Introdução aos Mercados Futuros e de Opções Agropecuários no Brasil. Introdução aos Mercados Futuros e de Opções Agropecuários no Brasil

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "Introdução aos Mercados Futuros e de Opções Agropecuários no Brasil. Introdução aos Mercados Futuros e de Opções Agropecuários no Brasil"

Transcrição

1 Introdução aos Mercados Futuros e de Opções Agropecuários no Brasil Introdução aos Mercados Futuros e de Opções Agropecuários no Brasil 3

2 Félix Schouchana e Wilson Motta Miceli Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Schouchana, Félix, 1953 Introdução aos mercados futuros e opções agropecuários no Brasil Félix Schouchana. 3. ed. rev. atual. São Paulo: Bolsa de Mercadorias & Futuros, 2004 Bibliografia. 1.Agribusines 2. Futuros financeiros 3. Mercado de futuros 4. Opções (Finanças) 5. Produtos agropecuários I. Título CDD Índices para catálogo sistemático: 1. Mercados futuros e de opções agropecuárias: Finanças: Economia

3 Introdução aos Mercados Futuros e de Opções Agropecuários no Brasil ÍNDICE Introdução Mercado futuro agropecuário no Brasil O que é o mercado futuro Contrato futuro Funcionamento do mercado futuro Operação em bolsa e o papel do corretor Fundamentos econômicos dos mercados futuros e de opções Condições para que exista mercado futuro e de opções Funções do mercado futuro e de opções Função das bolsas de derivativos, dos corretores e dos membros de compensação Liquidação dos contratos em bolsa de futuros Operações de hedge nos mercados futuros de café, boi gordo, bezerro, açúcar, álcool, milho e soja Hedge de compra de café arábica no mercado interno Hedge de compra de café arábica em reais para exportação Hedge de venda de café arábica Cash and carry de café arábica Arbitragem de café entre bolsas Compra de boi gordo no físico para cumprimento de contrato de exportação Spread de baixa com contratos futuros de boi gordo Operação de semiconfinamento de boi gordo Relação de troca de boi gordo e bezerro Spread de alta com contrato futuro de álcool Decisão de vender álcool a vista ou no futuro Hedge da variação cambial com utilização de swap Ex-pit com contratos futuros de milho Hedge de compra de milho para garantia de margem de rentabilidade nos produtos finais Compra de CPR física pelo investidor Compra pelo investidor de CPR financeira indexada ao contrato futuro Características operacionais do mercado de opções Definições Classificações Margem de garantia Análise do risco das opções por meio de diagramas de resultado e preço Posições sintéticas Fatores que afetam o prêmio Volatilidade Introdução aos modelos de precificação de opções Estratégias com opções sobre futuro Derivativos agropecuários: alternativa para os fundos de investimentos diversificarem risco e rentabilidade Anexo I Bibliografia

4

5 INTRODUÇÃO As atividades comerciais, por menores que sejam, são dotadas de riscos. O preço de venda no ato da comercialização é uma incógnita que depende de fatores que, muitas vezes, fogem do controle do empresário. O momento econômico por qual passa o País, a taxa de juro balizadora das taxas de financiamento de curto e longo prazos, o câmbio interferindo no comércio exterior, a oferta e a demanda do mercado interno e externo para o produto, fruto da comercialização, e outros fatores agregados à mercadoria refletem por si só a preocupação do empresário quando inicia a concepção do produto. O risco de preço pode ser controlado pelos mercados derivativos, cuja função econômica é promover a proteção contra as oscilações de preços da mercadoria. Este trabalho trata dos principais conceitos e das modalidades operacionais dos mercados futuros e de opções agropecuários, sua utilização e seu desenvolvimento para o agronegócio no Brasil. Dividido em cinco capítulos, apresenta a descrição e o funcionamento desses mercados, bem como seus fundamentos econômicos e as operações realizadas pelos segmentos envolvidos com a produção e o financiamento agroindustrial. Para os exemplos de operações, foram utilizados preços negociados nos pregões da Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F). Visando ampliar o conhecimento desses mercados, Introdução aos Mercados Futuros e de Opções Agropecuários no Brasil dirige-se a produtores agropecuários, profissionais das áreas comercial e financeira de empresas do agribusiness, financiadores, investidores e professores de economia, administração e agronomia e fundos de investimentos Nota-se que a literatura sobre os mercados futuros e de opções, tanto de ativos financeiros quanto de produtos agropecuários, é extensa, principalmente a produzida nos Estados Unidos e na Europa. No Brasil, várias publicações vêm sendo estimuladas com o apoio da BM&F, por meio de premiação a dissertações de mestrado e teses de doutorado, convênios com universidades e traduções de livros estrangeiros. Graças ao desenvolvimento dos derivativos no País, houve expressivo aumento no número de edições sobre esse tema, assim como crescente demanda por cursos nas universidades e na Bolsa. O objetivo deste livro não é esgotar esse vasto assunto, mas contribuir com aquele leitor que possui noções sobre o mercado derivativo agropecuário, com aspectos teóricos e práticos e necessariamente de origem real, evitando-se ao máximo as situações fictícias. O usuário que desconhece o tema derivativos permaneça tranqüilo, pois a abordagem preliminar criará condições suficientes para conduzir o leitor até o final do livro, sem que este se sinta desconfortável com os diversos assuntos abordados.

6 Félix Schouchana e Wilson Motta Miceli 8

7 Introdução aos Mercados Futuros e de Opções Agropecuários no Brasil 1. MERCADO FUTURO AGROPECUÁRIO NO BRASIL 1.1. O QUE É O MERCADO FUTURO Apresentam-se, a seguir, alguns pontos essenciais para se compreender os principais conceitos referentes ao mercado futuro. Nos negócios efetuados a futuro, compradores e vendedores de determinados ativos ou produtos fixam preço com vencimento para data futura. O comprador a futuro fixa preço de compra de seu produto, antecipadamente, visando assegurar custo compatível com a margem de rentabilidade, para proteger-se contra o risco de alta no preço desse insumo. O vendedor a futuro fixa preço de venda de sua mercadoria, antecipadamente, para se proteger do risco de queda no preço e garantir a margem de rentabilidade. Os produtores ou as empresas agropecuárias estão normalmente sujeitos a quatro tipos de risco: clima, crédito, operacional e preço. O risco de clima decorre da possibilidade de acontecer intempéries, pragas e outros fenômenos da natureza. Para cobrir esse tipo de risco, existe o seguro de produção. O risco de crédito existe quando compromissos assumidos com clientes e bancos podem ser ou não honrados, seja não entregando a mercadoria, seja não pagando os financiamentos. Para cobrir esse risco, são exigidas garantias. O risco operacional decorre de falhas de equipamentos ou humanas. É caracterizado principalmente pela má administração do empresário. O risco de preço decorre das oscilações dos preços das mercadorias e, dependendo dessas variações, o produtor pode não cobrir seus custos e, conseqüentemente, não poderá honrar seus compromissos com clientes e bancos. O comprador, pelo seu lado, diante de uma alta no preço do insumo, pode perder a rentabilidade de sua atividade. Para se proteger contra esse tipo de risco, existem os mercados futuros e de opções. Essa proteção ou cobertura nos mercados futuros e de opções é chamada de hedge. Os mercados futuros e de opções devem ser entendidos, portanto, como poderosa ferramenta na gestão de risco de preço das mercadorias. De maneira integrada ao mercado físico, fazem parte de um processo que busca integrar produção, processamento, comercialização, consumo e financiamento. A bolsa de derivativos desempenha o papel de elo entre a oferta e a demanda, de forma a expressar e sinalizar, por meio dos preços, as forças de mercado. Além disso, é o local onde os preços se manifestam, por intermédio de corretores que fecham negócios em nome de seus clientes. O entendimento dos princípios econômicos do mercado futuro permite concluir que esse mecanismo visa atender à necessidade de proteção dos agentes econômicos, decorrente do desenvolvimento da produção, do comércio e das finanças. O risco, na bolsa, é transferido daquele que quer minimizar os efeitos da oscilação do preço para aquele que quer tomá-lo, com base nas expectativas sobre as relações entre os preços a vista e futuro, e sobre a oferta e demanda futura de uma mercadoria. Os corretores mostram a seus clientes o risco a que estão expostos, como mensurá-lo e as formas de transferilo, fazendo o hedge ou cobertura em bolsa. 9

8 Félix Schouchana e Wilson Motta Miceli O tomador de risco desempenha o papel de uma seguradora, como as que existem para o seguro de carro, de vida e de bens em geral. Essas empresas fazem cálculos do risco e cobram um valor para assumi-lo. Da mesma forma, ocorre com o risco de preço, em que o tomador avalia e mede esse risco, para cobrar um valor compatível CONTRATO FUTURO O que se negocia na bolsa de futuros são contratos, que representam promessa de compra ou de venda de mercadoria, para data de vencimento previamente estabelecida, conforme as cláusulas e especificações elaboradas pela bolsa e aprovadas pelo Banco Central do Brasil e pela Comissão de Valores Mobiliários. Nos contratos futuros, constam especificações de qualidade dos produtos negociados, cotação, variação mínima de apregoação, oscilação máxima diária, unidade de negociação, meses de vencimento, data de vencimento, local de formação do preço e de entrega da mecadoria, período e procedimentos de entrega e retirada da mercadoria, liquidação financeira, arbitramento, ativos aceitos como margens de garantia e custos operacionais. Os contratos futuros são padronizados, de modo que, no pregão, sejam negociados o preço e a quantidade de contratos, uma vez que todos se referem ao mesmo produto, mesmo local de entrega e mesma quantidade por contrato. O contrato futuro é uma evolução do contrato a termo. Nesse contrato, comprador e vendedor firmam acordo para entregar e receber a mercadoria em determinada data futura, podendo o pagamento ser feito no início ou no vencimento do contrato, sendo a entrega normalmente feita no vencimento do contrato. O contrato a termo é muito utilizado, mas contém risco de inadimplência de ambas as partes. Se o preço do produto subir acima do preço contratado, há possibilidade de o vendedor não entregar para o comprador, rompendo, assim, o contrato, para vender a mercadoria a um preço melhor. Caso o preço no vencimento do contrato caia, o comprador poderá não honrá-lo, preferindo comprar a mercado a um valor menor. No contrato futuro, esse risco é administrado de forma mais segura, para evitar a possibilidade de inadimplência. Entre o momento do início do contrato até o vencimento, sempre que o preço futuro subir acima do preço acordado no contrato, o vendedor deverá antecipar essa diferença ao comprador. Por outro lado, se o preço futuro cair abaixo do preço contratado, o comprador terá de antecipar ao vendedor essa diferença. Esse processo de antecipação das oscilações de preço é chamado de ajuste diário. Mais adiante, mostram-se exemplos para elucidar esse mecanismo. Com o procedimento do ajuste diário, a margem de garantia que a bolsa exige do comprador e do vendedor, deve ser suficiente para fazer honrar a oscilação do preço futuro de um dia para outro, pois é este o período do risco de um vendedor ou comprador ficar inadimplente. Nesse caso, a margem requerida é muito menor do que se fosse exigida uma garantia equivalente ao período inteiro do contrato. Dessa forma, o custo do sistema fica muito mais reduzido, ao mesmo tempo em que dá maior garantia a todas as partes para que o contrato seja cumprido. Por meio do ajuste diário, o contrato futuro permite que qualquer uma das partes possa liquidar seu contrato no meio da operação, se isso for necessário ou conveniente. Nesse caso, se a percepção do vendedor ou do comprador for a de que o preço irá aumentar ou diminuir até o vencimento do contrato, eles poderão comprar ou vender o contrato de forma a cancelá-lo, pois a venda e a compra, para o mesmo vencimento, excluem os direitos e as obrigações do contrato. Ao comprar ou vender um contrato, esses clientes estarão repassando suas posições para outros agentes que tomam seus lugares. Por essa razão, o mercado futuro permite que todos os dias entrem e saiam diversos agentes para atender a suas necessidades de transferência de risco de preço. 10

