V JORNADAS LUSO-BRASILEIRAS DE PAVIMENTOS: POLÍTICAS E TECNOLOGIAS
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- Maria das Dores do Amaral Casado
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1 SISTEMA DE GERÊNCIA DE PAVIMENTOS DO DER-SP: DESENVOLVIMENTO E IMPLANTAÇÃO Dario Ramos Coordenador de Projetos Valéria Maria Sestini Gerente de Unidade Básica de Atendimento UBA Marlene dos Reis Araújo Diretora da Assessoria de Planejamento Departamento de Estradas de Rodagem do Estado de São Paulo São Paulo / Brasil Valter Prieto Assistente da Diretoria de Obras Departamento de Estradas de Rodagem do Estado de São Paulo São Paulo / Brasil FEI Faculdade de Engenharia Industrial São Bernardo do Campo / Brasil Escola de Engenharia Mauá São Caetano do Sul / Brasil Universidade Santa Cecília Santos / Brasil Carlos Yukio Suzuki Professor Doutor EPUSP Escola Politécnica da Universidade de São Paulo São Paulo / Brasil FEI Faculdade de Engenharia Industrial São Bernardo do Campo / Brasil Consórcio Enger Dynatest Planservi - São Paulo / Brasil Ernesto Simões Preussler Mestre e Doutor André Felipe Vale Engenheiro Civil Antonio Carlos Oquendo Pereira Engenheiro Civil Caio Rubens Gonçalves Santos Engenheiro Civil Consórcio Enger Dynatest Planservi - São Paulo / Brasil SUMÁRIO O sumário deverá consistir num parágrafo com 5 a 7 linhas, dando uma descrição concisa da comunicação. O sumário e a identificação dos autores devem ser feitos na fonte Times New Roman, 10 pontos. O título deve ser em maiúsculas na fonte Times New Roman, Bold, 10 pontos. Se o número de autores for superior a três, não serão apresentadas fotografias e toda a área será usada para a listagem dos seus nomes, títulos e moradas (endereço). 1. INTRODUÇÃO Nos últimos anos tem-se verificado um grande desenvolvimento dos Sistemas de Gerência no âmbito da Engenharia Rodoviária, dando lugar a significativas realizações, principalmente no domínio da manutenção e da restauração de pavimentos.
2 Tendo como fundamento básico a consciência da complexidade dos problemas a tratar e a necessidade de uma abordagem global dos mesmos nos seus diversos aspectos, os sistemas de gerência foram sendo desenvolvidos com finalidade precípua de propiciar a difícil administração dos recursos orçamentários - quase sempre escassos - e assegurar o melhor compromisso entre os meios disponíveis e o serviço prestado. O sistema de gerência de pavimentos (SGP) desenvolvido pelo Departamento de Estradas de Rodagem do Estado de São Paulo (DER/SP) tem como enfoque principal a construção de um aplicativo pode ser operado por estações de trabalho (micro computadores) que acessem uma base de dados centralizada em um Servidor (outro micro computador), sendo este acesso realizado em rede local e também de forma remota pela internet. Este aplicativo tem uma interface amigável ao usuário, e permite a consulta e o tratamento de dados para fins gerenciais de forma consistente, criando-se interfaces que permitam seu interrelacionamento com a atual base de dados referente aos pavimentos do DER-SP, com o programa de análise econômica de investimentos em rodovias (HDM-4) e também com o programa de georeferenciamento existente no DER-SP. Este software estará disponível para acesso e pesquisa dos dados disponibilizados no banco de dados da Internet/Intranet conforme o tipo e nível de acesso do usuário cadastrado, centralizando a base de conhecimento (banco de dados) universalizando a informação, permitindo que cada engenheiro/técnico desenvolva consultas e análises referentes a um trecho ou malha rodoviária, com grande interface gráfica em tabelas, diagramas e mapas. Este tipo de ferramenta é de grande importância no planejamento de investimentos em conservação e restauração do sistema viário, permitindo a realização de análise de efeitos mediante distintos cenários técnicos e de restrição econômica em programas pluri-anuais de investimento. Sua implementação encontra-se em fase final no DER/SP, sendo importante a disseminação do produto desenvolvido ao longo de mais de um ano para que outros órgãos e entidades possuam o conhecimento para desenvolvimento de suas próprias ferramentas. OBJETIVOS O objetivo do DER/SP no desenvolvimento de um Sistema de Gerência de Pavimentos foi criar um aplicativo que possa ser operado em estações de trabalho consultando um servidor central que contém a base dados de forma a se automatizar o processo de análise e de avaliação da Malha Rodoviária Estadual. Este aplicativo permite o acesso e análise das informações técnicas do banco de dados de acordo com o nível de acesso de cada usuário cadastrado, disponibilizando ferramentas para análises de custos de manutenção, conservação e restauração da malha rodoviária, com detalhamento quilométrico. Entre as análises disponíveis, estão as análises matriciais, onde os trechos rodoviários recebem soluções de conservação e restauração, de acordo com o estado funcional e estrutural do pavimento. O sistema possui também análise de priorização, que visa incorporar aspectos técnicos e econômicos na elaboração de planos de intervenções na malha.
