Boletim de Pesquisa 63 e Desenvolvimento

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1 Boletim de Pesquisa 63 e Desenvolvimento ISSN ISSN Julho, 2006 Omaio2000 Desempenho de Variedades e Híbridos de Milho no Meio-Norte Brasileiro: Safra

2 ISSN Julho, 2006 Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária Centro de Pesquisa Agropecuária do Meio-Norte Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento Boletim de Pesquisa e Desenvolvimento 63 Desempenho de Variedades e Híbridos de Milho no Meio-Norte Brasileiro: Safra 2004/2005 Milton José Cardoso Hélio Wilson Lemos de Carvalho Cleso Antônio Pato Pacheco Antônio Patto Pacheco Paulo Evaristo Oliveira Guimarães Elto Eugênio Gomes e Gama Agna Rita Santos Rodrigues Evanildes Menezes de Souza Sandra Santos Ribeiro Vanice Dias de Oliveira Karen Freitas Rodrigues José Francisco de Carvalho Teresina, PI 2006 boletim 63.p65 1

3 Exemplares desta publicação podem ser adquiridos na: Embrapa Meio-Norte Av. Duque de Caxias, 5.650, Bairro Buenos Aires Caixa Postal 01 CEP Teresina, PI Fone: (86) Fax: (86) Home page: (sac): Comitê de Publicações Presidente: Milton José Cardoso Membros: Alitiene Moura Lemos Pereira, Ângela Pucknik Legat, Humberto Umbelino de Sousa, Eugênio Celso Emérito Araújo, Cláudia Sponholz Belmino, José Almeida Pereira e Rosa Maria Cardoso Mota de Alcântara Supervisor editorial: Lígia Maria Rolim Bandeira Revisor de texto: Lígia Maria Rolim Bandeira Normalização bibliográfica: Orlane da Silva Maia Editoração eletrônica: Erlândio Santos de Resende Foto da capa: Milton José Cardoso 1 a edição 1 a impressão (2006): 300 exemplares Todos os direitos reservados. A reprodução não-autorizada desta publicação, no todo ou em parte, constitui violação dos direitos autorais (Lei no 9.610). Dados internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) Embrapa Meio-Norte Desempenho de variedades e híbridos de milho no Meio-Norte brasileiro: safra / Milton José Cardoso... [et al.]. - Teresina : Embrapa Meio-Norte, p. ; 21 cm. - (Boletim de Pesquisa e Desenvolvimento / Embrapa Meio-Norte, ISSN ; 63). 1. Milho. 2. Variedade. 3. Híbrido. 4. Aclimatação. I. Cardoso, Milton José. II. Embrapa Meio-Norte. III. Série. CDD (21. ed.) Embrapa 2006 boletim 63.p65 2

4 Sumário Resumo... 5 Abstract... 6 Introdução... 7 Material e Métodos... 8 Resultados e Discussão Conclusões Referências Bibliográficas boletim 63.p65 3

5 Desempenho de Variedades e Híbridos de Milho no Meio-Norte Brasileiro: Safra 2004/2005 Milton José Cardoso 1 Hélio Wilson Lemos de Carvalho 2 Sandra Santos Ribeiro 3 Evanildes Menezes de Souza 3 Cleso Antonio Patto Pacheco 3 Vanice Dias de Oliveira 4 Agna Rita Santos Rodrigues 4 Karen Freitas Rodrigues 4 Resumo Trinta e seis cultivares de milho (vinte e cinco variedades e onze híbridos) foram submetidas a 10 ambientes do Meio-Norte do Brasil, na safra 2004/ 2005, visando conhecer a performance desses materiais, para fins de recomendação. Utilizou-se o delineamento experimental em blocos ao acaso, com três repetições. A análise de variância conjunta mostrou diferenças significativas entre as cultivares e a existência de diferenças genéticas entre as cultivares quanto às respostas às variações ambientais, para os caracteres alturas de planta e de espigas, estande de colheita, número de espigas colhidas e peso de grãos. A produtividade média de grãos mostra que a região tem condições ambientais favoráveis ao desenvolvimento do cultivo de milho, especialmente nas áreas de cerrados do sul e leste do Maranhão e do sudoeste do Piauí, onde as condições de clima, solo e topografia possibilitam o emprego de tecnologias modernas para a produção de grãos em sequeiro. A maioria dos híbridos e variedades mostra adaptabilidade ampla e estabilidade de produção nos ambientes considerados. Palavras-chave: Zea mays, adaptabilidade, estabilidade, interação cultivares x ambiente 1 Engenheiro Agrônomo, D.Sc., Embrapa Meio-Norte, Caixa Postal 01, CEP , Teresina, PI. milton@cpamn.embrapa.br 2 Engenheiro Agrônomo, M.Sc., Embrapa Tabulerios Costeiros, Caixa Postal 44, CEP , Aracaju,SE. elio@cpatc.embrapa.br 3 Estagiária Embrapa Tabuleiros Costeiros 4 Bolsista DTI-G/CNPq/Embrapa Tabuleiros Costeiros boletim 63.p65 5

