MAYRA PANIAGO HISTÓRIA DO BRASIL

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1 MAYRA PANIAGO HISTÓRIA DO BRASIL TEORIA 196 QUESTÕES DE PROVAS DE CONCURSOS E VESTIBULARES GABARITADAS Teoria e Seleção das Questões: Prof.ª Mayra Paniago Organização e Diagramação: Mariane dos Reis 1ª Edição OUT 2012 TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. É vedada a reprodução total ou parcial deste material, por qualquer meio ou processo. A violação de direitos autorais é punível como crime, com pena de prisão e multa (art. 184 e parágrafos do Código Penal), conjuntamente com busca e apreensão e indenizações diversas (arts. 101 a 110 da Lei nº 9.610, de 19/02/98 Lei dos Direitos Autorais). contato@apostilasvirtual.com.br apostilasvirtual@hotmail.com

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3 SUMÁRIO 1. A SOCIEDADE COLONIAL: economia, cultura, trabalho escravo, os bandeirantes e os jesuítas Questões de Provas de Concursos e Vestibulares A INDEPENDÊNCIA (CRISE DO SISTEMA COLONIAL) E O NASCIMENTO DO ESTADO BRASILEIRO. INDEPENDÊNCIA DA BAHIA. CONJURAÇÃO BAIANA Questões de Provas de Concursos e Vestibulares A ORGANIZAÇÃO DO ESTADO MONÁRQUICO E PERÍODO IMPERIAL. SABINADA. REVOLTA DOS MALÊS Questões de Provas de Concursos e Vestibulares A ORGANIZAÇÃO POLÍTICA E ECONÔMICA DO ESTADO REPUBLICANO. A GUERRA DE CANUDOS. A PRIMEIRA GUERRA E SEUS EFEITOS NO BRASIL. O MOVIMENTO DE 1930 (A REVOLUÇÃO DE 30) Questões de Provas de Concursos e Vestibulares O PERÍODO VARGAS REPÚBLICA GETULISTA ( ). A SEGUNDA GUERRA MUNDIAL E SEUS EFEITOS NO BRASIL Questões de Provas de Concursos e Vestibulares OS GOVERNOS DEMOCRÁTICOS Questões de Provas de Concursos e Vestibulares DITADURA MILITAR ( ). OS GOVERNOS MILITARES Questões de Provas de Concursos e Vestibulares NOVA REPÚBLICA (1985 AOS DIAS ATUAIS) Questões de Provas de Concursos e Vestibulares GABARITOS... 99

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5 HISTÓRIA DO BRASIL 1 A SOCIEDADE COLONIAL: economia, cultura, trabalho escravo, os bandeirantes e os jesuítas. Introdução O início da colonização do Brasil ocorreu como um desdobramento político e econômico das viagens marítimas empreendidas pelos portugueses ao longo dos séculos Xv e XVI. Estas viagens foram intensamente motivadas pela busca de um novo caminho para as Índias. Este movimento se justificou em função da riqueza que representava o comércio oriental que, desde o final do século XIV estava controlado por comerciantes italianos, provenientes das cidades de Gênova e Veneza. Ainda é importante considerar a força do monopólio exercido pelos comerciantes da cidade de Constantinopla, que desde 1453 foi ocupada pelos turcos. A partir desta situação, aqueles comerciantes ou cidadão qualquer que quisesse comprar tais mercadorias, o fazia mediante o pagamento de altos impostos, o que tornava muito caro o comércio de especiarias no continente europeu. Especiarias: mercadorias muito cobiçadas na Europa a partir do século XIII. Constituíam de produtos orientais como temperos: cravo, canela, gengibre, noz-moscada, pimenta do reino, cominho. E produtos de uso pessoal como perfumes, seda, joias, além de mercadorias para uso doméstico como tapetes, vasos de porcelana, dentre outros. O sucesso destas mercadorias de deveu ao fascínio exercido por elas em uma época em que a vida europeia era marcada pelos hábitos mais rústicos. O uso de especiarias passou a ser típico de alguns grupos sociais em ascensão como burgueses e a nobreza, interessada em demonstrar poder. Os trinta primeiros anos ( ) que se seguiram após a chegada dos portugueses foram marcados por certo descaso da Coroa em relação à terra descoberta. Isto ocorreu porque os primeiros europeus que chegaram aqui não encontraram o que de fato pudesse justificar a instalação de uma empresa colonial. Ou seja, a ausência de metais preciosos não motivou o começo da colonização do Brasil. Outro fator relevante foi o crescimento e lucratividade do comércio oriental. Entre 1501 e 1502, o rei de Portugal enviou para cá algumas expedições de reconhecimento do litoral brasileiro. Estas expedições foram responsáveis pela denominação de algumas localidades e acidentes geográficos como o Cabo de São Roque, Cabo Frio, São Vicente e outros. Estas expedições constataram a presença do paubrasil, uma madeira da qual se extraía uma tinta vermelha muito utilizada na Europa na manufatura têxtil, e que era exportada do Oriente. Atividade de extração: o pau-brasil. Durante mais de três décadas, os portugueses desenvolveram uma atividade extrativista ao longo do litoral brasileiro, desde o Cabo de São Roque, no atual estado do Rio Grande do Norte até o Cabo Frio, Rio de Janeiro. A atividade econômica era realizada mediante o estanco, isto é, monopólio régio. O que significa dizer que a madeira pertencia à Coroa portuguesa que autorizava cidadãos portugueses a vir até aqui e fazer a retirada da madeira mediante o pagamento de um imposto: o quinto. O primeiro carregamento de pau-brasil saído daqui foi feito por Fernão de Noronha, em As viagens marítimas resultaram na chegada do europeu ao continente americano. Espanhóis colonizaram boa parte da America Latina, os ingleses colonizaram parte da América do Norte, juntamente com os franceses e os portugueses, a partir de 1500 iniciaram o processo de colonização do Brasil. Importante considerar que o continente americano já estava densamente povoado mesmo no século XIV, quando as primeiras expedições espanholas estiveram por aqui. As áreas da América do Norte eram povoadas pelos sioux, iroqueses, apaches, comanches, cree, esquimós e outros. Na área de colonização América espanhola as populações maias, incas e astecas desenvolveram sociedades agrícolas muito avançadas com a formação de impérios bem estruturados. Na América do Sul, indígenas tupis, xavantes, guaranis, caraíbas, jê viviam como caçadores e coletores. Colonização do Brasil Mapa mostrando as áreas de extração de pau-brasil A atividade de extração do pau-brasil não resultou numa ocupação ou povoamento efetivo do litoral brasileiro. Por ser de caráter móvel, esta atividade econômica prolongou-se no litoral com a fundação de feitorias, utilizadas para o armazenamento da madeira. Na medida me que esgotava-se a madeira em uma região, logo os colonizadores buscavam outra área deixando a 5

