Puf, o artista das tintas

Transcrição

1 Puf, o artista das tintas Os retrógrados ainda chamam os graffites de vandalismo, Argemiro Omar Silva Neto, 37 anos, mas conhecido como Puf, explica: Os Vândalos eram povos que invadiram o Império Romano e deixaram uma trilha de destruição. Acho que você deixar uma marca em um lugar não é destruir. Graffiteiro e tatuador, Puf, que já deixou sua marca em muitos cantos e hoje leva sua arte para escolas e centros culturais, é um artista multifacetado. É ele que dá a letra no Café com aspas desta semana.

2 Quando se deu conta de que queria ser graffiteiro? Para ser bem sincero não sei ao certo, mas desde que eu era um garoto já me interessava por desenhos e trabalho manuais, nunca tive muitas aptidões físicas e gostava muito de saber coisas, um dia, lá pelo início dos anos 90 assisti um filme chamado Beat Street e me apaixonei pelo Hip Hop, desde então estou envolvido com o graffiti O que é um dia produtivo pra você? Um dia com muita tinta! O que é um bom graffiteiro? É difícil delinear um padrão para algo tão diverso, mas para mim, um bom graffiteiro é aquele que está sempre na rua e apresenta coerência entre seu discurso e suas ações. Qual sua noção de felicidade? E de infelicidade? Felicidade é poder viver de acordo com suas próprias escolhas, a liberdade de ser quem se é, e ser reconhecido pelo que se faz. E infelicidade é ser o que os outros dizem, fazer o que os outros mandam e pautar sua vida em metas e objetivos que não são os seus, fazer o que não gosta para agradar quem não

3 se importa com você. O que é indispensável no seu cotidiano? Meu espaço e tempo individuais Indique algo pra ler, ver e ouvir. Para ler, Don Quixote de La Mancha, de Miguel de Cervantes; para ver, Donnie Darko (filme de 2001); para ouvir, Jorge Ben Jor, A tábua de Esmeralda (1974) O que é a vida? É tudo aquilo o que você faz de valoroso e relevante no intervalo entre o nascimento e a morte. Quem (vivo e morto) você gostaria de convidar para um café? Vivo, Zygmunt Bauman e morto, meu papai

4 Broken Jazz Society: uma pancada do rock uberabense

5 Os especialistas na arte do agouro declaram vez ou outra que o rock está morto. Para alguns uberabenses, ele nunca existiu por aqui. Ledo engano. Desde que o rock n roll estourou pelo mundo, no final dos anos 50, com o rei Elvis Presley, Uberaba sempre teve grandes representantes do gênero. No final de 2013, os músicos Mateus Garfield Graffunder (voz e guitarra), Felipe Arara Araújo (bateria) e João Fernandes (baixo), fundaram a Broken Jazz Society, banda de stoner rock que vem colecionando elogios não só por suas apresentações cheias de energia, mas como por seu trabalho autoral de muita qualidade. Em janeiro de 2014 a Broken Jazz Society lançou seu primeiro disco, intitulado Tales From Purple Land, gravado em um ipad utilizando uma Apogee Jam e apenas três microfones. No ano seguinte, gravaram o EP (disco compacto) Gas Station, consolidando a banda no cenário nacional, apesar das composições serem todas em inglês. A opção do inglês foi por conta da abrangência do idioma e também pela estética sonora. O idioma casa melhor com as melodias compostas pela banda, explica o fortman da banda, Mateus Garfield Graffunder.

6 Sobre o apoio na cidade, a banda diz ser satisfatório. Sempre tivemos apoio aqui, apesar do estilo musical mais popular na cidade ser o sertanejo, por uma questão cultural, o que pode ser visto como uma dificuldade. Mas há um movimento crescente em prol à música autoral na cidade e o cenário está cada vez mais forte com bandas, produtores, e casas investindo cada dia mais nas produções autor, elucida Graffunder. Esse mês a banda saíra em turnê, com shows, além de Uberaba, em Araguari (MG), Frutal (MG), Gama (DF) e Goiânia (GO). Nossos próximos projetos incluem uma turnê no mês de dezembro finalizando as divulgações do EP Gas Station, e na sequência partimos para a gravação do próximo disco, finaliza.