6 Corn Varieties and Hybrid Performance in the Brazilian Middle-North: Agricultural year 2004/2005 Abstract Thirty six corn cultivars (twenty-five varieties and eleven hybrid) were evalued in ten environments of the Brazil Middle-North, in the agricultural year 2004/2005, in order to select cultivars with high productivity potencial for recommendation. It was used the random blocks design replications in each environment. The combined analysis of variance detected significant effects for cultivar and the existence of genetic differences among cultivate as for the answers to the environmental variations, for the characters corn plant heights and of ears, plant number, ears number and grains weight. The grains yield display that the area has favorable environmental conditions to the development of the corn cultivation, especially, in the areas of savannahs of the South and East of Maranhão and of the Southwest of Piauí, where the climate conditions, soil and topography make possible the job of modern technologies for the grains production in dry condicion. Hybrid and varieties show wide adaptability and production stability in the considered environments. Index terms: Zea mays, adaptability, stability, interaction cultivar x environment boletim 63.p65 6

7 Desempenho de Variedades e Híbridos de Milho no Meio-Norte Brasileiro: Safra 2004/ Introdução A cultura do milho vem se expandindo nos cerrados do Meio-Norte do Brasil localizados no sul e leste do Maranhão e no sudoeste do Piauí. Essas áreas são propícias ao desenvolvimento desse cultivo, por apresentarem condição de solo e clima privilegiados para a produção de grão em sequeiro, além de mostrarem topografia que possibilita a instalação de uma agricultura mecanizada e emprego de alta tecnologia na produção de grão.o milho é cultivado também em outras áreas dessa ampla região e os plantadores, em sua maioria, são pequenos e médios produtores, que se caracterizam pela pouca disponibilidade de terra e de recursos para investimentos na produção. Após a realização de trabalho de competição de cultivares, realizados em diversos anos e locais dessa região, híbridos e variedades têm demonstrado possuir boa adaptabilidade e estabilidade de produção, consubstanciando-se em alternativas importantes para a agricultura regional (Cardoso et al. 2003, 2004 e 2005). Anualmente, diversas instituições públicas e privadas têm desenvolvido e disponibilizados híbridos e variedades de milho que associam boa adaptação a atributos agronômicos desejáveis. Todavia, segundo Ribeiro et al. (2000), um dos grandes problemas que surge é a inconsistência no comportamento desses materiais, frente às variações ambientais, expressa pela interação genótipos e ambientes. Essa interação assume papel fundamental no processo de recomendação de cultivares, havendo necessidade de atenuar seus efeitos, através da identificação de materiais com maior estabilidade fenotípica (Ramalho et al., 1993). Considerando esses aspectos, este trabalho visou conhecer a performance de cultivares de milho, quando submetidas a diferentes condições ambientais do Meio-Norte brasileiro para fins de recomendação. Material e Métodos Os ensaios foram executados em quatro ambientes do Maranhão e em cinco ambientes do Piauí, na safra de 2004/2005. Na Tabela 1, estão as médias pluviométricas (mm) registradas no decorrer do período boletim 63.p65 7