6 anterior abandonada. O trabalho utilizado no corte e carregamento da madeira era feito mediante a exploração da mão de obra indígena, em um formato que denominou-se de escambo. Os índios trabalhavam sem o uso do dinheiro, recebendo objetos de pouco valor em troca do corte do pau-brasil. Em virtude da falta de ocupação do território e em função da contestação da França ao Tratado de Tordesilhas, que não admitia a divisão do mundo somente entre portugueses e espanhóis, o período foi marcado pelo aparecimento de várias incursões de franceses ao longo do litoral brasileiro. Esta presença significou a realização do contrabando de pau-brasil, ameaçando a posse das terras brasileiras por parte dos franceses. Por conta disso, a ameaça de perda do território brasileiro e, em virtude da crise no comércio oriental, o rei de Portugal D. João III determina a colonização do Brasil. Era, portanto necessário fazer a terra produzir e, ao mesmo tempo, ocupá-la mediante a fundação de vilas e cidades para afastar a ameaça estrangeira. A criação das Capitanias Hereditárias Em 1530, o rei de Portugal envia ao Brasil uma expedição chefiada por Martin Afonso de Sousa com o objetivo de penetrar no território brasileiro a fim de conhecer melhor a terra. Por isso, em 1532 foi criado o regime de Capitanias Hereditárias, cuja experiência já havia ocorrido desde a ocupação e colonização das ilhas de Madeira e Açores, no litoral africano. A pretensão de D. João era colonizar o Brasil sem ter ônus nesta empreitada, visto que o estado português enfrentava uma forte crise econômica. O que significou uma terceirização do processo de colonização: os particulares assumiam a tarefa de colonizar as terras brasileiras. Dividiu-se o Brasil em catorze lotes lineares (sendo que São Vicente foi dividido em dois, o que resulta em quinze lotes ao todo), que iam do litoral até o meridiano de Tordesilhas. Estes lotes foram entregues a doze donatários que eram escolhidos pelo próprio rei. Ao receber seu lote, o donatário recebia também um documento chamado Carta de Doação, onde passou-se ao capitão donatário a posse da terra autorizando o usufruto da riqueza que dela viesse. Outro documento recebido foi o Foral, nele estavam registrados os direitos e deveres dos donatários, estabelecendo inclusive os impostos que eles deveriam pagar à Coroa portuguesa. Ao analisarmos os resultados práticos deste modelo político e administrativo podemos concluir que foi um verdadeiro fracasso. A tarefa de colonizar exigia vultosas quantias em dinheiro, o que não era para qualquer um. Por isso boa parte das Capitanias ficou abandonada. Entretanto, cinco lotes iniciaram a produção açucareira: as capitanias de Pernambuco, Baía do Todos os Santos, São Jorge dos Ilhéus, Porto Seguro e São Vicente. Outro elemento importante a considerar como dificuldade no funcionamento das Capitanias foi a descentralização política que vigorou durante o período. Havia uma enorme falta de comunicação entre elas e entre elas e o governo português. Era necessário centralizar os poderes na Colônia. A instituição do Governo Geral Diante dos problemas enfrentados com o funcionamento das Capitanias Hereditárias, a Coroa portuguesa decidiu impor medidas mais austeras para efetivar a colonização do Brasil. Em 1548 foi criado o Governo-Geral. Sua função era exercer a centralização político administrativa na colônia, sem acabar com as Capitanias Hereditárias. O primeiro governador geral foi Tomé de Sousa que chegou ao Brasil de posse de um documento real chamado Regimento de Tomé de Sousa. O documento definia as funções do sistema: organizar o povoamento do território, promovendo a ocupação das áreas, e instituindo uma capital na colônia. A escolha da Capitania da Baía de Todos os Santos para ser a sede do governo colonial se deu por conta da posição estratégica desta capitania em relação ao litoral brasileiro. Ao observarmos um mapa concluímos que a cidade de Salvador, foi fundada numa área que possuía uma posição equidistante tanto ao norte quanto ao sul do Brasil. E isto favoreceu a centralização administrativa, um dos grandes pilares do governo-geral. Com o governo-geral foram criados três cargos que auxiliaram diretamente o governador. Ao provedor-mor cabiam as funções de arrecadação de impostos em toda colônia; o ouvidor-mor exercia a justiça; e o capitãomor cuidava da defesa da colônia. Tomé de Sousa empreendeu uma política de organização da colonização instituindo um bispado com a finalidade de evangelizar os índios. No entanto, o governador teve dificuldades em impor suas leis, uma vez que os donatários das capitanias mais prósperas. Mesmo sabendo que as leis estabelecidas por Tomé de Sousa vinham diretamente do rei de Portugal, os donatários das capitanias de Pernambuco, São Vicente, Porto Seguro, Ilhéus, Espírito Santo não quiseram obedecê-las. Duarte da Costa ( ) substituiu Tomé de Sousa e teve muitos problemas no Rio de Janeiro por causa das tentativas francesas de fundar uma colonização na região: a França Antártica. Duarte também se desentendeu com o bispo aqui no Brasil por conta da necessidade de escravização dos indígenas, prática rejeitada pela Igreja Católica. Mapa com a divisão das terras brasileiras em Capitanias Hereditárias Mem de Sá ( ) resolveu o problema com os franceses expulsando-os do Rio de Janeiro, ação que resultou na criação da cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro. 6

