O Trabalho Social no SUAS. Curitiba/PR Agosto de 2013
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- Thomas Madeira Ferretti
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1 O Trabalho Social no SUAS Curitiba/PR Agosto de 2013
2 Política de Assistência Social MUDANÇA DE PARADIGMA NO BRASIL Assistência Social ASSISTENCIALISMO Ligada à filantropia; Concepção culpabilizadora dos indivíduos; Eventual, incerta, fragmentada. Com fim em si mesma; Sem capacidade para provocar mudanças na vida dos cidadãos. Assistência Social DIREITO Ligada ao direito social e dever estatal; De responsabilidade do Estado na Proteção Social; Concepção contextualizada das situações em uma dada realidade social, histórica, econômica,cultural e política; Voltada ao desenvolvimento individual, familiar e coletivo; Contínua e transformadora RECONHECIMENTO: Do papel da família, suas necessidades sociais e de suas potencialidades; Reconhece as necessidades individuais e coletivas e o papel do Estado na promoção do acesso a direitos e no apoio à família em situação de vulnerabilidade e risco social; De que a família é espaço de cuidado e proteção, mas também é o espaço de conflito e até mesmo violações.
3 Normativas e Legislações que estabelecem as atribuições específicas da Política de Assistência Social no Brasil Lei Orgânica de Assistência Social (Alterada pela Política Lei /2011 que insere o SUAS na LOAS, pela Constituição Nacional de Lei / 2011 que altera a LOAS no que se Assistência Federal refere à relação do BPC com a situação de Social trabalho e pela Lei /2009 CEBAS) (PNAS/2004) ª Norma Operacional Básica do SUAS (NOB-SUAS) 2006 Norma Operacional Básica de Recursos Humanos (NOB- RH/SUAS/2006) 2009 Tipificação Nacional dos Serviços Socioassistenciais Protocolo de Gestão Integrada de Serviços, Benefícios e Transferências de Renda no âmbito do Sistema Único de Assistência Social (SUAS) ª Norma Operacional Básica do SUAS (NOB/SUAS) Decreto nº 7.788, de 15 de agosto de 2012 (novo Decreto do FNAS)
4 O que é Política de Assistência Social? A assistência social, direito do cidadão e dever do Estado, é Política de Seguridade Social não contributiva, que provê os mínimos sociais, realizada através de um conjunto integrado de ações de iniciativa pública e da sociedade, para garantir o atendimento às necessidades básicas. Responsável pela oferta serviços, programas, projetos e benefícios socioassistenciais Estruturada no Sistema Único de Assistência Social SUAS
5 Política de Assistência Social - Finalidade Proteção social de Assistência Social: segurança de sobrevivência (de rendimento e de autonomia); segurança de acolhida; segurança de convívio ou vivência familiar e comunitária.
6 Política de Assistência Social - Finalidade Segurança de sobrevivência: (pessoas com deficiência incapacitadas para sua automanutenção; sem condição de se manter pelo próprio trabalho; decorrência da idade; outras ocorrências que as impeçam de obter condições de vida ciclo de vida; famílias extensas (número de filhos, monoparentais, etc); deficiência e vivencia de situações de pobreza e indigência; migrantes em situação de pobreza e indigência ou miserabilidade... Segurança de Acolhida: materialidade da ausência da relação familiar: inexistência de parentes; apartação; distancia física ou emocional, prisão, desaparecimento ou fuga, presença de violência, maus tratos, conflitos, precariedade, incapacidade por dependência de drogas; por deficiência, por doença física ou mental; obrigação de trabalho infantil legal e ilegal; ausência de moradia; desastre com a moradia por incêndio, desabamento, enchente, despejo, jovens grávidas sem aceitação familiar; situação de rua, vitimas de abuso sexual; tráfico de pessoas; etc...
