CARTA DE RISCO E PLANEJAMENTO DO MEIO FÍSICO DO MUNICÍPIO DE GOIÂNIA: INSTRUMENTO DE GESTÃO AMBIENTAL URBANA
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- Filipe Palma Klettenberg
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1 CARTA DE RISCO E PLANEJAMENTO DO MEIO FÍSICO DO MUNICÍPIO DE GOIÂNIA: INSTRUMENTO DE GESTÃO AMBIENTAL URBANA M. Sc. Rosângela Mendanha da Veiga Consultora em Planejamento e Gestão Ambiental
2 GESTÃO AMBIENTAL URBANA
3 A expressão Gestão Ambiental Urbana refere-se às atividades dedicadas ao gerenciamento de uma cidade na perspectiva da melhoria e da conservação de sua qualidade ambiental, tanto no espaço intraurbano quanto na sua área de influência, envolvendo atividades ligadas à Engenharia Ambiental, à Ecologia aplicada ao meio urbano e à Legislação Ambiental.
4 Leis Federais que disciplinam a proteção e o uso do meio ambiente no âmbito da Gestão Ambiental Urbana Constituição Federal (Artigo 225); Código Florestal (Lei 4771 de 15 de setembro de 1965); Lei de Parcelamento Territorial Urbano (Lei de 19 de dezembro de 1979); Lei da Política Nacional do Meio Ambiente (Lei de 31 de agosto de 1981); Lei da Política Nacional dos Recursos Hídricos (Lei de 8 de janeiro de 1997); Lei do Sistema Nacional de Unidades de Conservação (Lei 9985 de 18 de julho de 2.000); Estatuto das Cidades (Lei de 10 de julho de 2001).
5 INSTRUMENTOS PARA EFETIVAÇÃO DA GESTÃO AMBIENTAL URBANA Plano Diretor Municipal; Zoneamento Ecológico-Econômico (ZEE); Política e Plano Municipal de Saneamento Ambiental (PMSA); Avaliação de Impacto Ambiental (AIA); Estudo de Impacto de Vizinhança (EIV); Criação de espaços territoriais especialmente protegidos pelo Poder Público Federal, Estadual e Municipal e seus respectivos Planos de Manejo. CARTA DE RISCO (subsídio)
6 O que é Carta de Risco? Para que serve?
7 Cartas de Risco: São relatórios técnicos e mapas onde são condensadas diversas informações sobre uma determinada porção territorial, referentes ao meio físico e biótico; Todas as informações levantadas são representadas graficamente, de forma integrada, gerando um mapa síntese; Permitem que as ações de ocupação do solo sejam direcionadas e compatibilizadas com as possibilidades físico-ambientais, resultando no uso sustentável da porção territorial em questão.
8 Apontam, entre outras coisas: Áreas com grandes restrições para ocupação antrópica, devido ao risco de vida; Áreas que podem ser ocupadas com algumas restrições; Áreas nas quais há condições plenas de ocupação, sendo possível, inclusive, potencializar-se esta ação.
9 Nos municípios, as Cartas de Risco são instrumentos fundamentais para: 1) Elaborar e implementar os Planos Diretores e as Leis Urbanísticas Complementares, à medida que possibilitam o planejamento, a discriminação e a recomendação dos diferentes tipos de ocupação e uso do solo, dentro do território municipal, considerando as condições ambientais das áreas. 2) Priorizar intervenções e fornecer elementos para formular ações corretivas e preventivas, visando a prevenção de riscos e de prejuízos que possam afetar de forma direta ou indireta, os diferentes atores sociais, sejam eles públicos ou privados;
10 3) Promover ações de controle e fiscalização com o objetivo de melhorar os índices de segurança e qualidade de vida da população; 4) Localizar áreas onde ocorrem usos especiais, permitidos ou não, tais como: áreas de deposição e disposição de Resíduos Sólidos Urbanos (RSU) e Resíduos de Construção e Demolição (RCD), aterros sanitários, aterros de vias, atividades de mineração, cemitérios, entre outras; 5) Subsidiar a elaboração de estudos de Avaliação de Impacto Ambiental (EIA-RIMA, PCA, RCA, PRAD) de empreendimentos diversos.
11 CARTA DE RISCO E PLANEJAMENTO DO MEIO FÍSICO DE GOIÂNIA Qual a sua origem? Como foi feita? Para que serve? Qual a interface com os demais instrumentos?
12 Qual a sua origem? A primeira Carta de Risco do Município de Goiânia foi elaborada em 1991, no bojo dos trabalhos do Plano Diretor Integrado de Goiânia (PDIG 2000), por uma equipe multidisciplinar, constituída por profissionais de diversas instituições que atuam na capital, sob a orientação do Instituto de Pesquisas Tecnológicas de São Paulo (IPT). Após quinze anos de utilização desse instrumento, por parte de diversos usuários e dos técnicos da prefeitura, principalmente do IPLAN e SEPLAM, chegou-se à conclusão que era necessário realizar a revisão e o detalhamento do referido documento.