8 8 Desempenho de Variedades e Híbridos de Milho no Meio-Norte Brasileiro: Safra 2004/2005 experimental, com uma variação de 752 mm, em Uruçuí, PI, a 1012 mm, em São Raimundo das Mangabeiras, MA. Na Tabela 2, constam as coordenadas geográficas de cada município, as quais estão compreendidos entre os paralelos 03º11 S, em Bom Princípio, PI e 8º24 S, em Nova Santa Rosa, PI, englobando diferentes condições ambientais (Silva et al., 1993). Trinta e seis cultivares foram avaliadas, sendo vinte e cinco variedades e onze híbridos, utilizando-se o delineamento experimental em blocos ao acaso e três repetições. Cada parcela constou de quatro fileiras de 5,0 m de comprimento espaçados de 0,80 m e 0,25 m entre covas, dentro das fileiras. Foram colocadas três sementes por cova, deixando-se uma planta por cova após o desbaste. Foram colhidas as duas fileiras centrais de forma integral, correspondendo a uma área útil de 8,0 m 2. As adubações realizadas nesses ensaios obedeceram aos resultados das análises de solo de cada área experimental. Os seguintes caracteres foram observados: florescimento masculino e feminino, alturas de plantas e de inserção da primeira espiga, estande de colheita, número de espigas colhidas e peso de grãos. Os dados de florescimento foram anotados quando 50 % das plantas das duas fileiras centrais emitiram os pendões (floração masculina) e os estilo-estígmas (floração feminina). A altura da planta foi medida do solo até a base da folha bandeira e a altura de inserção da primeira espiga foi tomada do solo até a base da espiga superior. Os pesos de grãos de cada tratamento foram ajustados para o nível de 14 % de umidade. Todos esses dados, à exceção do florescimento, foram submetidos à análise de variância por local, obedecendo ao modelo em blocos ao acaso e a uma análise de variância conjunta obedecendo ao critério de homogeneidade dos quadrados médios residuais, considerando-se aleatórios os efeitos de blocos e ambientes e fixo o efeito de cultivares. Essas análises foram realizadas utilizando-se o Statistical Analysis System (SAS.INSTITUTE, 1996) para os dados balanceados (PROC/ANOVA). O seguinte modelo foi utilizado : Y ijk = m + C i + A j + CA ij + B/A k(j) + e ijk, em que : boletim 63.p65 8

9 Desempenho de Variedades e Híbridos de Milho no Meio-Norte Brasileiro: Safra 2004/ µ : média geral; C i : efeito da cultivar i; A j : efeitos do ambientes i; CA ij : efeito da interação da cultivar i com o local j; B/A k(j) : efeito do bloco k dentro do ambiente j; e ijk : erro aleatório. Os parâmetros de adaptabilidade e estabilidade foram estimados pelo método de Cruz et al., (1989), o qual baseia-se na análise de regressão bissegmentada, tendo como parâmetros de adaptabilidade a média (b 0 ), a resposta linear aos ambientes desfavoráveis (b 1 ) e aos ambientes favoráveis (b 1 +b 2 ). Foi utilizado o seguinte modelo: Y ij = b oi + b 1i I J + b 2i T(I j ) + s ij + e ij onde Y ij : média da cultivar i no ambiente j; I j : índice ambiental; T (I j )=0 se I J <0; T (I J )= I j - I + se I j >0, sendo I + a média dos índices I j positivos; b 0i : média geral da cultivar i; b 1i : coeficiente de regressão linear associado a variável I j ; b 2i : coeficiente de regressão linear associado à variável T (I j ); s ji : desvio da regressão linear; e ij : erro médio experimental. Tabela 1. Coordenadas geográficas dos municípios. Região Meio-Norte do Brasil. Municípios Latitude (S) Longitude (W) Altitude (m) Paraibano/MA 6º 18 43º Colinas/MA 6º 01 44º Anapurus/MA 3º44 43º São Raimundo das Mangabeiras/MA 7º22 45º Teresina/PI 5º05 42º49 72 Baixa Grande do Ribeiro/PI 7º32 45º Nova Santa Rosa/PI 8 o o Uruçuí/PI 7 o o Bom Princípio/PI 3º11 41º37 70 Fonte: IBGE (2005) boletim 63.p65 9

