VILMA DOS SANTOS PEREIRA

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1 1 VILMA DOS SANTOS PEREIRA Amorim Origem Eu nasci aqui nessa casa, em 1944, mas não me lembro de muita coisa não. Eu tenho 59 anos, vou fazer 60 anos no ano que vem. Vivi aqui por muito tempo. Casei e me mudei pra Brás de Pina. Morei um tempo em Vigário Geral e em Caxias quando as crianças eram pequenas. Essas idas e vindas duraram uns quatro anos. Depois voltei de novo pra cá, pra casa de meus pais. Minha mãe estava muito doente e eu voltei para ajudar a cuidar dela. Depois ela faleceu e eu continuei morando nessa casa aqui até hoje. Os moradores Aqui as pessoas são como se fossem famílias. Sempre moraram aqui, sempre foram as mesmas. Dificilmente as pessoas se mudam daqui. Quando vem alguém novo pra cá é sempre parente, conhecido de alguém. Então aqui todo mundo se conhece. E sempre foi um lugar muito calmo. A gente tinha um espaço grande, não existiam essas casas todas. Era um lugar que tinha muita fruta, era muito bom de viver. A água No princípio a gente não tinha água como acho que em todo o lugar. Nós tínhamos uma biquinha que vinha da Fundação [Oswaldo Cruz]. Era tudo junto, não tinha muro ainda, ou então só tinha arame farpado, que a gente pulava. Quando faltava água nós tínhamos que andar muito pra buscar no outro lado, no bicão da Rua Capitão Bragança. Era uma bica enorme aonde a gente pegava água e enchia uns latões. Às vezes a gente tinha que dormir na fila pra garantir a água de manhã. Era uma dificuldade muito grande naquela época. Depois melhorou, mas não é lá grande coisa. De vez em quando falta, só que não precisamos andar toda aquela distância. Quando éramos pequenininhos nós ajudávamos carregando água numas latas de tinta. A luz Também não tínhamos luz naquela época. Era lamparina a querosene. Mas nós vivíamos muito bem assim. Eram poucas casas, então os vizinhos ficavam conversando,

2 2 contando história até tarde. Tínhamos muita criação de bichos: cabrito, galinha, porco... Lá em casa tinha um galinheiro. Era muito bom porque a maioria das pessoas tinha sua própria criação que garantia a alimentação. Hoje é diferente, não tem isso e a gente quando tem alguma dificuldade financeira não tem como comprar. A Fiocruz e o uso do terreno A Fundação naquela época se chamava Instituto Oswaldo Cruz e lá tinha sempre vaga pra capinar o mato em volta. Tinha negócio de cavalo, boi, pessoal na carroça... Onde era a ENSP [Escola Nacional de Saúde Pública] era um brejo. O pessoal criava ali rã, preá, essas coisas todas. Então era ótimo porque era um lugar que tinha fartura pra garantir nossa sobrevivência. Muita gente trabalha na Fiocruz até hoje, mas no passado tinha muito mais. Na Fundação, antigamente, tinha os guardas a cavalo. Eu lembro que a gente tinha medo e se escondia sempre que vinha a cavalaria. Eu tinha medo porque minha mãe ameaçava a gente com ela sempre que fazíamos algo de errado. As ruas eram mais amplas e os caras andavam por aqui à noite, faziam a ronda a cavalo. Depois não lembro quando, porque sou ruim de datas, só sei que era adolescente é que fizeram esse muro. Aqui também do lado onde hoje é alguma coisa da COOTRAN, acho que faz adubo, era um campo aonde o pessoal jogava bola. Hoje a gente não tem mais área de lazer. Hoje a gente não tem um campo de futebol pra jogar, tem que ir lá pra Bonsucesso ou pro outro lado da Avenida Brasil, mas naquela época eles já tinham um campo ali que a gente chamava de Cocheira, porque tinha uns cavalos, animais... Era da Fundação, mas era aberto, ainda não tinha muro e o pessoal fez o campo de futebol ali. Tinha até torcida, era uma alegria pra gente ver os rapazes daqui jogarem. Outro lazer da gente era andar de bicicleta por dentro da Fundação, onde era o Biomanguinhos. A gente chamava de Rockfelles [Fundação Rockefeller], ainda se chama assim. Esse era o nosso lazer, esse era o nosso mundo. Porque tudo era aberto, não havia muros. Nós íamos ver os macacos, o bicho que tinha lá... Antigamente no [Hospital] Evandro Chagas havia muito índio de fora. A gente achava muito interessante e ficava à distância olhando. Às vezes eles vinham aos domingos passear por aqui. A nossa comunidade era muito Fundação comunidade. Então eu acho aqui um lugar excelente. Foi aqui que eu me criei e criei meus filhos.

3 3 A Violência Violência tem em qualquer lugar, mas aqui já é uma coisa bem mais fraca. Aqui também tem viciados como em qualquer lugar, mas não tem boca de fumo e coisas de armamento. Eu sempre trabalhei fora. Na Fundação eu trabalhei uns 15, 17 anos. À vezes eu dormia só com uma cortina na minha porta e nunca ninguém a abriu. Nem de dia nem de noite. Eu saía pra trabalhar com as crianças e quando voltava nada tinha acontecido. Até hoje se eu esquecer a porta aberta, ela vai amanhecer aberta. Pelo menos aqui na minha área. Essa é a minha vivência, a minha experiência de vida. A Associação de moradores Aqui em matéria de desenvolvimento não evolui muito não. Em outras comunidades têm associações que funcionam melhor, são mais ativas, têm projetos, têm uma porção de coisa acontecendo. Na nossa associação não acontece nada. O nosso bairro não tem nada, nada. Como comunidade eu acho que não tem nada. Eu não sei o que as pessoas pensam em relação a essas coisas. Lazer A gente não tem uma área de lazer. Agora é que fizeram uma pracinha uma politicazinha aí no ano passado aonde as crianças ainda brincam. Na frente e na subida também tem outra área de lazer aonde as crianças brincam. Mas não tem campo de futebol nem nada! As diferenças no Morro do Amorim Há uma diferença grande entre os pedaços do Morro Amorim. Tem uma área que é mais urbana, cresceu mais, é mais organizada, não é a parte favelada, tem grandes avenidas em baixo... Aqui não, aqui já é o Parque Oswaldo Cruz, é o lado mesmo da comunidade, da favela. Aonde as pessoas foram fazendo as suas coisas de acordo com as suas necessidades, com os meios que têm. Se a minha casa hoje tem em cima, tem em baixo, é porque eu corri atrás e fiz. Aqui é cada um por si. As pessoas lá têm uma situação melhor, herdaram, ou têm um terreno, uma coisa regularizada. Aqui não, a gente aqui não tem regularização nenhuma.

