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1 BALANÇO DE EMISSÃO DE GASES DE EFEITO ESTUFA NO CICLO DE VIDA DO ETANOL COMBUSTÍVEL CINTHIA RUBIO URBANO DA SILVA Mestranda no Programa de Pós-Graduação da Faculdade de Engenharia Mecânica Planejamento de Sistemas Energéticos Unicamp. ARNALDO CÉSAR DA SILVA WALTER Professor titular na Faculdade de Engenharia Mecânica Unicamp. Resumo: O uso de biocombustíveis tem como foco ambiental a redução das emissões de gases de efeito estufa pelos escapamentos dos automóveis; além disto, a União Européia tem discutido a exigência dessas entre 30 e 50% em relação ao ciclo da gasolina. Dentro deste contexto, este artigo reúne e compara os resultados de recentes estudos sobre balanço de emissão de gases de efeito estufa no ciclo de vida do etanol combustível derivado do milho, do trigo e da cana-deaçúcar com o objetivo de identificar a redução dessas emissões a partir do uso de etanol em função das diferentes alternativas de produção. Resultados indicam que a produção de etanol a partir da cana-de-açúcar resulta maiores reduções das emissões de gases de efeito estufa em relação à gasolina. Etanol de trigo e de milho atendem, nas atuais condições de produção e uso canadenses, à exigência mínima de 30% de emissão evitada. Palavras Chaves: etanol; alternativas de produção; emissão de gases de efeito estufa. Abstract: The environmental focus of the use of biofuels is the reduction of green houses gases emissions through automobile exhaust; furthermore, the European Union has discussed the necessity of the requirement these reduction between 30 to 50% compared with the gasoline cycle. Inside this context, this paper joins and compares recent studies about green house gases emission balance of environmental life cycle of ethanol fuel derived form corn, wheat and sugar cane with the goal of recognize the reduction these emissions from the use of ethanol in function of the different alternatives of production. Results show that production of ethanol from sugar cane results higher reduction of green house gases emission compared with the gasoline. Ethanol from corn and ethanol from wheat meet, in the current conditions of Canadian production and use, the least requirement of 30% of saved emission. Keywords: ethanol; alternatives of production; green house gases emission. I. Introdução A importância do uso de energia para desenvolvimento econômico e social tem sido amplamente discutida. As fontes fósseis de energia são não-renováveis e, segundo algumas previsões, suas reservas têm pouco tempo de vida útil, além de estarem localizadas em países com grandes instabilidades políticas. Especialmente após o último relatório do IPCC Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas de 2007, os biocombustíveis tem atraído maior atenção por serem alternativas para substituição de combustíveis fósseis líquidos. O setor de transportes apresenta demanda crescente e é altamente dependente de derivados de petróleo (IPCC, 2007). Muitas alternativas têm sido apresentadas para a substituição de gasolina e Diesel como, por exemplo, células a combustível, eletricidade, etanol, biodiesel, entre outras, porém, para substituição da gasolina em veículos leves o etanol é a alternativa mais viável em função da tecnologia comercial e décadas de utilização 1, além de ser produzido a partir de diversas matériasprimas. Neste sentido, os biocombustíves são divididos em dois grupos: os de produção convencional (ou primeira geração), como o bioetanol e o biodiesel; e os de produção avançada (ou segunda geração), que são os combustíveis produzidos a partir de lignocelulose como, por exemplo, bioetanol produzido por hidrólise ou o diesel Fischer-Tropsch 2 (LARSON, 2006). 1 No Brasil, o etanol derivado da cana-de-açúcar é produzido e utilizado em veículos automotivos desde Nos Estados Unidos, o mesmo vem ocorrendo desde 1980, mas lá o etanol é produzido a partir de milho (WANG et al., 2007). 2 Combustíveis líquidos produzidos a partir do gás de síntese, gerado na gaseificação da biomassa [...] Obtido o gás de síntese, a produção de combustíveis líquidos ocorre pelo processo Fischer-Tropsch, que é uma reação química catalítica através da qual monóxido de carbono e hidrogênio são convertidos em hidrocarbonetos líquidos (WALTER, 2008).

