O ANFÍBIO. Revista do Corpo de Fuzileiros Navais n o 21 Ano XXII Foto: Odair Amancio Freire - Concurso de Fotografias do CFN

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1 O ANFÍBIO Revista do Corpo de Fuzileiros Navais n o 21 Ano XXII Foto: Odair Amancio Freire - Concurso de Fotografias do CFN

2 O ANFÍBIO Sumário Nossa Capa...2 Editorial...2 Evacuação de não-combatentes, tarefa do conjugado anfíbio...4 A nova Força de Fuzileiros da Esquadra...13 O Comando da Tropa de Desembarque...27 A importância do Batalhão de Controle Aerotático e Defesa Antiaérea na formação dos GptOpFuzNav...35 Novos Navios Anfíbios...41 A Companhia de Apoio ao Dssembarque...49 Sensores...55 A transmissão de dados nos Grupamentos Operativos de Fuzileiros Navais...61 O Batalhão de Blindados de Fuzileiros Navais...71 Tropas Anfíbias pelo mundo...77 O incremento do Apoio de Fogo Orgânico dos Batalhões de Infantaria de Fuzileiros Navais o morteiro 120mm é a solução?...79 Educação, formação, cultura militar e sociedade...83 Sociedade e Defesa Passado, presente e tendências...91 O Comando do Material de Fuzileiros Navais e o Apoio Logístico aos meios da Força de Fuzileiros da Esquadra SIGeP modernidade na gestão de pessoal do CFN O impacto das inovações Tecnológicas e a importância da informática para o emprego operativo do CFN Trafalgar, Ülm e Midway uma análise estratégica operacional Biografia O ANFÍBIO n o 21 Ano XXII Comandante-Geral do Corpo de Fuzileiros Navais Almirante-de-Esquadra (FN) Como órgão de divulgação do Corpo de Fuzileiros Navais (CFN), a primeira revista foi editada em setembro de 1939 com o nome de O Naval, circulando até Em março de 1954, surgia o primeiro jornal dos Fuzileiros O Anfíbio, publicado até Aproveitando esta denominação, a partir de 1961, iniciou-se a edição da Revista dos Fuzileiros Navais O ANFÍBIO em circulação até hoje. Destina-se a divulgar a doutrina anfíbia e o moderno emprego de Forças de FN, difundir a história e tradições do CFN, e constituir-se em foro para debate de idéias que estimulem o aperfeiçoamento técnico-profissional. As opiniões emitidas nos artigos deste periódico são de inteira responsabilidade de seus autores, não refletindo, necessariamente, o pensamento ou atitude do Comando-Geral do Corpo de Fuzileiros Navais, a não ser que assim esteja expressamente declarado. Todos os trabalhos aqui publicados são de caráter gratuito. É permitida a reprodução total ou parcial das matérias. Solicita-se a citação da fonte e a remessa de um exemplar da publicação. BRASIL Corpo de Fuzileiros Navais Carlos Augusto Costa Editor Responsável Capitão-de-Mar-e-Guerra (FN) Fernando Cesar da Silva Motta Projeto Gráfico e Editoração CC (T) Yeda Lúcia Arouche Nunes Revisão SO FN Pedro de Lima Bandeira Assessoria de Relações Públicas do Comando-Geral do Corpo de Fuzileiros Navais Fortaleza de São José, s/n Ilha das Cobras Centro Rio de Janeiro RJ Tel.: (21) O Anfíbio - 1

3 Nossa Capa: O Anfíbio em suas primeira e quarta capas, apresenta os novos meios do CFN. Abaixo, o Alte (FN) Sylvio de Camargo, durante a cerimônia de sua promoção a Contra- Almirante, em 1945, na Fortaleza de São José (RJ). Este Editorial reveste-se de particular significado, pois o Anfíbio de 2002, vem prestar homenagem ao Alte (FN) Sylvio de Camargo, publicando, a seguir, o que escreveu sobre este reformador do CFN, o Alte (FN) Roberval Pizzarro Marques, em sua última colaboração para O Anfíbio, antes de seu passamento ocorrido em setembro último. Ficam os nossos agradecimentos e reconhecimento póstumos ao Alte Roberval, ex-comandante-geral, oficial de brilhante carreira que sempre engrandeceu o Corpo de Fuzileiros Navais. O Anfíbio apresenta, ainda, a Evacuação de não-combatentes, tarefa do conjugado anfíbio, com destaque de primeiro artigo, tendo em vista a globalização que impõe repensar conceitos como soberania, segurança e interesses nacionais, apontando o oportuno assunto como um dos mais prováveis empregos dos Fuzileiros Navais. Outras importantes matérias que podem extravasar as paredes da instituição, são: A Nova Força de Fuzileiros da Esquadra ; o Comando do Material de Fuzileiros Navais, e o Apoio Logístico aos Meios da Força de Fuzileiros da Esquadra ; O Comando da Tropa de Desembarque o que é e para que serve ; Novos Navios Anfíbios ; e tantas outras de igual importância estabelecem uma relação entre dois fatos históricos primordiais para a trajetória do CFN: a fase pós II Guerra Mundial, ou década Alte. Sylvio de Camargo, e o CFN do 3 Milênio. Almirante Camargo: o reformador do CFN * EDITORIAL A Marinha comemora este ano o centenário do nascimento do Almirante Sylvio de Camargo, o grande reformador do Corpo de Fuzileiros Navais. Durante o seu longo período no exercício do cargo de Comandante-Geral, desde novembro de 1945 até dezembro de 1955, a corporação passou por grandes transformações, fruto do seu idealismo, perseverança e visão estratégica. Por iniciativa própria, durante a sua profícua carreira, tomou todas as medidas necessárias às grandiosas reformas por que passou a corporação durante a segunda metade do século passado. Dotado de inteligência privilegiada e habilidade, ainda como Capitão-Tenente pediu transferência voluntariamente da Armada para o quadro de Oficiais Fuzileiros Navais, depois de brilhante curso de aperfeiçoamento na EsAO do EB. Após estágio no Royal Marines na Inglaterra, no posto de Capitão-de-Corveta, dedicou-se principalmente ao estudo das principais providências para a reformulação do CFN. Com sua visão estratégica, verificou que a nossa Marinha não possuía, em nível adequado, as indispensáveis forças de desembarque, como componentes terrestres de uma campanha naval, devidamente dotadas de equipamento moderno e do material humano adestrado para a mais difícil das operações militares que é o combate anfíbio O Anfíbio - 2

4 O Capitão-de-Mar-e-Guerra (FN) Sylvio de Camargo, durante o desfile militar de Sete de Setembro, na Avenida Presidente Vargas, Rio de Janeiro, em R e p r o d u ç ã o