4 4 Meus pais vieram pra cá há muitos anos. Como aqui tinha poucas casas cada morador tinha uma área bem grande. Tínhamos muitas coisas, jacas... O meu tio veio de Santa Maria Madalena há mais de 50 anos, toda a minha família é de lá. Não sei dizer por que meu tio veio parar aqui, só sei que ele sempre morou aqui. Ele conseguiu um emprego no Instituto Oswaldo Cruz através de um amigo. Ele andava na carroça cortando capim para os bois, cavalos, cuidava dos animais. Como ele morava muito longe, esse amigo, que já morava aqui há vários anos, arrumou um espaço pra ele fazer a casa dele aqui também. Meu pai quando veio de Santa Maria Madalena foi pra Niterói e depois pra o Morro de São Carlos no Estácio. Parece que lá eles moravam perto de uma pedra, aí teve uma chuva muito grande e essa pedra estava botando em risco a casa deles, eu ainda não era nascida. Aí o meu pai entrou em contato com esse meu tio que falou pra ele vir pra cá, e conversou com esse senhor amigo dele, porque cada um tomava conta de um espaço bem grande. Aí meu pai veio, fez uma casa, fez um barraco e ficou morando. E ali eu nasci. Minhas irmãs não, já eram nascidas. Uma nasceu em Niterói e a outra lá em Santa Maria Madalena. Só que o meu pai não trabalhava na Fiocruz, ele trabalhava numa companhia chamada Gato Preto, na Rua do Matoso, que depois passou a ser a Kibon, na Avenida Visconde de Niterói na Mangueira. Eu tentei falar com a minha irmã pra ela dar uma ajuda porque ela é melhor de datas e é mais velha do que eu, mas ela não pôde. Ela mora aqui também e tem 74 anos. A maioria das pessoas da vizinhança trabalhava no Instituto Oswaldo Cruz. Eu trabalhei, minha irmã também, quando ainda era Instituto Oswaldo Cruz. Ela era auxiliar de enfermagem no Evandro Chagas. Algumas pessoas já moravam aqui e foram trabalhar lá, mas outras vieram morar aqui pra ficar mais perto do trabalho. Sempre havia uma vaga pra capinar e um ia chamando o outro. Há muito tempo, quando a gente queria melhorar a casa, as pessoas diziam que a gente não podia fazer nada aqui porque no dia que a Fiocruz cismasse, eles poderiam vir na nossa casa e mandar a gente embora. Nós tínhamos sempre esse receio. Mas ano foi passando, foi passando, e isso nunca aconteceu. Aí cada um foi melhorando a sua casa e acabou essa história dos antigos. 1 Enquanto a Fiocruz não fez o muro, tudo bem, mas 1 Gleide Guimarães comenta que essa história antiga é comum em toda a região. Todas as pessoas mesmo as que vieram do CHP2, tinham uma casa elas passavam essa história de boca em boca, dizendo que não valia a pena investir aqui porque no dia que a Prefeitura ou o Estado quisesse, poderia tirá las daqui. Então todos sempre conviveram com essa ameaça.

5 5 depois que fizeram o muro, o pessoal disse: Não, já separou, então a história vai ser outra.. E aqui, na época, uma coisa que eu acho muito interessante: a gente ainda não tinha luz e quando botaram luz, muita gente não tinha condições de comprar rádio, aí o seu Joaquim Venâncio, que morava nessa casa onde agora é qualquer coisa de adubo, era a única pessoa que tinha televisão. A gente não tinha televisão. Então todo mundo ia ver televisão na casa dele. Aí, à tarde, ele deixava a gente ir na sala dele sentar pra ver televisão. Toda tarde a gente ia ver televisão na casa do seu Joaquim Venâncio. E pra gente era uma coisa! Pelo menos pra gente que morava aqui perto. A gente nunca teve televisão. Depois de muitos anos é que a gente conseguiu ter uma televisão. A chácara Essa chácara no final da rua é de moradores bem antigos. Todos trabalharam na Fundação Oswaldo Cruz. Os pais deles trabalharam muitos e muitos anos. Então a história deles deve ser bem melhor do que a minha. Eu tive pra falar isso com ele, se ele estava disposto a colaborar. Mas o tempo é curto, é tanta coisa e eu me esqueci de falar com ele. Mas de repente eu vou com o Chapéu lá hoje e vejo se eles podem contar alguma coisa. Porque ele tem uma história de muitos anos mesmo. A família dele todinha trabalhou na Fiocruz. Eles tinham um terreno muito grande. Eles foram uns dos que não cederam pra ninguém. Eles tinham aquela coisa: É meu! E eram muitos irmãos. Era muita gente e quando teve essa coisa de muro, aquilo ali não era deles, eles chegaram mais o terreno deles pra o muro. Aí foi uma confusão danada porque tinha passagem pra os outros terrenos, ele foi abrindo, foi abrindo... Agora só se vê um bequinho pra as pessoas passarem. Porque eles ali ainda criam porco, ainda tem um pouco dessa coisa de galinha e tal. Mas tem espaço lá pra trás que é até vazio, que ninguém usa. Que deveria até servir pra outras pessoas. Mas eles têm o que é deles. Eles pagam imposto e, Deus me livre se alguém pegar um pedaço daquele pedaço! Nós não pagamos impostos, mas eles dizem que pagam. E Deus me livre se alguém falar o contrário porque eles brigam! Teve uma época que entrou um presidente na Associação que pediu um pedaço pra poder fazer não sei o quê. Um movimento aí qualquer, social, pra o bem da comunidade, ele disse que não, que ele pagava, que aquilo ali é dele, são muitos irmãos... E eles avançaram num pedação. Mas naquela época também as pessoas eram menos ambiciosas e eles já tinham uma visão, já pensavam adiante. Quer dizer,