2 A análise de ciclo de vida é fundamental na realização dos balanços energético e de emissões de GEE, bem como na comparação entre biocombustíveis, de forma a apontar qual apresenta maiores vantagens ambientais e energéticas. A comparação dos balanços de emissões de GEE entre os ciclos completos de biocombustíveis e de gasolina permite a avaliação dos benefícios da substituição entre combustíveis. Considerando o exposto acima, este artigo tem como objetivo apresentar a importância dos biocombustíveis no cenário atual e reunir e comparar dados de emissão de gases de efeito estufa em cada etapa do ciclo de vida do etanol derivado do milho, do trigo e da cana-de-açúcar. No trabalho também é feita a comparação dos entre os ciclos do etanol e o da gasolina. No próximo capítulo são apresentados dados e estudos utilizados como referência neste artigo. No capítulo 3 é feita análise da importância dos biocombustíveis no cenário atual, no qual as mudanças climáticas globais são entendidas como um dos maiores desafios para humanidade. No capítulo 4 é apresentada a metodologia de análise do ciclo de vida. No capítulo 5 são apresentados e comparados dados de emissão de gases de efeito estufa no ciclo do etanol derivado do milho, do trigo e da cana-de-açúcar. No capítulo 6 são discutidas incertezas relacionadas à metodologia de análise do ciclo de vida que podem resultar diferenças significativas dos resultados finais. Finalmente, no capítulo 7 são feitas as considerações finais do artigo. II. Uso de dados e estudos O uso de biocombustíveis no setor de transportes, com o objetivo de estabilizar ou até mesmo reduzir as emissões de GEE, requer a comparação dos balanços energéticos e de gases de efeito estufa de diferentes rotas de produção. Os resultados podem indicar possíveis melhorias, tanto nas etapas de plantio e de cultivo da biomassa quanto na etapa de produção do combustível. Este artigo utiliza como referência alguns estudos de análise do ciclo de vida do etanol produzido a partir de milho, de trigo e de cana-de-açúcar. Os dados são referentes à análise well to pump ou seja, do poço ao posto de abastecimento; a metodologia é apresentada mais detalhadamente no capítulo seguinte. Os estudos de referência foram feitos em 2008 para duas regiões: Canadá, no caso da produção de etanol de milho e de trigo; e no caso do etanol de cana-de-açúcar. As informações sobre emissões de gases de efeito estufa no ciclo de vida do etanol derivado de cada uma dessas biomassas são comparadas com as emissões referentes ao ciclo de vida da gasolina. As emissões de gases de efeito estufa do etanol derivado de trigo, do etanol derivado de milho e da gasolina foram tomadas do relatório de MacLean (2008), que utilizou o modelo computacional GHGenius. No Brasil não existe um modelo computacional com uma base dados que possa ser acessada, portanto um estudo realizado por Macedo et al. (2008) cujos dados foram extraídos do Centro de Tecnologia Canavieira (CTC) de 2005/2006, foi utilizado como referência para dados de cana-de-açúcar. Além desses estudos, foram utilizadas outras análises do ciclo de vida principalmente de etanol derivado de grãos de milho. Não é objetivo deste trabalho analisar a qualidade ou comparar a consistência dos estudos. III. Análise do Ciclo de Vida de Biocombustíveis As análises completas de ciclo de vida de combustíveis abrangem os sistemas de produção da matéria-prima, transporte da matéria-prima, produção