3 CONCEITOS Pode-se dizer que um sistema gerencial é um procedimento concebido para resolver objetivamente problemas de administração econômico-financeira que se apresentam. Assim sendo, a arquitetura geral de um sistema gerencial, conteúdo e modo de funcionamento, está estreitamente condicionada pelo contexto político (muitas vezes preponderante), orgânico, econômico e técnico, no qual ela se insere. Com efeito, é de se sublinhar que a elaboração de um sistema gerencial exige uma análise profunda e um adequado conhecimento do ambiente envolvente. Em particular, no domínio rodoviário, um sistema gerencial não pode ser uma construção intelectual - por mais sedutora que ela seja - que se pretenda substituir à existente. Desta forma, a implantação de um sistema gerencial deve começar necessariamente pela integração e pela racionalização da situação existente. Trata-se, portanto, fundamentalmente, de um processo que avança por etapas, mais precisamente por módulos (ou subsistemas), obedecendo a uma lógica global. Impõe-se assim não se adotar um modelo ou uma referência para um sistema gerencial, devendo-se desenvolver, para cada contexto, o seu próprio sistema. Portanto, para o estabelecimento da distribuição orçamentária destinada ao setor rodoviário dentro de um determinado período, deve-se ter em conta, no mínimo, as seguintes questões: Quais são as necessidades existentes? Como foram atribuídas as prioridades e estas necessidades? De que modo pode-se programar os trabalhos segundo as prioridades estabelecidas, situando-os dentro do orçamento disponível? Para as estradas novas, essas informações fundamentais devem provir dos estudos rodoviários; no caso dos pavimentos existentes, a avaliação periódica fornece a maior parte das informações necessárias. A seleção dos projetos para análise fundamenta-se, portanto, nos resultados dos estudos rodoviários e nos dados obtidos em campanhas de avaliação periódicas. Assim, quando os parâmetros de comportamento atingem níveis comprometedores (máximos ou mínimos admissíveis), deverá ser a estrada objeto de análise específica. Desta forma, através da quantificação (nível de ocorrência) dos parâmetros de comportamento e das respectivas análises de influência, deve-se promover uma caracterização global da via e definir índices que serão considerados na análise. A classificação dos diferentes projetos admitidos para a análise implica na definição de prioridades, obtidas através do emprego de métodos de programação. Obviamente, nesta fase de gerência, exige-se o emprego de critérios com vista a medir a sua influência, não somente para avaliar a sua importância sobre as decisões tomadas, como também para melhorar os métodos de análise e as medidas ou o tratamento dos fatores em jogo. Uma abordagem apropriada para medir esta influência poderá consistir num arranjo dos fatores sob o princípio da análise fatorial como praticado em cálculos estatísticos e experimentais.