7 Durante o funcionamento do Governo Geral até 1580 cada vila possuía uma Câmara Municipal da qual faziam parte os chamados homens bons. Denominação dada pelos próprios proprietários de terras e de escravos. Estas câmaras eram responsáveis pela aplicação das leis em nível local, o que resultou na formação de uma elite oligárquica que marcou toda a história do Brasil colônia, Império e até meados da época republicana. Entre 1571 até 1580 o Brasil teve os seguintes governadores gerais: Luís Fernandes de Vasconcelos, Lourenço da Veiga, D. Luís de Brito e Almeida e Antônio Salema. Os dois últimos governaram ao mesmo tempo, sendo que o primeiro administrou a parte norte da colônia (capital em Salvador) e o último, a área sul do Brasil (capital no Rio de Janeiro). A União Ibérica ( ) O período que seguiu ao Governo-Geral ficou conhecido como União Ibérica. Foi uma época em que o Brasil ficou submetido ao domínio da Espanha. Esta situação um tanto quanto curiosa foi resultado de um grande problema dinástico em Portugal. Em 1578 Portugal perde o seu rei, D. Sebastião, em uma batalha no norte da África, na região de Alcácer Quibir. Sem deixar sucessores diretos, o trono português é assumido pelo tio-avô de D. Sebastião, D. Fernando, que também era bispo. Em idade já avançada, D. Fernando morre pouco tempo de ter subido ao trono. Sem deixar herdeiros, o trono português passa a ser reivindicado pelo rei da Espanha, D. Felipe II. Felipe II era primo de D. Sebastião e seria o herdeiro mais próximo e apto a assumir o trono de Portugal. Com esta ascensão, Portugal passou a ser governado pelo rei da Espanha, havendo uma união das coroas ibéricas. Esta época foi uma das mais prósperas para os espanhóis por causa da imensidão do Império sob seu domínio. Aqui na América, com a União Ibérica, a consequência mais importante foi a inoperância do Tratado de Tordesilhas, já que eram terras que pertenciam ao mesmo rei. Ao longo desta época, vários movimentos de ultrapassagem do meridiano foram registrados na história do Brasil. Do ponto de vista administrativo, Portugal procurou garantir o controle da Colônia nas mãos de uma aristocracia portuguesa, o que foi feito com mediante o Juramento de Tomar, documento em que Felipe II reconhece a autonomia administrativa do Brasil a Portugal. Atividade açucareira Economia colonial Áreas no território colonial onde houve o desenvolvimento da economia açucareira. A economia açucareira esteve assentada em quatro pilares: monocultura, latifúndio, mão de obra escrava e a produção atendiam em especial o mercado externo. O que definiu estas características foi a colonização de exploração empreendida por Portugal nas terras brasileiras. O sistema colonial português inibiu as possibilidades de desenvolvimento da colônia. Toda a produção econômica efetivada no Brasil estava destinada ao enriquecimento da metrópole. O que não impediu que houvessem atividades econômicas destinadas a atender a demanda interna. Um elemento importante deste processo produtivo foi a exclusividade que o Estado português teve sobre a produção açucareira. Os senhores de engenho eram obrigados a vender sua produção apenas para comerciantes portugueses e, somente deveriam comprar as manufaturas de que necessitavam nas mãos dos também comerciantes portugueses. Não havia liberdade comercial. Tudo isso significou que os senhores de engenho do Brasil não podiam fazer outra transação comercial que não fosse a partir das mãos dos portugueses. Estes comerciantes tanto definiam os preços do açúcar quanto os valores das manufaturas, e, não apenas os senhores, mas toda a população colonial era o- brigada a se submeter aos preços ditados por Portugal. O engenho era a unidade produtora básica. Este nome é utilizado para designar não apenas o local onde se desenvolve a produção do açúcar, mas a fazenda açucareira também pode ser definida como um engenho. Veja na imagem que segue uma gravura que ilustra parte de uma área dentro de uma fazenda açucareira. Conhecida dos europeus desde o século XIII, o açúcar tornou-se o produto principal dentro do processo produtivo colonial. Era um produto bastante apreciado e caro! na Europa medieval, sendo vendido em pequenas quantidades. Era impensável a venda do açúcar como fazemos nos dias de hoje. As primeiras experiências portuguesas com o cultivo da cana de açúcar aconteceram nas ilhas do litoral africano: Madeira, Açores, Cabo Verde e São Tomé. Mas, em função da geografia local, em especial o clima, ao ser introduzida no Brasil, por volta de 1530, a produção já entrava em decadência por lá. 7

8 O processo de agromanufatura açucareira era complexo e exigia um volume grande de trabalhadores. Segue uma ilustração que mostra as etapas de beneficiamento do açúcar. É importante ressaltar que o açúcar produzido no Brasil não era embranquecido ou refinado por aqui. Ele teria a aparência do açúcar que hoje chamamos de mascavo. Ao sair do Brasil nos navios portugueses, o açúcar era encaminhado, através de Portugal, para a Holanda. Lá ele era beneficiado. Isso quer dizer que Portugal não possuía tecnologia para o refino do açúcar, alugando alugando assim as usinas holandesas para este fim. Alguns historiadores afirmam que somente em Amsterdã (capital da Holanda) havia mais de cinquenta refinarias do açúcar brasileiro. Um engenho real Engenho de trapiche Pelo que vemos nas imagens, um engenho real era aquele que era movido à água, onde o fazendeiro aproveitava um córrego ou rio, riacho em sua fazenda para mover a moenda. Tal prática dispensava os trabalhadores para outras atividades. Já o engenho de trapiche, era aquele que utilizava uma tração, seja ela humana ou animal para fazer funcionar a moenda. Dentro da fazenda açucareira havia a casa grande local de moradia do senhor de engenho e de sua família; a senzala local onde moravam as crianças, os homens, mulheres africanos escravizados; casas dos trabalhadores livres feitores, capitães do mato; roça de subsistência geralmente para produção de feijão, milho, mandioca, hortaliças, e árvores frutíferas; área de pasto destinada à criação de gado bovino. A Pecuária Esta atividade econômica foi uma das mais importantes do período colonial, e até os dias atuais se pensarmos na dimensão da criação de gado bovino brasileiro frente aos mercados internacionais. A pecuária inicialmente se constituiu como atividade econômica complementar à grande produção açucareira. Em geral, todo fazenda açucareira contava com a criação de gado bovino que atendia a uma demanda muito crescente. O gado era utilizado como transporte, alimento e tração. As primeiras cabeças de gado chegaram ao Brasil com Tomé de Sousa em fins da primeira metade do século XVI. No início da colonização, o gado era criado no próprio engenho, com a expansão dos rebanhos e da lavoura canavieira, tornou-se necessária a saída do gado de dentro das fazendas para o sertão. A partir da Bahia e de Pernambuco, o