do combustível, distribuição do combustível, armazenamento e distribuição do combustível (até o posto de combustível) e uso final nos veículos. Nos casos em que a análise não abrange o uso final do combustível, é conhecida como well to pump do poço à bomba - e nos casos em que o uso final é incluído, é chamada análise well to wheels - do poço às rodas (DELUCCHI, 2006). A análise pump to wheels da bomba às rodas, pode ser feita separadamente e ser somada à análise do poço à bomba (Wang et al., 2007), conforme apresentado na Figura 1. Como as emissões na cadeia de produção-descarte dos veículos (exceto as emissões do consumo de combustível) são iguais quando da comparação

3 entre biocombustíveis e gasolina, elas podem ser desconsideradas em estudos comparativos. O objetivo das análises do ciclo de vida de combustíveis tem sido a realização dos balanços energético e de emissões dos gases de efeito estufa. O balanço energético é a razão entre a energia contida no combustível fabricado e a energia necessária para o processo de produção do combustível. Já o balanço de emissões de gases de efeito estufa permite a estimativa das emissões em todas as etapas consideradas na análise do ciclo de produção, transporte e consumo. No caso dos biocombustíveis não há correlação direta entre o uso de energia (de diferentes fontes) no processo produtivo e as emissões de GEE, pois uma significativa parcela dessas emissões está associada ao cultivo e às mudanças do uso da terra (DELUCCHI, 2006). Figura 1. Ciclo de vida do etanol de cana-de-açúcar Extração de Minérios Fábrica de automóveis Concessionária Produção de cana-de-açúcar Produção de etanol Armazenamento Distribuição para consumidor final Uso em veículos Da bomba às rodas Do poço à bomba Reciclagem de peças do veículo Fonte: Elaboração própria, tendo por base Wang et al., 2007 IV. Emissões de gases de efeito estufa no ciclo de vida da biocombustíveis As mudanças climáticas, assim como a redução das emissões de gases de efeito estufa, têm sido discutidas desde 1972 quando, na 1ª Conferência Mundial sobre Meio Ambiente, as mudanças climáticas foram reconhecidas como um problema. Em 1979 a Academia Nacional de Ciências dos EUA relacionou o efeito estufa com a mudança global do clima. Um dos resultados destas discussões é o Protocolo de Quioto 3, que estipula metas de redução das emissões de gases de efeito estufa para alguns países, conhecidos como países Anexo 1, grupo do qual fazem parte os países desenvolvidos e alguns países com economia em transição. Os países em desenvolvimento não possuem metas de redução para suas emissões. Alguns fatores, como segurança energética, melhoria da qualidade do ar em grandes cidades, e até mesmo o aumento da oferta de empregos através do cultivo da biomassa, têm levado alguns países a adotarem políticas de incentivo à produção e uso de biocombustíveis 4. 3 O Protocolo de Quito foi estabelecido na COP 3, em 1997, porém só entrou em vigor em 2005; atualmente o acordo está no seu primeiro período de compromisso 2008 a Em junho de 2005 a Fundação das Nações Unidas lançou a Iniciativa de Biocombustíveis para promover a produção sustentável e uso de biocombustível em países em desenvolvimento com o argumento de que os biocombustíveis podem reduzir a pobreza, ser uma oportunidade para desenvolvimento rural sustentável, reduzir a dependência de petróleo importado e aumentar o acesso a serviços de energia moderna (WALTER, 2007).