5 As vitoriosas campanhas no Pacífico, com o emprego ade - quado do US MARINE CORPS, durante a II Guerra Mundial, que tantas glórias trouxe à Marinha Americana, também contribuíram para o judicioso estudo da modernização do CFN. Deu os passos decisivos para as modificações que deveriam ocorrer na trajetória de transformação de uma tropa afeita praticamente aos serviços de guarda de estabelecimentos navais, para a existência de um conjunto de unidades de elevado nível de prontificação para o combate, dedicadas, especialmente, às operações anfíbias, razon d etre da corporação. Com esse desiderato conseguiu a aprovação de novo Regulamento para a corporação, em 1950, considerado verdadeira referência histórica do CFN, por prescrever a criação da Força de Fuzileiros da Esquadra (FFE), somente efetivamente ativada a partir de Durante o seu proficiente comando, tomou decisões básicas no campo da organização da tropa, dos meios materiais e de recursos humanos. Promoveu, assim, além do sistema organizacional para a FFE, a aquisição, o recebimento e ampliação de terrenos na Ilha do Governador, destinados principalmente ao aquartelamento das novas unidades operativas a serem criadas. Para ocupar e aproveitar logo a área recebida para exercícios mandou construir moderna Linha de Tiro e instalou provisoriamente o novel Centro de Recrutas, com efetivo da antiga Companhia Escola. Como sempre esteve preocupado com preparo de recursos humanos especializados, providenciou o planejamento e a construção de portentoso Centro de Instrução que hoje leva o seu nome mediante concurso de projetos de âmbito nacional, cujas edificações de linhas arquitetônicas modernistas, após quase 50 anos, ainda representam marco da arquitetura brasileira. Verdadeiro laboratório de pesquisas e estudos do emprego das forças de desembarque nas operações anfíbias, esse órgão tem a importantíssima tarefa de preparar os quadros do CFN e estudar e acompanhar a evolução da sua doutrina. Dotado de simuladores e modernos instrumentos de ensino está em condições de ministrar todos os cursos especializados para os fuzileiros navais, inclusive o de aperfeiçoamento para oficiais. Procurou ampliar relevantemente o seu quadro de oficiais, inclusive com a criação de posto mais elevado na hierarquia dos seus oficiais-generais, além de conseguir notável aumento dos efetivos de praças e graduados do CFN. Melhorou de maneira muito significativa o sistema de armas das unidades operativas, com a aquisição de novo armamento portátil e coletivo, inclusive substituindo os velhos fuzis de repetição por novos semi-automáticos, de fabricação belga, considerados os mais modernos para a época. Modernizou a ORDEM UNI- DA, alterando alguns movimentos básicos, tornando a apresentação da tropa mais marcial, o que redundou em posterior modificação do respectivo regulamento para as forças armadas. Valorizou a carreira dos músicos, profissionalizando-os e dotando as Bandas de Músicas de melhores instrumentos. A Banda Marcial recebeu diferenciada formatura, evoluções inéditas e novos instrumentos, inclusive as famosas gaitas escocesas, transformando essa organização musical em unidade paradigma, sem paralelo nas forças armadas. A sua personalidade vibrante, a persistência nas atitudes e sua grande capacidade administrativa davam-lhe o necessário prestígio para superar os óbices que naturalmente surgiram. Foi esse o seu principal legado. Legado de honradez, extrema dedicação ao serviço e incomum espírito de corpo, que influenciaram de maneira memorável o processo gradual e perene do desenvolvimento da corporação, integrada aos demais componentes operativos da Marinha, nos últimos cinqüenta anos. Tendo assumido o Comando- Geral com apenas 43 anos, teve a oportunidade de comandá-la por dez anos, dando o exemplo para várias gerações de oficiais, que o reverenciam até hoje. Foi promovido a Almirante (cinco estrelas) na reserva, em decorrência da legislação em vigor na época, e, ainda, continuou em plena atividade, por alguns anos, trabalhando na iniciativa privada como Diretor de uma importante empresa de mineração. O Alte. SYLVIO DE CAMAR- GO foi o grande reformador do Corpo de Fuzileiros Navais e é com justiça merecedor de todas as homenagens que a Marinha presta a esse insigne Chefe Naval, no ano que se comemora o centenário do seu nascimento. O tempo, por mais que passe, não apagará suas memoráveis realizações. Alte (FN) Roberval Pizarro Marques Rio, *Este artigo foi entregue ao Comandante- Geral pelo Alte Roberval, dois dias antes do seu falecimento O Anfíbio - 3

6 Evacuação de não-combatentes, tarefa do conjugado anfíbio CF(FN) PAULO MARTINO ZUCCARO E CF (FN) JORGE ARMANDO NERY SOARES Nesse novo mundo de incertezas, nesse novo mundo em que o Brasil tem um papel crescente, o desenvolvimento das Forças Armadas é o esteio da nossa possibilidade de continuarmos no caminho que tem sido trilhado por nós, de uma afirmação tranqüila dos nossos interesses, da nossa soberania, sempre nesse espírito de paz e de concórdia, mas que não descuida da necessidade da defesa. Fernando Henrique Cardoso AS PECULIARIDADES DO CONTEXTO GLOBAL NESTE COMEÇO DO SÉCULO XXI Vivemos uma época de grandes transformações políticas, sociais e econômicas. As incertezas, a imprevisibilidade nas relações internacionais foram acentuadas com o fim da guerra fria, dificultando, ainda mais, a formação de conceitos seguros sobre a estabilidade política-estratégica mundial. Esseclimademudançaatingeatudo e a todos. Sociedade e Estado, juntamentecomsuasinstituições,aíincluindo as Forças Armadas, precisam ajustarem-se à nova realidade mundial. Refletir sobre os caminhos do futuro procurando, tanto quanto possível, enxergá-los com os olhos do presente, é tarefa vital para qualquer Estado. Hoje, o controle, em nível mundial, desenvolvido pelas potências centrais sobre questões como o respeito aos direitos humanos; o narcotráfico; os conflitos étnicos-religiosos; e a preservação ambiental e dos recursos naturais, indicam a necessidade de se repensar conceitos como soberania, segurança e interesses nacionais. Aos poucos, novos valores são introduzidos no relacionamento O Anfíbio - 4

7 entre Estados. Expressões como direito de ingerência, interesse coletivo, patrimônio da humanidade, segurança ecológica global, respeito à soberania condicionada ao respeito aos direitos humanos, entre outros, acabam por intimidar aqueles que não têm voz ativa e capacidade para influir no concerto das nações. Por outro lado, com a revolução científica e tecnológica, os Estados viram-se impossibilitados de atenderem suas necessidades numa base exclusivamenteindividualeterritorial. As normas de mútua colaboração provêm, por conseguinte, das exigências de cooperações decorrentes da crescente interdependência, impulsionada por avanços na comunicação, no transporte, na indústria moderna e no comércio, levando à diluição das fronteiras e ao estreitamento da diferença entre o interno e o externo, tornando o mundo cada vez mais interdependente, globalizado. Conseqüentemente, a presença de cidadãos estrangeiros em diferentes países vem se tornando comum, já que representam os interesses econômicos, diplomáticos ou mesmo cultural do seu país. Creio útil frisar que somos uma das 10 maiores economias do mundo, com empresas brasileiras atuando em diferentes países, notadamente na África e América do Sul, além de mantermos relações dinâmicas com a maioria dos países, em todos os Continentes. Dispõe o Brasil de 92 Embaixadas, 8 Representações junto a organismos internacionais, 43 Consulados e 19 Vice-Consulados, o que dá a medida da intensidade de nosso contato com o mundo. Paradoxalmente, essa globalização que promove oportunidades e oferece perspectivas promissoras, ainda não parece ser capaz de acabar com as assimetrias que perpetuam as desigualdades entre os países desenvolvidos e o mundo em desenvolvimento. Há uma percepção, por exemplo, de que o protecionismo vem sendo condenado somente como instrumento de desenvolvimento dos mais pobres e aceito quando se converte em instrumento de defesa dos privilégios dos mais ricos. Os países em desenvolvimento deparam-se com barreiras intransponíveis a seus produtos, ameaçando anular o potencial igualitário do comércio internacional, gerando mecanismos de congelamento das desigualdades. Este é o problema das assimetrias na globalização. Assim, como bem conceituou o Chanceler brasileiro Celso Lafer, vemos que desde o fim da Guerra Fria, o sistema internacional passou a mover-se de acordo com duas lógicas contraditórias. Uma delas, baseada em forças centrípetas, centrada na convergência de expectativas, impulsionada pela globalização. A outra, impulsionada por forças centrífugas, indutoras de uma lógica da fragmentação, entre elas a das identidades. A lógica da convergência pode ser visualizada nas ações da comunidade internacional em encontrar soluções negociadas em uma série de áreas de interesse global: a Conferência do Rio sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, em 1992, a Conferência de Viena sobre Direitos Humanos, a Cúpula de Copenhague para o Desenvolvimento Social, e a própria conclusão da Rodada Uruguai, que levou à criação da OMC. As divergências e assimetrias manifestaram-se, por exemplo, na desagregação territorial da União Soviética e da Iugoslávia. Outros frutos desse poder fragmentador estão presentes também nas crises financeiras (por vezes com graves conseqüências sociais e política para os Estados atingidos) e na proliferação de contenciosos comerciais, gerando reações contrárias como os protestos anti-globalização ocorridos em Seattle, Washington e Gênova. Na América Latina, episódios recentes na Argentina e Venezuela mostraram o quão frágil é o sistema político na região, mesmo buscando-se fortalecer as instituições democráticas. Na África a miséria e as disputas internas pelo poder continuam presentes no dia-a-dia daquele continente, sem que os países mais ricos pensem em amenizar essa situação. No Oriente Médio, o conflito entre israelenses e palestinos surpreende o mundo a cada dia, com sucessivos atos de violência, que renegam o próprio direito humanitário. No próprio continente europeu, berço da idéia antiga e moderna de democracia, deparamo-nos com manifestações de extremismo e intolerância. O terrorismo internacional, por sua vez, encontrou na massa de miseráveis e sem esperança, particularmente no mundo islâmico, terreno fértil e conseguiu catalisar o sentimento contrário a essas desigualdades e atacou a maior potência do mundo, símbolo do mundo globalizado. Assim, a paz universal parece, a cada dia, um ideal mais O Anfíbio - 5

