MINISTÉRIO PÚBLICO. Adalberto Martins 1 discorrendo sobre o Ministério Público, afirma sua origem no mundo e no Brasil, ao dizer:

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1 MINISTÉRIO PÚBLICO O Ministério Público do Trabalho é parte integrante do Ministério Público da União, com funções diferenciadas por ter a incumbência de tratar das questões relacionadas com o direito do trabalho. Adalberto Martins 1 discorrendo sobre o Ministério Público, afirma sua origem no mundo e no Brasil, ao dizer: O Ministério Público é uma instituição concebida na França, no século XIV, mas tinha atribuições totalmente diversas daquelas que conhecemos nos dias atuais. Em verdade, foi criada para defender os interesses do soberano na esfera judicial, e não para a defesa dos interesses da sociedade. No Brasil, até às vésperas da promulgação da atual Constituição Federal, os membros do Ministério Público também tinham o encargo de defender os interesses do Poder Executivo em juízo, resquício dos moldes franceses nos idos do século XIV, e que comprometia a independência funcional da Instituição. E, neste sentido, torna-se oportuno lembra que os procuradores da República só deixavam de atuar na defesa dos interesses da União em face da criação da Advocacia-Geral da União pela atual Constituição Federal. O Ministério Público tem alguns princípios formadores de sua força, quais sejam o princípio da unidade, da indivisibilidade, da independência funcional e o do promotor natural, cada qual com sua peculiaridade. Renato Saraiva 2 assim define os três primeiros: Unidade o princípio institucional da unidade determina que o membro de cada ramo do Ministério Público integre um único órgão sob a direção única de um só Procurador-Geral. Ressalte-se, porém, que o princípio da unidade somente é aplicável dentro de cada ramo do Ministério Público, inexistindo unidade, exemplificadamente, entre o Ministério Público do Trabalho e o Ministério Público dos Estados, ou mesmo entre os diversos ramos do Ministério Público da União; 1 MARTINS, 2008, p SARAIVA, 2009, p. 158.

2 Indivisibilidade os membros do Ministério Público não se vinculam aos processos que atuam, admitindo-se a substituição de uns pelos outros na forma da lei, quer quando atuem como órgão agente ou interveniente, sendo a indivisibilidade decorrência do próprio princípio da unidade; Independência funcional não há hierarquia funcional entre os membros do Ministério Público, sendo o órgão deste independente no exercício de suas funções, não estando subordinado ou vinculado a ninguém, mas tão-somente às leis e a sua consciência. Somente existe hierarquia administrativa, não podendo os superiores hierárquicos do membro do Ministério Público avocarem determinado processo ou procedimento investigatório ou mesmo determinarem ao parquet a forma de condução dos procedimentos investigatórios sob sua direção. Ressalte-se que a Carta Magna valorizou sobremaneira a autonomia e independência funcional do Ministério Público, considerando crime de responsabilidade do Presidente da República a prática de atos atentatórios ao livre exercício da Instituição (CF/1988, art. 85, II). Já o princípio do Promotor natural é mais uma garantia ao cidadão que a própria instituição. É direito fundamental do cidadão ser processado por autoridade competente, conforme se confirma com a leitura do art. 5º,LIII, da Constituição Federal. Nas palavras de Renato Saraiva 3 : Por outro lado, o princípio em comento também resguarda a própria sociedade, uma vez que o jurisdicionado tem a garantia constitucional de ver-se processado pelo promotor cuja intervenção se justifique em critérios objetivos, abstratos, predeterminados em lei, impedindo que qualquer autoridade escolha Parquet específico para atuar em certa causa. Autonomia funcional, administrativa e financeira: artigo 127 da CF e art. 22 da LC 75/1993. Garantias constitucionais são idênticas aos dos magistrados, assim confirmando Sérgio Pinto Martins as mesmas: Têm os membros do Ministério Público do Trabalho as garantias da vitaliciedade, após 2 anos de exercício, não podendo perder o cargo senão mediante sentença judicial transitada em julgado; inamovibilidade do cargo, salvo por motivo de interesse público, por intermédio de decisão do órgão colegiado do Ministério Público do Trabalho, por voto de dois terços de seus membros, porém 3 SARAIVA, 2009, p. 159.