7 Política de Assistência Social - Finalidade Segurança de convívio: com vivência em territórios degradados com incidência de tráfico; drogadição ou práticas transgressoras; étnicos com necessidades especiais e vivência de exclusão como: indígena, comunidades de quilombos, fronteiras e incidência de migração; pela presença de alcoolismo, drogadição, cumprimento de pena; com crianças e adolescentes institucionalizados; adolescentes grávidas; pela vivência de morte violenta de um de seus membros; risco por viver em territórios degradados; sem acesso a serviços de orientação e apoio; sem acesso a oportunidades de convívio; de manifestação; de opinião; necessidades de espaços públicos; em medidas socioeducativas impedidos da frequência à ação socioeducativa qualificadas para sua restauração ou reconstrução dos vínculos e de acolhida na convivência familiar e comunitária;
8 Escala de risco e vulnerabilidade S U A S Proteção Social de Alta Complexidade - Acolhimento personalizado - Resgate do convívio - Proteção Social de Média Complexidade - Acompanhamento Especializado - Prevenção da institucionalização Proteção Social Básica -Fortalecimento das ações preventivas - Fortalecimento de vínculos
9 O Trabalho Social no SUAS
10 O Trabalho Social no SUAS Características históricas do Trabalho no campo assistencial: - Voluntariado - Precariedade - Insegurança - Descontinuidade - Desregulamentação - Visão fragmentada da realidade e descontextualizada do indivíduo/família - Ações pontuais e imediatistas - Não promove transformação - Não desenvolve autonomia dos sujeitos Consequências: Rotatividade; Adoecimento; Baixa remuneração; intensificação do trabalho e pressão por produtividade; ausência de perspectivas; desmotivação; competitividade entre trabalhadores.
11 O Trabalho Social no SUAS Política Nacional de Assistência Social/2004 e SUAS: resultado da luta pela constituição dessa área como Política Pública de responsabilidade do Estado, conforme a CF88. Desafio: Efetivação da Política e superação das condições precárias presentes no Trabalho Social Recomposição das bases materiais, políticas, financeiras e de recursos humanos necessários para responder, em termos de qualidade e quantidade, ao aumento da demanda social por bens e serviços públicos. O Trabalho Social na área da Assistência Social é fundamental pois seu profissional é o seu principal recurso: - Conhecimento e formação teórica, técnica e política e condições institucionais para realização do seu trabalho.
12 O Trabalho Social no SUAS O trabalho Social no âmbito do SUAS tem papel fundamental no processo de transformação social. Formação técnica, ética e política: compreender os processos e a realidade social em sua complexidade. Construção de processos interventivos que promovam: - O protagonismo dos usuários, - Fortalecimento da prática democrática, participativa e inclusiva, - E da cultura de direitos. Ao favorecer a valorização do outro, o trabalhador social assume uma postura política, pois busca a mudança não somente de alguns aspectos da vida de um sujeito, como a provisão de necessidades básicas. Busca mudanças na vida desse sujeito e do mundo em que se vive.
13 O Trabalho Social no SUAS Princípios Éticos para a oferta da Proteção Socioassistencial no SUAS A NOB-SUAS (2012) em seu Art. 6 define os princípios éticos na oferta da Proteção Socioassistencias, dentre eles: - Defesa inconstitucional da liberdade, da dignidade da pessoa humana, da privacidade, da cidadania, da integridade física, moral e psicológica e dos direitos socioassistenciais; - Defesa do protagonismo e da autonomia dos usuários e a recusa de práticas de caráter clientelista, vexatório ou com intuito de benesse ou ajuda; - Garantia da laicidade na prestação e divulgação das ações do SUAs; -Respeito à pluralidade e diversidade cultural, socioeconômica, política e religiosa; - Combate às discriminações etárias, étnicas, de classe social, de gênero, orientação sexual ou deficiência, entre outras; - Garantia do acesso à informação; - Reconhecimento do direito dos usuários a ter acesso a benefícios e renda; - Garantia incondicional do exercício do direito à participação democrática dos usuários, com incentivo e apoio à participação;
14 O Trabalho Social no SUAS Princípios Éticos para a oferta da Proteção Socioassistencial no SUAS - Acesso à assistência social a quem dela necessitar, sem discriminação social de qualquer natureza, resguardando os critérios de elegibilidade e especificidades dos serviços, programas e projetos; - Simplificação dos processos e procedimentos na relação com os usuários, agilizando e melhorando sua oferta; - Garantia de acolhida digna, atenciosa, equitativa, com qualidade, agilidade e continuidade; - Prevalência de ações articuladas e integradas, para garantir a integralidade da proteção socioassistencial. A efetivação do SUAS, com a qualidade e alcance almejados, passa pela reconfiguração do Trabalho Social nesta área, no sentido de sua valorização, desfragmentação, profissionalização e formação técnica, política e ética.