9 Introdução aos Mercados Futuros e de Opções Agropecuários no Brasil 1.3. FUNCIONAMENTO DO MERCADO FUTURO COTAÇÕES EM BOLSA Destacam-se, a seguir, os termos usados no mercado futuro e seus respectivos significados, tomando-se como base as negociações do café, na BM&F, em 15/4/2003, conforme quadro abaixo: QUADRO I COTAÇÕES DO CAFÉ ARÁBICA NA BM&F Café arábica (contrato = 100 sacas; cotação = US$/saca) Vencimento Contratos Número Contratos Volume (R$) em aberto de negócios negociados (R$) Mai/ ,00 Jul/ ,00 Set/ ,00 Dez/ ,00 Mar/ ,00 Mai/ Jul/ Set/ Vencimento Preço de Preço Preço Preço de Oscilação abertura mínimo máximo ajuste (US$/saca) Mai/ ,60 61,60 63,20 63,10 1,70 Jul/ ,80 63,80 65,40 65,40 1,75 Set/ ,60 65,30 67,10 67,10 1,80 Dez/ ,50 70,50 71,00 71,00 1,90 Mar/ ,00 75,00 75,00 74,90 1,90 Mai/ ,50 0,50 Jul/ ,50 0,50 Set/ ,00 0,50 Na BM&F, o café arábica é negociado em dólares norte-americanos por saca de 60 quilos. Embora a cotação seja nessa moeda, a liquidação financeira ocorre em reais, utilizando a taxa de câmbio referencial BM&F, a qual é apurada diariamente por meio da coleta das cotações de compra e venda de dólar por 14 instituições financeiras, que possuem tradição no interbancário de câmbio. A formação de preço de algumas mercadorias é proveniente do mercado internacional. Por apresentarem forte liquidez e por longa tradição de negociação, acabam influindo na formação de preço de algumas mercadorias. É o caso do café arábica, açúcar, soja e algodão VENCIMENTOS DE UM CONTRATO O contrato futuro de café da BM&F permite negociações para março, maio, julho, setembro e dezembro. Esses meses de vencimento são os mesmos do contrato futuro de café de Nova Iorque. Esse mecanismo permite as arbitragens, que são operações envolvendo a compra do café em uma bolsa de um país e a venda em bolsa de outro, aproveitando-se da distorção de preços entre duas praças. O vencimento do contrato futuro de café ocorre no sexto dia útil anterior ao último dia do mês de vencimento. 11

10 Félix Schouchana e Wilson Motta Miceli Os vencimentos dos contratos futuros são definidos em função dos principais meses de safra e entressafra do produto. Normalmente, não são estabelecidos todos os meses do ano para que haja concentração de liquidez e tempo para programar as entregas CONTRATOS EM ABERTO Para o vencimento maio de 2003, existiam contratos em aberto, em 15/4/2003, conforme a segunda coluna do Quadro I; ou seja, estes são contratos ainda não liquidados. Um cliente que compra um número de contratos em determinado dia, só liquidará sua posição no momento em que vender esse mesmo número de contratos ou vice-versa: se vendeu contratos, sua posição se encerra mediante a compra do mesmo número de contratos. Isso pode ser feito em um dia apenas, ou até o vencimento, quando o cliente pode encerrar sua posição com uma operação contrária (liquidação financeira), ou por entrega e recebimento da mercadoria. Cada contrato de café é de 100 sacas. Para o vencimento maio de 2003, havia o equivalente a sacas de café em aberto, em 15 de abril. Para o vencimento julho de 2003, existiam contratos em aberto, ou sacas. Se cada contrato tivesse sido negociado por uma pessoa, significa que pessoas compraram um contrato para julho e venderam um contrato para esse mesmo mês. Para setembro, havia contratos em aberto; para dezembro, 4.052; para março/04, 1.093; maio/04, 3; julho/04, 50; e para setembro/04, 163, totalizando , ou o equivalente a sacas. Esses contratos foram abertos desde que os vencimentos maio, julho, setembro, dezembro de 2003, março, maio, julho e setembro de 2004 começaram a ser negociados, e não apenas em 15/4/ NÚMERO DE NEGÓCIOS E CONTRATOS NEGOCIADOS O número de negócios apresentado na terceira coluna do Quadro I (229, para maio de 2003; 81, para julho; 91, para setembro; 4, para dezembro; 1, para março de 2004; 0, para maio; 0, para julho e 0, para setembro) diz respeito apenas aos efetuados no dia 15 de abril. Nota-se que cada transação pode ser feita envolvendo um ou mais contratos. No dia 15, foram negociados 885 contratos (quarta coluna) por meio de 229 negócios, ou seja, sacas, para maio de 2003; , para julho; , para setembro; 2.000, para dezembro e 500, para março de VOLUME FINANCEIRO Na quinta coluna do Quadro I, informa-se o volume financeiro de R$ ,00, referentes aos contratos negociados em 15 de abril, para o vencimento maio de Esse volume resulta da multiplicação do número de contratos negociados para esse vencimento (885) pelos respectivos preços, convertidos em reais daquele dia. Dividindo esse volume financeiro pelo número de contratos negociados, chega-se ao valor de R$19.191,95 por contrato, ou R$191,92/saca, que foi o preço médio do café praticado naquele dia, para o vencimento maio. Esse volume financeiro não foi pago ou recebido pelos compradores e vendedores é apenas o valor de referência do café fixado entre as partes. Para saber o volume financeiro que trocou de mãos nesse dia, é preciso medir a oscilação do preço entre dois dias. O preço do café, em 15/4/2003, com vencimento em maio de 2003, oscilou US$1,70/saca em relação ao dia útil anterior. Portanto, quem estava comprado no dia 14 recebeu US$1,70/ saca (US$63,10 US$61,40) no dia útil seguinte, pagos pelos vendedores. 12

11 Introdução aos Mercados Futuros e de Opções Agropecuários no Brasil Assim, como havia contratos em aberto naquele dia, o volume de recursos que trocou de mãos foi de x 100 x 1,70 = US$ ,00, sob a forma de ajustes diários. A esse valor, deve ser acrescido o volume de 229 contratos negociados por intermédio da diferença entre o valor negociado e o preço de ajuste do dia PREÇO DE ABERTURA, MÁXIMO E MÍNIMO O preço de abertura é o do primeiro negócio fechado em pregão. O mínimo e o máximo são divulgados para que o mercado conheça a oscilação do preço naquele dia. É preciso saber se o preço de fechamento ou de ajuste está mais próximo do preço máximo ou do mínimo, pois isso pode indicar tendência de alta ou de baixa no dia seguinte PREÇO DE AJUSTE O preço de ajuste, de US$63,10/saca, para o vencimento maio de 2003, em 15 de abril, é o do último negócio registrado durante o call de fechamento que ocorre nos últimos 15 minutos de pregão do dia ou a melhor oferta. Se não houver negociação no call de fechamento, o preço de ajuste será o do último negócio do dia. Se não houver negociação durante o dia, o preço de ajuste será a última oferta de compra. E se não houver negociação nem oferta de compra ou de venda durante o dia, e existirem contratos em aberto, o preço de ajuste será o do último dia em que houve negociação AJUSTES DIÁRIOS O preço de ajuste é importante, pois é com base nele que se ajustam todas as posições no mercado. Assim, se o preço de ajuste do café para julho é de US$65,40/saca (15 de abril) e no dia seguinte vai a US$67,40, os comprados recebem US$2,00/saca, ou US$200,00 por contrato. Os vendidos pagam esse mesmo valor. Assim, sempre que o preço oscilar, ocorrerá esse processo. São, portanto, as oscilações diárias dos preços futuros que geram os ajustes diários, acarretando o fluxo de caixa diário, em que o hedger ou o investidor deve ficar atento. Esse mecanismo existe para que se ajuste o preço diariamente e não no vencimento, quando grandes diferenças podem acarretar inadimplências. Ademais, permite que os participantes entrem ou saiam do mercado a qualquer momento. A expressão resultante do ajuste diário é: (PA t PO) x f x n, onde PA t é o preço de ajuste do dia; PO é preço da operação efetuada no dia (se for compra, o sinal da operação será negativo, caso contrário, se for venda, o sinal será positivo); f é o fator referente à unidade de negociação do contrato, por exemplo, café arábica, cujo fator é igual 100, o boi gordo é igual a 330; n significa o número de contratos futuros negociados. Quando a operação permanece no decorrer do vencimento do contrato, o cálculo do ajuste diário é: (PA t PA t 1 ) x f x n, onde PA t 1 é o preço de ajuste do dia anterior. O ajuste diário é sempre liquidado em dinheiro no dia útil seguinte. No dia seguinte, todos os participantes do mercado de todas as mercadorias, iniciam o dia a um único preço, o preço de ajuste do dia anterior. Esse mecanismo é estendido a todos os contratos futuros. Esse fato permite a conclusão de que o mecanismo que rege a modalidade dos contratos futuros é de que a liquidação é diária, contrariamente ao termo, cuja liquidação se dá somente no final da operação. No vencimento do contrato futuro, ou quando o comitente encerra sua posição, esse preço vale a soma algébrica do preço inicial da operação com os valores dos ajustes diários. Um exemplo prático sobre o mecanismo de ajustes diários para o contrato futuro de café arábica: na data D0, o comitente compra 20 contratos futuros de café arábica de vencimento 13