3 assegurada ampla defesa; irredutibilidade dos subsídios. Essas garantias não são asseguradas apenas ao Ministério Público do Trabalho, mas ao Ministério Público em geral, como instituição (art. 128, 5º, I, da norma ápice). Prerrogativas: art. 18 da lei 75/2003. Vedações: art. 128, 5º e 237 da LC 75. II - as seguintes vedações: a) receber, a qualquer título e sob qualquer pretexto, honorários, percentagens ou custas processuais; b) exercer a advocacia; c) participar de sociedade comercial, na forma da lei; d) exercer, ainda que em disponibilidade, qualquer outra função pública, salvo uma de magistério; e) exercer atividade político-partidária; f) receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou contribuições de pessoas físicas, entidades públicas ou privadas, ressalvadas as exceções previstas em lei Funções institucionais: art. 129 da CF e art. 5º da LC 75. Estrutura e abrangência: art. 128 da CF. Vale ressaltar que o Ministério Público do Trabalho está abrangido pelo Ministério Público da União. MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO: Art. 85 da LC 75/1993, são órgãos do MPT: Art. 85. São órgãos do Ministério Público do Trabalho: I - o Procurador-Geral do Trabalho;

4 II - o Colégio de Procuradores do Trabalho; III - o Conselho Superior do Ministério Público do Trabalho; IV - a Câmara de Coordenação e Revisão do Ministério Público do Trabalho; V - a Corregedoria do Ministério Público do Trabalho; VI - os Subprocuradores-Gerais do Trabalho; VII os Procuradores Regionais do Trabalho; VIII - os Procuradores do Trabalho. ATUAÇÃO JUDICIAL: ART. 83 LC 75 e DA CF. Art. 83. Compete ao Ministério Público do Trabalho o exercício das seguintes atribuições junto aos órgãos da Justiça do Trabalho: I - promover as ações que lhe sejam atribuídas pela Constituição Federal e pelas leis trabalhistas; II - manifestar-se em qualquer fase do processo trabalhista, acolhendo solicitação do juiz ou por sua iniciativa, quando entender existente interesse público que justifique a intervenção; III - promover a ação civil pública no âmbito da Justiça do Trabalho, para defesa de interesses coletivos, quando desrespeitados os direitos sociais constitucionalmente garantidos; IV - propor as ações cabíveis para declaração de nulidade de cláusula de contrato, acordo coletivo ou convenção coletiva que viole as liberdades individuais ou coletivas ou os direitos individuais indisponíveis dos trabalhadores; V - propor as ações necessárias à defesa dos direitos e interesses dos menores, incapazes e índios, decorrentes das relações de trabalho; VI - recorrer das decisões da Justiça do Trabalho, quando entender necessário, tanto nos processos em que for parte, como naqueles em que oficiar como fiscal da lei, bem como pedir revisão dos Enunciados da Súmula de Jurisprudência do Tribunal Superior do Trabalho; VII - funcionar nas sessões dos Tribunais Trabalhistas, manifestando-se verbalmente sobre a matéria em debate, sempre que entender necessário, sendo-lhe assegurado o direito de vista dos processos em julgamento, podendo solicitar as requisições e diligências que julgar convenientes;

