MINISTÉRIO DE AGRICULTURA E DESENVOLVIMENTO RURAL

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1 MINISTÉRIO DE AGRICULTURA E DESENVOLVIMENTO RURAL Direcção de Economia Relatórios de Pesquisa Sector Comercial de sementes: Progressos e Perspectivas de Desenvolvimento por Jaquelino Massingue (DAP/DE), Guilhermina Rafael (DAP/DE), Ussene Hají (DINA), Jan Low (DAP/DE) e Duncan Boughton (DAP/DE) Relatório de Pesquisa No. 55P Abril 2004 República de Moçambique

2 DIRECÇÃO DE ECONOMIA Série Investigação A Direcção de Economia do Ministério da Agricultura e Desenvolvimento Rural mantém duas publicações em assuntos relacionados com a segurança alimentar. As publicações da série Flash são curtas (3-4 páginas), e são relatórios, para dar informação prontamente disponível de resultados de grande interesse público. As publicações sob a série Pesquisa, são desenhados para dar um tratamento mais longo e profundo de assuntos de segurança alimentar. A preparação de relatórios Flash e Relatórios de Pesquisa, e a sua discussão, com aqueles que desenham e influenciam programas e políticas em Moçambique, é um passo importante na missão global da Direcção de Economia de planificação e análise. Comentários e sugestões de leitores interessados nos relatórios de cada uma destas séries ajudarão a identificar questões adicionais para análise em relatórios posteriores, bem como o desenho de novas actividades de pesquisa. Os leitores são encorajados a submeter comentários e informar-nos sobre a informação corrente e necessidades de análise. Carlos Mucavel Director Nacional Direcção de Economia Ministério de Agricultura e Desenvolvimento Rural ii

3 AGRADECIMENTOS A Direcção de Economia está levando a cabo pesquisa colaborativa na área de segurança alimentar com o Departamento de Economia Agrária da Universidade Estadual de Michigan. Queremos agradecer o apoio financeiro do Ministério de Agricultura e Desenvolvimento Rural e da Agência Americana de Desenvolvimento Internacional (USAID) em Maputo, para a pesquisa em segurança alimentar em Moçambique. O apoio à pesquisa pelo Bureau para a África e do Bureau para Global Programs da USAID/Washington também ajudou a que pesquisadores do Michigan State University contribuíssem para esta pesquisa. Gostaríamos de agradecer a SEMOC e PANNAR por fornecer informação relevante sobre o sector comercial de sementes que foi usada no relatório. Estamos igualmente gratos a várias pessoas entre produtores de sementes e retalhistas, além de ONG s que operam na área que contribuíram com os seus comentários. A opinião final aqui expressa é da inteira responsabilidade dos autores, não reflectindo necessariamente a posição oficial do Ministério de Agricultura e Desenvolvimento Rural nem da USAID. Duncan Boughton Coordenador Nacional Departamento de Economia Agrária Universidade Estadual de Michigan iii

4 MEMBROS DA EQUIPA DE PESQUISA DO MADER/MSU Carlos Mucavele, Director Nacional, Direcção de Economia Higino de Marrule, Coordenador, Departamento de Análise de Políticas Aurélio Mate, Chefe, Departamento de Estatística Domingos Diogo, Analista Estatístico, Departamento de Estatística Dulce Chilundo, Analista de Sistemas, Departamento de Estatística Pedro Arlindo, Pesquisador Associado e Conselheiro do SIMA Anabela Mabota, Pesquisadora Associada e Conselheira do SIMA Antonio Paulo, Coordenador Nacional do SIMA Argentina Balate, Analista do SIMA Inocêncio J. Banze, Analista do SIMA Simão C. Nhane, Assistente Sénior do Coordenador do SIMA Francisco Morais, Formador de Inquiridores Abel Custódio Frechaut, Assistente Júnior do Coordenador do SIMA Olivia Govene, Analista de Políticas Agrárias, MADER/Dpt de Análise de Políticas Liria Sambo, Analista de Políticas Agrárias, MADER/GPSCA Jaquelino A. Massingue, Analista de Políticas Agrárias, MADER/Dpt de Análise de Políticas Arlindo Rodrigues Miguel, Analista de Políticas Agrárias, MADER/Dpt de Análise de Políticas Rui Benfica, Pesquisador Associado e Estudante de PhD na MSU Danilo Carimo Abdula, Pesquisador Associado e Estudante de Pós-Graduação na MSU Raúl Óscar R. Pitoro, Pesquisador Associado e Estudante de Pós-Graduação na MSU Maria José Teixeira, Assistente Administrativa Amélia Soares, Secretária Duncan Boughton, Coordenador da MSU em Moçambique Tom Walker, Analista da MSU e Coordenador de Formação em Políticas em Moçambique Jan Low, MSU Analista e Investigadora Principal do Projecto para a Melhoria Nutricional em Moçambique Ellen Payongayong, Analista da MSU e Formadora de Estatística em Moçambique Cynthia Donovan, Analista da MSU David L. Tschirley, Analista da MSU Michael T. Weber, Analista da MSU iv

