Proposta técnica de Zonas de Protecção Especial no meio marinho a designar em Portugal continental Dezembro 2013, revisto Fevereiro 2014

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1 Proposta técnica de Zonas de Protecção Especial no meio marinho a designar em Portugal continental Dezembro 2013, revisto Fevereiro 2014 Índice 1. Enquadramento geral Espécies que ocorrem em Portugal Continental e responsabilidade de Portugal quanto à sua protecção Análise sobre a pertinência de identificar ZPE para as aves marinhas para as quais Portugal tem maior responsabilidade, considerando o nível de protecção providenciado pelas ZPE existentes A importância da costa continental para o pardela-balear Quando? Onde? Porquê? Articulação com as ZPE existentes A área de Aveiro/Cabo Carvoeiro e as actuais ZPE Ria de Aveiro e ZPE Ilhas Berlengas A área de Raso/Espichel e a actual ZPE Cabo Espichel A área de Sagres e a actual ZPE Costa Sudoeste Abundância de pardela-balear nas ZPE propostas Conclusões Anexo I resumo da bibliografia disponível sobre o pardela-balear Anexo II Metodologias Anexo II a) metodologia de análise dos dados de embarques com recurso à metodologia ESAS: modelos de probabilidade de ocorrência - Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves Anexo II b) metodologia de análise dos dados obtidos a partir de censos aéreos Sociedade Portuguesa de Vida Selvagem (elaborado para o MPAs_workshop_July 2013 ) Anexo II c) metodologia de análise dos dados com recurso ao algoritmo Zonation Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves, Setembro Anexo II d) metodologia de análise dos dados dos censos costeiros Anexo II e) metodologia de análise dos dados de embarques com recurso à metodologia ESAS: modelos de abundância -Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves

2 1. Enquadramento geral A presente proposta de Zonas de Protecção Especial (ZPE) 1 na costa continental portuguesa conclui o trabalho iniciado em 2004 com o projecto LIFE IBAs marinhas ( ), o qual resultou no alargamento da ZPE das Ilhas Berlengas e realçou a importância de outras áreas ao longo da costa centro. Entre 2004 e 2013 três projectos recolheram dados sobre a distribuição e abundância de aves marinhas, essencialmente no mar costeiro, mas também em offshore: LIFE IBAs Marinhas ( ), Interreg FAME - Future of the Atlantic Marine Environment ( ) e LIFE + MARPRO ( ), resultando numa série temporal de dados significativa e robusta. Enquanto parceiro no último projecto mencionado LIFE + MARPRO -, o ICNF tem sob sua responsabilidade a acção designada Proposta de áreas offshore Rede Natura 2000 e respectivos planos de gestão relativos às espécies associadas (acção A5, ). As espécies em causa incluem uma ave, a pardela-balear Puffinus mauretanicus, e dois cetáceos, o roaz Tursiops truncatus e o boto Phocoena phocoena. No entanto, a Directiva Aves prevê a protecção de todas as espécies do anexo 1 e espécies migradoras regulares, pelo que na presente proposta avaliou-se também a pertinência das ZPE para outras espécies relevantes. A proposta de ZPE aqui apresentada resulta do debate entre os parceiros havido em três workshops realizados em 19 Dezembro 2011, 22 e 23 Julho e 22 de Outubro 2013, com o objectivo de analisar os dados de aves marinhas e identificar possíveis zonas a designar como ZPE. Estes eventos contaram com representantes de todos os parceiros, com os elementos das equipas de investigação das universidades envolvidas e do consultor externo Martin Poot, Bureau Wadenburgh. A proposta de áreas a designar como ZPE reflecte assim a opinião técnica de todos os parceiros. Os dados aqui apresentados pertencem aos parceiros responsáveis pela sua obtenção nos diversos projectos, designadamente, à Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves, à Universidade de Aveiro, à Universidade do Minho, ao Instituto Português do Mar e da Atmosfera e à Sociedade Portuguesa de Vida Selvagem. Os técnicos do ICNF que estiveram presentes em, pelo menos, um dos workshops são: Manuela Nunes/DCNF-LVT, Cláudia Franco/ DCB, Marina Sequeira/ DGEFF, Lurdes Morais /RNB, Ivo Arriegas/DCB, Carlos Santos/RNLSAS, António Casanova/RNB, Maria Pitta/ DCB, Júlia Almeida/ DCB. 2. Espécies que ocorrem em Portugal Continental e responsabilidade de Portugal quanto à sua protecção. Na costa continental portuguesa ocorre um número considerável de espécies de aves marinhas, incluindo inúmeras com ocorrência irregular e rara. Cerca de três dezenas ocorrem de forma mais regular, a maioria das quais como invernante ou migradora de passagem, restringindo-se a nove as espécies reprodutoras. Na tabela 1 assinalam-se as espécies do Anexo I da Directiva Aves que 1 A Directiva Aves (79/409/CEE), e a Directiva Habitats (92/43/CEE), referem a necessidade de designar uma rede de áreas classificadas com o objectivo de assegurar a manutenção ou, se necessário, o restabelecimento, dos habitats e espécies definidos nos respectivos anexos (bem como das espécies de aves migradoras regulares) num estado de conservação favorável, na sua área de repartição natural. 2

3 aparecem na costa continental bem como as espécies migradoras de ocorrência comum, as quais requerem a designação de ZPE para a sua protecção. No âmbito da análise efectuada neste documento, considera-se que Portugal pode ter particular responsabilidade na protecção das espécies de aves do Anexo I ou migradoras: 1) que ocorrem exclusivamente em território continental, 2) para as quais uma percentagem significativa da população europeia ocorre em território continental, 3) cujo estatuto de ameaça assim o justifica (Criticamente ameaçada, Em perigo, Vulnerável). Foram assim usados critérios, (ver Tabela 1) para atestar essa responsabilidade de Portugal quanto à protecção de determinada espécie que ocorre no território continental, que estão associados ao facto de a mesma validar uma ou mais das seguintes condições em particular: a) ser nidificante regular, b) integrar o Anexo I da Directiva Aves ou ser migradora regular, c) o seu estatuto de ameaça nacional (LVVP), europeu ou global (BirdLife International 2004) ser elevado (LVVP e IUCN: Criticamente ameaçada, Em perigo, Vulnerável), d) a proporção da população europeia que ocorrerá em Portugal continental ser considerável (critério 1%) (BirdLife International 2004), e) a sua distribuição em Portugal ter significado na área de distribuição global (Cramp et al. 1983; del Hoyo 1992), f) ser uma espécie comum na ZEE contígua à costa continental portuguesa. Para espécies que tenham um estatuto de ameaça mais exigente mas que ocorrem em números baixos e de forma dispersa ao longo da ZEE considera-se que a responsabilidade de Portugal é baixa. Ressalva-se que o exercício efectuado na tabela 1, com um carácter relativamente genérico, apenas pretende dirigir o presente esforço de identificação de sítios importantes para as espécies que o justifiquem, não se pretendendo omitir a responsabilidade de Portugal relativamente à protecção das espécies do Anexo I e migradoras no meio marinho através de outras medidas de conservação. 3