4 Os países Anexo 1 não têm conseguido atingir suas metas de redução de emissão e, no setor de transportes, os biocombustíveis são boa alternativa. Para tanto, é fundamental conhecer as emissões de gases de efeito estufa em cada etapa do ciclo de vida desses combustíveis. Mudança do uso do solo Os benefícios relacionados à redução das emissões de gases de efeito estufa - GEE a partir da produção e uso de biocombustíveis dependem da biomassa utilizada, pois esta determina a extensão de terra para cultivo da matéria-prima, e do processo de produção. Uma das principais discussões internacionais é a de se a extensão de terra necessária para o cultivo da biomassa causa e/ou causará mudança do uso do solo, e se esta mudança interfere negativamente no balanço de emissões de gases de efeito estufa. As emissões de GEE dependem de quatro fatores: i) da produtividade agrícola; ii) da ocupação de áreas nas quais a produção de biomassa é uma atividade adicional (i.e., não substitui outras atividades agrícolas); iii) da ocupação de áreas nas quais a produção de biomassa substitui atividades agrícolas; e iv) da ocupação de áreas causando desflorestamento. Nas caso das duas últimas situações, a produção de biocombustíveis resultaria em maior emissão de GEE por modificar o uso do solo. Cultivo da biomassa A demanda por fertilizante no cultivo da biomassa influencia o balanço de emissões de GEE, em função das emissões durante sua produção e das emissões devido à aplicação dos fertilizantes no solo. A tabela 1 abaixo mostra a demanda por fertilizantes para cultivo de milho, trigo e cana-deaçúcar. Tabela 1. Demanda por fertilizantes Fertilizante unidade Milho Trigo Cana-de-açúcar Nitrogênio kg/ton 12,21 19,31 0,87 Fósforo kg/ton 5,91 11,89 0,31 Potássio kg/ton 7,85 0,95 0,29 Fonte: Elaboração própria, tendo por base MacLean, 2008; Macedo et al., 2008 No Brasil a cana-de-açúcar é cultivada com o uso da fertirrigação 5, na qual a vinhaça e torta do filtro, co-produtos gerados durante a produção do etanol, são utilizados para irrigação e fertilização do solo. O uso de fertilizantes nos canaviais brasileiros pode ser ainda mais reduzido se parte da palha da cana, colhida mecanicamente 6, for deixada no solo. O mesmo acontece nos Estados Unidos onde o sabugo do milho é deixado nas plantações para promover restituição de nutrientes para o solo e para minimizar erosão; no entanto, com a eventual remoção do sabugo para produção de etanol de segunda geração lignocelulose haverá um aumento da aplicação de fertilizantes na plantação de milho da ordem de 0,145g/ g de sabugo colhido (WANG et al., 2006). No caso da cana, mesmo que a toda palha seja retirada do campo para produção de etanol de lignocelulose, isso quando a tecnologia for economicamente viável, a mecanização da colheita da 5 A aplicação da vinhaça no solo para cultivo da cana-de-açúcar está regulamentada no estado de São Paulo pela Norma Técnica CETESB P4.231 (versão de janeiro/2005), que dispõe sobre critérios e procedimentos para aplicação da vinhaça no solo. 6 Protocolo firmado pelo Governo do Estado e a União da Indústria da Cana-de-açúcar (ÚNICA) garante o selo ambiental (que pode facilitar a comercialização do etanol) para usinas que anteciparem para 2014 e 2017 o fim da queima, respectivamente, nas áreas mecanizáveis e não mecanizáveis. A Lei /2002 estabelece como prazos para erradicação da queima 2021 (áreas mecanizáveis) e 2031 (áreas não mecanizáveis).

