Aula 25: Análise Fatorial. Prof. Eduardo A. Haddad
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- Rita Ferrão Taveira
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1 Aula 25: Análise Fatorial Prof. Eduardo A. Haddad
2 Utilização específica Como identificar o potencial de desenvolvimento agropecuário dos municípios brasileiros? Banco de dados municipais: Tamanho do rebanho, número de armazéns, população ocupada na agropecuária, número de domicílios rurais abastecidos com água, produção agrícola, valor da produção, área plantada, etc. É possível sintetizar estas variáveis em um único indicador para todos os municípios? 2
3 Utilização geral Econometria: Criar variáveis que, por construção, apresentam correlação igual a zero (multicolinearidade) Análise regional e urbana: Finalidade classificatória de regiões e cidades, por meio da criação de um índice que permita a hierarquização das mesmas 3
4 Redução dos dados síntese Construção de índices a partir de um conjunto de variáveis X j Transformação feita por meio de uma combinação linear das variáveis X j Z 1 = a 11 X 1 + a 12 X a 1k X k Z 2 = a 21 X 1 + a 22 X a 2k X k Z k = a k1 X 1 + a k2 X a kk X k 4
5 Que pesos (a ij ) atribuir? Variáveis Z i devem ser ortogonais Variáveis Z i devem ser calculadas de forma que Z 1 (o primeiro fator) explique a maior parcela da variação total das variáveis X j ; Z 2 a segunda maior parcela da variação total, etc. 5
6 Objetivos Encontrar uma forma de condensar (sintetizar) as informações contidas em uma lista (série) de variáveis originais em um conjunto menor de informações (fatores), sem perda de informação Agrupar variáveis com base em suas correlações, isto é, todas as variáveis dentro de um grupo particular devem ser altamente correlacionadas entre si, mas devem apresentar, relativamente, pequena correlação com as variáveis dos demais grupos 6
7 Indicadores econômicos e sociais para os estados do Nordeste (1980) Estados Variáveis X1 X2 X3 X4 X5 X6 X7 X8 MA PI CE RN PB PE AL SE BA X1 Renda per capita em 1980, em cruzados X2 População estadual em 1980, em mil habitantes X3 Proporção de alfabetizados na população de 5 anos e mais, em 1980 X4 Pessoal ocupado na indústria, em X5 Número de leitos hospitalares, em 1980 X6 Consumo total de eletricidade, em 1980 X7 Taxa de urbanização (população urbana/população total), em 1980 X8 Participação percentual da PEA do setor primário, em
8 Intuição Representação gráfica dos valores (normalizados) de renda per capita (A) e taxa de urbanização (B) para três estados PE A B PB PI 8
9 Para todas as variáveis Os ângulos entre os vetores medem a relação que existe entre as características que estão representadas pelos vetores. Portanto, quanto menor o ângulo, maior a associação entre as duas características ou variáveis X6 X1 X3 X8 X4 X2 X5 X7 9
10 Possíveis fatores Pode-se distinguir três grupos (fatores): I) formado pelas variáveis X6, X3, X1 e X8; II) formado pelas variáveis X4 e X5; e III) formado pelas variáveis X2 e X7 X6 X1 I X3 X8 X4 X2 X5 II III X7 10
11 Carga fatorial O método de análise fatorial consiste em definir estes eixos ou fatores Os três fatores representariam a variabilidade das características que estão sendo utilizadas para representar as regiões As projeções de cada um dos oito vetores sobre cada um dos três (nove) eixos (ou seja, os co-senos dos ângulos formados pelos vetores e cada eixo) definem a relação de cada variável com o eixo ou fator Estas projeções são chamadas de carga fatorial ( factor loading ) 11
12 Etapas 1. Montagem da matriz de correlação 2. Extração dos fatores iniciais 3. Rotação dos fatores 4. Cálculo dos escores fatoriais 5. Agrupamento dos escores fatoriais 12
13 1. Montagem da matriz de correlação Matriz R X1 X2 X3 X4 X5 X6 X7 X8 X X X X X X X X
14 2. Extração dos fatores iniciais Comunalidade Fator 1 Fator 2 Fator 3 Fator 4 Fator 5 Fator 6 Fator 7 h2 X X X X X X X X Eingevalue % da variância % var acum Cargas Fatoriais i e i i - autovalor da matriz de variância-covariância das variáveis observadas e - autovetor da matriz de variância-covariância das variáveis observadas i 14
15 Algumas definições Autovalor: Seja A uma matriz quadrada e I a matriz identidade de A. Portanto, os autovalores de A são os termos que satisfazem a seguinte equação: Autovetor: A I 0 Seja A uma matriz quadrada e seus autovalores. Os autovetores e i dessa matriz são aqueles capazes de satisfazer a seguinte equação: i Ae e 15
