DOLO EVENTUAL E CULPA CONSCIENTE NOS CRIMES OCORRIDOS EM ACIDENTES DE TRÂNSITO

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1 UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ UNIVALI CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E SOCIAIS - CEJURPS CURSO DE DIREITO DOLO EVENTUAL E CULPA CONSCIENTE NOS CRIMES OCORRIDOS EM ACIDENTES DE TRÂNSITO ANDRÉ BERNARDO NASCIMENTO DA CUNHA Itajaí-SC, maio de 2009

2 I UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ UNIVALI CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E SOCIAIS - CEJURPS CURSO DE DIREITO DOLO EVENTUAL E CULPA CONSCIENTE NOS CRIMES OCORRIDOS EM ACIDENTES DE TRÂNSITO ANDRÉ BERNARDO NASCIMENTO DA CUNHA Monografia submetida à Universidade do Vale do Itajaí UNIVALI, como requisito parcial à obtenção do grau de Bacharel em Direito. Orientador: Professora Aparecida Correia da Silva Itajaí - SC, maio de 2009

3 II AGRADECIMENTOS Á Deus principalmente, pela força pra seguir em frete. Aos meus pais, pelo tanto que me apoiaram no decorrer da faculdade. Á professora orientadora Aparecida que me ajudou neste trabalho, meus sinceros agradecimentos. E a todos que me apoiaram a seguir em frente.

4 III DEDICO ESTE TRABALHO Aos meus pais, pelo apoio e para todos amigos, companheiros, que deram a maior força. Ao amigo Paulo Vitor Rudolf Machado, in memorian, que deixou muitas lembranças, dedico inteiramente este trabalho para este que foi uma grande pessoa.

5 IV "Não há nada mais relevante para a vida social que a formação do sentimento da justiça. " ( Rui Barbosa )

6 V TERMO DE ISENÇÃO DE RESPONSABILIDADE Declaro, para todos os fins de direito, que assumo total responsabilidade pelo aporte ideológico conferido ao presente trabalho, isentando a Universidade do Vale do Itajaí, a coordenação do Curso de Direito, a Banca Examinadora e o Orientador de toda e qualquer responsabilidade acerca do mesmo. Itajaí - SC, maio de André Bernardo Nascimento da Cunha Graduando

7 VI PÁGINA DE APROVAÇÃO A presente monografia de conclusão do Curso de Direito da Universidade do Vale do Itajaí UNIVALI, elaborada pelo graduando André Bernardo Nascimento da Cunha, sob o título Dolo eventual e culpa consciente nos crimes ocorridos em acidentes de trânsito, foi submetida em [data] de 2009 à banca examinadora composta pelos seguintes professores: Professor Mestre Aparecida Correia da Silva, Professor Mestre Adilor Danieli e aprovada com a nota [nota]. Itajaí - SC, maio de 2009 Prof. Aparecida Correia da Silva Orientador e Presidente da Banca Prof. MSc Antônio Augusto Lapa Coordenação da Monografia

8 VII ROL DE ABREVIATURAS E SIGLAS CP ART. CTB REL. DES. Código Penal Brasileiro Artigo de Lei Código de Trânsito Brasileiro Relator Desembargador

9 VIII ROL DE CATEGORIAS Automóvel Veículo automotor destinado ao transporte de passageiros, com capacidade para até oito pessoas, exclusive o condutor 1. Crime no aspecto formal Formalmente, o crime é conceituado sob aspecto da técnica jurídica, adotando o elemento dogmático da conduta qualificada como crime por uma norma penal 2. Crime no aspecto material Materialmente o crime é conceituado sob o ângulo ontológico, a conduta humana é tida como criminosa 3. Culpa consciente O agente não quer o resultado, não assume o risco de produzi-lo e nem é tolerável ou indiferente, o evento lhe é representado(previsto), mas confia em sua não-produção 4. Dolo eventual O sujeito tolera a produção do resultado, que lhe é indiferente, tanto faz que ocorra ou não, ele assume o risco de produzi-lo 5. Homicídio culposo No delito de homicídio, o agente inobserva o cuidado objetivamente devido, a diligencia indispensável em face das circustancias e produz, de conseqüência, o resultado morte 6. 1 BRASIL. Código de Trânsito Brasileiro lei 9.503/97 de 23 de setembro de São Paulo:Dialética, p JESUS, Damásio Evangelista de. Direito Penal. São Paulo: Saraiva, 1997 p JESUS, Damásio Evangelista de. Direito Penal. São Paulo: Saraiva, 1997 p JESUS, Damásio Evangelista de. Direito Penal. São Paulo: Saraiva, 1997 p JESUS, Damásio Evangelista de. Direito Penal. São Paulo: Saraiva, 1997 p. 282.

10 IX Homicídio doloso É a vontade e a consciência de realizar os elementos constantes do tipo legal. Mais amplamente, é a vontade manifestada pela pessoa humana de realizar a conduta 7. Trânsito Um fenômeno mais amplo do que geralmente é compreendido, em razão de englobar todos os usuários das vias terrestres, mesmo que não se encontrem embarcados em veículos automotores, e mesmo que não se encontrem em deslocamento. Uma pessoa, caminhando ou sentada em um banco de praça, estará sujeita às normas impostas pelo Código de Trânsito Brasileiro 8. Veículo automotor Todo veículo a motor de propulsão que circule por seus próprios meios, e que serve normalmente para o transporte viário de pessoas e coisas, ou para a tração viária de veículos utilizados para o transporte de pessoas e coisas. O termo compreende os veículos conectados a uma linha elétrica e que não circulam sobre trilhos (ônibus elétrico) 9. 6 MIRABETE, Júlio fabbrini, Código Penal Interpretado, 5ed, São Paulo, Atlas, p JESUS, Damásio E., Direito Penal, vol.1 : parte geral, 28 ed. Ver. São Paulo : Saraiva, p HONORATO, Cássio Mattos. Trânsito: infrações e crimes. Campinas: Millennium, p BRASIL. Código de Trânsito Brasileiro lei 9.503/97 de 23 de setembro de São Paulo:Dialética, p. 78.