4 Tabela 1 - Lista de espécies de aves marinhas ocorrentes de modo regular em Portugal continental, fenologia, estatuto de ameaça e responsabilidade de Portugal relativamente à sua protecção no meio marinho. A negrito estão assinaladas as espécies reprodutoras. Espécie Fenologia Anexo I Dir. Aves Estatutos de ameaça* Responsabilidade de Portugal relativa à protecção da espécie no meio marinho 1. Cagarra 2. Calonectris diomedea 3. Pardela-de-barrete Migrador passagem 4. Puffinus gravis 5. Pardela-preta Migrador passagem 6. P. griseus 7. Pardela-balear do Atlântico Invernante; 8. P. puffinus migrador passagem 9. Casquilho Migrador passagem 10. Oceanites oceanicus 11. Pardela-balear 12. P. mauretanicus 13. Alma-de-mestre 14. Hydrobates pelagicus 15. Painho-de-cauda forcada Oceanodroma leucorhoa 16. Roquinho 17. Oceanodroma castro 18. Alcatraz 19. Morus bassanus 20. Negrola 21. Melanitta nigra 22. Moleiro do Árctico Stercorarius pomarinus 23. Moleiro-pequeno Stercorarius parasiticus 24. Alcaide 25. Stercorarius skua 26. Gaivota-de-cabeça-preta Larus melanocephalus 27. Gaivota-pequena 28. Larus minutus 29. Gaivota de Sabine 30. Larus sabini Reprodutor LVVP: VU SPEC2 IUCN Europa: VU Invernante Migrador passagem Espécie prioritária para financiamen to LIFE SPEC 2 (localizado) LVVP: CR SPEC 1 em perigo crítico IUCN Europa: CR; IUCN global: CR Elevada; colónia da Berlenga e Farilhões de pequena dimensão (ca. 800 casais nidificantes; pop. total ca indivíduos) mas, sendo a única colónia nesta região NUTS, adquire importância regional Reduzida; espécie pouco comum Reduzida; espécie pouco comum Reduzida; espécie pouco comum Reduzida; espécie pouco comum; pontual e raramente, podem ser observados em grande número Elevada; espécie de ocorrência regular classificada como CR devido à redução dos efectivos nos últimos anos e ao reduzido número de indivíduos reprodutores. Parte significativa da população usa a costa continental como zona de invernada e zona de passagem para as zonas de invernada mais a norte e retorno às colónias. Média; espécie comum num curto período do ano Invernante SPEC 3 (localizado) Reduzida; espécie dispersa Reprodutor; LVVP: VU Elevada; colónia dos Farilhões de pequena dimensão invernante? SPEC 3 (raro) (ca. 250 indivíduos) mas, sendo a única nesta região NUTS, adquire importância regional Invernante; Migrador passagem Média; espécie abundante na costa continental, embora se desconheçam os seus efectivos, o que dificulta percepção sobre percentagem de população a usar a área e se a protecção da espécie é relevante no contexto europeu (população europeia nidificante estimada em aves). Invernante LVVP: EN Média. Espécie com concentrações localizadas entre Aveiro e Nazaré [média de 4600 ind. entre 1991 e 1999 (Rufino dados inéditos]; máximos em 1993 e 1994 de mais de aves); dados : ind. (Vingada dados inéditos) População invernante europeia estimada em mais de aves. Invernante; Reduzida; Migrador passagem espécie pouco comum Invernante; Reduzida; Migrador passagem espécie pouco comum no contexto europeu. Invernante; Média; Migrador passagem espécie pouco comum no contexto europeu. Invernante; Migrador passagem Invernante; Migrador passagem Migrador passagem Média; espécie abundante em certos pontos de costa (estimada em 6000 ind. no Raso e em ind a sul do cabo da Roca). População europeia grande, estável e distribuição muito alargada. SPEC 3 (deplected) Reduzida; espécie pouco comum Reduzida; espécie pouco comum 4

5 Espécie Fenologia Anexo I Dir. Aves 31. Guincho Reprodutor; 32. Larus ridibundus Invernante; Migrador passagem 33. Gaivota de Audouin 34. Larus audouinii 35. Famego 36. Larus canus 37. Gaivota-d asa-escura 38. Larus fuscus 39. Gaivota-de-patas-amarelas Larus michahellis 40. Gaivota-prateada 41. Larus argentatus 42. Gaivotão-real 43. Larus marinus 44. Gaivota-tridáctila 45. Rissa tridactyla 46. Garajau 47. Sterna sandvicensis 48. Gaivina-comum 49. Sterna hirundo 50. Airo 51. Uria aalge 52. Torda-mergulheira 53. Alca torda 54. Papagaio-do-mar 55. Fratercula arctica Reprodutor; Migrador passagem Espécie prioritária para financiamento LIFE Estatuto de ameaça* LVVP: VU SPEC 1 localizado; IUCN global: NT Responsabilidade de Portugal relativa à protecção da espécie no meio marinho Reduzida; população invernante comum em Portugal continental mas parece ser pouco relevante no contexto europeu (mais de de aves invernantes). Três casais nidificaram no estuário do Mondego desde Inverna essencialmente em estuários e zonas húmidas interiores. Média; 1 a 2 colónias de pequena dimensão no Algarve e pouco relevantes no contexto europeu, à semelhança da situação com a população migradora, mais representativa na costa algarvia. Invernante SPEC 2 (deplected) Reduzida; espécie pouco comum Reprodutor; LVVP Rep: VU Reduzida; Invernante LVVP Inv: LC população invernante abundante mas em número desconhecido em Portugal continental e eventualmente relevante no contexto europeu (mais de aves invernantes) no entanto a espécie não é alvo de preocupações de conservação a nível europeu. Reprodutor; Invernante Invernante? Invernante Invernante Invernante; Migrador passagem Reprodutor; Invernante; Migrador passagem Reprodutor; Invernante Invernante LVVP: NT SPEC 2 deplected Reduzida; espécie abundante na costa continental mas população europeia tem vindo a aumentar; não existem preocupações de conservação na Europa (mais de aves invernantes) Reduzida; espécie pouco comum Reduzida; espécie pouco comum Reduzida; espécie pouco comum a comum na costa continental mas parece pouco relevante no contexto europeu (mais de aves invernantes) Reduzida; espécie essencialmente migradora na costa continental sendo a população invernante relativamente comum em estuários e zonas húmidas costeiras, já protegidos. População invernante portuguesa parece ser pouco relevante no contexto europeu LVVP: EN Reduzida; espécie essencialmente migradora na costa continental. População invernante comum em Portugal continental mas em número desconhecido; parece ser pouco relevante no contexto europeu LVVP Rep: CR LVVP Inv: NT Elevada quanto a população reprodutora. Reduzida quanto à população invernante. Após a reprodução, é uma espécie essencialmente dispersiva. A população invernante parece ser pouco comum a comum e pouco relevante no contexto europeu Reduzida; população invernante pouco comum a comum em Portugal continental mas parece pouco relevante no contexto europeu Invernante SPEC 2 (deplected) Reduzida; espécie pouco comum * - Estatuto de ameaça baseado em LVVP, SPEC e estado de conservação (BirdLife International 2004); quando dentro de parêntesis significa que estatuto é provisório (BirdLife International 2004); IUCN global e adaptação IUCN à Europa (BirdLife International 2004). Categorias: CR criticamente em perigo; EN em perigo; VU - vulnerável; NT quase ameaçado. Desta análise resulta que Portugal tem particular responsabilidade de protecção das seguintes espécies nas áreas marinhas da sua distribuição, incluindo nalguns casos através da designação e gestão de ZPE: 5

6 Cagarra Pardela-balear Roquinho Alcatraz Gaivota-de-cabeça-preta Gaivota de Audouin Airo Negrola 3. Análise sobre a pertinência de identificar ZPE para as aves marinhas para as quais Portugal tem maior responsabilidade, considerando o nível de protecção providenciado pelas ZPE existentes A selecção de áreas importantes para protecção das aves do Anexo I da Directiva Aves e das espécies migradoras regulares requer logo à partida que estas se concentrem em determinadas áreas ou as usem de forma sistemática. No caso do meio marinho, em geral, estas áreas a existirem são consideravelmente mais extensas que as áreas em terra devido à maior dinâmica do meio oceanográfico e à dificuldade em associar à área as características de um habitat potencial para a espécie, como sucede no meio terrestre. A importância de uma área para as aves marinhas pode revelar-se de duas formas: a) uso da área num determinado momento ou período do ano por um elevado número de aves que é observado nesse momento, ou b) uso da área por um número elevado de aves, mas que não a usam ao mesmo tempo, fazendo no entanto um uso regular da mesma ao longo de um determinado período ou época do ano. Esta última situação decorre, por exemplo, das condições oceanográficas que favorecem a produtividade serem transientes ao longo do tempo e do espaço, não favorecendo porém concentrações elevadas de aves num determinado local. Assim, frequentemente, não é clara a relação das aves com as características oceanográficas e, por outro lado, o levantamento destas zonas potencialmente mais favoráveis, com base nessas características, é por vezes difícil, sem prejuízo das dificuldades inerentes à realização de censos no meio marinho, não só pela extensão geográfica, como pela logística associada. Para analisar a regularidade com que uma área é usada pelas aves, considerou-se como prérequisitos dois aspectos distintos: a) os dados foram recolhidos de modo a tornar possível uma análise coerente ao longo de uma série temporal e b) os dados permitem confirmar quais os períodos em que aves usam efectivamente a área, possibilitando a interpretação do significado ecológico desse uso, consideradas a biologia de reprodução, dieta, características biofísicas da área, fases do ciclo de vida com necessidades especiais, como por ex. a muda, entre outros aspectos. Um outro aspecto importante, após se identificar que uma determinada área contribui efectivamente para o ciclo de vida da espécie, é averiguar o quanto a sua designação como ZPE contribui para a efectiva protecção da espécie. Pelo acima exposto, torna-se pertinente avaliar a adequabilidade da abordagem de designação de áreas a cada uma das espécies para as quais Portugal tem particular responsabilidade na área de ZEE contígua ao continente, face à ecologia das espécies e aos dados actualmente existentes (Tabela 2). 6