7 Juventude supera Costa Teles e é campeão do Amador Módulo C Garantidos no Amadorão Módulo B no próximo ano, Juventude e Costa Teles entraram em campo para disputar o título do Módulo C. Ao Juventude, time de melhor campanha durante o certame, bastava o empate. Para o Costa Teles, que conquistou o inédito acesso, só a vitória interessava, assim, o time do bairro que leva o mesmo nome,

8 partiu para cima desde o início do jogo, com um ataque movimentado, porém, faltando a última bola. O Juventude segurava as investidas e pouco criava no ataque. O jogo foi truncado e as duas equipes partindo para o ataque de forma tímida, ainda que o Costa Teles criava as melhores chances. Aos 40 minutos do primeiro tempo, Zé Victor foi derrubado na área pelo zagueiro Gouveia, pênalti que ele mesmo bateu para a defesa do jovem goleiro Denis, de apenas 17 anos. O primeiro tempo terminou mesmo sem gols. No início da segunda etapa, logo aos 6 minutos de jogo, cruzamento de Dão para a testada do artilheiro Jadilson, 1 a 0 para o Costa Teles. O treinador Geovani logo promoveu alterações, colocando os jogens Mateus e João Pedro, que deram nova cara ao jogo, foi o próprio Mateus que, depois da rebatida do ótimo goleiro Nilton, bateu firme no canto, empatando a partida. Após o gol sofrido, o Costa Teles não se abateu e foi pra cima, criando chances, mas perdendo muitos gols, o que deixou a equipe nervosa e aberta. E foi em um desses espaços que o atacante Jhoninho achou Baguinho dentro da área, que dominou no peito, colocou a bola no chão e com categoria bateu pra virar o jogo e garantir do título para o Juventude, time que sobrou do ínicio ao fim do campeonato. As duas equipes fizeram um jogo limpo e deram um show de bola dentro e fora do campo, melhores em todo o campeonato, disputarão o Módulo B em JUVENTUDE: Denis, Michel (Lucas), Gouvea, Raul, Nego Duro, Cristian, GTA (João Pedro) (Nana), Juninho, Rafael (Mateus), Baguinho e Jhoninho. Técnico: Geovani COSTA TELES: Nilton, Baby (Tita), Maranhão, Neto, Alex

9 (Junior), Daniel, Popo, Branco (Riquinho), Dão, Zé Victor (Lincon) e Jadilson. Técnico: Serginho 1 of 8

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13 Aos 86 anos, morre o poeta maranhense Ferreira Gullar Ferreira Gullart Foto: Escola Educação O poeta, crítico de arte e dramaturgo, José de Ribamar Ferreira, conhecido por Ferreira Gullar, morreu hoje (4), aos 86 anos, no hospital Copa D Or, no Rio de Janeiro. Ao longo da carreira, acumulou vários prêmios, como Jabuti e Camões. Maranhense de São Luís, Gullar mudou-se para o Rio de Janeiro na década de 50, onde criou conceitos como o concretismo e o neoconcretismo. Na década de 70, Goulart se exilou do país por conta da ditadura militar e, por ser um militante do Partido Comunista,

14 viveu na União Soviética, Argentina e Chile. Acabou preso quando voltou ao Brasil, mas foi solto e voltou a se dedicar à carreira de escritor. Em 2014, foi eleito para a Academia Brasileira de Letras, e recebeu vários prêmios por seu trabalho no campo da literatura. Livro de uberabense traçou trajetória de Ferreira Gullar Lançando recentemente pelo historiador e poeta uberabense Marcus Vinícius Furtado da Silva Oliveira, o livro Em um rabo de foguete: Trauma e Cultura Política em Ferreira Gullar, traça a trajetória de Ferreira Gullar desde seu engajamento intelectual junto ao Partido Comunista Brasileiro (PCB), na década de 1960, até os dias mais atuais. Gullar é considerado um dos principais poetas brasileiros do século XX. Sua poesia, herdeira do modernismo, procurou falar sobre temas cotidianos e a banalidade da vida comum, além de ter também tocado em temas políticos, enfatiza Marcos Oliveira. O historiador também acrescenta que Ferreira Gullar era um crítico ao governo petista e os desmembramentos da esquerda brasileira. Nos anos 1960, Gullar se filiou ao PCB, Partido Comunista Brasileiro. Todavia, a partir dos anos 1970 Gullar se desencanta com o comunismo, sendo um homem ligado a uma esquerda moderada e democrática, crítica também do projeto petista de governo, finaliza Oliveira.