12 Félix Schouchana e Wilson Motta Miceli dezembro de 2003 a US$65,00 e, nesse dia, o preço de ajuste foi de US$65,50; em D+1, ele vende dez contratos futuros de café arábica do mesmo vencimento a US$66,00, compra cinco contratos futuros de café a US$65,90 e o preço de ajuste do dia foi de US$65,80. Calcula-se o ajuste diário para cada dia e sua posição diária. D+0 AD: 20 x 100 x ( 65, ,50) = US$1.000,00 Posição: comprado em 20 contratos futuros de café arábica a US$65,50 D+1 AD: 10 x 100 x ( + 66,00 65,80) = US$200,00 AD: 5 x 100 x ( 65, ,80) = US$50,00 AD: 20 x 100 x ( 65, ,80) = US$600,00 (esse ajuste é devido à posição do dia anterior) Total de ajuste diário em D+1 = US$750,00 Posição: comprado em 15 contratos futuros de café arábica a US$65, OPERAÇÃO EM BOLSA E O PAPEL DO CORRETOR As operações em bolsa são feitas no pregão pelo sistema de viva voz ou pelo sistema eletrônico Global Trading System (GTS), no qual os participantes, por intermédio de corretoras de mercadorias, ofertam suas ordens e fecham os negócios via rede interna. No pregão de viva voz, as ordens de compra ou de venda são passadas aos corretores nas mesas de operação e estes transmitem as ordens aos operadores de pregão. A bolsa estipula um horário de pregão para cada mercadoria e as regras do contrato definem todos os procedimentos de negociação. Os preços a futuro, negociados na bolsa, ajudam o produtor, o torrefador e o exportador a decidir se vendem ou compram o café a vista ou em data futura. Depois de montada a estratégia de cobertura de risco pelo cliente, seu corretor irá ao pregão executar suas ordens de compra ou venda de contratos futuros. Apenas o corretor credenciado pela bolsa pode fazê-lo em nome de seu cliente. Pelo serviço do corretor, é cobrada a taxa de corretagem, calculada sobre o valor de fechamento do mercado do dia anterior ao da operação, sobre o segundo vencimento em aberto. Essa taxa, de 0,30% sobre o valor do contrato, incide na compra e na venda de contratos. Outra taxa cobrada é a de emolumentos da bolsa, igual a 6,32% da taxa operacional básica, ou seja, sobre os 0,30% da corretagem. Os custos operacionais representam muito pouco sobre o valor nominal da operação. Vejase o exemplo abaixo. Para a compra de um contrato futuro de café arábica, supondo-se a cotação de US$67,50/ saca, o valor da corretagem é 67,50 x 100 x 1 x 0,003 = US$20,25; o valor do emolumento é de 20,25 x,0,0632 = US$1,28. Se somados esses dois valores, há US$21,53, significando 0,32% sobre o total do seguro, que comparados com outras taxas de seguro, certamente os custos operacionais para se operar em bolsa é reduzido. Na ocasião de compra ou venda dos contratos, a bolsa exige dos clientes a chamada margem de garantia, que pode ser depositada em dinheiro, carta de fiança, fundo de investimento, títulos públicos, privados ou ativos de alta liquidez. O tamanho da margem é função da volatilidade (oscilação da cotação) de cada mercadoria. Quanto maior a volatilidade maior será o depósito de margem exigida. A principal função da margem é servir de garantia para cobrir eventual inadimplência dos ajustes diários. No momento da liquidação dos contratos, essa margem é devolvida ao cliente. 14

13 Introdução aos Mercados Futuros e de Opções Agropecuários no Brasil 2. FUNDAMENTOS ECONÔMICOS DOS MERCADOS FUTUROS E DE OPÇÕES 2.1. CONDIÇÕES PARA QUE EXISTA MERCADO FUTURO E DE OPÇÕES Na BM&F, são negociados contratos futuros e contratos de opções sobre futuro de café arábica, café conillon, boi gordo, bezerro, algodão, soja, açúcar, álcool e milho. Para que uma mercadoria seja negociada em bolsa de derivativos, alguns requisitos são necessários: o produto deve ser homogêneo e suscetível de padronização e classificação, para que possa ser comum a qualquer comprador e vendedor; deve haver grande oferta e demanda do produto, com grande número de vendedores e compradores do produto, de forma competitiva; o mercado deve ser livre e o preço do mercado a vista deve ser transparente, sem o constrangimento por parte do governo ou de monopólio; deve haver diversos tomadores de risco, de forma a permitir que o custo desse risco se dilua entre eles; a mercadoria, objeto do contrato futuro, deve ter volatilidade, pois, caso contrário, não há necessidade de hedge; as regras do mercado devem ser estáveis e não podem mudar durante a vida do contrato, pois as condições pelas quais os preços foram contratados não devem mudar até o final do contrato, sob o risco de trazer prejuízo para uma ou ambas as partes; o objeto do contrato futuro deve ser de grande interesse econômico pelos agentes econômicos. Embora os contratos futuros estabeleçam a liquidação por entrega da mercadoria, registram-se poucas entregas, algo em torno de 1% do volume negociado. Não há necessidade da entrega no mercado futuro porque, no vencimento do contrato, os preços a vista e a futuro convergem até se tornarem iguais no vencimento do contrato futuro. Se, eventualmente, houver diferença de preço entre os dois mercados, os agentes econômicos arbitrarão os preços até que se igualem. Adicionalmente, o mercado físico já tem seus próprios canais de entrega e os agentes, normalmente, têm contratos de suprimento com clientes há muito tempo. Visando aumentar a liquidez e tornar mais acessível o mercado futuro agropecuário aos investidores, foi criado o contrato de boi gordo com liquidação por preço a vista. Este é calculado pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), de forma a deixar as entregas físicas apenas para aqueles que queiram receber e entregar. Em outubro de 2002, a BM&F lançou o contrato futuro de bezerro, cuja liquidação no vencimento também é por indicador, calculado pela Esalq FUNÇÕES DO MERCADO FUTURO E DE OPÇÕES Os agentes do mercado agropecuário necessitam do mercado futuro e de opções por uma série de razões econômicas, dentre elas: 15

14 Félix Schouchana e Wilson Motta Miceli para saber, com antecedência, se o produto terá preço que garanta a rentabilidade do empreendimento na ocasião de sua venda. Ao vender sua produção, o produtor corre o risco de o preço não ser suficiente para cobrir seus custos e sua margem de rentabilidade. Nesse sentido, a fixação do preço antes do plantio, mediante hedge em bolsa, permite ao agricultor vender seu produto com lucro antes da colheita; os exportadores fecham negócios para entrega em meses futuros e não precisam comprar as mercadorias com antecedência, armazená-las e depois embarcá-las. Para não correr o risco da oscilação dos preços, compram a futuro para garantir sua margem de rentabilidade. Os mercados futuros e de opções substituem temporariamente a necessidade de carregar um produto, muitas vezes a um custo mais baixo; os compradores querem fixar preço dos insumos para garantir o lucro, por isso fazem o hedge com antecedência, sem correr riscos indesejáveis; os produtores usam os contratos futuros e de opções como colateral de garantia de empréstimo junto aos bancos. Estes, por sua vez, ao verificarem que o cliente praticamente não está exposto ao risco de mercado, podem dar-lhe crédito a um custo inferior ao que dariam sem a cobertura (o hedge); existem distorções de negócios em que arbitradores têm papel importante. Quando são identificadas, eles compram em um mercado e vendem em outro, até que os dois lados se equilibrem. Essas distorções podem ocorrer entre o preço a vista e futuro, entre dois vencimentos futuros, ou entre duas praças diferentes FUNÇÃO DE BOLSAS DE DERIVATIVOS, CORRETORES E MEMBROS DE COMPENSAÇÃO A bolsa de derivativos é uma associação sem finalidade lucrativa, organizada para proporcionar a seus corretores os recursos necessários à realização de negócios e para atender à necessidade de proteção contra a oscilação dos preços, assumindo a condição de centro de gerenciamento de risco de mercado. Embora a bolsa seja uma instituição privada, ela tem função pública e social, no sentido de ser uma entidade que deve permitir o acesso de qualquer pessoa ao mercado, em condições equânimes. Por ter essa função, a bolsa deve ser uma espécie de guardiã do mercado, garantindo o livre acesso dos agentes econômicos a seus mercados, proibindo a manipulação de preços, assegurando a transparência sem privilégios de pessoas ou grupos, desenhando contratos neutros em relação aos diversos segmentos da cadeia produtiva, sem favorecer grupos em detrimento de outros segmentos, ajudando os órgãos governamentais na preservação do aspecto público e social dos mercados. Também é função da bolsa de derivativos: controlar e supervisionar as sessões diárias de negociação (pregões); divulgar as cotações diárias e estatísticas relativas aos contratos em negociação; realizar e garantir os procedimentos de liquidação financeira e por entrega da mercadoria; desenvolver normas, procedimentos de operações, regulamentos e controles de negociações para seus membros e fiscalizar sua aplicação; desenvolver contratos que atendam às funções econômicas dos mercados futuros e de opções; 16

15 Introdução aos Mercados Futuros e de Opções Agropecuários no Brasil promover os mercados derivativos, por meio de cursos, treinamento e divulgação desses mercados; zelar pela auto-regulamentação e pelo relacionamento com os governos, com os quais tem interface; providenciar classificação dos produtos negociados pela bolsa, dentro de padrões aceitos pelo mercado, quando os contratos assim o exigirem; providenciar arbitragem para dirimir dúvidas ou alegações quanto à qualidade do produto, na ocasião da entrega da mercadoria. A BM&F possui juízo arbitral, no qual são resolvidas questões de litígio entre as partes de maneira mais rápida e com árbitros que conhecem as especificidades desse mercado. A bolsa deve assegurar as condições de competitividade, eliminando qualquer tentativa de manipulação nos mercados por ela organizados. Ressalta-se que, nos Estados Unidos, as bolsas de grãos surgiram no início do século XIX, como locais para transações a vista, normalmente em lotes de vagão de trem ou de barco. Nos últimos 30 anos, com o enorme crescimento das exportações de grãos e a desregulamentação dos serviços ferroviários, as bolsas deixaram de ser local de negociação a vista e passaram para as negociações a futuro, em linhas de trens de 50 ou 100 vagões. O fluxo normal de grãos era do silo do interior ao silo terminal dos maiores centros comerciais, como Chicago, Kansas ou Mineápolis, e daí para o destino final (fábricas de ração, moinhos, esmagadores ou terminais exportadores). Com o tempo, passou a ser do interior, direto para o destino final. Assim, a principal função das bolsas manteve-se, pois continuou sendo o local onde a formação do preço das mercadorias melhor se expressa. Os negócios a vista são feitos entre comprador e vendedor, tomando por base o preço do contrato na bolsa de futuros, com ágios ou deságios. As bolsas de derivativos possuem os membros de compensação, que são responsáveis pela liquidação física e financeira dos contratos. Os membros de compensação são a contraparte dos clientes, ou seja, os compradores dos que vendem contratos e vendedores daqueles que compram. A câmara de compensação existe para evitar a inadimplência dos clientes (risco de crédito) e do sistema como um todo, administrando o risco das posições, por intermédio da exigência das margens de garantia e dos limites operacionais. As margens de garantia são atribuídas aos clientes compradores e vendedores de contratos, todos os dias, com base na volatilidade dos preços do ativo-objeto de negociação. Cabe à câmara administrar essas garantias. Os limites operacionais são outra forma de salvaguardas que a bolsa utiliza. Existem dois: limites de posição, cujo intuito é evitar o aumento da concentração das posições em aberto esse limite estabelecido pela bolsa é por comitente, grupo de comitentes, corretora de mercadorias e membros de compensação; e limites de oscilações de preços, estabelecido pela bolsa, procura preservar a ponta perdedora em função das variações das cotações acentuadas dos contratos negociados. Como mencionado anteriormente, a liquidação dos ajustes diários e dos prêmios das opções ocorrem sempre no dia posterior à negociação (D+1). Esse fato traz maior reforço ao sistema, limitando o risco de crédito a apenas um dia, o qual é coberto pela margem de garantia. A bolsa tem exigências quanto ao capital mínimo dos membros de compensação e seu limite de alavancagem, para que todos os ajustes diários sejam honrados e os contratos plenamente liquidados. Caso um cliente não possa honrar seus compromissos, a bolsa faz uso das margens de garantia; se estas não forem suficientes, o corretor é responsável e deve 17

