PROJETO OCEANOP INFORMAÇÕES METEOROLÓGICAS PARA REGIÃO OCEÂNICA DO BRASIL
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- Benedicto Leão Chagas
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1 PROJETO OCEANOP INFORMAÇÕES METEOROLÓGICAS PARA REGIÃO OCEÂNICA DO BRASIL Angelo Barcelos BARBARIOLI 1, César Henrique de Assis RIBEIRO 1 & Luiz Silva do COUTO 1 RESUMO O monitoramento permanente de parâmetros meteorológicos em regiões oceânicas é algo inédito no país. A PETROBRAS, por intermédio do grupo de Oceanografia Operacional (E&P- SERV/US-SUB/GDS) está implementando nos últimos anos uma rede de coleta de dados meteorológicos e oceanográficos na Bacia de Campos. Este monitoramento serve principalmente a atividades operacionais em plataformas e embarcações, além de fornecer dados para diversas outras aplicações, tais como banco de dados ambiental corporativo e melhoria na previsão de tempo e ondas. ABSTRACT Continous data acquisition of meteorological parameters in oceanic areas has been applied for the first time in Brazil by PETROBRAS, under management of the Operational Oceanography group (E&P-SERV/US-SUB/GDS). The main objective of this monitoring system is to give information for offshore operations on oil rigs and ships. It also feeds the corporative database and improves weather and wave forecast. INTRODUÇÃO Nos setores energéticos, informações ambientais precisas são fundamentais para segurança, economia e conseqüentemente para o sucesso das atividades exercidas. No Brasil, mais de 80% das atividades de exploração e produção (E&P) de petróleo e gás são provenientes de regiões oceânicas. A caracterização das condições meteorológicas e oceânicas é fundamental, por exemplo, para a elaboração de projetos de engenharia, para o planejamento de operações offshore e o atendimento a emergências em casos de acidentes no mar, além de subsidiar programas de licenciamento e planos de contingência. A PETROBRAS, sempre preocupada com questões ligadas a saúde, ao meio ambiente e segurança no trabalho (SMS), elabora e mantém diversas atividades relacionadas a essas questões. A participação da PETROBRAS no pacto da Organização Global das Nações Unidas (ONU), que é a base para estruturação do balanço social e ambiental da companhia, reforça mais esse fato. 1- PETROBRAS E&P-SERV/US-SUB/GDS angelobb.multispectral@petrobras.com.br
2 OBJETIVOS A partir da identificação dos fatores relacionados acima foi implementado na PETROBRAS o Sistema OCEANOP (Sistema de Informações de Meteo-oceanografia Operacional). Este Sistema está a cargo da gerência de Geodésia da Unidade de Serviços Submarinos do E&P SERVIÇOS (E&P- SERV/US-SUB/GDS). Este Sistema teve sua primeira etapa iniciada no 2º semestre de 2004 e tem como um dos principais objetivos o programa contínuo de aquisição de dados meteo-oceanográficos. Este monitoramento visa atender principalmente as demandas operacionais da companhia através da divulgação em tempo real de certos parâmetros meteorológicos e oceanográficos, que são monitorados em toda a Bacia de Campos. Uma segunda etapa é a expansão do Sistema para outras bacias exploratórias do litoral brasileiro. Ao mesmo tempo, este projeto atende a outros setores da companhia como a área de Engenharia Básica e de SMS através da alimentação do Banco de Dados Meteo-Oceanográficos Corporativo (SIMO), do Banco de Dados Ambientais (BADAM) e do Sistema de Contingência Ambiental (SICA), entre outros. METODOLOGIA Foram realizados levantamentos a fim de identificar todas as questões relacionadas ao projeto, desde as pesquisas por melhores equipamentos até o melhor local para instalação dos mesmos. A estação meteorológica selecionada para instrumentação é composta de um anemômetro Wind Monitor-MA modelo 05106, um sensor de temperatura e umidade relativa do ar modelo 41372LC/LF, um sensor de pressão atmosférica modelo 61202L e um monitor de conversão de dados modelo 26700, todos fabricados e distribuídos pela YOUNG Instrumentos Meteorológicos com cede em Michigan- USA. A distribuição das unidades instrumentadas foi estrategicamente escolhida de forma a garantir que nenhuma região ficasse desprovida de dados mesmo em caso de falha de alguma Unidade Coletora de Dados e de abranger a maior área possível com um mínimo de estações. Também foram definidas com o intuito de permitir a caracterização das condições ambientais em cada ponto como também a elaboração de arranjos, malhas e perfis geométricos para fins diversos. A distância entre as unidades instrumentadas varia de no mínimo 15 km a no máxima de 40 km na Bacia de Campos possibilitando que uma área de aproximadamente 5000km2 tenha informações meteorológicas. 2