7 Tabela 2 - Avaliação da adequabilidade da designação de áreas para a protecção das espécies de aves marinhas para as quais Portugal tem maior responsabilidade no contexto europeu, independentemente da extensão das áreas em causa. Espécie Cagarra Pardela-balear Roquinho Alcatraz Gaivota-de-cabeça-preta Gaivota de Audouin Airo Negrola Adequabilidade de designação de áreas para a protecção da espécie Adequado. A espécie usa uma área em torno do arquipélago das Berlengas de forma consistente durante o período reprodutor. É um migrador transequatorial. Adequado. A espécie usa a costa continental de forma consistente ao longo do ano, com maior preponderância na costa a norte de Lisboa. Mostra tendência para concentrar-se em algumas zonas muito alargadas da costa principalmente durante o período pós-reprodutor. Não adequado. Não foi possível identificar áreas de concentração para a espécie e desconhecem-se os movimentos ao longo do seu ciclo de vida. Os dados actuais sugerem ser uma espécie muito pouco comum na costa continental. Um indivíduo seguido com transmissor GLS passou a maior parte do tempo que esteve no mar ao largo da costa de Marrocos. Assim, a informação disponível não suporta a existência de áreas de concentração para a espécie. Adequado. Mas ocorre em toda a costa com pouco destaque de áreas de concentração, considerandose que beneficia da protecção das áreas designadas para outras espécies. Em aberto. A espécie parece ter tendência a concentrar-se na zona de Cascais e foz do Rio Mira durante a migração, para a qual existe alguma informação histórica junto à costa. No entanto, não se recolheu informação suficiente sobre os movimentos ao largo da costa onde as aves se poderão eventualmente concentrar. Não adequado. Informação disponível não suporta a existência de áreas de concentração para a espécie. Não adequado. Informação disponível não suporta a existência de áreas de concentração para a espécie. Adequado A espécie concentra-se numa área específica da faixa costeira, genericamente entre Aveiro e Nazaré, associada a fundos de areia de baixa profundidade onde se alimenta de bivalves. Em resumo, a aplicação de site approach considera-se adequada para as seguintes espécies: Cagarra Pardela-balear Alcatraz Negrola Torna-se então pertinente avaliar se a actual rede de ZPE é suficiente para atingir os objectivos de conservação destas quatro espécies. Nas Tabela 3 a) e b) faz-se um resumo dessa avaliação para as espécies nidificantes e para as espécies invernantes/migradoras, respectivamente. 7

8 Tabela 3 a) - Resumo do estatuto de protecção das áreas onde ocorrem espécies de aves marinhas nidificantes no território continental. Espécie nidificantes Protecção dos locais de nidificação Protecção das zonas de alimentação e descanso no mar 1. Cagarra A actual ZPE das Ilhas Berlengas protege a parte mais significativa da área marinha utilizada. 2. Roquinho As únicas colónias localizam-se no Avaliação não pertinente. 3. Airo arquipélago da Berlenga e estão integradas na ZPE Ilhas Berlengas e na RNB Sendo uma espécie costeira durante o período reprodutor, algumas áreas estarão pelo menos parcialmente abrangidas pela ZPE Ilhas Berlengas. Não existem áreas de protecção para a população invernante mas não parece concentrar-se. Avaliação não pertinente. 4. Gaivota de Audouin As únicas colónias estão integradas no PNRF e/ou RNSCMVRSA Avaliação não pertinente. Tabela 3 b) - Resumo do estatuto de protecção das áreas onde ocorrem espécies de aves marinhas invernantes ou migradoras na ZEE portuguesa. Espécie invernantes /migradoras Protecção das zonas de alimentação e descanso no mar 5. Pardela-balear Não protegida. Uma parte mínima da área utilizada está incluída nas actuais ZPE Aveiro e ZPE Berlengas. 6. Gaivota-de-cabeça-preta Parcialmente protegida pela área marinha do PNSACV (Mira); sem protecção na zona de Lisboa/Cascais. 7. Alcatraz Não protegida. 8. Negrola Protegida pela ZPE Ria Aveiro. Como conclusão: 1. Espécies do Anexo I e migradoras regulares para as quais a actual rede marinha de ZPE é suficiente para atingir os objectivos da sua conservação 2. Espécies do anexo I e migradoras regulares para as quais se poderá justificar o site approach mas a actual rede marinha de ZPE não é suficiente para atingir os objectivos da sua conservação 3. Espécies para as quais se poderia justificar o site approach (designação de ZPE) mas não há informação que permita identificar ZPE no meio marinho 4. Espécies para quais a informação existente indicia que não é técnica e cientificamente possível o site approach, nem o mesmo seria relevante para os objectivos da sua conservação Cagarra Negrola Alcatraz Pardela-balear Gaivota-de-cabeça-preta Roquinho Airo Gaivota de Audouin Pelo acima exposto as duas espécies para as quais se justifica a designação de novas ZPE são a pardela-balear e o alcatraz. Destas considerou-se que a pardela-balear, tendo em conta o seu estatuto de ameaça e a tendência para se concentrar ao longo da costa em determinados períodos do ano, deve liderar o processo de identificação de áreas a designar. No entanto, os dados de ocorrência de alcatraz foram também integrados na análise final de identificação das áreas de 8

9 concentração mais relevantes (ver passo 2 abaixo), de modo a que esta espécie fosse considerada na identificação dos locais a designar como ZPE. Adicionalmente, foram integrados também dados de ocorrência de cagarra, dada a relevância da nossa costa para a população da Ilha da Berlenga. Deste modo, embora a pardela-balear tenha o principal destaque, tentou-se manter uma abordagem multiespecífica. 4. A importância da costa continental para o pardela-balear A pardela-balear é uma espécie criticamente ameaçada (IUCN) com um declínio populacional relevante. A estimativa da população global mais recente aponta para aves, sendo a população reprodutora de apenas casais, restritos às ilhas Baleares Fora da época de reprodução, a espécie ocorre numa larga área ao longo das costas europeias (Figura 1). A pardela-balear nidifica nas ilhas Baleares, no Mediterrâneo, entre Outubro e final de Junho. Quando termina a época reprodutora a maior parte da população atravessa o estreito de Gibraltar em direcção ao Atlântico, em maior número a partir Maio. Parte destas aves passarão para o Golfo da Biscaia e mar do Norte, mas os dados mostram que muitas outras permanecem numa faixa relativamente próxima da nossa costa e usam activamente as nossas águas para se alimentar e descansar. Pode dizer-se que quase toda a população da espécie usa a nossa costa durante esta migração para norte e, posteriormente, na viagem de retorno às colónias, permanecendo uma parte significativa na nossa costa durante este período pós-reprodutor. Mas sabemos também, que a espécie é observada nos restantes meses do ano, mesmo durante a época reprodutora. A seguir às colónias de nidificação e respectiva área envolvente, a nossa costa continental será o segundo local mais importante para a espécie a nível global. Figura 1. Área de distribuição da pardela-balear. (Fonte: Arcos, J.M. (compiler) International species action plan for the Balearic shearwater, Puffinus mauretanicus. SEO/BirdLife & BirdLife International.? locais onde a ocorrência da espécie está pouco documentada) 9

10 4.1 Quando? Para responder a esta questão, começou-se por sistematizar a informação disponível sobre a ocorrência da espécie em águas portuguesas, recolhida em bibliografia e obtida durante os projectos mencionados. A tabela 4 resume os períodos em que as aves com diferente classe etária e capacidade reprodutora usam as nossas águas costeiras continentais. Entre Junho e Outubro é quando se espera observar mais aves na nossa costa, resultante da presença de aves reprodutoras e não reprodutoras, e portanto de uma grande parte da população global da espécie. Tabela 4. Ocorrência da pardela-balear na costa continental ao longo do ano. J F M A M J J A S O N D Costa atlântica Não reprodutores Reprodutores Reprodutores falhados Ilhas Baleares - nidificação (Fonte: Proceedings of the meeting concerning the most suitable areas for seabirds in the Portuguese mainland coast, 22nd and 23rd July 2013, IPIMAR). A Figura 2 mostra o Verão e o Outono como as estações do ano em que mais aves foram observadas por hora nos 11 pontos de amostragem realizados no âmbito dos censos costeiros (ver anexo II d) para aceder a metodologia), resultante da presença adicional das aves reprodutoras na costa atlântica. No entanto, a Primavera, e o Inverno em menor escala, são também relevantes mostrando que aves não reprodutoras permanecerão na nossa costa nesses períodos. É de relembrar aqui que a população não reprodutora ( aves) excede largamente a população reprodutora (c casais). Estes dados corroboram a importância da nossa costa quer para a população reprodutora, quer para a não reprodutora. Figura 2. Número médio de aves (pardela-balear) por hora observado no conjunto dos 11 pontos costeiros de amostragem em cada estação do ano. (Inverno: Janeiro a Março, Primavera: Abril a Junho, Verão: Julho a Setembro e Outono: Outubro a Dezembro) (Fonte dos dados: SPEA Programa RAM (Rede de observação de Aves e Mamíferos Marinhos) Oliveira et al., unpublished data.) 10