10 10 Desempenho de Variedades e Híbridos de Milho no Meio-Norte Brasileiro: Safra 2004/2005 Tabela 2. Índices pluviométricos (mm) registrados no decorrer do período experimental. Região Meio-Norte do Brasil, 2004/2005. Ambiente Dez. Jan. Fev. Mar. Abr. Total Paraibano/MA 233* Colinas/MA 180* Anapurus/MA 95* S. R. Mangabeira/MA 176* Baixa G. do Ribeiro/PI 164* Nova S. Rosa/PI 130* Teresina/PI 284* Uruçuí/PI 147* Bom Princípio/PI 92* Fonte: Pluviômetros instalados próximos as áreas experimentais. *Mês de plantio. Resultados e Discussão O uso de cultivares superprecoces e precoces propícia redução de perda de safras, em áreas de domínio do Semi-Árido, onde os períodos chuvosos são curtos e irregulares. Variedades superprecoces a exemplo das CMS 47, Caatingueiro e Cruzeta (Tabela 3) tem importância expressiva na garantia de safras nessa região. boletim 63.p65 10

11 Desempenho de Variedades e Híbridos de Milho no Meio-Norte Brasileiro: Safra 2004/ Tabela 3. Florescimentos (dias) masculino e feminino observados em ensaios realizados nos Estados do Maranhão e Piauí. Cultivares (1) Maranhão Piauí S. Raimundo das Anapurus Teresina Baixa Grande Mangabeiras (masculino) (masculino) do Ribeiro (feminino) (feminino) Sertanejo São Francisco Asa Branca Caatingueiro Cruzeta CPATC CPATC SHS UFVM AL Bianco AL Ipiranga AL Piratininga AL Manduri AL Bandeirante S Elite Flint Bozm Amarillo BRS Sintético 5x Sintético BRS 2223 H BRS 1030 H BRS 2020 H BRS 3150 H BRS 2110 H BRS 3003 H BRS 1010 H BRS 2114 H PL 6880 H AS 3466 H BRS 1001 H São Vicente CMS BR Potiguar AL Cativerde (1) As cultivares cujos nomes são seguidos da letra H são híbridos e as demais são variedades. boletim 63.p65 11

12 12 Desempenho de Variedades e Híbridos de Milho no Meio-Norte Brasileiro: Safra 2004/2005 Constataram-se (Tabela 4) diferenças significativas (p<0,01) quanto aos efeitos de cultivares, ambientes e interação cultivar x ambiente, evidenciando comportamento diferenciado das cultivares avaliadas e inconsistência no desempenho dessas ante as variações ambientais, no tocante às alturas de planta e de espigas e estande de colheita. As alturas médias de plantas e de espigas foram respectivamente de 202 cm e 99 cm, destacando-se com menores portes de plantas as variedades CMS 47, Caatingueiro, Sintético Elite Flint e os híbridos BRS 1001 e AS 3466 e BRS 1030, dentre outros. Variação semelhante foi observada para a altura de espigas. Menor altura de planta possibilita o uso de um maior número de plantas por unidade de área. O estande médio de colheita foi de 38 plantas por parcela, correspondendo a uma população de plantas ha -1, verificando-se uma redução de plantas ha -1, em relação ao estande proposto ( plantas ha -1 ). boletim 63.p65 12

