GESTÃO DE RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL EM CANTEIROS DE OBRAS DE EDIFÍCIOS MULTIPISO NA CIDADE DO RECIFE/PE

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1 UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE TECNOLOGIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA URBANA - PPGEU PAULA CHRISTYAN DE MEDEIROS SOUZA GESTÃO DE RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL EM CANTEIROS DE OBRAS DE EDIFÍCIOS MULTIPISO NA CIDADE DO RECIFE/PE João Pessoa - PB Setembro 2007

2 PAULA CHRISTYAN DE MEDEIROS SOUZA GESTÃO DE RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL EM CANTEIROS DE OBRAS DE EDIFÍCIOS MULTIPISO NA CIDADE DO RECIFE/PE. Área de Concentração: Gerenciamento e Reutilização de Resíduos Dissertação apresentada ao Programa de Pós- Graduação em Engenharia Urbana -PPGEU da Universidade Federal da Paraíba, como parte dos requisitos necessários para a obtenção do título de MESTRE EM ENGENHARIA URBANA. Orientador: Prof. Dr. Aluísio Bráz de Mélo Co-Orientador: Prof. Dr. Béda Barkokébas Jr. João Pessoa Paraíba Setembro de 2007

3 S731g Souza, Paula Christyan de Medeiros. Gestão de resíduos da construção civil em canteiros de obras de edifícios multipiso na cidade de Recife/PE/.Paula Christyan de Medeiros Souza João Pessoa, p. Orientador: Aluísio Braz de Melo. Co-orientador:Béda Barkokébas Júnior. Dissertação (mestrado) UFPB/CT 1. Engenharia Urbana. 2. Resíduos da Construção e demolição (RDC). 3. Indicadores de Geração de Resíduos(IGR).4. Canteiro de obra - reciclagem UFPB/BC. CDU: 711.4(043.2)

4 PAULA CHRISTYAN DE MEDEIROS SOUZA GESTÃO DE RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL EM CANTEIROS DE OBRAS DE EDIFÍCIOS MULTIPISO NA CIDADE DO RECIFE/PE. Apresentada ao programa de Pós-Graduação em Engenharia urbana do Centro de Tecnologia da Universidade Federal da Paraíba, em 28 de Setembro de BANCA EXAMINADORA: Prof. Dr. Aluísio Braz de Melo Orientador PPGEU/UFPB Prof. Dr. Béda Barkokébas Jr. Co-Orientador POLI/UPE Profa. Dra. Cláudia Coutinho Nóbrega Examinador Interno PPGEU/UFPB Profa. Dra. Nelma Mirian Chagas de Araújo Examinador Externo CEFET/PB

5 AGRADECIMENTOS Antes de todos agradeço a Deus por tudo. Agradeço ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - CNPq pelo apoio financeiro. Ao SEBRAE/PE e ao SINDUSCON/PE, pelo apoio financeiro e técnico concedido através do PROJETO ENTULHO LIMPO/PE. A Escola Politécnica de Pernambuco da Universidade de Pernambuco pelo apoio técnico. Agradeço ao meu orientador Prof. Dr. Aluísio Braz de Melo, pela dedicação paciência e sabedoria dedicadas a mim durante esses dois anos. Ao meu querido co-orientador, Prof. Béda Barkokébas Júnior, pela colaboração essencial para este trabalho, pela inteligência dedicada, pela paciência e pelos puxões de orelha. Agradeço também pela confiança e pelos conselhos e orientações desde a iniciação científica. Ao Prof. Dr. Alexandre Duarte Gusmão, meu primeiro orientador da iniciação científica, pelo acompanhamento de todas as atividades desenvolvidas, pelas idéias para o melhoramento deste trabalho, pela competência, inteligência na viabilização de todas as boas idéias e confiança em mim depositada. A amiga Fabiana Padilha Carneiro que me reintroduziu no mundo dos resíduos e mostrou que amizade e confiança são ingredientes perfeitos para o sucesso de qualquer trabalho. Além de ter papel importantíssimo na realização deste estudo. Aos integrantes do Grupo de Engenharia Aplicada ao Meio Ambiente AMBITEC, Mariana Santos de Siqueira, Elias e Thalita, que sem a ajuda deles seria muito mais difícil o levantamento de todos os dados deste trabalho. Aos mestrandos em Engenharia Urbana, pelas conversas, pelos trabalhos em grupo, pelos ensinamentos, especialmente as amigas para toda vida: Aida Pontes de Aquino, Janine

6 Holmes Gualberto e Patrícia Gigliola. Aos meus pais, Paulo José de Souza e Tereza Cristina R.M.Souza,pela confiança, pelo amor e por todo esforço dedicado na minha educação e por sempre acreditarem em mim. Por terem me ensinado que o mundo é difícil sim, mas que com honestidade, estudo e competência podemos ir longe. Ao meu irmão Pablo por sempre acreditar em mim e me mostrar que por pior que seja o problema, com fé, dedicação e paciência podemos vencê-lo. A minha avó Maria Rosa pela dedicação com que cuidou de mim em João Pessoa. Ao meu marido Ariberto Fernandes, por me ajudar a sempre optar pelo melhor caminho e pelo amor e paciência dedicados.

7 GESTÃO DE RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL EM CANTEIROS DE OBRAS DE EDIFÍCIOS MULTIPISO NA CIDADE DO RECIFE/PE Paula Christyan de Medeiros Souza RESUMO Em razão dos diversos impactos ambientais e econômicos causados pelos Resíduos da Construção e Demolição-RCDs no Brasil, foi criada em 2002 uma Legislação Federal específica, a Resolução Nº 307/2002 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), que impõe aos geradores a obrigatoriedade da segregação, reutilização e reciclagem dos seus resíduos. Posteriormente, foi aprovada em Recife/PE a Legislação Municipal (Lei Nº /2005, de 03 de janeiro de 2005) para o setor, no qual se estabelecem as diretrizes e critérios para o programa de gerenciamento de resíduos da construção civil. O objetivo deste trabalho foi oferecer ao setor da construção civil subsídios para gestão dos seus resíduos nos canteiros de obra, visando atender as novas exigências legais. Para isto foi planejada, implantada e monitorada uma proposta de Sistema de Gerenciamento de Resíduos-SGR, em 7 canteiros de obra de edifícios multipiso na cidade do Recife, baseado na metodologia de Obra Limpa. Concomitantemente realizou-se o levantamento de Indicadores de Geração de Resíduos-IGR por serviço em 19 canteiros de obras: alvenaria (tijolos), acabamento (gesso em pasta, placas cerâmicas e argamassa de revestimento interno) e demolição; para que se possa contribuir nas estimativas mais precisas em relação às quantidades dos RCDs gerados nos canteiros de obras de Recife/PE. O resultado do estudo mostrou que a implantação do SGR teve sucesso de 86%, e que foi feita de forma economicamente viável e ambientalmente correta. Os indicadores mensurados na fase de acabamento das obras foram: argamassa, com um índice de geração de resíduos de 4,5% ou 0,88kg/m 2 ; o gesso, com 5,97kg/m 2 e as placas cerâmicas, com 5,9% ou 0,90kg/m 2. Na fase de alvenaria obteve-se um indicador de 12,7% de perda. Para demolição o indicador de geração de resíduos obtido foi de 907 kg/m 2. Palavras-chave: Gestão. Resíduos da construção e demolição RCD. Iindicadores de geração de resíduos. Segregação. Reciclagem. Canteiro de obra.

8 MANAGEMENT OF CIVIL CONSTRUCTION WASTE AT SITES OF RESIDENTIALS BUILDINGS IN THE CITY OF RECIFE. ABSTRACT Due to the various environmental and economical impacts caused by the waste generated in the civil construction and demolition activity in Brazil new specific federal regulations were set in 2002 by the National Council for the environment(conama) through Deliberation Nº 307/2002 which turned mandatory the separation of all types of such waste as well as their recycling and reuse. More recently, a new bill was put forward in the form of Ordinance Nº17.072/2005 on January, establishing all the criteria and directions through a set guidelines for the management of waste at construction sites in order to meet the standards required by the new law. After conceiving and applying the Waste Management System (WMS) at seven residential building work sites within the City of Recife it was possible to obtain the following results analysed through the Obra Limpa Methodology. In parallel a survey was carried out for the indicators used to measure the generation of waste (WGI) such as: demolishing, masonry and finish (plaster, tiles and mortar use). The results showed that the use of the new system had a success rate of 86% and proved to be both economically and environmentally feasible besides being legally correct. The indicators measured in the finish phase were: mortar with a generation of 4,5% or 0,88 kg/sq.meter; plaster with 5.97 kg/sq.meter; and tiles with 5,9% or 0,90 kg/sq.meter. As for the fase of masonry the reading was a 12,7% loss, and finally for he stage of demolishing the figures were 907 kg/sq.meter. Key-Words: management; civil construction and demolishing waste - RCD; waste generation indicators; separation; recycling; sites of residential buildings.

9 LISTA DE FIGURAS Figura 1 - Estrutura de gestão dos resíduos, conforme a Resolução nº 307 do CONAMA Figura 2 - Bombonas para acondicionamento inicial dos resíduos Figura 3 - Suportes para Bags em Metal e Madeira Figura 4 - Baias móvel e fixa para resíduos Figura 5 - Caçamba estacionária Figura 6 - Padronização dos adesivos para sinalização Figura 7 Fluxograma de Metodologia do Estudo Experimental (pesquisa de campo) Figura 8- Treinamento dos operários no canteiro de obra Figura 9 - Treinamento dos operários no canteiro de obra Figura 10 - Notas para a limpeza nos canteiros de obra Figura 11- Trecho de escada da Obra A : situação inicial antes da implantação da limpeza Figura 12 - Trecho de escada da Obra A : situação final após a implantação da limpeza SGR Figura 13 - Trecho de escada da Obra A : situação inicial antes da implantação da limpeza Figura 14 - Trecho de escada da Obra A : situação final após a implantação da limpeza SGR Figura 15 - Trecho do pavimento da Obra A : situação inicial antes da implantação da limpeza Figura 16 - Trecho do pavimento da Obra A : situação final após a implantação da limpeza (SGR) Figura 17 - Serviço de assentamento de tijolos na Obra A : situação inicial antes da implantação da limpeza. 58 Figura 18 - Serviço de assentamento de tijolos na Obra A : situação final após a implantação da limpeza (SGR) Figura 19 - Organização na estocagem de materiais na Obra A : situação inicial antes da implantação SGR.. 59 Figura 20 - Organização na estocagem de materiais na Obra A : situação inicial antes da implantação SGR.. 59 Figura 21 - Pequenos problemas de limpeza nas áreas de circulação dos pavimentos anteriormente à implantação do SGR na obra B: situação inicial da limpeza Figura 22 - Pequenos problemas de limpeza no térreo anteriormente à implantação do SGR na obra B: situação inicial da limpeza Figura 23 - Pavimento da Obra B : situação inicial antes da implantação da SGR Figura 24 - Pavimento da Obra B : situação inicial depois da implantação da SGR (localização das bombonas) Figura 25 - Piso protegido para aplicação do gesso, após implantação do SGR Figura 26 - Placa chamando a atenção sobre a limpeza, após implantação do SGR Figura 27 - Estocagem dos materiais no térreo - situação inicial de organização do canteiro de obra B, antes da implantação do SGR Figura 28 - Estocagem dos materiais nos pavimentos - situação inicial de organização do canteiro de obra B, antes da implantação do SGR Figura 29 - Trecho de escada da Obra C: situação inicial antes da implantação do SGR Figura 30 - Trecho de escada da Obra C: situação final após a implantação do SGR Figura 31 - Trecho do corredor com RCD obstruindo parte da circulação da Obra C: situação inicial antes da implantação da limpeza Figura 32 - Trecho do corredor da Obra C: situação final após a implantação da limpeza (SGR) Figura 33 - Resíduos de gesso sobre o piso da Obra C: situação inicial antes da implantação da limpeza Figura 34 - Resíduos de gesso sobre a lona plástica no piso da Obra C: situação final após a implantação da limpeza (SGR) Figura 35 - Localização das bombonas no corredor da Obra C: situação final após a implantação da limpeza (SGR) Figura 36 - Pavimento ainda com serviços em execução da Obra C: situação final após a implantação da limpeza (SGR) Figura 37 - Situação de organização da estocagem de materiais na obra C, anterior a implantação do SGR Figura 38 - Situação da Limpeza e organização do canteiro da obra C, após a implantação do SGR Figura 39 - Situação de acúmulo de resíduos na periferia da obra C, anterior a implantação do SGR Figura 40 - Situação de acúmulo de resíduos na periferia da obra C, depois a implantação do SGR Figura 41 Sinalização por placa educativa de deposição adequada de lixo no canteiro de obra C Figura 42 - Sinalização por placa educativa incentivando a limpeza no canteiro de obra C Figura 43 - Situação inicial de acúmulo de resíduos na base das paredes na obra D, anterior a implantação do SGR Figura 44 - Situação inicial de acúmulo de resíduos na base das paredes na obra D, posterior a implantação do SGR... 66

10 Figura 45 - Aplicação de gesso e acúmulo de resíduo diretamente sobre o piso na obra D Figura 46 - Aplicação de gesso e acúmulo de resíduo sobre a lona plástica colocada no piso na obra D Figura 47 - Limpeza do piso após a implantação do SGR na obra D Figura 48 - Limpeza da escada após a implantação do SGR na obra D Figura 49 - Organização dos materiais no pavimento térreo da obra D, após SGR Figura 50 - Organização dos materiais nos pavimentos da obra D, após SGR Figura 51 - Sinalização adotada na obra D sobre limpeza e segurança após o SGR Figura 52 - Sinalização adotada na obra D sobre deposição do lixo após o SGR Figura 53 - Situação inicial da limpeza no térreo da obra E Figura 54 - Situação final da limpeza no térreo da obra E Figura 55 - Situação inicial da limpeza na obra E antes da implantação do SGR Figura 56 - Situação final da limpeza na obra E após a implantação do SGR Figura 57 - Dificuldade para a retirada dos resíduos de gesso na obra E sem o uso de lona plástica Figura 58 - Facilidade para a retirada dos resíduos de gesso na obra E com o uso de lona plástica, após a implantação SGR Figura 59 - Mistura entre resíduos de cerâmica e placas cerâmicas que ainda seriam aplicadas, na obra E Figura 60 - Organização do estoque de placas cerâmicas nos pavimentos, após a implantação do SGR, na obra E Figura 61 - Situação inicial da limpeza, antes da implantação SGR na obra E Figura 62 - Situação da limpeza após a implantação do SGR, na obra E (sexto mês da inspeção), numa tentativa frustrada de esconder o resíduo nas varandas Figura 63 - Situação inicial da limpeza antes da implantação do SGR, na obra F Figura 64 - Situação da limpeza após a implantação do SGR, na obra F Figura 65 - Situação da limpeza do pavimento, após a implantação do SGR, na obra F Figura 66 - Situação da limpeza da escada após a implantação do SGR, na obra F Figura 64 - Situação inicial da limpeza antes da implantação do SGR na obra G Figura 65 - Situação final da limpeza após da implantação do SGR na obra G Figura 66 - Situação inicial da limpeza nas escadas antes da implantação do SGR na obra G Figura 67 - Situação final da limpeza no térreo após da implantação do SGR na obra G Figura 68 - Sinalização por cartazes educativos nos pavimentos na obra G Figura 69 - Situação final da limpeza nos corredores após da implantação do SGR na obra G Figura 70 - Notas para a segregação inicial nos canteiros de obra Figura 71 - Situação inicial dos resíduos antes da implantação do SGR na obra A Figura 72 - Acondicionamento inicial dos resíduos após a implantação do SGR na obra A Figura 73 - Acondicionamento inicial do RCD antes da implantação do SGR na obra A Figura 74 - Acondicionamento inicial dos resíduos classe A após da implantação do SGR na obra A Figura 75 - Acondicionamento inicial do RCD após a implantação do SGR na obra A Figura 76 - Acondicionamento inicial do RCD após a implantação do SGR na obra A Figura 77 - Alocação das Bombonas nos pavimentos alternados na obra B Figura 78 - Resíduos Classe A segregados em sacos de cimento usados na obra B Figura 79 - Alocação das Bombonas no refeitório no canteiro da obra B Figura 80 - Alocação da Bombona na central de corte de madeira no canteiro da obra B Figura 81 - Alocação das Bombonas nos pavimentos alternados na obra C Figura 82 - Fardo de papel segregado dos outros RCDs na obra C Figura 83 - Resíduos de Gesso armazenados separadamente nos próprios sacos de sua embalagem original Obra C Figura 84 - Marcação no piso para receber temporariamente os RCDs da classe A, como acondicionamento inicial no próprio pavimento da obra C Figura 85 - Alocação de bombonas a cada dois pavimentos na obra D - Situação após SGR Figura 86 - Falhas na segregação do resíduo da Classe A, antes da implantação do SGR na obra D Figura 87 - Resíduo da Classe A armazenados em sacos de cimento usados, esperando o processamento e a reutilização na obra D Figura 88 - Alocação dos dispositivos de coleta de RCD a cada três pavimentos na obra E. Situação após o SGR Figura 89 - Alocação dos dispositivos de coleta de RCD no pavimento vazado na obra E. Situação após o SGR Figura 90 - Local demarcado para receber os resíduos de gesso na obra E Figura 91 - Local demarcado para receber os resíduos de Classe A na obra E Figura 92 - Uso inadequado do dispositivo para segregação do RCD de plástico na obra F, após implantação do SGR... 82

11 Figura 93 - Uso inadequado do dispositivo com resíduos orgânicos na obra F após implantação do SGR Figura 94 - Usos inadequados das bombonas não respeitando a capacidade e o tipo de resíduo na obra F Figura 95 - Uso da bombona indicada para resíduos de metal como depósito de água, na obra F. Situação após a implantação do SGR Figura 96 - Outros materiais da obra apoiados nas bombonas, obstruindo sua fácil utilização na obra F Figura 97 - Ausência de bombonas em vários pavimentos na obra F. Situação após a implantação do SGR Figura 98 - Bombonas instaladas em pavimentos alternados para o armazenamento temporário dos resíduos da Classe A na obra G Figura 99 - O resíduo de gesso armazenado em sacos e então levados pela empresa aplicadora. Situação na obra G após a implantação do SGR Figura Resíduos de papelão segregados e transportados para as baias ao final do dia. Situação na obra G após implantação SGR Figura Falhas pontuais na segregação inicial dos RCDs. Situação na obra G após implantação SGR Figura Bombonas colocadas na cozinha. Situação na obra G Figura Recipiente para depósito de resíduos orgânicos no refeitório. Situação da obra G, após a implantação do SGR Figura Notas para o acondicionamento final nos canteiros de obra Figura Caçamba com RCDs misturados antes da implantação do SGR, na obra A Figura Detalhe da caçamba com RCDs misturados antes da implantação do SGR, na obra A Figura Baias cobertas e sinalizadas com cartazes nas cores representativas para cada tipo de resíduo da Obra A Figura Caçamba com RCD depois da implantação do SGR, na obra A Figura Baias devidamente sinalizadas para cada tipo de resíduo, na obra A Figura Baia operando além da capacidade de armazenamento de resíduos, na obra A Figura Caçamba estacionária alocada fora do canteiro de obra, antes da implantação do SGR, na obra B.88 Figura Utilização de bags para acondicionar resíduo de papel e plástico no canteiro de obra B, após implantação do SGR Figura Alocação da caçamba dentro do canteiro de obra B, após implantação do SGR Figura Detalhe da baia com capacidade esgotada para o volume de resíduo na obra B Figura Caçamba contendo RCD sem segregação, antes da implantação do SGR, na obra C Figura Caçamba com pequenas quantidades de resíduos de outra classe, depois da implantação do SGR na obra C Figura Baias cobertas destinadas aos resíduos de Classe B, conforme SGR, na obra C Figura Baia para acondicionamento do resíduo de gesso, conforme SGR, na obra C Figura Armazenamento do RCDs de Classe A para reciclagem na obra D Figura Baias destinadas ao armazenamento de materiais recicláveis da Obra D Figura Tonéis para armazenamento de resíduo de plástico no canteiro de obra E Figura Baia para acondicionamento do resíduo de gesso da Obra E Figura Baias para acondicionamento de resíduos recicláveis na Obra E Figura Reutilização de resíduo de Classe A, para serviço de aterro no canteiro de obra E, antes da implantação do SGR Figura Baias utilizadas para armazenamento de materiais de construção, na obra F Figura Caçamba estacionária antes da implantação do SGR, na obra F Figura Caçamba estacionária após implantação do SGR, na obra F Figura Baias com cores diferentes para cada tipo de resíduo, dentro do canteiro de obra G Figura Caçamba colocada no exterior do canteiro de obra G, com RCD contaminado com resíduo orgânico Figura Avaliação da destinação dos RCDs na saída do canteiro de obra Figura Modelo do Controle de Transporte de Resíduos adotado nas obras fonte Obra Limpa Figura Comprovante emitido na entrada (balança) do Aterro da Muribeca Recife/PE Figura Máquina utilizada para triturar o resíduo de gesso na obra B Figura Reutilização de parte do resíduos de Classe A em aterro de partes da obra B Figura Moinho utilizado para triturar o resíduo de Classe A na obra D Figura Produto da moagem do resíduo de Classe A reutilizado na obra D Figura Armazenamento do resíduo de Classe A separado em granulometrias diversas Figura Bloco produzido com resíduo de gesso reciclado... 99