gado penetrava os sertões seguindo os caminhos dos rios (o Rio São Francisco é um exemplo muito importante na expansão da pecuária) chegando até Minas Gerias, Maranhão, Piauí. Isto quer dizer que a pecuária foi responsável direta pela expansão do território brasileiro para além dos limites do Tratado de Tordesilhas colaborando para a interiorização do processo colonizador. Aqui, é importante considerar o papel exercido pela pecuária no nascimento de cidades como Feira de Santana, interior do estado da Bahia. A fazenda denominada Sant Anna dos Olhos D Água, era local de paragem de boiadas que seguiam da capital _ Salvador para vários lugares no interior brasileiro, ou no sentido inverso, do interior para a capital. Esta peculiaridade acabou por resultar no nascimento de uma cidade que se tornou o maior entroncamento rodoviário do nordeste e norte brasileiro na atualidade. Tudo isto por causa da sua história ligada ao comércio de gado e de outros produtos advindos da rotatividade de pessoas na localidade. Isto, nos séculos XVIII e XIX. Na região Sul da Colônia a criação de gado bovino era destinada à produção de charque carne salgada que era comercializado nas áreas do sul ou da região sudeste. A produção fumageira ou o tabaco No começo da colonização do Brasil, a cultura do fumo era desenvolvida por uma espécie de agricultura familiar. De origem indígena o produto encontrou bons mercados na Europa a partir do século XVII. Seu crescimento ocorreu na Bahia, nas áreas próximas ao chama- 8

9 do Recôncavo Baiano, Alagoas, Sergipe e Pernambuco. Muitas vezes o fumo era destinado à África para o escambo na aquisição de homens e mulheres do continente para serem traficados na América. O Escravismo Colonial Ao iniciar o projeto colonizador no Brasil o estado português, em concordância com a Igreja Católica, procurou expandir a fé cristã. De certa forma a colonização se deu em um quadro missionário, ou seja, dentro dos interesses religiosos que envolviam a catequese das populações nativas. Muito significativa é a frequente discordância entre o Governo-Geral e os Jesuítas na primeira metade do século XVI. Ao lado da necessidade de desenvolver a catequese estava a urgente demanda de trabalho na lavoura açucareira. Este impasse somente seria resolvido com a utilização do trabalho africano na modalidade de trabalho escravo. No início o trabalho na lavoura de açúcar foi sustentado pelo indígena mas com a expansão cada vez maior da produção açucareira, foi necessário trazer para o Brasil outro trabalhador. Sem contar que o Tráfico Negreiro se constituiu em mais uma fonte de renda para o Estado português. Extremamente rentável, o tráfico alimentava uma rede de empresários que pagavam altos impostos ao governo de Portugal. Rotas do Tráfico Negreiro África / Brasil Ao contrário de outras experiências históricas escravistas (o caso da escravidão clássica ou antiga, realizada na Grécia ou na Roma antigas), o escravismo moderno colonial foi mercantil. Isto quer dizer que era absolutamente voltada para a maximização dos lucros para as potências europeias. Economia mineradora O século XVIII representou a época de maior extração de ouro no Brasil o apogeu da atividade mineradora inaugurou uma nova forma de dependência brasileira à economia inglesa. Uma análise mais ingênua da história do Brasil nos permite fazer algumas perguntas: como foi possível ao Brasil estar dependente da Inglaterra se os seus laços econômicos eram com Portugal? Se a economia colonial deveria ser lucrativa para a metrópole, não seria Portugal o país mais rico neste contexto? Estes questionamentos serão respondidos à medida que formos aprofundando análise sobre a conjuntura mundial no século XVIII. Africanos sendo vendidos em portos no Brasil A substituição do trabalho do indígena pelo trabalho do africano esteve acompanhada de mudanças na legislação referentes à escravização indígena. Percebemos que houve uma relação de interesse, tanto por parte da Igreja quanto do Estado português na substituição da mão de obra. À Igreja o contato com o indígena teve um caráter catequético, ao Estado o contato com o africano teve um caráter econômico. Importante considerar que, ao longo do século XV, os portugueses já tinham experiência no comércio regular de africanos. Homens e mulheres que saíram da África e rumaram para o Brasil eram de diversas etnias das áreas atlânticas: bantos, iorubás, malês, ganeses, sudaneses. E ao longo de trezentos anos de escravidão no Brasil, mais de 5 milhões de africanos foram trazidos para cá nos porões dos Tumbeiros (navios que transportavam homens, mulheres e crianças em condições subumanas). O que o- correu foi uma verdadeira Diáspora africana (ou seja, uma intensa dispersão de populações inteiras provenientes da África para o Brasil). Mapa mostrando as áreas de exploração de ouro e diamantes, no Brasil Colonial. No que diz respeito à colônia, a atividade mineradora resultou em mudanças significativas quando comparadas à economia açucareira, não só do ponto de vista econômico, como também provocou a interiorização de populações que saíram do litoral para as regiões de Mato Grosso, Goiás e em especial para Minas Gerias e o deslocamento do eixo econômico do Nordeste para o centro sul. As primeiras minas de ouro foram encontradas na região de Minas Gerias em fins do século XVII e a notícia se espalhou rapidamente provocando uma verdadeira corrida para esta região. Pessoas procedentes da região 9