13 Desempenho de Variedades e Híbridos de Milho no Meio-Norte Brasileiro: Safra 2004/ Tabela 4. Médias e resumo das análises de variância conjuntas dos caracteres avaliados. Região Meio-Norte do Brasil, safra 2004/2005. Cultivar (1) Altura Altura Estande planta (cm) espiga (cm) Colheita PL 6880 H 216 a 113 a 37 b Cruzeta 214 a 109 a 37 b BRS a 109 a 37 c BRS 3150 H 212 a 96 c 38 a AL Piratininga 212 a 110 a 37 c BRS 2110 H 209 a 101 b 37 b CPATC b 104 b 37 b AL Bianco 208 b 102 b 38 b Bozm Amarillo 207 b 102 b 37 b AL Ipiranga 205 b 97 c 37 b São Vicente 205 b 96 c 36 d SHS 3031 H 204 b 99 c 38 b AL Manduri 204 b 99 c 37 c Cativerde b 98 c 36 d BRS 2114 H 204 b 100 b 37 b CPATC b 99 c 37 c AL Bandeirante 204 b 94 d 37 c BRS 1001 H 204 b 101 b 38 a BRS b 101 b 37 c UFVM b 105 b 37 b Asa Branca 203 b 99 c 37 b BRS 2020 H 202 b 99 c 38 b Potiguar 202 b 94 d 36 d AL b 97 c 37 c Sertanejo 202 b 100 b 37 c São Francisco 199 c 103 b 37 c BRS 2223 H 198 c 97 c 38 b Sintético 5X 197 c 92 d 37 b BRS 1030 H 197 c 96 c 37 b BRS 3003 H 196 c 97 c 39 a AS 3466 H 196 c 97 c 37 b Sintético c 100 b 37 b BRS 1010 H 194 c 93 d 38 a Sint. Elit Flint 193 c 95 c 37 c Caatingueiro 193 c 90 d 37 b CMS d 78 e 36 d Média C.V (%) F (Cultivares) 8,7** 8,4** 5,6** F (Ambientes) 269,2** 443,8** 97,5** F (C x A) 2,5** 2,1** 1,3** (1) As cultivares cujos nomes são seguidos da letra H são híbridos e as demais são variedades. **Significativo a 1% de probabilidade, respectivamente, pelo teste F. As médias seguidas pela mesma letra não diferem entre si pelo ao nível de 5% de probabilidde pelo teste de Scott-Knott. boletim 63.p65 13

14 14 Desempenho de Variedades e Híbridos de Milho no Meio-Norte Brasileiro: Safra 2004/2005 No que se refere a produtividade de grãos (Tabela 5), ficaram evidenciadas diferenças significativas (p<0,01) entre as cultivares avaliadas. Nesses ensaios, os coeficientes de variação obtidos oscilaram entre 5 % e 13 %, conferindo boa precisão aos ensaios (Scapim et al., 1995). As produtividades médias de grãos, em nível de ensaios, oscilaram de kg ha -1, em Colinas, MA, a kg ha -1, em Baixa Grande do Ribeiro, PI, expressando a potencialidade dessas áreas para a produtividade de grão. Tabela 5. Resumo das análises de variância para a produtividade de grãos (kg ha -1 ), em nível de ambientes. Região Meio-Norte do Brasil, safra 2004/ Ambientes Quadrados Médios Produtividade CV Cultivares Resíduos média (%) Uruçuí/PI ,9** , Nova Santa Rosa/PI ,7** , Bom Principio /PI ,4** , Baixa Grande do Ribeiro ,4** , Teresina/PI ,9** , Paraibano/MA ,6** , Santa Rosa Mangabeiras/MA ,2** , Colinas/MA ,6** , Anapurus/MA ,4** , **Significativo a 1% de probabilidade pelo teste F. Em razão da significância da interação cultivar x ambiente, foram verificadas as respostas de cada uma das cultivares nos ambientes estudados, pelo método de Cruz et al. (1989), o qual se baseia na análise de regressão bissegmentada, tendo como parâmetros de adaptabilidade a média (b 0 ), a resposta linear aos ambientes desfavoráveis (b 1 ) e aos ambientes favoráveis (b 1 + b 2 ). Os parâmetros de adaptabilidade e estabilidade estão na Tabela 6, verifica-se que a produtividade média (b 0 ) de cada cultivar oscilou de kg ha -1 a kg ha -1, destacando-se com melhor adaptação os materiais com produtividades médias de grãos acima da média geral(b 0 >média geral), (Vencovsky & Barriga, 1992). Os híbridos mostraram superioridade, nas boletim 63.p65 14

