Risco Químico em Serviços de Saúde e a adequação a NR 32

Transcrição

1 Risco Químico em Serviços de Saúde e a adequação a NR 32 Dr Denilson de Oliveira Reis HGIS- OSS denilson.reis@hgis.org.br

2 Dos Riscos Químicos Não é possível estabelecer uma regra geral que garanta a segurança no manuseio de todas as substâncias químicas, cujos registros já contabilizam milhões de diferentes produtos. É necessária uma avaliação individualizada considerando não só as características físico-químicas, a reatividade, a toxicidade,as condições de manipulação, as possibilidades de exposição do trabalhador e as vias de penetração no organismo. Considerar a disposição final do produto químico, sob a forma de resíduo, e os impactos que pode causar no meio ambiente.

3 Dos Riscos Químicos em Serviços de Saúde Produtos utilizados vários setores 1. Higienização Hospitalar (saneantes e desinfetantes) 2. Desinfecção e Esterilização Química (Ex: Gluteraldeído Óxido de etileno) 3. Tratamento médico: drogas antineoplásicas e medicamentos perigosos. 4. Anestesia: Gases Anestésicos 5. Equipamentos médicos Hospitalares ( Mercúrio) 6. Produtos utilizados pelo setor de Manutenção (Solventes)

4 Programa de Prevenção de Riscos Ambientais PPRA 1. Inventário dos produtos químicos,intermediários resíduos. 2. Identificação dos produtos que impliquem risco a segurança e saúde do trabalhador e ao meio ambiente 3. Mapeamento dos setores e função dos trabalhadores que utilizam( frequência e duração da exposição) 4. Medidas Proteção Coletiva( EPC) e individual (EPI)

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6 Análise de Risco Químico em Serviços de Saúde 1. Identificação: Rotulagem legível,composição química, concentração, data do envase e responsável pela manipulação. 2. Reatividade com outros produtos químicos 3. Toxicidade e Carcinogenicidade (IARC) 4. Condições de manipulação e as possibilidades de exposição do trabalhador Freqüência X Duração da exposição Vias de penetração no organismo, alvos biológicos inalação, absorção através da pele. 5. Disposição final do produto químico, sob a forma de resíduo e Impactos que pode causar no meio ambiente.

7 Riscos de natureza físico-química 1. Os produtos químicos podem reagir de forma violenta com outra substância química, inclusive com o oxigênio do ar ou com a água, produzindo fenômenos físicos tais como calor, combustão ou explosão, ou então produzindo uma substância tóxica. 2. Na avaliação dos riscos devidos à natureza física, devemos considerar os parâmetros de difusão (pressão saturada de vapor e densidade de vapor) e os parâmetros de inflamabilidade (limitesdeexplosividade, ponto de fulgor e ponto de auto-ignição). 3. Para prevenir os riscos devido à natureza química dos produtos, devemos conhecer a lista de substâncias químicas incompatíveis de uso corrente em Serviços de Saúde a fim de observar cuidados na estocagem, manipulação e descarte.

8 Exemplos de substâncias químicas incompatíveis Substância Incompatibilidade Reação Ácidos minerais fortes Bases fortes Cianetos Hipoclorito de sódio Neutralização exotérmica Liberação de gás cianídrico Liberação de cloro Ácido nítrico Matéria orgânica Oxidação violenta Água oxigenada Matéria orgânica Metais Oxidação Decomposição

9 Classificação IARC- International Agency for Research on Cancer Grupo 1: Reconhecidamente cancerígeno para humanos. Grupo 2A: Provavelmente cancerígeno para humanos: Grau de evidências de carcinogenicidade em humanos é limitado, sendo no entanto suficiente em experimentos com animais. Grupo 2 B: Possivelmente cancerígeno para humanos: Limitada evidência de carcinogenicidade em humanos e evidência insuficiente de carcinogenicidade em animais. Grupo 3: O agente não classificável quanto quanto à carcinogenicidade em humanos.esta categoria é usada quando a evidência de carcinogenicidade é inadequada em humanos e inadequada ou limitada em experimentos com animais. Grupo 4: O agente é provavelmente não é carcinogênico para humanos

10 A NBR Exemplo de FISPQ

11 Sinalização Comburente Corrosivo Tóxico inflamável Nocivo Explosivo NBR é a mesma adotada pela ONU em convenção internacional

12 Gases e Vapores Anestésicos Agentes anestésicos Inalantes: Duas diferentes classes: Halogenados e Óxido nitroso halotano, enflurane, isoflurane, desflurane, sevoflurane Altamemte voláteis em temperatura ambiente. Efeitos para saúde: 1960 e 70s: Problemas reprodutivos(aborto espontâneo), defeitos desenvolvimento fetal (anomalias congenita) Isoflurane, desflurane e sevoflurane: não avaliados Medidas protetoras: Controle de engenharia, práticas de trabalho, sistema de ventilação/troca de ar apropriado Sistema semi-fechado fechado Limites de exposição: Isoflurane, desflurane e sevoflurane(?) Monitorização do ar: OSHA semestral

13 Mercúrio em Serviços de Saúde Principal fonte de lançamento de mercúrio (Hg) na atmosfera em decorrência de emissões na incineração do lixo dos SS No Canadá os incineradores representam a 4ª maior fonte de emissão na atmosfera (2002). Nos EUA os incineradores de resíduo de SS foram responsáveis pelo lançamento de mais que 10% de todo Hg lançado no ar ( EPA,1997) No Canadá 1/3 da carga de Hg lançado nos sistemas de esgoto são devidos a prática odontológica (1999) Em 1991 a OMS confirmou que o Hg do amálgama dentário é a principal fonte de emissão de vapor de Hg em cenário não industrial (:

14 Mercúrio em Serviços de Saúde Principal modo de exposição é inalação de vapor do Hg líquido metálico Pequeno derramamento (termômetro quebrado) de Hg metálico podem contaminar ambientes fechados acima dos limites considerados seguros para a saúde. Medidas inadequadas de limpeza podem expor pacientes comprometido e funcionários a exposição potencialmente perigosa. Principais fonte de Hg em SS: Esfigmomanômetros ( 80 a 100 g/unidade), termômetros, amálgama dentário.

15 Medidas que minimizam a exposição Local apropriado para manipulação do produto. Equipamento de Proteção Coletiva: Ventilação, Sistema de exaustão: ex: Gluteraldeído para esterilização de endoscópios, Centro Cirúrgico: Exposição a gazes anestésicos, Manipulação de Formaldeído. Evitar diluição do produto pelo trabalhador: Compra do produto diluído ex: Formadeído. 37%- 10%. Substituição de produto na impossibilidade estrutural de adequação às medidas de segurança. Manutenção preventiva de equipamentos Equipamento de proteção individual adequado Capacitação

16 Dificuldades para o gerenciamento de Risco Químico 1. Controle de entrada 2. Gerenciamento dos produtos por diversas áreas: SESMT, SCIH, PGRSS 3. Avaliação de risco dificultada em baixa exposição 4. Efeitos crônicos para saúde não observáveis a curto prazo 5. Pouca importância dada do risco químico nos Serviços de Saúde.

17 Obrigado! Dr Denilson de Oliveira Reis HGIS- OSS