LEGALE CURSO DE EXECUÇÃO TRABALHISTA

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1 LEGALE CURSO DE EXECUÇÃO TRABALHISTA Meios de Defesa na Execução Professor: Rogério Martir Doutorando em Ciências Jurídicas e Sociais, Advogado militante e especializado em Direito Empresarial e Direito do Trabalho, Professor Universitário, Pós Graduação e de Cursos Preparatórios Para Carreiras Jurídicas, Conselheiro Regional de Prerrogativas da OAB/SP, Sócio da Martir Advogados Associados - Consultoria Jurídica Empresarial e para o Terceiro Setor, Consultor da Revista Filantropia e Autor de Diversas Obras Jurídicas pela Editora Saraiva. 1

2 MEIOS DE DEFESA EXECUÇÃO São meios de Defesa na Execução: Exceção de Pré-Executividade. Embargos à Execução. Embargos à penhora Impugnação à adjudicação, leilão e arrematação. Impugnações do Exequente. Embargos de Terceiro. Agravo de Petição (Recurso específico).

3 Exceção de Pré-Executivade É a forma de atacar a sentença executória trabalhista antes da penhora. A Exceção de Pré-Executividade não tem previsão legal expressa, e sim junto a doutrina e jurisprudência nascendo no Direito Processual Civil antes do advento da Lei /07 (CPC/73) e NCPC. 3

4 Exceção de Pré-Executivade Caiu em desuso na esfera processual civil diante da nova redação do CPC, onde não se exige mais a garantia do juízo (depósito ou penhora), no entanto, ainda é instrumento de grande valia no Direito processual do Trabalho. A Exceção de Pré-Executividade não admite qualquer dilação probatória para a demonstração de que o credor não pode executar o devedor, ou seja, não há como se fazer prova, a prova tem que ser feita de plano. 4

5 Exceção de Pré-Executivade Se houver qualquer matéria pendente de prova devese usar os Embargos à Execução. A matéria alegada na Exceção de Pré-Executividade somente pode estar relacionada com o aspecto formal do processo. São arguíveis todos os pressupostos de formação e desenvolvimento válido do processo de execução, ou seja, a prescrição, o pagamento, a ilegitimidade de parte etc. Exemplo: a falta de citação do executado ou mesmo a realização do pagamento. 5

6 Exceção de Pré-Executivade Na Exceção de Pré-Executividade não há garantia do Juízo, isto é, não ocorre a penhora, os bens ou o dinheiro do devedor não sofrem qualquer constrição. A Exceção de Pré-Executividade é dirigida ao próprio Juiz que preside a execução, portanto, não tem petição de interposição. Independe do pagamento de custas, mesmo nos termos do artigo 789 da Consolidação das Leis do Trabalho, até porque não está prevista neste diploma legal. 6

7 Embargos à Execução Nos termos do art. 884 da CLT, trata-se da defesa manifestada pelo Executado na Execução no formato de uma inicial. Somente poderá ser utilizada quando a execução estiver garantida ou tiverem sido penhorados bens. A matéria de defesa será restrita às alegações de cumprimento da decisão ou do acordo, quitação ou prescrição da dívida. 7

8 Embargos à Execução Somente nos embargos à penhora o executado poderá impugnar a sentença de liquidação, cabendo ao exeqüente igual direito e no mesmo prazo (art. 884, 3º, CLT). Também, caberão Embargos nas seguintes fases da execução: Penhora, Leilão, Arrematação, Adjudicação e nos casos de terceiros (Embargos de Terceiro) 8

9 Embargos à Execução As custas processuais serão pagas ao final, segundo o artigo 789-A da CLT, sempre de responsabilidade do executado. O prazo será de 5 dias contados da garantia da execução ou da penhora de bens. 9

10 Embargos à Penhora A penhora é o ato judicial pelo qual são apreendidos e depositados bens do executado, suficientes para garantir a execução, quando este não paga espontaneamente ou ainda indica/ nomeia bens para este fim. O bem penhorado deverá ser substancial, ou seja suficiente para cobrir todas as despesas processuais e pelo menos parte do crédito do Exequente, caso contrário não será levada a efeito. 10