11 Em resumo, dos dados observados acima conjuntamente com informação obtida no LIFE IBAs marinhas espanhol 2, constata-se que: De Março a Junho: os reprodutores permanecem na costa de Espanha em torno das colónias e os não reprodutores em Portugal (em números elevados). De Junho a Outubro: os reprodutores deslocam-se para o Atlântico, as águas em torno das colónias ficam vazias. Uma grande percentagem de reprodutores permanecerá na costa portuguesa. Deixam de ser observadas aves no Golfo de Cádis neste período, sugerindo que grande parte das aves passaram para o Atlântico. De Outubro a Fevereiro: os reprodutores retornam à colónia de nidificação. Parte dos não reprodutores está também de volta às colónias donde saem na Primavera, mas muitas aves não reprodutoras permanecem no Atlântico. 4.2 Onde? A questão seguinte que se colocou foi que parte da costa continental seria mais usada de forma consistente, inter-anualmente e por um número significativo de aves, justificando-se a aplicação da abordagem de designação de ZPE (perspectiva site approach). Passo 1: Definiu-se quais as grandes áreas mais relevantes dentro da costa continental portuguesa. Em 2010, Guilford et al. (2012), marcaram 26 indivíduos reprodutores de pardela-balear nas ilhas Maiorca com GLM (transmissores). Os movimentos de todas as aves mostram claramente que áreaschave na costa de Portugal e de França são muito utilizadas por indivíduos reprodutores, durante uma parte do ano (Figura 3). A data de migração entre o local de nidificação e o Atlântico e seu retorno, (entre 31/05/10 e 11/07/2010 e 23/9/2010 e 03/11/2010, respectivamente), bem como a duração da migração, variaram muito. A migração no Atlântico durou cerca de 3 meses, sendo que os indivíduos cuja reprodução falhou despenderam mais tempo na migração. O destino da migração parece estar associado ao sexo dos indivíduos - as fêmeas distanciam-se mais da colónia e parecem despender mais tempo na migração. Após a reprodução, as aves migram para NE do Atlântico e zonas costeiras de Portugal onde passam cerca de ¼ do ano, a alimentar-se e a fazer a muda, pelo que uma grande percentagem da população mundial reprodutora desta espécie está dependente das actividades aí desenvolvidas. Os autores não adiantam qual é especificamente a área mais importante da costa portuguesa, mas a Figura 3 faz sobressair a costa centro e norte continental

12 Figura 3. Balearic shearwater movements at sea. The inset shows the 50% occupancy kernels for all birds of all valid locations through the entire annual cycle, with each individual coloured separately. The main figure shows the 50% occupancy kernels for all birds of locations between leaving and returning to the Mediterranean on migration, in the same colours. The coloured circles are spatial median positions for four birds that made a second trip into the Atlantic postmigration (same individual colours). These latter estimated positions are very approximate, and should not be taken to signify that birds are inland. The red symbol is the position of the breeding colony at Sa Cella cave on Mallorca. Fonte: Guilford T, Wynn R, McMinn M, Rodriguez A, Fayet A, et al. (2012) Geolocators Reveal Migration and Pre-Breeding Behaviour of the Critically Endangered Balearic Shearwater Puffinus mauretanicus. PLoS ONE 7(3): e doi: /journal.pone A maior importância dos troços centro e norte da costa continental é corroborada pelos dados do projecto MARPRO, quer obtidos pela observação de aves no mar com recurso à metodologia ESAS (Figura 4a), quer os resultantes dos censos aéreos (Figura 4b) (ver anexo II, II a), II b)para detalhes da metologia). 12

13 Figura 4 a) Probabilidade de ocorrência de pardela-balear baseada no modelo de distribuição MaxEnt com base em dados recolhidos em embarcações no período de (Figura 4 b). Probabilidade de ocorrência de pardela-balear baseada no modelo de distribuição MaxEnt com base em dados recolhidos em censos aéreos realizados em Setembro de 2011 e

14 Em conclusão: Os resultados de análise de concentrações (kernel) dos dados de seguimento por satélite põem em destaque toda a costa a norte do Cabo Espichel. Esta informação é corroborada pelas outras fontes de dados apresentadas nas Figuras 4 a) e b). Assim, desse ponto de vista o site-approach apenas faz sentido se se considerarem áreas muito extensas. No entanto, atendendo por um lado à necessidade de designação de ZPE por Portugal e por outro à previsível dificuldade de obter consenso por parte de todos os grupos de interesse sobre a gestão de uma área de ZPE tão extensa, optou-se pela identificação de subáreas mais significativas (hotspots), principalmente, para pardela-balear, na costa centro, norte e algarvia. Passo2: Assim, o passo seguinte foi a identificação de hotspots ao longo da costa continental. Para identificar as áreas mais significativas para pardela-balear na costa centro e norte, procedeu-se então ao ranking de áreas marinhas de acordo com a sua prioridade de conservação, utilizando um algoritmo (Zonation) que teve em conta todos os dados obtidos entre 2004 e 2013 pelos vários projectos já mencionados (metodologia no Anexo II c)). Esta análise integrou dados provenientes de 3 metodologias de amostragem distintas: 1- censos em embarcações; 2 - censos costeiros e 3 -censos aéreos. Mais concretamente, contou com modelos de probabilidade de ocorrência por estação do ano para as metodologias 1 e 3 e com dados de abundância relativa sazonal para a metodologia 2. Integrando a perspectiva multiespecífica acima referida, para os censos em embarcações e censos costeiros foram incluídas as seguintes espécies: pardela-balear, cagarra, alcatraz e torda-mergulheira (espécie que não sendo das mais relevantes, conta porém com dados interessantes) e para os censos aéreos, as três primeiras espécies. Este método teve assim a vantagem de integrar as várias estações do ano, todos os anos, as três espécies mais relevantes na nossa costa - pardela-balear, cagarra, alcatraz -, mas também de possibilitar a atribuição de diferentes graus de importância dentro de cada um destes factores. Por exemplo, optou-se por dar mais importância à pardela-balear, por ser a espécie mais ameaçada, e à estação Verão, por ser a mais relevante para esta espécie. 14

15 Figura 5. Ranking das áreas mais importantes para conservação de pardela-balear baseado no algoritmo Zonation (ver metodologia no anexo II c)). As percentagens reflectem a prioridade de conservação das áreas relativamente à área total de estudo; quanto menor é a percentagem da área de estudo, maior é o valor de ranking da área revelada. 5 a) destaque para as 10% top áreas mais importantes, b) destaque para as 2% top áreas mais importantes; c) destaque a azul para hotspots, tal como referido no texto, tendo como fundo, em tons de vermelho, áreas 2% top; 5% top, 10% top, 50% top, 100% top = área de estudo. a) b) c) (Fonte: dados provenientes da SPEA) 15

16 Da análise mais detalhada, sobressaem pelo menos quatro hotspots, assinalados genericamente na Figura 5: 1. área do Porto/Braga 2. área de Aveiro /cabo Carvoeiro 3. área de Raso / cabo Espichel 4. área de Sagres Passo 3: De seguida, estabeleceram-se critérios que, aplicados de forma sistemática, assegurassem a relevância de todas as zonas seleccionada. Considerou-se que as áreas seriam mais relevantes se, pelo menos, fossem cumpridos simultaneamente dois dos seguintes critérios: abundância (resultante da análise comparativa dos dados em bruto obtidos a partir de embarcações para as quatro áreas em causa) (Figura 6) resultados da ranking das áreas importantes para conservação de pardela-balear (zonation) ) (Figura 5 c)) relevância para os movimentos da quase totalidade da população da espécie entre o Mediterrâneo e o Atlântico Oeste associados às migrações pós e pré reprodutoras (identificado como migração ) Figura 6. Densidades de pardela-balear nos transectos realizados em embarcações na costa portuguesa no período de (metodologia ESAS). (Fonte: dados provenientes da SPEA) 16