15 Desempenho de Variedades e Híbridos de Milho no Meio-Norte Brasileiro: Safra 2004/ suas produtividades médias, de 21% em relação às variedades, concordando com os resultados relatados por Carvalho et al., (2002) e Souza et al., (2004). As estimativas dos coeficientes de regressão (b 1 ) que avaliam o desempenho dos materiais nos ambientes desfavoráveis variaram de 1,06 a 2,49, respectivamente, na variedade CMS 47 e no híbrido BRS 1001, sendo ambos estatisticamente diferentes da unidade. Considerando as 19 cultivares que expressaram melhor adaptação (b 0 >média geral), seis apresentaram estimativas de b 1 significativamente diferentes da unidade, e 13 apresentaram estimativas de b 1 não significativas (b 1 =1), o que evidencia comportamento diferenciado dessas cultivares em ambientes desfavoráveis. Os híbridos BRS 1001, BRS 3150, BRS 3003, BRS 2120, BRS 2020, PL 6880 e a variedade SHS 3031 responderam à melhoria ambiental (b 1 + b 2 >1). A maioria dos genótipos avaliados mostrou alta estabilidade nos ambientes considerados. Verificando-se os resultados apresentados, nota-se que no grupo das cultivares de melhor adaptação (b 0 > média geral) o híbrido PL 6880 se aproximou do genótipo ideal preconizado pelo modelo bissegmentado (b 0 > média geral, b 1 < 1 e b 1 + b 2 >1). O híbrido BRS 1001 destacou-se para os ambientes favoráveis, por mostrar média alta (b 0 >média geral) e estimativas de b 1 e b 1 + b 2 >1 e alta estabilidade nos ambientes considerados (s 2 d = 0). Os híbridos BRS 1001 e As 3466 e as variedades CPATC-3, UFVM 100 e AL Piratininga devem ser também recomendados para os ambientes favoráveis, por serem exigentes nas condições desfavoráveis (b 1 >1) e mostrarem boa adaptação (b 0 >média geral); os híbridos BRS 1001, BRS 3150, BRS 3003, BRS 2110, BRS 2020 e PL 6880 e a variedade SHS 3031 também devem ser recomendadas para as condições favoráveis por serem responsivas á melhoria ambiental (b 1 +b 2 >1). Os materiais que expressaram adaptabilidade ampla (b 0 >média geral e b 1 =1) têm importância expressiva para a agricultura regional. BRS 1010 H 6652 a ,97 ns 0,37 ns 1,35 ns ,5 ns 69 BRS 1001 H 6331 b ,49** 0,56 ns 3,05** ,3 ns 92 boletim 63.p65 15