3 A escolha do local de instalação das estações nas plataformas também exigiu critérios já que as estruturas presentes nas mesmas muitas vezes apresentam barreiras, de acordo com as condições atmosféricas, como a localização de flares por exemplo. Os parâmetros são medidos de forma constante com freqüência de 1Hz, gerando no final de cada hora uma média dos últimos 600 valores (10 minutos), que são transferidas para um computador industrial conectado a estação através do conversor de dados. Estes dados são transferidos via rede para um banco de dados em terra onde é realizada uma série de testes de consistências através de um sistema computacional. O primeiro teste verifica se o valor está dentro de um domínio pré-determinado, caso contrário este valor é impedido de passar para o teste seguinte. No teste seguinte o sistema verifica se há aquisições anteriores para o determinado parâmetro, e verifica através de cálculos estatísticos se estes são valores repetidos, caso atinja um número pré-determinado de valores repetidos este último fica impossibilitado de avançar ao próximo teste. O terceiro teste verifica o gradiente dos parâmetros, casa exceda um limite pré-determinado o parâmetro é reprovado. Após todo este processo estas informações chegam até o usuário final através do portal OCEANOP (figura 1) na PETRONET ou em bancos de dados, como por exemplo o SIMO e BADAM. Figura 1 Unidade Instrumentadas na Bacia de Campos - Portal Oceanop 3
4 RESULTADOS O monitoramento meteorológico propiciado pelo sistema OCEANOP permite, pela primeira vez no país, a implementação de uma rede de sensores de vento, temperatura, pressão atmosférica e umidade relativa coletando continuamente em uma região oceânica. Esta rede cobre uma área que abrange fenômenos de meso-escala, permitindo assim a obtenção de informações relevantes para um leque variado de aplicações. Operações básicas de funcionamento de plataforma petrolíferas, tais como trabalhos de alpinismo, pouso e decolagem de helicópteros, ou simplesmente pintura, se utilizam destas medições. Além destas aplicações operacionais, as informações obtidas no sistema OCEANOP auxiliam o aprimoramento de previsões específicas de tempo e ondas, realimentando modelos atmosféricos regionais em tempo quase-real. Também são de vital importância durante eventos de contingência, embasando modelos e operações de resgate e de contenção de óleo. Outro fator de importância na utilização geral de dados ambientais é o crescimento de consciência ambiental por parte dos usuários, que estreitam a relação entre o trabalho e o meio ambiente. Ocorreu uma melhor qualidade no serviço de previsão de intensidade e direção de ventos após a adoção do envio dos dados coletados em uma determinada plataforma para serem utilizados pelos previsores prestadores de serviço. Está sendo estudado ampliar a utilização pelos previsores de dados coletados em outras estações. A rede de monitoramento permite, ainda, a criação de um banco de dados meteorológico corporativo, atualizado a cada hora, e com informações padronizadas e verificadas por critérios de qualidade. A utilização prática destes dados abrange projetos de engenharia, estudos de casos em eventos extremos, e melhor entendimento das condições meteorológicas na região da Bacia de Campos. CONSIDERAÇÕES FINAIS Nesta etapa do projeto foram instrumentadas nove unidades de coleta de dados na Bacia de Campos, duas na Bacia de Santos, uma na Bacia do Espírito Santo e uma na Bacia do Rio Grande do Norte. Outra etapa do projeto será concluída após a instalação de mais seis unidades na Bacia do Espírito Santo, seis na Bacia do Rio Grande do Norte e Ceará e uma na Bahia. 4
5 Além dos dados meteorológicos existem neste projeto diversos sensores oceanográficos medidores de salinidade, perfil de intensidade e direção de correntes marinhas e ondas. Estes sensores seguem o mesmo padrão dos dados meteorológicos. 5
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