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14 CARTA DE RISCO 2007 REVISÃO DA CARTA DE 1991 Referencia-se pela: Agenda 21 Goiânia 2004, que indica a Carta de Risco como balizadora da definição de uso e ocupação do solo, a partir do conhecimento das grandes unidades naturais e da situação das bacias e sub-bacias hidrográficas; Lei Complementar n 171, de 29 de maio de 2007 (Plano diretor). O Artigo 166, institui a Carta de Risco e Planejamento do Meio Físico do Município como o instrumento definidor de ações e medida de promoção, proteção e recuperação da qualidade ambiental do espaço físico-territorial, segundo suas características ambientais.
15 Como foi feita? METODOLOGIA A Lei Complementar nº. 171 de 29 de maio de 2007 (Plano Diretor de Goiânia), em seu artigo 76, determina, para fins de planejamento, a divisão do território municipal em oito macrozonas. MACROZONA Frações do território, demarcadas segundo critérios de ordem físico-ambientais e conforme sua natureza de agenciamento espacial. Cada macrozona referese a uma sub-bacia hidrográfica. A Macrozona Rural do Barreiro foi adotada como área piloto para a realização do alinhamento e nivelamento da metodologia, que posteriormente foi extrapolada para as demais macrozonas.
16 Mz. São Domingos Mz. Lajeado Mz. João Leite Mz. Dourados Mz. Construída Mz. Capivara Mz. Barreiro Mz. Alto Anicuns Mz. São Domingos Mz. Lajeado Mz. Joâo Leite Mz. Dourados Mz. Construída Mz. Capivara Mz. Barreiro Mz. Alto Anicuns Área em hectares
17 A - Aspectos geológicos, hidrogeológicos, pedológicos e geomorfológicos B - Características hidrográficas e dinâmica fluvial C - Caracterização da biodiversidade A B C CARTA DE RISCO
18 A - Aspectos geológicos, hidrogeológicos, pedológicos e geomorfológicos I NOME DA MACROZONA 1 Aspectos geológicos, hidrogeológicos, pedológicas e geomorfológicos 1.1 Diagnósticos Diagnóstico com base nas informações do mapa geológico Diagnóstico com base nas informações do mapa hidrogeológico e cadastral de poços Diagnóstico com base nas informações do mapa pedológico e de coberturas superficiais Diagnóstico com base nas informações do mapa de susceptibilidade erosiva Diagnóstico com base nas informações do mapa cadastral de erosões 1.2 Prognósticos Prognóstico com base nas informações do mapa geológico Prognóstico com base nas informações do mapa hidrogeológico e cadastral de poços Prognóstico com base nas informações do mapa pedológico e de coberturas superficiais Prognóstico com base nas informações do mapa de susceptibilidade erosiva Prognóstico com base nas informações do mapa cadastral de erosões
19 B - Características hidrográficas e dinâmica fluvial 2 Características hidrográficas e dinâmica fluvial 2.1 Potamografia do Córrego Barreiro 2.2 Pluviosidade Máximo Porcentual de Contribuição (MPC) Chuva máxima de 1 dia em função do período de retorno 2.3 Características físicas da bacia do Córrego Barreiro 2.4 Escoamento superficial Vazão Medição de vazão 2.5 Sedimentologia 2.6 Dinâmica fluvial 2.7 Prognóstico
20 C - Caracterização da biodiversidade 3 Caracterização da biodiversidade 3.1 Diagnóstico da flora 3.2 Prognóstico da flora 3.3 Diagnóstico da fauna 3.4 Prognóstico da fauna
21 Eixos temáticos abordados Solos Geologia Hidrogeologia Relevo Susceptibilidade Erosiva Vegetação Hidrografia
22 Geolo Relevo Hidrog Solos Veget Análise e qualificação dos riscos Banco de Dados Geográficos SIG Riscos: Perda da Qualidade Atmosférica; Perda da Qualidade dos Recursos Hídricos; Perda de Vegetação; Perda de Solos; Acidentes.
23 CARTA SÍNTESE
24 Para que serve? Objetivo geral Gerar informações sobre as características físico-ambientais do território para o planejamento do uso e ocupação do solo a partir dos princípios do desenvolvimento sustentável.
25 Objetivos específicos 1) Elaboração de relatórios técnicos e mapas contendo informações sobre os aspectos geológicos, hidrogeológicos, pedológicos e geomorfológicos que compõem as macrozonas: Geológicos; Hidrogeológicos e cadastrais de poços; Pedológicos e de coberturas superficiais; Susceptibilidade erosiva e cadastrais de erosões.