11 X SUMÁRIO RESUMO INTRODUÇÃO CAPÍTULO 1 DO CRIME CONCEITO O CRIME CULPOSO ELEMENTOS DA CULPA Conduta Dever do cuidado objetivo Resultado Previsibilidade Tipicidade MODALIDADES DA CULPA Negligência Imprudência Imperícia ESPÉCIES Culpa consciente Culpa inconsciente Culpa imprópria Culpa presumida Graus da culpa CAPÍTULO 2 O CRIME DOLOSO CONCEITO TEORIAS DO DOLO Teoria da vontade Teoria da representação Teoria do assentimento ou consentimento ELEMENTOS DO DOLO Elemento cognitivo Elemento volitivo ESPÉCIES DE DOLO Dolo natural e dolo normativo Dolo direto Dolo indireto Dolo alternativo Dolo eventual Dolo de dano ou de perigo Dolo genérico ou específico Dolo geral Dolo e pena...50

12 XI CAPÍTULO 3 CULPA CONSCIENTE E DOLO EVENTUAL NOS CRIMES DE TRÂNSITO Trânsito e veículos DOS CRIMES EM ESPÉCIES Homicídio e lesão corporal culposa no trânsito Omissão de socorro Fuga do local do acidente Embriaguez ao volante Violação da suspensão ou proibição imposta Participação em competição não autorizada Direção de veiculo sem permissão ou habilitação Entrega de veiculo a pessoa não habilitada Excesso de velocidade em determinados locais Fraude no procedimento apuratório DOLO EVENTUAL X CULPA CONSCIENTE ELEMENTOS DE VERIFICAÇÃO DO DOLO EVENTUAL E CULPA CONSCIENTE...69 CONSIDERAÇÕES FINAIS...74 REFERÊNCIAS DAS FONTES CITADAS...76

13 12 RESUMO O presente trabalho monográfico tem por objetivo a análise do dolo eventual e da culpa consciente nos crimes ocorridos em acidente de trânsito. No primeiro momento conceitua-se o crime. Em seguida trabalha-se a culpa, abrangendo seus conceitos, elementos, espécies. Logo no segundo capitulo, trata-se do dolo em geral, conceitos, elementos e espécies. Por fim, no terceiro capitulo, tratou-se especificamente o dolo eventual e a culpa consciente, demonstrando a diferenciação e elementos em que ocorrem.

14 13 INTRODUÇÃO A presente Monografia tem como objeto analisar os casos em que ocorrem o dolo eventual e a culpa consciente nos crimes ocorridos em acidentes de transito. Esta pesquisa tem como objetivo institucional a produção de uma Monografia como requisito básico para a obtenção do título de Bacharel em Direito, pela Universidade do Vale do Itajaí - UNIVALI. O seu objetivo geral é a análise da culpa e do dolo e em que casos ocorrem nos acidentes de transito. Já o objetivo específico é pesquisar o entendimento da doutrina e dos tribunais, quanto ao dolo nos homicídios de trânsito, bem como analisar em que casos ocorrem a culpa consciente. Para tanto, principia se, no primeiro Capítulo, tratando do conceito de crime, logo em seguida o crime culposo, tratando dos seus conceitos, elementos e espécies. No segundo capítulo, tratar-se-á sobre o dolo, abrangendo também seus conceitos, elemento e espécies. No segundo capitulo será tratado sobre a culpa consciente e o dolo eventual, entendendo sua diferenciação, e ainda os elementos que se verifica que ocorreu o dolo eventual e a culpa consciente. O presente Relatório de Pesquisa se encerra com as Considerações Finais, nas quais são apresentados pontos destacados, seguidos da estimulação à continuidade dos estudos e das reflexões sobre

15 14 Dolo eventual e culpa consciente nos acidentes ocorridos em acidentes de trânsito. seguintes hipóteses: Para a presente monografia foram levantadas as - Sempre será considerado culposo o homicídio no trânsito? - Em quais casos poderá ser considerado doloso o homicídio no trânsito. - Qual o entendimento dos Tribunais perante o Homicídio com culpa consciente e dolo eventual. Quanto à Metodologia empregada, registra-se que, na Fase de Investigação foi utilizado o Método Indutivo, na Fase de Tratamento de Dados o Método cartesiano, e, o Relatório dos Resultados expresso na presente Monografia é composto na base lógica Indutiva. Nas diversas fases da Pesquisa, foram acionadas as Técnicas, do Referente, da Categoria, do Conceito Operacional e da Pesquisa Bibliográfica.

16 15 CAPÍTULO 1 O CRIME 1.1 CONCEITO Crime é espécie de infração, assim como delito é contravenção. O código Penal usa as três expressões. Para a conceituação de crime Damásio 10 entende: Existem dois aspectos, o formal e o material. Formalmente, o crime é conceituado sob aspecto da técnica jurídica, adotando o elemento dogmático da conduta qualificada como crime por uma norma penal. Já materialmente o crime é conceituado sob o ângulo ontológico, a conduta humana é tida como criminosa. Para a teoria causalista crime é fato típico, antijurídico e culpável. Dolo e culpa estão incluídos na culpabilidade. Para a teoria finalista crime é fato típico e antijurídico = dolo e culpa estão no tipo. Culpabilidade é pressuposto da pena, já que faz um juízo de censurabilidade ou reprobabilidade. 1.2 O CRIME CULPOSO O cuidado exigível de uma pessoa prudente e de discernimento diante da situação concreta do sujeito encontraremos o cuidado objetivo necessário, fundado na previsibilidade. Esse cuidado com a conduta do sujeito, importa pelo dever de cuidado com o comportamento do sujeito. Se ele não se conduziu da forma imposta pelo cuidado, o fato é típico. 10 JESUS, Damásio Evangelista de. Direito Penal. São Paulo: Saraiva, 1997 p. 282

17 16 O crime culposo é a conduta voluntária (ação ou omissão) que produz um resultado antijurídico, não querido, mas previsível, e excepcionalmente previsto, que podia, com a devida atenção, ser evitado. 11 seguinte definição: No entendimento de Costa Jr 12, o crime culposo tem a No crime culposo, o agente não emprega a atenção ou diligencia de que era capaz, ou age apesar de não estar ainda dotado de capacidade profissional necessária, conduz-se o agente com imprudência(culpa ativa e militante), com negligencia(inação e inércia), ou com imperícia(culpa profissional, relacionada com a arte ou profissão). Também conceituando crime culposo Mirabete 13 relata: O tipo injusto culposo, tem estrutura diversa do tipo doloso, posto que naquele é punido o comportamento mal dirigido a um fim irrelevante(ou ilícito). No delito de homicídio, o agente inobserva o cuidado objetivamente devido, a diligencia indispensável em face das circunstancias e produz, de conseqüência, o resultado morte. Assim, o agente não observando o cuidado necessário para que forme um elemento punível, produz sem prever o resultado, homicídio culposo. Todo homem tem o dever geral de tomar as necessárias cautelas para que seus atos não resultem em dano aos bens jurídicos tutelados. Ao violar esse dever geral, atuando sem as prevenções e cautelas exigíveis, põe o agente, de acordo com as circunstâncias do caso, no caminho do fato culposo. 11 MIRABETE, Julio Fabbrini, Manual de Direito Penal, São Paulo : Atlas, p COSTA JUNIOR, Paulo José, Direito Penal. São Paulo: Saraiva, p MIRABETE, Julio fabbrini, Código Penal Interpretado, 5ed, São Paulo, Atlas, p.944.

