índice de massa córporea com a hipertensão arterial dos

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1 Avaliação da associação do índice de massa córporea com a hipertensão arterial dos asilados de Caratinga/MG Isabela C S Moreno 1 Hosana Thais Mendes 2 Wanderson Fagner Gomes 3 Lamara Laguardia Valente Rocha 4 Juliana Carvalho Reis 5 Resumo Nos últimos tempos ocorreram inúmeras transformações no mundo, que determinaram muitos progressos como o aumento na longevidade na vida dos idosos. O objetivo desta pesquisa foi avaliar a associação da hipertensão arterial de idosos institucionalizados em Caratinga/MG,com o índice de massa corporal, buscando pacientes hipertensos e obesos nessas instituições, fazendo uma análiseda pressão arterial com o índice de massa corpórea, sintetizando a condição sócia demográfica e clinica dos pacientes. A amostra coletou dados de 120 idosos institucionalizados. A pesquisa é um estudo epidemiológico, quali- -quantitativo descritivo e transversal, a área utilizada para o estudo é definida pela ANVISA como instituição de Longa Permanência. Os resultados deste estudo apontam uma associação significativa entre hipertensão arterial, obesidade e sobrepeso entre os idosos institucionalizados na cidade de Caratinga/ MG. Para a associação entre as variáveis foi aplicado o teste do qui-quadrado, considerando significância para p<0,05. Palavras-chave: idosos; fisioterapia; hipertensão; índice de massa corpórea; perfil epidemiológico. 1 Discente do Curso de Fisioterapia do Centro Universitário de Caratinga - UNEC. 2 Discente do Curso de Fisioterapia do Centro Universitário de Caratinga - UNEC. 3 Discente do Curso de Fisioterapia do Centro Universitário de Caratinga - UNEC. 4 Bióloga. Doutora em Biologia Celular e Estrutural pela Universidade Federal de Viçosa - UFV. Docente do Centro Universitário de Caratinga - UNEC. 5 Fisioterapeuta. Mestre em Ciências da Reabilitação pelo Centro Universitário de Caratinga - UNEC. Docente do Centro Universitário de Caratinga - UNEC. 31

2 Revista de Ciências, 2015, v. 6, n. 3 Abstract In recent times there were many changes in the world, which led to much progress as the increase in longevity in the lives of seniors. The objective of this research was to evaluate the association of hypertension of institutionalized elderly in Caratinga / MG, with the body mass index, seeking hypertensive and obese patients in these institutions, making an analysis of the blood pressure with the body mass index, summarizing the condition Demographic and clinical partner of patients. The sample collected data from 120 institutionalized elderly. The study is an epidemiological study, qualitative and quantitative descriptive, cross-sectional area used for the study is defined by ANVISA as long-stay institution. The results of this study indicate a significant association between high blood pressure, obesity and overweight among institutionalized elderly in the city of Caratinga / MG. For the association between the variables we applied the chi-square test, with significance set at p <0.05. Keywords: elderly; physiotherapy; hypertension; body mass index; epidemiological profile. INTRODUÇÃO Na atualidade a sociedade brasileira e mundial vive um momento de transformação em sua constituição, a qual à demanda populacional tem envelhecido. Isto deve se ao fato do aumento da expectativa de vida justificando os investimentos na área da saúde e a melhora na qualidade de vida (Araújo et al., 2008). A hipertensão arterial é um dos problemas de saúde de maior recorrência nos tempos de hoje. Calcula-se que hipertensão arterial alcança 22% dos brasileiros acima dos vinte anos, o qual resulta em 80% dos casos de acidente cérebro vascular, 40% das aposentadorias precoces, 60% dos casos de infarto agudo do miocárdio. Para melhor compreensão do problema, são gastos 475 milhões de reais em internações anualmente. Os fatores de risco para tal patologia são a hereditariedade, gênero, idade, nível escolar, grupo étnico, etilismo, tabagismo, status socioeconômico, uso de anticoncepcionais, e obesidade (Zaitune et al., 2006). 32