12 LISTA DE TABELAS Tabela 1 - Perdas em entulho realizado por Skoyles (1976) Tabela 2 - Perdas por material Tabela 3 - Critério para estabelecimento das notas no monitoramento das obras Tabela 4 - Caracterização dos Empreendimentos (amostra de campo) Tabela 5 - Quantificação dos Resíduos de Classe B na Obra A Tabela 6 - Quantificação dos Resíduos de Classe B na Obra B Tabela 7 - Quantificação dos Resíduos de Classe B na Obra C Tabela 8 - Quantificação dos Resíduos de Classe B na Obra D Tabela 9 - Quantificação dos Resíduos de Classe B na Obra E Tabela 10 - IDEMP Médio das Obras Demolidas Tabela 11 - Quadro de Caracterização do Processo Construtivo das obras avaliadas Tabela 12 - Índice de Perdas de Tijolos IPT, na Obra Tabela 13 - Índice de Perdas de Tijolos Obra Tabela 14 - Índice de Perdas de Tijolos Obra Tabela 15 - Índice de Perdas de Tijolos Obra Tabela 16 - Índice de Perdas de Tijolos Obra Tabela 17 - Índice de Perdas de Tijolos Obra Tabela 18 - IPT Médio das Obras Monitoradas Tabela 19 Índice de Perdas para Argamassa de Revestimento Obra Tabela 20 - Índice de Perdas para Argamassa de Revestimento Obra Tabela 21 - Índice de Perdas para Argamassa de Revestimento Obra Tabela 22 - IP1 e IP2 Médio das Obras Monitoradas Tabela 23 - Índice de Perdas de Gesso em Pasta Obra Tabela 24 - Índice de Perdas de Gesso em Pasta Obra Tabela 25 - Índice de Perdas de Gesso em Pasta Obra Tabela 26 - IP1 Médio das perdas de gesso em pasta nas Obras Monitoradas Tabela 27 - Índice de Perdas de Placas Cerâmicas Obra Tabela 28 - Índice de Perdas de Placas Cerâmicas Obra Tabela 29 - Índice de Perdas de Placas Cerâmicas Obra Tabela 30 - Índice de Perdas de Placas Cerâmicas Obra Tabela 31 - Índice de Perdas de Placas Cerâmicas Obra Tabela 32 - IP1 e IP2 Médio das Obras Monitoradas

13 SUMÁRIO João Pessoa - PB...I Resumo... vi Abstract...vii Lista de Figuras...viii Lista de Tabelas... xi Capítulo 1 - Introdução Justificativa Objetivos Capítulo 2 - Fundamentação Teórica Região Metropolitana do Recife Resíduos da Construção Civil Legislação Municípios Geradores Gestão de Resíduos da Construção Civil Metodologia Obra Limpa Dispositivos para acondicionamento inicial Dispositivos para acondicionamento final Acessórios Perdas na Construção Civil Capítulo 3 Metodologia Estudo Experimental pesquisa de campo Sistema de Gerenciamento de Resíduos - SGR Reunião Inaugural Treinamento Gerencial Visita inicial aos canteiros de obras Monitoramento Indicador de Geração de Resíduo - IGR Demolição Alvenaria Acabamento Capítulo 4 Resultados e Discussões Sistema de Gerenciamento de Resíduos Planejamento para implantação do SGR Reunião inicial definição da amostra de campo Treinamento Gerencial nos canteiros de obra Visita inicial nos canteiros de obra caracterização da amostra de campo Elaboração do Projeto de Gerenciamento de Resíduos - GR Implantação do SGR projeto piloto Monitoramento do SGR projeto piloto Limpeza no canteiro de obra Limpeza da Obra A (nota inicial=8,0 e nota final=9,8) Limpeza da Obra B (nota inicial=9,8 e nota final=9,9) IV Limpeza da Obra C (nota inicial=8,1 e nota final=9,9) Limpeza da Obra D (nota inicial=9,4 e nota final=9,3) Obra E (nota inicial=8,6 e nota final=9,7) Limpeza da Obra F (nota inicial=7,0 e nota final=9,1) Acondicionamento inicial do RCD nos canteiros de obra Obra B Obra D Obra E Obra F IV Obra G Acondicionamento Final do RCD nos canteiros de obra Obra A Obra B Obra C IV Obra D... 91

14 Obra E Obra F Obra G Destinação Compromissada dos RCDs na saída do canteiro de obra Avaliação de custo/benefício para a implantação do SGR Indicadores de Geração de Resíduos - IGR Demolição Alvenaria Acabamento Argamassa de Revestimento Interno Gesso Placas Cerâmicas Capítulo 5 - Conclusões Sugestões para Trabalhos Futuros CAPÍTULO 6 - Referências Apêndices

15 CAPÍTULO 1 INTRODUÇÃO 14

16 CAPÍTULO 1 INTRODUÇÃO CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO A indústria, seja qual for, gera resíduos desde a retirada dos recursos naturais, passando pelo transporte, até o pós-consumo. A industrialização e a concentração da população nos centros urbanos, além da demanda por bens de consumo, em um curto intervalo de tempo, provocaram a geração descontrolada de grandes quantidades de resíduos, causando problemas em escala planetária, seja esses resíduos na forma sólida, líquida ou gasosa. Os problemas causados pela poluição sensibilizaram inicialmente alguns setores da sociedade, resultando na formulação de uma consciência ambiental na disseminação da idéia de uma produção mais sustentável, isto é, de usar os recursos de forma racional para que as gerações futuras possam utilizá-las, sendo esta a base do desenvolvimento sustentável. Assim como na maior parte das atividades industriais, a indústria da construção civil também é responsável por diversos impactos ambientais negativos. Por estar predominantemente inserida dentro dos limites urbanos, seus resíduos são considerados parte dos Resíduos Sólidos Urbanos-RSU (CARNEIRO, 2005). Segundo Pinto (1999), a indústria da construção representa cerca de 50% em massa dos resíduos sólidos urbanos. O problema causado pelos resíduos da construção civil é que na maioria das vezes esses são depositados em locais proibidos ou em aterros oferecidos pelo município, sem nenhum tipo de segregação, diminuindo a vida útil dos aterros e impossibilitando a reutilização e/ou reciclagem, impactando negativamente o meio ambiente urbano. Para o enfrentamento do problema do gerenciamento dos resíduos de construção no Brasil, foi criada a Resolução Nº 307/2003 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), que impõe aos geradores o princípio do gerador pagador, obrigando a indústria da construção civil e os municípios a melhor gestão deste tipo de resíduo. 15

17 CAPÍTULO 1 INTRODUÇÃO 1.1 Justificativa A Indústria da Construção Civil ocupa uma posição de grande destaque na economia nacional, haja vista a significante parcela do Produto Interno Bruto - PIB do país pela qual é responsável (estudos mostram que o Construbusiness a cadeia produtiva em que se insere a construção responde por valores superiores a 15% do PIB nacional - SOUZA, 2005). Porém, apesar deste aspecto economicamente positivo há aspectos ambientalmente negativos, exemplo disto é a geração de resíduos na fase de construção, que pode chegar até 50% em massa do volume de RSU. Tentando minimizar os impactos gerados por este setor entrou em vigor o ano de 2002, no Brasil, a Resolução n 307 do CONAMA, que estabelece diretrizes, critérios e procedimentos para a gestão dos resíduos da construção e demolição, sendo assim um instrumento de grande importância para sustentabilidade do setor e a preservação ambiental. A cidade do Recife, no estado de Pernambuco, foi escolhida para este trabalho por vários motivos, entre eles, reconhece-se o esforço do município no cumprimento da Resolução n 307 do CONAMA através da elaboração e aprovação do Plano de Gerenciamento de Resíduos de Construção, o qual é Lei Municipal desde o início de 2005 (Lei Nº /2005), fruto de um trabalho conjunto entre a Prefeitura da Cidade do Recife e o Sindicato da Indústria da Construção Civil de Pernambuco (SINDUSCON/PE). Outro fator determinante para a escolha desta cidade foi a grande quantidade de novas edificações, principalmente as multipiso de caráter residencial. Para se adequar a essa nova realidade, o Sinduscon-PE juntamente com a Agencia de apoio ao Empreendedor e Pequeno Empresário de Pernambuco - SEBRAE e a Escola Politécnica de Pernambuco (POLI/UPE) firmaram um convênio em 2003, chamado Entulho Limpo Pernambuco, para estudos na área de resíduos da construção e demolição, objetivando a 16

18 CAPÍTULO 1 INTRODUÇÃO adequação do setor à realidade da legislação vigente. Dentre as atividades do Projeto Entulho Limpo Pernambuco estava a implantação de um Sistema de Gerenciamento de Resíduos em um conjunto de obras de construtoras associadas ao SINDUSCON-PE, formando um projeto piloto. Destacou-se também como importante o levantamento de Indicadores de Geração de Resíduos por serviço, dentro das técnicas construtivas utilizadas pelas construtoras atuantes na cidade de Recife/PE. Tais indicadores mostram-se imprescidíveis para estimativa da quantidade de resíduos gerados pelo setor, contribuindo para o planejamento das empresas em relação aos seus resíduos, pois o Plano de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil PGRCC tem sido item obrigatório para aprovação da construção diante a prefeitura local. Da parte da prefeitura o interesse maior é relativo ao planejamento mais preciso das ações preventivas e corretivas do poder público. Diante do exposto, este trabalho vem avaliar a implantação de um modelo de gerenciamento de resíduos da construção e demolição dentro de canteiros de obras em Recife/PE e levantar indicadores de geração de resíduos por serviço. 1.2 Objetivos Objetivo Geral O objetivo geral deste trabalho é oferecer ao setor da construção civil subsídios para gestão dos resíduos da construção e demolição nos canteiros de obra, visando atender as novas exigências legais vigentes. Objetivos específicos: 17

19 CAPÍTULO 1 INTRODUÇÃO Planejar, implantar e analisar os resultados da aplicação do Sistema de Gerenciamento de Resíduos-SGR em 7 (sete) canteiros de obra de edifícios multipiso na cidade do Recife/PE. Levantar Indicadores de Geração de Resíduos - IGR por serviço: demolição, alvenaria (tijolos) e acabamento (gesso em pasta, placas cerâmicas e argamassa de revestimento interno) para contribuir com as estimativas de geração desses resíduos em Recife/PE. 18

20 CAPÍTULO 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA CAPÍTULO 2 - FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 2.1 Região Metropolitana do Recife 2.2 Resíduos da Construção Civil O crescimento populacional urbano aumentou bastante nas últimas décadas. Sabe-se que até 2025 a população mundial terá crescido 50% em relação a de 1996, e 2/3 desta população estará vivendo em áreas urbanas (SOUZA et al., 2003). O Brasil, a partir da segunda metade do século, vem sofrendo grandes transformações em função do crescimento demográfico (sua população aumentou 2,7 vezes entre 1950 e 1970, passando 74,3% a viver em zonas urbanas) e da modernização de suas bases de desenvolvimento (VIANNA, 1992). Em conseqüência deste acelerado crescimento houve uma demanda por bens de consumo e moradias, gerando uma grande quantidade de resíduos. Para manter a salubridade no ambiente urbano, a administração pública passou gerenciar os resíduos sólidos urbanos, com grandes dificuldades, gastos altos e poucas áreas disponíveis. Os Resíduos de Construção e Demolição - RCD foram vistos sempre como parte dos resíduos sólidos urbanos, porém começaram a ser notados devido aos problemas causados pelo seu mau gerenciamento. A deposição dos resíduos em áreas públicas, cursos de água e terrenos abandonados acabavam por criar um problema maior, pois este tipo de resíduo acaba atraindo outros e tornando-se um ponto de vetores causadores de doenças. Embora o entulho apresente em sua composição vários materiais que, isoladamente, são reconhecidos pela NBR /87 -Resíduos Sólidos Classificação (ABNT,2004), como resíduos inertes (rochas, tijolos, vidros, alguns plásticos, etc.), não está disponível até o momento, análises sobre a solubilidade do resíduo como um todo, de forma a garantir que não haja concentrações 19

21 CAPÍTULO 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA superiores às especificadas na referida norma acima, o que o enquadraria como "resíduo classe II não inerte". Deve-se, ainda, lembrar que a heterogeneidade do RCD e a dependência direta de suas características com a obra que lhe deu origem pode mudá-lo de faixa de classificação, ou seja, uma obra pode fornecer um RCD inerte e outra pode apresentar elementos que o tornem não-inerte ou até mesmo perigoso - como por exemplo, a presença de amianto que, no ar é altamente cancerígeno (ZORDAN, 2000). Os resíduos da construção, em geral, representam no RSU até cerca de 50% em massa. Segundo Carneiro (2003), em estudo realizado em Recife/PE, o RCD representa 49% dos RSU. Até recentemente os resíduos da Indústria da Construção Civil eram geridos pela administração pública, diferentemente das outras indústrias, que tinham a obrigação de tratar seus próprios resíduos. Tal prática representava um gasto alto para os cofres públicos, e por ser considerado como indústria, as novas políticas públicas foram voltadas para o princípio do gerador pagador. Para resolver os problemas dos Resíduos de Construção e demolição-rcd foi criada uma legislação específica, a Resolução do Conselho Nacional de Meio Ambiente - CONAMA número 307, que dá diretrizes para gestão dos RCDs tanto para as construtoras quanto para o poder público. Na Figura 1 pode-se observar a logística das obrigações dos atores envolvidos na gestão dos RCDs: 20

22 CAPÍTULO 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA PREFEITURAS Plano Integrado de Gerenciamento de Resíduos Programa Municipal de Gerenciamento de Resíduos Projetos de Gerenciamento de Resíduos Pequenos Geradores Grandes Geradores Resíduos da Construção Civil Aterros de Resíduos da Construção Civil Área de Destinação Temporária dos RCD Reciclagem ou Reutilização Dos RCD Exigências Específicas Normativas Figura 1 - Estrutura de gestão dos resíduos, conforme a Resolução nº 307 do CONAMA Nesta resolução são considerados RCDs os resíduos provenientes de construções, reformas, reparos e demolições de obras de construção, e os resultantes da preparação e da escavação de terrenos, tais como tijolos, blocos cerâmicos, concreto em geral, solos, rochas, metais, resinas, colas, tintas, madeiras e compensados, forros, argamassa, gesso, telhas, pavimento asfáltico, vidros, plásticos, tubulações, fiação elétrica etc. Esta mesma resolução determina que os RCDs devem ser separados por classes, que são quatro: Classe A : são os resíduos reutilizáveis ou recicláveis, tais como: a) de construção, demolição, reformas e reparos de pavimentação e de outras obras de infra-estrutura, inclusive solos provenientes de terraplanagem; b) de construção, demolição, reformas e reparos de edificações componentes 21

23 CAPÍTULO 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA cerâmicos (tijolos, blocos, telhas, etc.), argamassa e concreto; c) de processo de fabricação e/ou demolição de peças pré-moldadas em concreto (blocos, tubos etc), produzidas nos canteiros de obras. Classe B : são os resíduos recicláveis para outras destinações, tais como plásticos, papel/papelão, metais, vidros, madeiras e outros. Classe C : são os resíduos para os quais não foram desenvolvidas tecnologias ou aplicações economicamente viáveis, que permitam a sua reciclagem/recuperação, a exemplo dos produtos oriundos de gesso. Classe "D": são resíduos perigosos oriundos do processo de construção, tais como tintas, solventes, óleos e outros ou aqueles contaminados ou prejudiciais à saúde oriundos de demolições, reformas e reparos de clínicas radiológicas, instalações industriais e outros, bem como telhas e demais objetos e materiais que contenham amianto ou outros produtos nocivos à saúde". A experiência importante a relatar neste estudo é todo o trabalho desenvolvido por instituições pernambucanas para minimizar os impactos causados pelos RCDs. No ano de 2002, com o objetivo de inserir a cidade do Recife/PE e o setor da Construção Civil dentro dos moldes da legislação, foi criado um grupo de trabalho no SINDUSCON/PE, formado pela Escola Politécnica de Pernambuco-POLI da Universidade de Pernambuco-UPE e da Universidade Federal de Pernambuco - UFPE, que resultou na criação e implantação do Programa Entulho Limpo Pernambuco. Tal Programa abordou entre outras ações, o diagnóstico da situação dos RCDs na cidade, soluções para os resíduos classe A, ações de educação ambiental em canteiros de obras e reuniões com as prefeituras da Região Metropolitana do Recife(Jaboatão dos Guararapes, Olinda, Paulista, Abreu e Lima, Igarassu, Camaragibe, Cabo de Santo Agostinho, São Lourenço da Mata, Araçoiaba, Ilha de Itamaracá, Ipojuca, Moreno, Itapissuma e Recife), universidades, setor privado envolvido e outras instituições (Agência Estadual de 22

24 CAPÍTULO 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA Meio Ambiente e Recursos Hídricos-CPRH, Ministério Público, entre outros.) para discussão do Plano de Gerenciamento Integrado de RCDs. Como produto destas reuniões, realizadas mensalmente durante um ano, surgiu o Programa de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil sob a forma da Lei Municipal nº Legislação O objeto deste estudo é auxiliar o setor da construção civil de Recife/PE a adequar-se em basicamente três legislações, são elas: Resolução CONAMA nº 307, de 5 de julho de 2002 Estabelece diretrizes, critérios e procedimentos para a gestão dos resíduos da construção. Resolução CONAMA nº 348, de 16 de agosto de Altera a Resolução CONAMA no 307, de 5 de julho de 2002, incluindo o amianto na classe de resíduos perigosos. Lei nº , de 04 de janeiro de 2005, que estabelece as diretrizes e critérios para o Programa de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil. A Resolução n 307 do CONAMA estabelece de forma clara as responsabilidades para o gerador e para os Municípios. Municípios Segundo a resolução os municípios brasileiros devem implementar a gestão dos resíduos da construção civil através do Plano Integrado de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil, a ser elaborado pelos Municípios e pelo Distrito Federal, e devem conter: 1. Programa Municipal de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil, o qual deve conter: 23

25 CAPÍTULO 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA as diretrizes técnicas e procedimentos para o Programa Municipal de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil e para os Projetos de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil ; o cadastramento de áreas, públicas ou privadas, aptas para recebimento, triagem e armazenamento temporário de pequenos volumes; o estabelecimento de processos de licenciamento para as áreas de beneficiamento e de disposição final de resíduos; a proibição da disposição dos resíduos de construção em áreas não licenciadas; o incentivo à reinserção dos resíduos reutilizáveis ou reciclados no ciclo produtivo; a definição de critérios para o cadastramento de transportadores; as ações de orientação, de fiscalização e de controle dos agentes envolvidos; as ações educativas visando reduzir a geração de resíduos e possibilitar a sua segregação. 2. Projetos de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil. Geradores Para os geradores, a resolução prioriza a não geração, este fato vem a fortalecer os programas de gestão da qualidade e de perdas existentes, e incentiva a evolução tecnológica do setor, por procedimentos mais produtivos. Esta Resolução propõe que além de separar os resíduos por classes e definir sua destinação por elas, cita os locais onde não pode haver deposição, facilitando a fiscalização e aplicação de sanções. Isto busca preservar os espaços públicos e o meio ambiente. Este projeto deverá 24