16 Félix Schouchana e Wilson Motta Miceli aportar recursos para cobrir a inadimplência; se não atingir o valor necessário, o membro de compensação da corretora é obrigado a fazê-lo. Na BM&F, os serviços de câmara de compensação (clearing) são prestados por departamento interno, que é responsável pelo registro de operações e controle de posições, compensação de ajustes diários, liquidação financeira e física dos negócios e administração das garantias. Esses serviços são prestados a membros de compensação, corretoras de mercadorias, e operadores especiais. Os membros de compensação são os garantidores de todos os negócios realizados pelas corretoras, operadores especiais e por todos os participantes do sistema. O credenciamento como membro de compensação, na BM&F, é concedido a bancos múltiplos, bancos comerciais, bancos de investimento, corretoras e distribuidoras de títulos e valores mobiliários. As corretoras de mercadorias são os intermediadores de todas as operações efetuadas em nome dos clientes, pessoas jurídicas ou físicas. Os operadores especiais são pessoas físicas ou firmas individuais autorizadas a atuar diretamente no pregão, operando por conta própria ou por uma corretora de mercadorias. Nos sistemas adotados por algumas bolsas estrangeiras, as próprias corretoras administram o risco representado por seus comitentes, assumindo-o perante a bolsa. Na BM&F, depois de realizados os negócios em pregão, as corretoras especificam os comitentes que os originaram, atribuindo-lhes os membros de compensação aos quais estão vinculados. As posições dos comitentes ficam registradas em contas individualizadas: comitente, corretora e membro de compensação. Esse registro de posições em contas segregadas permite o controle dos limites operacionais estabelecidos pela Bolsa. Quando a operação é registrada em nome de um cliente, a BM&F se coloca entre comprador e vendedor, assumindo a contraparte. Dessa forma, deixa de importar ao cliente quem é sua contraparte na operação, já que a Bolsa assume esse papel. A BM&F fornece relatórios gerenciais para cada membro de compensação, com os valores que devem ser liquidados com as corretoras de mercadorias. Ao mesmo tempo, as corretoras recebem relatórios por cliente, com débitos e créditos, taxas e emolumentos a serem pagos. Com base nesses relatórios, a corretora providencia os pagamentos e recebimentos dos comitentes e os liquidam junto ao membro de compensação. O volume financeiro líquido, depois de compensados débitos e créditos originados de todas as operações, é liquidado no dia útil seguinte entre a bolsa e os bancos liquidantes indicados pelos membros de compensação. Essa liquidação ocorre por meio do Sistema de Transferência de Reservas (STR), com o advento do novo Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB). O STR, administrado pelo Banco Central do Brasil, sensibiliza a conta reservas bancárias dos bancos liquidantes. A BM&F possui três categorias de fundos, constituídos para assegurar a boa liquidação dos negócios realizados: o fundo especial dos membros de compensação, o fundo de liquidação de operações e o fundo de garantia dos investidores. O primeiro tem recursos da Bolsa, permitindo a um membro de compensação requerer empréstimo, mediante depósito de garantias. O segundo tem recursos depositados por membros de compensação e destina-se a assegurar a liquidação das operações na Bolsa. O terceiro visa assegurar aos clientes das corretoras a devolução de diferenças de preços resultantes de execução infiel de ordens de operação ou do uso inadequado, pela corretora, de importâncias depositadas para aplicações nos mercados da BM&F. 18

17 Introdução aos Mercados Futuros e de Opções Agropecuários no Brasil 2.4. LIQUIDAÇÃO DOS CONTRATOS EM BOLSA DE FUTUROS Os contratos futuros, antes de seu vencimento, só podem ser liquidados mediante operação inversa, ou seja, se alguém comprou contratos para determinado vencimento, deve vender o mesmo número de contratos para liquidar sua posição e vice-versa: quem vendeu contratos deve comprar em igual quantidade, liquidando sua posição na bolsa LIQUIDAÇÃO POR ENTREGA A liquidação dos contratos por operação inversa, ou liquidação financeira, corresponde a 99% das operações em Bolsa, uma vez que, no vencimento dos contratos, o preço a vista e a futuro convergem. Assim, a quase totalidade dos contratos é liquidada antes do período de entrega. Nesse período, muitos contratos ainda são liquidados por operação inversa; e alguns, por entrega física da mercadoria, procedimento também regulado pela Bolsa para garantir a plena liquidação dos contratos. No vencimento do contrato futuro, a liquidação pode ser por entrega, ou seja, o vendedor entrega a mercadoria dentro dos regulamentos da bolsa. Para ter certeza de que o produto está de acordo com as especificações do contrato, a bolsa exige prévia classificação, seja por um departamento próprio, seja por empresa credenciada para tal fim. Adicionalmente, o produto deve estar depositado em armazém credenciado, que deverá realizar o romaneio do lote e providenciar a documentação necessária para passar a propriedade da mercadoria ao novo comprador, livre de ônus de qualquer natureza. Os impostos devem ser recolhidos de acordo com a legislação vigente no país. O vendedor, por sua vez, recebe o valor da venda após a mercadoria passar para a propriedade do novo comprador. Havendo qualquer dúvida em relação à qualidade da mercadoria, depois de classificado pela bolsa ou por instituição por ela credenciada, ocorrerá processo de arbitragem, garantindo o direito do comprador, e de juízo arbitral, para dirimir eventuais pendências entre as partes, de maneira mais rápida do que a justiça comum, uma vez que os árbitros escolhidos pela bolsa são especialistas nessas questões. A liquidação por entrega garante que, no vencimento do contrato, os preços a futuro e disponível sejam convergentes. Isso ocorre porque, se o preço no mercado futuro estiver mais alto que no mercado a vista, haverá comprador no mercado a vista para vender no mercado futuro, até que os preços se igualem. Ou se o preço estiver mais baixo no mercado futuro, alguém comprará nesse mercado para receber e vender no disponível, até que os preços entre os dois mercados se igualem. A entrega física também permite evitar distorção no mercado futuro. Por exemplo, se um comprador ou um grupo de compradores consegue manipular artificialmente os preços no mercado futuro, fazendo-os subir para ganhar ajustes diários, no vencimento do contrato o vendedor pode entregar a mercadoria ao preço mais alto, recuperando tudo que perdeu devido à alta no preço LIQUIDAÇÃO POR INDICADOR DE PREÇO A VISTA Outra forma de liquidar um contrato é pelo preço a vista do mercado disponível. Esse mecanismo foi adotado pela BM&F em 1995, servindo-se da coleta de preço a vista do boi gordo pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq). 19

18 Félix Schouchana e Wilson Motta Miceli Ao se estudar a formação do preço do boi gordo, verificou-se que o estado de São Paulo é um local onde o número de compras e vendas de boi gordo é muito representativo e transparente, servindo de ponto de referência para negócios em outros estados. Dessa forma, a Esalq coleta preços junto a pecuaristas, frigoríficos, compradores de boi gordo e calcula média ponderada do preço diário a prazo e a vista. A Bolsa divulga diariamente esse preço. Nos últimos cinco dias de cada vencimento do contrato de boi gordo, a Esalq calcula a média aritmética desses dias e todos aqueles que ficam posicionados até o último dia são liquidados por meio desse preço, sem a necessidade da entrega. Ressalta-se que o uso da média de cinco dias é para evitar qualquer tentativa de manipular o preço em um único dia. A liquidação por indicador de preço a vista permite o acesso de tomadores de risco que não querem ficar com a mercadoria. O contrato permite a entrega física apenas entre aqueles que querem entregar e receber a mercadoria, pois a bolsa permite a entrega em caso de ambas as partes formalizarem tal intenção. O indicador de preços elimina ou minimiza o problema das diferentes alíquotas de impostos entre os estados. No contrato futuro, o comprador conhece os pontos de entrega, mas não sabe com antecipação em qual deles a mercadoria será entregue. Essa informação é disponível apenas no momento da apresentação da documentação, próximo ao vencimento do contrato. Pode-se receber mercadoria de outro estado, onde haverá alíquota diferente da vigente no mesmo estado ou não haverá o diferimento do imposto. Um cuidado a ser tomado nos contratos futuros é a diferença de preço entre duas regiões, pois essa diferença não é sempre a mesma. Esse é o problema da base ou diferencial BASE OU DIFERENCIAL Pode-se abordar o problema da base de duas formas. A primeira trata da diferença entre o preço da mercadoria negociada na Bolsa, que tem um ponto geográfico de formação de preço, com o preço praticado fora desse ponto. Exemplo O preço do boi gordo, no mercado a vista em Cascavel (PR), é negociado a R$1,00/arroba abaixo do preço praticado no estado de São Paulo, que é o local de formação do preço do contrato futuro da BM&F. Essa diferença é devida, principalmente, ao frete entre os dois locais. Se a diferença de preço entre Cascavel e São Paulo se mantivesse constante, a cobertura seria perfeita. Se um pecuarista de Cascavel tivesse feito a cobertura em bolsa para vencimento outubro a R$62,00/arroba e o preço no vencimento do contrato fosse de R$58,00, R$62,00 ou R$67,00/arroba, o preço em Cascavel e o preço final seriam os apresentados na Tabela 1. TABELA 1 Preço no vencimento Preço em Cascavel Resultado na Bolsa Preço fixado (R$/@) (R$/@) (a) (R$/@) (b) (R$/@) (a + b) 58,00 57,00 + 4,00 61,00 62,00 61,00 61,00 67,00 66,00 5,00 61,00 20

19 Introdução aos Mercados Futuros e de Opções Agropecuários no Brasil No exemplo, sendo a base constante, o hedge será perfeito. Na prática, dificilmente a diferença entre Cascavel e São Paulo se mantém constante ao longo do tempo. Havendo mudança na base, a cobertura terá resultado diferente do apresentado na Tabela 1 e, portanto, não haverá cobertura perfeita, conforme demonstra a Tabela 2. Tabela 2 Preço no vencimento Preço em Cascavel Resultado na Bolsa Preço fixado (R$/@) (R$/@) (a) (R$/@) (b) (R$/@) (a + b) 58,00 57,10 + 4,00 61,10 62,00 60,90 60,90 67,00 66,15 5,00 61,15 Essa diferença e o risco de base não podem ser eliminados. Entretanto, o risco pode ser conhecido e mensurado, fazendo-se uma comparação por longo tempo entre os preços nas diferentes praças e calculando-se o desvio-padrão, de forma a incorporá-lo. O outro conceito de base é a diferença entre o preço do mercado a vista e o do futuro. Os fatores que determinam essa diferença podem variar de um local a outro. São eles: oferta e demanda do produto e dos seus substitutos, disparidades geográficas, frete, meios de transporte alternativos, capacidade de estocagem, qualidade do produto em diferentes locais, expectativas de preço, precocidade da safra em determinado local e taxa de juro. As flutuações da base tendem a ser menores quando comparadas às do mercado físico e às do mercado futuro, mas devem ser bem acompanhadas para se ter uma boa administração da cobertura em bolsa. O mercado físico, com alguma freqüência, não varia da mesma forma que o futuro. Por essa razão, nem sempre este compensa integralmente a perda ou o ganho no mercado disponível. Esse risco é conhecido como risco de base e deve-se ao fato de que os preços futuros podem não se comportar de modo semelhante aos dos preços no mercado a vista, à medida que os dois mercados se aproximam do vencimento. A base se fortalece ou se estreita quando a diferença de preço entre o mercado físico e futuro, à medida que se aproxima do vencimento, diminui. A base se enfraquece ou se alarga quando a diferença entre ambos aumenta. Como exemplo, apresentam-se duas situações: preço no mercado a vista (D+0) está abaixo do mercado futuro para daqui a 90 dias (D+90), quando o físico é mês de safra e o futuro é entressafra; e preço no mercado a vista, em D+0, está acima do futuro para D+90, quando D+0 é entressafra e D+90 é safra. Nesses dois casos, o preço daqui a 60 dias (D+60), por exemplo, pode cair ou subir. Porém, dependendo do movimento em ambos os mercados, a base pode ficar mais firme ou mais fraca, conforme mostram as Tabelas 3 a 6. 21