6 6 isso vai daqui até lá embaixo, na rua que você entra lá embaixo. Chamaram uns parentes deles pra morar ali. Tiveram também um probleminha com não sei quem que botou uma casa bem no quintal deles, ali por dentro... Foi tudo pra advogado, uma porção de coisa... Mas eles perderam, a pessoa não desmanchou a casa não. Quer dizer, tem uma casa que já fica quase lá dentro do quintal deles. O terreno é tão grande que eles alugam um pedaço pra estacionamento. Aí uma colega me perguntou como podia aqui na favela ter uma pessoa com um espaço tão grande. Eu falei que era um mistério. Só conversando, fazendo uma entrevista com eles. Os becos Esses becos todos eram casas com quintal, os quais foram sendo cedidos pra outras pessoas construírem suas casas. A gente não tinha noção dessa coisa de a rua tem de ser mais ampla. As pessoas nunca pensaram nisso. Pensaram em ter um lugar pra morar! E fazer sua casa, aumentar sua casa... Mas nunca pensaram assim Pô, eu tenho que ter um espaço aí que é pra passar um carro... Porque quando eu morava aqui, o carro vinha, entrava, era diferente. O carro ia até lá embaixo, saía, entrava carro por aqui, por uma porção de lugar, hoje já não entra. Aqui no beco onde eu moro não entra um carro. Aqui do outro lado, onde entrava, pode até entrar até um certo pedaço, depois não entra mais, o carro ia até lá embaixo. Esse terreno aqui, cederam pra o meu pai. E ficou sendo o espaço dele. Poucos são os que vendem seus terrenos, mas tem pessoas que vendem. Quando meu pai faleceu, eu fiquei com a casa, como outros também ficam, dão pra parentes, pra alguém que casa... A minha filha mora lá embaixo, casou... E a gente vai se equilibrando da melhor maneira possível. Até pela condição da nossa vida que não tem como sair daqui pra outro lugar porque é difícil. Então é por isso que eu digo, as pessoas não mudam muito, quer dizer que a gente se conhece. A maioria das pessoas antigas, a gente se conhece. O meu endereço é Rua Cartola, número 6, sobrado. As ruas têm nomes de músicos. Deram esses nomes pra organizar melhor o espaço. 2 Tem pessoas que ainda fazem isso: dar o número que não é o correto. Por exemplo: Moro na Rosa da Fonseca, 106! 106 é ali. Você vai, entra no 106 tem mil casas. Cada lugar das pessoas que moram assim, 2 Gleide conta que a Democráticos, 30 é na verdade o endereço da Fundação Leão XIII, mas o pessoal do CHP2, todos moradores da Avenida dos Democráticos, 30, davam o número da casa da Vilma? Como endereço. Aí quando batia a correspondência lá, ninguém achava. Mesmo depois de darem nome às ruas.

7 7 eles dão o nome da rua principal. Então se diz que mora na Rosa da Fonseca, 106, quando se chega lá não encontra a pessoa. Então eu disse: Gente, sabe o que a gente tem de fazer, fazer isso, porque facilita quem vai encontrar a gente! Aqui também Rosa da Fonseca, 41, fundos. 41 é ali na Pedreira. Se entra no 41, olha e vê tudo aqui embaixo. Então isso foi pra facilitar, pra achar as casas melhor. Teve um presidente de Associação eu não sei o nome dele, chamam de Jangada ele é que mudou pra nomes de artistas. Achou legal e aí o pessoal concordou, todo mundo gostou. Porque antigamente eles queriam botar o nome dos moradores mais antigos, mas aí tinha morador mais antigo que não morava mais e acabou não dando certo. Mas isso já tem muitos anos. Aqui é Cartola, porque a maioria do pessoal desse beco aqui é mangueirense. Então foi uma homenagem à Mangueira. E iam perguntando assim: Que tal a sua rua ser isso...?, falando com as pessoas mais antigas... A gente aqui gostou do Cartola, achou ótimo. Agora, tem pessoas que acham que não, que têm preconceitos e aí falam Beco. Eu falo Beco Cartola, mas tem pessoas que não gostam e querem dar o nome de rua mesmo. Porque às vezes, quando vêm cartas, eu falo pras pessoas lá no posto trabalho com a comunidade, já as conheço Olha, gente, olha só, não é bem por aí, a rua deve ser esse nome, não é não? Ah, mas eu não gosto de usar esse nome não! Eu gosto de usar o nome da rua... Mas aí facilita mais, vamos supor que você faça um exame qualquer aqui no posto, eu preciso ir lá na sua casa... Eu vou, mas se não puder ir, for uma outra pessoa, já dificulta, não é?! Esses nomes são pra facilitar e os nomes são muito bons. Tem um beco lá em cima que se chama César de Alencar. Ninguém gosta de César de Alencar! E não aceitam, e dizem que é Sizenando Nabuco, não sei que número. Cidinha Campos eles já aceitam. De cantores, de músicos: Cartola, Dircinha Batista, Linda Batista, Dalva de Andrade... Tem Jamelão... Beco Jamelão também ninguém põe quase. Porque é um beco tão curtinho que eles botam a Rosa da Fonseca, 122. É logo ali na entrada. Eles também não gostam de botar Jamelão. Tem Roberto Carlos, tem Vila Lobos, tem Cidinha Campos, que não é artista, mas é jornalista... Só de celebridades, pessoas famosas. E eu acho bom também porque as pessoas não esquecem. Rodas de samba