26 CAPÍTULO 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ser apresentado junto com os projetos iniciais do empreendimento e deve ser analisado junto ao órgão ambiental competente. Os Projetos de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil deverão contemplar as seguintes etapas: I - caracterização: nesta etapa o gerador deverá identificar e quantificar os resíduos; II - triagem: deverá ser realizada, preferencialmente, pelo gerador na origem, ou ser realizada nas áreas de destinação licenciadas para essa finalidade, respeitadas as classes de resíduos estabelecidas no art. 3º desta Resolução; III - acondicionamento: o gerador deve garantir o confinamento dos resíduos após a geração até a etapa de transporte, assegurando em todos os casos em que seja possível, as condições de reutilização e de reciclagem; IV - transporte: deverá ser realizado em conformidade com as etapas anteriores e de acordo com as normas técnicas vigentes para o transporte de resíduos; V - destinação: deverá ser prevista de acordo com as classes: I - Classe A : deverão ser reutilizados ou reciclados na forma de agregados, ou encaminhados a áreas de aterro de resíduos da construção civil, sendo dispostos de modo a permitir a sua utilização ou reciclagem futura; II - Classe B : deverão ser reutilizados, reciclados ou encaminhados a áreas de armazenamento temporário, sendo dispostos de modo a permitir a sua utilização ou reciclagem futura; III - Classe C : deverão ser armazenados, transportados e destinados em conformidade com as normas técnicas especificas. 25

27 CAPÍTULO 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA IV - Classe D : deverão ser armazenados, transportados, reutilizados e destinados em conformidade com as normas técnicas especificas. A Resolução nº 348, de 16 de agosto de Altera a Resolução CONAMA nº 307, de 5 de julho de 2002, incluindo o amianto na classe de resíduos perigosos. Sancionada em janeiro de 2005 a Lei nº , estabelece as diretrizes e critérios para o Programa de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil na cidade do Recife/PE. Esta lei tem um aspecto bastante positivo no momento que é definido numericamente no ART.1º a diferença entre o pequeno e o grande gerador, pois define para o poder público a fração que deve ser gerenciada por ele. III - pequeno gerador: o gerador responsável pela atividade de construção, demolição, reforma, escavação e correlatas que gerem volumes de resíduos de até 1,0 m 3 /dia; IV - grande gerador: o gerador responsável pela atividade de construção, demolição, reforma, escavação e correlatas que gerem volumes de resíduos superiores a 1,0 m 3 /dia, em cada uma das fases do empreendimento. Do Art 3º ao 5º a lei diz como deve acontecer o transporte, onde os resíduos não devem ser depositados, a co-responsabilidade do construtor em relação a deposição irregular do seu resíduo e as sanções que serão tomadas, caso não seja cumprida a Lei. Art. 2º - Fica proibida a disposição de resíduos da construção civil, em qualquer volume, e resíduos provenientes de podação e jardinagem, em volume superior a 100 litros/dia, para a coleta domiciliar regular. A legislação, em seu Art 6º e Art 7º, afirma sobre a obrigatoriedade da segregação e da elaboração do Projeto de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil para toda atividade geradora de resíduos em quantidade superior a 1,0 m 3 /dia. 26

28 CAPÍTULO 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA Art 6º - O grande gerador deverá proceder a separação e identificação dos resíduos no local de origem, obedecendo à classificação preconizada pela legislação vigente sobre a matéria e originária dos órgãos federais, estaduais e municipais. Art. 7º - Toda atividade geradora de resíduos em quantidade superior a 1,0 m 3 /dia em funcionamento, bem como aqueles que pretendam se instalar no território do Município do Recife, devem obter licença de operação e para tanto submeter à provação do órgão gestor da limpeza urbana deste Município o respectivo Projeto de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil, para cada uma das unidades Instaladas, tendo como objetivo estabelecer os procedimentos necessários para o manejo e destinação ambientalmente adequados dos resíduos gerados na atividade. Esta legislação define as penalidades pelo seu não cumprimento Art 12 - São penalidades por descumprimento do estabelecido nesta Lei: I - notificação de advertência por escrito, remetida por Aviso de Recebimento- AR, nas hipóteses de postura inadequada, ou de dúvida em relação à aplicação de multa; II - multa de R$ 100,00 a R$ 1.000,00, pelo não cumprimento da classificação e separação dos resíduos; III - multa de R$ 300,00 a R$ 5.000,00, pela não apresentação do Projeto de Gerenciamento dos Resíduos da Construção Civil; IV - multa de R$ 100,00 a R$ 5.000,00, por disposição de resíduos em logradouros públicos municipais, por disposição de resíduos em áreas de interesse ambiental (margens de rios, lagoas, manguezais e outros) e por disposição de resíduos em terrenos particulares sem prévia autorização da Empresa de Limpeza Urbana da Cidade do Recife - EMLURB; V - suspensão da licença de operação por 90 dias, por reincidência na não apresentação do Projeto de Gerenciamento dos Resíduos da Construção Civil; 27

29 CAPÍTULO 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA VI - a cassação definitiva da licença de operação, por nova ocorrência, quando já aplicada a suspensão, da não apresentação do Projeto de Gerenciamento dos Resíduos da Construção Civil. Um importante instrumento desta lei é a vinculação do relatório final de resíduos da obra a solicitação e liberação de alvará. Art 13 - Os grandes geradores deverão, ao final da obra, apresentar Relatório comprovando o cumprimento do estipulado no Projeto de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil, sendo expedida certidão, pelo órgão responsável pela limpeza urbana, que comporá o acervo de documentos para solicitação de Alvará e certidão junto a Secretaria de Planejamento e Secretaria de Finanças do Município. 2.3 Gestão de Resíduos da Construção Civil Em estudo realizado no material desenvolvido pelo Projeto WAMBUCO (Waste Manual for Building Constructions) em países europeus, observou-se que o maior diferencial da proposta metodológica está no planejamento e envolvimento dos profissionais anteriormente a construção, ainda na fase de projeto. O programa europeu sugere que as principais medidas devem ser tomadas antes do início da obra, ainda durante a fase de projeto, para que os profissionais envolvidos entendam a importância da minimização da geração de resíduos. Os passos, segundo o WAMBUCO, para gestão otimizada de resíduos são: 1 Estudos iniciais e planejamento da gestão de resíduos em obra (legislação vigente, prevenção da geração de resíduos, plano de recolhimento e destinação); 2 Contrato para o recolhimento dos resíduos (definição de quantidades, cláusulas contratuais para separação e tratamento, análise financeira da gestão dos resíduos); 28

30 CAPÍTULO 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 3 - Gestão de resíduos durante o período de construção (definição dos responsáveis pela coleta, treinamento das empresas subcontratadas, controle da separação, organização dos contentores e do transporte interno, externo e tratamento dos resíduos); 4- Documentação de tratamento de resíduos (comprovantes de tratamento adequado). Em pesquisa realizada verificou-se que no Brasil os sistemas de gerenciamento de resíduos implantados são feitos através de ações independentes de algumas construtoras, ou através da implantação de um sistema bastante disseminado em algumas capitais brasileiras pelo SINDUSCON/PE e o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial de Pernambuco - SENAI/PE, que é o sistema Obra Limpa de Gerenciamento de Resíduos em Canteiros de Obras Metodologia Obra Limpa A metodologia OBRA LIMPA parte de uma análise da situação do canteiro e define intervenções para as etapas de segregação e destinação dos resíduos. São consideradas questões como: Sinalização e ordenação de fluxos; Treinamento da equipe de execução e equipes terceirizadas; Implantação de dispositivos de transporte e captação diferenciada de resíduos; Adequação dos novos fluxos ao arranjo físico do canteiro; Orientação para aplicação de resíduos reciclados; Destinação compromissada para cada tipo de resíduo não reutilizado; Reutilização e/ou reciclagem de resíduos; Aproveitamento de aparas (de blocos, metais, madeira e outros). A implantação da metodologia pode ser dividida nas seguintes etapas: 29

31 CAPÍTULO 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA Palestra de orientação voltada à direção e ao corpo técnico da construtora, informando sobre a necessidade de colocar a gestão de resíduos entre as metas da construtora; Diagnóstico sobre a sistemática de tratamento e destinação dos resíduos em cada um dos canteiros de obra da empresa; Proposta para implantação e detalhamento das alterações necessárias para transporte e coleta do que será descartado; Adoção de recipientes específicos para a segregação dos diferentes materiais: madeira, plásticos, metal, papel, etc; Treinamento rápido dos funcionários; Acompanhamento contínuo por dois meses para a solução de problemas pontuais que possam surgir; Transformação do canteiro de obras em um local limpo e seguro; Avaliação mensal dos resultados, com base em relatórios que pontuam o desempenho da equipe em relação à limpeza do canteiro, segregação e destinação dos materiais descartados; Comprovação documental da destinação compromissada dos resíduos da obra, obtida em cada um dos locais de destinação dos resíduos. Entre as vantagens que podem ser observadas para as construtoras, após a implantação da metodologia, pode-se destacar: Redução do volume de resíduos a descartar; Redução do consumo de materiais, como areia e pedra; Mudança de cultura na empresa; 30

32 CAPÍTULO 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA Diferencial de imagem no mercado; Redução de acidentes de trabalho; Otimização do fluxo de resíduos e melhoria da produtividade; Ajuste aos padrões de desenvolvimento sustentável; Não ser responsabilizada por passivo ambiental; Atender aos requisitos ambientais dos programas de certificação, como o PBQP-H, QualiHab e ISO Dispositivos para acondicionamento inicial Os resíduos devem ser inicialmente acondicionados no próprio local onde são gerados. Plásticos, madeiras, papéis e metais de pequenas dimensões devem ser acondicionados em bombonas plásticas de 50 litros ou outro recipiente aberto e resistente. Internamente os recipientes podem conter um saco de ráfia adequado ao tamanho da bombona, facilitando a disposição dos resíduos e a coleta para destinação final (Figura 2). Os recipientes para resíduos orgânicos devem possuir tampa e ser usados com sacos de lixo apropriados. Figura 2 - Bombonas para acondicionamento inicial dos resíduos 31

33 CAPÍTULO 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA Dispositivos para acondicionamento final O acondicionamento final dos resíduos deve facilitar sua retirada e destinação final. Este acondicionamento deve garantir que os resíduos continuem segregados. Outros materiais devem ser acondicionados em baias fixas ou móveis ou caçambas estacionárias. Big bags Os big bags devem ser utilizados no acondicionamento de papéis, plásticos e outros materiais leves como fardamentos, luvas, botas, etc. O tamanho recomendado para os bags é de 90 cm x 90 cm x 120 cm. O local dos bags deve ser coberto e protegido de chuva. Devem ser construídos suportes para o posicionamento dos bags, que podem ser metálicos ou em madeira. A finalidade do suporte é manter o bag aberto, portanto, o bag deve estar apoiado no chão, e não suspenso. É recomendado o uso de dobradiças na parte frontal do suporte para facilitar a retirada do bag (Figura 3). Figura 3 - Suportes para Bags em Metal e Madeira 32

34 CAPÍTULO 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA Baias O número de baias, assim como tipo e suas dimensões, devem ser determinados de acordo com a necessidade de utilização de cada obra (Figura 4). Figura 4 - Baias móvel e fixa para resíduos Caçambas estacionárias Estas caçambas comumente têm capacidade de 4,5 a 5,5 m 3. Seu uso deve ser determinado de acordo com a necessidade de cada obra, normalmente para acondicionamento de resíduos de madeira e/ou classe A. A Figura 5 mostra o tipo de caçamba utilizada em Recife/PE. Figura 5 - Caçamba estacionária 33

35 CAPÍTULO 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA Acessórios Para garantir que os resíduos continuem segregados e facilitar seu transporte do local de acondicionamento inicial até o acondicionamento final, é fundamental o uso de alguns acessórios. Etiquetas auto-adesivas Todos os dispositivos para coleta devem estar sinalizados com etiqueta auto-adesiva indicando o material e com cor padronizada (Figura 6). Estas etiquetas devem ter tamanho A4. As bombonas usam os adesivos diretamente colados. Outros dispositivos necessitam de plaquetas onde o adesivo é colado. Placas para sinalização Figura 6 - Padronização dos adesivos para sinalização Para sinalizar baias e suportes para bags, devem ser usadas plaquetas de madeira ou outro material com 29,7 cm de altura e 21 cm de largura (tamanho A4), onde serão colados os 34

36 CAPÍTULO 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA adesivos com indicação do material a ser acondicionado. Sacos de ráfia É recomendado o uso de sacos de ráfia de 90 cm de altura x 60cm de largura para a bombona de 50 litros. O saco deve ser colocado de modo que vista internamente a bombona, ficando com uma pequena aba dobrada para fora e assim assegure que o material ficará dentro do dispositivo. 2.4 Perdas na Construção Civil A questão de gerenciamento de resíduos está intimamente associada ao problema do desperdício de materiais e mão-de-obra na execução dos empreendimentos (CARNEIRO,2006). Em relação a este problema, nos últimos anos, o setor da construção civil vem passando por uma reestruturação necessária para manter-se competitiva no mercado. Os recursos financeiros tornaram-se cada vez mais escassos, obrigando as construtoras a utilizar processos e técnicas construtivas mais modernas evitando desperdícios. Como exemplo destes avanços pode-se citar os sistemas de qualidade implantados nas empresas, que organizam e padronizam vários serviços, diminuindo as perdas. O consumidor final dos produtos do setor passou a ser mais exigente em relação ao preço, qualidade e postura ambientalmente correta das empresas. A principal causa de origem dos RCDs da construção civil é o elevado índice de perdas ocorridas nos canteiros de obras. O desperdício gerado nos canteiros pode ser de dois tipos: o que está inerente à massa de edificação e o RCD (GRIGOLI, 2000). 35

37 CAPÍTULO 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA Segundo um amplo estudo realizado por SOUZA (2005) as parcelas de participação do total de perdas podem ser divididas em aproximadamente 30% em forma de RCD e 70% as perdas incorporadas. Em um estudo europeu realizado em 114 canteiros por Skoyles (1976), podem ser verificadas perdas essencialmente em RCD de diversos materiais (Tabela 1): Tabela 1 - Perdas em entulho realizado por Skoyles (1976) Material N de canteiros Faixa de variação de resultados (%) Índice de perda Real Usual Concreto em infra-estrutura 12 3 a Concreto em superestrutura Aço Tijolos Comuns 68 1 a Tijolos à Vista 62 1 a Tijolos estruturais vazados Tijolos estruturais maciços 3 9 a Blocos leves Blocos de concreto 1 1 a Telhas(inclusive cumeeira) Madeira tábuas Madeira - Compensados 2 12 a Rev.Argamassados - paredes Rev.Argamassados - tetos 4 2 a Rev. Cerâmicos - paredes 1 1 a Rev. Cerâmicos pisos Tubos de cobre Tubos de PVC Conexões de cobre Vidro Chapas Janelas pré-envidraçadas FONTE:Souza (2005) As pesquisas realizadas no Brasil consideram perda incorporada juntamente com a perda em RCD, porém para efeito comparativo estes números podem ser utilizados neste estudo retirando o percentual de 70% correspondente a perda incorporada (Tabela 2). 36

38 CAPÍTULO 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA Tabela 2 - Perdas por material Materiais % PERCENTUAL MÉDIO DE PERDAS Pinto (1989) Soibelman (1993) SOUZA et al.(1998) Concreto usinado 1,50 12,9 9 Aço 26,0 19,00 10 Componentes de vedação 13, Cimento 33,00 82,6 95 Cal Hidratada 102,00-97 Areia lavada 39,00 44,4 76,00 Argamassa colante 86,5 - - Placas cerâmicas Parede 9,5 - - Placas cerâmicas - Piso 7,5 - - Argamassa - 93,6 - Tijolo Furado Tijolo Maciço - 54,00 - Emboço Interno Emboço Externo ,00 Placas Cerâmicas Gesso Pode-se observar que há uma variação considerável de um estudo para outro. Tal fato pode ser explicado pela despadronização do setor no processo construtivo, além da execução de alguns serviços serem feitos de forma artesanal, e da elevada rotatividade de mão-de-obra do setor. As obras do quadro acima possuía tecnologias tradicionais de construção(estrutura de concreto armado,paredes com tijolos cerâmicos e revestimentos de argamassa. Reduzir os índices de perdas de materiais é extremamente desejável, levando-se em consideração os aspectos econômicos e ambientais. Sob o ponto de vista econômico, tal redução pode ser determinante para a sobrevivência das empresas diante de um mercado cada vez mais competitivo. Sob o ponto de vista ambiental, a redução das perdas de materiais traz 37

39 CAPÍTULO 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA como benefício a redução do consumo de recursos naturais, além da redução do RCD, cujas áreas para sua deposição estão se exaurindo, principalmente nos grandes centros urbanos (PALIARI et al. 2002). 38

40 CAPÍTULO 3 METODOLOGIA CAPÍTULO 3 METODOLOGIA A metodologia utilizada para abordar o tema deste trabalho foi dividida em duas etapas: um estudo referencial que contempla a fundamentação teórica (Capítulo II) com uma síntese das pesquisas realizadas em publicações sobre o tema da gestão de resíduos da construção civil em canteiros de obras; e um estudo experimental (pesquisa de campo), o qual foi desenvolvido com base numa combinação entre uma efetiva proposta de ação numa amostra de canteiros de obras na cidade de Recife/PE e a análise dos resultados obtidos ao longo de um período de tempo determinado para o monitoramento e levantamento de dados. Por sua vez, a etapa do estudo experimental consistiu basicamente em duas atividades distintas. A primeira atividade correspondeu na experimentação de um Sistema de Gerenciamento de Resíduos (SGR) numa amostra constituída de sete canteiros de obra de edifícios residenciais multipisos (estrutura de concreto armado) da cidade do Recife/PE. Essa amostra faz parte de um universo maior que a princípio contava com 30 canteiros de obras que foram selecionados pelo Programa Piloto do Projeto Entulho Limpo Pernambuco, que é uma parceria entre várias entidades e instituições do Estado de Pernambuco (SINDUSCON/PE, SEBRAE/PE UFPE, POLI/UPE e Associação das Empresas do Mercado Imobiliário de Pernambuco - ADEMI/PE). Tal programa encontra-se em andamento e consiste numa das ações conseqüentes com vista à gestão compromissada do RCD no município em questão, sendo programada a implantação em duas etapas piloto, contando cada uma delas com 15 canteiros de obras. A amostra utilizada neste trabalho, composta por sete canteiros de obras, foi resultado das primeiras adesões, no caso, das respectivas empresas que se dispuseram a participar do processo. Para que o Sistema de Gerenciamento de Resíduos SGR fosse implantado da mesma forma em todos os canteiros, adotaram-se três etapas. Inicialmente foi feito o planejamento, seguido das etapas de implantação e de monitoramento das atividades, este último durante sete meses da pesquisa de campo, nos sete canteiros de obras que aderiram à proposta de execução do SGR. A segunda atividade foi a realização de um levantamento de dados para a determinação de Indicador de Geração de Resíduo (IGR), tendo como amostra um total de 19 canteiros de obras, também de edifícios residenciais multipavimentos, em Recife/PE. Esse levantamento ocorreu para algumas etapas da construção (demolição, alvenaria e acabamento) e para alguns materiais utilizados nos serviços executados (tijolos cerâmicos, argamassa de revestimento, gesso e placas cerâmicas). O item demolição foi escolhido por se tratar de uma fase única, em 39

41 CAPÍTULO 3 METODOLOGIA curto período de tempo e com grande geração de RCD (refere-se às práticas de demolições das construções onde são construídos os edifícios multipavimentos). O objetivo desse levantamento foi estimar a quantidade de RCD gerado, representativo, nos canteiros de obra selecionados na cidade em questão, contribuindo para formar uma base de dados de referência para o setor da construção civil local. Para determinar o Indicador de Geração de Resíduo IGR foi utilizada uma metodologia diferente para cada uma das fases das obras selecionadas: demolição (construção antiga), alvenaria e acabamento (edifícios multipavimentos). Na fase de alvenaria de vedação o material escolhido para o levantamento de dados foi apenas o tijolo cerâmico (8 furos), considerando-se que esse material é o mais utilizado pelas construtoras locais e ainda que a geração de outros resíduos durante a execução das alvenarias é insignificante em relação ao material tijolo cerâmico. Na fase de acabamento foram selecionados os materiais com maior representatividade tanto em relação ao tempo de duração do serviço quanto em relação à quantidade a ser executada nestas obras. Portanto, em relação ao acabamento foram escolhidos os seguintes materiais para o levantamento do IGR: a argamassa para revestimento interno; o gesso em pasta e a placa de cerâmica para piso. Na Figura 7 pode se observar o fluxograma proposto para a realização dessas duas atividades. 40