16 Mais definições Comunalidade (h 2 ) é o somatório dos quadrados das cargas fatoriais e representa quanto da variância da variável é reproduzida pelos fatores comuns Eingevalue é a variância total explicada pelo fator, e seu valor resultado da adição dos quadrados das cargas fatoriais de cada variável com o fator % da variância da variância explicada pelo fator: divide-se o eingevalue pelo número de variáveis Variância total: variância acumulada 16
17 3. Rotação dos fatores Objetivo: definir melhor as relações entre as variáveis e os fatores Rotação ortogonal: os eixos podem ser rotacionados de maneira a preservar independência entre os fatores extraídos O método varimax objetiva definir de forma mais clara quais variáveis estão associadas com um dado fator 17
18 Resultados da rotação varimax Cargas Fatoriais - Rotacionadas Fator 1 Fator 2 Fator 3 Fator 4 X X X X X X X X Eingevalue % da variância % var acum
19 4. Cálculo dos escores fatoriais Depois de rotacionar os fatores é possível gerar os escores fatoriais para cada unidade de observação Procedimento de cálculo: Normalizar a matriz de dados originais Calcular as cargas fatoriais Calcular os escores fatoriais 19
20 Matriz de dados originais Indicadores sociais e econômicos para os estados Nordestinos em 1980 Estados Variáveis X1 X2 X3 X4 X5 X6 X7 X8 MA PI CE RN PB PE AL SE BA Média Desvio Padrão
21 Matriz de dados normalizados Matriz de Dados Normalizados - Z Estados Variáveis Z1 Z2 Z3 Z4 Z5 Z6 Z7 Z8 MA PI CE RN PB PE AL SE BA
22 Matriz de escores fatoriais Matriz de Factor Score para os estados Nordestinos Fator 1 Fator 2 Fator 3 Fator 4 MA PI CE RN PB PE AL SE BA Média + 1DP Média Média - 1DP
23 5. Agrupamento dos escores fatoriais Fator 1 Clusters Alto > 3.74 PE, BA Média <3.74 e >-3.74 MA, CE, RN, PB, AL, SE Baixo <-3.74 PI Fator 2 Clusters Alto > 3.19 PE Média <3.19 e >-3.19 CE, RN, AL, SE, BA Baixo <-3.19 PI, MA Fator 3 Clusters Alto > 2.43 PE, BA Média <2.43 e >-2.43 MA, CE, RN, PB,AL, SE Baixo <-2.43 PI 23
24 Aplicação Objetivo: Calcular o potencial de desenvolvimento dos municípios brasileiros e, a partir destes, construir tipologias que permitam delimitar áreas econômicas deprimidas e desenvolvidas O potencial diferenciado pode explicar o diferenciais de renda entre os municípios brasileiros? 24
25 Metodologia A metodologia utilizada é composta por três passos: Aplicação de análise fatorial (SPSS) Construção de um fator ponderado endogenamente (Excel) Econometria espacial (GeoDa) 25
26 Fator ponderado O fator ponderado, i.e. o fator síntese, será elaborado da seguinte forma: FP i = (varf1/vartotal)* F1 i + (varf2/vartotal) *F2 i + (varf3/vartotal) *F3 i 26
27 Dados 21 variáveis pré-agrupadas com o intuito de melhor caracterizar os fatores: Variáveis relativas aos setores industrial, comercial e a condicionantes urbanos (X001 a X012) Variáveis relacionadas às condições de vida (X013 a X018) Variáveis relacionadas ao setor agrícola (X019 a X021) 5507 municípios 27
28 Dados Indicador Significado Unidade/ano Fator X001 Número de estabelecimentos industriais 1998 F1 X002 Número de estabelecimentos comerciais 1998 F1 X003 Pessoal ocupado na indústria 1998 F1 X004 Pessoal ocupado no comércio 1998 F1 X005 Número de estabelecimentos bancários 1998 F1 X006 Número de estabelecimentos administração pública 1998 F1 X007 Pessoal ocupado no setor bancário 1998 F1 X008 Pessoal ocupado na administração pública 1998 F1 X009 Domicílios urbanos abastecidos com água 2000 F1 X010 Número de professores do ensino fundamental 2000 F1 X011 Número de professores do ensino médio 2000 F1 X012 Número de professores do ensino pré-escolar 2000 F1 X013 IDH Educação 2000 F2 X014 IDH Longevidade 2000 F2 X015 IDH Renda 2000 F2 X016 Consultórios médicos por 10 mil habitantes 2000 F2 X017 Número de internações por 100 habitantes 2000 F2 X018 Número de leitos por 1000 habitantes 2000 F2 X019 Valor da produção agrícola (R$ 1000) 1998 F3 X020 Área plantada (hectare) 1998 F3 X021 Área colhida (hectare) 1998 F3 28
29 Figura 1. Brasil: Distribuição espacial do potencial de desenvolvimento industrial/comercial e condicionantes urbanos 29
30 Figura 2 Brasil: Distribuição espacial do potencial de condições de vida 30
31 Figura 3 Brasil: Distribuição espacial do potencial de desenvolvimento agropecuário 31
32 Figura 4. Potencial de Desenvolvimento (Síntese) 32
33 Diferencial de PIB per capita Modelo para determinação de PIB per capita municipal, em 2002 logppc02 = f (FTOT) logppc02 = f (F1, F2, F3) logppc02 = f (W_logPPC02, F1, F2, F3) (...) 33
34 Bibliografia Haddad, P. R. (org.) (1989). Economia Regional: Teorias e Métodos de Análise. Banco do Nordeste, Fortaleza, cap
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