3 Avaliação da associação do Índice de Massa Córporea com a Hipertensão Arterial dos asilados de Caratinga/MG Isabela C S Moreno - Hosana Thais Mendes - Wanderson Fagner Gomes - Lamara Laguardia Valente Rocha - Juliana Carvalho Reis Segundo Saounatsou (2001), o sedentarismo também entra como uma vertente de risco para a população. Portanto, para que haja um tratamento eficaz é necessário utilização de medicamentos, mudanças de hábitos de vida, tais como a periodicidade de atividade física, alimentação saudável, isso inclui o controle de sal e açucares nos alimentos. De acordo com a Organização Mundial de Saúde/OMS o índice de massa corporal (IMC) é utilizado para determinar se a pessoa exibe sobrepeso (IMC=25 a 29 kg/m²) ou até mesmo obesidade (IMC> 30 kg/ m²). O índice é calculado através do peso da pessoa dividido pelo quadrado da sua altura (IMC=Peso/Altura 2 ). Contudo o IMC é empregado para comparar se o peso da pessoa é normal ou está acima da média. (Coutinho et al., 1991). Assim, diante da importância de proporcionar aos idosos um envelhecimento digno, o trabalho busca comparar o perfil socioeconômico e clínico dos idosos institucionalizados em Caratinga/MG, e sua interferência com a pressão arterial e índice de massa corpórea. O objetivo desta pesquisa foi avaliar a associação da hipertensão arterial de idosos institucionalizados em Caratinga/MG,com o índice de massa corporal. Esse trabalho foi desenvolvido mediante o grande número de idosos hipertensos e obesos existentes nos asilos da cidade, foi através desse fator que se decidiuanalisar e comparar se realmente existe tal correlação entre os dados citados, levando em conta todo o aspectos que envolve os asilados. Metodologia Trata- se de um estudo epidemiológico, quali-quantitativo descritivo e transversal. As instituições acompanhadas foram os Asilos da cidade de Caratinga/MG. A coleta de dados e a aplicação do teste serão realizadas no mês de outubro de Os dados referentes a idade, sexo, estado civil, diagnóstico de hipertensão arterial, outros diagnósticos clínicos e índice de massa corporal foram coletados a partir dos prontuários médicos disponíveis nas respectivas instituições. 33

4 Revista de Ciências, 2015, v. 6, n. 3 Foram incluídos nesse estudo todos os idosos, com idade maior ou igual a 60 anos, que aceitaram participar da pesquisa e que assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Foram excluídos aqueles que não demonstrem interesse em participar ou que tinham algum comprometimento físico, mental ou cognitivo que impedisse de assinar o termo de consentimento. O projeto foi enviado a Plataforma Brasil para aprovação no Comitê de Ética da Pesquisa com Seres Humanos do Centro Universitário de Caratinga e aprovado conforme protocolo CAAE: Após o levantamento das variáveis a serem estudadas, procedeu- se a análise estatística utilizando- se o teste qui- quadrado. RESULTADOS Os resultados provem de uma coleta de dados de 120 idosos, sendo 80 do sexo feminino a qual corresponde a 67% da amostra e 40 do sexo masculino correspondendo aos 33% restantes. Essa pesquisa engloba 81,6% dos idosos existentes nessas instituições da cidade de Caratinga/MG, sendo que a faixa etária da população do estudo variou dos 63 aos 73 anos como determina a figura 1. Os outros 18,4 % dos asilados foram excluídos da pesquisa em detrimento de possuírem algum comprometimento físico, mental ou cognitivo para participar dos procedimentos da coleta de dados, ou pelo fato de não terem interesse em participar do mesmo. 34

5 Avaliação da associação do Índice de Massa Córporea com a Hipertensão Arterial dos asilados de Caratinga/MG Isabela C S Moreno - Hosana Thais Mendes - Wanderson Fagner Gomes - Lamara Laguardia Valente Rocha - Juliana Carvalho Reis Figura 1 Frequência de idades em anos dos idosos institucionalizados de Caratinga/MG. Fonte: Dados próprios Segundo as informações da figura 2 concluímos que dentro dessas instituições a maior porcentagem compreende os idosos solteiros e viúvos, totalizando 93,3%, e os 6,6% restante corresponde aos idosos casados ou divorciados. Figura 2 Frequência do perfil dos idosos asilados de Caratinga/MG, referente ao estado civil. Fonte: Dados próprios. Por meio de dados adquiridos no prontuário, observamos do ponto de vista clinico, que 100% dos idosos possuem pelo menos um 35