18 17 Nesse sentido Telles 14 define estritamente a culpa: Pode se definir culpa, stricto sensu, como a falta de cuidado do agente, numa situação em que poderia prever a causação de um resultado danoso, que ele não deseja, nem aceita, e as vezes nem prevê, mas que, com seu comportamento produz e que poderia ter sido evitado, portanto é a causação da morte previsível da vitima, por conduta voluntária de uma pessoa, que nas condições em que atuou, poderia com o cuidado devido, te-la evitado. Há na culpa, um primeiro momento em que se verifica a tipicidade da conduta: é típica toda conduta que infringe o cuidado necessário objetivo. Telles 15 afirma que ao contrário do que ocorre em relação ao crime doloso de homicídio, em que é suficiente o processo de adequação típica para ser resolvido o problema da tipicidade do fato, no crime culposo de homicídio o tipo é aberto. 1.3 ELEMENTOS DA CULPA Mirabete 16 : São assim elementos do crime culposo segundo a) a conduta b) a inobservância do dever de cuidado objetivo; c) o resultado lesivo involuntário; d) a previsibilidade; e) a tipicidade. 14 TELES,Ney Moura, Direito Penal - parte especial, arts, 121 a 212, vol.2, São Paulo: Atlas, 2004.p TELES,Ney Moura, Direito Penal - parte especial, arts, 121 a 212, vol.2, São Paulo: Atlas, 2004.p MIRABETE, Julio Fabbrini, Manual de Direito Penal, São Paulo : Atlas, p.136

19 Conduta Na esfera do crime culposo, o importante para salientar é o modo e a forma imprópria em que o sujeito agiu para consumar o crime. O elemento importante para decidir sobre o fato lesivo não é propriamente o resultado, mas sim no desvalor da ação que praticou. Capez 17 p.110 aduz: Conduta é a ação ou omissão humana, consciente e voluntária, dolosa ou culposa, dirigida a uma finalidade, típica ou não, mas que produz ou tenta produzir um resultado previsto na lei penal como crime. Mirabete 18 exemplifica: Se um motorista, dirige velozmente para chegar a tempo de assistir a missa domingueira e vem a atropelar um pedestre, o fim licito não importa, pois agiu ilicitamente ao não atender ao cuidado necessário a que estava obrigado em sua ação, dando causa ao resultado lesivo(lesão, morte), essa inobservância do dever de cuidado faz com que sua ação configure uma ação típica. A conduta culposa é, portanto, elemento do fato típico. Deixando claro o que se trata a conduta do agente que age com culpa, o dever do cuidado objetivo é a próxima etapa da culpa Dever do cuidado objetivo No convívio social, é determinado a todos a obrigação de realizar condutas de forma a não causar a morte de um ser humano. É denominado cuidado objetivo. A conduta torna-se típica no momento em que o 17 CAPEZ, Fernando, Curso de Direito Penal:parte geral, vol.1: 7ª ed. Ver. E atual, São Paulo, Saraiva 2004.p MIRABETE, Julio Fabbrini, Manual de Direito Penal, São Paulo : Atlas, p.136

20 19 sujeito realiza uma ação causadora do resultado morte sem o discernimento e prudência que uma pessoa normal deveria de ter. O fato se inicia com a realização voluntária de uma conduta de fazer ou não fazer. O agente não pretende praticar um crime nem quer expor interesses jurídicos de terceiros a perigo de dano. Falta, porém, com o dever de diligência exigido pela norma. Conforme Mirabete 19 o dever do cuidado objetivo é: A cada homem, na comunidade social, incumbe o dever de praticar os atos da vida com as cautelas necessárias para que de seu atuar não resulte dano a bens jurídicos alheios. Quem vive em sociedade não deve, com uma ação irrefletida, causar dano a terceiro, sendo-lhe exigido o dever de cuidado indispensável a evitar tais lesões. Assim, se o agente não observa esses cuidados indispensáveis, causando com isso dano a bem jurídico alheio, responderá por ele. É a inobservância do cuidado objetivo exigível do agente que torna a conduta antijurídica. Muitos dos atos praticados pelo ser humano podem provocar perigo, sendo inerentes a eles um risco que não pode ser suprimido inteiramente sob pena de serem totalmente proibidas (dirigir um veículo, operar um maquinismo, lidar com substâncias tóxicas etc.). Procura a lei estabelecer quais os deveres e cuidados que o agente deve ter quando desempenha certas atividades (velocidade máxima permitida nas ruas e estradas, utilização de equipamento próprio em atividades industriais, exigência de autorização para exercer determinadas profissões etc.). É impossível, porém, uma regulamentação jurídica que esgote todas as possíveis violações de cuidados nas atividades humanas. Além disso, às vezes a violação de uma norma jurídica não significa que o agente tenha agido sem as cautelas exigíveis no caso concreto MIRABETE, Julio Fabbrini, Manual de Direito Penal, São Paulo : Atlas, p.137

21 20 Nesse sentido, Prado afirma que o desvalor da ação está representado pela inobservância do cuidado objetivamente devido e o desvalor do resultado pela lesão ou perigo concreto de lesão para o bem jurídico 21. Para Cezar Bitencourt 22 a observância do dever objetivo de cuidado, isto é, a diligência devida constitui o elemento fundamental do tipo de injusto culposo, cuja análise constitui uma questão preliminar no exame da culpa. A inobservância do dever de cuidado não constitui conduta típica porque é necessário outro elemento do tipo culposo: o resultado. Só haverá ilícito penal culposo se da ação contrária ao cuidado resultar lesão a um bem jurídico Resultado Mirabete 23 relata que o resultado é: Não deixa de ser um componente de azar da conduta humana no crime culposo (dirigir sem atenção pode ou não causar colisão e lesões em outra pessoa). Não existindo o resultado (não havendo a colisão), não se responsabilizará por crime culposo o agente que inobservou o cuidado necessário, ressalvada a hipótese em que a conduta constituir, por si mesma, um ilícito penal (a contravenção de direção perigosa de veículo, prevista no art. 34 da LCP, por exemplo). A exigência do resultado lesivo para a existência do crime culposo justifica-se pela função política garantidora que deve 20 MIRABETE, Julio Fabbrini, Manual de Direito Penal, São Paulo : Atlas, p PRADO, Luiz Regis. Curso de Direito Penal Brasileiro - Parte Geral. São Paulo: RT, 1999, p BITENCOURT, Cezar Roberto. Lições de Direito Penal. Parte Geral. 3 ed. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 1995, p MIRABETE, Julio Fabbrini, Manual de Direito Penal, São Paulo : Atlas, p.137 e 138