4 Finalmente, em termos de gerência de rede, pode-se afirmar que o orçamento disponível ditará o número de projetos que será analisado. Os demais serão inscritos à cabeça da lista do programa para o ano seguinte. HISTÓRICO Os SGP s foram concebidos em resposta à discrepância dos modos de projetos e de construção com os modos de manutenção e conservação. As agências rodoviárias eram quase que inteiramente responsáveis pela preservação do enorme investimento dos pavimentos rodoviários. Ao mesmo tempo em que os fundos para a reabilitação de pavimento estavam se tornando escassos, a extensão de pavimento que necessitava de manutenção ou reabilitação estava aumentando devido a fatores como envelhecimento e aumento do trafego pesado de caminhões. Esta situação criou uma reserva para as necessidades de manutenção de pavimento. Os engenheiros de pavimento e projetistas acreditavam que uma abordagem sistemática forneceria uma melhor utilização custo/benefício dos recursos limitados. Baseado neste conceito nasceu o conceito do SGP Sistema de Gerência de Pavimentos. No domínio rodoviário, as primeiras realizações significativas dos sistemas de gerência desenvolveram-se na década de 70, principalmente na América do Norte (EUA e CANADÁ). Nos anos 80, esses sistemas continuaram a ser desenvolvidos em diversos estados dos EUA e Províncias do Canadá. Por outro lado, sistemas idênticos foram também desenvolvidos em vários países da Europa Ocidental (França, Alemanha, Holanda, etc.). No Brasil, o crescente interesse no desenvolvimento e aplicação de sistemas gerenciais, pelos diversos órgãos rodoviários, recebeu maior ímpeto a partir de 1983 por uma série de fatores, dentre os quais se destacam: a maior evidência da necessidade de manutenção oportuna e adequada da rede rodoviária, porque passada a fase de construção de grandes projetos rodoviários, a rede começou a envelhecer; órgãos de financiamento, como o Banco Mundial, passaram a incentivar, com a força de credores, um emprego mais racional dos recursos obtidos através de empréstimos; uma maior limitação de recursos energéticos e de materiais para emprego em pavimentos, ao lado de orçamentos relativamente restritos em face das extensões de rodovias deterioradas; reconhecimento do efeito direto da condição dos pavimentos nos custos operacionais dos veículos, principalmente no consumo de combustível e pneus e nos custos de manutenção; a conscientização em relação ao impacto ambiental relacionado a obras rodoviárias; desenvolvimento no Brasil de tecnologia (métodos e equipamentos) mais avançada para avaliação de pavimentos; uma variedade de avanços tecnológicos capazes de tornarem possível o equacionamento do processo de gerência de pavimentos. Destacam-se, neste último item, as equações de custos operacionais de veículos e os modelos de previsão do desempenho dos pavimentos desenvolvidos na PICR (Pesquisa do Interrelacionamento dos Custos Rodoviários), bem como o progresso tecnológico na aplicação de
5 computadores à solução de problemas técnicos e econômicos de pavimentos. Nesta área, os principais programas hoje disponíveis no Brasil foram desenvolvidos no Banco Mundial, no GEIPOT (Empresa Brasileira de Planejamento de Transportes) e no IPR/DNER (Instituto de Pesquisas Rodoviárias). Em 1983, o DNER contava com uma rede rodoviária pavimentada de aproximadamente km, dos quais cerca de 26% encontravam-se em precárias condições. estudos realizados pela Diretoria de Planejamento já indicavam uma grande necessidade de se adotar um programa de investimentos a médio prazo que reduzisse esse índice conhecido. As organizações financeiras internacionais já vinham cobrando do Órgão um programa baseado em informações objetivas do estado da deterioração da rede com recursos financeiros necessários para sua manutenção e uma previsão dos benefícios econômicos da aplicação oportuna desses recursos. O DNER já contava, desde 1979, com técnicos especificamente mobilizados para atender ao Órgão na indicação de trechos considerados prioritários para restauração. Essas indicações baseavam-se em trechos previamente selecionados pelos Distritos, que eram analisados posteriormente por aquela equipe, utilizando como instrumento básico o Modelo HDM (Highway Design and Maintenance Model) em sua 2ª. versão. Foi então criado em 1983, um grupo permanente de técnicos, representantes das diversas áreas do DNER, constituindo a Comissão Permanente de Gerência de Pavimentos (CPGP). O Departamento de Estradas de Rodagem do Estado de São Paulo (DER/SP), na década de noventa, também deu início ao desenvolvimento de um Sistema de Gerência de Pavimentos. No ano de 1.995, consolidou-se na malha estadual paulista um Banco de Dados, visando a implantação deste sistema. Na ocasião, cadastraram-se as principais características físicas de km de rodovias pavimentadas, subdivididas em segmentos individualizados, representando apenas os eixos sob a jurisdição do DER/SP. Outros trechos também sob administração do órgão, como os acessos, dispositivos e