10 açucareira percorriam milhares de quilômetros pelo chamado caminho do Rio São Francisco, em busca de enriquecimento rápido. Este caminho foi o mais percorrido no sentido nordeste sudeste, tanto por pessoas como também pelo trânsito de boiadas que abasteciam a região das minas. Em 1702 a Coroa portuguesa, tentando impedir o contrabando, decretou o fechamento desse caminho, exceto às boiadas. Neste contexto, até a população metropolitana migrou para a Colônia. Para evitar o despovoamento da metrópole, a Coroa portuguesa adotou a exigência do porte de documentos mínimos (a partir de 1720), sem os quais as pessoas não poderiam sair de Portugal. Esse superpovoamento da região das minas provocou alguns problemas iniciais: o solo impróprio dificultou a cultura de gêneros agrícolas para alimentar a população da região (fome endêmica de 1698 e 1700); o transporte de escravos para essa região agravou a necessidade de alimentos e resultou na escassez de mão de obra nas regiões nordestinas. Essa situação levou a Coroa Portuguesa, pressionada pelos senhores de engenho, a adotar por volta de 1711 a proibição de venda de escravos que trabalhavam nas regiões açucareiras. De qualquer forma, mesmo à contra gosto da metrópole, um comércio interno de escravos foi intensificado. O êxito da atividade extrativa de ouro colaborou para a estagnação, ainda maior da região nordestina, isto porque além do desvio natural de mão de obra, o início da dinamização do comércio na região sudeste, e especialmente o Rio de Janeiro que abastecia o mercado mineiro, provocou uma crise profunda na região que já havia sido a maior fornecedora mundial de açúcar. A crise açucareira dos séculos XVII e XVIII era consequentemente a crise dos senhores de engenho. A relação entre a crise econômica nordestina e o sucesso da mineração está no fato de que a economia colonial oscilava de acordo com a demanda internacional. A extração do ouro Quando comparada à agro manufatura do açúcar, a mineração não exigia grandes capitais. Seu baixo nível técnico levou ao rápido esgotamento das minas. Assim como a economia açucareira que precisou de grandes contingentes de trabalhadores, a mão de obra escrava, em função da exigência metropolitana, também foi utilizada nas áreas de mineração. Entre 1741 e 1761 a produção de ouro atingiu seu auge. Neste período existiam dois tipos de exploração das jazidas: a lavra e a faiscação. A lavra era usada em jazidas importantes, em que trabalhavam inúmeros escravos (há notícias de que o número existente nas maiores minas era de cem trabalhadores), os quais constituíam a mão de obra básica, embora houvesse trabalhadores assalariados. As lavras correspondem à época de auge da mineração, quando havia abundância de recursos e a produção alcançou alto nível. Ilustração de uma lavra Além das lavras, havia a pequena extração, atividade móvel, sem ponto fixo de exploração, em que cada um trabalhava por si. Os instrumentos usados eram a bateia (espécie de peneira de madeira em forma de cone aberto), o carumbém (gamela para transportar minérios) e o almacafre (enxada empregada nas minas). Uma parte dos faiscadores era composta de homens livres; outra parte, de escravos, incumbidos por seus senhores de entregar certa quantidade em ouro, podendo guardar o excedente e, posteriormente, talvez, até comprar a sua liberdade. O ouro podia se localizar na areia ou no cascalho dos rios. A faiscação cresceu à medida que se deu o esgotamento das minas. Os faiscadores nômades passaram a ocupar os lugares abandonados por antigos exploradores (KOSHIBA e MANZI, 2002). Assim que era descoberto o ouro, era imediatamente comunicado à autoridade, que intervinha na delimitação da área fazendo a divisão em datas (que eram propriedades com o tamanho aproximado de 2,20 m²). O descobridor da mina era o primeiro a receber e escolher a sua data, ao rei cabia outra e ao guarda-mor da Intendência outra. O restante era dividido mediante sorteio entre os que haviam solicitado (por meio de uma petição) ao superintendente. O tamanho das datas variava de acordo com o número de escravos que o explorador tinha. O minerador tinha um prazo de 40 dias para iniciar a exploração, do contrário perderia sua terra. Há registros de casos em que o proprietário vendia sua data ao comprovar a perda de escravos. Em outro momento, a aquisição de novos escravos, o minerador poderia candidatar-se ao sorteio de nova data. A legislação na região mineradora era rígida. Existiam muitas leis que regulavam a fiscalização e a cobrança de impostos na região das minas, nota-se um grande emaranhado de medidas e frequentes alterações que se explicam pela importância que a atividade mineradora possuía para a Coroa Portuguesa. Afinal, foi o ouro brasileiro que rendeu divisas ao reino lusitano e garantiu as importâncias necessárias ao seu comércio, e que inclusive permitiu que a sua balança de comércio se equilibrasse em raros momentos. Neste caso, era preciso garantir a total lucratividade da extração do ouro, enrijecendo a cobrança de impostos e a fiscalização. 10

11 Desde o século XVII, quando foi criado o Código Mineiro, Portugal já garantia a cobrança do quinto sobre o rendimento das minas. Na medida em que as descobertas se intensificaram novas formas de tributação foram sendo adotadas. A principal delas foi a criação das Casas de Fundição, onde o quinto era arrecadado, o ouro, fundido e timbrado, sendo as barras marcadas com o selo real. Tal medida tinha como objetivo legalizar a circulação do metal e impedir o contrabando nas estradas. Para esta fiscalização alfandegária nas estradas, criaram-se os Registros. Lingotes de ouro quintado Em 1713, a Coroa portuguesa fixou a produção em torno de 30 arrobas anuais de ouro, em cada cidade na região nas Minas Gerais. No ano de 1715, foi estabelecido o pagamento de 10 oitavos de ouro por bateia (cerca de 3,58 g) ou por escravo (imposto também conhecido por Capitação. Em 1718, em virtude dos descontentamentos das populações locais, o volume das arrobas anuais caiu para 25 quilos, medida que sobe para 37 em Em 1722 foram criadas Casas de Fundição nas cidades de Vila Rica, Sabará, são João Del Rei e Vila do Príncipe. Por volta do ano de 1724 as arrobas anuais sobem para 52 quilos de ouro por localidade e, em 1735 a capitação subiu para 17g por escravo maior de 14 anos. Em 1736 os estabelecimento comerciais pagavam entre 8 a 24 oitavas de ouro anuais. O que chegou a render aos cofres portugueses 113 arrobas por ano. Em 1750 foi o ano em que as arrobas anuais chegaram ao máximo: 100 arrobas por cada localidade! Nesta última cobrança, quando o total de arrobas não era atingido, era facultado ao Estado português fazer uma cobrança forçada, mais conhecida como derrama. Nela, os bens de qualquer colono poderiam ser confiscados até que todo o total arrecadado na região fosse alcançado. Quando o tempo foi passando, as minas foram de esgotando. Neste caso, pode-se imaginar os abusos e violências cometidos em