17 Da aplicação dos critérios definidos e da análise das densidades de pardela-balear observadas na área do Porto/Braga, constata-se que esta área foi usada em diversos anos, daí ter sido destacada como relevante pelo algoritmo Zonation. Contudo o número de aves foi sempre baixo se comparado com as outras áreas (neste caso, os valores foram sempre menores que 50 aves). Não se aplicando a este hotspot dois critérios em simultâneo, decidiu-se excluir esta área. Para as restantes áreas, aplicam-se pelo menos dois dos critérios mencionados: Critérios Abundância Zonation Migração 1. - área do Porto/Braga 2. - área de Aveiro / cabo Carvoeiro 3. - área de Raso / cabo Espichel 4. - área de Sagres Desta análise corrobora-se a importância das áreas: 1. área de Aveiro / Cabo Carvoeiro 2. área de Raso / Cabo Espichel 3. área de Sagres Passo 4: O passo seguinte foi definir os limites das três áreas identificadas no passo 3, usando como vértices os pontos exteriores dados pelos 2% das áreas mais importantes (Figura 7). Deste processo resultaram os limites das três áreas que reúnem o consenso da equipa técnica envolvida (Figura 7) como áreas a ser alvo de designação como ZPE. Figura 7. Proposta das áreas mais importantes para pardela-balear (e também para cagarra e alcatraz) na costa continental portuguesa (a azul). 17

18 4.3 Porquê? Como já referido acima, toda a costa continental é importante para a pardela-balear durante grande parte do ano. Porém os movimentos que se destacam são as migrações pós-reprodução e préreprodução e o período que as medeia, quando as aves saem das colónias e depois aí retornam. Isto resulta em que maiores números de aves sejam observados a partir de costa no Verão e Outono, dado que em termos gerais as aves reprodutoras deixam as colónias a partir de Maio e iniciam o retorno por volta de Setembro até Novembro. Uma análise mais detalhada da direcção dos movimentos das aves 3 observadas nos censos costeiros (Figura 8) mostra que o movimento para norte é mais notório nos meses de Primavera e Verão enquanto para sul é mais notório na costa norte, no Outono, quando as aves reprodutoras iniciam o retorno para as colónias. Esse movimento para sul é depois atenuado ou desaparece entre os cabos Carvoeiro e o Espichel onde é, numa certa medida, revertido para movimentos para norte, sugerindo que as aves permanecem nesta zona da costa. Nesta época, bem como aliás já no final do Verão (Setembro), as áreas mais a sul dos cabos Raso e Espichel adquirem assim predominância como zonas de paragem, onde as aves se alimentam e descansam preparando-se para o início da época reprodutora. A costa sudoeste parece ser essencialmente uma zona de passagem para sul entre as zonas importantes na costa centro e o cabo de São Vicente, como mostram os dados na Praia da Aberta Nova e no Outono no cabo de Sines. A zona de Sagres adquire particular importância durante os movimentos de entrada e saída no Atlântico, quando um grande número de indivíduos vindos das colónias no Mediterrâneo atravessa o cabo para norte, aparentemente numa faixa relativamente próxima da costa. Ademais, os dados da Figura 8 mostram que o movimento para sul notado no cabo de Sines é de novo atenuado no cabo de São Vicente, à semelhança do referido acima para os cabos Raso e Espichel, revelando que esta zona é também importante como zona de paragem de aves no Outono. 3 De acordo com a análise efectuada por Martin Poot (consultor do projecto para as aves marinhas, Bureau Wandenburg, Holanda), os dados de censos costeiros mostram que há dias em que as aves se movem nas duas direcções mas noutros movem-se predominantemente para norte ou para sul, opondo-se aos ventos dominantes em cada dia, o que pode ser considerado como correcção da deriva provocada por estes. Estes dados aliados ao facto de que os movimentos para norte são preponderantes em todos os pontos com excepção dos pontos costeiros mais a norte (Figura 8), sugere que a maioria dos movimentos será voos locais, em que as aves corrigem a deriva provocada pelos ventos predominantes de norte. Estes padrões de voo são típicos da espécie e adquirem um aspecto social importante, dado que as aves funcionam como um bando alargado mas unido em busca de condições favoráveis de alimentação. Este comportamento pode resultar em última análise em grandes concentrações de aves em busca de alimento, como detectado, por exemplo, na zona do Raso, em 2004, onde se contaram cerca de 2200 aves. 18

19 Figura 8. Coeficiente entre as aves que se dirigem para norte e as que se dirigem para sul nos 11 pontos de amostragem dos censos costeiros. Norte Sul (Fonte dos dados: SPEA Programa RAM (Rede de observação de Aves e Mamíferos Marinhos Oliveira et al., unpublished data.) Em resumo, durante o Inverno e a Primavera, as aves observadas na nossa costa serão essencialmente não reprodutores, aos quais se juntam, no Verão e Outono, as aves reprodutoras. 5. Articulação com as ZPE existentes O último passo no processo de delimitação da proposta de novas ZPE foi a integração das novas áreas propostas com as actuais ZPE Ria de Aveiro, Ilhas Berlengas, Espichel e Costa Sudoeste (Figura 9a)). 5.1 A área de Aveiro/Cabo Carvoeiro e as actuais ZPE Ria de Aveiro e ZPE Ilhas Berlengas Surgiram duas questões principais relativamente à integração desta ZPE nas actuais ZPE Ria de Aveiro e ZPE Ilhas Berlengas. Ao nível da ZPE Ria de Aveiro, dada a sobreposição dos limites sul desta última com a nova ZPE, a solução que se propõe é a junção das duas ZPE numa única com os limites propostos na Figura 9b). Quanto ao limite sul da nova ZPE optou-se por delimitá-la junto à actual ZPE Ilhas Berlengas, dada a pertinência em termos de contínuo biológico para a espécie. 5.2 A área de Raso/Espichel e a actual ZPE Cabo Espichel Não se colocou nenhuma dificuldade, dado a actual ZPE Cabo Espichel ter dimensões mínimas de área marinha que se integram dentro da nova ZPE (Figura 9b)). 19

20 5.3 A área de Sagres e a actual ZPE Costa Sudoeste Propõe-se que a ZPE da Costa Sudoeste passe a integrar a área de Sagres aqui proposta, constituindo assim um alargamento da ZPE já existente (Figura 9b)). Figura 9a) Localização das áreas mais importantes para pardela-balear (e também cagarra e alcatraz) (a verde) e das actuais ZPE (a azul). É também apresentado o limite das águas territoriais (sombreado cinzento). 20

21 Figura 9b) Proposta de áreas a designar como ZPE na costa continental Portuguesa (a verde). 6. Abundância de pardela-balear nas ZPE propostas De acordo com estimativas obtidas a partir de modelos de abundância [ver anexo II e)] constata-se que cerca de 65% da população global de pardela-balear é abrangida pela actual proposta de ZPE durante o período de maior afluência de aves ao largo da costa, Outono (tabela 5). De notar que os censos a partir de costa são mais adequados para detectar as passagens migratórias nos cabos, e assim entrar em conta com os bandos em migração já no final de Verão, tal como mostra a figura 2, enquanto que os censos no mar, cobrindo uma área mais vasta, mas sem amostrar a linha de costa, capturam melhor as concentrações de indivíduos no Outono/Inverno. Os valores apresentados na tabela 5 corroboram assim a importância destas áreas para a conservação da pardela-balear na costa continental portuguesa. 21