5 SUMÁRIO EXECUTIVO Os custos económicos de fornecimento limitado e/ou atrasado de variedades certificadas de semente são substanciais. As estimativas sugerem que Moçambique perde anualmente cerca de 77 milhões de dólares em ganhos potenciais de produtividade pela incapacidade do sistema nacional de sementes disseminar sementes de variedades de cereais e leguminosas de grão conhecidas e existentes na lista nacional de variedades (Rohrbach et al. 2001). Apenas 5-10% de toda a semente usada pelos pequenos produtores Moçambicanos é certificada (Libombo e Uaiene 1999). Destes, a maior parte recebe semente através de distribuições de emergência e não do esquema de comercialização. Entre vários constrangimentos que afectam o sector de sementes apontam-se o fraco desempenho do sector comercial de sementes devido a uma série de problemas que o afectam. É com o propósito de identificar estes problemas e propor soluções que o seminário nacional de sementes, realizado em Bilene em Maio de 2001, recomendou uma monitoria anual do sector. Este trabalho é baseado na recolha de informação dos actividades que decorreram nas campanhas 2000/01 e 2001/02, caracterizando o sector comercial de sementes através de uma visão global dentro da componente que é o sector comercial de sementes, e aborda as perspectivas de desenvolvimento do sector. Para analisar o sector comercial de sementes partiu-se do pressuposto de que para o mesmo ser eficiente e jogar um papel preponderante no sistema de sementes deve garantir uma chegada atempada de semente de qualidade e adaptada as condições dos produtores. O mercado total de sementes é estimado em cerca de 11 milhões de dólares americanos em 2001, sendo 6 milhões para o mercado formal e os restantes 5 milhões para o informal. Mas este valor global não reflecte necessariamente o potencial de absorção do mercado de sementes visto que a existência ou não de emergência tem uma grande influência na quantidade de semente vendida. Segundo estimativas das empresas de sementes, dos 6 milhões de dólares que são transacionados anualmente no mercado formal de semente, 5 milhões estão ligados as emergências e apenas um milhão entra nos cofres das empresas através da rede de retalhistas ou lojistas. Conclusões Chaves do Estudo: Apesar de se reconhecer a importância do sector comercial de sementes na disponibilização de semente certificada e com potencial para aumentar os rendimentos dos produtores, não existe uma base de dados sobre o que tem acontecido no sector. As informações sobre a produção interna de semente, quantidades de semente vendida, importada continuam em banco de dados isolados e algumas vezes de difícil acesso. O novo regulamento de sementes foi aprovado em 2001, como forma de criar outra dinâmica ao sistema de sementes dando ênfase a intervenção do sector comercial de sementes e a produção local. Este regulamento facilita a inscrição ao nível local de retalhistas ou agentes de sementes das zonas rurais e das zonas que estejam distantes das sedes provinciais. Entretanto, questões como a falta da definição de um balcão único para o registo das companhias interessadas na comercialização de sementes continuam por resolver, além da criação de uma categoria de sementes, inferior á garantida, para acomodar materiais v

6 exclusivamente de origem local, conforme a recomendação do seminário nacional de sementes de Não é coerente que estes materiais sejam reconhecidos para participar em feiras de sementes organizadas pelo sector público e seus parceiros mas não sejam reconhecidos pelo regulamento. Uma das razões que provoca a limitada procura por semente certificada é a razão preço de semente/preço do produto que é muito alta chegando a atingir 30 vezes no caso de milho em alguns distritos, desencorajando deste modo os camponeses de comprar a semente certificada. O preço da semente em Moçambique é muito influenciada pelos custos de transporte no seu fornecimento, já que muita semente é importada, aliado ao facto de que a multiplicação de sementes a nível local através da sub-contratação de camponeses não tem tido impacto sobre o preço da semente. Por outro lado, o fraco desenvolvimento do mercado dos produtos contribui para um baixo preço do grão que constitui a primeira opção para a sementeira. Segundo, casos são vários em que a semente chega aos produtores com baixo poder germinativo, ou ainda podem ser variedades não adaptáveis as condições locais do agricultor comparativamente as suas sementes tradicionais, apesar de existirem regulamentos bem claros sobre a matéria. A falha do estado em fazer cumprir os regulamentos previstos nestes casos resulta num desincentivo para o agricultor adoptar as novas variedades certificadas que entram no mercado. Ainda existe uma fraca coordenação entre as actividades das companhias de sementes, os grupos de produtores de sementes e as iniciativas do sector público com vista a incentivar o uso de semente certificada. Isto reflecte-se numa menor complementaridade entre o sector formal e informal de produção de sementes. Mesmo assim nota-se uma grande vontade de pequenos produtores produzirem semente, solicitando cada vez mais serviços de assistência, muitas vezes estimulados pelo alto preço da semente certificada comparativamente ao grão. A entrada de mais uma empresa de sementes no país aumentou a concorrência no sector e ampliou o leque de escolhas de variedades para os produtores. Contudo, os mecanismos de registo de empresas de sementes ainda precisam ser melhorados e simplificados de maneira a aumentar a concorrência e expor os produtores a diferentes alternativas possibilitando-lhes a fazer as melhores escolhas. Como resultado de algumas transformações no sector as quantidades de semente vendida tem vindo a registar um aumento, depois de ter atingido o mínimo da última década em Recomendações: Para captar potenciais benefícios de novas variedades é necessária uma campanha nacional de divulgação que capte a complementaridade entre programas do sector formal e informal de sementes. Uma campanha nacional baseia-se nas zonas de aptidão das novas variedades e a vantagem comparativa do sector formal e informal em produzir diferentes variedades e gerações de sementes. Os grupos de produtores de semente devem ser convidados a participar nas feiras de sementes (sejam elas de emergência ou permanentes) e também aos dias de campo que frequentemente são organizados pelo sector público e pelas companhias de semente. Esta campanha poderia constituir uma acção estratégica da segunda fase do PROAGRI. Há uma necessidade de estimular a entrada de mais intervenientes (empresas) no sector comercial de sementes através da simplificação de procedimentos para o seu registo e criação de um ambiente encorajador para o desempenho das suas actividade a partir de regulamentos encorajadores. vi

7 A nova abordagem de distribuição de empresas de sementes através de agentes deve ser monitorado de forma a potenciá-lo para jogar um papel importante na disponibilização de semente certificada e na difusão de novas variedades libertadas no seio dos produtores. Assim, os agentes devem estar envolvidos em programas planificação de campos de demonstração de novas variedades, dias de campo e deve se promover a sua ligação com os grupos de produtores de sementes. Um papel de relevo deve ter a Direcção de Economia do MADER na melhoria da recolha de informação relevante para a monitoria anual e na ampliação das fontes de informação. vii

