Apresentação: Pôster FERREIRA, FERNANDO ALVES 1 ; CARVALHO, JOSÉ HERMINIO 2 ; FREITAS, ALAN JOHN DUARTE DE 3 ; FREITAS, JOHNNATAN DUARTE DE 4
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1 1 A LINGUAGEM POÉTICA COMO ALTERNATIVA PARA A APRENDIZAGEM DE CONCEITOS RELACIONADOS À QUÍMICA E SUAS MÚLTIPLAS RELAÇÕES COM A SOCIEDADE E COM O UNIVERSO Apresentação: Pôster FERREIRA, FERNANDO ALVES 1 ; CARVALHO, JOSÉ HERMINIO 2 ; FREITAS, ALAN JOHN DUARTE DE 3 ; FREITAS, JOHNNATAN DUARTE DE 4 Introdução A importância das palavras para a humanidade é inquestionável, pois é a partir delas que se podem substituir objetos, pessoas, lugares e tantas outras coisas. Segundo Monroe e Ratier A generalização e a abstração só se dão pela linguagem e com base nelas melhor compreendemos e organizamos o mundo à nossa volta. (2011, p. 104). No entanto, percebe-se que muitos professores de Química não dão tanta importância para os significados das palavras em suas aulas. Não são poucos os que não contextualizam as nomenclaturas e definições e que por falta disso os estudantes assimilam um sentido restrito e limitado do conhecimento. Machado (2013) ressalta que a educação em Química valoriza a construção de conceitos pelo aluno onde estes devem estendê-los para o quotidiano. Fundamentação Teórica Conforme se percebe, a tendência das aulas de Química nos dias atuais está se dissociando da simples e pura memorização de símbolos e equações. Sendo assim, questionar e gerar questionamentos nos estudantes pode ser tão importante quanto deduzir fórmulas e definir conceitos dissociados da realidade deles. A atividade proposta se baseia na liberdade em que o texto poético propicia ao autor tanto com questões estruturais como de expressão. Utilizando Vygotsky: a linguagem adquire significado pela sua tendência intencional, isto é, pela tendência à significação (1987, p. 29), ou seja, mesmo que os alunos estejam cientes do uso de determinada palavra num contexto da Licenciatura em Química, IFAL, fernandoalves_th@hormail.com Licenciatura em Química, IFAL, herminiojose@oi.com.br Doutor em Química, IFAL, alan.freitas@ifal.edu.br Doutor em Química, IFAL, johnnatandf@gmail.com
2 2 Química, isto não os impede de, por meio da criatividade, atribuir um significado novo para ela dentro do seu texto. Esta pesquisa considera não só o uso restrito e limitado das palavras, mas o quanto os estudantes são capazes de expandir os significados e mostrar o quanto a Química está intimamente ligada com o que eles já sabem do universo. Metodologia A pesquisa se deu a partir da proposta da elaboração de poemas aos alunos do ensino médio da escola Moreira e Silva no dia 11 de maio de O texto deveria conter palavras e conceitos provindos das aulas, associadas à criatividade nas diversas possibilidades de contextualização que se pode atrelar a elas. O poema deveria ser elaborado em casa e no dia 25 de maio ser apresentado e entregue. Nesse intervalo os estudantes tiveram um acompanhamento no dia 18 de maio para o caso de dificuldades que surgiram na elaboração da atividade. Esta pesquisa é de cunho qualitativo onde se preocupou em investigar o quanto os estudantes envolvidos podiam entender os conceitos de Química através de seus textos. Resultados e Discussões Foram elaborados 34 poemas nos quais estavam de acordo com a proposta inicial: falar dos assuntos de Química estudados contextualizando-os com diferentes temas do interesse do aluno. Desta forma, 21 alunos escreveram sobre a Química e o amor. Outros 10 escreveram sobre questões sociais e os 3 restantes escreveram sobre assuntos aleatórios. Escolheram-se três poemas para ilustrar a diversidade poética que o trabalho proporcionou: Texto1: Poema 1 - Na onda do sódio. Fonte: Própria NA ONDA DO SÓDIO (Gabriel Freitas Correia 2º H) Eu sou o sódio, não tenho ódio Quando estou com a água, não guardo mágoas. Meu período é o terceiro, de quem eu sou parceiro.