11 Embargos à Penhora O bem penhorado poderá ser substituído pelo Executado quando postulado ao Juiz, mas dependerá das vantagens oferecidas. O Oficial de Justiça, conforme já relatado acumula atualmente a função de avaliador nos casos tecnicamente possíveis e o Executado poderá ficar na qualidade de depositário fiel, no caso de recusa poderá ser nomeado o próprio Exequente ou ainda Terceiro, sendo que neste caso o bem poderá ser retirado do local. 11

12 Embargos à Penhora Além do bem de família (único bem onde o executado reside) o CPC ainda protege outros estando todos estes dispostos no art. 649 do CPC, além é claro da impenhorabilidade que recai sobre os bens públicos. Destarte, importante conhecer esta legislação oriunda do NCPC de aplicação subsidiária e supletiva: 12

13 Do Objeto da Penhora Embargos à Penhora Art A penhora deverá recair sobre tantos bens quantos bastem para o pagamento do principal atualizado, dos juros, das custas e dos honorários advocatícios. Art Não estão sujeitos à execução os bens que a lei considera impenhoráveis ou inalienáveis. 13

14 Embargos à Penhora Art São impenhoráveis: I - os bens inalienáveis e os declarados, por ato voluntário, não sujeitos à execução; II - os móveis, os pertences e as utilidades domésticas que guarnecem a residência do executado, salvo os de elevado valor ou os que ultrapassem as necessidades comuns correspondentes a um médio padrão de vida; III - os vestuários, bem como os pertences de uso pessoal do executado, salvo se de elevado valor; 14

15 Embargos à Penhora IV - os vencimentos, os subsídios, os soldos, os salários, as remunerações, os proventos de aposentadoria, as pensões, os pecúlios e os montepios, bem como as quantias recebidas por liberalidade de terceiro e destinadas ao sustento do devedor e de sua família, os ganhos de trabalhador autônomo e os honorários de profissional liberal, ressalvado o 2 o ; 15

16 Embargos à Penhora V - os livros, as máquinas, as ferramentas, os utensílios, os instrumentos ou outros bens móveis necessários ou úteis ao exercício da profissão do executado; VI - o seguro de vida; VII - os materiais necessários para obras em andamento, salvo se essas forem penhoradas; VIII - a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada pela família; 16

17 Embargos à Penhora IX - os recursos públicos recebidos por instituições privadas para aplicação compulsória em educação, saúde ou assistência social; X - a quantia depositada em caderneta de poupança, até o limite de 40 (quarenta) salários-mínimos; XI - os recursos públicos do fundo partidário recebidos por partido político, nos termos da lei; 17

18 Embargos à Penhora XII - os créditos oriundos de alienação de unidades imobiliárias, sob regime de incorporação imobiliária, vinculados à execução da obra. 1 o A impenhorabilidade não é oponível à execução de dívida relativa ao próprio bem, inclusive àquela contraída para sua aquisição. 18

19 Embargos à Penhora 2 o O disposto nos incisos IV e X do caput não se aplica à hipótese de penhora para pagamento de prestação alimentícia, independentemente de sua origem, bem como às importâncias excedentes a 50 (cinquenta) salários-mínimos mensais, devendo a constrição observar o disposto no art. 528, 8 o, e no art. 529, 3 o. 19

20 Embargos à Penhora 3 o Incluem-se na impenhorabilidade prevista no inciso V do caput os equipamentos, os implementos e as máquinas agrícolas pertencentes a pessoa física ou a empresa individual produtora rural, exceto quando tais bens tenham sido objeto de financiamento e estejam vinculados em garantia a negócio jurídico ou quando respondam por dívida de natureza alimentar, trabalhista ou previdenciária. 20

21 Embargos à Penhora Art Podem ser penhorados, à falta de outros bens, os frutos e os rendimentos dos bens inalienáveis. Art A penhora observará, preferencialmente, a seguinte ordem: I - dinheiro, em espécie ou em depósito ou aplicação em instituição financeira; 21