15 Café entre Aspas: Renata Reis, poeta das lentes Foi na Universidade Estadual de Londrina, cursando Arquitetura, que Renata Reis se apaixonou pela fotografia. De lá pra cá, não parou mais de poetizar através das lentes. Recentemente, reuniu algumas de suas fotos na exposição ONGUSU Retratos de EmpoderAção, onde fotografou mulheres negras comuns, empoderadas de si mesmas. Traços de quem têm na fotografia não só um hobby ou trabalho, mas uma forma de resistir.

16 Quando se deu conta de que queria fotografar? No primeiro ano da faculdade de arquitetura descobri a fotografia, durante os 5 anos de curso o interesse foi crescendo, e comecei um curso ainda na faculdade. Terminado o curso e as especializações de arquitetura o amor por fotografia foi mais forte e fui estudare me aprofundar mais. Desde então, sou profissional desde O que é um dia produtivo pra você? Um dia produtivo é um dia em que em consigo cumprir todas as minhas metas, seja de trabalho ou até mesmo para ócio ou diversão. Qual sua noção de felicidade? E de infelicidade? Infelicidade acho que é arrependimento e não ter sonhos de vida. Atualmente minha noção de felicidade é trabalhar com o que eu amo, e ainda fazer as pessoas felizes.

17 O que é indispensável no seu cotidiano? Acho que não tenho nada indispensável, se eu bebesse café acho seria, mas eu não bebo. Me adapto bem as situações. Indique algo pra ler, ver e ouvir. Para ler indico PJ Pereiria autor da série Deuses dos dois mundos e Alessandro Dornelos. Para ver, um dos filmes que mais gosto é A Cor Purpura, para ouvir Sara Tavares, uma cantora de Cabo Verde. O que é a vida? Vida é superação e aprendizado. Quem (vivo ou morto) você gostaria de convidar para um café? Minha mãe, ela faleceu quando eu ainda era bem pequena.

18 Final de semana movimenta cultura independente na cidade O casal de artistas, Maycol Mundoca e Jéssica Carvalho realizarão nesse sábado, 03, o evento Eu, Tu, Nós comvida, uma celebração da cultura independente local. O evento contará com diversos artistas locais, entre músicos e poetas. Toda a renda arrecadada através do couvert, que será R$5, será destinada à gravação e produção da música e clipe Não Acabou com letra de Maycol Mundoca, melodia de Jéssica Carvalho e produção de Tito Rios. O Eu, Tu, Nós comvida acontece no bar Espeteria, que está localizado na Praça do Grupo Brasil, 111, entre 18h e 21h. No dia seguinte, o bar de música e cultura independente Laboratório 96 realizará a primeira edição do LAB na Praça, evento que visa promover o show de cinco artistas independentes da cidade e levar o projeto FeirinhaLAB, que acontece mensalmente no bar, para a praça. Além dos shows, terão várias barraquinhas vendendo roupas, alimentação, bolsas, bebidas e muito mais. O evento é uma realização do Laboratório 96 com apoio da Fundação Cultural de Uberaba e de vários parceiros que vão tornar esse projeto mais lindo. O projeto não tem fins lucrativos, toda renda arrecadada do bar oficial será revertida para realização da próxima edição. O LAB na Praça acontecerá na Praça Jorge Frange, a partir das 14h, até às 21h.O evento, tal como o bar Laboratório 96 é idealizado e coordenado pelas artistas Letícia Rezende e Bruna Buzollo.

19 Biblioteca do Centro Cultural da UFTM está fechada A Biblioteca do Centro Cultural da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM) está fechada por tempo indeterminado e espera uma possível realocação. Os mais de seis mil livros do acervo da biblioteca, agora fechada, dividem espaço com cadeiras quebradas e outros objetos entulhados. É notório que o acervo está ultrapassado. A maioria dos livros são coleções e enciclopédias específicas, tais como livretos de marketing obsoletos.