20 Félix Schouchana e Wilson Motta Miceli Tabela 3 Mercado futuro acima do mercado a vista e preços em queda (US$/saca) Mercado futuro para D + 90 (a) Mercado físico (b) Base (b a) D ,00 200,00 15,00 Oscilação até D ,00 10,00 D ,00 190,00 10,00 Base mais firme D ,00 200,00 15,00 Oscilação até D ,00 12,00 D ,00 188,00 17,00 Base mais fraca Tabela 4 Mercado futuro acima do mercado a vista e preços em alta (US$/saca) Mercado futuro para D + 90 (a) Mercado físico (b) Base (b a) D ,00 200,00 15,00 Oscilação até D ,00 +10,00 D ,00 210,00 20,00 Base mais fraca D ,00 200,00 15,00 Oscilação até D ,00 +12,00 D ,00 212,00 13,00 Base mais firme Tabela 5 Mercado futuro abaixo do mercado a vista e preços em queda (US$/saca) Mercado futuro para D + 90 (a) Mercado físico (b) Base (b a) D ,00 200,00 +10,00 Oscilação até D ,00 10,00 D ,00 190,00 +15,00 Base mais fraca D ,00 200,00 +10,00 Oscilação até D ,00 12,00 D ,00 188,00 +8,00 Base mais firme 22

21 Introdução aos Mercados Futuros e de Opções Agropecuários no Brasil Tabela 6 Mercado futuro abaixo do mercado a vista e preços em alta (US$/saca) Mercado futuro para D + 90 (a) Mercado físico (b) Base (b a) D ,00 200,00 +10,00 Oscilação até D ,00 +10,00 D ,00 210,00 +5,00 Base mais firme D ,00 200,00 +10,00 Oscilação até D ,00 +12,00 D ,00 212,00 +12,00 Base mais fraca Exportadores e investidores podem obter ganhos com esses movimentos de preços. Por exemplo, se o exportador esperar que a base irá estreitar, ou seja, o mercado físico irá apreciar mais que o mercado futuro, ele poderá comprar no mercado físico e vender no mercado futuro. Em se confirmando sua expectativa, vai obter ganho. Por outro lado, quando compra contratos futuros contra uma posição vendida no mercado físico, está esperando que a base se alargue, obtendo um ganho se de fato o mercado futuro apreciar mais que o mercado físico. Nesses casos, o exportador não está preocupado com o nível absoluto dos preços, nem mesmo com a tendência do mercado, mas com seus movimentos relativos, isto é, com o estreitamento ou alargamento da base. 23

22 Félix Schouchana e Wilson Motta Miceli 3. OPERAÇÕES DE HEDGE NOS MERCADOS FUTUROS DE CAFÉ, BOI GORDO, BEZERRO, AÇÚCAR, ÁLCOOL, MILHO E SOJA Este capítulo tem o propósito de apresentar as principais operações de hedge com os contratos futuros negociados na BM&F. Essas operações não devem ser tomadas como recomendação aos agentes do mercado antes de se conhecer o contexto econômico-financeiro da empresa. Em todos os exemplos foram usadas cotações efetivamente praticadas pelos agentes econômicos, procurando aproximar o leitor das situações do mercado HEDGE DE COMPRA DE CAFÉ ARÁBICA NO MERCADO INTERNO Uma torrefadora de café fecha contrato de suprimento com um atacadista de sacas no mercado interno, para entrega daqui a três meses, à cotação de US$70,00/saca. Tendo em vista o risco de alta no preço do café, o que comprometeria a margem de lucro na comercialização do produto, a torrefadora faz um seguro de preço no mercado futuro, no qual a cotação para o mesmo vencimento do fornecimento é de US$67,50. O torrefador faz um hedge de compra de contratos futuros. Portanto, compra 100 contratos futuros (cada contrato são 100 sacas) a US$67,50. Nesse momento, o torrefador fixou o custo de aquisição das sacas de café, independentemente do preço do café na data do fornecimento. A Tabela 7 traz o fluxo diário da operação. Tabela 7 Data Preço de ajuste Ajuste diário (US$) Cálculo D , ,00 ( 67,5 + 67) x 100 x 100 D , ,00 ( ,8) x 100 x 100 D , ,00 ( 67,8 + 68) x 100 x 100 D + 3 meses 72, ,00 ( ,5) x 100 x 100 O somatório dos ajustes diários no período da contratação do hedge até o encerramento da posição foi de US$50.000,00. O torrefador compra café no mercado físico a US$72,50. O valor da aquisição é de x US$72,50 = US$ ,00. O resultado final é de US$ ,00 US$50.000,00 = US$ ,00, equivalente a / = US$67,50/saca, valor assegurado anteriormente. Dessa forma, o torrefador assegurou a margem de comercialização com o instrumento de hedge de compra de contrato futuro de café arábica HEDGE DE COMPRA DE CAFÉ ARÁBICA EM REAIS PARA EXPORTAÇÃO Uma exportadora (trading) de café fechou a exportação de sacas de café a US$72,50/saca, gerando volume de exportação de US$ ,00. Deverá comprar o café no mercado interno em reais, para em seguida efetuar a exportação. Nesse caso, o risco da trading é da oscilação do preço do café desde a data da contratação da exportação até a data da aquisição da mercadoria. Outro fator de risco de preço é a variação cambial entre o momento da aquisição do café até o efetivo recebimento do recurso. A cotação do dólar futuro no vencimento do recebimento da exportação é de R$3,20/dólar. 24

Operações com derivativos (item 7 do edital BB)

Operações com derivativos (item 7 do edital BB) Operações com derivativos (item 7 do edital BB) Prof.Nelson Guerra set / 2012 INTRODUÇÃO Os preços gerais das mercadorias agrícolas, das taxas de juros e do câmbio têm-se mostrado altamente instável no

Leia mais

COMO INVESTIR NO MERCADO A TERMO MERCADOS

COMO INVESTIR NO MERCADO A TERMO MERCADOS COMO INVESTIR NO MERCADO A TERMO MERCADOS Como Investir no Mercado a Termo 1 2 Como Investir no Mercado a Termo O que é? uma OPERAÇÃO A TERMO É a compra ou a venda, em mercado, de uma determinada quantidade

Leia mais

Perguntas Freqüentes Operações em Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F)

Perguntas Freqüentes Operações em Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F) 1. O que é contrato futuro? É um acordo entre duas partes, que obriga uma a vender e outra, a comprar a quantidade e o tipo estipulados de determinada commodity, pelo preço acordado, com liquidação do

Leia mais

CONTRATO FUTURO DE AÇÚCAR CRISTAL COM LIQUIDAÇÃO FINANCEIRA. Especificações

CONTRATO FUTURO DE AÇÚCAR CRISTAL COM LIQUIDAÇÃO FINANCEIRA. Especificações CONTRATO FUTURO DE AÇÚCAR CRISTAL COM LIQUIDAÇÃO FINANCEIRA Especificações 1. Definições Hedgers: Preço de ajuste (PA): PTAX: Taxa de câmbio referencial BM&FBOVESPA: Dia útil: comitentes que negociam o

Leia mais

MANUAL DE OPERAÇÕES DA RODA DE DÓLAR PRONTO

MANUAL DE OPERAÇÕES DA RODA DE DÓLAR PRONTO MANUAL DE OPERAÇÕES DA RODA DE DÓLAR PRONTO 1. INTRODUÇÃO 2. DEFINIÇÃO 3. OBJETO DE NEGOCIAÇÃO 4. PARTICIPANTES 4.1 Participantes Intermediadores 4.2 Participantes Compradores e Vendedores Bancos 5. OPERAÇÕES

Leia mais

COMO INVESTIR NO MERCADO A TERMO MERCADOS

COMO INVESTIR NO MERCADO A TERMO MERCADOS COMO INVESTIR NO MERCADO A TERMO MERCADOS O que é? uma operação A TERMO É a compra ou a venda, em mercado, de uma determinada quantidade de ações, a um preço fixado, para liquidação em prazo determinado,

Leia mais

Mercado de Opções Opções de Compra Aquisição

Mercado de Opções Opções de Compra Aquisição Mercado de Opções Opções de Compra Aquisição Ao comprar uma opção, o aplicador espera uma elevação do preço da ação, com a valorização do prêmio da opção. Veja o que você, como aplicador, pode fazer: Utilizar

Leia mais

Luciano de Souza Vacari Mercado Futuro Hedging e Opções Novembro/2006

Luciano de Souza Vacari Mercado Futuro Hedging e Opções Novembro/2006 Luciano de Souza Vacari Mercado Futuro Hedging e Opções Novembro/2006 O que é uma Bolsa de Futuros? Local organizado para administrar risco; Organização sem fins lucrativos; Dar visibilidade nos preços;

Leia mais

PRAZOS E RISCOS DE INVESTIMENTO. Proibida a reprodução.

PRAZOS E RISCOS DE INVESTIMENTO. Proibida a reprodução. Proibida a reprodução. A Planner oferece uma linha completa de produtos financeiros e nossa equipe de profissionais está preparada para explicar tudo o que você precisa saber para tomar suas decisões com

Leia mais

Curso CPA-10 Certificação ANBID Módulo 4 - Princípios de Investimento

Curso CPA-10 Certificação ANBID Módulo 4 - Princípios de Investimento Pág: 1/18 Curso CPA-10 Certificação ANBID Módulo 4 - Princípios de Investimento Pág: 2/18 Módulo 4 - Princípios de Investimento Neste módulo são apresentados os principais fatores para a análise de investimentos,

Leia mais

Bolsa de Mercadorias & Futuros

Bolsa de Mercadorias & Futuros OPERAÇÕES EX-PIT Bolsa de Mercadorias & Futuros Apresentação Este folheto tem por objetivo apresentar aspectos técnicos e operacionais ligados aos negócios ex-pit. O que é a operação ex-pit, para que

Leia mais

www.contratofuturo.com

www.contratofuturo.com www.contratofuturo.com www.contratofuturo.com História Antes do dólar a moeda de referência internacional era a Libra Esterlina, pois a Inglaterra era a grande economia mundial. Somente após a segunda

Leia mais

Gestão Tesouraria e Derivativos Prof. Cleber Rentroia MBA em Gestão Financeira Avançada

Gestão Tesouraria e Derivativos Prof. Cleber Rentroia MBA em Gestão Financeira Avançada 1. O direito de compra de um ativo, a qualquer tempo, pelo respectivo preço preestabelecido, caracteriza uma opção? a) Européia de venda b) Européia de compra c) Americana de venda d) Americana de compra

Leia mais

Especificações do Contrato Futuro de Boi Gordo Denominado em Reais

Especificações do Contrato Futuro de Boi Gordo Denominado em Reais Especificações do Contrato Futuro de Boi Gordo Denominado em Reais 1. Objeto de negociação Boi gordo acabado para abate. Tipo: bovinos machos, castrados, bem acabados (carcaça convexa), em pasto ou confinamento.