42 CAPÍTULO 3 METODOLOGIA GESTÃO DOS RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL EM CANTEIROS DE OBRAS EM RECIFE/PE SGR Sistema de Gerenciamento de Resíduos IGR Indicador de Geração de Resíduo Planejamento Implantação Monitoramento Demolição Alvenaria (tijolos cerâmicos) Acabamento (Gesso, argamassa de revestimento e cerâmica) 1. Reunião Inaugural (escolha das empresas construtoras) 2. Treinamento Gerencial 3. Visita inicial aos canteiros de obras 4. Elaboração do Projeto GR 1. Apresentação do Projeto GR 2. Alocação dos dispositivos 3. Treinamento dos trabalhadores Avaliação dos itens: 1. Limpeza 2. Acondicionamento inicial 3. Acondicionamento final 4. Destinação compromissada dos resíduos 1. Levantamento da área total a ser demolida 2. Levantamento dos resíduos retirados 3. Definição do indicador de geração 1. Caracterização da obra e da tecnologia construtiva 2. Prévia marcação da amostra de tijolos 3. Contagem dos tijolos assentados na execução da alvenaria 1. Levantamento da área a ser revestida. 2. Pesagem dos resíduos gerados Figura 7 Fluxograma de Metodologia do Estudo Experimental (pesquisa de campo). 41

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44 CAPÍTULO 3 METODOLOGIA Estudo Experimental pesquisa de campo 3.1 Sistema de Gerenciamento de Resíduos - SGR Planejamento Reunião Inaugural Inicialmente foi realizada por intermédio do Sindicato da Indústria da Construção Civil de Pernambuco (SINDUSCON/PE), uma reunião inaugural com as 30 construtoras inscritas para apresentação do Projeto Entulho Limpo Pernambuco e da etapa de implantação do SGR, quando foram explicados os objetivos do Programa Piloto e a sua forma de implantação. A partir desta reunião foi definido, para um primeiro momento das ações do programa piloto, o compromisso de 15 empresas (construtoras) que implantariam o SGR, em pelo menos um de seus canteiros de obras Treinamento Gerencial Este treinamento teve o objetivo de informar e conscientizar os engenheiros residentes nos canteiros de obras selecionados sobre a importância da adoção de práticas adequadas a um eficaz gerenciamento dos RCDs, a fim de conseguir a adesão dos engenheiros residentes nas obras ao modelo de gestão de resíduos a ser implantado. Tal evento também foi importante para apresentar a realidade atual sobre a geração de tais resíduos na cidade do Recife/PE, bem como a legislação vigente para o enfrentamento desse problema. O treinamento foi ministrado nas instalações da Escola Politécnica de Pernambuco da Universidade de Pernambuco e foi patrocinado pelo SEBRAE/PE e SINDUSCON/PE com uma carga horária total de 6 horas Visita inicial aos canteiros de obras Nesta fase foi realizada uma visita inicial de reconhecimento aos canteiros de obras onde foram levantados os dados necessários para adequação da metodologia à realidade de cada canteiro. Foram levantados dados como número de pavimentos, tamanho dos apartamentos, valor de venda dos imóveis, área de entorno da obra, pontos críticos de geração de resíduos. 43

45 CAPÍTULO 3 METODOLOGIA Com esse material foi possível preparar desenhos esquemáticos (croquis) dos 7 canteiros de obras e caracterizar cada empreendimento Elaboração do Projeto GR Após a análise dos dados colhidos na etapa anterior, elaborou-se o Projeto de Gerenciamento de Resíduos adaptado à realidade de cada canteiro. Neste Projeto, foram definidos os itens a serem avaliados, a programação das visitas, as práticas que deveriam ser mudadas durante a execução dos serviços, as indicações corretas sobre a segregação dos resíduos nos pavimentos, com uso de dispositivos, e os itens do checklist, que foram aplicados durante o monitoramento. O projeto especifica ainda os tipos de resíduos, seus fluxos, o dimensionamento e a quantificação dos dispositivos de coleta e a alocação adequada dos mesmos na obra. No Anexo I encontra-se o modelo do projeto cedido às construtoras participantes Implantação Apresentação do Projeto GR Esse documento foi apresentado e entregue às empresas construtoras em reunião específica, quando foram mais uma vez explicadas todas as etapas do processo a ser implantado. As dúvidas foram esclarecidas sendo estabelecido um cronograma comum para o início das ações e para o período de monitoramento. Neste caso, ficou acordado que as ações se iniciariam a partir da compra e instalação dos dispositivos determinados no Projeto GR para cada canteiro de obra Alocação dos dispositivos A alocação dos dispositivos foi apresentada no Projeto GR, sendo estabelecidas algumas recomendações em relação à quantidade, tipo e localização dos mesmos nas obras. Para isso foi combinado um prazo para as empresas providenciarem a compra dos dispositivos de coleta e os instalarem de modo adequado em seus canteiros. 44

46 CAPÍTULO 3 METODOLOGIA Treinamento dos trabalhadores Depois das empresas providenciarem a instalação dos dispositivos de coleta, foi realizada uma visita para conferência dos mesmos, quando então foi ministrado um treinamento com os funcionários de cada canteiro de obra, com duração de 1 hora. Os assuntos abordados nestes treinamentos foram: o problema ambiental causado pela ausência ou falha no gerenciamento dos resíduos de construção civil, a legislação nacional e municipal vigente e finalmente, de modo explicativo, foi apresentado o sistema de gerenciamento de resíduos a ser implantado, procurando demonstrar a importância da participação de todos para o sucesso no resultado final Monitoramento Após a etapa da implantação foram realizadas visitas mensais, durante sete meses, em algumas empresas o número de visitas foi menor em virtude da finalização das obras, para a verificação do cumprimento das recomendações estabelecidas no sistema de gerenciamento de resíduos, implantado nos canteiros de obras. Em cada visita foram avaliados: a limpeza nos pavimentos, a segregação dos resíduos no acondicionamento inicial (utilização das bombonas nos pavimentos do próprio edifício), a segregação dos resíduos no acondicionamento final (utilização das baias e/ou bags, no térreo, dentro dos canteiros), e a destinação compromissada dos resíduos (controle para o destino dos resíduos fora dos canteiros). A avaliação foi feita através do estabelecimento de notas, com auxílio de um checklist padrãodo Obra Limpa (Figura 8), sendo que essas notas foram atribuídas por itens avaliados (limpeza, acondicionamento e destinação dos resíduos) e por pavimentos inspecionados. 45

47 CAPÍTULO 3 METODOLOGIA Figura 8- Treinamento dos operários no canteiro de obra Os critérios utilizados para uniformização dessas notas estão na Tabela 3. As notas de 1 a 2 foram atribuídas quando não havia cumprimento de nenhum dos itens do programa (checklist), de 3 a 4 quando havia o cumprimento com falhas significativas como, por exemplo, a falta de sinalização nos dispositivos. As notas de 5 a 6 quando a empresa cumpria o sistema com poucas falhas como, por exemplo, falta de sacos de ráfia para transporte dos resíduos. De 7 a 8 quando o sistema era implantado adequadamente porém com falhas pontuais. De 9 a 10 quando o sistema era implantado sem falhas, isto é, cumprindo todas as diretrizes do sistema de gestão. Tabela 3 - Critério para estabelecimento das notas no monitoramento das obras Notas Critérios 1-2 Péssimo. Sistemática não implementada. Muito resíduo acumulado por muito tempo no pavimento. 3-4 Ruim.Sistemática parcialmente implementada.resíduo acumulado e não segregado de forma generalizada no pavimento 5-6 Regular. Sistemática ineficaz.presença de problemas pontuais em diferentes locais ou em volume significativo. 7-8 Bom. Sistemática adequadamente implementada, porém com falhas pontuais e em pequenos volumes. 10 Excelente. Sistemática não implementada.muito resíduo acumulado por muito tempo no pavimento. 46

48 CAPÍTULO 3 METODOLOGIA 3.2 Indicador de Geração de Resíduo - IGR Demolição O procedimento adotado foi: Levantamento da planta baixa das três casas (construções existentes no local onde os edifícios multipavimentos foram construídos) com o objetivo de se ter à área total a ser demolida em cada canteiro de obra da amostra; Levantamento e medição de todo resíduo retirado da demolição através da cubagem dos caminhões do número de viagens; Definição do indicador volume de RCD gerado por área demolida. A geração dos resíduos da demolição foi calculada aplicando-se a seguinte fórmula: V IDEMV = (1) Ac Onde: IDEMV índice de geração de resíduos de demolição em volume (m 3 /m 2 ) V volume total dos resíduos transportados (m 3 ) Ac área de construção das edificações demolidas (m 2 ) Para o cálculo do índice de geração em peso, foi considerado um peso específico aparente para o resíduo igual a kg / m 3,baseado no peso específico do solo: IDEMP = IDEMV 1400 (2) Onde: IDEMP índice de geração de resíduos de demolição em peso (kg / m 2 ) Alvenaria As obras consideradas como amostra neste estudo são edifícios multipavimento em estrutura de concreto armado com vedação em alvenarias executadas com tijolos cerâmicos de 8 furos assentados com uso de argamassa. 47

49 CAPÍTULO 3 METODOLOGIA Na fase de alvenaria foram analisadas seis obras para levantar a geração de resíduos dos tijolos cerâmicos. Para este estudo foi selecionado estimar a geração de RCD apenas para o material tijolo cerâmico, pois se constatou que na execução da alvenaria, a geração de RCD proveniente da argamassa de assentamento, foi muito pequena em relação ao tijolo cerâmico. Para determinação do indicador de geração de resíduos de tijolos cerâmicos, adotou-se a metodologia proposta por Souza (2005). De acordo com tal metodologia, antes dos pedreiros começarem seu trabalho, é marcado com um X um determinado número de blocos do tipo que serão usados no serviço (NT), no estoque próximo à maior frente de trabalho. Isso significa que se consideram apenas os elementos que estão estocados em cada pavimento em que serão aplicados na alvenaria. O levantamento foi realizado por pavimento, sendo o resultado, por obra, a média total. No último dia do período de estudo, procedeu-se a contagem do número de blocos marcados remanescentes no estoque (N1) em cada pavimento e o número de blocos marcados assentes (N2) na alvenaria executada naquele pavimento. O índice de perda de tijolos (IPT) foi calculado como: NT ( N1 + N 2) IPT (%) = (3) ( NT N1) Para efeito deste estudo, o procedimento foi repetido quatro vezes (uma vez por semana, considerando que as medições foram realizadas durante quatro semanas) em cada um dos canteiros, com exceção da Obra 5. A marcação dos blocos em duas situações distintas: tijolos fornecidos a granel(armazenados de forma unitária) e tijolos paletizados,isto é, armazenados em grupos, em paletes Acabamento Para a fase de acabamento foram escolhidos os itens que tinham maior representatividade tanto em quantidade de material a ser aplicado quanto no tempo de execução dos mesmos. Portanto, foram escolhidas as placas de revestimento de piso, o gesso e a argamassa de revestimento interno. Como primeiro passo da metodologia, antes da pesagem dos resíduos 48

50 CAPÍTULO 3 METODOLOGIA gerados nesse serviço, foi realizado o levantamento de cada área (m 2 ) a ser revestida. Os resíduos gerados eram estocados no pavimento, de forma segregada, pelos operários da obra para que se pudesse realizar a sua pesagem durante a visita específica para esse fim, a qual ocorria uma vez por semana Argamassa de Revestimento A metodologia utilizada para determinação do índice de geração de perda de argamassa consistiu na pesagem do resíduo gerado por meio de uma balança analógica. Nesta metodologia não foi possível o controle dos materiais na entrada do produto no ambiente onde se realizava o levantamento, pois a argamassa era misturada no térreo, e se destinava aos vários serviços simultâneos. Com isso, tem-se apenas o índice de perda por unidade de área. Para o cálculo do índice de perda relativo adotou-se o rendimento de 1 m 2 por saco de 20 kg de argamassa(ag=20). As perdas foram calculadas pela aplicação das seguintes fórmulas: R IP 1 = (4) A Onde: IP1 índice de perda em peso (kg/m 2 ) R peso dos resíduos (kg) A área de assentamento da argamassa (m 2 ) IP1 100 IP2 = (5) AG Onde: IP2 índice de perda relativo (%) AG quantidade de argamassa necessária para assentar 1 m 2 (kg). Logo AG=20 As medições foram realizadas durante quatro semanas, seguindo o tempo sugerido na metodologia para aferição da perda nos tijolos. 49

51 CAPÍTULO 3 METODOLOGIA Gesso A metodologia utilizada para determinação do índice de geração de perda de gesso consistiu na pesagem do resíduo gerado por meio de uma balança. O índice de perda deste material foi obtido através da pesagem dos resíduos gerados por cômodo, fornecendo um índice de peso por área construída. Também neste caso não se conseguiu controlar o peso total de gesso na entrada do cômodo, mas apenas o resíduo gerado. A perda foi calculada pela seguinte fórmula: R IP 1 = (6) A Onde: IP1 índice de perda em peso (kg/m 2 ) R peso dos resíduos (kg) A área de assentamento do gesso (m 2 ) No entanto, sabe-se que parte do peso dos resíduos de gesso deve ser atribuído à água incorporada ao mesmo. De acordo com informações fornecidas por empresas aplicadoras de gesso, esta parcela é de aproximadamente 50% do peso final do resíduo. Porém, em virtude da falta de precisão deste percentual, foi realizado um experimento em laboratório, no qual se obteve um percentual de água de 21% presente nos resíduos de gesso. Tal resultado foi utilizado para retirar a parcela de água do cálculo do índice de geração dos resíduos de gesso Placas Cerâmicas A metodologia utilizada para determinação do índice de geração de perda de placas cerâmicas consistiu na pesagem do resíduo gerado por meio de uma balança analógica. O índice de perda deste material foi obtido através da pesagem dos resíduos gerados por cômodo, fornecendo um índice de peso por área construída, ou percentual em peso por área construída. Também neste caso não se conseguiu controlar o peso total de placa cerâmica na entrada do cômodo. 50

52 CAPÍTULO 3 METODOLOGIA As perdas foram calculadas usando as seguintes fórmulas: R IP 1 = (7) A Onde: IP1 índice de perda em peso (kg / m 2 ) R peso dos resíduos (kg) A área de assentamento da cerâmica (m 2 ) IP1 100 IP2 = (8) AG Onde: IP2 índice de perda relativo (%) AG quantidade de cerâmica necessária para 1 m 2 (kg) 51

53 CAPÍTULO 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES CAPÍTULO 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES 4.1 Sistema de Gerenciamento de Resíduos Planejamento para implantação do SGR Reunião inicial definição da amostra de campo Com o objetivo de reunir as empresas inscritas e explicar o Sistema de Gerenciamento de Resíduos SGR, foi realizada uma reunião na sede do Sindicato da Indústria da Construção Civil de Pernambuco - SINDUSCON/PE. Tal reunião teve como pauta o problema ambiental dos resíduos, a Lei Municipal nº /05, a resolução CONAMA nº307 e como seria implantado o sistema de gerenciamento de resíduos nos canteiros de obras. Das quinze empresas construtoras presentes, sete delas concordaram com a implantação do sistema de gerenciamento de resíduos em um dos seus canteiros de obras, desta forma estes canteiros passaram a constituir o objeto de estudo da presente pesquisa Treinamento Gerencial nos canteiros de obra O treinamento gerencial foi ministrado nas dependências da escola Politécnica de Pernambuco com a presença dos engenheiros responsáveis pelo gerenciamento das obras a serem atendidas, alunos de iniciação científica e funcionários da Agência Pernambucana de Meio Ambiente e Recursos Hídricos CPRH, órgão este responsável pelo gerenciamento ambiental do estado, totalizando 34 pessoas. O curso teve duração de seis horas e incluía o conhecimento do problema ambiental causado pelos resíduos de construção e demolição, as legislações vigentes relacionadas aos resíduos de construção civil e o SGR proposto no programa piloto Visita inicial nos canteiros de obra caracterização da amostra de campo Para elaborar o plano de gestão de resíduos foi feito um levantamento sobre as características dos empreendimentos indicados, desta forma obteve-se a caracterização da amostra deste estudo. A Tabela 4 apresenta os empreendimentos caracterizados, os quais são aqui 52

54 CAPÍTULO 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES identificados pelas letras A, B, C, D, E, F e G, a fim de se preservar as identidades das empresas construtoras envolvidas. Todas as empresas possuem sistema de gestão da qualidade certificado. Destaca-se que as Obras A, F e G eram de alto padrão construtivo e as obras B, C, D e E eram de médio padrão. Os empreendimentos A e B estavam na fase de estrutura e vedações externas e os restantes estavam na fase de acabamento. Todas as construções eram residenciais, possuíam entre 12 e 31 pavimentos e tinham apartamentos que variavam a área construída entre 90 a 220 m 2. Tabela 4 - Caracterização dos Empreendimentos (amostra de campo) Características Nº de Pavimento tipo Padrão construtivo Área construída nos aptos. Empreendimentos Residenciais edifícios multi-pavimentos Obra A Obra B Obra C Obra D Obra E Obra F Obra G alto médio médio médio médio alto alto 150m 2 90m 2 90m 2 120m 2 105m 2 148m 2 220m Elaboração do Projeto de Gerenciamento de Resíduos - GR Os projetos de GR foram feitos para cada uma das empresas participantes, de acordo com a realidade de cada canteiro de obra, seguindo sempre a mesma metodologia. Esses projetos foram entregues uma semana após a visita inicial de levantamento de informações nos canteiros de obra. Nos projetos estão registrados detalhadamente todos os resíduos a serem monitorados em cada canteiro, bem como estão estabelecidas as formas a serem adotadas para realizar o acondicionamento inicial e final dos resíduos gerados. Nesse projeto também estão definidas as formas de transportes dos resíduos dentro e fora do canteiro de obras. Além disso, destaca-se no projeto a identificação do destino final do RCD, que caracteriza a destinação compromissada do mesmo. A distribuição dos dispositivos de coleta nos pavimentos, o custo dos dispositivos, por item e em relação ao total da implantação, e o lay-out do canteiro de obras com a distribuição dos dispositivos de coleta, também estão inseridos no projeto GR. Para melhor visualização, os projetos estão inseridos no Anexo I deste trabalho. 53

55 CAPÍTULO 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES Implantação do SGR projeto piloto Após a aquisição, construção e distribuição dos dispositivos de coleta nos pavimentos foram realizados treinamentos com todos os funcionários de cada canteiro de obra. Tal treinamento incluía a sensibilização para o problema ambiental, esclarecimentos sobre a legislação vigente em relação aos resíduos de construção, destacando a obrigatoriedade legal da separação e gerenciamento do resíduo no canteiro de obras, bem como os procedimentos de separação, registro, coleta e transporte dos RCDs, além da importância de cada funcionário na implementação do sistema. A Figura 7 ilustra a metodologia de treinamento utilizada em todos os canteiros estudados, as palestras eram feitas de forma participativa e os equipamentos utilizados foram um retro-projetor e slides ilustrativos. Figura 9 - Treinamento dos operários no canteiro de obra 54

56 CAPÍTULO 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES Monitoramento do SGR projeto piloto Seguindo a metodologia proposta foram realizadas visitas para monitoramento, avaliação e ajuste da metodologia. Tais visitas avaliaram a limpeza do canteiro, organização, segregação correta dos resíduos nos recipientes de coleta (bombonas e baias) e destinação compromissada e registrada. Era previsto inicialmente na metodologia que o monitoramento mensal fosse feito durante apenas três meses, porém verificou-se a necessidade de acompanhar os serviços nos canteiros de obra por mais tempo para que o SGR fosse analisado por um período maior. Assim, alguns canteiros foram avaliados pelo período de sete meses e outros em um período menor devido a finalização da obra ou fim do prazo estabelecido para este estudo Limpeza no canteiro de obra Para este item avaliado (limpeza) a realidade encontrada em todos os canteiros de obras foi bastante semelhante, salvo algumas pequenas diferenças. Na Figura 10, pode-se verificar, através das notas, a evolução média gradativa deste item avaliado nos sete canteiros de obras (amostra de campo). Observa-se, na Obra E, uma queda na nota no sexto mês de análise. Tal fato, provavelmente deve-se a um relaxamento que pode ter ocorrido na prática adequada ao SGR, levando em conta que o processo é diferente daquele em que os operários estão acostumados nos canteiros de obra. Isso indica que para alcançar os objetivos iniciais há necessidade de acompanhamento periódico, visando a manutenção e a renovação do compromisso com o SGR proposto. Outro ponto importante a ser observado, ainda no Figura 10, é a diferença entre as notas da Obra F e as demais obras, sobretudo na primeira avaliação. Tal fato deve-se ao menor compromisso dos gestores da referida obra em implantar efetivamente o SGR. Entretanto, percebe-se mais destacadamente, para as obras A, C, E e F, uma evolução muito positiva entre as notas iniciais e finais, demonstrando a tendência para todas elas alcançar as notas maiores atribuídas às obras B e G. A propósito as obras B e G se mantiveram com notas altas (próximo de 10) desde a primeira avaliação. A obra D também se manteve com mesmas notas desde o início da avaliação, porém com nota mais próximo de 9. Portanto, pode-se dizer que na maioria dos casos houve esforço para aumentar o compromisso com a limpeza das obras, que se revelou em maior evolução positiva das notas ao longo do tempo. 55