5 cana-de-açúcar pode anular a emissão de metano (CH 4) e nitrogênio (N 2O) 7 provenientes da queima pré-colheita, que na safra de 2005/2006 foi de 432 kgco 2 eq/ ha (MACEDO et al., 2007). Transporte da matéria-prima O transporte da matéria-prima (biomassa) até as usinas de produção do etanol resulta em consumo de combustível fóssil (diesel), e conseqüentemente emissões de GEE. Os principais fatores neste caso são a distância entre plantação e as usinas, a eficiência energética dos caminhões e as condições das rodovias. Embora na prática apenas existam caminhões com motores CI (ignição por compressão), deve ser considerada a maior eficiência dos motores CI em relação aos motores SI (ignição por centelha); os motores CI têm eficiência termodinâmica de 15%, ou mais, acima de motores SI de mesmo desempenho (WEISS et al., 2003, apud LARSON, 2006). No entanto, consideradas as emissões de material particulado, em CO 2 equivalente, a vantagem dos motores CI, em termos de emissões de GEE, é parcial ou totalmente anulada (DELUCCHI, 2004 apud LARSON, 2006). Cabe observar que esses gases são emitidos por motores diesel e, portanto, influenciam o balanço de emissões no ciclo de biocombustíveis na medida em que os meios de transporte da matéria-prima até as usinas e de transporte do biocombustível até o consumidor final são movidos por estes motores. Fabricação do etanol As emissões de GEE no processo de fabricação do etanol estão relacionadas, principalmente, ao consumo de combustíveis fósseis para produção de calor e energia. Outras emissões, como no uso de produtos químicos e emissões fugitivas do processo de fermentação, também ocorrem, no entanto esta última não tem sido computada nas análises do ciclo de vida. A produção de etanol a partir da cana tem como benefício a queima do bagaço, que contém cerca de 30-35% da energia contida na cana-de-açúcar, nas caldeiras para geração de calor e energia elétrica necessários ao processo de fabricação do etanol. A eletricidade gerada supre toda a demanda da usina, e algumas usinas geram excedente que é vendido para rede. Como a matriz elétrica brasileira tem forte participação das hidrelétricas (BEN, 2006), a geração de eletricidade excedente não traz maiores benefícios ao balanço de GEE das usinas. Já na produção de etanol a partir de milho, nos Estados Unidos, utiliza-se eletricidade da rede, sendo que a fração de geração termoelétrica é muito significativa. Algumas fábricas de etanol nos Estados Unidos têm unidades de cogeração (produção combinada de calor e potência) a gás natural, mas com a instabilidade do preço deste combustível busca-se outras alternativas que resultem benefícios também nas emissões de GEE. Por exemplo: se carvão mineral fosse usado como combustível no processo produtivo poderia haver um aumento de 3% no atual balanço de emissão de GEE, mas se lascas de madeiras fossem utilizadas, poderia haver redução de 52% nessas emissões (WANG et al, 2007). No Canadá, a necessidade de secar o milho com gás natural e propano resulta em maior demanda de energia no caso da produção de etanol a partir do milho (MACLEAN, 2008). V. Incertezas quanto à produção e uso de biocombustíveis Há muita polêmica quanto ao impacto da produção de biocombustíveis sobre os preços de alimentos e com aumento do desflorestamento. O Relatório Gallagher (2008) conclui que o aumento da demanda de biocombustíveis resulta maior demanda por terra, com dois efeitos negativos: i) efeitos diretos, como destruição do habitat, impactos ambientais locais e emprego de mão-de-obra com más condições de trabalho; ii) efeitos indiretos, ou seja, aumento dos preços dos alimentos e deslocamento da produção agrícola para áreas não cultivadas, com impactos negativos na biodiversidade e nas emissões de GEE. 7 Cenário traçado para 2020 considerando que a colheita será 100% mecanizada.