Leia mais

renda fixa Certificado de Depósito Bancário

renda fixa Certificado de Depósito Bancário renda fixa Certificado de Depósito Bancário Certificado de Depósito Bancário Rentabilidade e proteção em um único investimento O produto Certificado de Depósito Bancário (CDB) é um título de renda fixa,

Leia mais

O que é e como funciona uma operação de swap

O que é e como funciona uma operação de swap O que é e como funciona uma operação de swap! O que é Swap! O que é Hedge! Mecanismo básico de funcionamento de uma operação de Swap Autores: Francisco Cavalcante(f_c_a@uol.com.br)! Administrador de Empresas

Leia mais

taxa de câmbio de reais por dólar dos Estados Unidos da

taxa de câmbio de reais por dólar dos Estados Unidos da Contrato Futuro de Boi Gordo com Liquidação Financeira Especificações 1. Definições Contrato: termos e regras específicos sob os quais os negócios serão realizados e liquidados. Day trade compra e venda,

Leia mais

CONTRATOS DERIVATIVOS. Opção sobre Futuro de Boi Gordo

CONTRATOS DERIVATIVOS. Opção sobre Futuro de Boi Gordo CONTRATOS DERIVATIVOS Opção sobre Futuro de Boi Gordo Opção sobre Futuro de Boi Gordo O Contrato de Opção sobre Futuro de Boi Gordo com Liquidação Financeira foi lançado pela BM&FBOVESPA, em 22/07/1994,

Leia mais

O Sistema de Pregão Por Prazo Determinado da Bolsa Brasileira de Mercadorias foi criado para realizar negócios de produtos agropecuários.

O Sistema de Pregão Por Prazo Determinado da Bolsa Brasileira de Mercadorias foi criado para realizar negócios de produtos agropecuários. Comercialização de carne na Bolsa Brasileira de Mercadorias Janeiro de 2010 1. Pregão por Prazo Determinado O Sistema de Pregão Por Prazo Determinado da Bolsa Brasileira de Mercadorias foi criado para

Leia mais

Tendências comerciais da pecuária de corte no cenário muncial

Tendências comerciais da pecuária de corte no cenário muncial Tendências comerciais da pecuária de corte no cenário muncial Ivan Wedekin Diretor de Produtos do Agronegócio e Energia ENIPEC Encontro Internacional dos Negócios da Pecuária 1 Brasil o gigante da pecuária

Leia mais

Mercado a Termo e Futuro de Dólar: Estratégias de Hedge

Mercado a Termo e Futuro de Dólar: Estratégias de Hedge Mercado a Termo e Futuro de Dólar: Estratégias de Hedge 1 Hedge no Mercado a Termo No Brasil, são muito comuns as operações a termo real/dólar. Empresas importadoras, exportadoras, com dívidas ou ativos

Leia mais

GESTOR DA CARTEIRA DE INVESTIMENTO

GESTOR DA CARTEIRA DE INVESTIMENTO O QUE É? No Brasil um fundo de investimento possui a sua organização jurídica na forma de um condomínio de investidores, portanto o fundo de investimento possui um registro na Receita Federal (CNPJ) pois

Leia mais

Mercados Futuros (BM&F)

Mercados Futuros (BM&F) Neste segmento de mercado se negociam contratos e minicontratos futuros de ativos financeiros ou commodities. Ou seja, é a negociação de um produto que ainda não existe no mercado, por um preço predeterminado

Leia mais

2 Contratos Futuros Agropecuários no Brasil

2 Contratos Futuros Agropecuários no Brasil 2 Contratos Futuros Agropecuários no Brasil A presente seção apresenta as commodities agrícolas negociadas no mercado futuro brasileiro. Além disso, revela a estrutura básica dos contratos futuros e traça

Leia mais

MANUAL DE PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS DO SEGMENTO BOVESPA: AÇÕES, FUTUROS E DERIVATIVOS DE AÇÕES. Capítulo Revisão Data

MANUAL DE PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS DO SEGMENTO BOVESPA: AÇÕES, FUTUROS E DERIVATIVOS DE AÇÕES. Capítulo Revisão Data 4 / 106 DEFINIÇÕES AFTER-MARKET período de negociação que ocorre fora do horário regular de Pregão. AGENTE DE COMPENSAÇÃO instituição habilitada pela CBLC a liquidar operações realizadas pelas Sociedades

Leia mais

Diretoria de Agronegócios

Diretoria de Agronegócios Proteção de Preços no Mercado Agropecuário Renato Barreto Riscos da atividade agropecuária Climáticos e/ou intempéries Preço Crédito... Mitigadores de Risco de Preço Risco: Oscilação nos preços das mercadorias

Leia mais

CONTRATOS DERIVATIVOS. Futuro de IGP-M

CONTRATOS DERIVATIVOS. Futuro de IGP-M CONTRATOS DERIVATIVOS Futuro de IGP-M Futuro de IGP-M Ferramenta de gerenciamento de risco contra a variação do nível de preços de diversos setores da economia O produto Para auxiliar o mercado a se proteger

Leia mais

Iniciantes Home Broker

Iniciantes Home Broker Iniciantes Home Broker Para permitir que cada vez mais pessoas possam participar do mercado acionário e, ao mesmo tempo, tornar ainda mais ágil e simples a atividade de compra e venda de ações, foi criado

Leia mais

A moeda possui três funções básicas: Reserva de Valor, Meio de troca e Meio de Pagamento.

A moeda possui três funções básicas: Reserva de Valor, Meio de troca e Meio de Pagamento. 29- A lógica da composição do mercado financeiro tem como fundamento: a) facilitar a transferência de riscos entre agentes. b) aumentar a poupança destinada a investimentos de longo prazo. c) mediar as

Leia mais

MERCADO DE CAPITAIS. Bolsas de Valores ou de Mercadorias. Cronologia da criação dos mercados de bolsas no mundo e no Brasil

MERCADO DE CAPITAIS. Bolsas de Valores ou de Mercadorias. Cronologia da criação dos mercados de bolsas no mundo e no Brasil MERCADO DE CAPITAIS Prof. Msc. Adm. José Carlos de Jesus Lopes Bolsas de Valores ou de Mercadorias São centros de negociação onde reúnem-se compradores e vendedores de ativos padronizados (ações, títulos

Leia mais

Guia Rápido. Como negociar Commodities Agrícolas. Leandro Benitez

Guia Rápido. Como negociar Commodities Agrícolas. Leandro Benitez Guia Rápido Como negociar Commodities Agrícolas Leandro Benitez O objetivo deste artigo é apresentar-lhe os princípios dos contratos agrícolas para que você possa iniciar suas negociações neste segmento.

Leia mais

EMPRÉSTIMO DE ATIVOS

EMPRÉSTIMO DE ATIVOS EMPRÉSTIMO DE ATIVOS Empréstimo de Ativos BM&FBOVESPA 3 4 Empréstimo de Ativos BM&FBOVESPA 1) O que é o serviço de Empréstimo de Ativos? Lançado em 1996, é um serviço por meio do qual os investidores,

Leia mais

Proteção de Preços do Agronegócio

Proteção de Preços do Agronegócio Proteção de Preços do Agronegócio Derivativos: conceitos básicos Derivativos são instrumentos referenciados em outros ativos; O objetivo primordial é permitir a gestão de riscos a que estão submetidos

Leia mais

10.1DAS CARACTERÍSTICAS E DEFINIÇÕES DO MERCADO DE OPÇÕES. a) Ativo-objeto - o Ativo admitido à negociação na Bolsa, a que se refere a opção;

10.1DAS CARACTERÍSTICAS E DEFINIÇÕES DO MERCADO DE OPÇÕES. a) Ativo-objeto - o Ativo admitido à negociação na Bolsa, a que se refere a opção; 1 / 7 CAPÍTULO X DO MERCADO DE OPÇÕES 10.1DAS CARACTERÍSTICAS E DEFINIÇÕES DO MERCADO DE OPÇÕES 10.1.1 O mercado de opções compreende as operações relativas à negociação de direitos outorgados aos titulares

Leia mais

XIX CONGRESSO DE PÓS-GRADUAÇÃO DA UFLA 27 de setembro a 01 de outubro de 2010

XIX CONGRESSO DE PÓS-GRADUAÇÃO DA UFLA 27 de setembro a 01 de outubro de 2010 OTIMIZAÇÃO DA EFETIVIDADE DE HEDGE NA COMPRA DE MILHO POR MEIO DE CONTRATOS FUTUROS PARA PRODUÇÃO DE BOVINOS DE CORTE RESUMO GUSTAVO DE SOUZA CAMPOS BADARÓ 1, RENATO ELIAS FONTES 2 ; TARCISIO GONÇALVES

Leia mais

Contrato de Opção Flexível de Compra sobre Índice de Taxa de Juro Spot Especificações

Contrato de Opção Flexível de Compra sobre Índice de Taxa de Juro Spot Especificações Contrato de Opção Flexível de Compra sobre Índice de Taxa de Juro Spot Especificações 1. Definições Contrato (especificações): termos e regras sob os quais as operações serão realizadas e liquidadas. Compra

Leia mais

Letras Financeiras - LF

Letras Financeiras - LF Renda Fixa Privada Letras Financeiras - LF Letra Financeira Captação de recursos de longo prazo com melhor rentabilidade O produto A Letra Financeira (LF) é um título de renda fixa emitido por instituições

Leia mais

Derivativos Prática. Igor Forte Pedro Jonas

Derivativos Prática. Igor Forte Pedro Jonas Derivativos Prática Igor Forte Pedro Jonas Jul/2013 Mini-case 1 Hedge com DOL Dólar Usado para transferência de risco cambial em US$. Empresas importadoras exportadoras e/ou com ativos e passivos indexados

Leia mais

Como funcionam os fundos de investimentos

Como funcionam os fundos de investimentos Como funcionam os fundos de investimentos Fundos de Investimentos: são como condomínios, que reúnem recursos financeiros de um grupo de investidores, chamados de cotistas, e realizam operações no mercado

Leia mais

LÂMINA DE INFORMAÇÕES ESSENCIAIS SOBRE O SANTANDER ESTRUTURADO BOLSA EUROPEIA 3 MULTIMERCADO 11.714.787/0001-70 Informações referentes a Maio de 2016

LÂMINA DE INFORMAÇÕES ESSENCIAIS SOBRE O SANTANDER ESTRUTURADO BOLSA EUROPEIA 3 MULTIMERCADO 11.714.787/0001-70 Informações referentes a Maio de 2016 LÂMINA DE INFORMAÇÕES ESSENCIAIS SOBRE O SANTANDER ESTRUTURADO BOLSA EUROPEIA 3 MULTIMERCADO 11.714.787/0001-70 Informações referentes a Maio de 2016 Esta lâmina contém um resumo das informações essenciais

Leia mais

Cartilha do Contrato de Opção de Venda

Cartilha do Contrato de Opção de Venda Cartilha do Contrato de Opção de Venda CONAB - COMPANHIA NACIONAL DE ABASTECIMENTO 01 O QUE É O CONTRATO DE OPÇÃO DE VENDA? É uma modalidade de seguro de preços que dá ao produtor rural e/ou sua cooperativa

Leia mais

MERCADO DE OURO. Como investir no mercado a vista

MERCADO DE OURO. Como investir no mercado a vista MERCADO DE OURO Como investir no mercado a vista MERCADO DE OURO Como investir no mercado a vista 3 LIQUIDEZ INTERNACIONAL, DIVERSIFICAÇÃO DE INVESTIMENTO E RETORNO Ativo internacionalmente aceito, o

Leia mais

COMO DETERMINAR O PREÇO DE UMA

COMO DETERMINAR O PREÇO DE UMA COMO DETERMINAR O PREÇO DE UMA O que são opções? Precificação de opções Exemplo de árvore recombinante Autores: Francisco Cavalcante(f_c_a@uol.com.br) Administrador de Empresas graduado pela EAESP/FGV.