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9 ÍNDICE SUMÁRIO EXECUTIVO...v LISTA DE TABELAS... LISTA DE GRÁFICOS... LISTA DE ACRÓNIMOS... xi xi xiii Section Page 1. INTRODUÇÃO PORQUÊ UMA MONITORIA DO SECTOR COMERCIAL DE SEMENTES OBJECTIVOS DO ESTUDO MÉTODOS ENQUADRAMENTO DO SECTOR COMERCIAL DE SEMENTES SITUAÇÃO DO SECTOR NAS CAMPANHAS AGRÍCOLAS 2000/01 E 2001/ Os Desafios da Produção Local de Semente através de Produtores Sub-contratados Empresas Adoptam Novos Métodos de Comercialização de Sementes Como é Feita a Divulgação Para o Uso de Sementes Certificadas PERSPECTIVAS DE DESENVOLVIMENTO DO SECTOR CONCLUSÕES RECOMENDAÇÕES...20 ANEXO...23 Anexo 1. Lista de Contactos...24 Anexo 2. Planos de Produção Local de Sementes a Pequena Escala (SSSP) na Província de Sofala na Campanha Agrícola 2001/ Anexo 3. Província da Tete: Quantidade de Semente Produzida Por Cada Entidade (Produtor, Associação, ONG, Companhia, etc) na Campanha 2000/ Anexo 4. Província da Zambézia: Quantidade de Semente Produzida Por Cada Entidade (Produtor, Associação, ONG, Companhia, etc) na Campanha 2000/ Anexo 5. Província de Niassa: Quantidade de Semente Produzida Por Cada Entidade (Produtor, Associação, ONG, Companhia, etc) na Campanha 2000/ Anexo 6. Província de Cabo Delgado: Criação de Bancos Distritais de Semente em Dezembro de ix

10 Anexo 7. Número de Campos de Demonstração e Multiplicação de Sementes (0.5 ha cada) por Província e Distrito na Campanha 2001/ Anexo 8. Número de Campos de Demonstração e Multiplicação de Sementes na última campanha (2001/02) em Niassa/Extensão Rural...31 Anexo 9. Lista Nacional de Variedades...32 Anexo 10. Novas Variedades Propostas para Registo em Anexo Anexo RELATÓRIOS DE PESQUISA DA DE...42 REFERÊNCIAS...47 x

11 LISTA DE TABELAS Tabela Page 1. Preços da Semente e Grão de Algumas Culturas na Campanha 2000/01 em Algumas Províncias Quantidade Total (Tons) de Semente Certificada Vendida pelas Duas Maiores Companhias de Sementes que Operam em Moçambique (SEMOC e PANNAR), em 2001 e Quantidade (Kgs) de Semente Comercializada por cada Companhia de Semente (PANNAR e SEMOC) em Todo o País nos Anos 2001 e Preços de Semente de Arroz e Feijão Vulgar Praticados a Diferentes Níveis na Cidade de Chókwè na Campanha 2001/ LISTA DE GRÁFICOS Gráfico Page 1. Evolução das Vendas de Semente em Moçambique Mercado Total das Empresas de Semente Divisão do Mercado Global de Sementes em Despesas dos Agregados Familiares em Semente Informal por Cultura...13 xi

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13 LISTA DE ACRÓNIMOS Acrónimo APROSEL Significado ou Descrição: Português Associação de Produtores de Semente do Limpopo Significado ou Descrição: Inglês Limpopo Seeds Production Association CAP Censo Agro-Pecuário Agricultural Census CARE Organização Não Governamental Non Government Organization DAP DDADR Departamento de Análise de Políticas Direcção Distrital de Agricultura e Desenvolvimento Rural Policy Analysis Department Distrital Directorate of Agriculture and Rural Development DE Direcção de Economia Directorate of Economics DINA Direcção Nacional de Agricultura National Directorate of Agriculture DPADR DPCCN FAO Direcção Provincial de Agricultura e Desenvolvimento Rural Departamento de Prevenção e Combate as Calamidades Naturais Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação Provincial Directorate of Agriculture and Rural Development Natural Disasters Prevention and Mitigation Department Food and Agriculture Organization of the United Nations FFA Fundo de Fomento Agrário Agricultural Development Fund FHI Fundação Contra a Fome Food for the Hungry International GTZ Assistência Técnica Alemã German Technical Assistance MADER Ministério da Agricultura e Desenvolvimento Rural Ministry of Agriculture and Rural Development ONG Organização Não Governamental Non-Goverment Organization PANNAR Companhia Privada de Sementes New Private Seed Company in Mozambique that receives support from PANNAR-South Africa PROAGRI PRODER Programa Nacional de Desenvolvimento Agrário Programa de Desenvolvimento Rural National Program for Agricultural Development Rural Development Program xiii

14 Acrónimo Significado ou Descrição: Português Significado ou Descrição: Inglês SEMOC Sementes de Moçambique Seed Company of Mozambique SIMA Sistema de Informação de Mercados Agrícolas Agricultural Market System Information SNS Serviço Nacional de Sementes National Seed Service SSASI SSSP UCEA Iniciativa de Sementes da África Sub-Sahariana Produção de Semente em Pequena Escala Unidade de Coordenação de Emergência na Agricultura Sub-Saharan Africa Seed Initiative Small Scale Seed Production Emergency Coordination Unit for Agriculture xiv

15 1. INTRODUÇÃO O rápido crescimento da produção agrícola na década 90 em Moçambique, devido ao reacentamento das populações e aumento das áreas de cultivo (Howard et al. 2001), até certo ponto veio esconder a baixa produtividade do sector agrícola. Segundo as estimativas (Libombo e Uaiene 1999), apenas 5-10% de toda a semente usada pelos pequenos produtores moçambicanos é certificada. É muito provável que dos poucos agricultores que usam semente certificada a mesma foi recebida através de distribuições de emergência e não através do esquema de comercialização. A baixa taxa de adopção de novas tecnologias como a semente certificada tem sido atribuida em parte as dificuldades do sector comercial em disponibilizar as mesmas de uma maneira acessível para o sector familiar, que aliás suporta o maior peso da agricultura moçambicana. Vários factores tem contribuído para o fraco desempenho do sector comercial de sementes na sua função de disponibilizar semente aos camponeses. Primeiro, o fraco desenvolvimento do mercado de produtos provoca uma baixa procura por semente certificada. A menor procura que se verifica constitui um grande obstáculo para o aumento das quantidades de semente vendidas e para o alastramento da rede de comercialização, além de ser um desincentivo à novas empresas de sementes para entrarem no mercado resultando na falta de concorrência no sector (apenas duas companhias estão a operar no país -- SEMOC e PANNAR). A rede de distribuição está limitada a um número reduzido de distritos. Dos 138 distritos do país cerca de 37% de distritos não têm loja de sementes e 34% só têm uma loja afiliada a uma das duas companhias (Rohrbach et al. 2001). Foi devido a uma série de constrangimentos no mercado de sementes identificadas no seminário Nacional de Bilene em Março de 2001 que se apontou a monitoria do sector comercial de sementes como uma actividade necessária para diagnosticar falhas de mercado e avaliar a necessidade de investimentos públicos direccionados. Este trabalho focaliza, no primeiro capítulo, a recolha de informação das actividades que decorreram nas campanhas 2000/01 e 2001/02, e pretende-se que seja o início dos trabalhos de monitoria do sector. No capítulo 2, faz se uma abordagem da necessidade deste estudo para atingir os objectivos descritos no capítulo 3, através da metodologia indicada no capítulo 4. Já no desenvolvimento, o trabalho caracteriza o sector comercial de sementes no capítulo 5 e dá uma visão global deste sector dentro da grande componente que é o sector de sementes no seu todo; mais adiante, no capítulo 6, analisa-se a situação do sector comercial de sementes nas últimas duas campanhas agrícolas (2000/01 e 2001/02). No capítulo 7, abordam-se as perspectivas do desenvolvimento do sector, e no fim são apresentadas as conclusões e recomendações. 1