6 Os biocombustíveis de segunda geração podem requerer terra para cultivo de gramínea (como no caso dos Estados Unidos, por exemplo) e ainda não gerarão co-produtos que hoje são gerados pelo etanol de primeira geração. A produção e uso de etanol de segunda geração podem, então, demandar terra para cultivo de produtos que atualmente são co-produzidos na industrialização do etanol de primeira geração. Segundo Gallagher (2008) esta é a desvantagem do etanol de segunda geração. Na análise de ciclo de vida uma das dificuldades metodológicas está na alocação de emissões de GEE, por exemplo, entre o produto (etanol, no caso) e co-produtos. Larson (2006) identificou, na literatura de análise do ciclo de vida de biocombustíves, seis métodos para alocação de coprodutos. Um é baseado na não alocação devido às incertezas. Os outros cinco incluem alocação de emissões de GEE e de energia de acordo com: i) as massas dos produtos e co-produtos, ii) o conteúdo energético, iii) quanto do total de energia a co-produção os co-produtos demanda; iv) preços de mercado de produto e co-produtos; v) em proporção à energia deslocada, considerando a produção de produtos similares aos co-produtos por métodos convencionais. VI. Resultados e Discussões A União Européia pode adotar como critério a redução das emissões de GEE em torno de 30 a 50%, quando da substituição de gasolina por etanol. Mesmo que não haja um consenso entre todos os países europeus quanto à exigência, Reino Unido, Holanda e Alemanha estão engajados em estipular esse percentual mínimo. Para comparação das emissões evitadas de GEE é necessário o conhecimento dos fatores de emissão em cada etapa do ciclo de vida, conforme tabela 2 abaixo. Tabela 2. Fatores de emissão Etapas Unidade Gasolina Etanol de Milho Etanol de trigo Etanol de cana-deaçúcar Insumos agrícolas g CO 2 eq/mj 0 5,327 10,701 2,79 Produção do combustível g CO 2 eq/mj 12,276 28,949 31,88 1,14 Emissões deslocadas g CO 2 eq/mj 0-17,335-31,786-9,41 Emissões da combustão g CO 2 eq/mj 64,293 2,099 2,099 2,099 Outras Emissões a g CO 2 eq/mj 10,16 20,414 27,535 17,83 Total g CO 2 eq/mj 87,72 39,45 40,43 12,35 Fonte: Elaboração própria tendo por base Macedo et al., 2008; MacLean, 2008 a emissões provenientes da queima pré-colheita da cana, emissões do solo e do transporte da matéria-prima para o caso brasileiro, e para o caso canadense, é a soma das emissões de transporte e recuperação da matéria-prima e distribuição e estoque de combustível. Comparando a redução de emissão de GEE relativa à emissão da gasolina ou seja, emissão evitada o etanol de cana-de-açúcar, nas condições brasileiras de cultivo da biomassa e produção do combustível, encontra-se dentro dos padrões, seguido pelo etanol de milho e etanol de trigo, conforme Gráfico 1 a seguir. Gráfico 1. Comparação das emissões evitadas

7 Fonte: Elaboração própria tendo por base Macedo et al., 2008; MacLean, 2008 e Walter et al.; 2008 A emissão evitada no ciclo de vida de etanol comparada à emissão proveniente do uso da gasolina pode ser calculada conforme equação (1): EE = ET etanol x RS / ET gas (1) Onde: EE = emissões evitadas, ET etanol = emissões totais de GEE no ciclo de vida do etanol, RS = a relação de substituição entre etanol e gasolina, e ET gas = emissão total de gases de efeito estufa no ciclo de vida da gasolina. Considerando a mesma eficiência dos motores que funcionam com mistura etanol-gasolina em relação aos motores puramente à gasolina, a relação de substituição é 1,42 L de etanol/l gasolina, ou seja, para uma eficiência relativa de 100% e para viabilizar o deslocamento de 10% de gasolina, seriam necessários 1,42 L de etanol/l gasolina (ver gráfico 2). Gráfico 2. Volume de etanol requerido em função da eficiência relativa considerando E0 Fonte: Walter et al., 2008