20 Segundo funcionários do local, os leitores diminuíram consideravelmente nos últimos anos, principalmente devido ao acervo arcaico. O acervo não se renova. Os livros mais recentes que temos são espíritas ou autoajuda, doados por leitores, salientou um funcionário que não quis se identificar. A Biblioteca do Centro Cultural existe desde 1995 e era tocada com quatro funcionários, há anos funciona com apenas dois, hoje nenhum, visto as portas fechadas. Todo o acervo é composto por doações, a outrora faculdade, hoje universidade nunca adquiriu nenhum exemplar. Enquanto aguarda uma possível transferência de local, o acervo segue fechado, o que deteriora mais ainda os já desgastados livros. O desinteresse pela leitura é culpa do poder público, logo, da faculdade que, ao contrário de abrir mais pontos de leitura, fecha os que já tem, finaliza o funcionário da universidade.

21 Zé Luiz, o mago da horta A placa pendurada

22 na porta de entrada da horta diz verduras sem agrotóxicos, porém, Zé Luiz, 65, dono do espaço, diz que é impossível que toda a horta seja desenvolvida sem agrotóxicos. É impossível, 90% até consigo. Há doze anos, Zé Luiz cuida da horta localizada no bairro Olinda, em meio aos condomínios e casas enormes que rodeiam sua área verde, cedida pela prefeitura durante o programa Plantando e Colhendo Saúde, idealizado pelo vereador João Gilberto Ripposati. A cidade está ficando pelada de verde, está acabando. O ideal é cada bairro ter a sua. Esse programa foi bom, mas a Prefeitura acabou com ele, afirma. O terreno onde está localizada a horta é frequentemente assediado por construtoras que querem ali levantar um prédio. Além do assédio das empreiteiras, alguns vizinhos não gostam muito da horta. Jogam caramujos africanos aqui, é uma praga. Reclamam, não gostam muito da horta. Durante o projeto Plantando e Colhendo Saúde, Zé Luiz se interessou pelos benefícios medicinais das plantas, passando a estudar sobre o assunto. Hoje, em sua horta, além de alface, almeirão, couve e outras hortaliças, fornece diversas plantas medicinais e potes de farinha das plantas, que ele mesmo tritura e prepara, contendo inúmeras qualidades nutricionais, as quais Zé lista com a propriedade de um estudioso. A menina dos olhos do horticultor é uma árvore vinda da Índia, a Moringa Oleífera, a qual Zé diz ser boa para quase tudo. Essa árvore é uma preciosidade, das folhas aos frutos, é toda rica em vitaminas. Faço a farinha com suas vagens, flores e folhas. É um remédio maravilhoso, explica. Segundo o horticultor a árvore indiana ainda não ganhou notoriedade porque diminuiria a venda de remédios farmacêuticos.

23 A horta de Zé Luiz, como muitas outras, são resistências ao emaranhado de concreto que as circunda e, por muitas vezes, as atropela. O futuro da horta é incerto, Zé Luiz, porém, já tem os seus, quero diminuir o serviço em breve, estou cansado. Gostaria de trabalhar só com a parte medicinal das plantas, mas, é difícil conseguir mão de obra para horta. Ninguém quer fazer isso mais, finaliza.

24 Mayron pessoa Engel: o teatro em O local escolhido para a primeira entrevista do Entre Aspas foi o Café do Escurinho, na Leopoldino de Oliveira. Entre cafés, conversei com o ator, criador e diretor de teatro Mayron Engel, uma das figuras mais atuantes no cenário teatral atual de Uberaba. À frente da Cia. Uno, atualmente é professor de teatro do Colégio Marista Diocesano, onde têm desenvolvido elogiados espetáculos com crianças e adolescentes. Quando se deu conta de que queria ser ator? Comecei a fazer teatro por uma vontade um tanto quanto estranha, sem saber muito bem o que era. Por gostar mesmo. Era muito distraído e pouco expressivo. Passei fazer parte do grupo Pessoal do Calango e fui apresentar o espetáculo A Gloriosa Morte do Funcionário Kranon, onde eu interpretava o morto e passaria trinta minutos deitado. E no final, a personagem se levantava e dava o texto para concluir a