8 difícil de ser atingido. Nesse contexto, o Estado brasileiro precisa entender claramente às mudanças em curso no cenário mundial e adaptar-se para não perder o controle do seu próprio rumo. O ritmo vertiginoso das mudanças, inerente ao processo de globalização, afeta hoje praticamente todas as disciplinas e atividades. No campo da defesa, as alterações são marcantes. Mudaram os fatores de tempo e espaço bem como a natureza das ameaças e dos atores envolvidos. Mesmo concordando que a função do Estado esteja enfraquecida pelas tendências transnacionais dos dias de hoje, continua sendo ele o ator principal nas relações internacionais e, juntamente com suas instituições, aí incluídas as Forças Armadas, o legítimo repositório dos interesses de um povo. Dessa forma, um Estado tem que possuir o direito de exercer sua autodeterminação, conforme definido no Pacto sobre Direitos Civis e Políticos da Organização das Nações Unidas e não se submeter a imposições discutíveis, como as estabelecidas pelas grandes potências. Hoje, as questões de segurança e a busca de mecanismos de governança no contexto da globalização impõem aos Estados a perfeita identificação dos seus interesses vitais. É dentro deste espírito que devemos fortalecer nossa posição em matéria de segurança e defesa, conduzindo avaliações realistas dos cenários regional e mundial. Por sua vez essas avaliações devem balizar o preparo e o emprego da capacitação nacional, em todos os níveis do poder. A Política de Defesa Nacional (PDN), emanada do mais alto nível do Estado, veio respaldar o preparo militar nacional, refletindo os anseios da sociedade e atendendo aos princípios e objetivos estabelecidos na Constituição Federal. Diante desse quadro mundial bastante volátil, onde o Brasil busca seu espaço, a probabilidade de situações inesperadas e repentinas acontecerem em regiões de nosso interesse, colocando brasileiros em situação de riscoiminenteaumentousignificativamente. Caso tal hipótese se concretize, o Governo brasileiro, no uso de suas faculdades e em nome de suas obrigações, deverá estar em condições de empregar suas capacidades para salvaguardar a vida dos seus cidadãos, dos bens e recursos nacionais ou sob sua jurisdição. Ou seja, ser capaz de planejar e executar operações que garantam a retirada do pessoal de áreas de risco, batizada na Marinha como Evacuação de Não-Combatentes (ENC). ANTECEDENTES A história demonstra a postura de alguns países em relação à segurança de seus cidadãos no exterior. Estes Estados optaram por realizar operações de evacuação de seus nacionais, de território estrangeiro, quando estes foram submetidos a uma ameaça real, seja pela escalada de uma crise, seja pela atuação de facções dissidentes do governo legalmente estabelecido. Os Estados Unidos da América (EUA) são um bom exemplo de país que realizam este tipo de operação, logicamente respaldados na sua capacidade de intervenção militar em nível global. Esta capacidade ficou demonstrada pela seqüência de operações de evacuação de não-combatentes realizadas por sua forças de fuzileiros navais no século XX: 1913 México distúrbios civis em Yaqui Valley; 1948 China Nanking e Xangai; 1954/1955 China Ilhas Tachen; 1956 Egito Alexandria; 1965 República Dominicana 1974 Chipre; 1975 Vietnam do Sul (3 de abril); 1975 Cambodja; 1975 Vietnam do Sul (12 de abril) evacuação de 1400 cidadãos norte-americanos e 5500 nacionais de diversos países amigos; 1976 Líbano retirada de 250 cidadãos norte-americanos e europeus; 1982 Granada; 1982 Líbano retirada de membros da Organização de Libertação da Palestina por forças multinacionais debeirute; 1990 Libéria evacuação de cidadãos e funcionários da embaixada americana em Monróvia; 1998 Serra Leoa retirada de 2500 civis e nacionais de outros países; 1998 Etiópia evacuação de 500 civisefetuadapor forçascombinadas; 1998 Guiné Bissau retirada de civis e funcionários diplomáticos; e 1998 Indonésia retirada de familiares dos funcionários diplomáticos. Podemos citar a OPERAÇÃO SHARP EDGE na LIBÉRIA, como O Anfíbio - 6

9 exemplo de uma ação bem sucedida, que ficou conhecida pela forma detalhada e inovadora pela qual o seu planejamento e execução foram conduzidos, servindo inclusive, para consolidar a doutrina de emprego de forças de fuzileiros navais americanas neste tipo de operação. As operações acima mencionadas, realizadas com sucesso e com um número reduzido de baixas, exceto a ação no IRÃ, permitiram aos norte-americanos o desenvolvimento de técnicas e táticas específicas, cujas características distintas das demais operações navais, promoveram o estabelecimento de uma doutrina, a qual, aliada ao estado da arte de seus meios, favorece a salvaguarda de seus cidadãos em qualquer parte do mundo. Em junho de 1998, após a eclosão de nova guerra civil em Guiné Bissau, cerca de 2500 estrangeiros, entre eles 80 brasileiros viram-se em dificuldades para deixarem aquele país. Felizmente todo esse contingente conseguiu embarcar em um navio mercante português que demandou o porto de Dacar, no Senegal. Assim, constatamos que a possibilidade de termos cidadãos nacionais correndo risco em terras estrangeiras é real, podendo acontecer a qualquer momento e sem aviso prévio. CARACTERÍSTICAS PRÓPRIAS DAS OPERAÇÕES DE EVACUAÇÃO DE NÃO-COMBATENTES Em primeiro lugar deve-se fazer uma correta distinção entre operação de regate e evacuação de não-combatente. A primeira é uma operação militar belicosa executada com o propósito de libertar e retirar pessoal civil ou militar, submetido a confinamento. Estas operações são caracterizadas por infiltrações sigilosas ou por ações em força, seguidas de uma rápida retirada. A dimensão da força de resgate depende das ações a serem desenvolvidas, do número de elementos que mantêm os nacionais confinados, do ambiente em que se realizará o resgate, e da possibilidade de reação da força oponente. Operações de evacuação de nãocombatentes são operações militares, em princípio não belicosas quem a executa não se encontra em estado de beligerância com o país hospedeiro realizadas para salvaguardar pessoal civil ou militar, submetido à situação de grande risco, em locais onde a situação esteja tão comprometida que inviabilize a saída da região por meios convencionais, não estando, entretanto, essas pessoas sob confinamento. A ENC poderá acontecer em um ambiente permissivo, onde não são esperadas, em princípio, oposição à sua execução ou em ambiente hostil, quando a evacuação se dará sob a ameaça de atos terroristas, manifestações populares violentas e até mesmo enfrentamento com forças organizadas. RAZÕES QUE APONTAM PARA O CONJUGADO ANFÍBIO A globalização, como vimos, diminuiu os espaços e acelerou o tempo. As transformações no mundo de hoje acontecem, por isso, em diferentes velocidades cronológicas. Temos, por exemplo, o tempo financeiro, on-line, instantâneo, onde os fluxos financeiros especulativos, na sua volatilidade, vêm produzindo crises sucessivas nos países de mercados emergentes. O tempo da mídia, também um tempo on-line, impactando imediatamente a opinião pública, gerando reações nos mercados e da vida política. Já o tempo diplomático é aquele em que ocorrem as negociações políticas ou econômico-comerciais. Por considerar todos os demais tempos, ele tende a ser mais lento, mais elástico. Além disso, a Constituição, em seu Art. 4º, declara que o Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos seguintes princípios: independência nacional; prevalência dos direitos humanos; autodeterminação dos povos; não-intervenção; igualdade entre os Estados; defesa da paz; solução pacífica dos conflitos; repúdio ao terrorismo e ao racismo; cooperação entre os povos para o progresso da humanidade; e concessão de asilo político. Assim, devemos esperar que, antes de realizarmos uma ENC, certamente serão empregados todos os meios diplomáticos disponíveis para evitá-la, fazendo com que as negociações possam se estender por bastante tempo. Com a aceitação desta premissa, cresce de importância o emprego do Poder Naval (PN), particularmente a constituição de uma Força Tarefa Anfíbia (ForTarAnf). Sua mobilidade, associada à possibilidade de permanência, pré-posicionadas em águas internacionais, por longos períodos de tempo, conferem ao PN características determinantes para o seu emprego em operações de ENC. Em paralelo, a versatilidade do PN, ou seja, a capacidade de dosar o poder de destruição, alterando a pos O Anfíbio - 7