22 Embargos à Penhora II - títulos da dívida pública da União, dos Estados e do Distrito Federal com cotação em mercado; III - títulos e valores mobiliários com cotação em mercado; IV - veículos de via terrestre; V - bens imóveis; VI - bens móveis em geral; VII - semoventes; 22

23 Embargos à Penhora VIII - navios e aeronaves; IX - ações e quotas de sociedades simples e empresárias; X - percentual do faturamento de empresa devedora; XI - pedras e metais preciosos; XII - direitos aquisitivos derivados de promessa de compra e venda e de alienação fiduciária em garantia; XIII - outros direitos. 23

24 Embargos à Penhora 1 o É prioritária a penhora em dinheiro, podendo o juiz, nas demais hipóteses, alterar a ordem prevista no caput de acordo com as circunstâncias do caso concreto. 2 o Para fins de substituição da penhora, equiparamse a dinheiro a fiança bancária e o seguro garantia judicial, desde que em valor não inferior ao do débito constante da inicial, acrescido de trinta por cento. 24

25 Embargos à Penhora 3 o Na execução de crédito com garantia real, a penhora recairá sobre a coisa dada em garantia, e, se a coisa pertencer a terceiro garantidor, este também será intimado da penhora. Art Não se levará a efeito a penhora quando ficar evidente que o produto da execução dos bens encontrados será totalmente absorvido pelo pagamento das custas da execução. 25

26 Embargos à Penhora 1 o Quando não encontrar bens penhoráveis, independentemente de determinação judicial expressa, o oficial de justiça descreverá na certidão os bens que guarnecem a residência ou o estabelecimento do executado, quando este for pessoa jurídica. 2 o Elaborada a lista, o executado ou seu representante legal será nomeado depositário provisório de tais bens até ulterior determinação do juiz. 26

27 Embargos à Penhora Por fim, visando garantir os direitos de propriedade e respectivas impenhorabilidades dos bens, o dispositivo processual cabível são os Embargos à Penhora no mesmo formato da peça processual de Embargos à Execução já estudada. 27

28 Impugnação (Embargos) à Alienação ou Arrematação A alienação ou ainda arrematação ocorre quando um terceiro adquire os bens levados à praça / leilão. Este ato deve estar em consonância com a legislação vigente (intimações / publicação em edital e outros...) e os valores da materialização não poderão ser de caráter vil. 28

29 Impugnação à Alienação ou Arrematação Nestes Embargos o prazo se estende até o momento que antecede a assinatura da respectiva carta (transferência da propriedade), no entanto, muitos entendem como válida a regra dos 5 dias após a alienação ou arrematação. 29

30 Impugnação (Embargos) à Adjudicação Ocorre a adjudicação quando o próprio exequente adquire os bens levados à praça. Assim como estudado anteriormente este ato também deve estar em consonância com a legislação vigente (intimações / publicação em edital e outros...) e os valores da materialização não poderão ser de caráter vil. 30

31 Impugnação à Adjudicação Nestes Embargos também temos os dois entendimentos o prazo se estende até o momento que antecede a assinatura da respectiva carta (transferência da propriedade), no entanto, muitos entendem como válida a regra dos 5 dias após a alienação ou arrematação. 31

32 Embargos de Terceiro Os Embargos de Terceiro possuem o seu supedâneo legal no art. 769, CLT e arts. 15 e 674 e seg. do NCPC. No Processo do Trabalho se mostra como um incidente de execução. São opostos por quem não é parte no processo, mas sofreu turbação ou esbulho na posse de seus bens por ato de apreensão judicial (art. 674 NCPC). Têm natureza de ação e não de recurso, serão distribuídos por dependência ao mesmo juiz que ordenou a apreensão (art. 676, NCPC). 32