57 CAPÍTULO 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES LIMPEZA Notas 10,0 9,5 9,0 8,5 8,0 7,5 7,0 6,5 6, Visitas Mensais Obra A Obra B Obra C Obra D Obra E Obra F Obra G Figura 10 - Notas para a limpeza nos canteiros de obra Conforme já destacado, o padrão inicial definido para avaliação das obras foi de três meses, mas para um maior aprofundamento sobre a continuidade das práticas de gestão das respectivas empresas, decidiu-se prolongar a avaliação por mais quatro meses, o que possibilitou a identificação mais clara da importância de um monitoramento mais rígido e constante do SGR ao longo do tempo. É importante ressaltar que conforme apresentado no Figura 10, as empresas A, C, D e F não apresentam resultados em todos os meses da avaliação, pois as obras se encerraram ao longo do período de avaliação do sistema de gestão. A seguir tem-se a análise mais detalhada da avaliação do item limpeza de cada canteiro de obra Limpeza da Obra A (nota inicial=8,0 e nota final=9,8) As Figuras 11, 12, 13 e 14 mostram a situação da obra A em relação à limpeza antes e depois da implantação do SGR. Nota-se uma grande melhoria, principalmente, nas áreas de circulação, escadas e corredores. As áreas de circulação, utilizadas pelos operários dentro do canteiro de obra, estando livres de RCD espalhados pelo piso proporcionam aos operários um ambiente salubre. Além disso, a limpeza imediata destes locais acaba reduzindo os riscos de acidentes de trabalho. 56

58 CAPÍTULO 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES Figura 11- Trecho de escada da Obra A : situação inicial antes da implantação da limpeza Figura 12 - Trecho de escada da Obra A : situação final após a implantação da limpeza SGR Figura 13 - Trecho de escada da Obra A : situação inicial antes da implantação da limpeza Figura 24 - Trecho de escada da Obra A : situação final após a implantação da limpeza SGR Nos pavimentos foi constatada a falta de limpeza imediata após a execução dos serviços, fossem eles considerados grandes ou pequenos. Na Figura 15, observa-se que quando ocorria a desforma de uma laje, o pavimento passava um longo período sem realizar limpeza. Depois da implantação do SGR os pavimentos passaram a ser limpos logo após a execução do serviço, como mostra a Figura

59 CAPÍTULO 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES Figura 35 - Trecho do pavimento da Obra A : situação inicial antes da implantação da limpeza Figura 46 - Trecho do pavimento da Obra A : situação final após a implantação da limpeza (SGR) Para ilustrar a falta de limpeza após os serviços de assentamento de tijolos na execução de alvenarias, tem-se nas Figuras 17 e 18, o antes e depois, respectivamente. Figura 57 - Serviço de assentamento de tijolos na Obra A : situação inicial antes da implantação da limpeza Figura 68 - Serviço de assentamento de tijolos na Obra A : situação final após a implantação da limpeza (SGR) Ainda no canteiro da Obra A, foi observada que, anteriormente à implantação do SGR, já havia uma certa organização em relação aos materiais de construção estocados no canteiro de obra, devido à implantação anterior de um Sistema de Gestão de Qualidade. A Figura 19 mostra a organização dos materiais estocados na área de periferia do canteiro de obra, e a Figura 20 mostra a estocagem de materiais nos pavimentos. 58

60 CAPÍTULO 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES Figura 79 - Organização na estocagem de materiais na Obra A : situação inicial antes da implantação SGR Figura 8 - Organização na estocagem de materiais na Obra A : situação inicial antes da implantação SGR Limpeza da Obra B (nota inicial=9,8 e nota final=9,9) A Obra B não apresentava grandes problemas em relação à limpeza, anteriormente à implantação do SGR, devido ao sistema de gestão da qualidade já implantado. Nas Figuras 21 e 22 pode-se ver os problemas de limpeza pontuais encontrados, principalmente nas áreas de circulação corredores. Figura 9 - Pequenos problemas de limpeza nas áreas de circulação dos pavimentos anteriormente à implantação do SGR na obra B: situação inicial da limpeza Figura 10 - Pequenos problemas de limpeza no térreo anteriormente à implantação do SGR na obra B: situação inicial da limpeza 59

61 CAPÍTULO 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES As Figuras 23 e 24 ilustram a situação de limpeza encontrada na maioria dos pavimentos da obra B, antes e depois da implantação do SGR. Na comparação entre as duas Figuras, percebe-se que ao se implantar o SGR tem-se a presença das bombonas localizadas no pavimento, para segregar os tipos de RCDs gerados, naquele pavimento. Figura Pavimento da Obra B : situação inicial antes da implantação da SGR. Figura Pavimento da Obra B : situação inicial depois da implantação da SGR (localização das bombonas) A Figura 25 mostra a técnica de utilizar lonas plásticas para proteger o piso e facilitar a limpeza no serviço de aplicação de gesso. Na Figura 26 ver-se o cartaz produzido para incentivar e lembrar aos funcionários sobre a necessidade da limpeza constante dos pavimentos. As atitudes ilustradas em tais figuras demonstram o interesse da equipe gerencial em fazer com que o SGR funcione. Figura Piso protegido para aplicação do gesso, após implantação do SGR Figura Placa chamando a atenção sobre a limpeza, após implantação do SGR 60

62 CAPÍTULO 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES Os materiais de construção eram somente transportados em quantidades para execução dos serviços em cada pavimento. O armazenamento, tanto no térreo quanto nos pavimentos, era feito de forma organizada. Este fato está apresentado nas Figuras 27 e 28. Figura Estocagem dos materiais no térreo - situação inicial de organização do canteiro de obra B, antes da implantação do SGR Figura Estocagem dos materiais nos pavimentos - situação inicial de organização do canteiro de obra B, antes da implantação do SGR IV Limpeza da Obra C (nota inicial=8,1 e nota final=9,9) A Obra C possuía uma limpeza razoável antes da implantação do SGR, considerando que foram encontrados apenas problemas pontuais em alguns serviços, os quais, após sua conclusão, o pavimento passava longos períodos sem a limpeza adequada. Estes problemas foram detectados, principalmente, nas áreas de circulação, exemplificas nas Figuras 29 e 30. Figura Trecho de escada da Obra C: situação inicial antes da implantação do SGR Figura 18 - Trecho de escada da Obra C: situação final após a implantação do SGR 61

63 CAPÍTULO 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES As Figuras 31 e 32 mostram o antes e o depois da implantação do SGR, ilustrando a situação encontrada nos corredores da área de circulação comum aos apartamentos do edifício. Figura 19 - Trecho do corredor com RCD obstruindo parte da circulação da Obra C: situação inicial antes da implantação da limpeza Figura 20 - Trecho do corredor da Obra C: situação final após a implantação da limpeza (SGR) Nas Figuras 33 e 34 observa-se uma grande geração de resíduo de gesso espalhado no piso. Segundo pesquisa feita com os funcionários dos canteiros envolvidos, o grande volume de gesso gerado ocorre pela combinação de vários fatores, como mão-de-obra não qualificada, o pagamento do serviço por produção e o baixo preço do produto (gesso). Nesta obra foram tomadas algumas atitudes para minimizar os impactos, entre elas o uso de um retardador de pega para o gesso e a proteção do piso com lonas plásticas, para facilitar a limpeza do piso nos ambientes de trabalho. 62

64 CAPÍTULO 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES Figura 21 - Resíduos de gesso sobre o piso da Obra C: situação inicial antes da implantação da limpeza Figura Resíduos de gesso sobre a lona plástica no piso da Obra C: situação final após a implantação da limpeza (SGR) Após a implantação do SGR proposto, as limpezas eram feitas sistematicamente após cada serviço, ao final do dia. A Figura 35 mostra a melhoria na área de circulação e a 36 mostra o pavimento ainda em obras, porém limpo. Figura Localização das bombonas no corredor da Obra C: situação final após a implantação da limpeza (SGR) Figura Pavimento ainda com serviços em execução da Obra C: situação final após a implantação da limpeza (SGR) As Figuras 37 e 38 abaixo mostram a organização do canteiro nas áreas de periferia da obra. Anteriormente a organização ocorria, porém como a limpeza não era feita da forma correta, a organização não era evidenciada. Tal fato pode ser observado nas Figuras 39 e

65 CAPÍTULO 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES Figura Situação de organização da estocagem de materiais na obra C, anterior a implantação do SGR Figura 26 - Situação da Limpeza e organização do canteiro da obra C, após a implantação do SGR Após o serviço de concretagem e desforma parcial dos elementos estruturais, a área ficava com resíduos acumulados entre as escoras (cimbramento). Isto deixou de acontecer depois que o SGR foi implantado na obra C. As Figuras 39 e 40 mostram a situação da área de periferia antes e depois da execução desses serviços. Figura 27 - Situação de acúmulo de resíduos na periferia da obra C, anterior a implantação do SGR Figura 28 - Situação de acúmulo de resíduos na periferia da obra C, depois a implantação do SGR Um item de grande importância, como ação pró-ativa adotada pela administração do canteiro de obra C, foi a sinalização através da distribuição de placas informativas no canteiro de obras. Tais placas traziam lembretes para a atenção de todos os funcionários de que existe um Sistema de Gestão de Resíduos sendo implantado, que a empresa tem interesse e que precisa da colaboração de todos para o SGR funcionar (Figuras 41 e 42). 64

66 CAPÍTULO 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES Figura 29 Sinalização por placa educativa de deposição adequada de lixo no canteiro de obra C Figura 30 - Sinalização por placa educativa incentivando a limpeza no canteiro de obra C A Obra C conseguiu, ao final, cumprir o item limpeza de forma satisfatória, usando de todas as orientações dadas e ações práticas, como a limpeza logo após cada serviço, o comprometimento da equipe e a organização do canteiro e dos setores onde os serviços eram executados Limpeza da Obra D (nota inicial=9,4 e nota final=9,3) A obra em questão apresentava antes da implantação do SGR uma limpeza razoável, devido ao Sistema de Gestão da Qualidade já implantado, porém ainda não possuía uma sistemática de limpeza adequada. Isso pode ser visto nas Figuras 43 e 44. O resíduo era colocado em pilhas, em vários pontos do pavimento, e somente era recolhido no final de semana, o que mantinha a obra sempre com aspecto de sujeira, já que os resíduos mais leves eram espalhados facilmente pelo vento no espaço dos pavimentos. 65

67 CAPÍTULO 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES Figura Situação inicial de acúmulo de resíduos na base das paredes na obra D, anterior a implantação do SGR Figura Situação inicial de acúmulo de resíduos na base das paredes na obra D, posterior a implantação do SGR Um problema crítico, encontrado neste canteiro, foi com o serviço de aplicação de gesso. A grande quantidade desse tipo de resíduo gerado e a dificuldade para limpeza dos pavimentos, após a aplicação do gesso ocasionavam um sério problema de limpeza, organização e prevenção de acidentes de trabalho (Figura 45). Procurando reduzir o problema, foram instaladas lonas plásticas no piso, durante a execução do serviço (Figura 46). Em relação à quantidade de resíduo gerado (gesso) não foi tomada nenhuma providência pela empresa. Figura Aplicação de gesso e acúmulo de resíduo diretamente sobre o piso na obra D Figura Aplicação de gesso e acúmulo de resíduo sobre a lona plástica colocada no piso na obra D As Figuras 47 e 48 apresentam a situação de limpeza após a implantação do SGR. A empresa implantou a etapa de limpeza após a execução de serviços, sendo essa etapa executada ora pelos próprios funcionários da construtora ora por pessoal terceirizado. 66

68 CAPÍTULO 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES Figura Limpeza do piso após a implantação do SGR na obra D Figura Limpeza da escada após a implantação do SGR na obra D Em relação à organização, a Obra D, anteriormente à implantação do SGR, já apresentava certo nível de organização. A limpeza implementada pelo SGR evidenciou a organização do canteiro de obras, como mostram as Figuras 49 e 50. Esta organização motivou a gerência do canteiro a manter o sistema SGR adotado, pois além do benefício à segurança dos operários, os clientes elogiavam a limpeza e a organização da construtora. Figura Organização dos materiais no pavimento térreo da obra D, após SGR Figura 38 - Organização dos materiais nos pavimentos da obra D, após SGR. Um fator bastante positivo foi a implantação também de sinalização através de placas informativas e educativas no canteiro de obras, mostrando a limpeza como aliado da segurança no trabalho (Figuras 51 e 52). 67

69 CAPÍTULO 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES Figura 39 - Sinalização adotada na obra D sobre limpeza e segurança após o SGR Figura 40 - Sinalização adotada na obra D sobre deposição do lixo após o SGR A obra D obteve bons resultados em relação à limpeza, a metodologia foi incorpororada de forma bastante eficaz, o canteiro sempre limpo mostrava as falhas nos métodos construtivos, podendo a construtora identificar os pontos fracos desses métodos em relação ao desperdício e à geração de resíduos Obra E (nota inicial=8,6 e nota final=9,7) Nas Figuras 53 e 54 são apresentadas a situação da limpeza do pavimento térreo da Obra E na etapa de diagnóstico e na visita de acompanhamento após a implantação. Observou-se que, mesmo a empresa tendo certificação de qualidade, havia falha na organização e limpeza do canteiro de obra. Este problema ocorria pela falta de procedimentos de rotina para gestão dos resíduos. 68

70 CAPÍTULO 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES Figura Situação inicial da limpeza no térreo da obra E Figura Situação final da limpeza no térreo da obra E Observando-se as Figuras 55 e 56, verifica-se uma sensível melhora após a implantação do SGR nos pavimentos. Anteriormente à implantação do SGR, o serviço era executado e o pavimento não era limpo. Depois da implantação do SGR a limpeza passou a ser feita sistematicamente ao final do dia do serviço executado. Figura Situação inicial da limpeza na obra E antes da implantação do SGR Figura Situação final da limpeza na obra E após a implantação do SGR Como nas outras obras deste estudo, o serviço de revestimento de paredes com o uso da pasta em gesso sempre apresentou uma grande quantidade de resíduos gerados, deixando os pavimentos em serviço com o acesso comprometido durante vários dias, devido à dificuldade na limpeza do piso. Para solucionar tal problema (facilitar a limpeza), foi sugerida a colocação prévia de lonas plásticas nos pisos dos locais onde os serviços eram realizados. As Figuras 57 e 58 mostram as situações do piso antes e depois da utilização da referida lona. 69

71 CAPÍTULO 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES Figura Dificuldade para a retirada dos resíduos de gesso na obra E sem o uso de lona plástica Figura Facilidade para a retirada dos resíduos de gesso na obra E com o uso de lona plástica, após a implantação SGR A Figura 59 mostra resíduos de cerâmica misturados com as placas cerâmicas que ainda seriam assentadas no piso. Esta falta de organização além de prejudicar a circulação das pessoas na obra, ainda ocasionava grande perda de materiais. A Figura 60 mostra a organização dos materiais após a implantação do sistema SGR. Figura 47 - Mistura entre resíduos de cerâmica e placas cerâmicas que ainda seriam aplicadas, na obra E. Figura 48 - Organização do estoque de placas cerâmicas nos pavimentos, após a implantação do SGR, na obra E. Conforme mencionado na análise do gráfico da Figura 10, as Figuras 61 e 62 mostram o deslize da construtora em relação à limpeza no sexto mês de monitoramento. Os funcionários limpavam o pavimento e depositavam os resíduos nas varandas dos apartamentos em construção, numa tentativa frustrada de obter boas notas na inspeção no processo de monitoramento do SGR. 70

72 CAPÍTULO 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES Figura 49 - Situação inicial da limpeza, antes da implantação SGR na obra E. Figura 50 - Situação da limpeza após a implantação do SGR, na obra E (sexto mês da inspeção), numa tentativa frustrada de esconder o resíduo nas varandas Limpeza da Obra F (nota inicial=7,0 e nota final=9,1) O único item razoavelmente aceitável nesta obra foi a limpeza, pois apesar de não cumprir os requisitos do Sistema de Gestão de Resíduos, a obra cumpria o sistema de segurança do trabalho e o sistema de qualidade. As Figuras 63 e 64 mostram um exemplo de como se encontravam as áreas de circulação e o interior dos apartamentos antes da implantação do SGR. Percebe-se que a sujeira no pavimento não era intensa. Figura 51 - Situação inicial da limpeza antes da implantação do SGR, na obra F. Figura 52 - Situação da limpeza após a implantação do SGR, na obra F. 71

73 CAPÍTULO 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES As Figuras 65 e 66 mostram os pavimentos limpos após a implantação do sistema SGR. Figura 53 - Situação da limpeza do pavimento, após a implantação do SGR, na obra F. Figura 54 - Situação da limpeza da escada após a implantação do SGR, na obra F Limpeza da Obra G (nota inicial=9,8 e nota final=9,9) Nesta obra os resultados do item limpeza foram satisfatórios, considerando que a empresa já tinha uma preocupação com esse item, para o cumprimento das exigências do programa de segurança e de qualidade adotados nos seus canteiros de obras. Porém, suas ações se davam sem nenhuma sistemática pré-estabelecida. Com a implantação do SGR, a empresa incorporou como regra a limpeza do pavimento após o fim do serviço, ou ao final do dia. Nas Figuras 64 a 65, percebe-se a limpeza do canteiro anteriormente e posteriormente a implantação do SGR. Os problemas anteriores eram pontuais, isto é, muitas vezes o pavimento era limpo, porém o resíduo ficava no pavimento. Figura 55 - Situação inicial da limpeza antes da implantação do SGR na obra G Figura 56 - Situação final da limpeza após da implantação do SGR na obra G 72

74 CAPÍTULO 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES O canteiro possuía uma boa organização antes da implantação do SGR, o que facilitou a rápida adaptação da construtora a este item do sistema. As Figuras 66,67 e 69 mostram a organização e limpeza do canteiro antes e depois da implantação do SGR. Um fator positivo foi a adoção de sinalização por cartazes educativos nos pavimentos (Figura 68). Figura 57 - Situação inicial da limpeza nas escadas antes da implantação do SGR na obra G Figura 58 - Situação final da limpeza no térreo após da implantação do SGR na obra G Figura 59 - Sinalização por cartazes educativos nos pavimentos na obra G Figura 60 - Situação final da limpeza nos corredores após da implantação do SGR na obra G Acondicionamento inicial do RCD nos canteiros de obra Na visita inicial aos canteiros de obra verificou-se que a maioria das empresas não realizavam nenhum tipo de segregação dos RCDs. Esta prática foi adotada a partir da implantação do SGR. 73

75 CAPÍTULO 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES No monitoramento do item acondicionamento inicial, foi avaliado se os conjuntos de bombonas estavam alocados e identificados de forma correta, se havia sacos de ráfia no interior das bombonas, e se os materiais estavam separados de acordo com a Resolução CONAMA n 307. No Figura 70 são apresentadas as notas obtidas no item acondicionamento inicial nas visitas de monitoramento, realizadas em sete canteiros de obras. A variação ocorrida nas notas das três primeiras inspeções é considerada dentro dos padrões de aceitação por se tratar de um período de adaptação e conscientização dos trabalhadores, fator este decisivo no sucesso para a implantação do SGR. No entanto, ainda no Figura 70, pode-se observar que em todos os canteiros, a nota obtida na terceira visita foi superior ou igual a 8,0, ou seja, a sistemática estava sendo implantada adequadamente, apesar de detectados falhas pontuais e em pequenos volumes. Deve-se destacar que na obra F a nota máxima (8,0) foi igual a menor nota das outras obras, o que revela a dificuldade de engajamento dos funcionários (gerentes e operários) da obra F em atender satisfatoriamente aos objetivos do SGR. Percebeu-se também o quanto é importante a colocação dos dispositivos para recepção temporária dos RCDs nos pavimentos dos edifícios em construção, sendo tolerado no máximo uma alternância de um pavimento sem dispositivo, para o melhor resultado no item acondicionamento inicial. ACONDICIONAMENTO INICIAL Notas ª Visita 2ª Visita 3ª Visita 4ª Visita 5ª Visita 6ª Visita 7ª Visita Visitas Mensais Obra A Obra B Obra C Obra D Obra E Obra F Obra G Figura 61 - Notas para a segregação inicial nos canteiros de obra 74