Leia mais

captação de recursos empréstimos financiamento.

captação de recursos empréstimos financiamento. Instrumentos utilizados pelas instituições financeiras para captação de recursos (funding) que serão utilizados nas operações de empréstimos e financiamento. 1 O cliente entrega os recursos ao banco, sendo

Leia mais

BANCOS INTERMEDIÁRIOS CORRETORES DE CÂMBIO

BANCOS INTERMEDIÁRIOS CORRETORES DE CÂMBIO SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL O MERCADO DE CÂMBIO E SEUS AGENTES C.M.N BACEN BANCOS INTERMEDIÁRIOS CORRETORES DE CÂMBIO SISTEMA CAMBIAL VIGENTE NO BRASIL. O regime cambial brasileiro é um regime controlado

Leia mais

Perguntas e Respostas Alteração no rendimento da caderneta de poupança. 1) Por que o governo decidiu mudar as regras da caderneta de poupança?

Perguntas e Respostas Alteração no rendimento da caderneta de poupança. 1) Por que o governo decidiu mudar as regras da caderneta de poupança? Perguntas e Respostas Alteração no rendimento da caderneta de poupança Novas regras 1) Por que o governo decidiu mudar as regras da caderneta de poupança? Por ter parte de sua remuneração (chamada de adicional)

Leia mais

MANUAL DE PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS DA BOLSA DE VALORES DE SÃO PAULO S.A. 1 / 6. Capítulo Revisão Data

MANUAL DE PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS DA BOLSA DE VALORES DE SÃO PAULO S.A. 1 / 6. Capítulo Revisão Data DA BOLSA DE VALORES DE SÃO PAULO S.A. 1 / 6 CAPÍTULO X DO MERCADO DE OPÇÕES 10.1 CODIFICAÇÃO DAS SÉRIES A codificação utilizada no mercado de opções é composto de 5 letras (as 4 primeiras correspondem

Leia mais

SONHOS AÇÕES. Planejando suas conquistas passo a passo

SONHOS AÇÕES. Planejando suas conquistas passo a passo SONHOS AÇÕES Planejando suas conquistas passo a passo Todo mundo tem um sonho, que pode ser uma viagem, a compra do primeiro imóvel, tranquilidade na aposentadoria ou garantir os estudos dos filhos, por

Leia mais

As exportações de bens podem ocorrer, basicamente, de duas formas: direta ou indiretamente.

As exportações de bens podem ocorrer, basicamente, de duas formas: direta ou indiretamente. Capitulo 10: Tipos de exportação As exportações de bens podem ocorrer, basicamente, de duas formas: direta ou indiretamente. Diretamente: quando o exportador fatura e remete o produto ao importador, mesmo

Leia mais

NOTA TÉCNICA ALERTA PARA OS PRODUTORES DE SOJA

NOTA TÉCNICA ALERTA PARA OS PRODUTORES DE SOJA NOTA TÉCNICA ALERTA PARA OS PRODUTORES DE SOJA Ainda que o consumo de Soja continue crescendo com força, puxado principalmente pela China, as produções dos EUA e também do Brasil nos últimos dois anos

Leia mais

CAPITAL DE GIRO: ESSÊNCIA DA VIDA EMPRESARIAL

CAPITAL DE GIRO: ESSÊNCIA DA VIDA EMPRESARIAL CAPITAL DE GIRO: ESSÊNCIA DA VIDA EMPRESARIAL Renara Tavares da Silva* RESUMO: Trata-se de maneira ampla da vitalidade da empresa fazer referência ao Capital de Giro, pois é através deste que a mesma pode

Leia mais

www.contratofuturo.com

www.contratofuturo.com www.contratofuturo.com www.contratofuturo.com O que é o Índice Futuro Para falar de índice futuro, primeiro precisamos falar do ÍNDICE no presente, que é o Ibovespa. O famoso índice que serve para medir

Leia mais

Disciplina: Suprimentos e Logística II 2014-02 Professor: Roberto Cézar Datrino Atividade 3: Transportes e Armazenagem

Disciplina: Suprimentos e Logística II 2014-02 Professor: Roberto Cézar Datrino Atividade 3: Transportes e Armazenagem Disciplina: Suprimentos e Logística II 2014-02 Professor: Roberto Cézar Datrino Atividade 3: Transportes e Armazenagem Caros alunos, Essa terceira atividade da nossa disciplina de Suprimentos e Logística

Leia mais

Economia. Comércio Internacional Taxa de Câmbio, Mercado de Divisas e Balança de Pagamentos,

Economia. Comércio Internacional Taxa de Câmbio, Mercado de Divisas e Balança de Pagamentos, Economia Comércio Internacional Taxa de Câmbio, Mercado de Divisas e Balança de Pagamentos, Comércio Internacional Objetivos Apresentar o papel da taxa de câmbio na alteração da economia. Iniciar nas noções

Leia mais

POLÍTICA DE INVESTIMENTOS

POLÍTICA DE INVESTIMENTOS POLÍTICA DE INVESTIMENTOS Segurança nos investimentos Gestão dos recursos financeiros Equilíbrio dos planos a escolha ÍNDICE INTRODUÇÃO...3 A POLÍTICA DE INVESTIMENTOS...4 SEGMENTOS DE APLICAÇÃO...7 CONTROLE

Leia mais

TERMO DE MOEDAS¹ COM GARANTIA. Especificações

TERMO DE MOEDAS¹ COM GARANTIA. Especificações TERMO DE MOEDAS¹ COM GARANTIA Especificações 1. Definições Taxa de câmbio Objeto de negociação do contrato quando a relação for estabelecida em quantidade de reais por uma unidade de moeda estrangeira

Leia mais

Fernando Nogueira da Costa Professor do IE- UNICAMP h2p://fernandonogueiracosta.wordpress.com/

Fernando Nogueira da Costa Professor do IE- UNICAMP h2p://fernandonogueiracosta.wordpress.com/ Fernando Nogueira da Costa Professor do IE- UNICAMP h2p://fernandonogueiracosta.wordpress.com/ Estrutura da apresentação 2 Breve histórico Os Mercados Futuros no mundo têm sua história diretamente vinculada

Leia mais

INSTRUÇÃO CVM Nº 51, DE 09 DE JUNHO DE 1986.

INSTRUÇÃO CVM Nº 51, DE 09 DE JUNHO DE 1986. INSTRUÇÃO CVM Nº 51, DE 09 DE JUNHO DE 1986. Regulamenta a concessão de financiamento para compra de ações pelas Sociedades Corretoras e Distribuidoras. O Presidente da Comissão de Valores Mobiliários

Leia mais

MERCADO FUTURO: BOI GORDO

MERCADO FUTURO: BOI GORDO MERCADO FUTURO: BOI GORDO Sergio De Zen Mestre em Economia Aplicada, Pesquisador do CEPEA/ESALQ/USP Os anos noventa têm sido marcados por termos modernos na terminologia do mercado financeiro. Dentre essas

Leia mais

Revisando... Segmentos antes da porteira: Insumos agropecuários Serviços agropecuários

Revisando... Segmentos antes da porteira: Insumos agropecuários Serviços agropecuários Revisando... Segmentos antes da porteira: Insumos agropecuários Serviços agropecuários Segmentos dentro da porteira: Produção agrícola Produção pecuária Segmentos depois da porteira: Agroindústria Canais

Leia mais

RISCOS DE INVESTIMENTO. Proibida a reprodução.

RISCOS DE INVESTIMENTO. Proibida a reprodução. Proibida a reprodução. A Planner oferece uma linha completa de produtos financeiros e nossa equipe de profissionais está preparada para explicar tudo o que você precisa saber para tomar suas decisões com

Leia mais

O Sistema de Pregão Por Prazo Determinado da Bolsa Brasileira de Mercadorias foi criado para realizar negócios de produtos agropecuários.

O Sistema de Pregão Por Prazo Determinado da Bolsa Brasileira de Mercadorias foi criado para realizar negócios de produtos agropecuários. Comercialização de carne na Bolsa Brasileira de Mercadorias Abril de 2010 1. Pregão por Prazo Determinado O Sistema de Pregão Por Prazo Determinado da Bolsa Brasileira de Mercadorias foi criado para realizar

Leia mais

Perguntas e Respostas sobre Liquidação Normas e Regulamentos

Perguntas e Respostas sobre Liquidação Normas e Regulamentos Perguntas e Respostas sobre Liquidação Normas e Regulamentos 60 questões com gabarito FICHA CATALOGRÁFICA (Catalogado na fonte pela Biblioteca da BM&FBOVESPA Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros) LIQUIDAÇÃO

Leia mais

Bolsa de Mercadorias e Futuros

Bolsa de Mercadorias e Futuros Bolsa de Mercadorias e Futuros Mercado de Capitais Origens das Bolsas de mercadoria No Japão em 1730, surgiu o verdadeiro mercado futuro de arroz(que já era escritural), chamado chu-aí-mai, foi reconhecido

Leia mais

COMPRAR E VENDER AÇÕES MERCADO A VISTA

COMPRAR E VENDER AÇÕES MERCADO A VISTA COMPRAR E VENDER AÇÕES MERCADO A VISTA ATENÇÃO ESTE FOLHETO FAZ REFERÊNCIA AO PREGÃO À VIVA VOZ, FORMA DE NEGOCIAÇÃO UTILIZADA ATÉ 30/9/2005. A PARTIR DESSA DATA, TODAS AS OPERAÇÕES FORAM CENTRALIZADAS

Leia mais

Cédula de Produto Rural -

Cédula de Produto Rural - Renda Fixa Cédula de Produto Rural - CPR Cédula do Produto Rural Comercialização de produtos do agronegócio com recebimento antecipado O produto A Cédula do Produtor Rural é um título de crédito lastreado

Leia mais

NBC TSP 10 - Contabilidade e Evidenciação em Economia Altamente Inflacionária

NBC TSP 10 - Contabilidade e Evidenciação em Economia Altamente Inflacionária NBC TSP 10 - Contabilidade e Evidenciação em Economia Altamente Inflacionária Alcance 1. Uma entidade que prepara e apresenta Demonstrações Contábeis sob o regime de competência deve aplicar esta Norma

Leia mais

PRAZOS E RISCOS DE INVESTIMENTO. Proibida a reprodução.

PRAZOS E RISCOS DE INVESTIMENTO. Proibida a reprodução. Proibida a reprodução. A Planner oferece uma linha completa de produtos financeiros e nossa equipe de profissionais está preparada para explicar tudo o que você precisa saber para tomar suas decisões com

Leia mais

UM CONCEITO FUNDAMENTAL: PATRIMÔNIO LÍQUIDO FINANCEIRO. Prof. Alvaro Guimarães de Oliveira Rio, 07/09/2014.