6 Revista de Ciências, 2015, v. 6, n. 3 tipo de doença, sendo que a média de doenças dessa população é de 2 ou 3 tipos de doenças correspondendo a 60,8% da amostra, como apresentado na figura 3. Figura 3 Frequência no número de doenças nos idosos institucionalizados em Caratinga/MG. Fonte: Dados próprios. A figura 4 evidencia o índice de idosos hipertensos e obesos existentes nas instituições, destes dados podemos indicar com precisão que os idosos hipertensos são grande maioria nestes lugares. Isso significa que 97 idosos são hipertensos e 23 não possuem a patologia, sendo assim 80,8% da população asilada correspondem aos hipertensos, e somente 19,2%. Com relação a obesidade podemos determinar que dentre a população analisada 80 (66,8%) idosos não são obesos e 40 (33,2%) idosos possuem obesidade. 36

7 Avaliação da associação do Índice de Massa Córporea com a Hipertensão Arterial dos asilados de Caratinga/MG Isabela C S Moreno - Hosana Thais Mendes - Wanderson Fagner Gomes - Lamara Laguardia Valente Rocha - Juliana Carvalho Reis Figura 4 Frequência de hipertensão e obesidade nos asilados de Caratinga/MG. Fonte: Dados próprio. Porém a pesquisa revela na figura 5 que o índice de massa corpórea da sociedade asilada corresponde a 86 idosos com sobrepeso e obesidade grau 1, ocasionando um percentual de 71,7 %, contrapondo-se a 28,3% de eutróficos, que se refere a 47 idosos. Tal correlação foi evidente, em média, em 25 a 27 idosos. Figura 5 Classificação conforme o índice de massa corpórea nos idosos institucionalizados em Caratinga/MG. Fonte: Dados próprios. 37

8 Revista de Ciências, 2015, v. 6, n. 3 Realizando-se uma associação entre as variáveis eutróficos, sobrepeso e obesidade grau Ie hipertensão arterial, encontramos 9,212 para X 2 e 0,01 para P; como pode-se observar na tabela 1. Tabela 1 associação entre a frequência percentual de hipertensos se a classificação do índice de massa corpórea dos 120 idosos institucionalizados no município de Caratinga/ MG. Associação entre Variáveis dos Idosos Institucionalizados Hipertensos Não Hipertensos χ 2 P Eutróficos 24,74 43,48 Sobrepeso 42,27 26,09 Obesidade I 32,99 30,43 9,212 0,01 Há associação significativa entre hipertensão e sobrepeso e hipertensão e obesidade grau 1. Entre aqueles não hipertensos há maior associação com eutróficos seguido de obesidade I. DISCUSSÃO As mudanças fisiológicas no corpo são suscetíveis ao fator de envelhecimento, propiciando ao ser humano algumas consequências negativas relacionadasas condições de saúde e modo de vida. Neste fator podemos incluir as doenças, entre elas a hipertensão e a obesidade, as quais são recorrentes nesta faixa etária. Segundo o autor Souza (2013), a obesidade é um importante fator de risco para a hipertensão e pode ser relacionada como causa dessa doença. Os resultados obtidos em seu estudo demonstraram estatisticamente que sobrepeso e obesidade têm maior prevalência entre indivíduos que apresentam pressão arterial elevada, quando comparadas a pessoas com IMC normal. Tal resultado salienta os resultados alcançados pela pesquisa realizada na cidade de Caratinga/MG na qual dos idosos asilados 80,8% possuem hipertensão sendo 71,7% dessa amostra de pacientes estão com sobrepeso ou obesidade. 38