10 tura militar no emprego da força, e a sua flexibilidade, caracterizada pela capacidade de organizar-se de acordo com a missão, ratificam sua vocação para a realização deste tipo de operação. Assim, se no decorrer da operação cidadãos, por qualquer motivo, caiam prisioneiros de forças hostis, passando a uma condição de confinamento, rapidamente o Comandante da Força de Evacuação poderá alterar sua postura e organização, de acordo com um planejamento prévio, de uma operação ENC para de resgate. Portanto, é fundamental que se disponha de elementos e meios, não envolvidos diretamente na operação de ENC, em condições de realizar operações de resgate. Contudo, não se descarta totalmente a possibilidade de uso de forças de outra natureza, como por exemplo, as aerotransportadas, notadamente quando a operação for conduzida em regiões muito afastadas do litoral. Contudo, não devemos esquecer que o emprego deste tipo de força, especificamente, é bastante sensível a limitações tais como a existência de campo de pouso compatível com as aeronaves empregadas, permissão de sobrevôo e reabastecimento, o que reduz, em parte, esta possibilidade. ASPECTOS DO DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO E A POSIÇÃO DA ONU A legalidade de uma operação de resgate/evacuação de não-combatentes é função, basicamente, da concordância ou não, da realização da operação por parte do país-alvo, independentemente do ambiente de permissividade em que se realizará tal operação. Se houver a anuência do governo local, não haverá inconvenientes legais, já que, a força a realizar tal operação terá seu ingresso autorizado no território do país-alvo. Caso contrário, o enquadramento legal da operação é de difícil caracterização. O ingresso não autorizado de forças em outro país é uma forma de agressão e, portanto, seria em princípio ilegal, independentemente da natureza da ameaça que paire sobre os nossos cidadãos. Este tipo de operação é fundamentado no argumento de que, o Estado tem o dever de proteger o seu nacional e que, o Estado onde se encontra o estrangeiro também tem o dever de protegê-lo. Estes deveres são previstos, no entanto não auferem legalidade à operação, pois existem instrumentos específicos do Direito Internacional aplicáveis a esta situação: a proteção diplomática e a responsabilidade internacional. Não obstante, este argumento poderá obter aceitação internacional, dependendo, naturalmente, dos Estados envolvidos e dos interesses em jogo. Em tempos de soberania limitada, tão propalada pelas potências centrais, possivelmente o argumento teria boa aceitação, desde que, não contrariasse os seus interesses e dos países aliados. Se a ameaça contra os nossos nacionais advém da existência de um conflito interno, onde o governo local se encontra em luta contra uma ou mais facções, a operação de resgate/evacuação não somente se configurará como um ato de agressão, mas também, como uma forma de intervenção neste conflito. Todavia, nesta situação, alguns argumentos poderiam ser utilizados para dar à operação alguns traços de legalidade. O primeiro deles é o fato de que, ante a existência de um conflito interno, onde uma facção em luta consegue conduzir operações militares continuadas e controlando parcela significativa do território do país-alvo, caracterizar-se-ia a existência de um conflito armado não-internacional. Neste caso, o governo estabelecido seria forçado a admitir, nos termos do Protocolo Adicional II às Convenções de Genebra, a aplicação das regras do Direito Internacional Humanitário. Em particular, a 4ª Convenção de Genebra daria algum amparo legal ao emprego de uma força de evacuação, já que assegura a proteção aos civis nos territórios ocupados e aos estrangeiros no território do Estado beligerante. Outra argumentação seria a de que o governo estabelecido já não mais seria o único interlocutor a ser consultado para a evacuação dos não-combatentes, devendo ser considerada, também, a liderança da facção que disputa o poder, que teria adquirido, nas condições acima definidas, o status de ator beligerante. Deste modo, o governo estabelecido não mais teria a prerrogativa de autorizar, ou negar o acesso de forças estrangeiras no território do paísalvo, particularmente, por não mais poder assegurar a integridade dos estrangeiros ali estabelecidos. É, sem dúvida, um argumento frágil, mas que complementa o anterior relativo ao Direito Internacional Humanitário. Naturalmente, uma possibilidade de dar à operação um caráter inequivocamente legal é a obtenção de um mandato da ONU, via Conselho de Segurança, autorizando a sua realização, mesmo contra a vontade do país-alvo, amparando-se na Carta das Nações Unidas. Não obstante, ao atuar-se neste campo de ação diplomático, há que se considerar a grande perda de tempo tempo elástico das negociações diplomáticas O Anfíbio - 8

11 já que normalmente um mandato, deste tipo, demandaria a realização de diversas reuniões, e, certamente, seria precedido de resoluções instando o país-alvo a garantir a segurança dos nacionais ameaçados e/ou autorizar o ingresso de forças específicas para este fim. Além disso, antes de autorizar o uso da força, a própria Carta recomenda o emprego de sanções de variados tipos, em especial de natureza econômica. Assim, isto poderá resultar na perda da oportunidade para a realização da operação. Não há registro de ocorrência de operações de resgate/evacuação de não-combatentes sob mandato da ONU, possivelmente pelo fator temporal aqui analisado. Em suma, pode-se afirmar que a realização de uma operação de evacuação/resgate de nãocombatentes, sem o consentimento do governo estabelecido e sem um mandato da ONU que a autorize, é intrinsecamente uma operação ilegal, à luz do Direito Internacional Público. Isto não significa que não se possa realizá-las sem autorização do governo do país-alvo, ou sem mandato da ONU. Devemos considerar, ainda, as seguintes características do Direito Internacional Público: inexistência de órgão legislador; inexistência de órgão julgador obrigatório; e inexistência de vínculo de subordinação entre os sujeitos. Mesmo constatando a ocorrência de significativos avanços neste ramo do Direito, verifica-se que o Direito Internacional é apenas uma parte de um conjunto maior que engloba as relações internacionais. A decisão de respeitar ou violar uma norma do Direito Internacional continua sendo uma questão de custo-benefício, podendo a situação e os ganhos previsíveis tornar aceitáveis tais violações. De qualquer modo, determinado país, mesmo tendo cometido violações claras ao Direito Internacional Público, tentará justificá-la à luz deste próprio corpo de normas, graças à imprecisão da reduzida instrumentação vigente. Não se pode esquecer ainda que, uma ação ilegal poderá ser aceita pela comunidade internacional, em nome de princípios mais elevados, o que lhe conferiria um caráter legítimo, capaz de ocultar ou minimizar o seu caráter ilegal. O conflito do Kosovo, em 1999, foi um excelente exemplo deste tipo de idéia. Enfim, apesar de grandes progressos ocorridos no Direito Internacional Público, o mundo hoje não é muito diferente do estado da natureza, tal como definido por Thomas Hobbes, no seu livro O Leviathan. As relações internacionais são ainda essencialmente relações de poder entre os diversos atores existentes, dentre os quais se encontram os Estados. Deste modo, é aceitável a realização de operações de resgate/enc, mesmo em oposição ao governo estabelecido, desde que, o desgaste político previsível resulte em benefícios compensadores, e que possam ser reunidos argumentos capazes de, no mínimo, amortecer os impactos resultantes das ações a serem realizadas. OPERAÇÕES DE EVACUAÇÃO DE NÃO-COMBATENTES E A REALIDADE BRASILEIRA Cenários Os cenários visualizados para a realização de uma operação de ENC são os seguintes: militares e/ou civis integrantes de forças de paz, membros de representações diplomáticas e nacionais estabelecidos em região cuja instabilidade política possa representar uma real ameaça à sua integridade física e que não tenham tido condições de deixarem a área por meio de transporte convencional. Com relação aos integrantes de forças de paz, sempre existirá a possibilidade de recrudescimento do conflito que deu origem à sua missão. Nesta situação, um dos contendores poderá não mais concordar com os termos do acordo que determinou a instalação da força de paz e exigir a sua retirada. Outra possibilidade seria quando uma desavença local coloca em risco a segurança da tropa brasileira em missão de paz. Existe, ainda, a possibilidade de que um grupo radical isolado decida pelo confronto, o que pode colocar a situação fora de controle, obrigando à retirada da área dos integrantes da missão. No caso de empresas brasileiras executando trabalhos no exterior, pode ser necessário evacuar seus funcionários, em função de conflitos regionais, sendo sua maior probabilidade de ocorrência em países da África, em virtude da combinação da forte presença brasileira e da instabilidade política característica desta região. Tal fato pode ser comprovado pela crescente participação de empresas brasileiras em licitações internacionais. Como exemplo pode O Anfíbio - 9