8 O resultado de emissões evitadas no caso do etanol de trigo aproxima-se dos resultados apresentados no Gallagher Review (2008). No caso da produção de etanol a partir de trigo, o resultado corresponde a uma situação em que gás natural é a fonte de energia nas unidades industriais, em sistemas de co-geração de baixa eficiência. O etanol de cana-de-açúcar atende as possíveis exigências, mínima (30%) e máxima (50%), consideradas pela União Européia. Etanol de milho e etanol de trigo também atendem as exigências mínimas, sendo que a produção de etanol de milho possui uma pequena vantagem com relação ao etanol de trigo. VII. Considerações Finais O uso de biocombustíveis para minimização da emissão de GEE é uma ação importante, porém, por mais que a tecnologia seja comercialmente disponível e economicamente viável em muitos países, sua inclusão na matriz energética deve ser feita com cautela. As políticas de incentivo à produção e uso de etanol combustível devem estar de acordo com disponibilidade de terra para cultivo da biomassa necessária para atender a demanda puxada pelas cotas exigidas nos programas, de forma que o impacto causado pelo uso do solo não influencie negativamente o balanço de emissões e os efeitos diretos e indiretos sejam controlados e acompanhados. Embora as emissões evitadas no ciclo de vida do etanol de milho e de trigo sejam menores que do etanol de cana, atendem o percentual mínimo (as emissões evitadas foram 35,40 e 33,80% para etanol de milho e etanol de trigo, respectivamente). Discute-se que as emissões evitadas no ciclo de vida do etanol de cana-de-açúcar em relação ao ciclo da gasolina chegam a 80 87%. Considerando que os carros brasileiros possuem motores adaptados para uso de etanol e, por isto, uma relação de substituição é de 1,02 L de etanol/l de gasolina, as emissões evitadas do etanol de cana alçariam 85,47%. Dados de emissões de GEE no ciclo de vida do etanol de canade-açúcar e da gasolina precisam ser explorados para melhor entendimento das bases de comparação estudas. As emissões do ciclo de vida da gasolina poderiam ser ligeiramente superiores ao que apresentado por MacLean (2008): por exemplo, as emissões na combustão da gasolina (uso do automóvel) são apresentadas como 64,72 gco 2 eq/mj, enquanto a metodologia de avaliação do IPCC (1996) indica que tal resultado seria 69,3 gco 2 eq/mj. No Brasil, o etanol tem sido utilizado puro (etanol hidratado) em veículos automotivos desde 1979 e a adição de etanol anidro à gasolina tem sido realizada desde Atualmente a cota de adição é de 25% de etanol anidro. Esse histórico coloca o país em posição de liderança quanto ao uso de biocombustíveis no setor de transportes. Programas de incentivo ao uso de biocombustíveis podem contribuir para melhoria nos processos de produção de etanol derivado de outras biomassas, facilitando o alcance do objetivo maior, que é a mitigação das mudanças climáticas. Referências Brasil. Ministério Brasileiro de Minas e Energia. Balanço Energético Nacional Brasília,2006. DELUCCHI, MARK A. Lifecycle Analyses of Biofuels. Califórnia: Institute of Transportation Studies (Relatório Técnico UCD-ITS-RR-06-08), pp. GALLAGHER, E. The Gallagher Review of the indirect effects of biofuels production. Renewable Fuels Agency, 2008, 99 pp. Acessado em: IPCC (Intergovernmental Panel on Climate Change). Climate Change 2007: The scientific Basis. Cambridge University Press, LARSON, E. D. A Review of Life-Cycle Analysis Studies on Liquid Biofuel Systems for the Transport Sector. Energy for Sustainable Development. Vol. X; nº2; June pp. MACEDO JC, Seabra JEA, Silva JEAR. Green house gases emissions in the production and use of ethanol from sugarcane in Brazil: The Biomassa e Bioenergy (2008), doi: /j.biombioe pp. MACLEAN, H. Sensitivity Analysis of Bioethanol LCA Models to Determine Assumptions with the Greatest Influence on Outputs. Canadá. CHEMINFO, pp. WALTER, A. Is Brazilian biofuels experience a model for other developing coutries?

9 Bioenergy; agriculture e rural development 2/2007; pp WALTER, A. As Mudanças Climáticas e a Questão Energética. Multiciência ( edição nº 8, 1º semestre de pp WALTER, A.; ROSILLO-CALLE, F.; DOLZAN, P.; PIACENTE, E; CUNHA, K.B. Perspectives on fuel ethanol consumption and trade. The Biomassa e Bioenergy, 32 (2008). pp ; WANG, M.; WU, W.; HUO, H. Fuel-Cycle Assessment of Selected Bioethanol Production Pathways in the United States. USA: Energy Systems Division, Argonne National Laboratory, pp. WANG, M.; WU, W.; HUO, H. Life-cycle Energy and Greenhouse Gas Emission Impacts of Different Corn Ethanol Plants Types. Environmental Research Letters. 2(2007) pp.

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