trechos em revestimento primário não foram contemplados pelo levantamento. O Banco de Dados, estruturado em ambiente Excel, armazenava, classificava e possuía a capacidade de ordenar informações básicas para cada um desses segmentos, resumindo-se aos dados solicitados pelo programa HDM III do Banco Mundial. Os dados armazenados para cada segmento envolviam informações cadastrais, estruturais, de tráfego, de condições superficiais, de deflectometria e irregularidade do pavimento, além de características geográficas básicas. Após seu estabelecimento, o Banco de Dados veio a sofrer atualizações, sendo as principais aquelas para a realização de novo Levantamento Visual Contínuo da malha rodoviária principal objetivando a caracterização física de seu estado e o levantamento da irregularidade e do afundamento das trilhas de roda do pavimento de km da malha estadual. Os produtos desse último contrato vieram a servir de subsídio para a obtenção do Contrato de Empréstimo nº. 1351/OC-BR junto ao Banco Interamericano de Desenvolvimento BID. Atualmente, DER/SP está em fase final de implantação de seu novo Sistema de Gerência de Pavimentos (SGP), um aplicativo muito flexível e de interface simples com o usuário, que permite a consulta e o tratamento de dados para fins gerenciais de forma consistente,
6 interrelacionada com a atual base de dados do DER-SP, com o programa de análise. Desta forma o SGP permite a elaboração de programas anuais e pluri-anuais de investimentos. Análises comparativas dos dados também permitem a verificação da efetividade de obras e ações de conservação através do comparativo entre os investimentos por quilômetros e as alterações nas condições do pavimento após sua execução. Este tipo de sistema permite o domínio da malha rodoviária de uma forma simples, em que se acumulam os dados da série histórica e podem-se realizar análises e simulações consistentes rapidamente, com consulta remota via internet. CONCEITOS DO SISTEMA DE GERÊNCIA DE PAVIMENTOS DO DER/SP Estrutura O Sistema de Gerência de Pavimentos (SGP) desenvolvido é composto dos seguintes elementos: 1. Repositório de dados históricos (Banco de Dados) em ORACLE, para acúmulo de informações históricas de todos os levantamentos e avaliações realizadas na malha do DER-SP, caracterizando-se por: a. Alta Integridade de grande volume de dados; b. Elevado Desempenho para tratamento de grande volume de dados; c. Grande potencial de Escalabilidade. 2. Segurança do conteúdo do repositório através de controle de acesso, por grupo e tipo de usuário, de forma a se disponibilizar a ferramenta a um grupo grande número de usuários preservando-se a integridade da base de dados, com o objetivo de possibilitar a recuperação do ambiente o mais rápido possível em caso de uma parada do banco de dados, devido a qualquer evento externo. 3. Disponibilização de pesquisa de dados pré-processado do repositório, via Internet ou via rede do DER-SP, aos usuários cadastrados em diferentes níveis de acesso tendo em vista sua posição na estrutura; Características Principais A alimentação de dados será padronizada a partir planilhas e arquivos com formatos estabelecidos e devidamente documentados, de forma a se permitir futuras alimentações por qualquer usuário. Neste ponto também são definidos alguns tipos de procedimentos de retroalimentação de informações para que se crie um mecanismo simples e eficiente de atualização de dados a partir de contratos correlatos. Como a base de dados é entendida como um módulo repositório de dados, no qual todas as informações inseridas no programa são armazenadas ao longo do tempo, o sistema permite o acúmulo de dados históricos de todos os parâmetros e, consequentemente, verificar a evolução dos mesmos ao longo do tempo, produzindo relatórios em forma de tabelas e gráficos. Neste ponto, o próprio SGP é uma ferramenta auxiliar a análise de dados de campo, visto que com o próprio programa poderão ser confrontados dados históricos seqüenciais, o que
7 permitirá a elaboração de uma rotina de checagem de confiabilidade dos dados face à série histórica de levantamentos armazenada. Há de se observar que a nova metodologia de Levantamento Visual Contínuo (LVC) desenvolvida pelo DER-SP para o programa de gerência rodoviária define o ICF (Índice de Condição Funcional) como parâmetro para qualificação do estado funcional da via, em substituição ao IES (Índice de Estado de Superfície) preconizado pelo DNIT. A fim de se permitir o confronto de dados atuais e futuros, coletados pela metodologia preconizada pelo DER-SP, com dados existentes, determinados pela metodologia do DNIT, o programa determinará e armazenará estes dois tipos de dados a partir da digitação das fichas de campo do levantamento visual. Também no que se refere aos padrões de saída de dados foi elaborada uma ferramenta de consulta e tratamento estatístico para a análise de informações, permitindo a comparação de dados pontuais coletados em campo a partir da consulta a séries históricas, bem como o tratamento de