Resumo de Direito Processual Civil

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1 Resumo de Direito Processual Civil

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3 Guilherme Strenger Graduado, Pós-Graduado, Mestre e Doutorando em Processo Civil pela PUC/SP. Atua desde 1998 nas áreas de família, empresarial e contencioso civil. Exerce a função de Professor de Direito Processual Civil no Curso de Graduação da FMU. Exerce a função de Professor da cadeira de Direito Processual Civil no Curso Preparatório FMB Exame de Ordem e Concursos Públicos. Exerce a função de Professor de Direito Processual Civil nos Cursos de Pós-Graduação Lato Sensu na Escola Paulista de Direito (EPD). Resumo de Direito Processual Civil

4 R EDITORA LTDA. Todos os direitos reservados Rua Jaguaribe, 571 CEP São Paulo, SP Brasil Fone: (11) Produção Gráfica e Editoração Eletrônica: Peter Fritz Strotbek Projeto de Capa: Fabio Giglio Impressão: PSP Outubro, 2013 Versão impressa - LTr ISBN Versão digital - LTr ISBN Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Strenger, Guilherme Resumo de direito processual civil / Guilherme Strenger. 1. ed. São Paulo : LTr, Bibliografia. 1. Direito processual civil 2. Direito processual civil Brasil 3. Resumos I. Título Índice para catálogo sistemático: CDU-347.9(81) 1. Brasil : Direito processual civil 347.9(81)

5 Dedicatória Ao meu pai, Guilherme Gonçalves Strenger, desembargador irretocável, exemplo para a magistratura e fundamentalmente um ser humano de muito valor. Agradeço ao Dr. Wellington Alvim pelo auxílio no trabalho desenvolvido.

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7 Sumário Capítulo I Do Processo de Conhecimento Da Jurisdição (Arts. 1 o e 2 o ) Conceito Espécies Princípios Divisão da Jurisdição Ação (Arts. 3 o ao 6 o ) Conceito Elementos da Ação Condições da Ação Espécies de Ação Princípios Processuais Capítulo II Das Partes e dos Procuradores Capacidade Processual (Arts. 7 o ao 13 do CPC) Conceito Representação Processual Deveres das Partes e de seus Procuradores Partes Procuradores Substituição das Partes e dos Procuradores (Arts. 41 a 45) Litisconsórcio (Arts. 46 a 55) Intervenção de Terceiros (Arts. 50 e ss.) Conceito Espécies Assistência Oposição Nomeação à Autoria Denunciação da Lide Chamamento ao Processo Recurso de Terceiro Prejudicado Do Ministério Público (Arts. 81 a 85 do CPC e art. 129 da CF)

8 1.8. Do Juiz (Arts. 125 a 138) Impedimento e Suspeição (Art. 134) Auxiliares da Justiça (Arts. 139 e ss.) Capítulo III Competência (Arts. 86 e ss.) Conceito Classificação da Competência Competência Internacional Espécies Competência Interna Critérios Determinativos Competência Absoluta e Relativa Absoluta Relativa Conexão, Continência e Prevenção Conexão Continência Prevenção Conflito de Competência Critério Prático para Determinação da Competência Capítulo IV Dos Atos Processuais Forma dos Atos Processuais Atos em Geral Atos das Partes Atos do Juiz Demandas Repetitivas Retratação ou apelação Decisão em Conformidade com Sú,ula do STJ ou STF Atos dos Escrivães e Chefes de Secretaria Tempo e Lugar dos Atos Processuais Tempo Lugar Dos Prazos Processuais Conceito de Prazo Prazo em Geral Espécies

9 3.4. Características Suspensão e Interrupção Preclusão Temporal Contagem Prazos Especiais Tabela de Prazos Comunicações dos Atos Modalidades Cartas (Arts. 202 a 212) Precatória De Ordem Rogatória Citação Modalidades de Citação (Arts. 213 e ss.) Real Ficta (ou Tácita) Intimação Nulidades Outros Atos Processuais Capítulo V Da Formação, da Suspensão e da Extinção do Processo Formação do Processo Conceito Suspensão do Processo Conceito Extinção do Processo Conceito Sem Resolução de Mérito Com Resolução de Mérito Capítulo VI Do Processo e do Procedimento Disposições Gerais Distinção Espécies Capítulo VII Dos Recursos (Arts. 496 e ss. do CPC) Teoria Geral dos Recursos Conceito