nome da arrecadação de ouro. Alguns historiadores chegam a afirmar que, a partir de 1760, o quinto não atingiu as 100 arrobas anuais, sendo verificadas invasões a domicílio, a pontos comerciais realizadas sob ordens da Coroa. Escravos eram treinados, desde meninos, para engolirem as pepitas, exercitando-se com feijões e grãos de milho. Os suspeitos eram forçados a tomar purgante de pimenta malagueta para expelir os objetos de crime de lesa-majestade... Os dedos dos pés, as unhas e as narinas também eram utilizado s para ludibriar o fisco. As procissões dos santos do pau-oco tinham alguma eficácia: dentro das imagens, muita riqueza! (ALENCAR, Chico. História da sociedade brasileira. Rio de Janeiro: Ao Livro Técnico, 1996, p.62) Sociedade mineradora Na região das gerais, a sociedade tendeu a ser muito diferente da sociedade a- çucareira nordestina. Esta última caracterizou-se pela rigidez na estratificação social, marcada pelo binômio SENHOR DE ENGENHO e TRABALHADOR ESCRAVIZADO (um falso binômio porque a sociedade nordestina estruturou-se muito além destas duas camadas sociais. Havia uma camada intermediária relativamente definida, com a presença de profissionais liberais, comerciantes, funcionários públicos e padres, dentre outros). A urbanização e o crescimento da atividade comercial e artesanal contribuíram para a estruturação de uma sociedade mais diversificada e menos rígida. Existem dados que mostram com abundância a presença de artesãos nas cidades de Vila Rica, São João Del Rei e Sabará. Além do mais, os trabalhadores escravizados, ainda que raramente, tiveram a possibilidade de juntar ouro e comprar a carta de alforria. Mesmo assim a opressão era grande. A vida útil de um trabalhador de mina de ouro variava entre dois a cinco anos! É importante salientar também que a sociedade mineradora possuía uma estrutura mais flexível e dela nasceu a sistematização de ideias que questionavam o sistema colonial português. Neste sentido não podemos perder de vista uma grande contradição do Sistema Colonial que acabou selando o seu final: a metrópole exigia da Colônia o cumprimento da sua função histórica, por isso entende-se pela obrigação do exclusivo metropolitano, em que a Colônia precisava abastecer a metrópole e servir de mercado consumidor de produtos manufaturados europeus. Foram exatamente estas exigências que tornou insustentável a vida dos colonos, que começaram a falar pela independência. As consequências da mineração. Muitos resultados podem ser arrolados. Alguns já sinalizamos ao longo da discussão: a interiorização de populações vindas de regiões, o impulso dado a urbanização e ao crescimento do comércio, assim como a diversificação das categorias sociais nesta região (conforme veremos adiante), consequentemente diversificação das novas exigências na economia na região mineira. o desenvolvimento do setor agrícola ligado à subsistência, ainda que a região tivesse solo paupérrimo. o deslocamento geográfico da importância econômica do Nordeste para o Sudeste. Prova disso foi a transferência da capital da Colônia de Salvador para a cidade do Rio de Janeiro em o impulso comercial ocorrido com a abertura de novos núcleos urbanos. Em relação a esta última consequência, para Portugal este impulso representou uma relativa independência dos comerciantes brasileiros às manufaturas inglesas empurradas no mercado colonial. O que não deveria ocorrer. A existência de fábricas e teares amedrontava a Coroa portuguesa. Em 1785, D. Maria I, rainha de Portugal, assinou um Alvará que proibia a existência de máquinas, exceto aquelas que teciam as grossas roupas dos escravos. 11

12 Os motivos eram claros: o desenvolvimento manufatureiro no Brasil não interessava a Portugal, já que as á- reas coloniais existiam para enriquecer a metrópole e não a si mesmas. Outro motivo é que, diante do que constava no Tratado de Methuen (1703), acordo assinado entre Portugal e Inglaterra, tratado também conhecido pelo apelido panos e vinhos, os portugueses deveriam comprar todas as manufaturas que precisassem dos comerciantes ingleses. A crise da mineração - Por volta de 1770 a extração de ouro e diamantes no Brasil caiu de forma vertiginosa, caracterizando como efêmera a riqueza da minas na Colônia. Existem várias explicações para este declínio. É ponto pacífico entre os historiadores os motivos de ordem geográfica na localização das minas no Brasil. Segundo especialistas, as jazidas de ouro localizadas aqui eram de formação geológica recente, ou seja, superficiais. Isto provocou o esgotamento rápido das minas que, somado à falta de recursos técnicos avançados para explorar os locais mais rochosos, levou a uma queda brusca na exploração do ouro. Além das questões técnicas, a inoperância do sistema administrativo e a corrupção dos funcionários levaram a acentuada crise mineradora. Inoperância no sentido de que a Coroa portuguesa não se importava com as técnicas, quer dizer, o importante era o pagamento dos impostos, nada mais. A falta de relações mais próximas entre mineradores e poderes públicos, a não ser por intermédio dos castigos e punições para os conflitos, dificultou as possíveis buscas de soluções para a queda de arrecadação dos impostos. Não havia uma preocupação em incrementar as técnicas de extração do ouro porque para Portugal não havia uma crise mineradora, mas aumento do contrabando nas regiões mineiras. Sendo assim, enquanto a extração / arrecadação caíam, crescia a opressão metropolitana e o descontentamento dos moradores frente a esta conjuntura extenuante de Portugal. Produção algodoeira O algodão teve o Maranhão e o Grão-Pará como áreas de produção mais antigas no Brasil. Com ele eram feitos tecidos, apesar da proibição metropolitana, e em alguns casos os seus novelos serviam de moedas. Ceará, Pernambuco, rio de Janeiro, São Vicente e Goiás foram outras áreas onde o seu plantio ocorreu. A partir da segunda metade do século XVIII houve uma grande expansão na produção algodoeira, especialmente a produção maranhense. Grande compradora de algodão matéria prima importante na Revolução Industrial a Inglaterra deixou, a partir da Guerra de Independência dos EUA, de se abastecer com o produto das fazendas do sul daquele país, passando