATURA PERINEAL: ESTUDO DA EFETIVIDADE DO USO DE AUTOMONITORAMENTO NA PRÁTICA DE EXERCÍCIOS Enf. Msc. ET Aline Fernanda Negri Enf. Dra. ET Gisele Regina de Azevedo *Submissão do projeto ao CEP, aprovado em reunião do Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde - PUC/SP em 09/10/12;
2 Introdução - Incontinênica Urinária de Esforço Queixa de perda aos esforços, tosse, espirro ou qualquer outro motivo de aumento da pressão intra abdominal. - Estudo Urodinâmico padrão ouro - Tratamento comportamental - Análise do comportamento O delineamento de sujeito único - um dos métodos utilizados pelas pesquisas comportamentais, onde o sujeito é seu próprio controle Abrams P. et al. Recommendations of the International Scientific Committee: evaluation and treatment of urinary incontinence, pelvic organ prolapse and faecal incontinence. Paris: Health Publications, p Miller JM, Ashton-Miller JA, DeLancey J. A pelvic muscle precontraction can reduce cough-related urine loss in selected women with mild SUI. J Am Geriatr Soc. 1998;46: Sampselle CM. Behavioral intervention: the first-line treatment for women with urinary incontinence. Curr Urol Rep. 2003;4: Skinner BF. Questões recentes da análise comportamental. Campinas: Papirus, Velasco SM, Mijares MG, Tomanari JY. Fundamentos Metodológicos da Pesquisa em Análise Experimental do Comportamento. Psicologia em Pesquisa UFJF 4(02) julho-dezembro de 2010.
3 Objetivos: Realizar avaliação clínica, física e urodinâmica de mulheres com IUE de grau 0, I e II; Analisar a mudança da força muscular obtida pelos sujeitos através de avaliação objetiva e pela escala de Oxford relacionando-a com o tipo de orientação recebida; Comparar os resultados obtidos individualmente; Avaliar a realização dos EFMSP durante o período de uso de automonitoramento e sem o automonitoramento.
4 Método Análise aplicada, sob o referencial teórico-metodológico da Análise do Comportamento. - Dissertação de mestrado - Coleta de dados foi realizada de agosto a novembro de Local: Ambulatório de Reeducação Vésico-intestinal do CHS - Foram incluída 4 mulheres com IUE de grau 0 a II (divididas em 2 grupos) - Amostra selecionada por conveniência - Submetida a um Programa de fortalecimento
5 Critérios de inclusão: mulheres com idade entre dezoito e sessenta anos, com diagnóstico de incontinência urinária de esforço (IUE) grau 0, I ou II (McGuire) com estudo urodinâmico prévio, com ou sem cirurgia prévia e com capacidade cognitiva preservada, que viviam de forma independente na comunidade (não institucionalizada), residentes do município do estudo, e disponibilidade para participar do estudo por pelo menos 1 ano. Critério de exclusão: presença de prolapso uterino de grau III e IV e comorbidades (tabagismo, ITU), diagnóstico de câncer de bexiga ou rins, tratamento prévio para IU com o uso de biofeedback, ou fazer uso de cateter urinário. Critério de descontinuidade do estudo: mulheres que não retornaram para as consultas de enfermagem semanais previamente agendadas.
6 Método Programa: Exercícios de Miller, Sampselle; Treino vesical; Reeducação vésico-intestinal; Mudanças de hábitos higiênico-dietéticos; Manobra Knack.
7 TREINAMENTO GRADATIVO DE FORÇA: PROGRAMA DE EXERCÍCIOS PARA MUSCULATURA PÉLVICA* Etapa 1: Iniciando a identificação muscular Metas: Contrações curtas e rápidas com o períneo, buscando puxá-lo para dentro e para cima. Use somente os músculos pélvicos. Evite contrair os músculos abdominais, da coxa ou das nádegas. Prescrição: 50 contrações curtas com intervalo de 1 minuto a cada 10 contrações. Fazer diariamente. Etapa 2: Iniciando o fortalecimento muscular Metas: Contrações fortes segurando na força máxima. Contrai, segura na força máxima por 2 segundos e relaxa. Quando estiver realizando sem dificuldade, aumentar o tempo de segurar na força máxima, gradativamente, até chegar a 10 segundos (de 2 em 2 segundos, mudando quando estiver sem dificuldade). Prescrição: 50 contrações sustentadas na força máxima, com intervalo de 1 minuto a cada 10 contrações. Fazer diariamente. Etapa 3: Avançando na identificação muscular Metas: Identificar níveis mais altos de contrações musculares. Contração executada progressivamente em três níveis, sendo curtas e rápidas. Contrai progressivamente no nível fraco, no nível médio e no nível forte. Relaxar. Prescrição: 50 contrações graduadas com intervalo de 1 minuto a cada 10 contrações. Fazer diariamente. Etapa 4: Iniciando o treino de força Metas: Iniciar o programa de contrações musculares. Contração executada progressivamente em três níveis, de forma pausada. Contrai no nível fraco, no nível médio e no nível forte, segurando por 3 segundos em cada nível. Relaxar. Prescrição: 50 contrações graduadas com intervalo de 1 minuto a cada 10 contrações. Fazer diariamente. Roteiro de Kasper, Sampselle,1994 tradução e adaptação livre pela orientadora Etapa 5: Avançando no treino de força Metas: Segurar cada contração no topo por 5 segundos, relaxar no nível médio e segurar no nível médio por 5 segundos. Concentração em alta intensidade e poder de força nas contrações. Prescrição: 50 contrações graduadas com intervalo de 1 minuto a cada 10 contrações. Fazer diariamente. Etapa 6: Manutenção Metas: Manutenção de exercícios para musculatura pélvica. Concentração na contração muscular ao tossir, espirrar, sorrir, assoar o nariz, até que isto se torne um hábito. Manter na força máxima por 10 segundos e relaxar, praticando com grande habilidade, contrações fortes. Prescrição: 50 contrações curtas com intervalo de 1 minuto a cada 10 contrações. Fazer diariamente. * Adaptado de MILLER, KASPER, SAMPSELLE, 1994.