16 2. PORQUÊ UMA MONITORIA DO SECTOR COMERCIAL DE SEMENTES No Seminário Nacional de Sementes, realizado em Março de 2001 em Bilene, realçou-se que o subdesenvolvimento do mercado de sementes era um dos grandes constrangimentos para a disponibilidade e o acesso à semente certificada e adaptada aos locais dos produtores. Com vista a melhorar o desempenho deste sector, recomendou-se uma monitoria anual do mesmo de forma a acompanhar o seu progresso. Neste âmbito, o presente estudo é uma tentativa de abordar duma maneira abrangente e específica as actividades que foram realizadas no sector nas campanhas agrícolas 2000/01 e 2001/02, e as suas perspectivas, de modo a compreender a sua dinâmica e as acções concretas que podem ser realizadas actualmente. Este pode ser um ponto de partida para a criação duma base de dados consistente sobre o sector comercial de sementes. 2

17 3. OBJECTIVOS DO ESTUDO Este estudo tem como objectivo principal avaliar o progresso no sector comercial de sementes em Moçambique nas campanhas agrícolas 2000/01 e 2001/02. Sendo objectivos específicos: Avaliar a evolução das quantidades de semente produzidas e vendidas; Fazer o levantamento do tipo (cultura e categoria) de semente comercializada; Avaliar a expansão da rede comercial de sementes e a disponibilidade e acesso a semente comercial pelos camponeses; e Inteirar-se dos avanços na implementação dos planos no sector comercial de sementes. 3

18 4. MÉTODOS O trabalho de monitoria consistiu na recolha de dados secundários e entrevistas a alguns informantes chaves no sector comercial de sementes. Dos intervenientes que forneceram dados encontram-se algumas Direcções de Agricultura e Desenvolvimento Rural (DPADR s), Direcções Distritais de Desenvolvimento Rural (DDADR s), Organizações Não Governamentais (ONG s) que trabalham na área, os produtores de semente sob contrato, agentes e as empresas comerciais de semente (SEMOC e PANNAR). Em Março de 2002 uma equipe do DAP/DE e DINA visitou as províncias de Nampula, Manica, Sofala e Gaza no sentido de se inteirar dos progressos no sector comercial de sementes. Estas províncias foram escolhidas pelo seu potencial para a comercialização da semente e pela experiência que já têm com companhias de sementes e produtores de semente sub-contratados pelas empresas de sementes. Para as províncias não visitadas enviou-se uma ficha de pedido de informação pertinente, que nem todas as DPADR s responderam. Algumas DPADR s responderam com informação diferente da solicitada. Para permitir uma análise correcta do progresso do sector comercial de sementes, durante a recolha de dados foram considerados os seguintes indicadores: A expansão da rede comercial de sementes incluindo o aparecimento de novos intervenientes; As quantidades de semente produzidas e vendida por determinada entidade; e Áreas cobertas e os programas que promovem o sector comercial de sementes. 4

19 5. ENQUADRAMENTO DO SECTOR COMERCIAL DE SEMENTES NUMA VISÃO GLOBAL DO SISTEMA DE SEMENTES Entretanto, o sector comercial de sementes faz parte de um grande complexo o sistema de sementes que inclui indivíduos e instituições ligadas ao desenvolvimento, multiplicação, processamento, armazenamento, distribuição e comercialização de sementes. Um sector comercial de sementes eficiente joga um papel muito importante no sistema de sementes, garantindo a chegada atempada de semente de qualidade e adaptada as condições locais dos camponeses. Em Moçambique, a guerra e as suas consequências afectaram o desenvolvimento do sistema de sementes no seu todo e o sector comercial em particular. Como resultado do alto custo da semente certificada em relação a semente local, a distribuição não comercial e sementes guardadas mantiveram-se como fontes primárias para os pequenos produtores resultando na perpetuação da baixa produtividade e competitividade. A adopção de tecnologias modernas como sementes certificadas está limitada por alguns factores, entre os quais destaca-se o fraco desenvolvimento do mercado de produtos, o qual aumenta o risco e reduz o retorno a estas tecnologias; a falta de recomendações apropriadas e disseminação limitada das que existem e a falta de acesso a crédito. O quadro a seguir mostra alguns constrangimentos que afectam o sector de sementes tanto do lado da oferta assim como do lado da procura. Analisando o sector a partir do início dos anos 90 nota-se que as vendas decresceram drasticamente, apesar de estarem a subir novamente. Assim, observa-se que no início da década 90 a SEMOC, até então única empresa de sementes licenciada no país, atingiu o pico de vendas com um pouco mais de toneladas. Para o efeito contribuiu substancialmente o clima de paz que acabava de se instalar e o consequente reacentamento da população que aumentou a área cultivada. Entretanto, as distribuições gratuitas no âmbito da emergência para apoiar as populações regressadas e as afectadas pela seca de 1993 constituíram o maior mercado para sementes. Depois dessa fase as vendas de semente começaram a cair devido a pouca solicitação das emergências, chegando a atingir o mínimo de pouco mais de toneladas por ano em De 1999 a 2000 houve aumento das vendas da companhia, impulsionada por uma parceria entre a SEMOC e a SeedCo, uma companhia Zimbabweana que adquiriu a maioria das acções da empresa, aliado a grande procura de semente de emergência para apoiar as populações afectadas pelas cheias de Constrangimentos do lado da Oferta Quantidade de semente produzida no país insuficiente Falta de técnicas apropriadas Mercado de sementes limitado (fraca procura de semente certificada) Constrangimentos do lado da Procura Distribuições gratuitas de semente nas emergências Fraca adaptabilidade da semente as condições locais Custo da semente muito elevado em relação ao do grão 5

