AVALIAÇÃO ESCOLAR FRENTE À DEMOCRATIZAÇÃO DO ENSINO
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- Ana Laura de Oliveira Azenha
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1 AVALIAÇÃO ESCOLAR FRENTE À DEMOCRATIZAÇÃO DO ENSINO Sandra da Silva Bombardieri 1 Eloá Soares Dutra Kastelic 2 INTRODUÇÃO: atualmente a avaliação tem reunido grupos de professores nas escolas e universidades para debaterem essa prática, segundo os pois a intenção não é repetir os métodos tradicionais de avaliação, porém, compreender qual seu significado político e social dentro da escola e como essa prática vai contribuir no processo ensinoaprendizagem. Segundo Luckesi (1996) a avaliação é um juízo de qualidade sobre dados relevantes para uma tomada de decisão, Haydt (1988) defende a idéia de que a avaliação pode assumir uma dimensão orientadora permitindo que o aluno tome consciência de seus avanços e dificuldades para continuar progredindo nesta construção. OBJETIVO: o objetivo é compreender a avaliação da aprendizagem escolar no ensino fundamental dentro de uma perspectiva libertadora, prática esta que se depara com opiniões divergentes, criando uma diferença entre educar e avaliar razão de diferenças entre educando e educador. Apresentar alguns conceitos referentes à prática da avaliação e sugerir alguns encaminhamentos. MÉTODO: pesquisa bibliográfica no primeiro momento, partiu de leituras de autores que estudam a temática para compreender como estes definem a prática da avaliação e como a mesma vai interferir na vida do educando. RESULTADOS E DISCUSÃO: do ponto de vista pedagógico não há como compreender a avaliação escolar sem fazer relação com a teoria ensino-aprendizagem, 1 Graduando em Pedagogia, membro do grupo GP-TESE. Nhambiquarás, 1314, Santa Cruz, Cascavel/PR. CEP: ssbombardieri@hotmail.com 2 Mestre, Docente do Curso de Pedagogia Unioeste/PR Campus de Cascavel/PR. eloasoares@hotmail.com
2 amparado por uma política educacional. Sendo assim, percebe-se que educação e a prática da avaliação não são dicotômicas não são indissociáveis, ou seja, são concebidas como problematização, questionamento, reflexão sobre a ação. Gadotti (1984) Educar é fazer ato de sujeito, é problematizar o mundo em que vivemos para superar as contradições, comprometendo-se com esse mundo para reciclá-lo constantemente. Diante disto o professor deve avaliar sempre a ação educativa no sentido de indagar, investigar o termo e não tornar sua docência em verdades absolutas, prontas e acabadas. Para Hoffmann É necessário, isso sim, oportunizar-lhe a tomada de consciência sobre a contradição existente entre a ação de educar e a concepção de avaliação como resultado e como julgamento. Percebe-se que, a avaliação da aprendizagem pode acontecer se forem relacionadas, com as oportunidades oferecidas e analisando as adequações das situações didáticas propostas aos conhecimentos prévios dos alunos e aos desafios que estão em condições de enfrentar. Assim alunos, professores, famílias e instituição escolar são elementos que interagem na prática avaliativa, contribuindo não só para que ela seja como se apresenta, mas para pensar neste momento que podemos chamar de um momento de transição, no qual a avaliação tradicional não dá conta de assumir, isto é, um compromisso com o saber e com o conhecimento a se construir. Diante disso, percebe-se que a avaliação numa perspectiva democrática, só poderá acontecer se forem superados o caráter de terminalidade e mediação de conteúdos aprendidos. Ao considerar a avaliação um processo abrangente e sistemático da prática pedagógica, que inclui tanto a identificação das dificuldades, resistências e progressos ao longo do desenvolvimento do aluno, quanto a análise da adequação dos objetivos, procedimentos e recursos de ensino, podemos perceber que todas as atividades sugeridas pelos professores podem ser consideradas instrumentos de avaliação quanto a própria avaliação pode ser ocasião de aprendizagem. Quando a criança se sente confiante para dizer o que pensa, sem inibição ou medo de crítica, ela também se sente preparada para uma possível avaliação, este é o momento que o professor deve privilegiar tanto para o aprendizado como para a avaliação e a identificação de procedimentos de ensino mais