22 Tabela 5. Estimativa do número de indivíduos e percentagem (entre parêntesis) relativamente à população global de pardela-balear ( indivíduos) em cada ZPE proposta, por estação do ano. Aveiro/Cabo Carvoeiro (42,8%) Raso/Espichel 5082 (20,3%) Sagres 475 (1,9%) (Fonte dos dados: SPEA dados não publicados) Outono Inverno Primavera Verão 1450 (5,8%) 429 (1,7%) 244 (1,0%) 1105 (4,4%) 122 (0,5%) 73 (0,3%) 4263 (17,1%) 354 (1,4%) 172 (0,7%) 7. Conclusões Considera-se que a presente proposta de ZPE permite ultrapassar a situação actual de deficiente designação de ZPE na ZEE continental para as espécies do Anexo I e migradoras regulares relevantes na nossa costa. Assume-se assim que que a designação das ZPE aqui propostas é suficiente para os objectivos de conservação de pardela-balear, cagarra e alcatraz. Quanto à designação de ZPE para roquinho, gaivota de Audouin e airo, esta não é possível em consequência dos dados indicarem que as espécies não tendem a concentrar-se na nossa costa. Quanto à negrola, a análise efectuada no âmbito do projecto MARPRO não indicia a necessidade de mais ZPE para a espécie, em adição à actual ZPE Aveiro. A única espécie que se mantém de certo modo em aberto é a gaivota-de-cabeçapreta, para a qual, havendo dados que o justifiquem no futuro, se poderá vir a equacionar a necessidade de designação de áreas afastadas de costa. No entanto, não se considera que esta seja uma lacuna significativa, dado o estatuto de ameaça da espécie. Pelo acima exposto, assume-se que a obrigatoriedade de designação de ZPE na ZEE contígua ao continente, à luz do conhecimento actual, ficará concluída para as espécies do Anexo I e migradoras regulares com a designação das ZPE aqui propostas. Um outro aspecto importante é que a presente proposta de ZPE apresenta um grupo de áreas em águas que não vão além no mar territorial, com excepção de uma pequena área na ZPE Raso /Espichel. No entanto, um dos objectivos do projecto MARPRO, designadamente da Acção A5, era a designação de áreas offshore. Sobre este aspecto, é de ressalvar que se considera, por um lado, que a amostragem em águas offshore realizada entre 2004 e 2013 (no âmbito dos projectos IBAs marinhas, FAME e MARPRO) é significativa, designadamente no troço até às 50 mn, e por outro, que os dados obtidos não evidenciam concentrações de aves em águas offshore. Assim, uma conclusão importante deste trabalho é que os dados recolhidos até ao momento e que se consideram adequados, não indiciam a necessidade de designação de ZPE em áreas offshore para as espécies do Anexo I e migradoras regulares. Por fim, torna-se muito importante ter presente que do ponto de vista ecológico e de gestão da população da pardela-balear, bem como de algumas outras espécies das quais se destaca o alcatraz, e a par da designação das ZPE agora propostas, a solução para conservação das espécies que faz mais sentido será a progressiva utilização de artes de pesca que minimizem as capturas acidentais da pardela-balear, e das restantes espécies atingidas, numa faixa de mar costeira compreendendo a costa centro, a costa norte e a costa algarvia. 22

23 Anexo I resumo da bibliografia disponível sobre o pardela-balear Oppel et al. (2012). Da comparação do desempenho de cinco tipos de modelos de distribuição no artigo de Oppel et al (2012) (generalised linear models, generalised additive models, Random Forest, boosted regression trees, and maximum entropy), foi concluído que a técnica mais robusta para previsão da distribuição de P. mauretanicus ao longo da costa ocidental da Península Ibérica e determinação das áreas mais importantes para a espécie seria o método de previsão conjunta de todos os modelos. Foi concluído neste artigo que é muito difícil de modelar dados de abundância de modo fiável pelo que não se aconselha a sua aplicação. Ao contrário do adiantado no artigo, os resultados não confirmam a importância de todas as IBA relativamente a esta espécie., sendo muito óbvio que a modelação da distribuição não põe em evidência a IBA do Cabo Raso. Petronilho et al. (2004). Baseado em cinco transectos no mar, de comprimento variável entre a Foz do Vouga e do Mondego, quatro dos quais de manhã e um à tarde, realizados entre 16 Agosto e 28 Setembro 2002, à distância de 0,5mN (profundidade de m) e de 6mN (profundidade de m). Contaram todas as aves no transecto, independentemente duma faixa fixa a partir do barco ou do seu comportamento. Maiores abundâncias foram registadas perto da costa (média de 30,0 aves/km, entre 4,3 e 66,21 aves/km) do que nas 6mN (média de 9,2 aves /Km, entre 3,4 e 17,7 aves/km), com um pico a 28 Setembro (66 aves/km, nas 0,5mN) e um mínimo a 12 Setembro (3 aves/km, nas 6 mn). Num total de 5321 aves observadas no total dos transectos, o pardela-balear correspondeu a 67% e a negrita a 18%, sendo as espécies mais abundantes observadas. A única altura em que foram observadas mais aves longe da costa que perto foi no transecto realizado à tarde (de 10 Km), quando apenas 1 ave foi observada nas 0,5 mn contra 159 aves nas 6 mn. Nos transectos realizados de manhã, a densidade de pardela-balear variou entre 9,5 aves/km e 50,8/km aves, nas 0,5 mn e entre 1,6 e 5,7aves/km, nas 6 mn. Martin Poot, consultor do projecto LIFE IBAs marinhas reuniu informação sobre observações desta espécie obtidas pelo grupo de trabalho da Sociedade de Protecção da Vida Selvagem na costa de Aveiro Figueira da Foz. Segundo aquele consultor, num transecto de barco realizado em 25 Setembro 2005, a partir da Figueira da Foz até às 25 milhas, observou-se no total: 1) números muito elevados de aves entre as 0,3 mn e as 18 mn, com mais de 2600 aves a voarem para Norte; 2) no caminho de volta, observaram ca. de 1800 aves a voar para Norte; 3) as maiores concentrações de aves foram registadas entre as 2 e as 8 mn. Poot (2005). Em 2, 3 e 4 Junho 2004 entre Guincho e Cascais, o autor contou entre 950 e 1300 aves. Observações em 27, 30 Agosto e 2 de Setembro na mesma área mostraram números muito mais baixos. Observou que número de aves contadas no início da manhã se reduzia para metade ao final da manhã e a percentagem de aves em jangadas reduzia-se ca. 20%. A zona do Guincho tinha essencialmente aves em alimentação e busca de alimento, a zona de Cascais tinha mais aves em jangadas enquanto Cabo Raso tinha aves em igual proporção em alimentação e em jangadas. A zona com mais aves foi a sul de Cascais. Todas as aves em voo estavam a alimentar-se. A presença de aves em jangadas pode dever-se à protecção dada pela costa dos ventos predominantes de NW. A costa de Lisboa, sendo parte da plataforma continental, é relativamente baixa (até ca. de 200m). Ocorre aqui uma produtividade relativamente elevada resultante de upwelling causado pela Eastern Boundary Current, que surge essencialmente nos meses de Verão. O aporte de sedimentos e nutrientes do rio Tejo pode contribuir para condições favoráveis à permanência das aves nesta área. Poot (não publicado). Este ornitólogo disponibilizou ao Projecto LIFE IBAs marinhas os seus dados de observações esporádicas de aves a partir da costa nas proximidades do Cabo Raso em alguns meses do ano, em 2001, 2005 e 2006, incluindo Julho, revelando números bastante menores que os números observados em Junho (Poot 2005). Moore (não publicado). Este ornitólogo disponibilizou ao Projecto LIFE IBAs marinhas os seus dados de observação de aves a partir da costa no Cabo Raso, recolhidos entre 1987 e 2007, de forma esporádica. Os números de aves mais elevados obtidos em 2 horas de contagem ocorreram em Setembro (140, 600, 1250 e 23

24 4000 aves em 4 anos distintos) e Outubro (10 a 4000 aves, em 8 dias em 7 anos distintos). Não é possível obter um padrão de distribuição claro ao longo do ano, sendo os números de aves bastante variáveis. Mouriño et al Na Galiza (dados de 1967 a 2000), a espécie ocorre em maior abundância essencialmente nos meses de Junho a Setembro (Mouriño et al. 2003; Mayol-Serra et al. 2000), embora seja observada em todos os meses do ano. A migração para norte é evidente entre Junho e Agosto, onde se parece sobrepor a movimentos locais das aves, enquanto a migração para sul é mais frequente em Setembro e Outubro ao longo da costa Cantábrica. Os autores sugerem que os resultados podem estar influenciados por fluxos irregulares de aves, elevada variabilidade inter-anual e inter-sazonal nos movimentos, o que pode dever-se, entre outros factores, à mistura de movimentos de longo alcance da migração com movimentos de pequena escala locais. A observação de movimentos ao longo da costa sugere que as aves se movem em ambas as direcções, existindo a possibilidade de sobre-contagem das mesmas aves. Le Mao & Yeasou No Atlântico, as principais concentrações de aves parecem estar associadas a áreas particularmente ricas em nutrientes associadas a massas costeiras de água fria, devido quer a upwellings na costa noroeste da Península Ibérica ou a frentes tidais no norte do Golfo da Biscaia. A dieta inclui sardinha Sardina pilchardus, espadinha Sprattus sprattus, arenque Clupea harengus e biqueirão Eugraulis encrasicolus (Mayol-Serra et al. 2000). A distribuição no Golfo da Biscaia mostra uma sobreposição destacada com a distribuição do biqueirão. As aves desta espécie também usam descargas de barcos de pesca. Paterson Cerca de aves foram observadas a voar para sul ao longo de 2 horas em 20 Setembro 1990, altura em que aves descem do Golfo da Biscaia para o Mediterrâneo. Mayol-Serra (2000). A captura acidental em artes de pesca não parece ser uma ameaça alarmante (estimam menos de 100 aves mortas/ano). Pelo contrário, no Atlas das Aves Reprodutoras de Espanha, segundo Arcos & Oro (2003) a mortalidade em palangres é referida como muito importante ao afectar a sobrevivência de adultos, no entanto Belda & Sanchez (2001) referido por esses autores conclui que não houve mortalidade observada de pardela-balear. ICES (2008). A principal ameaça nas colónias é a predação por gatos ferais e roedores; no entanto, a tendência de redução da população observada nos últimos anos não é explicada por essas ameaças apenas, e segundo os autores a mortalidade no mar parece ser a principal responsável. A captura acidental por palangres é suspeita de ser a principal causa de mortalidade no mar a espécie é muito gregária e mostra relação estreita com barcos de pesca (Arcos et al. 2008; Oro et al in Arcos et al. 2008), embora estes autores não fundamentem essa possibilidade com dados relevantes. Wynn & Yesou (2007). Estes autores referem uma alteração recente na distribuição pós-reprodutora de pardela-balear e sugerem uma tendência progressiva de movimentos dispersivos de aves para norte. O número de aves observado na Baia da Biscaia, costa norte de França, diminuiu desde meados de 90, passando a observar-se mais aves na costa do Reino Unido e da Irlanda. 24