22 21 orientar o legislador na elaboração do tipo penal. Conforme a jurisprudência do STF 24 : Nos crimes culposos deve haver o nexo causal entre a conduta e o resultado, como este é reprovável pela desatenção do agente ao dever de cuidado para evitar o previsível, se o resultado estava fora da relação de causalidade, também estava fora da previsibilidade. Não haverá crime culposo mesmo que a conduta contrarie os cuidados objetivos e se verifica que o resultado se produziria da mesma forma, independentemente da ação descuidada do agente. Assim, se alguém se atira sob as rodas do veículo que é dirigido pelo motorista na contramão de direção, não se pode imputar a este o resultado (morte do suicida). Trata-se, no caso, de mero caso fortuito. Evidentemente, deve haver no crime culposo, como em todo fato típico, a relação de causalidade entre a ação e o resultado, obedecendo-se ao que dispõe a lei brasileira no art. 13 do CP Previsibilidade O sujeito não preveu a situação futura e incerta sobre o ilícito penal, construindo assim, um ilícito penal. Mirabete 25 diz: Há na conduta não uma vontade dirigida à realização do tipo, mas apenas um conhecimento potencial de sua concretização, vale dizer, uma possibilidade de conhecimento de que o resultado lesivo pode ocorrer. Esse aspecto subjetivo da culpa é a possibilidade de conhecer o perigo que a conduta descuidada do sujeito cria para os bens jurídicos alheios, e a 24 STF, RTJ 111/ MIRABETE, Julio Fabbrini, Manual de Direito Penal, São Paulo : Atlas, p.138

23 22 possibilidade de prever o resultado conforme o conhecimento do agente. A essa possibilidade de conhecimento e previsão dá-se o nome de previsibilidade. Damásio 26 no mesmo pensamento anota: A previsibilidade é a possibilidade de ser antevisto o resultado, nas condições em que o sujeito se encontrava. Exige-se que o agente, nas circunstâncias em que se encontrava, pudesse prever o resultado de seu ato. Zaffaroni 27 ainda: A previsibilidade deve ser estabelecida conforme a capacidade de previsão de cada indivíduo, sem que para isso se tenha de recorrer a nenhum "termo médio" ou "critério de normalidade" Conforme prelecionam Pires e Sheila Sales 28 : Tal juízo deve ser realizado ex ante, tomando por standart a diligência, a perícia e a prudência que seriam adotadas pelo homem comum, normal, e não pelo agente que atuou no caso concreto, segundo sua individual capacidade grau de instrução, profissão, conhecimentos especiais. A previsibilidade conforme os doutrinadores, seria a imaginação futura do resultado, então o agente teria que ter a precaução para que o fato típico não ocorresse Tipicidade A tipicidade, não é suficiente o processo de adequação típica, uma vez que o tipo não é precisamente definido em face da diversidade 26 JESUS, Damásio Evangelista de. Direito Penal. 8. ed. São Paulo: Saraiva, v.1. p ZAFFARONI, Eugênio Raúl. Manual de Direito Penal Brasileiro: Parte Geral. São Paulo: Revista dos Tribunais, p PIRES, Ariosvaldo de Campos, SALES, Sheila Jorge Selim de. Direito Penal, São Paulo. Atlas, 1997, p

24 23 imensa das formas de conduta. O juiz, então, tem que estabelecer um critério para considerar típica a conduta. Para saber se o sujeito deixou de observar o cuidado necessário é preciso comparar a sua conduta com o comportamento que teria uma pessoa normal. Para Mirabete 29 a tipicidade nos crimes culposos determina-se através da comparação entre a conduta do agente e o comportamento presumível que, nas circunstâncias, teria uma pessoa de discernimento e prudência ordinários. Para Fragoso 30 é típica a ação que provocou o resultado quando se observa que não atendeu o agente ao cuidado e à atenção adequados às circunstâncias. Em suma, a culpa, à semelhança do dolo, é uma atitude contrária ao dever, portanto, reprovável da vontade. Conhecer as modalidades de culpa é fundamental para a o estudo do crime culposo, que será tratado logo em diante. 1.4 MODALIDADES DA CULPA As modalidades de culpa, ou formas de manifestação da falta do cuidado objetivo, estão discriminadas no art. 18 do Código Penal Brasileiro, inciso II: imprudência, negligência ou imperícia. Art Diz-se o crime: (...) II - culposo, quando o agente deu causa ao resultado por imprudência, negligência ou imperícia. 29 MIRABETE, Julio Fabbrini, Manual de Direito Penal, São Paulo : Atlas, p FRAGOSO, Heleno Cláudio. Lições de Direito Penal: Parte Geral. 4 ed. Rio de janeiro: forense p

25 24 As modalidades de culpa será apreciada passo a passo Negligência A negligência é a inércia psíquica, a indiferença do agente que, podendo tomar as devidas cautelas exigíveis, não o faz por displicência, relaxamento ou preguiça mental, resumindo, o sujeito deixa de fazer alguma coisa que a prudência impõe. Nas palavras de Damásio 31 a negligência é a ausência de precaução ou indiferença em relação ao ato realizado. Ex.: deixar arma de fogo ao alcance de uma criança. No mesmo pensamento, comenta Capez 32 : Negligência: é a culpa na sua forma omissiva. Implica, pois, a abstenção de um comportamento que era devido. O negligente deixa de tomar, antes de agir, as cautelas que deveria. Desse modo, ao contrario da imprudência, que ocorre durante a ação, a negligencia dá-se sempre antes do inicio da conduta. Noronha 33 aduz: Consigna-se primeiramente que para muitos a negligência é a expressão ampla em que cabe todo conteúdo da culpa. A rigor, seria suficiente para ministrar todo o substrato da culpa, podendo, assim, as idéias de imprudência e imperícia caber dentro da correspondente da negligencia. Noronha 34 ainda diz que a negligência é vinculada a um comportamento negativo do agente, ou seja, á inércia, inação, e passividade, basicamente trata-se de uma inatividade material ou subjetiva. 31 JESUS, Damásio Ev., Direito Penal. São Paulo: saraiva, p CAPEZ, Fernando, Curso de Direito Penal:parte geral, vol.1: 7ª ed. Ver. E atual, São Paulo, Saraiva 2004.p NORONHA, Edgard Magalhães, Do Crime Culposo. 2.ed. São Paulo. Saraiva 1966.p.91