8 ESVAZIAMENTO INGESTÃO EXERCÍCIOS Quinta-feira - dia Ocorrências (se quiser contar algo) 1ª. Série Exercícios 2ª. Série Exercícios 3ª. Série Exercícios 4ª. Série Exercícios 5ª. Série Exercícios Cafeína (medida em copos) Líquidos (medida em copos) Urinou (frequência) Número de contrações Posição em que está Número de contrações Posição em que está Número de contrações Posição em que está Número de contrações Posição em que está Número de contrações Posição em que está Manhã Tarde Manhã Tarde Noite Durante o dia Depois de deitar Impresso para registro de automonitoramento Evacuação Perdas + pouca ++ média +++ grande Presente Ausente
9 Método Avaliação Subjetiva Tônus dos elevadores (Sistema de Oxford): ( )Grau 0 sem contração ( )Grau 1 esboço de contração muscular não sustentada ( )Grau 2 contração de pequena intensidade, mas que se sustenta ( )Grau 3 Contração moderada, como um aumento de pressão intravaginal, que comprime os dedos com pequena elevação cranial da parede vaginal ( )Grau 4 contração satisfatória, que aperta os dedos do examinador com elevação da parede vaginal em direção à sínfise púbica ( )Grau 5 contração forte, compressão firme dos dedos do examinador com movimento positivo em direção à sínfise púbica B Ø K, Hagen RH, Kvarstein B, Jorgensen J, Larsen S, Burgio KL. Pelvic floor muscle exercise for the treatment of female stress urinary incontinence: III. Effects of two different degrees of pelvic floor muscle exercise. Neurourol Urodyn. 1990;9:
10 Eletrodos de superfície
11 Resultados Cliente LPS (P1) - Relatou que melhorou seus sintomas - aprendeu exercícios, a manobra Knack e a não adiar a micção. Automonitoramento Duração: 7 semanas (49 dias) Assiduidade: 86% Cumpriu PFMSP por 45 dias (92%) Episódios de IU: 1% Avaliação subjetiva: 60% escore 4 e 40% escore 3 Avaliação objetiva: 16,80µV Sem automonitoramento Duração: 7 semanas (49 dias) Assiduidade: 71% Cumpriu PFMSP por 42 dias (86%) Episódios de IU: 10% Avaliação subjetiva: 67% escore 4 e 33% escore 3 Avaliação objetiva: 50,40µV
12 Cliente RMC (P2) - Obteve melhoras em todas as avaliações e sintomas, mesmo na hiperatividade detrusora que não foi tratada com medicação, apesar do histórico neurológico e intestinal. Automonitoramento Duração: 6 semanas (42 dias) Assiduidade: 100% Cumpriu PFMSP por 34 dias (81%) Episódios de IU: 12% Avaliação subjetiva: 50% escore 3 e 50% escore 4 Avaliação objetiva: 4,25µV Sem automonitoramento Duração: 6 semanas (42 dias) Assiduidade: 83% Cumpriu PFMSP por 31 dias (74%) Episódios de IU: zero Avaliação subjetiva: 100% escore 4 Avaliação objetiva: 126,40µV
13 Cliente MJFS (P3): - Relatou segurança durante os deslocamentos em transporte público, não utilizar forro de proteção na roupa íntima, retornar a práticas sociais que havia esquecido. Sem automonitoramento Duração: 6 semanas (39 dias) Assiduidade: 50% Cumpriu PFMSP por 26 dias (93%) Episódios de IU: 5% Avaliação subjetiva: 100% escore 3 Avaliação objetiva: 85,85µV Automonitoramento Duração: 2 semanas e 3 dias (17 dias) Assiduidade: 100% Cumpriu PFMSP por 14 dias (100%) Episódios de IU: 65% Avaliação subjetiva: 67% escore 4 e 33% escore 3 Avaliação objetiva: 13,95µV
14 Cliente APSS (P4): - Relatou desistência do tratamento cirúrgico Sem automonitoramento Duração: 4 semanas (28 dias) Assiduidade: 90% Cumpriu PFMSP por 26 dias (93%) Episódios de IU: zero Avaliação subjetiva: 100% escore 2 Avaliação objetiva: 4,05µV Automonitoramento Duração: 2 semanas (14 dias) Assiduidade: 100% Cumpriu PFMSP por 14 dias (100%) Episódios de IU: 14% Avaliação subjetiva: 50% escore 2 e 50% escore 3 Avaliação objetiva: 12,30µV
15 Conclusão Houve melhora na força muscular e nos sintomas com a Terapia Comportamental; O registro manual pode fazer a diferença entre diferentes clientes: - Trabalho diário - Reforçador positivo - Garantia particular Necessidade de reversão do procedimento de automonitoramento. A análise do comportamento nos traz próximo à realidade.
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