tais informações pontuais de trechos específicos para níveis gerencial mais amplos, condensando-se os dados por segmentos homogêneos, por rodovia ou até mesmo por Diretoria Regional. Também foi implementada uma ferramenta de análise matricial de dados que a partir do interrelacionamento de aspectos referentes à rodovia como, por exemplo, o nível de tráfego da via, expresso pelo volume diário médio de tráfego (VDM), a condição de superfície, caracterizada pelo IDS, permitirá a elaboração de diagnóstico das necessidades de manutenção e de conservação dos pavimentos. Poderão, a critério de cada usuário, ser implementadas matrizes diferenciadas de forma a se atender a diferentes situações orçamentárias, desde um cenário irrestrito até um com grande limitação de recursos para investimentos na recuperação de pavimentos. Este tipo de procedimento permite, a um nível gerencial, a determinação dos locais que necessitam de intervenções nos pavimentos, os tipos de intervenções a serem realizadas e um orçamento referencial para as mesmas e para as atividades de conservação. O aplicativo também permite, a partir de dados atuais, a realização de projeções futuras das condições do pavimento e do tráfego, considerando-se respectivamente modelos de desempenho do HDM associado a relações entre o ICF e parâmetros funcionais tais como a irregularidade longitudinal e o grau de deterioração da superfície do pavimento. O SGP também está integrado com o sistema de informações georreferenciadas do DER/SP, o que permitir a elaboração de mapas temáticos com dados referentes aos pavimentos (figura 1).
8 Figura 1 Integração SGP com sistema de informações georreferenciadas do DER No que se refere à análise econômica de investimentos o programa se inter-relaciona com o HDM-4, produzindo dados para que sejam realizadas análises no mesmo e buscando os resultados das mesmas para armazenamento na base de dados permitindo a organização deste tipo de análise e posteriores consultas e visualizações. Desta forma o SGP permitirá a elaboração de programas anuais e pluri-anuais de investimentos. Análises comparativas dos dados também permitirão a verificação da efetividade de obras e ações de conservação através do comparativo entre os investimentos por quilômetros e as alterações nas condições do pavimento após sua execução. Fluxo de Informações no SGP De antemão, pode-se afirmar que um banco de dados adequado é, para qualquer sistema, o ponto principal a considerar e a desenvolver. A sua eficácia condiciona todo o sistema, sendo por isso considerado o núcleo central consultado para a realização dos relatórios e análises gerenciais por técnicos e engenheiros do órgão. No Banco de Dados há informações que devem ser permanentemente atualizadas, referentes ao tráfego solicitante, a estrutura dos pavimentos e o histórico de intervenções, as ocorrências de defeitos na pista, ensaios deflectométricos e avaliações de irregularidade, atualizadas no módulo de levantamento. Em que as informações são importadas de forma automática e armazenadas tal qual são coletadas.
9 Além disto na base de dados há informações adicionais inseridas preliminarmente incorporadas do módulo de cadastro, tais como as rodovias que compõem a malha e sua divisão entre distintas regionais do DER/SP, os possíveis serviços e seus custos unitários, os usuários do programa e seus níveis de acesso, além da personalização dos segmentos de análise (o que permite total flexibilidade na segmentação homogênea). As informações técnicas armazenadas no banco de dados devem ser periodicamente atualizadas, visando manter a representatividade destas informações em relação à condição do pavimento. São introduzidos no banco de dados do SGP elementos referentes à: Códigos, número de pistas e faixas das rodovias Histórico dos pavimentos o Dados de levantamentos anteriores o Projetos as built Levantamento Visual Contínuo (LVC) o Caracterização dos defeitos da superfície do pavimento IDS (Índice de Defeitos de Superfície) VSA (Valor de Serventis Atual) ICF (Índice de Condição Funcional) o Caracterização do Traçado da Rodovia Relevo Sinuosidade o Caracterização do Acostamento Largura Material Degrau Conceito Irregularidade Longitudinal o IRI / QI Deflexão o FWD Falling Weight Deflectometer o Viga Benkelman Estudos de Tráfego o Volume Diário Médio (VDM) o Fator de Veículo para cálculo do número N Acidentes o Tipo e freqüência Toda a malha do Estado foi cadastrada no SGP, com os respectivos códigos, dados de geometria e extensões de cada rodovia. O Histórico dos pavimentos é resultante do banco de dados do DER de 1998, devidamente atualizado. Para a caracterização das condições funcionais e estruturais dos pavimentos executou-se uma campanha de avaliações em toda a malha, utilizando-se medições de deflexões com equipamento tipo FWD a cada 120m, medições de irregularidade longitudinal com perfilômetro com sensores laser em segmentos de 200m e levantamento visual contínuo (LVC) para caracterização dos defeitos da superfície dos pavimentos.
