Avaliação prospectiva da Osteocalcina em adolescentes usuárias de anticoncepcional oral de baixa dosagem: um ano de acompanhamento
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- Aurélio Candal da Fonseca
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1 Avaliação prospectiva da Osteocalcina em adolescentes usuárias de anticoncepcional oral de baixa dosagem: um ano de acompanhamento Stefany Hellen Sousa Martins, Tamara Beres Lederer Goldberg, Talita Poli Biason, Cilmery Suemy Kurokawa, Anapaula da Conceição Bisi Rizzo, Hélio Rubens de Carvalho Nunes Departamento de Pediatria Disciplina de Medicina do Adolescente Faculdade de Medicina de Botucatu - UNESP Bolsa de Iniciação Científica PIBIC/CNPq 2015/2016
2 Introdução - O principal efeito do estrógeno sobre o osso é sua ação inibitória sobre a reabsorção e estimulatória sobre a formação óssea. - Considerando a influência do estrógeno sobre o metabolismo ósseo e a adolescência como um período crítico para aquisição de massa óssea, estudos surgiram com o objetivo de avaliar o impacto dos anticoncepcionais orais (ACO) sobre o processo de aquisição óssea nesta faixa etária: Warholm et al. publica em 2012 uma revisão sistemática na qual, quatro estudos multicêntricos mostraram maior incremento de massa óssea em não usuárias de ACO do que em usuárias. Biason et al. (2013) avalia através de densitometria óssea, que o acréscimo no conteúdo mineral ósseo é significativamente maior em não usuárias de ACO após um ano de seguimento. - Diante do expostos acima, fundamenta-se um estudo que investigue alterações nos níveis do marcador ósseo de formação Osteocalcina (OC) em usuárias de ACO, identificando a atividade do mesmo em relação à aquisição de MO durante a adolescência.
3 Objetivos Avaliar o marcador de formação óssea OC de adolescentes usuárias de ACO de baixa dosagem, por um período de um ano de uso e comparar às concentrações provenientes de adolescentes saudáveis não usuárias de ACO.
4 Métodos - Estudo controlado paralelo não randomizado - Incluídas no estudo 27 adolescentes voluntárias, do sexo feminino, de 12 a 20 anos incompletos, em puberdade tardia, pós-menarca, matriculadas no Ambulatório de Medicina do Adolescente do HCFMB-UNESP, que apresentavam indicação de prescrição de método anticoncepcional -Grupo controle: 26 adolescentes saudáveis, voluntárias, do mesmo sexo e faixa etária do grupo de estudo, porém não usuárias de ACO -Padronizou-se o uso de ACO de baixa dosagem contendo EE 20μg/ desogestrel 150μg. -As adolescentes foram submetidas à avaliação de peso, altura, IMC e idade óssea (Greulich & Pyle 1959) previamente ao estudo. Para avaliar a homogeneidade dos grupos controle e de estudo foi utilizado o teste de Mann- Whitney -A dosagem de OC sérica foi realizada em dois momentos; antes da introdução de ACO e após um ano de uso, dosada através do Metra Osteocalcin EIA kit- Biosystems que mede quantitativamente a OC intacta no soro.
5 A Tabela 2 mostra uma redução média na OC de 0,17 a cada ano a mais das adolescentes não submetidas a anticoncepcional apesar de não estatisticamente signifi Resultados β ep t p IC95% Constante 13,2 3,86 3,44 0,002 5,30 21,25 Idade (anos) -0,50 0,24-2,05 0,052-1,01 0,004 Tabela 1 Regressão linear para explicar a OC em função da idade entre adolescentes que não usaram anticoncepcional. Análise de resíduos (p = 0,164; Shapiro Wilk) que não usaram Femina Gráfico 1- OC em função da idade de 26 adolescentes não usuárias de ACO A Tabela 1 mostra uma redução média na OC de 0,50 a cada ano a mais das adolescentes não submetidas a anticoncepcional, não estatisticamente significativa (β= -0,50(-1,01 0,004); p = 0,052)
6 Resultados Tabela 2 OC momento inicial e após 1 ano de uso de ACO (n=27) Variável Pré ACO 12 meses pós ACO P (3) OC 10,4 (1,7 26,0) 5,7 (1,9 17,9) 0,001 (3) Wilcoxon Encontrou-se uma redução estatisticamente significativa do nível sérico de OC nas usuárias de ACO No momento inicial (tabela 2) a mediana dos níveis de OC no grupo exposto ao ACO foi de 10,4ng/mL, sendo a menor concentração de 1,7ng/mL e a mais elevada de 26ng/mL Após um ano de uso do ACO, a mediana declinou para 5,7ng/mL, menor concentração de 1,9ng/mL e maior de 17,9ng/mL, com p=0,001.
7 Discussão e Conclusões O ACO analisado interfere negativamente sobre as concentrações séricas de OC. Recomenda-se a realização de outros estudos que investiguem a ação do ACO sobre outros marcadores de formação e reabsorção óssea, bem como, acompanhamento por período superior a um ano de uso dessas medicações pelas adolescentes.
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