10 2. Princípios Pressupostos Recursais Pressupostos Subjetivos Pressupostos Objetivos Juízo de Admissibilidade Efeitos dos Recursos Efeito Devolutivo Efeito Suspensivo Correção Parcial Recurso Adesivo Recursos em Espécie Recurso de Apelação (Arts. 513 a 521 do CPC) Procedimento Efeitos da Apelação Conteúdo Processamento em Primeiro Grau Processamento em Segundo Grau Correção de Nulidade Sanável. Tribunal Súmula Impeditiva de Recurso Agravo (Arts. 522 a 529 do CPC) Espécies Juízo de Admissibilidade do Relator Custas Peças Obrigatórias (Art. 525) Peças Facultativas Embargos de Declaração (Arts. 535 a 538) Embargos Infringentes (Arts. 530 a 534) Recurso Ordinário Constitucional (Arts. 539 e 540) Recurso Especial (Arts. 541 a 546) Recurso Extraordinário (Arts. 541 a 546) Embargos Divergentes (Art. 496, VIII) Capítulo VIII Processo de Execução Introdução Conceito de Sentença Liquidação da Sentença Liquidação para Cálculo Liquidação por Arbitramento Liquidação por Artigos

11 4. Cumprimento de Sentença Das Sentenças Condenatórias e Mandamentais Dos Títulos Executivos Judiciais Da Impugnação e seus Efeitos Do Rito Dos Efeitos do Recebimento da Impugnação Da Natureza Jurídica do Ato que Decide a Impugnação e dos Recursos Cabíveis Dos Efeitos Preclusivos da Decisão que Resolve a Impugnação Da Subsistência da Objeção e da Exceção de Executividade Dos Honorários Advocatícios Dos Embargos à Execução de Título Extrajudicial Execução de Título Judicial em Face da Fazenda Pública Capítulo IX Do Processo Cautelar (Arts. 796 a 889) Noções Gerais Classificação das Medidas Cautelares Condições da Ação Pressupostos de Procedência Poder Geral de Cautela (Arts. 798 e 799) Competência (Art. 800 do CPC) Liminar Eficácia da Decisão (Art. 806) Espécies de Cautelares Cautelar de Arresto (Arts. 813 a 820) Cautelar de Sequestro (Arts. 822 a 825) Cautelar de Busca e Apreensão (Arts. 839 e ss.) Cautelar de Exibição (Arts. 844 e ss.) Produção Antecipada de Provas (Art. 846 do CPC) Cautelar de Alimentos Provisionais (Art. 852) Cautelar de Arrolamento de Bens (Art. 855) Capítulo X Do Processo nos Tribunais Da Ação Rescisória (Arts. 485 e ss.) Capítulo XI Dos Procedimentos Especiais de Jurisdição Contenciosa (Art. 890) Ação de Anulação e Substituição de Títulos ao Portador (Arts. 907 e ss.) Ação de Prestação de Contas (Arts. 914 e ss.)

12 3. Ações Possessórias Reintegração de Posse Manutenção de Posse Interdito Proibitório Liminar Ação de Nunciação de Obra Nova (Arts. 934 e ss.) Ação de Consignação em Pagamento (Arts. 890 e ss.) Ação de Depósito (Arts. 901 e ss.) Embargos de Terceiro (Art ) Ação Monitória (Art A) Inventário Separação Consensual

13 Capítulo I Do Processo de Conhecimento 1. Da Jurisdição (Arts. 1 o e 2 o ) 1.1. Conceito É uma das funções do Estado, onde este se substitui aos titulares dos interesses em conflito para buscar a pacificação destes, de forma justa Espécie Na atividade jurisdicional civil, segundo a doutrina clássica, jurisdição é gênero, desdobrando-se nas espécies de jurisdição contenciosa e jurisdição voluntária, quais sejam: Jurisdição Contenciosa (ou propriamente dita): espécie de jurisdição em que há conflito de interesse, tendo por fim a solução de lides. Pode-se afirmar que é um conflito de interesses qualificado por uma pretensão resistida. Exemplo: Separação Litigiosa; Jurisdição Voluntária: não se trata de conflitos. A finalidade é tão somente homologar atos ou negócios jurídicos à luz do direito. Exemplo: Separação Consensual Princípios No desempenho da atividade jurisdicional devem ser observados os seguintes princípios: Inércia: o processo se desenvolve por impulso oficial, mas se origina por iniciativa das partes ou dos interessados. A ação provoca a jurisdição, a qual é exercida por meio do processo; Aderência: juízes e tribunais exercem a atividade jurisdicional apenas no âmbito do território nacional. Investidura: a jurisdição será exercida por quem tenha sido regularmente investido na qualidade de juiz; Indelegabilidade: é vedada a delegação de atribuição; Motivação da decisão judicial: todas as decisões devem ser fundamentadas, assegurando às partes a prerrogativa de compreender seu sentido, possibilitando a interposição do recurso correspondente; 13