10 Os módulos de entrada (cadastro e laventamentos) permitem a constituição e a atualização permanente da base de dados, que é acessada para realização das análises em três distintos módulos, o de índices, o de análise matricial e o de análise geral. Na primeira as informações técnicas referentes a uma rodovia ou malha rodoviária podem ser consultadas na forma de tabelas individuais, gráficos em que são comparados até três parâmetros e mapas temáticos por índice. Na segunda podem ser elaborados e estudos os efeitos de cenários personalizados de análise em determinado trecho ou malha rodoviária, tanto em termos de necessidades de conservação quando de obras de restauração, com base nas informações atualizadas do trecho. Na última o sistema permite a análise integrada de causas e efeitos de distintos cenários técnicos e de restrição orçamentária, tanto em termos de necessidades de obras ao longo de até vinte anos, necessidades de conservação, investimentos requeridos ano a ano e a valor presente, bem como os resultados de cada cenário em termos de padrões de defeitos e de conforto do pavimento ao longo do tempo e a estimativa da vida útil. Por fim, através de sua integração com o programa HDM-4 pode-se realizar a análise de custos dos usuários para uma determinada rede ou trecho rodoviário, determinando-se a taxa interna de retorno dos investimentos e seus benefícios (redução dos custos operacionais dos veículos), bem como a elaboração de relatórios gerenciais para órgãos financiadores O fluxograma a seguir permite compreender melhor a integração entre os diversos módulos do software.
11 Figura 2 Fluxograma do Software SGP-DER/SP
12 COMENTÁRIOS FINAIS Desde sua introdução no final dos anos 60 e começo dos anos 70, os sistemas de gerência de pavimentos (SGP s ou PMS s - Pavement Management Systems) evoluíram continuamente em termos da extensão, metodologia, e aplicação. Os sistemas iniciais eram métodos simples de processamento de dados que avaliavam e classificavam o projeto de reabilitação do pavimento baseado em fatores como condição atual do pavimento e tráfego. A previsão das condições futuras do pavimento não foi considerada, nem qualquer análise econômica comparativa entre a manutenção preventiva e a manutenção executada tardiamente. Estes eram sistemas nível-projeto que tentaram avaliar as prioridades de projeto, mas não apresentavam formalmente as questões de planejamento da rede viária, como o impacto do orçamento limitado e as metas de desempenho desejadas para uma rede viária completa. A perspectiva de rede estava formalmente incorporada nos sistemas desenvolvidos no começo dos anos 80, sendo o primeiro sistema desenvolvido pelo Departamento de Transporte do estado americano de Arizona. Os sistemas desenvolvidos no inicio dos anos noventa utilizaram técnicas integradas de previsão de desempenho, rede - e otimização de nível-projeto, ordenação de multicomponentes, e sistemas de informação geográficos (GIS s - Geographic Information Systems). Os SGP s provaram ser ferramentas efetivas para maximizar o uso de recursos limitados disponíveis para a manutenção e reabilitação do pavimento. Entre as melhorias esperadas para os SGP s durante os próximos anos estão a integração, o melhor acesso a bancos de dados e atualizações sistemáticas do modelo de previsão de desempenho do pavimento utilizando dados de pesquisas contínuas de condição de pavimento, maior uso de georreferenciamento. Tais requisitos já foram atingidos pelo SGP do DER/SP, o que, entretanto não é garantia de um bom resultado prático da ferramenta. Neste ponto destaca-se a importância de ações voltadas para os seguintes itens: Capacitação de equipes do DER para levantamentos permanentes de campo Capacitação de equipes do DER para tratamento das informações e inclusão no banco de dados. Capacitação de equipes do DER para operacionalização do sistema. Capacitação de equipes do DER para análise dos resultados e adequações de natureza práticas, econômicas e operacionais. Capacitação de equipes do DER para elaboração dos relatórios gerenciais. Integração com as diversas diretorias do órgão. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS [1] DEWAN, S.; SMITH, R. (2003). Creating Asset Management Reports From a Local Agency Pavement Management System. In Transportation Research Bord, TRB, national Research Board, Washington, D.C. [2] FINN, F. (1997). Pavement Management Systems Past, Present, and Future. National Workshop on Pavement Management in New Orleans, La.
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