16 boletim 63.p65 16 Tabela 6. Produtividade média de grãos (kg ha -1 ) e estimativas dos parâmetros de adaptabilidade e estabilidade de 36 cultivares de milho em nove ambientes da Região Meio-Norte do Brasil, safra 2004/ Cultivar Rendimento médio de grãos (kg ha -1 ) b 1 b 2 b 1 +b 2 s 2 d R 2 (%) Geral Desfavorável Favorável BRS 1030 H b ,45 ns 0,01 ns 0,46 ns ,0** 12 BRS 3150 H c ,55 ns 0,98 ns 2,53** ,6** 71 BRS 3003 H c ,44 ns 0,74 ns 2,19* ,8 ns 78 AS 3466 H c ,60* 0,45 ns 2,05 ns ,3* 75 BRS 2110 H c ,25 ns 2,61** 3,86** ,7** 78 BRS 2020 H c ,20 ns 1,14 ns 2,34* ,3 ns 96 BRS 2114 H c ,44 ns 0,22 ns 1,66 ns ,1 * 70 BRS 2223 H d ,88 ns -0,39 ns 0,49 ns ,3* 37 PL 6880 H d ,34 ** 2,82 ** 2,47 ** ,5 ** 51 SHS d ,51 ns 1,86 ** 3,37 ** ,6 ns 85 CPATC d ,65 * -1,82 ** -0,16 * ** 49 AL Piratininga d ,03 ns 0,34 ns 1,38 ns ,4 * 54 UFVM e ,60* -0,82 ns 0,78 ns ,5 ns 85 AL Manduri e ,20 ns -0,12 ns 1,08 ns ,0 ns 94 CPATC e ,82 ns -0,38 ns 0,44 ns ,0 ns 57 AL Bandeirante e ,2 ns -0,88 ns 0,31 ns ,1 ns 64 AL Ipiranga e ,62 * -0,75 ns 0,87 ns ,3 ns 88 Sertanejo e ,87 ns 1,04 ns 1,92 ns ,3 ns 77 AL Bianco e ,05 ns -0,71 ns 0,34 ns ns 75 Continua Desempenho de Variedades e Híbridos de Milho no Meio-Norte Brasileiro: Safra 2004/2005

17 boletim 63.p65 17 Tabela 6. Continuação Cultivar Rendimento médio de grãos (kg ha -1 ) b 1 b 2 b 1 +b 2 s 2 d R 2 (%) Geral Desfavorável Favorável Asa Branca 5272 e ,16 ns -1,49 * -0,33 ns 86633,5 ns 87 São Vicente 5072 f ,70 ns 0,22 ns 0,92 * ,0 ns 68 Cruzeta 5023 f ,53 ns -1,55 * -0,02 ns ,4 ns 83 AL f ,71 ns 0,20 ns 0,92 ns ,3 ns 64 São Francisco 4994 f ,86 ns 0,33 ns 1,19 ns 73421,2 ns 87 Bozm Amarillo 4911 f ,87 ns -0,90 ns -0,03 ns ,9 ns 63 Sintético 5 x 4782 g ,90 ns -1,59 * -0,68 ns ,9 ns 54 Sintético g ,61 ns -0,84 ns -0,23 ** ,8 ns 31 BRS h ,01 ns -0,78 ns 0,22 * ,6 ns 77 BR h ,76 ns -0,56 ns 0,19 ns 96100,2 ns 73 Cativerde 4545 h ,88 ns 0,30 ns 1,19 ns 65919,2 ns 89 Potiguar 4425 i ,50 ns -0,74 ns -0,24 ns ,5 ns 40 Caatingueiro 4359 i ,54 ns 0,28 ns 0,82 ns ,1 ns 38 CMS i ,06 ** 1,12 ns 0,06 ns ,8** 30 Sint. Elite Flint 4240 i ,40 * -1,26 ns -0,85 ** ,9 ns 44 (1) As cultivares cujos nomes são seguidos da letra H são híbridos e as demais são variedades. *e** significativamente diferente da unidade, para b 1 e b 1 +b 2, e de zero, para b 2. Significativamente diferentes de zero, pelo teste F, para s 2. As médias seguidas pela mesma letra não diferem entre si pelo teste de Scott-Knott, a 5% de d probabilidade. Desempenho de Variedades e Híbridos de Milho no Meio-Norte Brasileiro: Safra 2004/