25 Anexo II Metodologias Tipo de dados Os dados analisados no âmbito deste relatório foram recolhidos no período de , envolvendo diversos projectos (Life IBA marinhas , Interreg FAME , Life MarPro ). O maior volume de dados foi recolhido entre 2004 e 2012 em transectos feitos por embarcações na ZEE afecta ao território continental. Foram ainda feitos transectos aéreos entre 2010 e 2012 e observações a partir de costa em diversos pontos do território continental. Foram também tidos em conta os dados de seguimento de 26 indivíduos reprodutores de pardela-balear, entre 2010 e (estas aves foram marcadas nas ilhas Baleares onde nidificam). A tabela que se segue resume o tipo de dados recolhidos: Método de recolha Período Espécies alvo Censos em embarcações (ESAS) (todos meses) Censos aéreos (Ago-Set) Censos costeiros (todos meses) todas todas todas Dados de seguimento pardela-balear Prospecção As figuras 1 e 2 mostram a abrangência espacial dos transectos feitos em embarcações e por avião, respectivamente, por ano. As contagens de aves em embarcações (navios oceanográficos ou marítimo-turísticos) na ZEE portuguesa, usaram a metodologia recomendada pelo ESAS Group (European Seabirds At Sea protocols for data collection). Foram contadas todas as aves em contacto com a água que se encontravam em unidades específicas do transecto (poskeys), num período entre 5 a 10 minutos. Com base na área destas unidades de amostragem, os dados são expressos em densidades (nº de aves/km2). Também foram contabilizadas as aves em voo através de snapshots regulares (contagem pontual das aves presentes numa área determinada, num dado momento), as quais contribuíram para o cálculo da densidade de aves. A selecção das épocas de amostragem no mar dependeu essencialmente das embarcações disponíveis em território continental (destaque para as embarcações do IPMA/IPIMAR), e não de uma selecção a priori das épocas mais adequadas à fenologia das espécies a par de um planeamento de embarques que assegurasse a obtenção de dados sobre regularidade de uso, etc. No entanto, atendendo a que o esforço de embarque foi 4 Guilford T, Wynn R, McMinn M, Rodriguez A, Fayet A, et al. (2012) Geolocators Reveal Migration and Pre-Breeding Behaviour of the Critically Endangered Balearic Shearwater Puffinus mauretanicus. PLoS ONE 7(3): e doi: /journal.pone

26 muito significativo considera-se que existe um volume de informação considerável que confere robustez à série temporal de dados. Figura 1) Transectos de amostragem feitos pelas embarcações em que se realizaram contagens de aves marinhas segundo o método ESAS. 26

27 Figura 2) Transectos de amostragem feitos por avião para contagem de aves marinhas (ver anexo II b)). A prospecção realizada em embarcações fez-se em todos os meses do ano, destacando-se no entanto o mês de Abril com um valor bastante mais elevado de pontos amostrados (poskeys) (figura 3). Figura 3) Nº de unidades de amostragem (poskeys) efectuadas por mês nos transectos feitos por embarcações recolhendo dados segundo o método ESAS entre 2004 e Dados recolhidos Os dados em bruto recolhidos para pardela-balear pelo método ESAS e por avião podem ser visualizados nas figuras 4 e 5, respectivamente. 27

28 Figura 4) Densidade de pardela-balear por unidade de amostragem, por mês, resultantes dos censos em embarcações para o período de Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez 28

29 Figura 5) Número de indivíduos de pardela-balear observados nos transectos feitos por avião em cada ano de amostragem Análise de dados Os dado recolhidos em embarcações e por avião foram modelados tendo como base diversas variáveis biofísicas de modo a poder estimar a distribuição das espécies para toda a área de estudo ponderando a prospecção feita. Foi usado o software Maximum Entropy (MaxEnt) para modelação da probabilidade de ocorrência para cada estação do ano (ver anexos II a) e b) para mais detalhes). A resolução dos modelos é de 4km, i.e., os dados estão assentes e foram estimados tendo por base uma grelha espacial de 4 por 4 km. Não foi possível obter modelos de abundância robustos para qualquer espécie., no entanto foram estimados valores de abundância por modelos Zero Inflated Generalized Additive Models (GAM) para cada uma das áreas propostas como ZPE, para pardela-balear (ver anexo II e)). Foi feita uma análise conjunta dos dados ESAS, de avião e de costa, com os dados de 4 espécies de aves marinhas para as quais os dados eram mais relevantes e ponderando aspectos como o estatuto de ameaça e estação do ano mais relevante, usando o algoritmo Zonation (ver detalhes no anexo IIc)). Anexo II a) metodologia de análise dos dados de embarques com recurso à metodologia ESAS: modelos de probabilidade de ocorrência - Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves Relatório MARPRO (2013). Baseline Estimates of Seabirds ESAS. Contribution for baseline estimates of abundance and distribution of Seabirds from ESAS data analysis - Action A2. Relatório não publicado. SPEA. 29

30 Anexo II b) metodologia de análise dos dados obtidos a partir de censos aéreos Sociedade Portuguesa de Vida Selvagem (elaborado para o MPAs_workshop_July 2013 ) Objectives The main aims of this technical report are: 1. to present predictive distribution maps that support discussion about delimitation of marine protected areas for seabirds, along the Portuguese continental coast. 2. to present exploratory analysis of seabirds densities and spatial distribution Methods Scope The survey design was based on a pilot study conducted in 2010, on the Portuguese northern coast, that estimated the parallel transect design as the most efficient for aerial data surveys (Santos, 2011). Fieldwork was carried out during the following time periods: August-October 2010, September 2011 and September Therefore, we decided to considered 3 modelling scenarios, relative to each seasonal campaign: Late summer/autumn 2010, Late summer/autumn 2011, Late summer/autumn Data acquisition The methodology followed standard line-transect Distance Sampling techniques (Thomas, 2010 and Panigada, 2011). Flights were made along a systematic set of parallel 50nm-long transects (approximately) separated by a distance of 10nm and oriented either in east west or north south directions (only in the Algarve region) to run perpendicular to water depth gradients, as transect direction should not parallel physical or biological features (Figure 1). 30

31 Figure 1_MARPRO Survey effort. All of these campaigns were conducted in Late summer/autumn (Table 1) in all the considered sub-areas, except for the 2010 campaign, which did not include the area GALIZA. Table 1_Inshore MARPRO aerial survey Airplane Stratum Area Total Line length Number of samplers Norte km nm 12 Centro km August/September nm 10 Alentejo km nm 7 Algarve km nm 7 Total km nm 36 September 2011 September 2012 Galiza km nm 7 Norte km nm 11 Centro km nm 12 Alentejo km nm 6 Algarve km nm 10 Total km nm 46 Galiza km nm 7 Norte km nm 12 Centro km nm 11 Alentejo km nm 7 Algarve km nm 10 Total km nm 47 Surveys maintained an average 100 knots (185 km/h 1 ) AGL speed at an altitude of 400 ft (120 m) in a 31