20 Constrangimentos do lado da Oferta Fraca concorrência no sector comercial de sementes Barreiras regulatórias à multiplicação e importação de sementes Fraca cobertura da rede comercial de sementes Fonte: Adaptado de Howard et al Constrangimentos do lado da Procura Insuficiente divulgação das variedades certificadas Fraco desenvolvimento do mercado de produtos Alto custo de acesso A PANNAR começou a se estabelecer no mercado nacional em 2000, fixando-se na zona sul do país, tendo no ano seguinte se expandido para as zonas centro e norte como nova empresa de comercializacão de sementes, e com previsão de produzir sementes em regime de contrato no centro e norte do país. Enquanto que a SEMOC S.A.R.L. e Tecap Lda foram criadas em 1989, tendo constituído, até ao aparecimento da PANNAR, as duas maiores empresas intervenientes na distribuição e venda de sementes com rede comercial composta de retalhistas. Com o aparecimento de uma nova empresa, a concorrência no sector começou a tomar contornos positivos e a qualidade (poder germinativo) das sementes tem vindo a melhorar, apesar de aparecerem algumas reclamações isoladas. Em 2001 e 2002 a Tecap e a PANNAR não produziram sementes no país, limitaram-se a comercializar sementes importadas principalmente da África do Sul. Porém, a PANNAR já tinha um contrato com a CARE em Nampula para a produção de 200 toneladas de semente de feijão nhemba através de camponeses ou grupos de camponeses assistidos pela ONG. Depois de nos anos passados a função de comercialização ter sido desempenhada por ONG s, como forma de preencher o vazio deixado pelo sector privado, é comumente aceite que este deve voltar a desempenhar o seu papel na comercialização como forma sustentável de disponibilização de sementes certificadas. Neste âmbito o novo regulamento de sementes foi aprovado em 2001, como forma de criar outra dinâmica ao sistema de sementes dando ênfase a intervenção do sector comercial de sementes e a produção local. Este regulamento facilita a inscrição ao nível local de retalhistas ou agentes de sementes das zonas rurais e das zonas que estejam distantes das sedes provinciais. Entretanto, questões como a falta da definição de um balcão único para o registo das companhias interessadas na comercialização de sementes continuam por resolver, além da criação de uma categoria de sementes, inferior á garantida, para acomodar materiais exclusivamente de origem local, conforme a recomendação do seminário nacional de sementes de Não é coerente que estes materiais sejam reconhecidos para participar em feiras de sementes organizadas pelo sector público e seus parceiros mas não sejam reconhecidos pelo regulamento. Uma das razões que provoca a limitada procura por semente certificada é a razão preço de semente/preço do produto que é muito alta chegando a atingir 30 vezes no caso de milho em alguns distritos, desencorajando deste modo os camponeses de comprar a semente certificada (ver Tabela 1). O preço da semente em Moçambique é muito influenciada pelos custos de transporte no seu fornecimento, já que muita semente é importada, enquanto que o fraco desenvolvimento do mercado dos produtos contribui para um baixo preço do grão. Segundo, casos são vários em que a semente chega aos produtores com baixo poder germinativo, ou 6

21 ainda podem ser variedades não adaptáveis as condições locais do agricultor comparativamente as suas sementes tradicionais, apesar de existirem regulamentos bem claros sobre a matéria. A falha do estado em fazer cumprir os regulamentos previstos nestes casos resulta num desincentivo para o agricultor adoptar as novas variedades certificadas que entram no mercado. Tabela 1. Preços da Semente e Grão de Algumas Culturas na Campanha 2000/01 em Algumas Províncias Província de Sofala Distrito Cultura Preço médio da semente nas companhias (Mt/Kg) Preço da semente nos produtores locais de semente (Mt/Kg) Preço do grão (Mt/Kg) Razão: Preço da semente da companhia/ preço do grão Razão preço do produtor local/preço do grão Gorongosa Milho Mapira Nhamatand a Milho Província de Manica Manica Milho * 2.286* 7 3 *Preços originais foram dados em Mt/L e usou-se o factor de conversão para o milho que é de 1 litro está para 0,875 kg (Fonte SIMA) 7

22 6. SITUAÇÃO DO SECTOR NAS CAMPANHAS AGRÍCOLAS 2000/01 E 2001/02 Reconhece-se o papel preponderante que o sector comercial de sementes deve passar a desempenhar na disponibilização de semente de qualidade para os produtores. Do mesmo modo que se tem na consciência a distorção que a distribuição gratuita de sementes de emergência e outros constrangimentos ligados a oferta e procura provocam no sector formal de comercialização de sementes. Razão pela qual várias alternativas do lado da oferta da semente assim como do lado da procura tem sido estudadas para o futuro. A produção local de semente sob contrato com as companhias, as feiras de insumos agrícolas, os dias de campo, a distribuição de senhas durante as emergências entre outras iniciativas enquadram-se nos esforços que o sector público, o sector privado e as ONG s fizeram nas campanhas 2000/01 e 2001/02 no sentido de promover o sector comercial de sementes. Infelizmente, muitos dos dados sobre estas iniciativas estão espalhados entre diversas instituições sem existir uma base de dados comum onde se podem tirar os respectivos proveitos das experiências colhidas em cada intervenção. Em 2001, o sub-sector de sementes foi identificado como alvo de acções estratégicas, onde as acções chaves incluem a) o aumento do papel do sector privado na produção e comercialização de sementes, b) a promoção da produção local de sementes, c) aumento da qualidade e quantidade de semente pré-básica, d) a implementação dos acordos regionais de harmonização das políticas sobre sementes, e e) o estabelecimento de um sistema de monitoria de semente melhorado e avaliar os métodos alternativos para a distribuição de sementes durante as emergências. No ano 2000, com o estabelecimento no país da PANNAR, imprimiu-se alguma concorrência no sector comercial de sementes e aumentou o leque de escolhas de variedades para os produtores. Contudo, a quantidade de semente vendida através de agentes e retalhistas continuou baixa nos anos 2001 e 2002, e está estimada em apenas 20% da quantidade total vendida pelas companhias de sementes, continuando a maior parte a ser colocada no mercado via emergência. Em 2001 as vendas da SEMOC baixaram para cerca de 1200 toneladas, ao mesmo tempo que a PANNAR, que acabara de entrar no mercado, vendia 1400 toneladas de semente diversa. No computo geral as duas maiores companhias venderam cerca de 2600 toneladas de semente, pouco menos do que a SEMOC sozinha conseguiu vender no ano 2000 (Gráfico 1). Mesmo assim, a tendência crescente das vendas das empresas de semente iniciada a pouco menosde cinco anos continuou. Deste modo, em 2002 a quantidade total de semente vendida pelas duas companhias voltou a registar uma grande subida para cerca de 3500 toneladas vendidas, o que corresponde a 35% (Tabela 2). Esta subida de quantidade de semente vendida teve uma grande contribuição da PANNAR que conseguiu aumentar as suas vendas em 71% no mesmo período, e conseguindo uma cifra de 68% na quantidade total de semente vendida pelas duas companhias. Deste modo, em 2002 a quantidade total de semente vendida pelas companhias voltou a registar uma grande subida para cerca de 3500 toneladas, cerca de 35% de aumento (ver Tabela 2). 8