8 8 As coisas aqui, como eu já disse, não vão muito adiante. As pessoas fazem as coisas e daqui a pouco não está dando em nada. Mas a gente já teve muitos blocos aqui famosos, acadêmicos, outros mais, desfilavam lá em Bonsucesso... Hoje não. Mas agora a associação comprou as peças e saiu nesse ano o bloco. Não sei se é por causa de Os Discípulos de Oswaldo estar vindo muito aqui, incentivou o pessoal e aí o pessoal botou o bloco na rua. Porque Os Discípulos de Oswaldo ensaia aqui no bairro, no bar do Chico. Então, a comunidade toda vai pra lá. Então eu acho que os meninos ficaram estimulados e compraram bateria esse ano e já saiu o bloco. Mas só por aqui mesmo. Não fizeram como os outros anteriores que tinham só a roupa, tinha música. Porque tinha um grupo aqui, acho que é grupo amigo. Eles jogam futebol no final de semana, fazem passeios... Faz parte também da associação, aí esse ano sai o bloco, mas eu não sei nome dele não. O bloco é recente. Não sei se é Bloco dos Amigos, porque esse ano acho que deram outro nome a esse bloco. Antigamente tinha um pagode na padaria. Mas agora não está tendo mais. Tem ali o bar do Pepino, na rua Sizenando Nabuco Pepino Bar. De vez em quando tem um pagode lá, mas são pessoas que vêm de fora. E o Pepino também tem um grupo. Antigamente muitos blocos falavam sobre a comunidade. Não era bem uma história, falavam de alguma coisa, do lugar. Mas atualmente, não. Agora eles compraram instrumentos, essas coisas, e vamos ver o ano que vem como é que vai ser. A comunidade andou um pouquinho desanimada com essa história de samba. Mas já teve muito samba aqui. Futebol Já teve muito time bom de futebol aqui. Agora, eles jogam futebol na Fundação. Nos domingos de manhã eles jogam no campo lá. Tem um grupo que vai nos torneios. Alguns são funcionários da Fundação. E tem sempre um time de fora, convidam outro time pra jogar ou fazem aquela coisa de solteiro contra casado, uma coisa entre eles mesmos. Depois fazem uma comida na vendinha do Carlinhos, cozinham uma comida diferente a cada domingo. O Carlinhos é uma pessoa ótima pra falar sobre esse novo bloco. Ele também tem muita história boa pra contar porque participa de muita coisa que eu não participei.

9 9 A relação com as outras comunidades Muitas pessoas acham que ali embaixo é violento. Muitas pessoas aqui acham que isso aqui não é favela, elas já têm um pensamento diferente. É por isso que eu digo que aqui não vai muito pra frente, por causa desses pensamentos diferentes. Poucas pessoas se interessam pelo lado de lá. Elas vão mais pra Bonsucesso, pra outro lugar... E agora também essa violência do lado de lá sempre foi mais violento afasta muito. E eu acho também que devia ter uma integração maior com os presidentes das associações. Eles também podiam fazer essa integração, mas é uma coisa distanciada. Os moradores deixam mais por conta da associação. A comunidade se mobiliza pouco, ela nem tem participado muito da associação porque com o tempo vai perdendo a confiança. Já teve muito presidente bom aqui, mas também teve outros que fizeram muita coisa que não foi legal pra comunidade. Então hoje, a comunidade não acredita muito. Muitos falam: Não dá pra acreditar na associação, a associação não faz nada pela gente! Eu não entendo por que tem pessoas com um espaço tão grande e outras com espaços tão pequenos. Mas mesmo assim, comparando a outros lugares, aqui ainda tem um espaço muito bom. Tem lugares que são muito fechados. Aqui tem pessoas que têm quintal grande, tem um espaço bom. Ainda tem também ali do outro lado, uma menina que tem quintal grande, apesar de ela ter vendido, ter cedido... As pessoas aqui também elas se respeitam. Cerquei, é meu. Não é aquilo de vai lá, apanha, é seu... Tem esse respeito, tem esse caminho. Em outros lugares, vamos supor que estou dando só uma suposição se é lá debaixo, num instantinho alguém invadia aquilo ali! Não queria saber daquela terra, já tinha invadido. E, no entanto, as pessoas não invadem. Se fosse lá embaixo as pessoas já tinham invadido, feito casa e tudo! Não, as pessoas têm esse respeito. Cercou, é meu, fecho o meu portão... Tem aquela coisa de respeito, de consideração, até porque já se conhecem. Porque lá no CHP2 teve muita mudança. Eu lembro daquela Favela do Esqueleto, que veio todo mundo pra cá, pra Cidade Alta... A minha família toda morava ali. Foi pra Cidade Alta, Quitundo... Eu tinha parente também no Esqueleto, mas eles não quiseram vir pra cá, eles foram pra outro lugar. Então houve muita mudança. E aqui não muda, o governo não mexe aqui! A gente não tem essa interferência.