15 O Trabalho Social no SUAS Avanços legais: NOB-RH/SUAS: Destaca o caráter público da prestação dos serviços socioassistenciais Necessidade de Servidores Públicos. Lei /11: Art. 6 -E Autoriza Estados e Municípios a utilizar percentual do cofinanciamento federal para contratação de recursos humanos para compor as Equipes de Referência do SUAS. PNEP-SUAS/2013 Política Nacional de Educação Permanente do Sistema Único de Assistência Social. Resolução CNAS n 17/2011: Ratifica as equipes de referência e reconhece as categorias profissionais de nível superior. A qualidade dos serviços socioassistenciais depende da estruturação do trabalho, da qualificação e valorização dos trabalhadores atuantes no SUAS. (NOB-RH/SUAS)
16 O Trabalho Social no SUAS Equipes de Referência São aquelas constituídas por servidores efetivos responsáveis pela organização e oferta de serviços, programas, projetos e benefícios de proteção social básica e especial, levando-se em consideração o número de famílias e indivíduos referenciados, o tipo de atendimento e as aquisições que devem ser garantidas aos usuários. Referência: - Vínculo - Postura ética / Escuta / Valorização do cidadão - Continuidade - Satisfação das Necessidades Sociais O Usuário deve ter a segurança de: Acolhida, Convívio e Meios para o desenvolvimento de autonomia
17 Atuação Profissional envolve a compreensão da necessidade de um conjunto de conhecimentos teóricos; vinculada especialmente ao pensamento social; que se objetiva na realidade particularizada por operações teóricas e práticas; que possibilita atribuir novos significados explicativos, explorar as contradições da realidade, reconhecer as relações de força e poder em presença, capturar possibilidades e acionar processos de mudança e transformação; que viabiliza a compreensão e a explicação dos processos sociais; com crítica e capacidade de interferência na sua dinâmica; Direcionado por valores e princípios vinculados a um projeto de sociedade igualitária e democrática; tendo como parâmetro principal os direitos entendidos como conquistas civilizatórias.
18 Estratégias e Procedimentos técnicos adotados: que requisitam processos de politização geral e modalidades interventivas consistentes para as diferentes abordagens; com impacto político e pedagógico nos projetos de vida; que ativem núcleos e potencialidades na realidade cotidiana; para favorecer patamares superiores de saberes e práticas com protagonismo popular.
19 Trabalho Socioeducativo Profissional privilegia a fala do usuário, a vivência coletiva e a troca de experiências; com o objetivo de propiciar a construção de uma consciência crítica; que possibilita ao indivíduo ou grupo a reflexão, a socialização no cotidiano e a intervenção política nas relações locais e em outras instâncias.
20 Quadro síntese dos serviços por nível de complexidade PROTEÇÃO SOCIAL BÁSICA 1. Serviço de Proteção e Atendimento Integral à Família PAIF 2. Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos 3. Serviço de Proteção Social Básica no Domicílio para Pessoas com Deficiência e Idosas PROTEÇÃO SOCIAL ESPECIAL Média Complexidade 1. Serviço de Proteção e Atendimento Especializado a Famílias Indivíduos PAEFI 2. Serviço Especializado em Abordagem Social 3. Serviço de proteção social a adolescentes em cumprimento de medida socioeducativa de Liberdade Assistida (LA) e de Prestação de Serviços à Comunidade (PSC) 4. Serviço de Proteção Social Especial para Pessoas com Deficiência, Idosos(as) e suas Famílias 5. Serviço Especializado para Pessoas em Situação de Rua Alta Complexidade 6. Serviço de Acolhimento Institucional 7. Serviço de Acolhimento em República 8. Serviço de Acolhimento em Família Acolhedora 9. Serviço de proteção em situações de calamidades públicas e de emergências