76 CAPÍTULO 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES Obra A No canteiro de obras A, anteriormente ao SGR, não se fazia segregação dos materiais. A empresa adquiriu os equipamentos de segregação inicial, no caso, as bombonas para os materiais recicláveis e os adesivos de sinalização e marcação do piso para armazenamento temporário dos resíduos da classe A. Foram adquiridos conjuntos de quatro bombonas para serem colocados em pavimentos alternados, refeitório, escritório, almoxarifado e centrais de madeira e de ferro. A Figura 71 mostra os resíduos não segregados e espalhados pelo canteiro antes da implantação do SGR, enquanto que a Figura 72 mostra a fase de implantação do SGR com as bombonas com sacos de ráfia no interior em local de fácil acesso, sem obstrução da passagem, sinalizada. Figura Situação inicial dos resíduos antes da implantação do SGR na obra A Figura Acondicionamento inicial dos resíduos após a implantação do SGR na obra A Antes da implantação do SGR os resíduos eram colocados em vários pontos do pavimento, sem segregação. Com o SGR os resíduos passaram a ser depositados separados e em local determinado. As Figuras 73 e 74 mostram os resíduos após a implantação. 75

77 CAPÍTULO 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES Figura Acondicionamento inicial do RCD antes da implantação do SGR na obra A Figura Acondicionamento inicial dos resíduos classe A após da implantação do SGR na obra A A Figura 75 mostra uma pequena baia para depósito de metal na central de corte de ferro. Este equipamento foi escolhido porque a bombona de 50 litros não suportava a produção de resíduos gerada diariamente. Na Figura 76 observa-se um fardo de papel separado, porém fora da bombona por ter as dimensões maiores. A empresa foi orientada a agir desta forma quando o material fosse maior que a capacidade dos equipamentos de segregação inicial. Figura Acondicionamento inicial do RCD após a implantação do SGR na obra A Figura Acondicionamento inicial do RCD após a implantação do SGR na obra A Obra B 76

78 CAPÍTULO 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES A obra B obteve bons resultados em relação à segregação e acondicionamento inicial. Foram adquiridos conjuntos de bombonas para pavimentos alternados(figura 77), escritório, refeitório (Figura 79) e centrais de corte e dobra de aço e corte de madeira (Figura 80). Na Figura 78 observam-se resíduos da classe A armazenados em sacos de cimento, no local demarcado para este fim. Apesar de todo o empenho da equipe de trabalho no canteiro da obra B observou, no início da implantação do SGR, que muitos funcionários, por não serem alfabetizados, tinham dificuldades para identificar os dispositivos e segregar corretamente os RCDs. Logo que este problema foi detectado foram tomadas algumas providências, colocando exemplo dos materiais em cada bombona e enfatizando nos treinamentos as cores representativas de cada resíduo. Figura 68 - Alocação das Bombonas nos pavimentos alternados na obra B Figura 69 - Resíduos Classe A segregados em sacos de cimento usados na obra B Figura 70 - Alocação das Bombonas no refeitório no canteiro da obra B Figura 71 - Alocação da Bombona na central de corte de madeira no canteiro da obra B 77

79 CAPÍTULO 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES Obra C Na obra C foram adquiridos todos os dispositivos de segregação inicial(figura 81) requisitados pelo SGR e ainda inovou-se criando um dispositivo para fixar papel/papelão de tamanhos maiores, que consistia em uma base de madeira com um ferro cravado na vertical. Os papéis eram presos no metal, formando um fardo que depois era retirado, amarrado e levado para a baia (Figura 82). A obra implantou com empenho e obteve bons resultados apesar de algumas falhas comuns, como a deposição de resíduos de um tipo em um dispositivo destinado para outro. Figura 72 - Alocação das Bombonas nos pavimentos alternados na obra C Figura 73 - Fardo de papel segregado dos outros RCDs na obra C A Figura 83 mostra o gesso segregado dos outros RCDs e armazenado nos próprios sacos de sua embalagem original, ainda no pavimento onde ocorreu o serviço que o utilizou. O resíduo da classe A era depositado na marcação indicada no piso de cada pavimento, nem sempre com os cuidados de segregação necessários (Figura 84). 78

80 CAPÍTULO 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES Figura 74 - Resíduos de Gesso armazenados separadamente nos próprios sacos de sua embalagem original Obra C Figura 75 - Marcação no piso para receber temporariamente os RCDs da classe A, como acondicionamento inicial no próprio pavimento da obra C Obra D A obra D foi especial porque ela já possuía uma sistematização para proceder a segregação do RCD no seu canteiro, o que permitia um aproveitamento de todo o resíduo da classe A, moendo-o. Porém, não havia uma segregação com respeito aos outros resíduos gerados. As bombonas (Figura 85) foram alocadas a cada dois pavimentos, fato este que atrapalhava a segregação inicial e afetava diretamente a segregação final. A variação encontrada nas notas foi decorrente de falhas pontuais, tais como o fato do resíduo ser depositado em bombona errada e existência de resíduo orgânico nos pavimentos. Figura 76 - Alocação de bombonas a cada dois pavimentos na obra D - Situação após SGR 79

81 CAPÍTULO 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES A Figura 86 mostra os resíduos da Classe A, bastante misturados com outros resíduos e armazenados em qualquer ponto do pavimento, antes da implantação do SGR, o que caracterizava falha na sistemática existente de segregação do RCDs. Na Figura 87 os RCDs separados de forma organizada (após SGR), prontos para o processo de aproveitamento realizado no próprio canteiro. Figura Falhas na segregação do resíduo da Classe A, antes da implantação do SGR na obra D Figura Resíduo da Classe A armazenados em sacos de cimento usados, esperando o processamento e a reutilização na obra D Obra E Na obra E os dispositivos de coleta inicial eram dispostos a cada três pavimentos. Isto ocasionou muitos problemas de segregação, mesmo com o empenho da equipe da obra. As bombonas podem ser vistas nos pavimentos, conforme Figura 88, e no pavimento vazado conforme a Figura 89. A empresa fez marcação no piso para receber o RCD da Classe A (Figura 90) e para o resíduo de gesso (Figura 91) e também sinalizou todos os locais apropriados para receber estes resíduos nos pavimentos. 80

82 CAPÍTULO 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES Figura 79 - Alocação dos dispositivos de coleta de RCD a cada três pavimentos na obra E. Situação após o SGR Figura 80 - Alocação dos dispositivos de coleta de RCD no pavimento vazado na obra E. Situação após o SGR Figura 81 - Local demarcado para receber os resíduos de gesso na obra E Figura 82 - Local demarcado para receber os resíduos de Classe A na obra E Obra F Em um primeiro momento, os responsáveis pela Obra F mostraram-se interessados em implantar o sistema SGR pela obrigatoriedade da legislação. Manifestaram adesão ao programa piloto ao adquirir os dispositivos e fazer com que seus funcionários participassem do treinamento. No entanto, a falta de empenho da equipe gerencial refletia-se no engajamento dos outros funcionários, o que prejudicou a implantação do SGR de forma adequada. O comportamento de descaso com uso adequado dos dispositivos pode ser verificado pela seqüência de figuras a seguir. 81

83 CAPÍTULO 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES A bombona para armazenamento dos resíduos de plástico, vista na Figura 92, continha, além deste RCD, resíduo úmido (água suja) e restos de cerâmica. A Figura 93 mostra resíduos orgânicos na bombona de um dos pavimentos, sendo esta não destinada para este fim. Figura 83 - Uso inadequado do dispositivo para segregação do RCD de plástico na obra F, após implantação do SGR Figura 84 - Uso inadequado do dispositivo com resíduos orgânicos na obra F após implantação do SGR Verifica-se na Figura 94 uma quantidade de resíduos de plásticos maior que a capacidade da bombona. Ver-se também que este mesmo resíduo plástico ocupa outro dispositivo vizinho, não especificado para ele. Observa-se na Figura 94 também a bombona de metal com papel e madeira, além da ausência dos sacos de ráfia. A Figura 95 demonstra a falta de empenho da equipe de obra, quando a bombona de metal está sendo utilizada para armazenamento de água utilizada para execução dos serviços na própria obra. Figura 85 - Usos inadequados das bombonas não respeitando a capacidade e o tipo de resíduo na obra F Figura 86 - Uso da bombona indicada para resíduos de metal como depósito de água, na obra F. Situação após a implantação do SGR. 82

84 CAPÍTULO 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES Na Figura 96 tem-se o exemplo do descuido com o SGR ao colocar outros materiais da obra apoiados nas bombonas, obstruindo sua fácil utilização. A ausência de bombonas também foi constatada na maioria dos pavimentos, como se ver na Figura 97 que ilustram bem a situação encontrada. Figura 87 - Outros materiais da obra apoiados nas bombonas, obstruindo sua fácil utilização na obra F Figura 88 - Ausência de bombonas em vários pavimentos na obra F. Situação após a implantação do SGR IV Obra G A obra G adquiriu todos os equipamentos necessários para a implantação do sistema. As bombonas foram instaladas em pavimentos alternados juntamente com a marcação do piso para o armazenamento temporário dos resíduos da Classe A (Figura 98). Já o resíduo de gesso era armazenado em sacos e então levado pela empresa aplicadora (Figura 99). Figura 89 - Bombonas instaladas em pavimentos alternados para o armazenamento temporário dos resíduos da Classe A na obra G Figura 90 - O resíduo de gesso armazenado em sacos e então levados pela empresa aplicadora. Situação na obra G após a implantação do SGR 83

85 CAPÍTULO 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES Os resíduos de tamanhos maiores, como caixas de cerâmica, eram colocados em pilhas e transportados para as baias ao final do dia (Figura 100). Apesar do empenho da equipe houveram falhas pontuais na segregação inicial. Tal fato pode ser observado na Figura 101. Figura 91 - Resíduos de papelão segregados e transportados para as baias ao final do dia. Situação na obra G após implantação SGR Figura Falhas pontuais na segregação inicial dos RCDs. Situação na obra G após implantação SGR A Figura 102 mostra bombonas na cozinha, local onde se teve a maior dificuldade na segregação inicial, devido à falta de empenho das cozinheiras. Na Figura 103 tem-se, em destaque, o recipiente de resíduos orgânicos do refeitório. Figura 93 - Bombonas colocadas na cozinha. Situação na obra G Figura 94 - Recipiente para depósito de resíduos orgânicos no refeitório. Situação da obra G, após a implantação do SGR. 84

86 CAPÍTULO 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES Acondicionamento Final do RCD nos canteiros de obra A avaliação do acondicionamento final consistia em verificar o nível de resíduos no interior das baias, identificando se não estava excedente em relação ao volume estabelecido, bem como se os RCDs chegavam segregados ao local especificado para acondicionamento final, ainda no canteiro de obra. Dessa forma, com base no formulário de inspeção, se atribuiu uma nota a cada visita mensal de inspeção. No Figura 104, tem-se a evolução das notas em relação ao acondicionamento final dos RCDs nos sete canteiros de obra. Pode-se observar que a maioria das equipes (correspondente às obras) conseguiu realizar a segregação final do RCD de forma adequada, com exceção da equipe correspondente à obra F, que recebeu sempre notas muito baixas (4,0) ao longo do período de monitoramento. Tal fato pode ser explicado pela persistência da equipe operacional em continuar com os velhos hábitos, apoiado pela falta de comprometimento da equipe gerencial da obra F. ACONDICIONAMENTO FINAL 10,0 Notas 9,0 8,0 7,0 6,0 5,0 Obra A Obra B Obra C Obra D Obra E Obra F Obra G 4,0 3,0 1ª Visita 2ª Visita 3ª Visita 4ª Visita 5ª Visita 6ª Visita 7ª Visita Visitas Mensais Figura Notas para o acondicionamento final nos canteiros de obra Analisando o Figura 104, a exceção da obra F, pode-se perceber que houve uma grande variação das notas atribuídas às obras ao longo do período de monitoramento. Essa oscilação das notas revela, na maioria dos casos estudados, a dificuldade enfrentada no que se refere a dar destino aos materiais recicláveis, após a recepção nas baias (acondicionamento final no canteiro de obra). Este problema de fluxo para os resíduos recicláveis fazia com que as baias 85

87 CAPÍTULO 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES ficassem com a capacidade esgotada, favorecendo que os tipos de materiais recicláveis se misturassem. Da mesma forma que foi avaliada nos outros itens do SGR, a Obra F teve também um desempenho ruim nesta avaliação, sendo o seu mau desempenho atribuído à falta de interesse da equipe gerencial do canteiro de obra. Deve-se destacar que essa foi a única obra que teve dois treinamentos e mesmo assim não foi possível conscientizar a equipe sobre a importância da gestão dos RCDs nos canteiros de obra. O resultado desta obra e das outras seis está descrito nos itens a seguir Obra A Inicialmente os resíduos saíam desta obra sem qualquer tipo de segregação dentro da caçamba estacionária como mostram as Figuras 105 e 106. Figura 96 - Caçamba com RCDs misturados antes da implantação do SGR, na obra A Figura Detalhe da caçamba com RCDs misturados antes da implantação do SGR, na obra A Após a implantação do SGR foram construídas baias cobertas e sinalizadas com cartazes nas cores representativas para cada tipo de resíduo, conforme Figura 107. Na Figura 108 pode-se observar que o resíduo transportado na caçamba estacionária era apenas o de Classe A, um cenário muito diferente do apresentado no primeiro momento nas Figuras 105 e

88 CAPÍTULO 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES Figura Baias cobertas e sinalizadas com cartazes nas cores representativas para cada tipo de resíduo da Obra A Figura Caçamba com RCD depois da implantação do SGR, na obra A As Figuras 109 e 110 mostram a causa das variações ocorridas nas notas entre uma visita e a subseqüente. Nas baias há uma grande quantidade de material armazenado, aguardando recolhimento. Figura Baias devidamente sinalizadas para cada tipo de resíduo, na obra A. Figura Baia operando além da capacidade de armazenamento de resíduos, na obra A Obra B Todos os resíduos gerados na obra B eram depositados, antes da implantação do SGR, sem segregação na caçamba estacionária que era alocada fora do canteiro de obra, por problema de espaço físico, como mostra a Figura

89 CAPÍTULO 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES Figura Caçamba estacionária alocada fora do canteiro de obra, antes da implantação do SGR, na obra B. Após a implantação do SGR a empresa adotou as baias e os bags como dispositivos de acondicionamento final no canteiro de obra, além da caçamba estacionária, somente utilizada para os resíduos de Classe A. A Obra B foi a única empresa a optar pelo o uso de bags (Figura 110), devido à falta de espaço físico para a separação dos RCDs em baias. No entanto, os bags foram utilizados apenas para materiais leves: papel e plástico. Figura Utilização de bags para acondicionar resíduo de papel e plástico no canteiro de obra B, após implantação do SGR. Seguindo as recomendações dadas, a empresa colocou a caçamba estacionária para dentro do canteiro de obra, evitando o uso indevido pelos vizinhos do empreendimento para deposição de resíduos domiciliares dentro da mesma, prática essa bastante comum, que torna o resíduo de Classe A contaminado (Figura 111). 88

90 CAPÍTULO 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES A obra B também obteve variações nas notas devido ao preenchimento das baias acima de sua capacidade de armazenamento, chegando a espalhar resíduos no seu entorno e/ou dentro das outras baias vizinhas (Figura 112). Apesar de todo o empenho da equipe gerencial deste canteiro, houve muita dificuldade em encontrar destinação adequada para resolver o problema de fluxo dos materiais recicláveis, a demora no recolhimento ocasionou o acúmulo de material. Figura Alocação da caçamba dentro do canteiro de obra B, após implantação do SGR Figura Detalhe da baia com capacidade esgotada para o volume de resíduo na obra B Obra C Na obra C, como nas apresentadas anteriormente, todo o resíduo produzido na obra era depositado juntamente na caçamba estacionária, como mostra a Figura 113. Em um segundo momento, a empresa obteve um desempenho melhor, porém os resíduos de outras classes ainda chegavam à caçamba em pequenas quantidades, decorrentes da varrição dos pavimentos (Figura 114). 89

91 CAPÍTULO 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES Figura Caçamba contendo RCD sem segregação, antes da implantação do SGR, na obra C Figura Caçamba com pequenas quantidades de resíduos de outra classe, depois da implantação do SGR na obra C A Figura 115 mostra as baias construídas pela empresa, valorizando o recurso das cores por tipo de resíduo para facilitar a memorização dos trabalhadores, proporcionando uma boa aparência do local, demonstrando o engajamento da construtora em relação ao cumprimento do programa piloto. Figura Baias cobertas destinadas aos resíduos de Classe B, conforme SGR, na obra C. A Figura 116 apresenta a baia para os resíduos de gesso devidamente coberta e sinalizada, com maior proteção ao acondicionamento desse tipo de resíduo. 90

92 CAPÍTULO 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES Figura Baia para acondicionamento do resíduo de gesso, conforme SGR, na obra C. IV Obra D A obra D obteve resultados bastante positivos em relação à segregação do RCD, como um todo. A empresa já realizava reciclagem do resíduo de Classe A dentro dos serviços da obra, tendo na segregação inicial dos RCDs importante contribuição neste processo de reciclagem. Na Figura 117 pode-se ver a forma como eram armazenados os resíduos de classe A, e na Figura 118 as baias, devidamente sinalizadas e cobertas, destinadas ao armazenamento de materiais recicláveis. Figura Armazenamento do RCDs de Classe A para reciclagem na obra D Figura Baias destinadas ao armazenamento de materiais recicláveis da Obra D Obra E A equipe da Obra E construiu todos os dispositivos de acondicionamento final descritos no projeto de Gerenciamento de Resíduos, com exceção da baia para resíduo de plástico, pois foram utilizados tonéis por opção da empresa, conforme ilustrado na Figura 119. A baia para 91

93 CAPÍTULO 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES resíduo de gesso foi construída em área coberta, atendendo as exigências (Figura 120). As baias para os outros resíduos foram construídas em outra localização do canteiro de obra, sendo que apenas a baia para resíduo de papel foi coberta (Figura 121). Figura Tonéis para armazenamento de resíduo de plástico no canteiro de obra E Figura Baia para acondicionamento do resíduo de gesso da Obra E A empresa não utilizava caçambas estacionárias para os resíduos de Classe A, pois os mesmos eram reutilizados como aterro no próprio canteiro de obra. Um dos benefícios para empresa após a implantação do SGR foi a melhoria na qualidade do material que passou a usar como aterro, pois antes o material utilizado possuía uma grande quantidade de outros resíduos, como mostra a Figura 122. Figura Baias para acondicionamento de resíduos recicláveis na Obra E Figura Reutilização de resíduo de Classe A, para serviço de aterro no canteiro de obra E, antes da implantação do SGR 92

94 CAPÍTULO 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES Obra F As baias da obra F, vistas na Figura 123, foram utilizadas para armazenamento de material da obra, não por falta de espaço, mas por descaso em relação ao programa piloto de GR por parte da equipe gerencial. Na comparação entre as imagens vistas na Figura 124 (antes da implantação do SGR) e na Figura 125 (depois da implantação do SGR), pode-se observar que não houve esforço para a mudança das práticas no canteiro de obra F, ou seja, a quantidade de resíduos recicláveis no interior das caçambas é grande nos dois casos. Portanto, a implantação do SGR não modificou em nada a rotina deste canteiro de obras. Figura Baias utilizadas para armazenamento de materiais de construção, na obra F Figura Caçamba estacionária antes da implantação do SGR, na obra F. Figura Caçamba estacionária após implantação do SGR, na obra F. 93