10 10 A Associação de Mulheres A Associação de Mulheres do Complexo de Manguinhos é na Sizenando Nabuco, número 11. A sede dela é na creche. A Associação de Moradores é 240, fundos. Nunca surgiu nenhum outro grupo de liderança comunitária sem ser a associação. O Grupo de Mulheres acontecia antes da associação, há muito tempo, numa outra gestão. Tem gente que pensa que esse grupo é meu, mas não é. E a participação dele era muito pouca. Tanto que ficou por aí mesmo. Agora a gente tem uma Associação de Mulheres do Complexo de Manguinhos como um todo, que é da comunidade toda de Manguinhos. Esse é o nosso grupo, onde a gente trabalha, só que a gente faz um trabalho que visa mais a geração de renda. É aquela coisa da oficina, de ensinar as mulheres a conseguirem aprender alguma coisa e poderem ganhar um dinheirinho fazendo artesanato, fazendo coisas desse tipo. Mas isso não é dentro da associação não. A gente tem o nosso núcleo na Fiocruz. É uma integração nossa onde a gente sempre fez esse trabalho. Até por causa da coisa do HIV, Aids, da ajuda das pessoas... As pessoas sempre reclamam que não têm dinheiro e também nem sempre o posto de saúde tem o remédio que elas precisam. Daí surgiu o Bazar da Solidariedade que a gente tem, e surgiu essa Associação de Mulheres pra a gente poder organizar o trabalho. Mas ela não é uma coisa geral da comunidade, como a associação de moradores Ela visa mais o lado de geração de renda. E não era um grupo da Fiocruz não. Eu sou a presidente da associação, mas a gente fez a associação em relação aos projetos, aos trabalhos que a gente tem na comunidade: da prevenção ao DST ao Bazar da Solidariedade que a gente tem lá. O que os funcionários doam é vendido no bazar lá dentro da Fundação, em geral é na entrada do posto de saúde. Esse dinheiro é revertido em benefício desse pessoal, as pessoas de HIV positivo. E esse grupo não é só pra mulheres, é pra mulheres e amigos, pra pessoas que estiverem interessadas. Tanto que a gente tem lá na oficina homens também que fazem cestaria. Porque o produto que é produzido lá na oficina é também vendido nesse Bazar da Solidariedade. Quer dizer, quem faz o seu trabalho divide, deixa lá em benefício das pessoas e fica com o seu dinheirinho. Quer dizer que as pessoas aprendem bordado e várias coisas desse tipo. E a gente nem paga as pessoas que às vezes vão dar aula lá. E isso está indo. É uma coisa que não é tão nova, ela começou em 99, mas está indo. Tem tido muito resultado, tem favorecido muitas pessoas. E tem casos interessantes. Teve um em que uma pessoa se descobriu portadora do HIV e o

11 11 marido já era portador, só que a família não aceitou, não achou que o filho tivesse passado o HIV pra menina. A família achou que foi a menina que passou pra ele. Mas ele já estava bem doente e veio a falecer. Quando isso aconteceu a família botou a menina pra fora de casa, porque ela morava no quintal deles. Disseram: Foi você a culpada, foi meu filho... Coitada! Aí ela foi bater lá no Bazar. Ela disse: E agora o que é que eu vou fazer?! Com dois filhos pequenos, os filhos também fazendo tratamento... Aí foi com esse dinheiro que a gente ajudou a dar o depósito pra alugar a casa. Ela foi morar lá na Nova Holanda porque o Bazar deu o dinheiro pra ela poder morar num quartinho. Porque ela trabalhava na casa de família. E é assim que o Bazar faz: a pessoa que não tem gás, que não tem um pedaço de carne, que está com dificuldade... O Bazar é pra atender mais essas coisas. Só que não está fechado só pra isso, ele está aberto pra outras coisas. A gente tem ajudado muitas pessoas. E até mesmo, às vezes as pessoas que não podem e estão sem roupa. É a doação que a gente recebe. Então a Associação de Mulheres é mais voltada pra essas coisas: geração de emprego, cursos... Não é associação de moradores. É essa a diferença. O outro grupo que tem é esse nosso, da associação e que também trabalha a prevenção, DST, Aids... A gente tem um caminhão educativo no qual a gente vem toda às quartas feiras aqui pra Rosa da Fonseca. A gente comprou uma barraquinha de camelô e ali damos os preservativos pras pessoas, informação sobre o DST, Aids, etc. A Secretaria fornece os preservativos, através da Fundação, que nós repassamos pras pessoas e as cadastramos. A cota da Fundação vem junto com a cota da Associação de Mulheres. Então através da Associação de Mulheres a gente faz também esse trabalho de prevenção em DST, Aids. A gente já teve esse trabalho dentro da associação de moradores, porque a gente também tem uma integração com a associação de moradores. E ali a gente trabalhava muito a saúde da mulher, mais voltada pra mulher. Métodos anticoncepcionais e também a prevenção. Só que o que é que a gente mais via era mulheres! Nunca vinha homem e quando vinha era quando não tinha mais o preservativo. Aí vinha um: Vim pegar preservativo... Dona Vilma, tem preservativo? Aí comecei Gente, a gente tem de arrumar uma maneira de sensibilizar esses homens, e pra conseguir homem a gente tem que ir pra rua. Então vamos pra rua, vamos comprar uma barraca... Foi aí que montamos o camelô educativo. Todas às quartas feiras, de 2 e meia às 4 e meia, aqui na Fonseca, a gente monta a barraquinha, dá informação e orienta. Qualquer caso de DST, Aids, leva pro