26 25 Não tendo o devido cuidado para que o resultado morte ocorresse, torna-se o agente, um negligente Imprudência A imprudência é a atitude precipitada do agente, que age com afoiteza, sem cautelas, segundo Mirabete 35, não usando de seus poderes inibidores, é a criação desnecessária de um perigo. Damásio 36 explica que imprudência é a pratica de um fato perigoso.ex.: realizar uma cirurgia sem conhecimento medico. Capez 37 relata: Consiste na violação das regras de conduta ensinadas pela experiência. É o atuar sem precaução, precipitado, imponderado. Uma característica fundamental da imprudência é que nela a culpa se desenvolve paralelamente a ação. Desse modo, enquanto o agente pratica a conduta comissiva, vai ocorrendo simultaneamente a imprudência. Noronha 38 leciona que a imprudência esta ligada a idéia de comportamento ativo, um agir afoito, sem cautela, precipitado. O agente descuidando do seu dever de zelar pela vida de terceiros, age sem pensar no resultado futuro, gerando resultado típico Imperícia 34 NORONHA, Edgard Magalhães, Do Crime Culposo. 2.ed. São Paulo. Saraiva 1966.p MIRABETE, Julio Fabbrini, Manual de Direito Penal, São Paulo : Atlas, p JESUS, Damásio Ev., Direito Penal. São Paulo: saraiva, p. 81e CAPEZ, Fernando, Curso de Direito Penal:parte geral, vol.1: 7ª ed. Ver. E atual, São Paulo, Saraiva 2004.p NORONHA, Edgard Magalhães, Do Crime Culposo. 2.ed. São Paulo. Saraiva, p. 96

27 26 É a incapacidade, a falta de habilidade específica para a realização de uma atividade técnica ou científica, não levando, o agente, em consideração o que sabe ou deveria saber. Damásio 39 conceitua que imperícia é: A imperícia é a falta de aptidão para o exercício de arte ou profissão. O químico, o eletricista, o medico, o engenheiro, o farmacêutico, necessidade de aptidão teórica e pratica para o exercício de suas atividades. Nesse sentido Capez 40 diz: A imperícia consiste na falta de conhecimento técnico ou habilitação para o exercício de arte ou profissão. É a pratica de certa atividade, de modo omissivo(negligente) ou insensato(imprudente), por alguém incapacitado para tanto, quer pela falta de conhecimento, quer pela falta de pratica. Noronha 41 aduz: Alimentando mais ainda o conceito de imperícia A imperícia é a falta de determinado conhecimento ou habilitação, para o exercício de determinada função, arte ou profissão, pode ser oriunda da falta de pratica ou ausência de conhecimentos técnicos de dado mister que lhe seriam efetivamente exigíveis. Além de serem imprecisos os limites que distinguem essas modalidades de culpa, podem elas coexistir no mesmo fato. Mirabete 42 leciona que poderá haver imprudência e negligência (pneus gastos que não 39 JESUS, Damásio Ev., Direito Penal, São Paulo: Saraiva, 2004p. 80 e CAPEZ, Fernando, Curso de Direito Penal, São Paulo: Saraiva, NORONHA, Edgard Magalhães, Do Crime Culposo. 2.ed. São Paulo. Saraiva, p MIRABETE, Julio Fabbrini, Manual de Direito Penal. São Paulo : Atlas, p.141

28 27 foram trocados e excesso de velocidade), a negligência e a imperícia (profissional incompetente que age sem providências específicas), a imperícia e a imprudência. 1.5 ESPÉCIES Culpa consciente Na culpa consciente o resultado é previsto pelo sujeito, que espera levianamente que não ocorra ou que possa evitá-lo. É também chamada culpa com previsão, ele confia em que sua ação conduzirá tãosomente ao resultado que pretende, o que só não ocorre por erro no cálculo ou erro na execução. O agente tem o defeito de querer, uma vez que o ele realiza a conduta, embora haja previsto a possibilidade do resultado ao passo que, na culpa inconsciente, há um defeito de representação de vontade, pois o agente atua sem ao menos prever a ocorrência de evento típico. Benfica 43, relata que quando o agente tem consciência da violação do cuidado objetivo, mas age confiante de que nada vai acontecer. Bitencourt 44 afirma que: Há culpa consciente, também chamada culpa com previsão, quando o agente, deixando de observar a diligência a que estava obrigado, prevê um resultado, possível, mas confia convictamente que ele não ocorra. No mesmo pensamento D avila 45 : 43 BEMFICA, Francisco Veni. Da Teoria do Crime. São Paulo: Saraiva, 1990, p BITENCOURT, César Roberto, Lições de Direito Penal. Porto Alegre: Livraria do Advogado, p D AVILLA Fabio Roberto. Crime culposo e a teoria da imputação objetiva. São Paulo : Ed. Revista dos Tribunais, p. 104

29 28 Ocorre na hipótese em que o agente embora prevendo a possibilidade da ocorrência de um resultado típico, decorre de sua atitude descuidada, acreditar sinceramente que tal situação não ocorrerá. Callegari 46 relata que: A culpa consciente ocorre quando o agente prevê o resultado, mas espera, sinceramente, que não ocorrerá. Há no agente a representação da possibilidade do resultado, mas ele a afasta por entender que o evitará, que sua habilidade impedirá o evento lesivo que está dentro de sua previsão. Damásio 47 : exemplifica na sua obra que: Numa caçada, o sujeito vê um animal nas proximidades de seu companheiro, percebe que, atirando na caça, poderá acertar o companheiro, confia, porem, em sua pontaria, acreditando que não vira a matá-lo, atira e mata-o. não responde por homicídio doloso, mas sim por homicídio culposo( CP, art.121, 3º) Entretanto, a simples previsão do resultado, por si só, não caracteriza que o agente agiu com culpa consciente, faz-se necessário que ele tenha possuído também, a consciência acerca da infração ao dever de cuidado. A principal característica é a confiança que o agente possui quanto à inexistência do resultado desfavorável, não se devendo confundi-la com uma mera esperança em fatores aleatórios. O agente, mesmo prevendo o resultado, não o aceita, não assume o risco de produzi-lo, nem permanece indiferente a ele, o resultado danoso. Apesar de prevê-lo, confia o agente em sua não-produção. 46 CALLEGARI, André Luís. Dolo eventual, culpa consciente e acidente de trânsito p JESUS, Damásio Ev., Direito Penal. São Paulo: Saraiva, p. 81e 82.