a comprar o algodão brasileiro para alimentar suas fábricas têxteis. A atuação dos jesúitas Desde o início das grandes navegações portuguesas, ainda no século XV, havia um claro interesse da I- greja Católica na expansão do cristianismo. Prática justificada pelo fracasso militar e religioso do movimento das Cruzadas em direção ao Oriente, em um confronto direto entre cristãos e muçulmanos. Ao iniciar o processo de colonização das terras brasileiras, por volta de 1530 com a instituição das Capitanias Hereditárias, a Igreja Católica viu nesta empreitada, uma oportunidade de expandir a fé católica. Neste contexto histórico europeu, estava acontecendo a Reforma Protestante e a divulgação dos ideais luteranos, calvinistas amedrontavam a Igreja Católica. Como resposta ao movimento protestantista, a Igreja Católica reagiu de forma bastante direta. A criação da Companhia de Jesus marcou o começo de um longo processo de evangelização / divulgação do catolicismo no Brasil. Foi por isso que, ao desembarcar no Brasil, o primeiro governador-geral Tomé de Sousa se fez acompanhar pelo jesuíta Manoel da Nóbrega. Em 1551 foi criado o primeiro bispado no Brasil. Mais tarde, já com o governador Duarte da Costa, chega à Colônia José de Anchieta. A colonização então assumiu um caráter missionário. Foi por conta deste objetivo religioso que nesta época aconteceram os primeiros atritos entre jesuítas e colonizadores em relação à utilização ou não dos indígenas como trabalhador principal nas terras coloniais. Além das preocupações referentes à evangelização da população indígenas, cabia aos jesuítas cuidar da educação formal na Colônia. A fundação de colégios ou escolas jesuíticas serviu para educar os filhos da aristocracia brasileira. Invasões holandesas A partir da instituição da União Ibérica a história do Brasil Colônia modificou-se de forma bastante significativa. Mesmo preservando aos portugueses o domínio sobre o Brasil, o novo contexto de união das coroas ibéricas acabou por resultar num envolvimento de Portugal e, inclusive do Brasil, nos conflitos internacionais espanhóis. Até o final do século XVI a Espanha era uma potência econômica e marítima, situação que levou ao início de rivalidades entre a Espanha e a Inglaterra, a Espanha e a França e, por fim conflitos intensos entre a Espanha e a Holanda. Este último trouxe conseqüências importantes para a História do Brasil que foi o início do domínio holandês sobre o nordeste açucareiro brasileiro. Ao subir ao trono espanhol no final do século XVI, Felipe II tornou-se também rei dos Países Baixos por conta de sua herança paterna. No entanto as divergências religiosas entre os dois locais Espanha católica e Holanda protestante levaram a um conflito político que teve como resultado direto a independência da região holandesa em relação à Espanha. Em represália ao ato de liberdade, o rei da Espanha embargou o comércio dos holandeses com o açúcar brasileiro. E, como sabemos, os holandeses tinham uma participação bastante importante no comércio do açúcar brasileiro: o refino, transporte e distribuição do produto na Europa eram feitos por comerciantes holandeses. O afastamento dos holandeses do negócio açucareiro levou-os a criar companhias de comércio que tinham como objetivo ampliar a atividade comercial em vários lugares no mundo. Em 1621, foi criada a Companhia das Índias Ocidentais, cujo objetivo maior era romper o embargo espanhol ao comércio açucareiro. 12

13 A primeira investida holandesa em território brasileiro ocorreu em 1624, na cidade de Salvador. A justificativa para a ocupação desta área estava no fato de ser a cidade sede do Governo-Geral e um grande centro e- conômico colonial. Iniciativa frustrada por causa da amplitude da defesa na capital da Colônia, apesar de ter ocorrido uma breve vitória na região. Em 1630, os holandeses voltaram ao Brasil. Desta vez o alvo foi a Capitania de Pernambuco, que era a maior área de produção açucareira de todo o Império Português. Vitoriosa na investida, os holandeses, sob o comando do Conde Maurício de Nassau, permaneceram por lá até A administração holandesa em Pernambuco mostrou muito eficiente do ponto de vista dos objetivos traçados pelos invasores na época. Ao chegarem na região os holandeses encontraram muitos problemas: engenhos abandonados e a produção açucareira em franca decadência por conta das dificuldades comerciais enfrentadas pelos senhores de engenho em função da U- nião Ibérica e o envolvimento dos espanhóis em vários conflitos internacionais. Esta conjuntura desorganizou a produção e o comércio açucareiro por causa do afastamento dos holandeses desta atividade econômica. No entanto, a política da Companhia das Índias e a administração nassoviana reergueram a atividade açucareira novamente. Dentre as medidas de caráter político, administrativo e econômico empreendida pelos holandeses em Pernambuco destaca-se: Liberação de empréstimos a prazos longos e juros baixos aos senhores de engenho, com a finalidade de ajudá-los na reorganização da produção açucareira; Política religiosa de tolerância e liberdade, com a permissão do livre culto católico e protestante. O objetivo era evitar que houvesse conflitos entre os senhores de engenho portugueses descendentes católicos e administradores holandeses protestantes; Reestruturação urbana da cidade de Olinda, com a pavimentação de ruas e avenidas, bem como a construção de vias de saneamento básico na região; Urbanização da Vila de Maurícia, que mais tarde tornaria a cidade de Recife; Controle das áreas fornecedoras de mão de obra no continente africano, a fim de dar continuidade ao tráfico negreiro para a região nordestina de domínio holandês. O fim do domínio holandês começou a ocorrer depois de 1640, quando os portugueses fizeram a Restauração do trono, colocando ponto final na União Ibérica. Com o fim do domínio espanhol sobre Portugal, era do interesse deles regularizar a situação da Colônia em relação à Metrópole. Além disso, o envolvimento da Holanda com os conflitos europeus afetou suas finanças, fazendo com que a política econômica que, inicialmente era condescendente em relação aos senhores de engenho, mudasse por conta da crise. Tal atitude, somada à demissão de