12 12 posto de saúde, saúde da mulher, métodos anticonceptivos... A gente tem um grupo de anticoncepção lá no posto de saúde, aonde a gente manda essas mulheres. Tem muitas que não conhecem o próprio corpo. Todo esse trabalho a gente faz aqui na associação. Uma vez por mês a gente passa vídeo sobre o DST, Aids, faz uma palestra, convida pessoas que queiram vir fazer palestra pra gente. A finalidade da nossa associação é mais essa: é saúde, é geração de renda, aprendizado. E junta também com a associação de moradores, a gente não está fora dela, a gente está junto, só que é uma associação do Complexo todo. Estrutura do saneamento O nosso saneamento é péssimo ainda. Aqui só tem mesmo: a água, luz e o esgoto muito ruim, muito deficiente. Enquanto que as outras favelas têm outras coisas, eu sei que cresceram mais em relação a muita coisa. Aqui hoje a gente ainda tem a briga da água porque de vez em quando fica todo mundo sem água. Lá em cima então, tem pessoas que carregam água o dia todo! Aqui na parte de baixo não, mas da Fonseca 3 pra cima tem gente que mesmo no domingo está carregando água. A gente tem bomba, é claro, vem com a bomba, aquela dificuldade, mas ela ainda vem. Mas aí em cima não se pode mandar água, essa bomba de água nossa é antiga. O Estado nada faz aqui. Teve uma época que ele veio, mas eu acho que foi através do Cynamon [prof da Fiocruz], de algumas pessoas, que a gente conseguiu esse último trabalho de esgoto e saneamento. As próprias pessoas da comunidade trabalhavam no saneamento, pagas pela comunidade. E foi numa dessas vezes, quando veio muito material pra sanear cimento, coisas assim, que o presidente da associação ficou com a maioria pra ele e ainda por cima não fez um bom serviço. Foi daí que deu essa desavença e fez com que as pessoas não acreditassem mais na associação. Eu não tive muito do que me queixar. Eles fizeram aqui no meu beco, legal, tudo bem... Mas teve lugar aí que as pessoas reclamavam muito. No geral o saneamento é péssimo! A maioria das coisas aqui são as pessoas que fazem. 3 Refere se a Rua Rosa da Fonseca, do Morro do Amorim.

13 13 O esgoto, que é feito por nós mesmos, cai na estação de tratamento da Fiocruz que está desativada. Tenho quase certeza que vai pra lá. Porque a gente não tem rio nem nada, então é lá mesmo. A captação da água é ruim. Tem uma lá em cima que vem da prefeitura. Nós ligamos no cano dela através de gato, então a gente não paga. Tem essa questão: a gente reclama que a água é ruim, mas não pagamos. A luz é outro caso. Antigamente tinha essa rede de luz clandestina, tinha essas coisas todas, mas hoje não, hoje vem da Light. Tem pessoas que fazem gato mesmo, dizem que não pagam. Aí é de cada um. Mas agora vem legalmente. Essa nós pagamos. E as contas vêm certinhas da Light pra cada morador. Vem tudo direitinho, cada um tem seu relógio. As construções Nós construímos da seguinte forma: se a gente quer fazer alguma melhoria tem que pagar um empreiteiro, ver o que vai gastar, comprar o material e fazer por conta própria. Por conta e risco. No fim das contas a gente é tudo, até engenheiro. Porque a necessidade obriga. Eu mesma faço a minha casa, rabisco dizendo como eu quero... Os becos agora A maioria dos pisos dos becos é cimentada. Isso foi da época da associação. Não estou muito por dentro disso, mas sei que à noite chegava um bocado de material. Aí todo mundo da comunidade ia botando de beco em beco. Foi na gestão do presidente Jangada, o que botou nome de artista nas ruas. O Jangada trazia tudo à noite, eu sei que ele arrumava à noite. Agora, da onde vinha eu não sei. Cada dia era num beco. Eu só sei que todo mundo ficava esperando com sua pá, enxada, pra cada um ajudar a cimentar o seu beco, ajudar a espalhar o concreto que já vinha pronto. Era resto de obra, não sei se do Metrô ou de outra obra que fizeram aí. 4 Eu quase não via isso porque era à noite, quando eu via já estava tudo espalhado. E foi assim que conseguiram cimentar tudo, senão ainda estava como era antes. E os becos ficaram cada vez mais estreitos porque a 4 Gleide conta que esse tipo de história é um tanto comum na região. Diz que no CHP2 tem uma rua asfaltada que foi sobra da usina de asfalto que tem na Francisco Bicalho. Aí tem um cara que mora na comunidade e trabalha com o deputado tal, que é candidato a deputado, que é funcionário de lá e pra ganhar voto da comunidade traz o resto da obra de lá pra cá. E era resto mesmo. Trazia pra cá, asfaltava a rua e ganhava a simpatia da comunidade.

14 14 gente não tem noção dessas coisas, só vai ver depois. As pessoas querem mais é um lugar pra fazer sua casa, uma casa pra morar. E vale a pena porque o lugar aqui é muito bom. Muito calmo, muito família, todo mundo se conhece, todo mundo se dá bem. Não tem violência, não tem tráfico de droga... Tráfico de drogas Nunca houve tentativa de algum grupo de tráfico de drogas entrar aqui. Teve um Natal, há muitos anos, que as pessoas diziam que o pessoal lá de baixo ia invadir aqui. Mas sempre falam isso e nada acontece. Nunca nada assim foi decretado, só mesmo comentado. Uma vez houve um tiroteio grande em Manguinhos, as pessoas ficaram apavoradas, acharam que estavam invadindo aqui, correram... Mas não era nada aqui. É porque os policiais vieram até aqui em cima na Leopoldo Bulhões, agora eles deram de entrar pra cá. Ficam por aqui acuados. Aí o pessoal achava que era aqui. Mas eu acho que também não acontece isso porque aqui mora muito PM. Eu não sei se isso é bom ou ruim. É bom no sentido de evitar esse tipo de coisa, de botar boca de fumo. Aí já é um pouquinho de sossego que se tem. Porque todo lugar que tem uma boca de fumo tem confronto. Ou com a polícia ou com outros traficantes. Aí sim, poderiam querer invadir porque aqui tinha uma boca de fumo, iam querer tomar. Então esses policiais morando é bom porque evita de ter isso. Eles vêm porque tem uns meninos viciados, fumando. Eles vêm e avisam: Ó, vamos lá! O morador daqui liga logo porque ele não dá guarida, qualquer coisa ele liga logo. Os meninos começam a fumar muito, os moradores ligam lá pra central, ligam pros PMs e os PM vêm falar: Olha a casa dos outros, respeita a casa do vizinho... Vão fumar pra lá, tem um beco ali embaixo, fuma lá, mas não atrapalha! Quer dizer, é bom nesse sentido: as coisas têm pelo menos um controle. Outra coisa também é que não é um lugar que dê pra botar boca de fumo, porque não tem muita saída. Agora então que fecharam aqui na Avenida Brasil, só tem uma saída. A gente passava direto, Sizenando Nabuco e o carro saía lá. Agora que fizeram a Linha Amarela um carro não sai mais lá. Já correu um boato de que essa área seria do 3º Comando. Mas essa coisa de fechar foi por conta da obra da Linha Amarela mesmo. E isso foi assim, as pessoas não acompanharam, quando se viu, fechou. Então de carro a gente tem que dar volta, mas antigamente era direto, se entrava aqui e saía na Avenida Brasil. Agora não, agora tem