12 mos citar a Odebrecht na África Austral, Andrade Gutierrez nos Camarões e a Petrobras no off-shore de Angola. Temos ainda a possibilidade de evacuação de participantes de missões diplomáticas brasileiras no exterior, que, à luz do Direito Internacional Público, teriam asseguradas garantias de livre trânsito em segurança. Entretanto, inúmeras vezes tais garantias são perdidas, particularmente em regiões de atuação de grupos guerrilheiros organizados e fortemente armados. Não se deve descartar, ainda, a possibilidade de realização deste tipo de operação na América do Sul, em face da marcante presença de nossos nacionais nos demais países, como conseqüência da maior integração regional. Como podemos acompanhar nos noticiários, as forças centrífugas da globalização continuam atuando fortemente em vários países, com graves conseqüências para estabilidade política da região. A Capacidade do Poder Naval Brasileiro A Marinha, apesar das constantes restrições orçamentárias, deve manter-se capacitada a executar operações de evacuação de nãocombatentes, com o propósito de salvaguardar vidas humanas, de acordo com a PDN. A capacitação para este tipo de operação deve ser atingida em dois campos, o operativo (que envolve a preparação do pessoal) e o logístico (meios modernos e eficientes). Quanto à preparação do pessoal, nos últimos anos o Comando de Operações Navais já tem enfatizado, nas Operações UANFEX e INCURSEX, esta hipótese de emprego. O Comando-Geral do CFN por sua vez, em 2001, fruto da experiência acumulada nesses exercícios e do conhecimento específico de alguns Oficiais, publicou o Manual de Operações de Evacuação de Não- Combatentes Executada por Grupamentos Operativos de Fuzileiros Navais. Com essa publicação, o CGCFN-1310, os conceitos básicos e os procedimentos relativos ao planejamento e à execução das operações de ENC por Grupamentos Operativos de Fuzileiros Navais estão sendo consolidados. Quanto à operação de evacuação propriamente dita, o Comando de Operações Navais possui capacidade limitada para executar uma ENC de grande vulto. Entretanto, dentro da nossa realidade, ao se organizar uma ForTarAnf, podemos considerar que: O NAe São Paulo pode ser empregado em uma primeira fase para lançamento de tropa, e, em uma segunda, como navio de recebimento e processamento dos não-combatentes. O 1º Esquadrão de Apoio possue capacidade para o transporte de uma Força de Desembarque tipo Unidade Anfíbia de Fuzileiros(Uanf). As fragatas e os contratorpedeiros prestariam o Apoio de Fogo Naval, apoiando, caso necessário, a manobra em terra. O apoio aéreo aproximado poderá ser executado pelos AF-1 SKYHAWK e pelos helicópteros. Quanto aos meios de fuzileiros navais, a Marinha mantém uma força pronta de valor Unidade Anfíbia (UAnf), que possui os recursos humanos e materiais necessários ao cumprimento das tarefas em terra. As maiores limitações para a execução desta operação são logísticas, particularmente no que tange à manutenção do fluxo de suprimento para a AOA. Outro aspecto a ser considerado é o raio de ação da nossa aviação de asa rotativa. Atualmente nossa capacidade de transporte e penetração com meios helitransportados é reduzida. Baseando-se no alcance das aeronaves ESQUILO (mono-turbina), que fariam a escolta de uma coluna mecanizada ou dos helicópteros de transporte de pessoal, os SUPER- PUMA e SH-3, teríamos essa proteção limitada a um afastamento máximo 60 milhas marítimas, a partir do ponto de lançamento. A aquisição de helicópteros de transporte médios e pesados, incrementaria a nossa capacidade de transporte, tanto de pessoal como material, permitindo que uma nova dinâmica fosse implementada na condução deste tipo de operação. Ressalta-se ainda que dificilmente poderemos contar com uma disponibilidade de 100% para meios. A disponibilidade média de 60% para as aeronaves de um mesmo Esquadrão constitui-se num valor para planejamento aceitável. Quanto aos meios de superfície, historicamente a Esquadra tem operado comumadisponibilidade média de 70%. As regras de comportamento operativo não devem ser esque O Anfíbio - 10

13 cidas e serão de tal ordem que deverão proporcionar ao comandante a possibilidade do emprego das armas em presença de forças hostis para assegurar a continuidade da operaçãoeasegurançadesuas tropas e pessoal evacuado. Consideradas as limitações do nosso PN, estima-se que teríamos capacidade para evacuar aproximadamente 630 não-combatentes, mediante o emprego de uma UAnf nos moldes da Força-Pronta da Força de Fuzileiros da Esquadra, sem considerar o emprego de outros meios de transporte, que não os da Marinha. Pesados todos os fatores da decisão, em particular o ambiente em que se realizará a operação, poder-se-á optar por uma força de menor vulto, de modo a permitir um maior número de vagas para evacuados a bordo. Diante do que foi acima descrito, podemos constatar a capacidade, ainda que limitada, do nosso Poder Naval realizar uma operação de evacuação de não-combatentes. Para as ações em terra, uma UAnf tem condições suficientes para executar as suas tarefas. CONSIDERAÇÕES FINAIS As peculiaridades do contexto global neste começo do Século XXI exigem formas eficazes de cooperação em todos os campos, num firme empenhopelaconvivênciapacíficaepelo respeito mútuo. Contudo, essa percepçãonãodiminuiaconvicçãodeque as assimetrias decorrentes das desigualdades de ganhos com a globalização nos levam a considerar que a paz mundial ainda é uma utopia. O emaranhado de interesses, a interdependência econômica, faz com que, cada vez mais nacionais residam, mesmo que temporariamente,emoutrospaíses.comoalgunsdesses estados ainda encontram-se sujeitos, em maior ou menor grau, aos efeitosdasforças centrífugas daglobalização, é natural que cresça, pelo menos no meio militar, a perspectiva de crescente probabilidade de emprego de força militar no exterior, para a salvaguarda dos nossos cidadãos. Entretanto, parece que este pensamento não tem encontrado eco adequado naqueles que são os responsáveis pela nossa política externa. É freqüente o comentário de que a atividade militar e a diplomática se contrapõem, já que um dos papéis da diplomacia seria evitar o conflito, enquanto que o papel das Forças Armadas seria preparar-se para o conflito. Naturalmente, não existe essa dicotomia. As Forças Armadas e o Itamaraty trabalham, com freqüência juntos, em favor do Brasil, de seu desenvolvimento. Entretanto, julgo fundamental que assuntos como as operações de ENC sejam debatidas e exercitadas com maior intensidade e freqüência, visando ao melhor entendimento das mútuas necessidades e limitações. Por exemplo, as representações diplomáticas devem possuir um plano de evacuação, onde o embaixador ou representante diplomático local, por ser o representante do Governo, portanto a maior autoridade na área, terá um papel muito ativo e importante no desenrolar das ações. Será que existe algum plano pronto? No que se refere aos aspectos militares do assunto em pauta, conclui-se que, pelas peculiaridades abordadas, a operação de evacuação de não-combatentes requererá o emprego de técnicas e procedimentos próprios, que, por sua vez, são abordados detalhadamente no manual CGCFN A complexidade e incertezas envolvendo a ENC exigem que tenhamos, em condição de pronto emprego, uma força adestrada e equipada, capaz de fazer face às diversas situações que por ventura surjam. A Força-Pronta da Força de FuzileirosdaEsquadraemfunçãodasuamobilidade, flexibilidade, prontidão, versatilidade e capacidade logística, enquadra-se perfeitamente para a execução em terra desse tipo operação. Por outro lado, caso a situação evolua rapidamente para uma operação de resgate de não-combatentes, a utilização da organização tradicional de uma Força de Incursão, prevista em nossa doutrina, atenderá plenamente à execução das tarefas requeridas. Imaginemos que a situação em Guiné Bissau, em 1998, não evoluísse favoravelmente e o Brasil tivesse que garantir a integridade dos nossos cidadãos e evacuá-los. Certamente parcela do Poder Naval, o conjugado anfíbio,em vista das características anteriormente apresentadas, teria sido, naturalmente, a melhor opção para a solução deste tipo de problema - logicamente em conjunção com medidas diplomáticas, ou em sua continuação. Assim, vemos que a Marinha deve estar preparada para responder tempestivamente a ordem de execução de uma operação de evacuação de não-combatentes, mediante a rápida conformação de uma Força capaz de realizar esta importante e complexa missão O Anfíbio - 11