95 CAPÍTULO 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES Obra G A obra G, apesar do espaço limitado no canteiro de obra, procurou realizar a segregação da melhor forma, construindo baias e explorando bem os recursos de cores por tipos de resíduos (Figura 126). Essa estratégia tem sido importante para ajudar os funcionários na separação correta dos resíduos nas respectivas baias e também tem sido utilizada como marketing ecológico para a empresa. Figura Baias com cores diferentes para cada tipo de resíduo, dentro do canteiro de obra G Na Figura 127 pode-se observar que apesar do esforço da equipe em separar o resíduo desde a fonte geradora (local onde o serviço foi realizado), a falta de espaço no interior do canteiro de obra acabou levando a situação em que a caçamba fica instalada no exterior do canteiro, ou seja, na rua junto à calçada. Esse fato, além de ser uma situação irregular frente ao código de postura municipal, propicia uma contaminação dos RCDs, pela utilização da mesma caçamba como depósito para os resíduos orgânicos, de forma clandestina pelos vizinhos ao empreendimento e transeuntes. Neste caso, todo o trabalho implementado para a gestão diferenciada dos resíduos de construção dentro do canteiro de obra é desperdiçado, tornando inviável o material potencialmente reciclável armazenado na caçamba. 94

96 CAPÍTULO 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES Figura Caçamba colocada no exterior do canteiro de obra G, com RCD contaminado com resíduo orgânico Destinação Compromissada dos RCDs na saída do canteiro de obra No Figura 128 observa-se que a maioria das empresas teve oscilações nas notas ao longo do período de monitoramento, devido a dois principais motivos: a escassez de empresas licenciadas junto ao órgão ambiental e o não preenchimento, ou mesmo o preenchimento inadequado do CTR Controle de Transporte de Resíduos. Este último atribui-se à cultura de não seguir procedimentos de documentação para os fluxos de RCD, apesar de todas as empresas terem certificação de qualidade, o que exige uma padronização e documentação dos processos. DESTINAÇÃO COMPROMISSADA 10,0 Notas 9,0 8,0 7,0 6,0 5,0 Obra A Obra B Obra C Obra D Obra E Obra F Obra G 4,0 1ª Visita 2ª Visita 3ª Visita 4ª Visita 5ª Visita 6ª Visita 7ª Visita Visitas Mensais Figura Avaliação da destinação dos RCDs na saída do canteiro de obra. 95

97 CAPÍTULO 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES Na região da grande Recife/PE existem poucas empresas cadastradas, no órgão ambiental CPRH, autorizadas para o transporte de resíduos recicláveis. Tal fato dificulta o transporte e a destinação adequada dos RCDs gerados pelas construtoras em suas obras. Em virtude da demora no recolhimento dos resíduos e por falta de espaço no canteiro para armazená-los, os RCDs foram muitas vezes entregues aos catadores não licenciados, embora, mesmo nesses casos, o CTR tenha sido emitido. Esta prática, apesar de não ser legalizada, cumpre de certa forma o papel social da empresa, contribuindo para os rendimentos dos catadores de rua. A Figura 128 mostra o modelo de CTR adotado pelas empresas, onde se pode ver que existem as identificações do empreendimento e do coletor dos RCDs, além de constar a quantidade e os tipos dos resíduos recolhidos, a data e a hora da coleta e a assinatura do coletor. Figura Modelo do Controle de Transporte de Resíduos adotado nas obras fonte Obra Limpa 96

98 CAPÍTULO 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES No que se refere aos resíduos de classe A, a grande dificuldade encontrada foi o seu encaminhamento para o Aterro da Muribeca, único local público licenciado atualmente para recebimento deste tipo de resíduo, desde que transportados por empresas licenciadas. As empresas construtoras, procurando garantir que seus resíduos de Classe A tivessem destino adequado, o que caracteriza destinação compromissada, passaram a exigir comprovante emitido na entrada do Aterro da cidade, ao receber o resíduo. A partir desta prática, as empresas coletoras começaram a cobrar um valor mais alto pelas caçambas retiradas das obras e que seriam destinadas ao Aterro da Muribeca. A Figura 130 mostra o tipo de comprovante emitido pelo Aterro da Muribeca com a classificação dos resíduos recebidos. Figura Comprovante emitido na entrada (balança) do Aterro da Muribeca Recife/PE. Algumas obras tiveram soluções criativas e sustentáveis para seus resíduos dentro do canteiro de obra. A Obra B reutilizava parte dos resíduos de gesso como agregado para reaplicação deste material no revestimento de paredes. Isto era feito através da trituração deste material com a máquina apresentada na Figura 131. Além disto, reutilizava os resíduos de classe A para aterramento de algumas áreas na obra, como mostra a Figura

99 CAPÍTULO 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES Figura Máquina utilizada para triturar o resíduo de gesso na obra B Figura Reutilização de parte do resíduos de Classe A em aterro de partes da obra B A obra D utilizava-se de um moinho para trituração dos resíduos de classe A, que eram reutilizados dentro da obra, principalmente para execução de serviços de contra piso. A Figura 133 mostra o moinho e a Figura 134 o produto gerado após moer o resíduo. Figura Moinho utilizado para triturar o resíduo de Classe A na obra D Figura Produto da moagem do resíduo de Classe A reutilizado na obra D A Figura 135 apresenta os resíduos de Classe A triturados e separados em porções conforme diferentes granulometrias. Utilizando-se do mesmo princípio de reaproveitamento de resíduos a empresa da obra D confeccionava com restos de gesso, tijolos mestres (guias de espessura, Figura 136) para revestimento das paredes. 98

100 CAPÍTULO 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES Figura Armazenamento do resíduo de Classe A separado em granulometrias diversas. Figura Bloco produzido com resíduo de gesso reciclado Avaliação de custo/benefício para a implantação do SGR. A estratégia utilizada para avaliar os custos e os benefícios da implantação do SGR no canteiro de obra foi realizar a quantificação dos resíduos de Classe B, considerando que, após a implantação do SGR, estes resíduos não ocuparam mais espaço na caçamba estacionária, utilizada para transporte de resíduos que eram retirados do canteiro de obra. Vale salientar que foram levados em consideração o custo dos treinamentos, o direito de uso do Sistema obra Limpa e a hora dos trabalhadores parados. Portanto, como uma análise simplificada, procurou-se quantificar a economia que a empresa (construtora) obteve com a menor utilização de caçambas, para retirar RCD do canteiro de obra. Os dados foram levantados a partir do CTR, embora se saiba que em alguns canteiros de obra havia o preenchimento do CTR de forma rotineira e em outros não. A seguir, utilizam-se dados de quatro canteiros de obra para exemplificar a avaliação custo/benefício da implantação do SGR. As empresas que preenchiam o CTR utilizavam duas unidades de medida de acordo como os resíduos Classe B eram vendidos ou doados, o volume(m3) ou o peso massa(kg). Para quantificar os resíduos que estavam em peso em volume, utilizou-se os índices de conversão utilizados no estudo de Pucci (2005), tal estudo quantificou os resíduos gerados em uma obra 99

101 CAPÍTULO 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES residencial multipavimentos, características semelhantes as obras deste estudo, que implantou o sistema Obra Limpa na cidade de São Paulo. Para se obter o volume, mutiplicou-se o índice de conversão do material pelo peso aferido em obra. A obra A de acordo com a quantificação levantada (Tabela 5) obteve uma geração de 39,84m 3 de resíduos de Classe B. Considerando que o custo para a empresa com a caçamba, com capacidade para 5m 3 de resíduos, é de R$70,00 (setenta reais) por caçamba, conclui-se que a economia da obra A, com a menor necessidade de caçambas, foi de R$ 557,76 (quinhentos e cinqüenta e sete reais e setenta e seis centavos). Como a obra A investiu apenas R$692,30 (seiscentos e noventa e dois reais e trinta centavos) para implantar o SGR em sete meses, verifica-se que o investimento é praticamente compensado, levando em conta apenas a análise com o tratamento dado aos resíduos de Classe B. Tabela 5 - Quantificação dos Resíduos de Classe B na Obra A Volume (m 3 ) OBRA A Resíduos de Classe Peso kg Volume m 3 Índices de B conversão kg/m 3 Papel ,5 1 9,68 Madeira 51, ,15 Metal ,5 1 - Plástico Total 39,84 FONTE: Pucci (2006) 1 Seguindo o mesmo procedimento para a Obra B, verificou-se que o volume aferido de resíduos de classe B foi de 130m 3 (Tabela 6). Isso representou uma economia com as caçambas para retirada de resíduos do canteiro de obra da ordem de R$1.825,18 (hum mil, oitocentos e vinte e cinco reais e dezoito centavos) em seis meses do SGR, cujo custo de implantação foi de apenas R$ 605,00 (seiscentos e cinco reais). Esta obra incorporou o preenchimento do CTR como rotina, o que permitiu um levantamento mais preciso dos resíduos de Classe B. 100

102 CAPÍTULO 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES Resíduos de Classe B Tabela 6 - Quantificação dos Resíduos de Classe B na Obra B volume (m 3 ) OBRA B Peso kg Volume m 3 Índices de conversão kg/m 3 Papel - 32,67 47,5 1 32,67 Madeira - 95, ,63 Metal ,5 1 - Plástico - 2, ,07 Gesso Manta asfáltica - 0, Total 130,37 FONTE: Pucci (2006) 1 Para a obra C o volume de resíduos de Classe B medidos foi de 45,65 m 3 (Tabela 7), sendo a economia com as caçambas de R$ 639,00, em cinco meses do SGR. O custo com a implantação do SGR neste canteiro de obra foi de R$ 683,60. Tabela 7 - Quantificação dos Resíduos de Classe B na Obra C OBRA C Resíduos de Classe B Peso kg Volume m 3 Índices de conversão kg/m 3 volume m 3 Papel ,5 1 16,84 Madeira , ,64 Metal ,5 1 0,17 Plástico ,00 Total 45,65 FONTE: Pucci (2006) 1 Na Obra D foi investido cerca de R$ 313,00, em cinco meses de implantação do SGR e obteve-se uma economia com as caçambas para retirada dos resíduos de Classe B de cerca de R$ 193,06. A obra D fazia a quantificação dos resíduos de forma razoável, porém o quantitativo de resíduos de Classe B foi apenas de 13,79m 3, conforme Tabela 8. Tabela 8 - Quantificação dos Resíduos de Classe B na Obra D OBRA D Resíduos de Classe B Peso kg Volume m 3 Índices de conversão kg/m 3 volume m 3 Papel 644,2-47,5 1 13,56 Madeira Metal ,5 1 0,23 Plástico Gesso Manta asfaltica - - 0,72 0 Total 13,79 FONTE: Pucci (2006) 1 101

103 CAPÍTULO 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES Considerando-se o ritmo lento das obras e fazendo-se uma projeção para a geração desse tipo de resíduo nos meses seguintes da obra D, deduz-se que o valor investido no SGR seria recuperado em 8 meses. A obra E realizava um rígido controle da saída dos resíduos de Classe B (Tabela 9). O valor investido para implantação do SGR foi de cerca de R$ 459,10, que foi recuperado totalmente em pouco mais de dois meses. O valor economizado foi de R$ 1.402,38 em sete meses de obra. Tabela 9 - Quantificação dos Resíduos de Classe B na Obra E OBRA E Resíduos de Classe B Peso kg Volume m 3 Índices de conversão kg/m 3 volume m 3 Papel ,5 1 45,21 Madeira 9, Metal ,5 1 0,02 Plástico 12 0, ,76 Gesso ,00 44,46 Manta asfaltica - 0,72-0,72 Total 100,17 FONTE: Pucci (2006) Indicadores de Geração de Resíduos - IGR Demolição Para determinação do indicador de geração de resíduos de demolição foi analisada a demolição de três casas. Inicialmente, em visita ao local, se levantou a área a ser demolida e durante a demolição apropriou-se o volume gerado, através da contagem dos caminhões que saíram do canteiro de obra e medição dos volumes transportados por caminhão. De posse dessas informações, juntamente com a área da casa demolida, foi calculado o indicador de geração de resíduos de demolição por área dividindo-se o peso total dos resíduos transportados pela área das edificações demolidas, conforme a fórmula: 102

104 CAPÍTULO 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES IDEMV = R Ac Onde: IDEMV indicador de geração de resíduos de demolição por área (m 3 / m 2 ) R peso total dos resíduos transportados (kg) Ac área de construção das edificações demolidas (m 2 ) Para o cálculo do indicador de geração em peso, foi considerado um peso específico aparente para o resíduo transportado igual a kg/m 3 : IDEMP = IDEMV 1400 Onde: IDEMP Indicador de geração de resíduos de demolição por área (kg/m 2 ) De acordo com o levantamento, as duas casas demolidas tinham uma área total de 1.017,89 m 2, sendo que foi gerado um volume total de resíduos em torno de 650 m 3. Dessa forma, o IDEMV índice de geração de resíduos de demolição por área, obtido foi de 0,64 m 3 /m 2 de área demolida. Isso corresponde a um IDEMP de 894 kg/m 2 de área demolida. Para a terceira edificação foi efetuado o mesmo procedimento de aferição, levantamento e cálculos. A área total da edificação demolida era de m 2, e o volume total de resíduos aferido foi 830 m 3. Neste caso, tem-se um indicador de geração de resíduos de demolição por área de 0,657 m 3 /m 2 de área demolida. Isso corresponde a um IDEMP de 920 kg/m 2 de área demolida. Dessa forma, calculando-se a média dos dois cálculos de IDEMP, aqui exemplificados, obtêm-se um valor de 907 kg/m 2 de resíduo por área demolida. Tabela 10 - IDEMP Médio das Obras Demolidas Referência da Obra IDEMP (kg/m 2 ) 1 e Média

105 CAPÍTULO 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES Alvenaria Inicialmente determinou-se o tipo de tijolo que seria estudado, sendo o escolhido aquele que é o mais utilizado pelas construtoras recifenses: o tijolo cerâmico de oito furos e dimensões 9 cm x 19 cm x 19 cm. As obras escolhidas eram de empreendimentos residenciais tipo multipiso. As características das técnicas construtivas adotadas estão expostas na Tabela 10. Tabela 11 - Quadro de Caracterização do Processo Construtivo das obras avaliadas Característica Referência da Obra Processo Construtivo Número de Tijolos (Lote marcado) Tempo de Observação (semanas) Tipo de Fornecimento Paletizado Granel Granel Granel Granel Granel Projeto de Paginação Não Não Não Não Sim Não As Tabelas 11 a 16 apresentam os resultados obtidos nas Obras 1, 2, 3, 4, 5 e 6, respectivamente, para o período de monitoramento que foi de quatro semanas. Observa-se que o valor do IGR variou entre 0,8% e 25,8%, dependendo da semana e da obra. Os resultados mostram uma grande dispersão, que pode ser relacionada aos procedimentos de assentamento de tijolos e à mão-de-obra envolvida em cada caso. Tabela 12 - Índice de Perdas de Tijolos IPT, na Obra 1 Período N1 N2 IPT (%) 1ª semana ,3 2ª semana ,6 3ª semana ,8 4ª semana ,0 Média ,2 NT = 600 tijolos paletizados N1 = número de blocos marcados remanescentes no estoque em cada pavimento N2 = número de blocos marcados assentes na alvenaria executada naquele pavimento 104

106 CAPÍTULO 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES Tabela 13 - Índice de Perdas de Tijolos Obra 2 Período N1 N2 IPT (%) 1ª semana ,8 2ª semana ,6 3ª semana ,6 4ª semana ,2 Média ,1 NT = 500 tijolos a granel Tabela 14 - Índice de Perdas de Tijolos Obra 3 Período N1 N2 IPT (%) 1ª semana ,4 2ª semana ,8 3ª semana ,6 Média ,6 NT = 500 tijolos a granel Tabela 15 - Índice de Perdas de Tijolos Obra 4 Período N1 N2 IPT (%) 1ª semana ,1 2ª semana ,6 3ª semana ,0 4ª semana ,6 Média ,3 NT = 500 tijolos a granel Tabela 16 - Índice de Perdas de Tijolos Obra 5 Período N1 N2 IPT (%) 1ª semana ,6 2ª semana ,0 3ª semana ,2 4ª semana ,0 média ,0 NT = 500 tijolos paletizados Tabela 17 - Índice de Perdas de Tijolos Obra 6 Período N1 N2 IPT (%) 1ª semana ,6 2ª semana ,0 3ª semana ,2 4ª semana ,8 Média ,7 NT = 500 tijolos a granel 105

107 CAPÍTULO 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES Referência da Obra Tabela 18 - IPT Médio das Obras Monitoradas IPT (%) 1 13,2 2 16,1 3 11,6 4 9,3 5 12,0 6 13,7 Média 12,7 Analisando a média da perda de tijolos de 12,7%, observou-se que, apesar da utilização das novas técnicas construtivas adotadas em algumas das construtoras pesquisadas, as construtoras recifenses possuem um índice maior que o estudo realizado por Souza (2005), cujo valor médio encontrado foi de 10%. Em relação aos números britânicos publicados em Skoyles (1976), de 8%, o indicador de geração de resíduo de Recife/PE apresentou-se 63% mais alto Acabamento A geração de resíduos dos diferentes materiais analisados neste item foi mensurada semanalmente, porém como cada obra possuía um ritmo de produção diferente, os cálculos foram feitos por cômodo e não por semanas Argamassa de Revestimento Interno O monitoramento de geração de resíduos no serviço de argamassa de revestimento interno foi feito em três canteiros de obras, aqui denominadas de obra 9, 10 e 11, respectivamente. A aferição dos índices foi feita em diferentes cômodos como mostram as Tabelas 18, 19 e 20. Vale salientar que a aplicação deste material nas obras 9 e 10 foi apenas em áreas molhadas 106

108 CAPÍTULO 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES (cozinhas, banheiros e varandas). Destaca-se também que a argamassa era preparada em pequenas quantidades e uma nova argamassa só era produzida quando acabava a primeira. Toda argamassa era utilizada até o término do serviço naquele período, além de haver proteções no piso (folha de zinco) para reaproveitamento do material que caia no chão. O índice utilizado como comparativo para este item foi o contido nos estudos de Skoyles (1976), pois este trata de perda em resíduos não incorporados na construção, ou seja, aqueles resíduos que saem da obra em forma de RCD. Na obra 9, segundo a Tabela 19, o índice encontrado foi 5,8%, estando esta obra apenas um pouco acima dos padrões internacionais, os quais no estudo de Skoyles(1976) são da ordem de 5%. Tabela 19 Índice de Perdas para Argamassa de Revestimento Obra 9 Período Cômodo Área (m 2 ) Resíduo (kg) IP1 (kg/m 2 ) IP2 (%) 1ª semana Cozinha 39, ,54 2,7 2ª semana Varanda 6, ,84 14,2 3ª semana Cozinha 39, ,56 2,8 4ª semana Cozinha 39,18 26,5 0,68 3,4 média ,15 5,8 Foi admitido um consumo médio de 1 saco de 20 kg/m 2 IP1 índice de perda em peso IP2 índice de perda relativo A obra 10 obteve um índice bastante similar à Obra 9(5,7%), obtendo uma diferença de apenas 0,1%. Ainda analisando a Tabela 20, constatou-se a perda em resíduo de 1,13 kg de argamassa pronta em resíduo a cada metro quadrado executado. Observa-se que o valor do IP1 variou entre 0,51 kg/m 2 e 2,84 kg/m 2 (ou IP2 de 2,6% a 14,2%), dependendo da semana e da obra. Os resultados mostram uma grande dispersão, que pode ser relacionada aos procedimentos de aplicação da argamassa na alvenaria. 107