15 15 que ir por Bonsucesso, pegar um desvio ali, porque não sai mais. E essas coisas dificultam a fuga. Eu não sei também como é que funciona essa coia de boca. Eu acho que não tem muitas pessoas aqui envolvidas nisso. Transporte A questão do transporte... Aqui em cima tinha duas linhas de ônibus: a 902 e a 903. Não sei por que elas saíram. Hoje ainda tem a 497, que só vem na parte da manhã. O 902 e o 903 da mesma linha, só vêm também de manhã. Eles vinham pouco aqui e demorava muito. Depois começou a van, começou a Kombi... O que é que acontecia com os ônibus? Vinham vazios. O serviço já era deficiente antes das vans, era muito precário! Então a Kombi veio satisfazer uma necessidade das pessoas. Porque qualquer coisa de bom não estou dizendo que seja bom, não sei favorece a pessoa, e tem outra coisa: pára aqui na porta, pára em todas as portas. Desce aqui embaixo, os ônibus só ficavam lá em cima no ponto final. Com as vans: Ah, eu quero parar lá não sei onde... Eles param. Ah, agora eu quero ir na Rua 2! Eles deixam a pessoa aqui, vão lá na Rua 2. E isso é em todos lugares, não é só aqui. Os ônibus deram brecha a que isso acontecesse e agora as vans tomaram conta. O ônibus dá mais segurança, é outra coisa, mas e a necessidade da pessoa de ficar esperando quanto tempo pra vir um ônibus? Você ficava em pé ali o tempo todo e cadê o ônibus? Depois que veio a van, eles botaram bastante ônibus, até aqueles microônibus, mas aí já não deu mais. As pessoas perderam o costume, não tinha como. No ônibus tem mais segurança porque as crianças já não pagam, as crianças maiores, os idosos já têm o seu passe... Na Kombi não, tem de pagar. A gente tem que pagar. Com ônibus eu acho que a empresa é responsável por qualquer coisa que aconteça, num desastre, um acidente... Tem um seguro. A Kombi não, o que acontecer fica por isso mesmo. Tem os dois lados. Agora tem aquela facilidade: você quer pegar uma Kombi ali, você vai e a Kombi não demora. Daqui a pouco a Kombi está ali. Me traz aqui no portão, venho com bolsas... Na roleta do ônibus eu não passo com bolsa. Nas catracas você não passa com duas, três bolsas. A Kombi vem, abre lá atrás e bota suas bolsas, é mais confortável. E no ônibus não, você passa com sacrifício! Às vezes prefiro até que os meninos passem, pago a deles. E às vezes eles não querem abrir a porta lá de trás, aí vai pela frente. Porque não dá nem pras

16 16 crianças passarem por baixo de tão apertado que está. Uma mulher grávida, uma mulher muito gorda, tudo bem, tem que abrir lá atrás, por certo. Mas nem todo motorista abre, porque os motoristas têm uma pressa incrível. Dá até medo de você ir! Na Kombi não, na Kombi eu boto [o menino] em pé... não pago. Não pago porque eu moro aqui já há muito tempo e os meninos ainda são pequenos. É muito difícil a gente avaliar os dois lados: do ônibus e da van. Tem os seus lados bons, mas tem esses outros lados. Saúde Quando precisamos de assistência médica usamos o Hospital Geral de Bonsucesso, o Posto de Saúde da Fundação e o Souza Aguiar. Tem outros, mas o que a gente usa mais é o de Bonsucesso, porque é o mais perto. O posto da Fundação é ótimo, mas como comunidade, eu acho que a nossa comunidade podia ter crescido mais. Se desenvolvido mais em outras partes, ações sociais, em outros lugares... Eu vejo tantas comunidades, tanta gente, tantos presidentes de associação olharem por sua comunidade e aqui não. Antigamente a gente tinha um ônibus que ia a Del Castilho, mas tem de pegar duas conduções, aí fica mais difícil. É isso que eu às vezes falo: Puxa, tem a Linha 1, agora eu tenho de pegar dois ônibus. Porque Manguinhos demorava, mas faz falta! A gente pensa assim. Porque a Kombi não vai entrar lá. Empregos hoje Na Carlos Tavares muitas casas viraram galpões, ali tem muita indústria, muita fábrica. Lá já é urbanizado. E os presidentes da associação têm feito esse trabalho de procurar, de pedir nesses lugares que dêem preferência às pessoas da área. Tinha uma firma que abriu há pouco tempo aí, que só tinha pessoas que moram aqui. Até os PMs mesmo, eles vêm avisar se tem vaga: Em vez de vocês ficarem aí de bobeira, fumando maconha, vão trabalhar. Ó... tem a fábrica lá dando vaga. As obras da Fundação, tem uns meninos que trabalham... A COOTRAM 5 tem ajudado muito, muita gente daqui trabalha nela. Tem gente de todas as áreas. Tem um presidente da associação, anterior a esse, que ia lá e pedia pra que as firmas tivessem vaga dando preferência aos moradores. E pra eles é até melhor porque se tem uma greve, uma coisa qualquer, já tem o 5 Cooperativa de Trabalhadores Autônomos de Manguinhos