33 Embargos de Terceiro Temos ainda: Art Os embargos podem ser opostos a qualquer tempo no processo de conhecimento enquanto não transitada em julgado a sentença e, no cumprimento de sentença ou no processo de execução, até 5 (cinco) dias depois da adjudicação, da alienação por iniciativa particular ou da arrematação, mas sempre antes da assinatura da respectiva carta. Parágrafo único. Caso identifique a existência de terceiro titular de interesse em embargar o ato, o juiz mandará intimá-lo pessoalmente. 33

34 Embargos de Terceiro Art Os embargos serão distribuídos por dependência ao juízo que ordenou a constrição e autuados em apartado. Parágrafo único. Nos casos de ato de constrição realizado por carta, os embargos serão oferecidos no juízo deprecado, salvo se indicado pelo juízo deprecante o bem constrito ou se já devolvida a carta. 34

35 Embargos de Terceiro Art Na petição inicial, o embargante fará a prova sumária de sua posse ou de seu domínio e da qualidade de terceiro, oferecendo documentos e rol de testemunhas. 1 o É facultada a prova da posse em audiência preliminar designada pelo juiz. 2 o O possuidor direto pode alegar, além da sua posse, o domínio alheio. 35

36 Embargos de Terceiro 3 o A citação será pessoal, se o embargado não tiver procurador constituído nos autos da ação principal. 4 o Será legitimado passivo o sujeito a quem o ato de constrição aproveita, assim como o será seu adversário no processo principal quando for sua a indicação do bem para a constrição judicial. 36

37 Embargos de Terceiro Art A decisão que reconhecer suficientemente provado o domínio ou a posse determinará a suspensão das medidas constritivas sobre os bens litigiosos objeto dos embargos, bem como a manutenção ou a reintegração provisória da posse, se o embargante a houver requerido. Parágrafo único. O juiz poderá condicionar a ordem de manutenção ou de reintegração provisória de posse à prestação de caução pelo requerente, ressalvada a impossibilidade da parte economicamente hipossuficiente. 37

38 Embargos de Terceiro Art Os embargos poderão ser contestados no prazo de 15 (quinze) dias, findo o qual se seguirá o procedimento comum. Art Contra os embargos do credor com garantia real, o embargado somente poderá alegar que: I - o devedor comum é insolvente; II - o título é nulo ou não obriga a terceiro; III - outra é a coisa dada em garantia. 38

39 Embargos de Terceiro Art Acolhido o pedido inicial, o ato de constrição judicial indevida será cancelado, com o reconhecimento do domínio, da manutenção da posse ou da reintegração definitiva do bem ou do direito ao embargante. 39

40 Agravo de Petição (desenvolvimento recursal) Caberá o Agravo de Petição das decisões proferidas em fase de Execução (art. 897, alínea a, CLT). Ex: Para o exeqüente, será contra a sentença de liquidação impugnada gerando nova decisão e, para o executado, das decisões proferidas nos embargos à execução (ou embargos à penhora) ou nos demais embargos (arrematação, adjudicação, penhora e de Terceiro). O Agravo de Petição, nos termos do 1º do art. 897 da CLT, só será recebido quando o Agravante delimitar, justificadamente, as matérias e os valores impugnados. 40

41 Agravo de Petição (desenvolvimento recursal) É possível a execução imediata da parte remanescente até o final, nos próprios autos ou por carta de sentença. Da decisão proferida no Agravo de Petição só caberá Recurso de Revista, na hipótese de ofensa direta e literal de norma da Constituição Federal (art. 896, 2º, CLT). Competência: ao Juiz prolator da sentença, em duas peças: Interposição e Razões de Agravo. Interposição: será endereçada à própria autoridade recorrida (juízo a quo ), devendo ser acompanhada das razões recursais 41

42 Agravo de Petição (desenvolvimento recursal) Razões do Agravo: peça dirigida ao juízo ad quem, porém recebida pelo juízo a quo juntamente com a peça de interposição. Qualificação: simples Prazo: 8 dias. Partes: Agravante / Agravado. Preparo: Apenas custas Art. 789-A tabela de valores sempre pelo executado, não existe depósito recursal pois o Juízo já está garantido na execução 42