CITOLOGIA VAGINAL, CONTROLE DE ESTRO E INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL EM CADELA DA RAÇA AUSTRALLIAN CATTLE DOG.
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- Agustina Campos de Almeida
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1 CITOLOGIA VAGINAL, CONTROLE DE ESTRO E INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL EM CADELA DA RAÇA AUSTRALLIAN CATTLE DOG. SOUZA, Déborah Andrade 1 ; CORSETTI, Angel¹; MACHADO, Pablo da silva ¹ ZANATTA, Giliardi ¹ ; BORGES, Luiz F.K ² ; DIAZ, Jorge D. S ². Palavras-chave:Cadela. Citologia Vaginal. Inseminação Artificial. Sêmen. INTRODUÇÃO O ciclo estral é dividido em diferentes fases sucessivas e individualizadas, sendo elas, proestro, estro, metaestro, diestro, seguida de uma fase chamada anestro (BEAVER, 2001). Estas fases podem ser diferenciadas por exames citológicos. O período fértil da cadela estende-se do final do proestro ao meio do estro. Cada uma dessas duas fases do ciclo estral da cadela pode durar de três dias a três semanas, com duração média de sete a dez dias (CONCANNON, 1989). A inseminação pode ser utilizada para animais impossibilitados de realizar monta natural (FELDMAN & NELSON, 1996). Para o sucesso da Inseminação artificial, é imprescindível que se faça o correto acompanhamento do estro da cadela a ser inseminada. A inseminação artificial deve ser realizada quando a fêmea está receptiva ao macho e apresenta uma citologia com pelo menos 70% de células superficiais (SILVA et al., 2001).O objetivo deste trabalho é realizar exames citológicos vaginais na cadela em questão com o intuito de determinar as fases do ciclo estral bem como o período de ideal realização da inseminação e o método que o mesmo é procedido. MATERIAL E MÉTODOS O trabalho foi realizado em julho de 2015 com um cão e uma cadela da raça Australlian Cattle Dog, o macho da cidade de São Sepé, e a fêmea de Cruz Alta, sendo ambas as cidades localizadas no estado do Rio Grande do Sul. A fêmea utilizada tinha 1 ano e cinco meses e 20 kg e o macho 2 anos e 25 kg, sendo que ambos estavam com as vacinas em dia e em perfeito estado de saúde. Os animais foram mantidos na mesma propriedade durante todo o período de trabalho, porém em ambiente separados. No município de Cruz Alta no mês de 1 Alunos de Medicina Veterinária, 8º semestre. Unicruz. deh.a.s@hotmail.com 2 Professor, Msc, Unicruz. luborges@unicruz.edu.br 2 Professor Msc Unicruz. jorgestumpfsdiaz@hotmail.com
2 julho iniciou-se o procedimento, sendo assim, esse dia ficou caracterizado como dia zero, onde foi feita a primeira coleta de secreção vaginal e posteriormente o exame citológico no Laboratório de patologia clínica do Hospital Veterinário da Universidade de Cruz Alta. Foram coletadas amostras de secreção através do método de imprint, onde a lâmina simplesmente era encostada na vulva da cadela. Em seguida a lâmina era encaminhada para coloração com o kit panótico rápido, e depois avaliação microscópica em aumento de 1000 vezes. Foram coletadas amostras no dia 24 de julho até dia 02 de agosto de 2015, sendo uma a cada dia de coleta. Foram feitas 7 coletas. Era observada no microscópio a quantidade de células e qual tipo, buscando encontrar o período ideal para ser desenvolvida a Inseminação Artificial, pois o macho não mostrou interesse pela fêmea. Para o desenvolvimento da Inseminação Artificial foi coletado o sêmen do macho com auxílio de um copo, o método usado foi massagem do pênis, logo após, com auxílio de um equipo se soro e seringa o sêmen era introduzido no fundo do saco vaginal da fêmea, que permanecia em torno de 10 a 15 minutos apoiada sobre os membros anteriores, nesse momento também era feita uma massagem no clitóris do animal. A cadela foi inseminada nos dias 29 e 30. Dois dias depois, a cadela apresentou secreção vaginal mucopurulenta diagnosticada por cultura bacteriana presença de Staphylococcus aureus. Foi instituído o tratamento com Doxiciclina durante 7 dias 1 ½ comprimido de 12 em 12 horas, tendo sucesso ao final do tratamento. RESULTADOS E DISCUSSÕES O início da fase de estro pode ser razoavelmente determinado recorrendo à citologia vaginal, a qual se baseia nas alterações quantitativas e qualitativas da chave celular. Concentrações crescentes de estrógeno fazem com que ocorram alterações morfológicas no epitélio vaginal das cadelas, o qual passa de uma espessura de poucas camadas celulares no anestro para uma espessura de 20 a 30 até camadas de células queratinizadas no fim do proestro. Segundo (PELETEIRO et al., 2011) na ausência de hormônios ovários, isto é no anestro, o epitélio é baixo e não queratinizado; já no proestro com o teor de estrógenos circulantes aumentado, o epitélio atinge o máximo de desenvolvimento típico de epitélio estratificado pavimentoso. Para cada dia de proestro a queratinização aumenta cerca de 10%, estando no estro em máxima para conferir proteção mecânica durante o coito. Desta o nível de queratinização das células epiteliais vaginais indica níveis de estrógenos, indicado a fase do ciclo. Na citologia vaginal encontram-se cinco tipos celulares, as células vão ficando com o núcleo menor e escuro, e o citoplasma mais amplo. São elas: células basais (as mais