17 17 funcionário ali, não mora longe. Você tem a coisa de almoçar em casa... De repente já facilita muita coisa. As escolas Aqui no Parque Oswaldo Cruz, o ruim mesmo é escola pública. A gente não tem escola pública. Pra ir numa escola a gente tem de ir pra Penha, pra Bonsucesso ou pra o outro lado. Aí já tem o problema do tiroteio, de as pessoas acharem que o outro lado é violento... Então preferem ir pra Bonsucesso e outros lugares. A gente tinha que ter um bom colégio. Nós já encaminhamos essa reivindicação. Tem um TER na Leopoldo Bulhões, ali embaixo onde é o ponto de ônibus, que nem funciona. Lutamos muito pra que fosse uma escola, mas não conseguimos nada. 6 Então já lutaram muito pra ali ser um colégio, uma escola pública... Isso seria importante, muito bom pra aqui. O Abrigo Cristo Redentor Que eu lembre esse abrigo nunca teve relações com a gente, nunca fez nenhum trabalho conosco. Ele já foi mais ativo em outras épocas. Já se falou mais nele. Agora eu o vejo distante. Antigamente tinha a internação de idosos. Tinha uma igreja também. Tinha missa naquela Igreja Cristo Redentor. Mas eu não sei como é que funciona mais. Antigamente eu ouvia falar mais. 7 Favela ou comunidade? Essa coisa de favela é muito preconceituosa. A pessoa fala favela parece que é uma coisa desorganizada. E as pessoas às vezes não gostam dessa palavra favela. Comunidade já dá uma idéia de organização. E favela dá impressão de bagunça, de coisas à toa, de lugar mesmo de marginalidade. E as pessoas têm essas coisas, você fala favela, só tem marginal. E não é assim, a comunidade tem pessoas, claro que tem pessoas trabalhadoras, honestas... E favela dá uma conotação ruim. Aí esse termo passou a ser uma coisa ofensiva. Eu também não gosto da palavra favela, eu gosto 6 Gleide comenta que é do Governo Federal e está abandonado. Abandonado, entre aspas, porque quando invadiram a CONAB, dizem que cercaram o local imediatamente a fim de evitar que fosse invadido também. 7 Wagner comenta que hoje só está tendo missa pela Igreja Santa Bernadete. Que os párocos de lá estão fazendo missa na capela de cima.

18 18 mais de comunidade. Quando eu faço qualquer trabalho, falo Favela do Amorim, Favela do Parque Oswaldo Cruz? eu digo: não, comunidade. As pessoas não gostam que fale favela. A favela virou uma palavra muito feia. E o conceito de favelados também. A comunidade já dá uma impressão de organização, daquilo que é realmente a comunidade. Aqui as pessoas nunca aceitaram, nunca gostaram de ser favela. Por incrível que pareça. Conversando com outras pessoas elas vão falar: Isso aqui não é favela. Vai se encontrar muita gente que vai falar isso. Aqui se fala é Amorim. Nunca ninguém falou Favela do Amorim. Algumas falam Morro do Amorim. O termo Parque Oswaldo Cruz é mais recente, tem mais de 10 anos. Acho que foi com esse presidente da associação, o Jangada, que mudou de Amorim pra Parque Oswaldo Cruz. Ele não mora mais aqui. Ele era policial aposentado, aí se mudou. Às vezes ele até aparece por aqui. Remoção Aqui nunca teve remoção. Nunca ninguém mexeu. Lá na Favela do Esqueleto teve muitas remoções. Minhas tias moram todas ali. Tinha um barracãozinho amarelo, depois teve a casa de cimento armado... Mudou muita coisa! E tinha espaço, muito espaço! Esse lugar da foto, lá atrás, onde Gleide morou, Coréia, era um campo enorme. A gente passava debaixo daquele campo. Então Manguinhos também não era assim, também a gente ia tanto pra cá quanto pra lá... Havia antigamente essa coisa. Mas depois, por causa da violência, as pessoas foram se acomodando. Mas antes a gente ia pro Jacarezinho, comprar as coisas, passava, ficava... Depois ficou muita violência, mudanças, vieram outras pessoas que a gente não conhecia e que por isso eram diferentes... Aí por isso que mudou. E as pessoas foram recuando porque pra lá é muito violento. Mas por quê? Porque foi mudando. E aqui não tem esse negócio, não muda, não mexe... está parado. Aqui a pessoa plantou, deu frutos, vêm outros, não tem essa coisa de sair. Sai se você quiser. Eu quero vender essa casa, eu vou embora, mas não tem essa coisa de remoção. Outro dia eu estava conversando com a Edite: Edite, eu sou pequenininha aqui. Quantas mudanças eu vi aqui no CHP2! Tem tido samba, São Daniel, Show do Juvenal... A gente saía pro show do Juvenal à noite. Era bom à beça! Ali onde é a Beira

19 19 Rio, que agora mudou tudo, tinha um palanque ali onde tinha show. A gente ia, saía de lá 10, 11 horas da noite, subia isso aqui, não tinha nenhuma violência. Tinha uma Rádio, tinha um clube de escoteiros... Depois fez um hospital enorme, o Hospital Torres Homem ali, que é perto da Fundação

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