21 Trabalhadores da Gestão Municipal 120,0% 100,0% 80,0% 35,0% 36,3% 47,8% 36,3% 36,4% 37,2% 28,5% 26,5% 60,0% 40,0% 42,5% 42,2% 47,9% 48,0% 50,6% 49,3% 55,5% 56,8% Superior Médio Fundamental 20,0% 0,0% 22,5% 21,5% 20,0% 15,7% 13,0% 13,5% 16,0% 16,7% Estatutários Celetistas Comissionados Outros *Incluído os trabalhadores lotados no órgão gestor + unidades
22 Trabalhadores da gestão estadual 100,0% 80,0% 32,3% 27,8% 16,7% 20,6% 45,7% 46,6% 41,8% 43,1% 60,0% 38,9% 42,5% 53,1% 52,5% Superior Médio 40,0% 45,9% 43,3% 41,5% 38,6% Fundamental 20,0% 0,0% 28,8% 29,7% 30,2% 26,9% 16,7% 18,3% 8,4% 10,1% Estatutários Celetistas Comissionados Outros
23 Gestão Municipal Nível Médio TRABALHADORES DE NÍVEL MÉDIO, SEGUNDO A FUNÇÃO DE APOIO GESTÃO Auxiliar de Contabilidade Telefonista/Operador de Call Center Office Boy Copeira/Copeiro Auxiliar de Informática Secretário(a)/Assistente Cozinheira/Cozinheiro Segurança/Vigia Digitador Motorista Recepcionista Outras funções relativas ao apoio administrativo Limpeza e Conservação Auxiliar Administrativo
24 Gestão Municipal NÍVEL MÉDIO, LOTADOS NA ÁREA DE GESTÃO NA SEDE DO ÓRGÃO GESTOR, SEGUNDO A FUNÇÃO DE APOIO À GESTÃO Telefonista/Operador de Call Center Office Boy Auxiliar de Contabilidade Copeira/Copeiro Cozinheira/Cozinheiro Auxiliar de Informática Segurança/Vigia Secretário(a)/Assistente Recepcionista Motorista Digitador Outras funções relativas ao apoio administrativo Limpeza e Conservação Auxiliar Administrativo
25 Gestão municipal NÍVEL MÉDIO, LOTADOS NA ÁREA DE GESTÃO DAS UNIDADES PÚBLICAS DE ASSISTÊNCIA SOCIAL, SEGUNDO A FUNÇÃO DE APOIO À GESTÃO Auxiliar de Contabilidade Office Boy Telefonista/Operador de Call Center Auxiliar de Informática Secretário(a)/Assistente Copeira/Copeiro Digitador Motorista Recepcionista Segurança/Vigia Cozinheira/Cozinheiro Outras funções relativas ao apoio administrativo Auxiliar Administrativo Limpeza e Conservação
26 Gestão municipal NÍVEL MÉDIO, SEGUNDO A FUNÇÃO DE APOIO ÀS ATIVIDADES TÉCNICAS Cuidador Social 4561 Outras funções relativas ao apoio às atividades técnica 8672 Educador 9584 Cadastrador Facilitador de Oficinas Orientador Social, Monitor
27 Gestão municipal NÍVEL MÉDIO, LOTADOS NA SEDE DO ÓRGÃO GESTOR, SEGUNDO A FUNÇÃO DE APOIO ÀS ATIVIDADES TÉCNICAS Cuidador Social 373 Educador 1081 Facilitador de Oficinas 1484 Orientador Social, Monitor 2310 Outras funções relativas ao apoio às atividades técnica 2520 Cadastrador
28 Gestão municipal NÍVEL MÉDIO, LOTADOS NAS UNIDADES PÚBLICAS DE ASSISTÊNCIA SOCIAL, SEGUNDO A FUNÇÃO DE APOIO ÀS ATIVIDADES TÉCNICAS Cuidador Social 4309 Cadastrador 5457 Outras funções relativas ao apoio às atividades técnica 6352 Educador 9024 Facilitador de Oficinas Orientador Social, Monitor
29 Gestão municipal trabalhadores com deficiência com deficiência 93; 7% 31; 2% 171; 13% 328; 25% 701; 53% Deficiência motora Deficiência visual Deficiência auditiva Deficiência intelectual Deficiência múltipla
30 OBRIGADO! Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome Secretaria Nacional de Assistência Social Departamento de Gestão do SUAS Coordenação Geral de Gestão do Trabalho do SUAS capacitasuas@mds.gov.br
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