23 Gráfico 1. Evolução das Vendas de Semente em Moçambique Toneladas Quant PANNAR Quant SEMOC Anos Fonte: Base de dados da SEMOC e PANNAR Esta subida de quantidade de semente vendida teve uma grande contribuição da PANNAR, que conseguiu aumentar as suas vendas em cerca de 71% no mesmo período, e conseguiu uma cifra equivalente a 68% na quantidade total de semente vendida pelas duas companhias (ver Tabela 3). Não obstante estar-se a registar um aumento nas quantidades de semente vendida entre os anos 2001 e 2002, quando se comparam estas quantidades em relação a área cultivada observa-se que a semente certificada vendida pelas companhias ocupa apenas 6% da área. Isto significa que ainda a maior parte da semente usada pelos camponeses Moçambicanos continua a resultar das reservas seleccionadas que guardam para o efeito, ou das várias trocas dentro das comunidades. Sabe-se que a comercialização de semente certificada é largamente garantida pelo sector formal, que vende semente de produção nacional em menor escala, sendo as maiores reservas importadas de países vizinhos e até da Europa no caso de hortícolas. Este sector é basicamente limitado a presença de três empresas de comercialização, dentre as quais a SEMOC-Seed.co e a PANNAR Seed Lda comercializam maiores volumes de cereais e hortícolas, enquanto que a Tecap 1 é vocacionada principalmente a venda de sementes de hortícolas. 1 Não foi possível obter dados da Tecap para efeitos deste estudo 9

24 Tabela 2. Quantidade Total (Tons) de Semente Certificada Vendida pelas Duas Maiores Companhias de Sementes que Operam em Moçambique (SEMOC e PANNAR), em 2001 e 2002 Ano Cultura Quantidade de semente vendida (Ton) Área coberta pela semente vendida (Ha) Área total ocupada pela cultura no país (Ha) Percentagem da área coberta pela semente vendida 2001 Milho Mapira Feijão nhemba Amendoim Feijão vulgar Mexoeira Arroz Total Milho Mapira Feijão nhemba Amendoim Feijão vulgar Mexoeira Arroz Total

25 Tabela 3. Quantidade (Kgs) de Semente Comercializada por cada Companhia de Semente (PANNAR e SEMOC) em Todo o País nos Anos 2001 e Cultura PANNAR SEMOC PANNAR SEMOC Milho Mapira Feijão nhemba Amendoim Feijão vulgar Mexoeira Arroz Girassol Feijão verde Batata Hortícolas 837* Semente diversa *Quantidade resultante de unidades de Foils e unidades de Farmer chice, assumindo um peso médio de 9 gramas por unidade, atendendo que o peso varia de 5 a 14 consoante o tipo da cultura. O mercado total de sementes é estimado em cerca de 11 milhões de dólares americanos em 2001, sendo 6 milhões para o mercado formal e os restantes 5 milhões para o informal. Mas este valor global não reflecte necessariamente o potencial de absorção do mercado de sementes visto que a existência ou não de emergência tem uma grande influência na quantidade de semente vendida. Segundo os gráficos 2, 3 e 4, que mostram as estimativas das empresas de sementes, dos 6 milhões de dólares que são transacionados anualmente no mercado formal de semente, 5 milhões estão ligados as emergências e apenas um milhão entra nos cofres das empresas através da rede de retalhistas ou lojistas. Entretanto, sabe-se dos resultados do TIA 2002 que as despesas na compra de semente dos pequenos e médios produtores em 2001 eram de 6 milhões de dólares, ao mesmo tempo que as empresas estimavam o valor da semente formal vendida em cerca de 1 milhão, daí poder se deduzir que 5 milhões foram gastos na compra de semente informal. 11

26 Gráfico 2. Mercado Total das empresas de Semente 20% Venda formal através de retalhistas Venda através de programas de emergência 80% 43% Gráfico 3. Divisão do Mercado Global de Sementes em % Venda formal através de retalhistas Venda através de programas de emergência Mercado Informal 46% 12

27 Gráfico 4. Despesas em Semente Informal por Cultura Feijão jugo 0% Mexoeira 1% Arroz 12% Feijão boer 0% Feijão Vulgar 9% Milho 38% Amendoim 30% Mapira 4% Feijão Nhemba 6% 6.1. Os Desafios da Produção Local de Semente através de Produtores Sub-contratados O esquema de produção de semente usando produtores sub-contratados consiste num acordo prévio entre o produtor (ou grupo de produtores) e a companhia de sementes, em que o produtor pode usar a sua própria machamba ou cedida pela companhia para produzir semente que depois deve vender a esta em primeiro lugar. Neste tipo de acordo, frequentemente não escritos, a companhia em coordenação com as estruturas da agricultura (DDADR, DPADR e SNS) deve dar formação ao produtor na produção de sementes e garantir o acompanhamento e as inspensões de campo e das culturas. Até meados de 2002 a SEMOC era a única empresa que produzia uma pequena parte do seu stock de semente no país através de produtores sob-contratados. Na zona sul a empresa produziu quantidades significativas de sementes de arroz e milho no Chókwè e pequenas quantidades de cebola, couve, beringela, tomate e piripiri em Umbelúzi, e existem perspectivas de produção de semente de batata reno e feijão vulgar, pelo menos em Chókwè, dependendo dos acordos com a APROSEL (Associação de Produtores de Sementes de Limpopo) e da possibilidade de esta associação poder beneficiar de crédito. Em Chókwè, na campanha 2000/01, 700 toneladas de semente de arroz foram compradas pela SEMOC aos produtores sob-contratados, das quais conseguiu vender 600 toneladas e as restantes 100 toneladas ficaram sem mercado. Para a referida produção, esta empresa, trabalhou com 15 produtores contratados que fizeram 208 ha em Lionde, no distrito de Chókwè. Na campanha 13