32 Vulcanair P68 Observer II, a twin engine, high-wing aircraft equipped with 2 bubble windows to allow for direct scans underneath the plane. The survey team consisted of 2 trained observers, 1 data recorder and the pilot. Communication between all team members was maintained via the intercom system. Sighting data was acquired simultaneously by the 2 observers positioned on each side of the aircraft at a bubble window, scanning for animals with the naked eye. Observers rotated during breaks, i.e. every 4 h. The data recorders registered all reported data with the help of a Global Positioning System (GPS to collect the aircraft s position every 1s. Additionally, the start and end positions of the transect lines and the exact sighting positions of seabirds were recorded. A calm sea surface and good visibility are crucial during fieldwork. Surveys were conducted during Beaufort sea states <3 and with visibilities >5 km. Environmental conditions were recorded at the beginning of each transect and updated with any change. Conditions include (1) Beaufort sea state, (2) water turbidity (judged visually; 0 clear water with several meters of visibility to 2 very turbid, no visibility under the surface), (3) percentage of cloud cover, and for each observer side, (4) glare (angle obscured by glare and intensity of glare) and (5) the observer s subjective view of the likelihood that, given all of the conditions, they would see the target species, should one be present. These subjective conditions varied between good, moderate or poor. Biological data For the purpose of this technical report data analysis, 3 independent sample sets were considered, based on the selection of 3 target species: Puffinus mauretanicus, Calonectris diomedea and Morus bassanus. Environmental data Since the potential for overfitting increases as the model complexity increases, we decided to consider on this analysis the minimum number of eco-geographical variables (EGV) considered as relevant to explain seasonal species distributions. Table 2 List of eco-geographical variables considered for modelling purposes. Variable Code Units Original spatial Original temporal Variable manipulation Variable Source resolution* resolution classification Bathymetry Bath m 2 - Direct Static ETOPO2v2c (cell centered) Distance to coast Dist_coast m - - Direct Static Slope Slope degrees - - Calculated Static Derived from Bathimetry Distance to fronts Dist_fronts m - Monthly/Seasonal for 2010 Calculated Dynamic Derived from SST using MGET extension Sea Surface C Monthly Direct/Seasonal calculation Dynamic Aqua-MODIS Temperature for 2010 Chlorophyll Chla mg m Monthly Direct/Seasonal calculation Dynamic Aqua-MODIS for 2010 * 2 = = 3704m ; = 4630m 32

33 Bathymetry was obtained from the National Geographical Data Center from U.S.A. (ETOPO2; ), and resampled to a spatial resolution of This also allowed us to calculate Slope using ArcGIS software. The variable Distance to coast was obtained from where it is provided a global data set of distances from the nearest coastline. In addition, we obtained monthly data, at spatial resolution of , of Sea Surface Temperature and Chlorophyll Concentration from Aqua-MODIS satellite imagery, available from For 2010 data, we calculated a seasonal average of these 2 dynamic variables, since on this year, fieldwork was carried out during a 3 months period. To create seasonal layers of the EGV Distance to fronts, we used Sea Surface Temperature images referred previously. For each image, we executed Cayula and Cornillon s single-image edge detection (SIED) algorithm, using the implementation of this algorithm available in Marine Geospatial Ecology Tools (MGET), an open-source collection of geoprocessing tools for marine research. For 2010, we performed a seasonal calculation, combining the results obtained from monthly images. The results of this operation were then manipulated using ArcGIS tool Cost Distance, in order to obtain a rasters representing spatial gradients of distance to calculated fronts. Data processing Modelling We have used software application MaxEnt 3.1.1, a machine learning method, to compute these seasonal habitat suitability models for each species and obtain predictive distribution maps based on probability of presence. Detailed description of the MaxEnt and its mathematical computations are given in Phillips et al. (2006, 2004b). Maxent is a general-purpose method for making predictions from incomplete information based on the maximum-entropy principle, which assumes that the best approximation to a unknown probability distribution is to ensure that it satisfies any constraints that we are aware of (Phillips et al. 2004b). Phillips et al. (2006) outlined several Maxent advantages: (1) It requires only presence data plus environmental information for the whole study area. (2) It can utilize both continuous and categorical data and can incorporate interactions between different variables. (3) Maxent algorithms have been developed in order to ensure the optimal probability distribution. (4) The results are amenable for interpretation of the form of the environmental response functions. We compared models including different sets of predictive variables and evaluated which had better performance. We also tested variables correlations, in order to not include on the same set two or more 33

34 strongly correlated variables. This was done by applying a Pearson correlation coefficient for every pairwise comparison of raster files. Model evaluation was done by sub-sampling the datasets, randomly selecting 75% of sample points as training data and 25% as test data. We set MaxEnt to remove duplicate presence records from the same grid cell to minimize autocorrelation biases. The area under the receiver operating characteristic curve statistic (AUC) was used to test each model s discriminative ability. The Jackknife test of variable importance was used to evaluate the relative importance of each predictor variable considered on each model. The training gain is calculated for each variable alone, as well as the drop in training gain when the variable is omitted from the full model (Peterson et al. 2007). The relative importance of each variable was also analysed, as well as the variables response curves. Abundance per unit of effort Additionally we build SPUE (Specimens Per Unit of Effort) maps for each of the target species (Calonectris diomedea, Puffinus mauretanicus and Morus bassanus) regarding each yearly survey (Figure 1, 2 and 3 respectively). This maps we re obtained by interpolating the aerial survey observation data through a 4 Km grid in order to obtain a record of the abundance of each species per kilometer surveyed. Density from distance sampling Distance sampling comprises a set of methods in which distances from a line to detections are recorded, from which the density and/or abundance of objects is estimated (Thomas, 2010 and Buckland, 2001). The line transect method presupposes that all individuals in the line are detected (the detection probability is 1 at zero perpendicular distance g(0)=1), but the probability of detection it assumed to fall off smoothly from unity as a function of distance from the trackline, this function is termed the detection function (Buckland, 2012). With DISTANCE software the most suitable detection model can be chosen on the basis of the data obtained during the surveys, and all the abundance values presented where estimated using Conventional Distance Sampling (CDS). The model combinations put to test to obtain the abundance values for each species in each case (the detection function with the best fit - lower Akaike Information Criterium) (Panigada, 2011) were: half-normal key with cosine adjustments, half-normal key with Hermite polynomial adjustments and hazard-rate key with simple polynomial adjustments (Thomas, 2010). To better fit the all the detection functions, 5% of the longest perpendicular distances for each species were removed (Buckland, 2001). 34

35 The effect of the group size on the detection probability was tested by fitting a regression of the log of group size against the detection probability. When estimating abundance, the mean from the regression was used over the mean observed group size if significant at α=0,15. Coeficient of variation (CVs) and 95% confidence intervals (CI) were estimated by bootstrapping (1000 replicates) within strata, using transects as sampling units. Results In table 3, 4 and 5 the data displayed regards to the 2010, 2011 and 2012 campaigns, respectively, for abundance and density estimates for each specie. Northern Gannet had the highest abundance in all years. Table 3_Total abundance and density estimates for each species (Legend: CS Cory's Shearwater; NG Northern Gannet; BS Balearic Shearwater) campaign. Species N % CV 95% CI D % CV 95% CI CS NG BS Table 4_Total abundance and density estimates for each species (Legend: CS Cory's Shearwater; NG Northern Gannet; BS Balearic Shearwater) campaign. Species N % CV 95% CI D % CV 95% CI CS NG BS Table 5_Total abundance and density estimates for each species (Legend: CS Cory's Shearwater; NG Northern Gannet; BS Balearic Shearwater) campaign. Species N % CV 95% CI D % CV 95% CI CS NG BS The Pearson correlation coefficient showed a strong correlation between Distance to coast and Bathymetry ( r >0.7 ). Therefore, these two EGV should not be included on a same modelling set Bellow we present the SPUE and the predictive maps with the model outputs relative to the modelling set that includes the following EGV s: Bathymetry, Slope, Chlorophyll Concentration, Sea Surface Temperature and Distance to Fronts. 35

36 Calonectris diomedea Figure 2_ SPUE map for Calonectris diomedea for the 3 years surveyed. Figure 3_ MaxEnt seasonal model for Calonectris diomedea for the 3 years surveyed. 36

37 Table 6_ Training and Test AUC scores for each MaxEnt seasonal model (Species: Calonectris diomedea). Autumn 2010 Autumn 2011 Autumn 2012 Training AUC Test AUC Table 7_ Heuristic estimate of relative contributions of the environmental variables to the MaxEnt seasonal models (Species: Calonectris diomedea). Autumn 2010 Autumn 2011 Autumn 2012 Bathymetry Slope Chla SST Dist_fronts Figure 4_ Results of the Jacknife test of variable importance (Species: Calonetris diomedea ; Seasons: A. Autumn 2010, B. Autmun 2011, C. Autumn 2012). 37

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