26 Macrozona Rural do Barreiro - Mapa de Solos
27 Macrozona Rural do Barreiro - Mapa de Declividade
28 Macrozona Rural do Barreiro - Mapa de Susceptibilidade Erosiva
29 Macrozona Rural do Barreiro - Mapa de Risco de Perda de Solo
30 Objetivos específicos 2) Elaboração de relatórios técnicos e mapas contendo informações sobre as características hidrográficas e dinâmica fluvial que compõem as macrozonas: Dinâmica fluvial; Risco de perda da qualidade dos recursos hídricos.
31 Revisão e detalhamento da Carta de Risco de Goiânia Macrozona Rural do Barreiro - Mapa da Dinâmica Fluvial
32 Objetivos específicos 3) Elaboração de relatórios técnicos e mapas contendo informações sobre a caracterização da biodiversidade que compõem as macrozonas: Descrição das fitofisionomias de cada remanescente vegetacional; Descrição das espécies botânicas mais expressivas e existentes em cada fitofisionomia; Descrição do grau de preservação do remanescente e, conseqüentemente, da necessidade de recuperá-lo; Descrição dos recursos naturais disponíveis à vida silvestre; Descrição das interações biológicas e ligações com outros fragmentos, bem como a possibilidade de formação de corredores ecológicos.
33 Quadro 5.04: Fitofisionomias do Bioma Cerrado existentes na Macrozona Rural do São Domingos, onde o identificador é o número dado ao fragmento vegetacional Identificador Área (ha) Fitofisionomia SDG ,686 Mata Seca e Mata de Galeria SDG ,256 Mata Seca Recursos Naturais Nascente do Córrego do Meio Fragmento isolado e refúgio da fauna silvestre Interações biológicas Corredor ecológico com o Córrego Caveiras Fragmento isolado sofrendo pressões da urbanização de alguns bairros do município de Trindade, porém com possibilidade de formação de corredor ecológico com SDG-490 Grau de Preservação Mata Seca Mata de Galeria Mata Seca 5,0 7,0 4,0
34 Macrozona Rural do Barreiro - Mapa de Vegetação Remanescente
35 Macrozona Rural do Barreiro - Mapa de Risco de Perda da Vegetação
36 Objetivos específicos 4) Apontamento dos problemas decorrentes do uso indevido dos recursos naturais, tais como: inadequações de uso e desgaste dos recursos; 5) Fornecimento de subsídios à proteção do meio ambiente, a fim de assegurar a sadia qualidade de vida e conservar, ou ainda, se necessário, melhorar as condições ecológicas locais;
37 Macrozona Rural do Barreiro Mapa Síntese
38 Objetivos específicos 6) Produção de documentação fotográfica a fim de registrar o cenário e a paisagem atual do território municipal, permitindo o apontamento de elementos significativos e a realização de estudos comparativos futuros.
39 Figura 7.06: Deposição de entulho situada nas margens da estrada municipal que liga a BR-060 à GO-106. Ao fundo uma vista panorâmica de Goiânia.
40 Figura 7.19: Imagens dos conflitos e pressões do Setor Itaipu e Residencial Real Conquista sobre a vegetação de um fragmento de Mata Seca (DRD-265).
41 Qual a interface com os demais instrumentos? A Carta de Risco e Planejamento do Meio Físico de Goiânia: Aponta as grandes restrições para a ocupação antrópica, as áreas que podem ser ocupadas com restrições e as áreas nas quais há condições plenas de ocupação, segundo as características físico-ambientais; Subsidiou a elaboração do Zoneamento Ecológico- Econômico (ZEE) ao fornecer a base de dados físicoambientais; Possibilita a definição de ações no sentido de promover a proteção dos ativos e a recuperação dos passivos ambientais
42 O produto obtido com o desenvolvimento dos referidos estudos e serviços constitui-se em importante instrumento técnico e político para o planejamento do uso e ocupação do solo do território municipal. Ao integrar dados e informações em bases geográficas, pode subsidiar processos de tomada de decisões pelos diferentes atores sociais, principalmente os atores públicos, responsáveis diretos pela gestão do território municipal.
43 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AGENDA 21 GOIÂNIA. Goiânia: Talento Gráfica e Editora, p. Carta de Risco do Município de Goiânia. Goiânia: IPLAN et al mapa, color., 107 cm x 140 cm. Escala 1: Carta de Risco do Município de Goiânia revisada e detalhada. Goiânia: ITCO; SEPLAM; FMDU mapa, color., 91 cm x 130 cm. Escala 1: GOIÂNIA (Município). Lei Complementar nº. 171, de 29 de maio de Dispõe sobre o Plano Diretor e o processo de planejamento urbano do Município de Goiânia e dá outras providências. Lex: legislação municipal, Goiânia, 93p. ITCO; SEPLAM; FMDU;. Relatório técnico da revisão e detalhamento da carta de risco e planejamento do meio físico do Município de Goiânia. Goiânia: p.
44 AGRADEÇO A PRESENÇA E A ATENÇÃO! M. Sc. Rosângela Mendanha da Veiga Consultora em Planejamento e Gestão Ambiental
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