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15 A Nova Força de Fuzileiros da Esquadra Após a recente invasão do Afeganistão, iniciou-se, nos Estados Unidos da América (EUA), no âmbito das Forças Armadas, um debate sobre a importância de se ter forças de assalto leves, prontas, baseadas no mar, e que não dependam de bases de operação em território estrangeiro para se lançarem à ação. De acordo com os militares americanos, os novos campos de batalha, do qual o Afeganistão é um exemplo, terão como características dominantes a incerteza, o caos, e a assimetria. As capacidades crescentes dos sensores e o grande alcance das armas de precisão assegurarão um campo de batalha mais fragmentado e fluído, prevendo um grande imperativo para a manobra. Contra este estado de incerteza, são necessárias forças armadas modernas, capazes de sustentarem-se na ação, com flexibilidade, mobilidade, e poder de combate flexível. Quando analisamos estes conceitos, chegamos à conclusão de que o Corpo de Fuzileiros Navais (CFN) preenche estes requisitos. A Força de Fuzileiros da Esquadra (FFE), seu setor operativo, é composta totalmente por militares profissionais e voluntários, tendo a capacidade de se organizar por tarefas, combinando em si uma força leve, moderna em CONTRA-ALMIRANTE (FN) PAULO CESAR STINGELIN GUIMARÃES meios, com suficiente poder de combate e com grande capacidade de manobra. Acrescenta-se, ainda, que seus diversos Grupamentos Operativos tem capacidade para sustentar-se logisticamente, embarcam com seu próprio equipamento orgânico, incluindo viaturas leves e pesadas, carros de combate (CC), blindados leves e helicópteros, além de poderem ser apoiados por aeronaves A-4, operadas a partir do Navio-Aeródromo (Nae) São Paulo. Para manter esta capacitação ao longo de sua existência e para fazer face aos novos desafios do cenário mundial, o CFN procura manter a- tualizada sua estrutura administrativa e de combate, muitas vezes influenciadas pelas mais variadas circunstâncias, sejam de caráter externo, com o surgimento de novas doutrinas, ou internamente, para se adaptar às necessidades ditadas pela evolução da Política Nacional, sem contudo perder de vista sua mais importante característica: a capacidade de projetar poder sobre terra. Rever e manter estruturas organizacionais modernas, como as que o CFN requer, demanda um planejamento de longo prazo. A construção, a preparação e a acumulação de meios bélicos requer um tempo tal que impõe a necessidade de projetar forças com bastante antecedência. Quando pensamos na revisão de estruturas de forças não podemos deixar de considerar a influência da aquisição de novos meios e tecnologias, que aumentam sua capacidade global. No caso do CFN, por exemplo, como a incorporação dos CC SK-105A2 afetará a doutrina de Operações Anfíbias? Será que a estrutura existente do CFN suportaria o acréscimo deste novo meio e da tecnologia que traz embutida, ou seriam necessárias novas modificações? Outro aspecto a ser considerado é a crescente sofisticação dos atuais sistemas de armas, que torna inexeqüível qualquer reconfiguração de forças que não preveja um tempo de execução ao menos razoável, que O Anfíbio - 13

16 permita não apenas a obtenção dos meios necessários, mas também o atendimento dos trâmites administrativos e a mudança do perfil dos combatentes. Com o objetivo de manter atualizada sua estrutura administrativa e de combate, tendo em vista o recebimento de novos meios pelo Corpo de Fuzileiros Navais (CFN) nos últimos anos, a evolução das conjunturas nacional e internacional e as últimas alterações introduzidas na estrutura da Força de Fuzileiros da Esquadra (FFE), em 1995, o Comando-Geral do CFN (CGCFN) fez realizar, durante o ano de 2000, o simpósio O CFN e o 3º Milênio. O propósito do simpósio foi de delinear, à luz dos cenários prospectivos, em um horizonte temporal de 10 anos, o futuro conceito de emprego de Grupamento Operativos de Fuzileiros Navais (GptOpFuzNav) e outras tarefas compatíveis com organizações de fuzileiros navais, principalmente a FFE, bem como os requisitos de organização, pessoal, material e adestramento decorrentes. Ao final do simpósio, foi apresentada uma proposta de reestruturação da FFE. Este é o enfoque do presente artigo. Para que o leitor possa fazer uma comparação, apresentaremos de forma sucinta a atual estrutura, as razões que levaram à necessidade de alterá-la, a nova estrutura que extinguiu diversas unidades e criou outras, as principais vantagens e tarefas das novas unidades e uma breve conclusão. A ATUAL FFE Dentro da estrutura do Comando da Marinha, a FFE está subordinada ao Comando de Operações Navais (CON), cabendo ao Comando-Geral do Corpo de Fuzileiros Navais (CGCFN), como Órgão de Direção Setorial (ODS), prover os recursos humanos e materiais específicos necessários à FFE. Dentre as atividades do CGCFN estão a administração geral e a instrução do pessoal do CFN, a gerência do material específico de fuzileiros navais, bem como aquelas que contribuem para o desenvolvimento da doutrina empregada pelo CFN. A FFE representa a parcela do CFN que reúne os principais meios e efetivos que formam os Grupamentos Operativos de Fuzileiros Navais (GptOpFuzNav), responsáveis pela condução de Operações Anfíbias e Ribeirinhas, juntamente com a Esquadra. Cabe, ainda, à FFE, participar de Operações de Paz, proporcionando ao Brasil importante vetor de projeção internacional. Com um efetivo aproximado de 6 mil homens, ela enquadra dois grandes comandos: a Divisão Anfíbia (DivAnf) e a Tropa de Reforço (TrRef). A FFE conta, ainda, com um Batalhão de Operações Especiais de Fuzileiros Navais (BtlOpEspFuzNav) e com a Base de Fuzileiros Navais do Rio Meríti (BFNRM). A DivAnf tem as tarefas de preparar os elementos subordinados para emprego em todos os aspectos, supervisionar as atividades de base da Ilha do Governador e a prontificação dos GptOpFuzNav ou outros destacamentos específicos, além de constituir elo na estrutura administrativa e logística da MB. A TrRef, embora tenha em sua estrutura algumas unidades de Apoio ao Combate (ApCmb), é o comando centralizador das unidades de Apoio de Serviços ao Combate (ApSvCmb). Sua destinação é logística, com o seu comando não participando das Operações Anfíbias (OpAnf). É um elo intermediário na cadeia de comando, fator de equilíbrio na estrutura organizacional devido ao fato de permitir a harmonia das relações de comando, no âmbito da FFE. O BtlOpEspFuzNav tem por finalidade a execução de operações especiais, especificamente as ações de comandos e as ações de reconhecimento especializado, contribuindo para o preparo e aplicação do poder naval. A BFNRM provê ao Comando da FFE e às unidades aquarteladas em sua área o apoio administrativo, envolvendo pessoal, saúde, comunicações, transporte e segurança. Os organogramas abaixo mostram a atual estrutura da FFE O Anfíbio - 14