30 29 O Código Penal pátrio equipara a culpa consciente à inconsciente, designando a mesma pena abstrata para ambos os casos. No entanto a distinção entre culpa consciente e inconsciente é pelo fato de elas serem puníveis, perde muito de sua relevância jurídica, com exceção de dois aspectos fundamentais: o primeiro diz respeito ao grau de censurabilidade da culpa consciente e a da inconsciente, o segundo a distinção entre culpa consciente e dolo eventual Culpa inconsciente A culpa inconsciente quando o agente realizar a conduta descuidada, sem sequer prever a previsibilidade do resultado típico, ou seja, ignorando, por completo a sua possível ocorrência, embora se fosse possível chegar a esse conhecimento. A culpa inconsciente, segundo Bittencourt 48 caracterizase pela ausência absoluta de nexo psicológico entre o autor e o resultado de sua ação (não há a imprevisibilidade, caso contrário haveria caso fortuito ou força maior). Mirabete 49 no mesmo entendimento: A culpa inconsciente existe quando o agente não prevê o resultado que é previsível. Não há no agente o conhecimento efetivo do perigo que sua conduta provoca para o bem jurídico alheio. Uma das classificações básicas das espécies de culpa é a distinção entre culpa consciente e inconsciente.na culpainconsciente,também denominada culpa ex ignorantia, o resultado, embora previsível, não é previsto pelo agente. São os casos de negligência, imperícia e imprudência, em que 48 BITENCOURT, César Roberto, Lições de Direito Penal. Porto Alegre: Livraria do Advogado, p MIRABETE, Julio Fabbrini, Manual de Direito Penal. São Paulo : Atlas, p.141.

31 30 não houve a previsão do resultado por descuido, desatenção ou desinteresse do agente. Em suma, a culpa inconsciente diz respeito às situações em que o agente deveria agir com previsibilidade e não o faz, ocasionando um resultado que ele não desejava e nem previu, quando deveria estar alerta - ou seja, as situações em que o resultado danoso ocorreu devido à imprudência, imperícia e negligência do agente. Portanto, a culpa inconsciente diz respeito às situações em que o agente deveria agir com previsibilidade (objetiva e subjetiva) e não o faz, ocasionando, assim, um resultado que ele não desejava e nem previu. Em outras palavras, ocorre nas situações em que o resultado danoso adveio de um comportamento imprudente, imperito ou negligente do agente. O agente acredita ter o domínio da conduta e não tem, e isto faz com que os riscos inerentes à atividade sejam acrescidos dos riscos da conduta viciada, sem que o agente disto se a perceba. Logo, se vem a ocorrer algum resultado por conta do acréscimo dos riscos, tal resultado [típico] pode ser atribuído ao agente, não somente pela cadeia causal natural [o que seria objetivo], mas pela cadeia causal anímica ou psicológica que o levou a se conduzir alheio aos bens jurídicos próprios, de outrem, comuns ou públicos Culpa imprópria Para Mirabete 50 a culpa imprópria deriva esta do erro de tipo inescusável, nas descriminantes putativas ou do excesso nas causas justificativas. Nessas hipóteses, o sujeito quer o resultado, mas sua vontade está viciada por um erro que poderia, com o cuidado necessário, ter evitado. 50 MIRABETE, Julio Fabbrini, Manual de Direito Penal. São Paulo : Atlas, p.142

32 31 Damásio 51 acredita que a denominação é incorreta, uma vez que na chamada culpa imprópria se tem, na verdade, um crime doloso e que o legislador aplica a pena de crime culposo Culpa presumida Mirabete 52 diz que é culpa presumida quando, não se indagando se no caso concreto estão presentes os elementos da conduta culposa, o agente é punido por determinação legal, que presume a ocorrência dela. Na legislação anterior ocorria punição por crime culposo quando o agente causasse o resultado apenas por ter infringido uma disposição regulamentar (dirigir sem habilitação legal, acima do limite estabelecido na rodovia etc.), ainda que não houvesse imprudência, negligência ou imperícia. Exemplificando, Willian Wanderley Jorge 53 relata: Não se pode considerar alguém culpado simplesmente por haver aquiescido em conduzir passageiros em veículos inadequados, como são os caminhões e os tratores. Exige-se a prova da imprudência ou negligência ou imperícia, pois o agente nessa conduta apenas desrespeitou regra de trânsito. O próximo passo do crime culposo será o grau da culpa que será tratado logo em diante Graus da culpa A doutrina trás 3 diferentes tipos de culpa: a grave b leve 51 JESUS, Damásio E. Direito Penal. São Paulo: Saraiva, v.1. p MIRABETE, Julio Fabbrini, Manual de Direito Penal. São Paulo : Atlas, p JORGE, Wilian Wanderley. Curso de Direito Penal. Vol. I, 6ª ed., Rio de Janeiro: Forense, 1986, p. 341.

33 32 c levíssima Para Mirabete 54 o grau da culpa varia de acordo com a maior ou menor possibilidade de previsão do resultado e mesmo dos cuidados objetivos tomados ou não pelo sujeito. Garcia 55 entende que está isento de responsabilidade o agente que dá causa ao resultado com culpa levíssima. José Salgado Martins 56 fala que tal distinção é fundada na afirmação de que o evento, na hipótese de culpa levíssima, só poderia ser evitado se seu causador atuasse com atenção extraordinária, o que equivaleria praticamente ao caso fortuito. Devidamente analisado o crime culposo, far-se necessário analisar o tipo penal quanto ao dolo, o que far-se-á no capítulo seguinte. 54 MIRABETE, Julio Fabbrini, Manual de Direito Penal, São Paulo : Atlas, p GARCIA, Basileu. Instituições de Direito Penal. 5. ed. São Paulo : Max limonad, 1980 vol. 1. p MARTINS, José Salgado. Direito Penal. São Paulo : saraiva, p. 233.

34 33 CAPÍTULO 2 DO CRIME DOLOSO 2.1 CONCEITO Conforme Capez 57 o dolo é o elemento psicológico da conduta e que a conduta é um dos elementos do fato típico, logo o dolo é um dos elementos do fato típico. Damásio 58 entende que dolo, de acordo com a teoria finalista da ação, é elemento subjetivo do tipo, integra a conduta, pelo que a ação e a omissão não constituem simples formas naturalísticas de comportamento, mas ações ou omissões dolosas. Damásio 59 ainda em sua obra conceitua o dolo dizendo que é a vontade e a consciência de realizar os elementos constantes do tipo legal. Mais amplamente, é a vontade manifestada pela pessoa humana de realizar a conduta. Fragoso 60 diz que o dolo é a consciência e a vontade na realização da conduta típica, compreende elementos cognitivos( conhecimento do fato que constitui a ação típica) e um elemento volitivo ( vontade de realizála). Nesse sentido o dolo é o elemento nuclear e primordial do tipo subjetivo e, frequentemente, o único do tipo objetivo, o dolo é o querer do resultado típico, a vontade do tipo subjetivo. 57 CAPEZ, Fernando, Curso de Direito Penal, São Paulo : Saraiva, p JESUS, Damásio E., Direito penal, São Paulo : Saraiva, p JESUS, Damásio E., Direito penal, São Paulo : Saraiva, p FRAGOSO, Heleno Cláudio, Lições de direito penal, ed. Forense. p.175