3 adequados, visto que, a avaliação subsidia o professor com elementos para uma reflexão contínua sobre sua prática e sobre a criação de novos instrumentos de trabalho e a retomada de aspectos que devem ser revistos, ajustados e adequados para o processo ensino-aprendizado. Se o professor sugerir uma atividade de desenhar e explicar o desenho com setas, nomes ou legendas, esta pode ser usada para reconhecer as idéias prévias da criança acerca de determinado conteúdo e para verificar mudanças de interpretação durante ou após o desenvolvimento de um conjunto de atividades. Esses procedimentos podem substituir ou complementar outros registros de idéias, menos acessíveis à criança, como a redação de texto, por exemplo este instrumento se torna rico pois permite a criança expressar significados, relações e interpretações percebidas, intuídas e imaginadas, oferecendo ao professor pistas para compreender as explicações infantis, as crianças gostam de desenhar, não se mostram dispostas quando têm medo de crítica ou já formaram um juízo interno de que não sabem desenhar quanto ao professor deve evitar certas manifestações que inibem a espontaneidade da criança, ainda que esta representação lhe pareça confusa, imprevista e pouco estética. Atividades em dupla ou grupos, são oportunidades para o professor observar em que medida as crianças são capazes de trabalhar cooperativamente, o professor poderá avaliar o aluno, criando estratégias que favoreçam o desenvolvimento da autonomia. Na pedagogia comeniana Comênio insiste na atenção especial que se deve dar à educação como centro de interesse da ação do professor; porém não prescinde também do uso dos exames como meio de estimular os alunos ao trabalho intelectual da aprendizagem. Percebe-se que a avaliação é resultante de uma concepção pedagógica arcaica, de caráter seletivo vista como forma de classificar e promover o aluno de uma série para outra ou de um grau para outro, e até mesmo de reprovações era também um modo de verificar em que medida os objetivos propostos para o processo ensino-aprendizagem estavam sendo atingidos. Todos que passaram pela experiência escolar, sem exceção, foram avaliados inúmeras vezes se retornarmos em nossas memórias as vivências, veremos que para alguns a avaliação trazia sucesso, destaque maior, apreciação por parte dos
4 professores e família também o peso da responsabilidade de sustentar essa posição, com cada vez mais esforço para obter notas acima da média, já para outros, as avaliações evocam lembranças de humilhações, castigo, desprestígio com os professores, resignação ou habituação dos familiares com os constantes insucessos, lembranças que se deseja esquecer e experiências que não querem repetir. Ao tratar das questões da escola e particularmente as da avaliação, não supomos soluções aceleradas pois elas decorrerão, automaticamente, minimizando os problemas vividos em nossa sociedade, principalmente por camadas que freqüentam a escola pública, contanto não podemos atribuir à escola, a responsabilidade de criar soluções para problemas préestabelecidos na sociedade. Há portanto que considerar com opiniões que, indicam que a escola tem um papel importante a cumprir, em relação ao educando e aos seus direitos, pela apropriação do saber historicamente acumulado. "A superação da injustiça social e das contradições de classe não se resolvam nos limites da escola" (PARO, e outros, 1988, p.15 apud LÜDKE, S/D). Deste modo, é que se considera válido o esforço de buscar melhorias para a escola, sem perder, entretanto, a percepção crítica de seus limites. CONCLUSÃO:concluir-se que o debate em torno da avaliação escolar é um esforço voltado para ajudar a enfrentar os desafios da democratização do ensino-aprendizagem em particular a avaliação. Representando, "uma alternativa para as políticas públicas, que carecem ainda de um tempo maior de implementação, para oferecer resultados irreversíveis no sentido de um ganho permanente dos alunos" BARRETO e ALVES (1987) apud LUDKE, S/D. Do ponto de vista que, educar é formar e aprender, a avaliação ganha dimensões mais abrangentes, não sendo apenas atribuição de notas, deste modo, verifica-se o aluno se este está alcançando os objetivos propostos para o processo ensino-aprendizagem. Os objetivos buscados podem ser notados em mudanças ao se adquirir melhores resultados no comportamento motor, cognitivo, afetivo e social. Se ao ensinar e aprender tenta-se realizar esses objetivos, o ato de avaliar se dirige para verificar se estes objetivos estão sendo alcançados pelo aluno para que ele avance na aprendizagem e na construção de seu valor. Com nosso artigo esperamos poder
5 contribuir para essas e outras iniciativas semelhantes, tratando de iluminar um dos problemas mais intrincados e que mais travam o processo de democratização do ensino, o da avaliação, sob um foco pouco empregado a seu respeito, o da análise sociológica. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: GADOTTI, M. Educação e poder: introdução à pedagogia do conflito. São Paulo: Ed. Cortez HAYDT, R. C. Avaliação do processo ensino aprendizagem. São Paulo: Ed. Ática, HOFFMANN, J. Avaliação: mito & desafio. Uma perspectiva construtivista. 13º Ed. Editora Educação & Realidade, Porto Alegre; LUDKE, M. Pesquisando sobre avaliação na escola básica Universidade Fluminense RJ, S/D. LUCKESI, C. C, Avaliação da aprendizagem: estudos e proposições. São Paulo: Ed.Cortez
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