28 2001/02 a mesma empresa trabalhou com 8 produtores numa área total de 180 ha na cultura de arroz nas variedades ITA 312, C4-63 e Limpopo. Os produtores recebem da SEMOC a terra, a semente básica ou certificada I, a crédito, para produzirem a semente certificada I ou II, respectivamente, sendo responsabilidade dos produtores devolverem à empresa o dobro da semente recebida inicialmente como pagamento, além de pagar os custos da lavoura e de água num valor de MT/Ha. A empresa ao disponibilizar estas condições tem em contrapartida o direito de compra da semente. A venda da semente a outro interveniente, que não seja o fornecedor da semente e da terra, só é feita no caso deste não desejar comprar. Na percepção dos produtores este sistema tem sido seguido principalmente porque não têm material básico próprio e em alguns casos não têm terra nos locais apropriados para a produção da semente. Os produtores continuam a pedir por preços cada vez melhores pelo facto de a produção de semente acarretar muitos custos com os insumos, preparação da terra e os trabalhos de inspecção. Na campanha 2000/01 a SEMOC comprou semente de arroz a um preço de 3.800,00Mt/Kg aos produtores sob-contratados e estes estavam na expectactiva de que na campanha 2001/02 o preço subisse para 4.000,00Mt/Kg. Contrariamente às espectativas dos produtores o preço baixou para 3.000, 00 MT/Kg e a maior parte da semente teve que ser vendida como grão porque a SEMOC não conseguiu comprá-la como semente. No que diz respeito a zona centro as culturas de milho e mapira são as predominantes nas Províncias de Manica e Sofala. Na província de Manica, através de contrato com produtores, a SEMOC produziu semente em 800 ha na campanha 2001/02 para as culturas de milho e mapira, o que significa um aumento de mais de 200% em relação a campanha anterior em que foram usados 300 ha. Neste âmbito, 2 produtores em Gondola e 6 no distrito de Manica foram formados na matéria de sementes, estes por sua vez formaram outros camponeses nas suas aldeias. Enquanto na província de Sofala, concretamente nos distritos de Marromeu, Caia, Nhamatanda e Gorongosa, na campanha 2001/02 existiam 4 ha de multiplicação de sementes de milho (variedade Sussuma). Neste programa, além da DPADR, também estava envolvida a FHI e a SEMOC que é a companhia que se comprometeu para comprar a semente, apesar de em alguns distritos como Gorongosa não ter assinado um contrato formal. No caso de a SEMOC não absorver esta produção a FHI estava a estudar uma forma de colocar a semente no mercado. A falta de semente básica no país é uma limitante. Na campanha 2001/02 a SEMOC não produziu semente de girassol porque importou semente básica de Nairobi e Malawi que não tinha documentação completa e tinha problemas de germinação, por causa disso a sementeira não foi feita. Entretanto, estão sendo produzidos alguns híbridos na província de Manica. O Instituto Nacional de Investigação Agronómica (INIA) desenvolveu e libertou uma nova variedade de milho (Sussuma) que está sendo largamente multiplicada e distribuída pela SEMOC. O cultivo desta variedade é muito encorajado pelo sector público e ONG s dado o facto de a mesma conter alto teor de proteína. Em Nampula, 79 campos foram montados pelos serviços provinciais de extensão para demonstração desta variedade. Apesar de ser ainda muito cedo para fazer qualquer avaliação definitiva, o grau de adopção tem sido muito maior em relação a outras variedades a quando da sua introdução. Para além de milho foram também montados 25 campos de demostração de amendoim e 26 de feijão nhemba (IT18) na mesma província. 14

29 Em geral, o que se constata na produção sub-contratada de semente, é que esta não está a contribuir para uma maior procura de semente certificada pelos camponeses através de prática de preços mais atractivos. A semente que é produzida localmente através de produtores sub-contratados quando entra no esquema comercial através das companhias tem o mesmo preço daquela que é importada dos países vizinhos, onde é produzida a outros custos e ainda sujeita a transporte Empresas Adoptam Novos Métodos de Comercialização de Sementes Na campanha 2001/02, tanto a SEMOC assim como a PANNAR começaram a trabalhar directa e exclusivamente com agentes 2 na venda da semente, em vez dos retalhistas que vinham usando nas campanhas anteriores. As duas maiores companhias de semente deixaram de manter uma relação directa com a maioria dos seus retalhistas do passado, passando a usar agentes, que são em número inferior comparativamente ao número de retalhistas usados no passado. Actualmente muitos retalhistas deixaram de prestar contas às companhias limitandose a uma ligação directa apenas com os agentes. Assim, a SEMOC reduziu os 279 retalhistas que possuía nas províncias do centro do país no ano 2000 para muito menos de metade de agentes de distribuição, enquanto os 57 retalhistas que possuía na zona norte em 99/2000 reduziu para 21 em 2001/02. A PANNAR, por sua vez só mantinha um número de 20 agentes na mesma zona. A escolha dos retalhistas e a selecção dos locais de venda depende dos agentes. Por exemplo, em Chókwè um dos agentes da SEMOC tem 5 retalhistas espalhados na província de Gaza, este recebe semente da SEMOC à crédito e distribui aos seus retalhistas. No caso de o retalhista não conseguir vender toda a semente devolve ao agente, este por sua vez devolve à SEMOC e segundo o contrato deve pagar o equivalente a 50% do valor da semente devolvida. Na Tabela 2 pode se ver a evolução do preço a vários níveis desde a empresa até ao público através de um exemplo encontrado na cidade de Chókwè. Segundo as empresas de sementes, o uso de agentes conferiu maior agressividade no mercado de sementes, o que contribuiu no aumento das vendas em A fixação de um agente pelas companhias depende do potencial de produção, comercialização da semente e do produto na zona. É notória a concentração das lojas de agentes de sementes ao longo do corredor da Beira e outras zonas com potencial agrícola e infra-estruturas para transporte em boas condições, como é o caso de Chókwè. Alguns agentes vendem e publicitam semente de mais de uma companhia de sementes. Todavia, existem aqueles que optam por estar ligados a uma só companhia, apesar de estas não o exigirem, como forma de evitar possíveis problemas posteriores em casos de falha de germinação, por exemplo, facilitando deste modo apurar as responsabilidades. A percepção dos agentes é de que as vendas são satisfatórias. Em Nhamatanda, dois agentes chegaram a vender, no tempo da sementeira, Kg de semente de milho cada numa semana, o que corresponde a uma receita bruta individual de , ,00 Mt por semana. Deste valor, considerando que o agente recebe 1.000,00Mt por Kg vendido, ,00 Mt revertem para a companhia ficando o agente com uma margem de Mt por semana. Entretanto, as distribuições de emergência, que contribuem cerca 2 Agentes são pequenos lojistas independentes que têm contrato com a empresa de sementes de modo a serem fornecidos semente para a venda e distribuição a seus retalhistas. Estes não fazem parte da empresa de sementes e o seu salário depende do seu negócio. 15