17 EMPREGO DA FFE A FFE, explorando a versatilidade e a flexibilidade de seus meios, é empregada através de GptOpFuzNav, que são organizações-por-tarefas com grande flexibilidade, tecnologicamente modernas, bem equipadas, leves, ágeis, dotadas de prontidão operacional, integradas por profissionais e com caráter expedicionário, capazes de cumprir diferentes tipos de missões, principalmente as OpAnf. Para o cumprimento de qualquer missão, os GptOpFuzNav são estruturados em componentes, de acordo com a natureza das tarefas recebidas: o Componente de Comando (CCmdo), o Componente de Combate Terrestre (CCT), o Componente de Apoio de Serviços ao Combate (CASC) e o Componente de Combate Aéreo (CCA). O Componente de Comando (CCmdo) destina-se a supervisionar os demais componentes e a prover as ligações externas. Seus meios são providos pela DivAnf. O Componente de Combate Terrestre (CCT) executa as ações táticas, empregando as unidades de combate e de apoio ao combate. Grande parte de seus meios são também da DivAnf. O Componente de Combate Aéreo (CCA) destina-se a prover todo o apoio aéreo e a defesa antiaérea necessários à operação, incluindo as agências de controle aéreo. Os meios aéreos são oriundos da Força Aeronaval. O Componente de Apoio de Serviços ao Combate (CASC) é o responsável pelas tarefas logísticas da Operação. Sua organização está nucleada nos meios da TrRef. Cabe ressaltar que esta estrutura é meramente administrativa. Após organizado por tarefas para o cumprimento de uma determinada missão, o CCmdo passa a ser o Comando da ForDbq; o CCT (no caso de uma Unidade Anfíbia) passa a ser o Grupamento de Desembarque de Batalhão (GDB); e o CASC transforma-se no Grupo de Apoio de Serviços ao Combate (GASC). Basicamente, o valor do GptOpFuzNav é definido pelo CCT, que pode ser uma Companhia de Fuzileiro Navais (CiaFuzNav), um Batalhão de Infantaria de Fuzileiros Navais (BtlInfFuzNav) e uma Brigada de Fuzileiros Navais (BdaFuzNav). Estas unidades nuclearão, respectivamente, um Elemento Anfíbio (ElmAnf), uma Unidade Anfíbia (UAnf) e uma Brigada Anfíbia (BAnf), também chamados de Forças de Desembarque (ForDbq). Atualmente, a DivAnf acumula as atividades inerentes ao Comando da Força de Desembarque (CmdoForDbq) e do Componente de Combate Terrestre (CmdoCCT), quando o GptOpFuzNav for de valor Brigada Anfíbia (BAnf). Com a atual estrutura e os meios hoje existentes na FFE, podemos organizar, ElmAnf, Uanf e, com algumas limitações, até uma BAnf, capazes de cumprir diferentes missões em variados ambientes operacionais. Finalmente, partindo-se da premissa de que o emprego dos Fuzileiros Navais se dará, em princípio, por meio de GptOpFuzNav, o ponto de equilíbrio entre as organizações administrativa e de combate será ter uma organização administrativa que permita uma rápida transição, ou seja, aquela que permita, em melhores condições, o aprestamento dos meios em pessoal e material necessários à composição daquelas organizações-por-tarefas. No módulo seguinte, abordaremos as principais necessidades que levaram o CGCFN, juntamente com o CON, a reajustar a estrutura da FFE. NECESSIDADES DE MUDANÇAS Em 2000, O Corpo de Fuzileiros Navais realizou o Simpósio O CFN e o 3 Milênio. Ao final dos trabalhos, dentre as sugestões apresentadas, destacou-se a necessidade de reestruturar a FFE, cuja última reorganização ocorreu em A partir de 2001, no âmbito do CGCFN e do CON, iniciou-se um estudo, balizado pelo princípio da economicidade e pela preocupação permanente com a modernização administrativa do setor operativo do CFN, visando atender ao requisito de maximizar o emprego dos recursos humanos e materiais disponíveis para o aprestamento dos GptOpFuzNav. Uma das componentes levada em consideração foi a recente reestruturação pela qual passou o Poder Militar Nacional, incluindo a institucionalização plena do Ministério da Defesa. Certamente, a realização de operações conjuntas ou combinadas aumentarão, carreando novas demandas para a seleção dos meios e o adestramento. Isto implica que qualquer alteração estrutural da FFE deve manter e aprimorar os seus meios, dispensando atenção permanente às características essenciais do Poder Naval: mobilidade, permanência, flexibilidade e versatilidade. Outro aspecto analisado foi a necessidade da reorganização permitir a adequação e a aproximação da sua estrutura administrativa aos conceitos utilizados em sua organização de combate, permitindo, quando necessário, a rápida transição de uma para outra. Por outro lado, a análise dos relatórios dos diversos exercícios e O Anfíbio - 15

18 operações mostrou que o CmdoFFE se ressentia de um Comando de Força isolado capaz de consolidar a filosofia de emprego dos GptOpFuzNav, organizados em componentes, necessários à condução das diversas operações navais, o que retardava sua prontificação. Esta lacuna dificultava o efetivo planejamento decorrente das determinações emanadas pelo CmdoFFE e o desenvolvimento de planos-padrão consoantes com o contexto atual e previsto, dificultando a aproximação com as demais Forças Singulares (FS) para o emprego Conjunto ou Combinado e, ainda, a obtenção de maior agilidade na ativação e no emprego da Força Pronta. A existência deste elemento organizacional na FFE, similar às Divisões da Esquadra, dotaria o componente de comando dos GptOpFuzNav de elementos voltados inteiramente ao planejamento e execução de diversas operações navais, tornandose o comando permanente de uma UAnf e, quando necessário, desempenhando também o comando do CCT de uma BAnf. Ainda em relação ao CmdoFFE, observamos que o BtlOpEspFuzNav, unidade responsável pela preparação dos destacamentos de Operações Especiais (DstOpEsp), otimizaria o emprego de seus recursos de pessoal e material se concentrasse as Companhias com emprego diversificado e que integram diferentes Componentes Companhia de Reconhecimento Anfíbio (CiaReconAnf), Companhia de Reconhecimento Terrestre (CiaReconTer) e Companhia de Operações Especiais (CiaOpEsp)- em uma mesma Subunidade que, para atender a variadas missões, necessita de adestramento em técnicas muito parecidas. Estando em uma mesma Subunidade, o adestramento comum otimiza os recursos e facilita o remanejamento de pessoal, à medida que ocorre maior especialização e acúmulo de mais experiências. A organização do BtlOpEspFuzNav com a integração das companhias reflete a grande importância do reconhecimento e das operações especiais no combate moderno, mormente nas Operações Anfíbias (OpAnf ). A existência de duas CiaOpEsp permitiria a composição de diversas equipes para a execução, não só do reconhecimento afastado (da LSAA à LCAF) e distante (fora da CP), mas também das ações de comandos na retaguarda profunda do inimigo. Estudando-se pontualmente a DivAnf, constatou-se uma pesada ingerência das fainas administrativas sobre os Comandos, contrariando a filosofia de criação das Bases de Fuzileiros Navais(BFN), principalmente nas atividades diárias das atuais companhias independentes, com semi-autonomia administrativa, não permitindo que aquelas estruturas estivessem especificamente voltadas para suas atividades-fins. Assumiram tarefas administrativas que demandam o emprego de elevados contingentes humanos e que, hoje, são da competência das BFN. Estes desvirtuamentos levaram ao consenso de que novas estruturas, a nível batalhão, centralizando atividades similares e reduzindo a amplitude de comando, trariam economicidade administrativa, padronização de procedimentos e facilidade no adestramento e na manutenção dos meios, concorrendo diretamente para melhorar a prontificação da Força. Além da carga administrativa verificada acima, observou-se alguns óbices para o emprego eficiente daquela Força Subordinada, a seguir relacionados: 1. alguns dos elementos de apoio ao combate (ApCmb), que atuam basicamente em seu proveito, não lhes são subordinados, como é o caso das Viaturas Blindadas (VtrBld) de transporte de pessoal, fato que dificulta a integração com os Carros de Combate (CC),meios de características semelhantes, que devem operar em conjunto; 2. presença de Subunidade Independente com tarefa exclusiva de instalação e operação do PC da Força e, conseqüentemente, reduzida aplicabilidade em outras atividades; 3. restrita capacidade de controle dos meios aéreos e de apoio ao seu desdobramento em terra; e 4. presença de elementos de apoio ao combate (ApCmb), com atribuição de apoiar tropa de outras forças e unidades, demandando coordenações adicionais. Em relação ao primeiro óbice, e tendo em vista que dificilmente os CC serão empregados separadamente da tropa de Infantaria embarcada em CLAnf ou em VtrBId e que a CiaVtrBld também poderá operar em conjunto com estes meios, a CiaCC e a CiaVtrBld seriam concentradas em uma única Unidade, a nível de Batalhão, podendo, inclusive, nuclear mais uma peça de manobra da BAnf, quando necessário. Os CLAnf, em face de suas características e da complexidade logística que os envolve, devem ficar separados sob um único comando, aliviando, assim, o rol de preocupações do Comandante da Unidade. A nova OM, além de otimizar os meios de O Anfíbio - 16