18 18 Desempenho de Variedades e Híbridos de Milho no Meio-Norte Brasileiro: Safra 2004/2005 Conclusões 1. Os materiais avaliados apresentam comportamento diferenciado nas condições desfavoráveis. 2. O híbrido BRS 1001 destaca-se para os ambientes favoráveis. 3. Os materiais que expressaram adaptabilidade ampla consubstanciam-se em alternativas importantes para a agricultura regional, a exemplo dos híbridos BRS 1010, BRS 1030, BRS 3150 e BRS As variedades que expressaram adaptabilidade ampla tem expressiva importância nos sistemas de produção de pequenos e médios proprietários rurais, a exemplo das SHS 3031, AL Piratininga, AL Manduri, AL Bandeirante, Sertanejo, AL Ipiranga, dentre outras. Referências Bibliográfica CARDOSO, M. J.; CARVALHO, H. W. L. de.; LEAL, M. de L da S.; SANTOS, M. X. dos.; OLIVEIRA, A.C. Desempenho de cultivares de milho na Região Meio-Norte do Brasil Agrotrópica, Itabuna, v.15, n.1, p.53-60, CARDOSO, M. J.; CARVALHO, H. W. L. de.; SANTOS, M. X. dos.; SOUZA, E. M. de. Comportamento fenotípico de cultivares de milho na Região Meio-Norte Brasileira. Revista Ciência Agronômica, Fortaleza, v.36, n.2, p , CARDOSO, M. J.; CARVALHO, H. W. L. de.; OLIVEIRA, A. C.; SOUZA, E. M. de. Adaptabilidade e estabilidade de cultivares de milho em diferentes ambientes do Meio-Norte brasileiro. Revista Ciência Agronômica, Fortaleza, v.35, n.1, p.68-75, CARVALHO, H.W.L. de; LEAL, M. de L. da S.; CARDOSO, M.J.; SANTOS, M.X. dos; TABOSA, J.N.; CARVALHO, B.C.L. de; LIRA, M.A. Adaptabilidade e estabilidade de cultivares de milho no nordeste brasileiro no triênio 1998 a Pesquisa Agropecuária Brasileira. Brasília, v.37, n.11, p , nov boletim 63.p65 18

19 Desempenho de Variedades e Híbridos de Milho no Meio-Norte Brasileiro: Safra 2004/ CRUZ, C. D.; TORRES, R. A. de.; VENCOVSKY,R. A alternative approach to the stability analisis by Silva and Barreto. Revista Brasileira de Genética, v. 12, p.567 a 580, IBGE. Cadastro de cidades e vilas do Brasil 1999 e malha municipal digital. < Acesso em 14 de janeiro de RAMALHO, M A. P.; SANTOS, J. B. dos.; ZIMMERMANN, M. J de O. Genética quantitativa em plantas autógamas: aplicação no melhoramento do feijoeiro. Goiânia, Editora UFG, cap. 6, p (Publicação, 120). RIBEIRO, P. H. E.; RAMALHO, M, A. P.; FERREIRA, D. F. Adaptabilidade e estabilidade de cultivares de milho avaliadas em diferentes condições ambientais do Estado de Minas Gerais. In: REUNION LATINOAMERICANA DEL MAIZ, 28 0, 2000, Sete Lagoas, M. G. Memórias...Sete Lagoas: Embrapa Milho e Sorgo/CIMMYT, P SCAPIM, C. A.; CARVALHO, C. G. P de.; CRUZ, C. D. Uma proposta de classificação dos coeficientes de variação para a cultura do milho.. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, v30, n.5, p , SILVA, F.B.R. de.; RICHE, G.R.; TORNGAU, J.P.; SOUSA NETO, N.C. de; BRITO, L.T. de L.; CORREIA, R.C.; CAVALCANTI, A.C.; SILVA, F.H.B.B. da.; SILVA, A.D. da.; ARAÚJO FILHO, J.C. de.; LEITE, A.P. Zoneamento ecológico do Nordeste: diagnóstico do quadro natural e agrossocioeconômico. Petrolina: Embrapa-CPATSA/ Embrapa-CNPS, v.1. SOUZA, E. M. de.; CARVALHO. H. W. L. de.; LEAL, M. de L. da S.; SANTOS, D. M. dos Adaptabilidade e estabilidade de cultivares de milho nos Estados de Sergipe e Alagoas. Revista Ciência Agronômica, Fortaleza, v. 35, n. 1 p , SAS INSTITUTE (Cary, Estados Unidos). SAS/STAT user s Guide: version Ed. Cary, V.1. VENCOVSKY. R.; BARRIGA, P. Genética biométrica no fitomelhoramento. Ribeirão Preto: Sociedade Brasileira de Genética, p. boletim 63.p65 19