3 profundas), parabasais, intermediárias e as superficiais, sendo essas com núcleo mais picnótico. A ultima camada é composta de células anucleadas ou também chamadas de escamas, completamente queratinizadas e sem núcleo e citoplasma basofílico. A cornificação máxima segue o nível de estrógeno sérico ao fim do proestro e continua no estro. Na avaliação da primeira citologia no dia 24 de julho foi encontrada presença de hemácias, alta quantidade de células superficiais anucleadas e bactérias, e o resultado foi sugestivo de final de proestro pela alta quantidade de hemácias, concordando com (RASKIN et al., 2003) o qual diz que o proestro se caracteriza aumento de estradiol fazendo o epitélio vaginal se proliferar e as hemácias deixem os capilares uterinos por diapedese. Também indicainicio do estro, resultado este, que se manteve nas próximas 4 coletas, até 31 de julho, indicando que os dias 29 e 30 de julho os quais foram eleitos para a inseminação estavam dentro do período de estro.segundo (PELETEIRO et al., 2011) a maioria (80 a 90%) das células epiteliais esfoliadas durante o estro são células superficiais com pouca quantidade e pequenos nucléolos picnóticos. Na amostra do dia 01 de agosto, encontrou-se presença de hemácias em menor quantidade, células superficiais anucleadas com diminuição da população, bactérias e eventuais neutrófilos degenerados, sugestivo de diestro segundo (COWELL et al., 2009). O diestro ocorre em média 8 dias após o pico de LH e, se caracteriza citologicamente por diminuição abrupta do número de células epiteliais superficiais, enquanto a um aumento na quantidade de células parabasais e intermediarias; os neutrófilos aparecem usualmente em números variáveis segundo(cowell et al., 2009). As bactérias podem também, ou não, estarem presentes, assim como o caso dos eritrócitos. Cerca de 2 a 3 dias após o a última inseminação, a Cadela apresentou secreção vaginal mucopurulenta, sendo esta de contaminação por Staphylococcus aureus. No Brasil, os levantamentos obtidos, demonstraram predominância de Staphylococcus aureus, Streptococcus canis, E.coli, sendo frequentes infecções mistas (HEIZER, 1995). Há fatores que diminuem a capacidade imunológica do animal, assim como as condições higiênicas de seu habitat. Vaginites não tratadas, ou tratamento inadequado, terão difícil resolução e serão causa de endometrites subclínicas ou crônicas (NELSON & COUTO, 1994). Para a inseminação artificial na cadela, foi adotado o método com sêmen fresco. É a técnica que oferece melhores taxas de gestação e quando bem conduzida, oferece resultados similares aos da monta natural, com taxas de sucesso de até 85%. Para a realização, após a colheita do reprodutor a IA é imediatamente realizada, já que o sêmen fresco permite pouca flexibilidade de uso, devendo ser introduzido no sistema reprodutor da fêmea o mais rápido possível após a colheita (SILVA et al., 2003) conforme o
4 citado pelo autor, foi procedida da mesma maneira no relato em questão. O processo de inseminação artificial, como citado no material e métodos, foi efetuado nos dias 29 e 30 de julho, condizendo com o período de estro. CONCLUSÃO Baseado nas lâminas, concluímos então que é relativamente viável, pois oexame é realizado de maneira simples, rápido e com baixo custo. Tratando de inseminação artificial, concluímos que a mesma é a técnica mais importante para o melhoramento genético dos animais e é a mais utilizada em todas as espécies, pois a mesma evita doenças que podem ser sexualmente transmissíveis durante o coito. Concluímos também que é de fundamental importância sempre aprimorar os estudos baseados em inseminação nas diferentes espécies, com o intuito de cada vez mais melhorar a eficiência dessa técnica e a genética e como consequência aumentar os lucros dos proprietários. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BEAVER, B. V. Comportamento canino: um guia para veterinários. São Paulo: Roca, p CONCANNON P.W. L. Hormonal and clinical correlates of ovarioncycles, ovulation, pseudopsegnaney, and pregnaney in dogs.currvetthersmallanimpract. v.10, p , Disponível em: Acesso em: 07 maio COWELL, R. L.; TYLER, R. D.; MEINKOTH, J. H.; DENICOLA, D. B. Diagnóstico Citológico e Hematologia. Terceira edição. São Paulo. Editora MedVet FELDMAN, E.C., NELSON, R.W. Canine and felineendocrinology and reproduction.secondedition. Philadelphia: W.B. SaudersCompany, p. NELSON,R.W. &COUTO,G.C. Fundamentos de medicina interna em pequenos animais. Rio de Janeiro, Guanabara Koogan, 1994, 737 p. PELETEIRO, M. C.; MARCOS, R.; SANTOS, M.; CORREIA, J.; PISSARA, H.; CARVALHO, T. Atlas de Citologia Veterinária.EditoraLidel p. RASKIN, R. E.; MEYER, D. J. Atlas de Citologia de Cães e Gatos. Editora Roca p.
5 SILVA, L.D.M., SILVA, R.A., CARDOSO, R.C.S. Inseminação Artificial em Cães. In: GONSALVES, P.B.D., FIGUEIREDO, J.R., FREITAS, V.J.F. Biotécnicas aplicadas à reprodução animal. São Paulo: Varela Editora e Livraria, Capítulo 5, p SILVA, A.R., CARDOSO, R.C.S., SILVA, L.D.M. Principais aspectos ligados à aplicação da inseminação artificial na espécie canina. Revista Portuguesa de Ciências Veterinárias, v. 98, p , 2003.
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