35 34 O dolo é a vontade de concretizar as características objetivas do tipo, constitui elemento subjetivo do tipo. O tipo objetivo representa a exteriorização da vontade(aspecto externo-objetivo) que concretiza o tipo subjetivo. O fundamento material do todo crime é a concretização da vontade num fato externo, pois crime não é somente a vontade má concretizada num fato. 61 A carga subjetiva é denominada de tipo subjetivo e se esgota apenas no dolo quando o tipo penal contem apenas elementos objetivos e normativos, mas, naqueles em que existem elementos subjetivos, deve abranger estes. Por isso, Mirabete 62 diz que pode-se dizer que o tipo subjetivo é o dolo e eventualmente o dolo e outros elementos subjetivos inscritos ou implícitos no tipo penal abstrato. Isso não quer dizer, porém, que o tipo objetivo não abranja os aspectos subjetivos, indispensáveis na configuração de determinados delitos, como são chamados elementos subjetivos do injusto. Como sustenta Welzel 63, o tipo objetivo não é objetivo no sentido de alheio ao subjetivo, mas no sentido de objetivado. Compreende aquilo do tipo que tem de se encontrar objetivado no mundo exterior. Bitencourt 64 sustenta que o tipo objetivo é composto de por um núcleo, representado por um verbo (ação ou omissão), e por elementos secundários, tais como objeto da ação, resultado, nexo causal, autor etc. Marques 65 leciona que: 61 WELZEL, Hans. Derecho Penal alemán. Trad. Juan Bustos Ramirez e Sergio Yánez Pérez. Santiago, Ed. Jurídica do Chile, p MIRABETE, Julio Fabbrini. Manual de Direito Penal, São Paulo, Atlas, p WELZEL, Hans. Derecho Penal alemán. Trad. Juan Bustos Ramirez e Sergio Yánez Pérez. Santiago, Ed. Jurídica do Chile, p BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de Direito Penal : parte geral, vol.1 10 ed. São Paulo : Saraiva, p MARQUES, José Frederico, Tratado de Direito Penal, vol.2, Campinas : Millennium, p.224

36 35 estudo das teorias do dolo. Quando o sujeito ativo quer é a ação ou omissão, nem sempre, quando produz o evento, subsiste a vontade de produzi-lo. nos crimes a distancia, o resultado pode ocorrer em momento em que a vontade do agente esteja inerte, como, por exemplo, na hipótese de uma bomba de retardamento que explode no instante em que esteja sob a ação do sono aquele que preparou para explosão. Substancial, por isso, no crime doloso com ação e evento, é que se verifique consoante a intenção do agente, entendendo-se esta como a vontade que se projeta sobre o resultado dependente da conduta. Tendo em vista os conceitos do dolo, fica evidente o 2.2 TEORIAS DO DOLO Há três teorias a respeito do dolo: do assentimento. A teoria da vontade, a teoria da representação e a teoria teoria da vontade resultado. Dolo é a vontade de realizar a conduta e produzir o vontade: Damásio de Jesus 66 relata em sua obra sobre a teoria da Dolo é a intenção mais ou menos perfeita de praticar um fato que se conhece contrário à lei. Para os partidários dessa teoria, o dolo exige os seguintes requisitos: a) quem realiza o ato deve conhecer os atos e sua significação; b) o autor deve estar disposto a produzir o resultado. Assim, para a teoria da vontade, é preciso que o agente tenha a representação do fato (consciência do fato) e a vontade de causar o resultado. Mirabete 67 entende que quem age dolosamente é quem pratica a ação consciente e voluntariamente. É necessário para sua existência, 66 JESUS, Damásio E., Direito Penal, São Paulo: Saraiva, p

37 36 portanto, a consciência da conduta e do resultado e que o agente a pratique voluntariamente teoria da representação Para a teoria da representação, dolo é a previsão do resultado. É suficiente que o resultado seja previsto pelo sujeito. Mirabete 68 explica que: Dolo é a simples previsão do resultado. Embora não se negue a existência da vontade na ação, o que importa para essa posição é a consciência de que a conduta provocará o resultado. Argumenta-se, contudo, que a simples previsão do resultado, sem a vontade efetivamente exercida na ação, nada representa e que, alem disso, quem tem vontade de causar o resultado evidentemente tem a representação deste. Neste termos, a representação já está prevista na teoria da vontade. Feita as considerações acerca da teoria da representação, fica claro o estudo da teoria do assentimento teoria do assentimento ou consentimento Para a teoria do assentimento ou consentimento, também é dolo a vontade que, embora não dirigida diretamente ao resultado previsto como provável ou possível, consente na sua ocorrência ou, o que da no mesmo, assume o risco de produzi-lo. A representação é necessária mas não suficiente à existência do dolo, e consentir na ocorrência do resultado é uma forma de querê-lo. Explica Mirabete 69 acerca do tema que segue: 67 MIRABETE, Julio Fabbrini. Manual de Direito Penal, São Paulo, Atlas, p MIRABETE, Julio Fabbrini. Manual de Direito Penal,. São Paulo, Atlas, p MIRABETE, Julio Fabbrini. Manual de Direito Penal,. São Paulo, Atlas, p.129

38 37 A teoria do consentimento faz parte do dolo a previsão do resultado a que o agente adere, não sendo necessário que ele o queira. Para a teoria em apreço, portanto, existe dolo simplesmente quando o agente consente em causar o resultado ao praticar a conduta. Portanto a previsão ou representação do resultado como certo, provável ou possível, não exigindo que o sujeito queira produzi-lo. é suficiente seu assentimento. 2.3 ELEMENTOS DO DOLO Para a definição dos elementos do dolo, existem dois elementos principais: o elemento cognitivo ou intelectual e o elemento volitivo(vontade) elemento cognitivo Para a configuração do dolo exige-se a consciência daquilo que se pretende praticar. Essa consciência deve ser atual, isto é deve estar presente no momento da ação, quando ela esta sendo realizada. A consciência do autor, segundo Mirabete 70 é: Deve referir-se a todos os elementos do tipo, prevendo ele os dados essenciais dos elementos típicos futuros em especial o resultado e o processo causal. A vontade consiste em resolver executar a ação típica, estendendo-se a todos os elementos objetivos conhecidos pelo autor que servem de base a sua decisão em pratica - lá. Feitas as considerações acerca do elemento cognitivo, o elemento volitivo é a próxima etapa dos elementos do dolo. 70 MIRABETE, Julio Fabbrini. Manual de Direito Penal. São Paulo, Atlas, p.130