UM CONCEITO FUNDAMENTAL: PATRIMÔNIO LÍQUIDO FINANCEIRO. Prof. Alvaro Guimarães de Oliveira Rio, 07/09/2014. UM CONCEITO FUNDAMENTAL: PATRIMÔNIO LÍQUIDO FINANCEIRO Prof. Alvaro Guimarães de Oliveira Rio, 07/09/2014. Tanto as pessoas físicas quanto as jurídicas têm patrimônio, que nada mais é do que o conjunto

Leia mais

Mercado a Termo de Ações

Mercado a Termo de Ações Prof Giácomo Diniz Módulo I Dfiiã Definição Tradicional i São acordos fechados entre partes de compra e venda de um determinadoativo. Nahoradacontrataçãoaspartesestabelecemo preço para a liquidação em

Leia mais

Milho Período: 11 a 15/05/2015

Milho Período: 11 a 15/05/2015 Milho Período: 11 a 15/05/2015 Câmbio: Média da semana: U$ 1,00 = R$ 3,0203 Nota: A paridade de exportação refere-se ao valor/sc desestivado sobre rodas, o que é abaixo do valor FOB Paranaguá. *Os preços

Leia mais

Índice de Confiança do Agronegócio

Índice de Confiança do Agronegócio Índice de Confiança do Agronegócio Terceiro Trimestre 2014 Principais Resultados:» Índice de Confiança do Agronegócio» Índice da Indústria (antes e depois da porteira)» Índice do Produtor Agropecuário

Leia mais

Curso Preparatório CPA20

Curso Preparatório CPA20 Página 1 de 8 Você acessou como Flávio Pereira Lemos - (Sair) Curso Preparatório CPA20 Início Ambiente ) CPA20_130111_1_1 ) Questionários ) Passo 2: Simulado Módulo IV ) Revisão da tentativa 3 Iniciado

Leia mais

Renda Fixa Privada Certificado de Recebíveis do Agronegócio CRA. Certificado de Recebíveis do Agronegócio CRA

Renda Fixa Privada Certificado de Recebíveis do Agronegócio CRA. Certificado de Recebíveis do Agronegócio CRA Renda Fixa Privada Certificado de Recebíveis do Agronegócio CRA Certificado de Recebíveis do Agronegócio Instrumento de captação de recursos e de investimento no agronegócio O produto O Certificado de

Leia mais

Condições para Crédito a Descoberto DEGIRO

Condições para Crédito a Descoberto DEGIRO Condições para Crédito a Descoberto DEGIRO Conteúdo Condições para crédito a descoberto... 3 Artigo 1. Definições... 3 Artigo 2. Relação contratual... 3 2.1 Aceitação... 3 2.2 Bureau krediet registratie

Leia mais

Contratos Derivativos. Futuro de Soja Brasil

Contratos Derivativos. Futuro de Soja Brasil Contratos Derivativos Futuro de Soja Brasil Futuro de Soja Brasil Proteja o seu preço e administre os riscos da produção O produto A produção de soja atende a uma cadeia de diversos produtos acabados derivados

Leia mais

CONTRATOS DERIVATIVOS. Opções sobre Futuro BVMF de Standard & Poor s (S&P 500)

CONTRATOS DERIVATIVOS. Opções sobre Futuro BVMF de Standard & Poor s (S&P 500) CONTRATOS DERIVATIVOS Opções sobre Futuro BVMF de Standard & Poor s (S&P 500) Opções sobre Futuro de S&P 500 Diversifique o seu portfólio com derivativos que possuem exposição no mercado financeiro internacional

Leia mais

COMPRAR E VENDER AÇÕES MERCADO A VISTA

COMPRAR E VENDER AÇÕES MERCADO A VISTA COMPRAR E VENDER AÇÕES MERCADO A VISTA ATENÇÃO Este texto não é uma recomendação de investimento. Para mais esclarecimentos, sugerimos a leitura de outros folhetos editados pela BOVESPA. Procure sua Corretora.

Leia mais

Mercado de Câmbio. Mercado de câmbio é a denominação para o mercado de troca de moedas.

Mercado de Câmbio. Mercado de câmbio é a denominação para o mercado de troca de moedas. Definição: Mercado de Câmbio Mercado de câmbio é a denominação para o mercado de troca de moedas. O mercado de Câmbio de TAXAS LIVRES opera com o dólar comercial. TAXAS FLUENTES opera com o dólar flutuante

Leia mais

Derivativos de Balcão. Opções Flexíveis

Derivativos de Balcão. Opções Flexíveis Derivativos de Balcão Opções Flexíveis Opções Flexíveis Proteção contra a volatilidade de preços O produto Opção flexível é um contrato em que o titular tem direito, mas não obrigação, de comprar (ou vender)

Leia mais

www.contratofuturo.com

www.contratofuturo.com www.contratofuturo.com www.contratofuturo.com História do Milho - Os primeiros registros do cultivo datam de 7.300 anos - Origem Americana: litoral do México - Nome, de origem indígena, significa "sustento

Leia mais

MERCADO DE OPÇÕES - O QUE É E COMO FUNCIONA

MERCADO DE OPÇÕES - O QUE É E COMO FUNCIONA MERCADO DE OPÇÕES - O QUE É E Mercados Derivativos Conceitos básicos Termos de mercado As opções de compra Autores: Francisco Cavalcante (f_c_a@uol.com.br) Administrador de Empresas graduado pela EAESP/FGV.

Leia mais

CAPÍTULO V FUNDO DE GARANTIA

CAPÍTULO V FUNDO DE GARANTIA CAPÍTULO V FUNDO DE GARANTIA Seção I Finalidades Art. 40. As bolsas de valores devem manter Fundo de Garantia, com finalidade exclusiva de assegurar aos clientes de sociedade membro, até o limite do Fundo,

Leia mais

Tributação. Mercado de Derivativos, Fundos e Clubes de Investimentos, POP e Principais Perguntas

Tributação. Mercado de Derivativos, Fundos e Clubes de Investimentos, POP e Principais Perguntas Tributação Mercado de Derivativos, Fundos e Clubes de Investimentos, POP e Principais Perguntas 1 Índice Imposto de Renda para Mercado de Opções 03 Exemplos de Apuração dos Ganhos Líquidos - Antes do Exercício

Leia mais

RESOLUÇÃO Nº 4.263, DE 05 DE SETEMBRO DE 2013 Dispõe sobre as condições de emissão de Certificado de Operações Estruturadas (COE) pelas instituições

RESOLUÇÃO Nº 4.263, DE 05 DE SETEMBRO DE 2013 Dispõe sobre as condições de emissão de Certificado de Operações Estruturadas (COE) pelas instituições RESOLUÇÃO Nº 4.263, DE 05 DE SETEMBRO DE 2013 Dispõe sobre as condições de emissão de Certificado de Operações Estruturadas (COE) pelas instituições financeiras que especifica. O Banco Central do Brasil,

Leia mais

Renda Fixa. Letra de Crédito Imobiliário

Renda Fixa. Letra de Crédito Imobiliário Renda Fixa Letra de Crédito Imobiliário Letra de Crédito Imobiliário Uma alternativa para diversificação de carteira de investimento O produto Letra de Crédito Imobiliário () é um título de crédito, lastreado

Leia mais

Renda Fixa Privada Notas Promissórias NP. Notas Promissórias - NP

Renda Fixa Privada Notas Promissórias NP. Notas Promissórias - NP Renda Fixa Privada Notas Promissórias - NP Uma alternativa para o financiamento do capital de giro das empresas O produto A Nota Promissória (NP), também conhecida como nota comercial ou commercial paper,

Leia mais

número 3 maio de 2005 A Valorização do Real e as Negociações Coletivas

número 3 maio de 2005 A Valorização do Real e as Negociações Coletivas número 3 maio de 2005 A Valorização do Real e as Negociações Coletivas A valorização do real e as negociações coletivas As negociações coletivas em empresas ou setores fortemente vinculados ao mercado

Leia mais

Principais termos e condições dos empréstimos do BIRD

Principais termos e condições dos empréstimos do BIRD BANCO INTERNACIONAL DE RECONSTRUÇÃO E DESENVOLVIMENTO B I R D Principais termos e condições dos empréstimos do BIRD D EPARTAMENTO DE PRODUTOS E SERVIÇOS FINANCEIROS (FPS) TELEFONE: (202) 458-1122 FAX:

Leia mais

QUAL A DIFERENÇA ENTRE O CÁLCULO DA TAXA CDI E TAXA OVER DE JUROS?

QUAL A DIFERENÇA ENTRE O CÁLCULO DA TAXA CDI E TAXA OVER DE JUROS? QUAL A DIFERENÇA ENTRE O CÁLCULO DA TAXA CDI E TAXA OVER! Como se calcula a taxa de juros Over?! Como se calcula a taxa de juros CDI?! Como a taxa de juros CDI e Over se comparam? Francisco Cavalcante(francisco@fcavalcante.com.br)

Leia mais

http://www.receita.fazenda.gov.br/pessoafisica/irpf/2008/perguntas/aplicfinanrenfi...

http://www.receita.fazenda.gov.br/pessoafisica/irpf/2008/perguntas/aplicfinanrenfi... Page 1 of 8 Aplicações Financeiras - Renda Fixa e Renda Variável 617 Quais são as operações realizadas nos mercados financeiro e de capital? Nesses mercados são negociados títulos, valores mobiliários

Leia mais

Produto BNDES Exim Pós-embarque Normas Operacionais. Linha de Financiamento BNDES Exim Automático

Produto BNDES Exim Pós-embarque Normas Operacionais. Linha de Financiamento BNDES Exim Automático Produto BNDES Exim Pós-embarque Normas Operacionais Linha de Financiamento BNDES Exim Automático Capítulo I - REGULAMENTO 1. OBJETIVO Apoiar, na fase pós-embarque, a comercialização, no exterior, de bens

Leia mais

Mercado Financeiro e de Capitais Prof. Cleber Rentroia MBA em Finanças e Banking

Mercado Financeiro e de Capitais Prof. Cleber Rentroia MBA em Finanças e Banking 1. Quando o IPCA tende a subir além das metas de inflação, qual medida deve ser tomada pelo COPOM: a) Abaixar o compulsório b) Reduzir taxa do redesconto c) Aumentar o crédito d) Elevar a taxa de juros

Leia mais

Fundos de Investimento

Fundos de Investimento Fundo de Investimento é uma comunhão de recursos, constituída sob a forma de condomínio que reúne recursos de vários investidores para aplicar em uma carteira diversificada de ativos financeiros. Ao aplicarem

Leia mais

Iniciando. Bolsa de Valores. O que é uma ação?

Iniciando. Bolsa de Valores. O que é uma ação? O que é uma ação? Por definição é uma fração de uma empresa. Por isso, quem detém ações de uma companhia é dono de uma parte dela, ou melhor, é um dos seus sócios e por conseguinte passa a ganhar dinheiro

Leia mais

REGULAMENTO DA CÂMARA DE REGISTRO, COMPENSAÇÃO E LIQUIDAÇÃO DE OPERAÇÕES DE CÂMBIO BM&FBOVESPA

REGULAMENTO DA CÂMARA DE REGISTRO, COMPENSAÇÃO E LIQUIDAÇÃO DE OPERAÇÕES DE CÂMBIO BM&FBOVESPA REGULAMENTO DA CÂMARA DE REGISTRO, COMPENSAÇÃO E LIQUIDAÇÃO DE OPERAÇÕES DE CÂMBIO BM&FBOVESPA CAPÍTULO I DAS DEFINIÇÕES CAPÍTULO II DAS ATIVIDADES DA CÂMARA CAPÍTULO III DOS PARTICIPANTES CAPÍTULO IV

Leia mais

Míni de Dólar WEBTRADING. É acessível. É descomplicado. É para você.

Míni de Dólar WEBTRADING. É acessível. É descomplicado. É para você. Míni de Dólar WEBTRADING É acessível. É descomplicado. É para você. FUTURO WEBTRADING EM UM CLIQUE O futuro em um clique Com apenas um clique, você pode negociar minicontratos. O acesso ao WTr é simples,

Leia mais