19 manutenção, centralizaria o planejamento, a coordenação e o controle das atividades de adestramento, logísticas e administrativas de blindados e Anti-Carro (AC). Outro aspecto ressaltado está no fato de que esta OM, enquadrando os novos CC SK105A2 e as VtrBld da família M- 113, bem como uma seção de CCL SR Cascavel, possibilitaria um melhor preparo e emprego dos meios blindados pelos GptOpFuzNav, principalmente na execução das tarefas de segurança, de reconhecimento e vigilância blindados e integrando Forças de Contraataque. Como exemplos destas tarefas, citam-se a constituição de vanguarda, de flancoguarda e de retaguarda de grupos-tarefa; ações de segurança de área de retaguarda (SEGAR); o reconhecimento de eixos, de zonas e de áreas; e o atendimento dos graus de resistência de vigiar e retardar, tarefas estas que adquirem significado especial em função das grandes frentes e profundidades normalmente encontradas nas operações dos GptOpFuzNav. A criação de uma Unidade com as características descritas acima, além de reunir meios que demandam a mesma filosofia e sistemas análogos para a manutenção, e que exigem recursos humanos com formação básica semelhante, preencheria importante lacuna existente na FFE, dotando seus GptOpFuzNav com tropas de alta mobilidade, ação de choque, capacidade de comunicações, proteção blindada e grande integração. Quanto à presença de uma Subunidade independente com a tarefa exclusiva de operar Posto de Comando (PC) de força, a Companhia de Comando da divisão Anfíbia(CiaCmdoDivAnf), os relatórios apontavam a existência de deficiências no preparo e emprego dos meios de comando e controle dos nossos GptOpFuzNav. Verificou-se que a ausência de um elemento organizacional de nível Batalhão, que permitisse a integração sistêmica desses meios e sistematizasse seu emprego, evitando sua dispersão, tem causado, atualmente, algumas dificuldades na condução de exercícios e operações. Outro aspecto a mencionar em relação ao Comando e Controle, era a necessidade de um órgão que congregasse os especialistas destinados à análise e o processamento dos dados coletados pelas diversas agências de busca da Força, quando em operação, em apoio aos CmdoGptOpFuzNav. Esta nova estrutura decorre da necessidade de integração das informações obtidas pelas diversas agências de busca hoje existentes, que abrangem meios eletrônicos, Unidades de Combate (UCmb), de Apoio ao Combate (UApCmb), de Apoio de Serviço ao Combate (UApSvCmb) e outras, para garantir um desejável assessoramento aos CmdoGptOpFuzNav durante seu processo decisório e no Controle da Ação Planejada. Atualmente, por sua inexistência, as informações e informes obtidos não são adequadamente utilizados, com a perda do princípio da oportunidade e com o desgaste desnecessário, principalmente, dos elementos especializados na tarefa de obtenção de dados. Por outro lado, verificamos que, além da CiaCmdo, a DivAnf, dispõe atualmente de outra Unidade, nível Companhia Independente a Companhia de Comunicações (CiaCom)- que, junto com a Companhia de Guerra Eletrônica (CiaGE), opera no espectro eletromagnético. Em função de seus equipamentos e tarefas, os efetivos destas duas companhias possuem a mesma formação básica, tanto para o emprego quanto para a manutenção, e se adestram, cada uma, utilizando-se dos recursos da outra. Deste modo, a união da CiaCmdo com parcelas da CiaCom e da CiaGE, sob um mesmo Comando, sanaria as deficiências apresentadas e permitiria a esta unidade desempenhar as tarefas de montar, de operar, e de assegurar as facilidades de controle e de coordenação dos meios desdobrados de um PC de GptOpFuzNav, além de garantir a centralização dos meios de manutenção orgânica, o planejamento e a coordenação do adestramento, e, ainda, otimizar o emprego dos recursos humanos e materiais disponíveis, hoje dispersos na FFE. Esta agregação de meios similares sob um comando único proporcionaria consideráveis economias de pessoal, racionalização administrativa e flexibilidade na alocação de recursos humanos e materiais parcialmente intercambiáveis, ampliando consideravelmente a capacidade dos CmdoGptOpFuzNav para o exercício da autoridade e a supervisão das ações durante as operações. Quanto à capacidade dos GptOpFuzNav de controlar e coordenar os meios aéreos, foram sentidas deficiências durante os exercícios e operações, por ocasião do recebimento da aviação baseada em terra e do posterior apoio requerido, principalmente na coordenação dos meios aéreos e de defesa antiaérea (DAAe) a baixa altitude, intento que O Anfíbio - 17

20 cresce de importância com a introdução de aeronaves de asa fixa na aviação naval. Outra deficiência foi a exigüidade de sensores de vigilância aérea, impedindo a divisão de meios de Defesa Antiaérea (DAAe) e de Controle Aerotático (CtAetat), e também a carência de recursos adicionais para o emprego dos meios aéreos em regiões ribeirinhas, onde os navios que têm capacidade de controle aéreo operam com restrições. A falta de uma Unidade com as capacidades relatadas vem dificultando a coordenação eficaz entre o emprego de vetores aéreos e dos meios antiaéreos, a ampliação da disponibilidade de meios para reconhecimento aéreo em áreas de risco para as aeronaves convencionais, e, ainda, a disponibilização de uma outra estrutura alternativa capaz de nuclear o Centro de Controle Aerotático (CCA), quando necessário. As restrições de controle e coordenação dos meios aéreos pelos GptOpFuzNav seriam corrigidas com a criação de uma Unidade, valor Batalhão, congregando os meios da Bateria de Artilharia Antiaérea (BiaArtAAe) com parcelas da CiaCmdo e da CiaCom, hoje todas Subunidades independentes da DivAnf. A nova Unidade, além da BiaArtAAe, que manteria sua estrutura atual, seria organizada com uma Subunidade dedicada especificamente ao Controle Aéreo, dotada dos meios necessários para executar a vigilância e o controle aéreo com radares de grande alcance e apoiar o estabelecimento de todas as agências de controle de aviação em terra, podendo, quando necessário, nucleá-las e ao CCA também, além de prover a defesa antiaérea dos GptOpFuzNav. Dessa Forma, a criação de uma Unidade, valor Batalhão, de Defesa Antiaérea e Controle Aerotático, otimizaria o emprego de recursos em pessoal e material, fechando uma lacuna existente na estrutura organizacional da FFE, que é a limitada capacidade de controle do espaço aéreo pelos GptOpFuzNav. No Comando da Tropa de Reforço (CmdoTrRef), as deficiências visualizadas dizem respeito ao emprego da Companhia de Apoio ao Desembarque (CiaApDbq), atualmente inclusa no atual Batalhão de Engenharia de Fuzileiros Navais (BtlEngFuzNav), e a falta de uma Subunidade com tarefas de Defesa Biológica, Química e Nuclear (DQBN) A CiaApDbq, além de ser uma unidade ímpar nas Forças Armadas (FFAA), tem funções específicas no planejamento e na execução de OpAnf, com atribuições e contatos em diversos níveis de comando. Sua missão numa OpAnf é, através do Destacamento de Praia (DP) e do Destacamento de Zona de Desembarque (DZD), organizaçõespor-tarefas, assegurar a continuidade do movimento de tropas, de equipamentos e de suprimentos em ambiente descontínuo mar-terra ou ar-superfície no momento mais crítico de uma operação anfíbia, onde inicia-se a edificação do poder de combate em terra. A existência da CiaApDbq é fundamental para nuclear os diferentes níveis de DP e de DZD. Caso a CiaApDbq se tornasse uma Subunidade independente, sem autonomia administrativa, e subordinada diretamente ao CmdoTrRef, seu emprego seria otimizado, facilitando as atividades de preparo e emprego próprios, melhorando, conseqüentemente, a capacidade de ApSvCmb aos GptOpFuzNav durante o desembarque. A deficiência dos GptOpFuzNav com a Defesa Química, Biológica e Nuclear (DQBN) avultou de importância após os recentes acontecimentos internacionais envolvendo atos terroristas com o uso de agentes químicos e biológicos e também pela não observância de procedimentos de descontaminação de pessoal e equipamentos, empregados pelos GptOpFuzNav em missões de paz pela ONU. Acrescenta-se, ainda, a falta de uma mentalidade de DQBN no CFN. Esta ameaça crescente seria sanada com a criação de uma organização específica, que constituiria o núcleo do Sistema de DQBN do CFN, com a finalidade de prestar o ApCmb e o ApSvCmb, nas atividades relacionadas à DQBN, aos GptOpFuzNav, nas Operações de Fuzileiros Navais ou a outras organizações-por-tarefas que venham a ser organizadas. Suas tarefas seriam preparar e manter os equipamentos específicos, instruir e adestrar seu pessoal nos assuntos relacionados à descontaminação, controlar os estoques de munições e de seus vetores, realizar a detecção e identificar os agentes QBN, além de contribuir para o desenvolvimento da doutrina de DQBN, no âmbito do CFN. Como, normalmente, as tarefas de DQBN, principalmente a descontaminação, serão atividades realizadas na retaguarda, próximo às Áreas de Apoio Logístico (AApLog), a fração a ser criada poderia se subordinar ao Batalhão Logístico (BtlLog), do CmdoTrRef. Por outro lado, com a transformação da CiaApDbq em Subunidade independente, com meios de comando, de comunicações e de serviços gerais fornecidos pelo BtlEngFuzNav, surgiu a necessidade de reestruturá-lo O Anfíbio - 18

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