39 Elemento volitivo Noronha 71 entende que: a vontade incondicionada deve abranger a ação ou omissão (conduta), o resultado e o nexo causal. A vontade pressupõe a previsão, isto é, a representação, na medida em que é impossível querer algo conscientemente senão aquilo que se previu ou representou na nossa mente, pelo menos, parcialmente. A vontade de realização do tipo objetivo pressupõe a possibilidade de influir no curso causal, bitencourt entende que: Tudo o que estiver fora da possibilidade de influencia concreta do agente pode ser desejado ou esperado, mas não significa querer realizá-lo. Somente pode ser objeto da norma jurídica algo que o agente possa realizar ou omitir ESPÉCIES DE DOLO O surgimento das diferentes espécies de dolo é ocasionado pela necessidade de a vontade abranger o objetivo pretendido pelo agente, o meio utilizado, a relação de causalidade, bem como o resultado Dolo natural e dolo normativo Segundo a lição de Capez 73 : Dolo natural é aquele concebido como um elemento puramente psicológico, desprovido de qualquer juízo de valor. Trata-se de um simples querer, independentemente de o objeto da vontade ser licito ou ilícito, certo ou errado. 71 NORONHA, Edgard Magalhães, Direito Penal. São Paulo, Saraiva, 1985, vol.1, p BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de Direito Penal, vol.1 10 ed. São Paulo : Saraiva, p CAPEZ, Fernando, Curso de direito penal. São Paulo : Saraiva, p. 201

40 39 Damásio 74 complementa que dolo natural é a simples vontade de fazer alguma coisa, não contendo a consciência da ilicitude. Para nós, o dolo é sempre natural. Esse dolo compõe-se apenas de consciência e vontade, sem a necessidade de que haja também consciência de que o fato praticado é ilícito, injusto ou errado. Dessa forma, qualquer vontade é considerada dolo, tanto a de beber água, andar, estudar, quanto a praticar um crime. Afasta-se a antiga concepção de dolus malus do direito romano. Capez 75 elucida que Sendo uma simples vontade, ou esta presente ou não, dispensando qualquer analise valorativa ou opinativa. Foi concebido pela doutrina finalista, integra a conduta e, por conseguinte, o fato típico. Não é elemento da culpabilidade, nem tem a consciência da ilicitude como seu oponente. O dolo normativo não é um simples querer, mas um querer algo errado, ilícito. Capez 76 comenta ainda que deixa de ser um elemento puramente psicológico (um simples querer), para ser um fenômeno normativo, que exige juízo de valoração ( um querer algo errado) Dolo direto Varias tem sido as distinções sugeridas para o dolo. Uma divisão tradicional distingue-se em dolo direto e dolo indireto. O chamado dolo direto é o dolo propriamente dito, aquela forma em que concorrem a previsão e 74 JESUS, Damásio Ev., Direito penal, São Paulo : Saraiva, p 294, CAPEZ Fernando, Curso de Direito Penal, volume 1: parte geral 9.ed. rev. e atual. São Paulo : Saraiva, p CAPEZ, Fernando, Curso de Direito Penal, volume 1: parte geral 9.ed. rev. e atual. São Paulo : Saraiva, p. 201.

41 40 a vontade. Segundo a intensidade do querer em relação ao resultado, divide-se o dolo determinado e dolo indeterminado. Determinado diz-se o dolo em que o resultado corresponde perfeitamente à previsão e a vontade. O agente previu e quis o resultado que realmente ocorreu: quis matar e matou. O resultado é, então, o fim realmente visado pelo agente. É a forma que se exprime na primeira parte do art. 15, nº I, em que o nosso código define o crime doloso quando o agente quis o resultado. Aníbal Bruno 77 afirma que: o dolo indeterminado, o querer do agente se degrada, não é tão definido em relação ao resultado como determinado, ou direto propriamente dito. Não há então uma direção segura da vontade. O agente prevê e admite a ocorrência eventual de um resultado, ou quer um outro entre vários previstos. Não quer dizer, portanto, que a vontade se dirija indiferentemente a qualquer fato punível, mas apenas que a determinação não se faz de maneira precisa e exclusiva como no dolo determinado. É a vontade de realizar a conduta e produzir o resultado (teoria da vontade). Ocorre quando o agente quer diretamente o resultado. Segundo a lição de Marques 78 : Diz-se o dolo direto quando o resultado no mundo exterior corresponde perfeitamente à intenção e vontade do agente. O objetivo por ele representado e a direção da vontade se coadunam com o resultado do fato praticado. Ns mesma obra na página 228 o autor exemplifica: Ticio atira contra o desafeto para matá-lo e o atinge tirando-lhe a vida. No caso, o dolo é direto. 77 BRUNO, Aníbal. Direito Penal, Parte Geral, Rio de Janeiro: Forense, p MARQUES, José Frederico. Tratado de Direito Penal, Campinas : Millennium, p.228

42 41 Bitencourt 79 relata que o objeto do dolo direto é o fim proposto, os meios escolhidos e os efeitos colaterais representados como necessários à realização do fim pretendido. Ainda diz que o dolo se divide em 3 aspectos: a) a representação do resultado, dos meios necessários e das conseqüências secundarias; b) o querer o resultado, bem como os meios escolhidos para sua consecução; c) o anuir na realização das conseqüências previstas como certas, necessárias ou possíveis, decorrentes do uso dos meios escolhidos para o fim proposto ou da forma de utilização desses meios. No dolo direto, o agente age com a vontade intencionada de produzir o resultado morte, ele tem a noção do ilícito e mesmo assim pratica a conduta dolosa Dolo indireto Aníbal Bruno 80 comenta que no dolo indireto, não há propriamente dolo, porque não existe a concorrência da vontade. A sua construção remonta ao direito e à doutrina dos práticos. A principio foi-lhe dada a maior elasticidade, quem praticava um ato ilícito devia responder penalmente por todas as suas conseqüências, mesmo as não previsíveis. A tal amplitude de conceito pôs termo, por fim, a doutrina, que reconduziu a matéria à concepção subjetiva da culpabilidade. Só pelos resultados previsíveis do seu ato deveria responder o agente. Essa forma de dolo, em que não concorre a vontade, e que não é, portanto, verdadeiramente dolo, é hoje repudiada pela ciência. 79 BITENCOURT, César Roberto. Tratado de Direito Penal, vol.1 10 ed. São Paulo : Saraiva, p BRUNO, Aníbal. Direito Penal, Parte Geral, Rio de Janeiro: Forense, p. 46

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