14 Inafastabilidade: a lei não pode excluir, da apreciação do Poder Judiciário, nenhuma lesão ou ameaça a direito Divisão da Jurisdição Inicialmente, cumpre esclarecer que a rigor não há divisão na jurisdição, pois não há pluralidade de soberania, sendo a jurisdição una e indivisível. A divisão será meramente para eficiência e especialização da prestação jurisdicional: Jurisdição Especial ou Comum e Jurisdição Penal e Civil. 2. Ação (Arts. 3 o ao 6 o ) 2.1. Conceito É o direito do jurisdicionado de buscar a intervenção do Estado-juiz, para que seja solucionado o conflito de interesses no caso concreto Elementos da Ação Os elementos essenciais a toda ação são: Partes: quem pede (autor/sujeito ativo) e contra quem se pede (réu/sujeito passivo) provimento jurisdicional. Com base no art. 8 o, caput, da Lei n /1995, nos JECs não podem ser partes: o incapaz, o preso, as pessoas jurídicas de direito público, as empresas públicas, a massa falida e o insolvente civil; Pedido: imediato (tutela desejada, ex.: condenatória) e mediato (o bem da vida que se pretende obter). Deve ser certo e determinado; Causa de pedir (ou razões): fatos e fundamentos jurídicos da demanda. A causa de pedir subdivide-se em: Remota: consistente nos fundamentos de fato do pedido; Próxima: consistente nos fundamentos de direito do pedido (qualificação jurídica dos fatos) Condições da Ação O exercício do direito de ação está sujeito à presença conjunta das seguintes condições: Legitimidade: relacionado às partes, refere-se à faculdade de demandar (legitimidade ativa) e de ser demandado (legitimidade passiva). Subdivide-se em: Legitimação Ordinária: quando a pessoa vai a juízo defender direito próprio; Legitimação Extraordinária ou Substituição Processual: quando a pessoa vai a juízo defender direito alheio. Somente será possível nas situações autorizadas em lei; 14

15 Possibilidade jurídica do pedido: relaciona-se ao objeto da ação. Traduz-se em pedir o que a lei expressamente permite; Exemplo de impossibilidade jurídica do pedido: cobrança de dívida de jogo proibido; Interesse de agir: relacionado à causa de pedir. Verifica-se através do binômio necessidade de acessar o Judiciário para satisfazer uma pretensão e adequação do pedido (via correta) Espécies de Ação A ação pode ser: De conhecimento (ou de cognição): visa à prolação de uma sentença que reconheça um direito, podendo ser: Declaratória: declara existência ou inexistência de relação jurídica; Condenatória: imposição de sanção; Constitutiva: modificação, criação ou extinção de relação jurídica; Mandamental: mandado do juiz para que faça ou deixe de fazer algo, ou, ainda, entregue alguma coisa; Cautelar: visa à prolação de uma sentença que resguarde provisoriamente eventual direito, pendente de discussão em ação de conhecimento ou de execução; De Execução: visa à satisfação de um direito consubstanciado em um título executivo Princípios Processuais Imparcialidade do juiz: garantia de um julgamento prolatado por juiz isento e equidistante das partes; Devido processo legal: o processo deve ser formado e finalizado de acordo com a previsão legal. O magistrado não pode agir em desconformidade com o texto de lei; Igualdade ou isonomia: cinge-se na tutela de que todos sejam tratados de maneira igualitária, para que o provimento seja justo e imparcial; Contraditório: técnica processual e procedimental que impõe a bilateralidade do processo, isto é, todos os atos do processo devem ser praticados de maneira que a parte contrária possa dele participar; Ampla defesa: consiste na possibilidade de as partes fazerem uso de todos os meios e recursos colocados à disposição pelo ordenamento jurídico para defesa de seus direitos; 15

16 Livre convencimento do juiz: o juiz tem o poder de formar livremente sua convicção quanto à verdade dos fatos constantes dos autos; Publicidade: todos os julgamentos/decisões dos órgãos do Poder Judiciário deverão ser públicos, sob pena de nulidade, pois esse princípio traz a garantia ao povo de uma justiça justa, que nada tem a esconder; por outro lado, é também garantia para a própria magistratura diante do povo, pois, agindo publicamente, permite a verificação de seus atos; Duplo grau de jurisdição: visa a assegurar ao litigante vencido, total ou parcialmente, o direito de submeter a matéria decidida a uma nova apreciação jurisdicional, no mesmo processo, desde que atendidos determinados pressupostos específicos e previstos em lei. 16