5 VIII - instaurar instância em caso de greve, quando a defesa da ordem jurídica ou o interesse público assim o exigir; IX - promover ou participar da instrução e conciliação em dissídios decorrentes da paralisação de serviços de qualquer natureza, oficiando obrigatoriamente nos processos, manifestando sua concordância ou discordância, em eventuais acordos firmados antes da homologação, resguardado o direito de recorrer em caso de violação à lei e à Constituição Federal; X - promover mandado de injunção, quando a competência for da Justiça do Trabalho; XI - atuar como árbitro, se assim for solicitado pelas partes, nos dissídios de competência da Justiça do Trabalho; XII - requerer as diligências que julgar convenientes para o correto andamento dos processos e para a melhor solução das lides trabalhistas; XIII - intervir obrigatoriamente em todos os feitos nos segundo e terceiro graus de jurisdição da Justiça do Trabalho, quando a parte for pessoa jurídica de Direito Público, Estado estrangeiro ou organismo internacional. ART. 793 DA CLT: reclamação por menor de 18 anos. Art A reclamação trabalhista do menor de 18 anos será feita por seus representantes legais e, na falta destes, pela Procuradoria da Justiça do Trabalho, pelo sindicato, pelo Ministério Público estadual ou curador nomeado em juízo. Também pode atuar extrajudicialmente: elaboração de procedimentos investigatórios, investigatórios ou inquéritos civis. 1º do art. 6º da LOMPU. A COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO

6 A jurisdição é prestada pelo Estado, sendo una e indivisível. Porém, a jurisdição é fracionada para que seu exercício seja facilitado, sendo essa fração denominada de competência. Competência vem do latim competentia e significa atribuição, ou seja, competência é atribuir a alguém determinada coisa, em nosso caso, determinada função. Carlos Frederico Zimmermann neto conceitua competência como sendo: Atribuição específica concedida a alguém. Atribuição concedida a alguém, por autoridade reconhecida, para agir em seu nome, sob limites definidos e em questões específicas ou restritas a um local. E finaliza o autor dizendo que a competência é a medida da parte do direito e/ou de um certo território que cabe a um juiz para, sobre eles, exercer o poder de declarar o direito (jurisdição). Os tipos de competência na Justiça do Trabalho são em relação à matéria (ratione materiae), em relação as pessoas (ratione personae), em relação ao lugar (ratione loci) e em razão da função. Questões relacionadas a matéria são aquelas relativas a relação de trabalho e só podem ser apreciadas pela Justiça do Trabalho. Em relação as pessoas, geralmente, somente empregado e empregador poderiam reclamar perante a Justiça do Trabalho, excluindose os servidores públicos. Porém, a Emenda Constitucional 45 alargou a competência da Justiça do Trabalho. Em razão do lugar, geralmente, onde o trabalhador tenha prestado o serviço, a teor do que preceitua do artigo 651 da Consolidação das Leis do Trabalho.

7 Ou ainda em relação à função, onde Ministros do TST e Desembargadores dos TRTs e tem competências exclusivas para o conhecimento de certas matérias. Essas competências podem ser absolutas ou relativas, dependendo do que se está julgando. A competência absoluta é em relação à matéria, as pessoas e a função, sendo que a relativa é em razão do lugar ou do território, o que autoriza o juiz conhecer do processo caso não impugnada sua competência, enquanto na absoluta ela é improrrogável. Jurisdição é o poder que todo o juiz tem de julgar, mas nem sempre tem a competência para tanto. A competência em relação à matéria está bem delimitada na Constituição Federal, em seu artigo 114, competindo a Justiça do Trabalho julgar: I ações envolvendo relações de trabalho, abrangendo todos os entes públicos; (STF decidiu que a Justiça do Trabalho não é competente para julgar servidores públicos contratados pelo regime estatutário). II ações envolvendo direito de greve; (súmula 189). III representação sindical (sindicatos X sindicatos, sindicatos X empregadores, sindicatos X empregados); IV mandados de segurança, habeas corpus e habeas data quando o questionado envolver matéria sujeita a sua jurisdição; V conflitos de competência; VI ações de indenização por dano moral e material envolvendo as relações de trabalho; VII ações de penalidades administrativas contra o empregador pelos órgãos de fiscalização do trabalho; VIII a execução das contribuições sociais previstas no art. 195, I e II;

8 IX outras controvérsias decorrentes da relação de trabalho; Súmulas importantes: 300, 368, 389, 392, 420.