30 de 80% das vendas totais das companhias, continuam a constituir um grande problema que os agentes enfrentam na venda da semente, além da alta razão preço da semente/preço do grão. Tabela 4. Preços de Semente de Arroz e Feijão Vulgar Praticados a Diferentes Níveis na Cidade de Chókwè na Campanha 2001/02 Cultura Preço da Empresa ao Agente (Mt/Kg) Preço do Agente ao Retalhista (Mt/Kg) Preço do Retalhista ao público (Mt/Kg)* Arroz Feijão vulgar Fonte: Comunicação pessoal do Sr. Chambale, Agente da SEMOC na Cidade de Chókwè *Mesmo preço praticado pela empresa ao público 6.3. Como é Feita a Divulgação Para o Uso de Sementes Certificadas Vários métodos têm sido usados pelo sector público ao nível das províncias e distritos, empresas de sementes, e ONG s para a divulgação do uso de sementes certificadas. Nesta tarefa, o sector público usa mais os programas radiofónicos, encontros com camponeses, campos de demonstração e feiras de sementes. Em Gorongosa, por exemplo, como resultado dos campos de demonstração os camponeses seleccionaram as variedades Sussuma e muhangue 3 para milho e mapira, respectivamente, como aquelas que melhores resultados apresentaram quanto a sua adaptação e rendimentos agronómicos relativamente elevados. Por outro lado as empresas também usam métodos de divulgação como dias de campo, panfletos, chapéus, camisetes, esferográficas, além dos métodos já referidos usados pelo sector público. Os dias de campo 4 juntamente com os programas radiofónicos são os que mais impacto têm tido no seio dos produtores. 3 Muhangue trata-se de uma variedade de mapira de ciclo longo trazida da Zâmbia pelo programa SSSP e que se assemelha muito com uma variedade local que já está em degeneração 4 Dias de campo são dias escolhidos pelas empresas de semente, autoridades locais e os camponeses para reunirem-se e visitarem machambas e ver resultados de alguns produtores que trabalham com as empresas usando sementes certificadas. 16

31 7. PERSPECTIVAS DE DESENVOLVIMENTO DO SECTOR COMERCIAL DE SEMENTES A harmonização de regulamentos do sector de sementes na África Austral, no âmbito do iniciativa SSASI (Sub-Saharan Africa Seed Initiative) apoiado pelo Banco Mundial, constitui uma oportunidade de assegurar o acesso atempado a quantidades de sementes suficiente e de variedades adaptadas a um preço razoável para os camponeses da região austral de África, incluindo Moçambique. Ao nível do País esta iniciativa vai contribuir na promoção do surgimento de mais companhias de sementes através da simplificação de procedimentos de registo. Ao mesmo tempo a produção local de semente sob-contratada vai ser estimulada por uma maior disponibilidade a muitas variedades de semente como resultado da diminuição dos testes de registo para zonas agro-ecológicas similares na região. Em 2003 foi registada mais uma empresa de venda de sementes sediada na Província de Manica, de nome Advanced Seed Company (ligada a V&M Grain). Esta empresa vende e entrega semente a crédito, privilegiando as associações de produtores. Estes, por sua vez, têm a obrigação de vender o produto a companhia. As modalidades emergentes de venda de sementes através de agentes, adoptadas pelas duas grandes companhias de sementes que operam no país, prometem imprimir maior dinâmica ao sector comercial de sementes e uma repartição de custos e riscos ao longo da cadeia de fornecimento. Contudo algum tempo e esforços serão necessários para que todos os intervenientes da cadeia entrem numa coordenação mais articulada e efectiva. Estes esforços só podem surtir efeitos se paralelamente houver um grande trabalho que possa estimular os produtores a aumentarem a procura da semente certificada. Estudos que estão sendo feitos no sentido de estimar melhor as necessidades de sementes de emergência vão diminuir os efeitos negativos das distribuições de semente gratuitas durante as emergências. No mesmo âmbito, na campanha 2001/02 iniciaram algumas experiências pilotos de feiras de sementes em algumas províncias do país como forma de interiorizar no seio dos produtores o hábito de compra de semente. Estas feiras, que estão sendo difundidas ao longo do país permitem tanto aos camponeses assim como as companhias de semente exporem e venderem (no caso dos camponeses também podem trocar) as suas sementes para um número cada vez maior de camponeses. A exposição, em feiras, da semente certificada e da informal vai alargar o leque de escolhas do camponês independentemente do seu poder de compra. Um dos grandes problemas que afecta o sector comercial de sementes é a alta razão preço da semente/preço do grão, muitas vezes provocada pelos altos custos na importação da semente. Paradoxalmente, este facto está a criar uma maior aderência dos camponeses, em quase todo o país, para se envolverem na produção de sementes, sendo as instituições de crédito cada vez mais solicitadas por associações de produtores de sementes. A massificação da produção local de sementes irá contribuir para o abaixamento do preço e consequentemente para uma maior acessibilidade por parte dos camponeses. Não obstante o surgimento de muitas iniciativas para fortificar o sector comercial de sementes, ainda existe uma fraca ligação entre elas. Não existe uma integração entre a 17

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