3 3 Explodo de emoção, nesta reação. Me envolvo em muitas reações, com diferentes emoções. Base, cátion, sal... eu sou muito radical. Quando penso em sódio fico com ódio. Quando penso em solução, bate forte meu coração. No poema acima o autor se incorpora no elemento químico sódio. Ele fala um pouco das suas propriedades inserindo emoções humanas e com uma poética estrutural simples e ingênua ele cria uma divertida história. A rima dá o ritmo entre os versos e isso revela o quanto o aluno foi criativo ao explorar os sons das palavras. Texto 2: poema 2. Fonte: Própria (Sem título) (Maria da Silva Vanderley 2º H) Que nosso amor seja gasoso, E se espalhe pelo ar. Que se torne sólido, Quando vier as dificuldades. E que vire líquido, Para fluir livre como um rio. E que aja entre nós tanta química, que possamos fazer uma nova Tabela Periódica. No poema acima a autora insere conceitos de transformações físicas para compará-los com
4 4 as transformações causadas pelo amor. Ela optou por utilizar versos sem rima, mas há poesia também no seu texto. Texto 3: Poema 3. Fonte: Própria (Sem título) (Allan Tiburcio dos Santos 2º H) A solução é como água benta, arde por dentro, mas nós aguenta. O soluto arde na alma, mas quando passa, tudo se acalma. As reações que causam no frio, é a mesma que causam no calor. Quanto te vi pela primeira vêz, meu coração acelerou. O poema 3 é caracterizado por utilizar metáfora no próprio conceito, no caso, de soluções. Pode até parecer sem lógica, entretanto, sabendo-se que o texto poético permite essa liberdade de pensamento e expressão, pode-se entender que solução na primeira estrofe se caracteriza por ser uma solução de um problema árduo e duro sendo comparado com água benta que cura os males de dentro da alma. As palavras assumem no imaginário do ser humano diferentes formas, pois elas despertam desejos, histórias, sensações que provêm das experiências individuais e coletivas de cada indivíduo personificadas individualmente na mente de cada um. (VYGOTSKY, 1987)) Ou seja, uma mesma palavra ou frase, desperta diferentes sensações em diferentes indivíduos. Assim, por exemplo, ao falar de afinidade eletrônica que é uma propriedade periódica dos elementos, muitos estudantes podem pensar em afinidade entre duas pessoas por associarem esta palavra a um contexto amoroso. Nisso a aprendizagem ganha, pois segundo a teoria de Vigotysky, ao aprender
5 5 uma palavra nova a criança apenas inicia o processo de entendimento dela e será utilizando-a em diferentes contextos que o conhecimento concretizar-se-á. Conclusões Utilizar palavras, conceitos e definições num contexto específico da sala de aula leva a questionar sobre a utilidade do ensino. Sabendo deste problema, procurou-se no presente trabalho avaliar o quanto os estudantes do 2 ano H da Escola Estadual Moreira e Silva sabiam utilizar conceitos e palavras oriundos dos conteúdos de Química que eles viam estudando. Nisso a pesquisa contribui para trazer à tona a questão da limitação da linguagem e pela significação que as palavras naturalmente assumem no quotidiano, mas que na sala de aula são resumidas a um sentido restrito. Referências MACHADO, J. R. C. Considerações sobre o ensino de Química. Disponível em: Acesso em: MONROE, C.; RATIER, R. A Força da Linguagem. Revista Nova escola, edição 244, p Agosto de VYGOTSKY, L. S. Pensamento e Linguagem. Dinponível em: Acesso em:
1.1 Os temas e as questões de pesquisa. Introdução
1 Introdução Um estudo de doutorado é, a meu ver, um caso de amor, e em minha vida sempre houve duas grandes paixões imagens e palavras. Escolhi iniciar minha tese com o poema apresentado na epígrafe porque
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