25 história, assim, levantei, olhei pra todo mundo e esqueci o texto. Acabei deitando novamente, o grupo teve que desenrolar outro final e fui excomungado depois. Fui embora chorando, pensando em largar. Mas não desisti e pedi ajuda ao Miguel Jacob, diretor do grupo, que me colocou para fazer balé e atuar no grupo infantil. Foi quando ganhei meu primeiro papel principal, uma drag fada, muito representativa. Passei a direcionar as cenas, foi muito importante. Com o tempo, o grupo foi se desfazendo, cada um seguindo seu caminho. Passei ao processo de faculdade, fiz Engenharia Ambiental por um tempo, trabalhei com cultivo hidropônico e agricultura familiar, experiências do CEFET, no qual cursei técnico em Agronomia. Foi um ano longe do teatro, um ano triste, apesar dos aprendizados. Um tempo depois e para desespero dos meus pais, abandonei a faculdade. Pouco tempo depois passei a dar aulas de teatro no próprio CEFET, comecei, também, a cursar Pedagogia. Adquiri, assim, uma estrutura de pensamento e organização, norteando meu trabalho. O que é um dia produtivo pra você? Um dia em que eu possa acordar para poder ter um espaço de tempo para respirar, meditar, antes do trabalho. Esses intervalos me deixam mais produtivos. Aquele dia que você tem consciência daquilo que produziu. O que é um bom ator? Ser um bom ator é ser um bom interprete. Isso foge da qualidade somente de ser ator, do ofício de representar. A essência do ator é a representação. Para se interpretar algo não necessita somente de um bom corpo ou uma boa fala. Trata-se de um estudo sobre uma música, uma fotografia. Em suma, ser um bom ator é ter um bom tempo. Os atores com os quais me identifico eles

26 possuem um bom tempo. Qual sua noção de felicidade? E de infelicidade? Felicidade é um estado em procura que só encontramos quando paramos para observar que já chegamos onde podíamos estar, que o necessário é o hoje! Infelicidade é perturbação do hoje, é situação problema que se arrasta pelas ações cotidianas do agora e outrora. O que é indispensável no seu cotidiano? Indispensável são as pessoas e suas expressões, me movo pela possibilidade de poder me expressar, não a nada de expressão quando se vive só. Indique algo pra ler, ver e ouvir. Para ler, Arte da Vida do polonês Zigmund Bauman, para ouvir o disco do Clube da Esquina e para ver o concerto Liszt, do Lang Lang. O que é a vida? Vida é um presente sem enfeites e laços que recebemos sem saber o destinatário, sem função ou ordenação! Um presente que se desembrulha cada um ao seu tempo, que muitas das vezes desaparece sem se mostrar por inteiro. Quem (vivo ou morto) você gostaria de convidar para um café? Vivo: o ator e diretor de teatro Daniel Finzi Pasca, o qual admiro muito. Morto: meu pai biológico, Marcus Além. Seria um café para celebrar o agora, afinal, não fosse ele, eu não estaria aqui.

27 Mostra fotográfica Ongusu: retratos de empoderação A busca pela representatividade da mulher negra moveu a arquiteta e fotógrafa uberabense Renata Reis a organizar várias de suas belas fotografias na mostra Ongusu, que será inaugurada amanhã, às 19h, na Fundação Cultural de Uberaba. Ongusu, que na língua Umbundu, de Angola, significa força, retrata a mulher negra consciente de seu eu, seu corpo e suas formas. Renata fotografou mulheres negras comuns, empoderadas de si mesmas, suas virtudes e sua beleza, com idade de 19 dias de vida (uma recém nascida) à 40 anos. São trinta

28 mulheres que vivem em Uberaba, que abraçaram o projeto Ongusu lançado em uma rede social e ilustram o projeto com seus rostos e corpos. Esse projeto é sobre força, representatividade, identidade, amor próprio e superação do racismo que insiste em nós ferir. Ele retrata essas mulheres, que com resiliência e coragem, estão superando obstáculos, lutando para se fortalecerem e hoje são exemplo para outras mulheres, ressalta Renata. Além da mostra de fotografias, haverá declamação de poesia, com os poetas Alessandro Dornelos, Wellington Sabino, Amanda Oliveira, Edson Militão e a poetisa Ana Elisa.