109 CAPÍTULO 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES Tabela 20 - Índice de Perdas para Argamassa de Revestimento Obra 10 Período Cômodo Área (m 2 ) Resíduo (kg) IP1 (kg/m2) IP2 (%) 1ª semana Banheiro - suíte 15,72 8 0,51 2,6 2ª semana Cozinha 22, ,90 4,5 3ª semana Pavimento completo ,6 2,24 11,2 4ª semana Cozinha 22, ,85 4,3 média ,13 5,7 Foi admitido um consumo médio de 1 saco de 20 kg/m 2 A obra 11 utilizou argamassa de revestimento em todos os cômodos do apartamento (Tabela 21), não apenas em áreas molhadas como ocorreu nas obras 9 e 10. Observa-se que esta obra obteve o menor índice de perda dos três canteiros estudados, devido, possivelmente, à manutenção da mão-de-obra utilizada no período de avaliação. Tabela 21 - Índice de Perdas para Argamassa de Revestimento Obra 11 Período Cômodo Área (m 2 ) Resíduo (kg) IP1 (kg/m2) IP2 (%) 1ª semana Suíte ,7 0,72 3,6 Suíte master 19,5 21,4 0,91 4,6 Suíte 1 15,8 26,7 0,59 3,0 2ª semana Suíte ,2 0,28 1,4 3ª semana Sala de estar 2 31,9 0,06 0,3 Copa / Cozinha 3,5 19,2 0,18 0,9 4ª semana Sala de estar 2,2 43,7 0,05 0,2 Copa / Cozinha 12 61,1 0,19 1,0 média ,37 1,9 Foi admitido um consumo médio de 1 saco de 20 kg/m 2 A Tabela 22 apresenta os valores médios de IP1 e IP2 obtidos em cada obra. Para o universo das três obras monitoradas, tem-se um IP1 médio de 0,88 kg/m 2, que corresponde a uma perda percentual média de 4,5%, admitindo-se um consumo médio de 1 saco de 20kg/m

110 CAPÍTULO 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES Tabela 22 - IP1 e IP2 Médio das Obras Monitoradas Referência da Obra IP1 (kg/m 2 ) IP2 (%) 9 1,15 5,8 10 1,13 5,7 11 0,37 1,9 Média 0,88 4, Gesso Muitos dos canteiros de obras do Recife utilizam gesso para revestimento das paredes, substituindo a argamassa tradicional, em razão do baixo preço do gesso no mercado local. O serviço de gesso nas obras estudadas foi executado de forma terceirizada,ou seja, por empresas contratadas pelas construtoras. Estas empresas trabalham por produção, e como o gesso tem um baixo custo no mercado, elas preferem preparar uma grande quantidade de pasta de gesso para uma frente de trabalho, do que perder tempo preparando a pasta em pequenas porções, mesmo sabendo que haverá geração de muito resíduo desse produto. Este material, como se sabe normalmente endurece rápido e, portanto, estando em excesso para uma frente de trabalho, não pode mais ser utilizado tornando-se resíduo. Nos empreendimentos monitorados, a pasta de gesso foi utilizada não apenas no revestimento interno de paredes (exceto áreas molhadas), mas também no revestimento dos tetos (exceto áreas molhadas). Nas Tabelas 23, 24 e 25 são apresentados os resultados obtidos em vários pavimentos da Obra 17, e em diversos tipos de cômodos nas Obras 18 e 19, respectivamente. 109

111 CAPÍTULO 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES Pavimento Tabela 23 - Índice de Perdas de Gesso em Pasta Obra 17 Área (m 2 ) Resíduo (kg) IP1 (kg/m 2 ) 14º 782, ,82 13º 782, ,56 12º 782, ,42 11º 782, ,30 10º 782, ,78 9º 782, ,03 8º 782, ,59 7º 782, ,46 6º 782, ,59 5º 782, ,33 4º 782, ,33 3º 782, ,47 2º 782, ,19 1º 782, ,06 Média ,78 Tabela 24 - Índice de Perdas de Gesso em Pasta Obra 18 Cômodo Área (m 2 ) Resíduo (kg) IP1 (kg/m 2 ) Quarto 1 40, ,30 Quarto suíte 46, ,58 Quarto 1 40, ,29 Sala 87, ,75 Quarto 2 47, ,30 Quarto suíte 46, ,16 Quarto serviço 32, ,26 Quarto 1 40, ,29 Sala 87, ,75 Quarto 2 47, ,30 Quarto suíte 46, ,16 Quarto serviço 32, ,26 Aptos completos 513, ,86 Aptos completos 256, ,93 Aptos completos 192, ,58 Aptos completos 192, ,87 Aptos completos 384, ,81 Média ,20 110

112 CAPÍTULO 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES Tabela 25 - Índice de Perdas de Gesso em Pasta Obra 19 Cômodo Área (m 2 ) Resíduo (kg) IP1 (kg/m 2 ) Quarto simples 30, ,37 Quarto suíte 30,42 123,5 4,06 Sala 15, ,36 Corredor 2, ,96 Média ,94 A Tabela 26 apresenta os valores médios de IP1 obtidos em cada obra. Para o universo das três obras monitoradas, tem-se um IP1 médio de 5,97 kg/m 2. Se for admitido um consumo médio de 10 kg de gesso em pó por m 2 e um percentual de água incorporada ao resíduo do gesso de 21% (obtido em ensaios de laboratório), tem-se um índice médio de geração de resíduo de gesso em pó em peso de 38,7%. Apenas na Obra 17 foram geradas em torno de 52 toneladas de resíduos de gesso. Este número é preocupante, tendo em vista as restrições ambientais para a disposição de resíduos de gesso impostas pela Resolução n 307 do CONAMA. Tabela 26 - IP1 Médio das perdas de gesso em pasta nas Obras Monitoradas Referência da Obra IP1 (kg/m 2 ) 17 4, , ,94 média 5, Placas Cerâmicas Os índices de perdas de placas cerâmicas foram levantados em cinco canteiros de obras em Recife/PE. O monitoramento das perdas foi feito em cinco diferentes obras. Em cada obra eram monitorados diferentes cômodos, como mostram as Tabelas de 26 a 30 para as Obras 12 a 16, respectivamente. Apesar de estarem sendo usadas cerâmicas no mesmo padrão 31 cm x 111

113 CAPÍTULO 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES 31 cm, as placas apresentavam variações de peso de uma obra para outra. Portanto, foi admitido para cada canteiro um consumo médio de cerâmica em peso por metro quadrado. As Tabelas de 26 a 30 mostram as medições feitas nas cinco obras e seus respectivos índices de perdas em peso e em percentual. Tabela 27 - Índice de Perdas de Placas Cerâmicas Obra 12 Cômodo Área (m 2 ) Resíduo (kg) IP1 (kg/m 2 ) IP2 (%) Quarto 1 9, ,02 6,8 varanda 10,02 5 0,50 3,3 média ,76 5,1 Foi admitido um consumo médio de 14,9 kg de placa/m 2 Tabela 28 - Índice de Perdas de Placas Cerâmicas Obra 13 Cômodo Área (m2) Resíduo (kg) IP1 (kg / m2) IP2 (%) Quarto 1 10,82 5 0,46 3,4 Quarto 2 8,98 2 0,22 1,6 média ,34 2,5 Foi admitido um consumo médio de 13,5 kg de placa / m 2 Tabela 29 - Índice de Perdas de Placas Cerâmicas Obra 14 Cômodo Área (m2) Resíduo (kg) IP1 (kg / m2) IP2 (%) Quarto 1 7,42 2,2 0,30 2,0 Quarto 2 7,80 6,6 0,85 5,7 Sala 20,56 6,5 0,32 2,1 WC social 2,7 1,5 0,56 3,7 Cozinha 13,56 4,6 0,34 2,2 Quarto 1 7,42 5,7 0,77 5,2 Quarto 2 7,8 4,6 0,59 4,0 Sala 20,56 8,5 0,41 2,8 WC social 2,7 2,5 0,93 6,2 Cozinha 13,56 13,8 1,02 6,8 Quarto 1 7,42 9,0 1,21 8,1 Quarto 2 7,8 8,9 1,14 7,7 Sala 20,56 9,1 0,44 3,0 WC social 2,7 6,7 2,48 16,6 Cozinha 13,56 19,2 1,42 9,5 média ,85 5,7 Foi admitido um consumo médio de 14,9 kg de placa / m 2 112

114 CAPÍTULO 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES Tabela 30 - Índice de Perdas de Placas Cerâmicas Obra 15 Cômodo Área (m2) Resíduo (kg) IP1 (kg / m2) IP2 (%) apartamento ,4 2,00 12,5 média ,00 12,5 Foi admitido um consumo médio de 15,9 kg de placa / m 2 Tabela 31 - Índice de Perdas de Placas Cerâmicas Obra 16 Cômodo Área (m2) Resíduo (kg) IP1 (kg / m2) IP2 (%) Quarto Suíte 9,9 2 0,20 1,4 Quarto 1 8,5 4 0,47 3,3 Sala 27,1 5 0,18 1,3 Cozinha / Serviço 13,6 15 1,10 7,6 WC Serviço 1,9 8 4,21 29,0 Quarto Serviço 4,8 1 0,21 1,4 Sala 27,1 21 0,77 5,3 Apt Completo 81,8 18 0,22 1,5 Apt Completo 81,8 12 0,15 1,0 Apt Completo 81,8 40 0,49 3,4 Apt Completo 81,8 51 0,62 4,3 Quarto 1 8,5 3 0,35 2,4 Sala 27,1 5 0,18 1,3 Quarto Serviço 4,8 1 0,21 1,4 Apt Completo 81,8 31 0,38 2,6 Sala 27,1 11 0,41 2,8 Quarto Suíte 9,9 0,5 0,05 0,4 Quarto 1 8,5 0,5 0,06 0,4 Quarto 2 10,0 1 0,10 0,7 Sala 27,1 6 0,22 1,5 média ,53 3,6 Foi admitido um consumo médio de 14,5 kg de placa / m 2 Observa-se que o valor do IP1 variou entre 0,34 a 2,0 kg/m 2 (ou IP2 de 2,5% a 12,5%), dependendo da semana e da obra. Os resultados mostram uma grande dispersão, que deve estar relacionada aos procedimentos de assentamento da placa cerâmica. A Tabela 32 apresenta os valores médios de IP1 e IP2 obtidos em cada obra. Para o universo das seis obras monitoradas, tem-se um IP1 médio de 0,90 kg/m 2, que corresponde a uma perda percentual de 5,9% (IP2). Fazendo um comparativo com índices para cerâmica de 113

115 CAPÍTULO 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES Skoyles (1976), que é de 3%, o índice levantado neste trabalho (Recife/PE) é praticamente o dobro. Tabela 32 - IP1 e IP2 Médio das Obras Monitoradas Referência da Obra IP1 (kg/m 2 ) IP2 (%) 12 0,76 5,1 13 0,34 2,5 14 0,85 5,7 15 2,00 12,5 16 0,53 3,6 média 0,90 5,9 114

116 CAPÍTULO 5 CONCLUSÕES CAPÍTULO 5 - CONCLUSÕES Considerando-se o campo de amostra do presente trabalho, ou seja, os sete canteiros de obra onde foi implantado o Sistema de Gerenciamento de Resíduos SGR, observa-se um resultado final positivo, tendo em conta o índice de adesão de 86% das construtoras com participação compromissada com a Resolução nº 307 CONAMA e a Lei Municipal /2005. Os canteiros de obras que obtiveram os melhores resultados foram aqueles, cuja equipe empenhou-se em realmente seguir os requisitos e exigências do SGR proposto. A prática de limpeza da área onde acabara de ser executado determinado serviço pelo trabalhador acabou sendo incorporada na maioria dos canteiros de obra monitorados, na medida em que se percebeu, nessa prática, importância em relaçãoà boa aparência da obra. Esta prática de limpeza imediata também facilitou identificar, na seqüência de execução de serviços no canteiro de obra, a geração excessiva e localizada desses resíduos, numa situação mais visível, tendo em vista que os resíduos de serviços anteriores passaram a ser rapidamente retirados do local. Em relação ao acondicionamento inicial a maioria das obras conseguiu realizar de forma satisfatória apresentando falhas apenas pontuais, causadas, entre outros fatores, por falta de atenção, descuido ou mesmo analfabetismo dos trabalhadores, que prejudicou a leitura da sinalização incorporada ao canteiro de obra. O acondicionamento final nas baias mostrou-se eficaz, embora tenham ocorrido problemas de fluxo dos materiais recicláveis (resíduos de Classe B ) do canteiro de obra para o mercado, bem como, tenha tido dificuldade para uma logística de transporte destes materiais na saída do canteiro de obra. Esse fato acabou provocando a acumulação desses resíduos num volume 115

117 CAPÍTULO V CONCLUSÕES acima da capacidade de armazenamento das baias destinadas ao acondicionamento final (na verdade, temporário) no canteiro de obra. O maior problema encontrado por este estudo foi a destinação adequada ou compromissada dos RCDs. O resíduo de Classe B, por exemplo, não possui mercado formal consolidado, logo a sua coleta é, geralmente, feita de maneira informal por catadores de rua. Essa prática, pelo fato de o registro de saída do RCD do canteiro de obra não ter valor legal, caracteriza um ciclo incompleto, pois a construtora não tem garantias de que o resíduo retirado da sua obra irá realmente para a reciclagem. As caçambas estacionárias passaram a ser o melhor local para a avaliação do item segregação dos RCDs como um todo, pois se houvesse algum resíduo que não correspondesse ao da Classe A, ter-se-ia a indicação de que em algum ponto do sistema estava havendo falha na segregação dos resíduos. As vigilâncias e a inspeções a cada 30 dias mostraram-se suficientes no período executado. Apesar de instruir constantemente as construtoras sobre a importância em manterem os registros da saída dos resíduos, através do preenchimento do Controle de Transporte de Resíduos - CTR, esta ação era feita de forma muito precária por algumas construtoras, fosse por esquecimento ou por não estabelecer uma rotina. Os melhores resultados da implantação do SGR puderam ser mensurados, justamente, naquelas obras onde os controles de saída dos resíduos foram feitos de forma rotineira. Através da análise do custo/beneficio da implantação do SGR nos canteiros de obra pode-se constatar que, em geral, durante os meses de implantação e monitoramento os custos iniciais devido à implantação do SGR foram compensados financeiramente, por exemplo, pela economia no número de caçambas contratadas na obra. Algumas obras avaliadas superaram, em poucos meses, até 3 vezes o valor investido na implantação do SGR. 116

118 CAPÍTULO V CONCLUSÕES Com relação ao estudo de Indicadores de Geração de Resíduos-IGR, o valor obtido para o serviço de Demolição foi de 907 kg/m2. Para o serviço de assentamento de Alvenaria o IGR médio obtido foi de 12,7%. O IGR encontrado para os Itens de Acabamento estudados foram: 4,5% para Argamassa, 5,9% para Placas Cerâmicas e 47,2% para Gesso. Enfim, o estudo de Indicadores de Geração de Resíduos-IGR também foi bastante positivo, pois se espera ter contribuído para subsidiar a elaboração dos Planos de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil-PGRCC em Recife/PE, que é um dos objetivos deste trabalho. Sugestões para Trabalhos Futuros Avaliar a percepção e a continuidade dos Planos de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil implantados, conforme este estudo, em canteiros de obra; Estudar solução logística para os resíduos recicláveis Classe B gerados no setor da construção civil; Estudo sobre a destinação adequada e viável para os resíduos de gesso no Estado de Pernambuco; 117

119

120 CAPÍTULO 6 REFERÊNCIAS CAPÍTULO 6 - REFERÊNCIAS ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10004: resíduos sólidos classificação. Rio de Janeiro, CARNEIRO, Fabiana Padilha. Diagnóstico e Ações da Atual Situação dos Resíduos de Construção e Demolição na Cidade do Recife Dissertação (Mestrado) Universidade Federal da Paraíba. João Pessoa,2005. CARNEIRO,Fabiana Padilha; SOUZA, Paula Christyan de Medeiros; GUSMÃO, Alexandre Duarte;BARKOKÉBAS JÚNIOR, Béda; NASCIMENTO, Cristiane F. Análise dos Benefícios gerados pela implantação de um modelo de gestão de resíduos em canteiros de obras de construção civil na cidade do Recife. XI Encontro Nacional de Tecnologia no Ambiente Construído.2006,Florianópolis. CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE. Resolução n. 307 de 5 de julho de Estabelece diretrizes, critérios e procedimentos para a gestão dos resíduos da construção. Diário Oficial da República Federativa do Brasil. CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE. Resolução n. 348 de 16 de agosto de Altera a Resolução CONAMA no 307, de 5 de julho de 2002, incluindo o amianto na classe de resíduos perigosos.diário Oficial da República Federativa do Brasil. CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE. RESOLUÇÃO No 275 DE 25 DE ABRIL 2001 Código de cores para diferentes tipos de resíduos na coleta seletiva..diário Oficial da República Federativa do Brasil. GRIGOLI, A. S. Entulho da Obra Reciclagem e Consumo na Própria Obra que o Gerou. In: Entac2000, Modernidade e Sustentabilidade, VIII Encontro Nacional de tecnologia do Ambiente Construído (Anais), Salvador, 2000 PALIARI, José C. et al. Avaliação das perdas de concreto usinado nos canteiros de obras. In: ENCONTRO NACIONAL DE TECNOLOGIA DO AMBIENTE CONSTRUÍDO, 9., 2002, Foz do Iguaçu. Anais... São Paulo: ANTAC, CD-ROM. PINTO, T. P. Metodologia para a Gestão Diferenciada de Resíduos Sólidos da Construção Urbana p. Tese (Doutorado) Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (PCC). São Paulo, PINTO,T.P. Perdas de materiais em processos construtivos tradicionais. São Carlos, Universidade Federal de São Carlos/Departamento de Engenharia Civil,1989. Projeto WAMBUCO. Manual Europeu de resíduos da Construção de Edifícios

121 CAPÍTULO 6 REFERÊNCIAS PUCCI, Ricardo Basile. Logística de resíduos da construção civil atendendo a resolução CONAMA p Dissertação (Mestrado) - Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (PCC), São Paulo, SOILBELMAN, L. As perdas de materiais na construção de edificações: sua incidência e controle. Porto Alegre,1993.Dissertação (Mestrado) Curso de Pós-Graduação em Engenharia Civil, Universidade Federal do Rio Grande do Sul. SKOYLES, E.R. Material wasrage a misuse of resources. Building Research and Practice, jul./aug.,1976 SOUZA, Paula Christyan de Medeiros Souza;CARNEIRO, Fabiana Padilha; BARKOKÉBAS JÚNIOR, Béda; MONTEIRO, Eliana Cristina Barreto. Identificação da atual da situação ambiental dos resíduos de construção e demolição na Região Metropolitana do Recife. In: VI SEMINÁRIO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E A RECICLAGEM NA CONSTRUÇÃO CIVIL, 2003, São Paulo. SOUZA, Ubiraci Espinelli Lemes de. Perdas de materiais nos canteiros de obras :a queda do mito. Qualidade na construção, SOUZA,Ubiraci Espinelle Lemes de. Como reduzir Perdas nos canteiros - Manual de Gestão do Consumo de materiais de construção civil São Paulo,PINNI RECIFE. Decreto nº , 13 de novembro de Disponível em: Acesso em: 15 fev RECIFE. Lei nº , de 04 de janeiro de Estabelece as diretrizes e critérios para o Programa de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil. Disponível em: Acesso em: 15 jan VIANNA, Marcelo Drugg Barreto & VERONESE, Gilberto.Políticas Ambientais empresariais.revista de administração pública.rio de Janeiro,pp , jan./mar ZORDAN, Sérgio Eduardo. Fichas Técnicas - Entulho da industria da construção civil. São Paulo, maio Disponível em: < Acesso em: 24 nov

122 ANEXOS GESTÃO DE RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL EM CANTEIROS DE OBRAS DE EDIFICIOS MULTIPISO NA CIDADE DO RECIFE APÊNDICES 121

123 ANEXOS APÊNDICE I Obra A Levantamento de Informações 122

124 ANEXOS 123

125 ANEXOS APÊNDICE II Obra B Levantamento de Informações 124

126 ANEXOS 125

127 ANEXOS APÊNDICE III Obra C Levantamento de Informações 126

128 ANEXOS 127

129 ANEXOS APÊNDICE IV Obra D Levantamento de Informações 128

130 ANEXOS 129

131 ANEXOS APÊNDICE V Obra E Levantamento de Informações 130

132 ANEXOS 131

133 ANEXOS APÊNDICE VI Obra F Levantamento de Informações 132

134 ANEXOS 133

135 ANEXOS APÊNDICE VII Obra A - Planejamento 134

136 ANEXOS 135

137 ANEXOS APÊNDICE VII Obra B Planejamento 136

138 ANEXOS 137

139 ANEXOS APÊNDICE VIII Obra C Planejamento 138

140 ANEXOS 139

141 ANEXOS APÊNDICE IX Obra D Planejamento 140

142 ANEXOS 141

143 ANEXOS APÊNDICE X Obra E Planejamento 142

144 ANEXOS 143

145 ANEXOS APÊNDICE XI Obra F Planejamento 144

146 ANEXOS 145

147 ANEXOS APÊNDICE XII Obra G Planejamento 146

148 ANEXOS 147

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