9 Avaliação da associação do Índice de Massa Córporea com a Hipertensão Arterial dos asilados de Caratinga/MG Isabela C S Moreno - Hosana Thais Mendes - Wanderson Fagner Gomes - Lamara Laguardia Valente Rocha - Juliana Carvalho Reis Segundo as V Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial Sistêmica (2006), o excesso de massa corporal é um fator predisponente para a hipertensão, podendo ser responsável por 20% a 30% dos casos de hipertensão arterial. A pesquisa de Cercato (2006) detêm uma amostra onde os participantes foram ordenados em quartis de acordo com o índice de massa corporal. Fizeram parte do primeiro quartil aqueles com IMC de 30 a 33,99kg/m 2, e do segundo, terceiro e último quartil, respectivamente, aqueles com IMC igual a 34 a 37,19kg/m 2, 37,2 a 41,77kg/m 2 e 41,78 a 79,8kg/m 2. Houve nítido aumento da prevalência de hipertensão arterial, diabetes mellitus e hiper-triglicerídemia com o aumento do peso. A prevalência de hipertensão arterial foi de 39,0%, 52,9%, 56,8% e 68,9% nos quartis 1 a 4 respectivamente. Esse resultado é compatível aos dados revelados pelo nosso estudo sedimentando de forma significativa que o IMC elevado predispõe ao surgimento de doenças cardiovasculares. Já o estudo do autor Peixoto (2004) utiliza o aspecto da circunferência da cintura além do IMC, fazendo uma análise de regressão logística múltipla mostrou que o oddsratio para a hipertensão foi cerca de duas vezes maior para os homens com valores elevados de circunferência abdominal ( 94 cm e 102 cm),em comparação com a categoria de referência (< 94 cm). OIMC elevado não apresentou associação com a hipertensão quando ajustado pelas variáveis de controle, no entanto a magnitude da associação para o IMC 30 kg/m2 foi próximo aos valores observados para os níveis 1 e 2 da circunferência abdominal Para as mulheres, os valores elevados de IMC e circunferência abdominal apresentaram associação com a hipertensão arterial nos modelos ajustados, e as mulheres com a circunferência abdominal 88 cm apresentaram um aumento de cerca de três vezes no oddsratio, e aquelas com o IMC 30 kg/m2 um aumento de 4,7 vezes em comparação comas categorias de referência. Contudo, mesmo a pesquisa citada sendo incompatível quanto a associação da hipertensão arterial com o IMC elevado para os homens, a mesma entra num contraponto dizendo que para as mulheres o IMC elevado foi considerado um fator associado para a hipertensão arterial, onde aumentou em 4,7 vezes quando se compara a categoria de referência. Considerando os resul- 39

10 Revista de Ciências, 2015, v. 6, n. 3 tados de Peixoto, 2004 os resultados do presente estudo sustentam a premissa de que existe maior prevalência de obesidade entre mulheres hipertensas, haja vista, a amostra do presente estudo ser composta por 67% de mulheres. CONCLUSÃO Os resultados deste estudo apontam uma associação significativa entre hipertensão arterial, obesidade e sobrepeso entre os idosos institucionalizados na cidade de Caratinga/MG. Portanto, entende-se que é necessário observar e/ou intervir no âmbito nutricional vivido pelos idosos institucionalizados, a fim de, diminuir graus de obesidade e sobrepeso, e também estimular a prática de atividade física entre os idosos de forma aminimizar as complicações decorrentes da obesidade e da hipertensão arterial. Referências Araújo, Núbia Pereira de, Brito Filho, Dassis Cajubá da Costa; et al. (2008,maio/ dezembro). Rev. Ciênc. Méd., Campinas, 17(3-6), ,, Aspectos sociodemográficos, de saúde e nível de satisfação de idosos institucionalizados no Distrito Federal. Cercato C. (2006) Hipertensão arterial em idosos:prevalência, fatores associados e práticas de controle no Município de Campinas,São Paulo, Brasil. Coutinho DC, Leão MM e Recine E, SchieriR.(1991). Condições da população brasileira: adultos e idosos. Ministério da Saúde, Instituto Nacional de Alimentação e Nutrição. pp Peixoto. G. R. D. M. (2004, outubro). Gerontologia á Luz da Complexidade de Edgar Morin. Revista Eltrônicado Mestrado de Educação Ambiental, vol. Especial,p P Penaz J. (1973). Photoelectric measurement of blood pressure, volume and flow in the finger. In: Albert R, Vogt WS, Helberg W, editors. Digest of the International Conference on Medicine and Biological Engineering. Dresden: Conference Committee of the Xth International Conference on Medicine and Biological Engineering,104 SAOUNASTSOU M, Patsi O, Fasoi G, Stylianou M, Kavga A, Economou O, Mandi P, Nicolaou M.(2001). The influence of the hypertensive patient s education in compliance with their medication.public Health Nurs; 18(6), SOUZA. A. R. A. (2013, janeiro/abril). Enferm. Cent. O. Min. 3(1), PER- FIL EPIDEMIOLÓGICO, SOCIODEMO- GRÁFICO E CLÍNICO DE IDOSOS INSTI- TUCIONALIZADOS. V Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial. Hipertensão. (2006).5, ZARDO, Gabriela da Silva (2008). Tratamento preventivo das quedas do idoso pela análise dos testes: Timed up and go test e get up and go test. 40