Nassau, provocou revoltas entre os senhores de engenho, o que levou à Insurreição Pernambucana ( ). O movimento anterior levou à expulsão dos holandeses do nordeste brasileiro. Com a ausência destes, houve o início da decadência açucareira no Brasil. Já os holandeses, com toda a experiência adquirida por aqui, começaram a desenvolver a produção do açúcar nas Antilhas, acabando com o monopólio que o Brasil exercia até então com a produção e comercialização açucareira. As Entradas e Bandeiras Os primeiros movimentos de interiorização do território brasileiro ocorreram com as chamadas Entradas e Bandeiras em pleno século XVII. Estas expedições partiram inicialmente da Capitania de São Vicente em virtude da decadência da produção açucareira neste século. Apesar do sucesso inicial do açúcar em São Vicente, com o passar do tempo seu plantio entrou em decadência no local por causa, dentre outros fatores, da sua posição geográfica em relação ao nordeste. A distância resultou em dificuldades de comunicação com a metrópole, fato que resultou numa profunda crise econômica na região. Por isso algumas expedições saíram em direção ao interior da capitania com o objetivo de encontrar ouro. Foi o que denominou-se de bandeirismo de caça ao ouro. Outro fator que possibilitou a interiorização foi a busca de mão de obra indígena para solucionar o problema de escassez de trabalhadores escravos nas áreas ao sul da Capitania da Baía de Todos os Santos. Essa escassez foi provocada pelo monopólio holandês em áreas do litoral africano, canalizando o tráfico negreiro para Pernambuco. Este bandeirismo de caça ao índio também pode ser chamado de bandeirismo de preação. Os dois movimentos resultaram em um importante processo de expansão do território brasileiro, ultrapassando os limites declarados do Tratado de Tordesilhas. A atuação dos bandeirantes levou ao ataque destes homens a muitas missões jesuíticas, em função da mão de obra já disciplinada pela catequese. O sertanismo de contrato foi outro tipo de movimento bandeirante, mas voltado para a captura de africanos fugitivos ou aquilombados. Muitos senhores de engenho no nordeste tiveram prejuízos com a fuga de trabalhadores gerada pela desorganização instalada na região em função das guerras contra os holandeses. Isto fez com que alguns proprietários recorressem aos sertanistas. A destruição do Quilombo de Palmares, instalado no atual estado de Alagoas, na época Capitania de Pernambuco, ocorreu por intermédio da atuação de um bandeirante chamado Domingos Jorge Velho. Importante ressaltar a importância das Entradas e Bandeiras para o crescimento do território brasileiro sem perder de vista que tais expedições atuaram de forma muito violenta no ataque a aldeamentos indígenas e quilombos. 13

14 A sociedade colonial Na área nordestina de produção açucareira a estratificação social era fortemente hierarquizada. O mundo rural se organizou com base sobre um estrito patriarcalismo. O patriarca, na liderança dos dois núcleos, cuidava dos negócios, mantinha a linhagem e a honra familiar, procurando exercer sua autoridade sobre a mulher, os filhos e demais dependentes sob sua influência. Com freqüência, o filho mais velho herdava o patrimônio (primogenitura), enquanto seus irmãos eram encaminhados aos estudos para se tornar bacharéis em Direito, médicos ou padres. Ligados ainda à família patriarcal ou sob sua influência, por razões econômicas, políticas ou laços de compadrio, estavam os vizinhos: sitiantes, lavradores, gente que mantinha laços de dependência e solidariedade para com o chefe da família. BRAICK, Patrícia Ramos e MOTA, Myriam Becho. História; das cavernas ao terceiro milênio. Da conquista da América ao século XIX. São Paulo: Moderna, 2005, p Nesta área açucareira, a relação entre os indivíduos pertencentes a etnias diferentes era baseada em forte preconceito dos europeus sobre os africanos e seus descendentes. Inclusive as mulheres africanas eram assediadas sexualmente pelos seus senhores, prestando-lhes favores sexuais. Destas relações fora do casamento nasciam crianças mestiças que, dificilmente eram reconhecidas pelo lado europeu do relacionamento. São estes indivíduos que farão, durante o período em que vigorou a escravidão no Brasil, o papel de feitores ou capitão do mato. No âmbito urbano, até mesmo em cidades do nordeste como Salvador ou Olinda, trabalhadores escravizados ou escravizadas executavam trabalhos mais leves do que seus companheiros do mundo rural. Inclusive a vida útil de um trabalhadora do eito era de, em média de 10 ou até 15 anos de trabalho. Na cidades, muitos trabalhadores chegavam a envelhecer exercendo ofícios de vendedores ambulantes, prostitutas, amas de leite, dentre outros. Nos engenhos muito trabalhados eram executados por africanos desde os trabalhos braçais até trabalhos domésticos. Nas regiões das minas de extração de ouro e diamante, a mobilidade era maior, chegando inclusive a situações em que alguns trabalhadores escravizados conseguiam comprar suas cartas de alforria. No entanto, a vida útil de um trabalhador na mineração dificilmente ultrapassava a 07 anos. A invalidez chegava bem cedo. QUESTÕES DE PROVAS DE CONCURSOS E VESTIBULARES 1. [Soldado-(T1)-PM-BA/2009-FCC].(Q.32) Analise o texto. Não era possível explorar a colônia sem, de certo modo, desenvolvê-la; ainda que esse "desenvolvimento" se fizesse nas linhas de uma economia dependente, não podia deixar de envolver um aumento necessário de população na colônia, e uma complexidade crescente da sociedade colonial o que começava a abrir a possibilidade de pouco a pouco se manifestar oposição de interesses entre os colonos e a metrópole. Nesse sentido, o perigo secessionista é inerente ao processo de colonização, e com ele se defrontaram todas as metrópoles. Mas, num segundo plano e, dadas as peculiaridades de relação colônia-metrópole, no caso Brasil-Portugal, o simples crescimento demográfico da colônia já se apresentava como algo ameaçador: quando a descoberta dos metais nobres e o início da mineração provocaram um forte movimento populacional para as Minas Gerais, atemorizam-se os dirigentes metropolitanos. (Fernando A. Novais. Portugal e Brasil na crise do antigo sistema colonial. São Paulo: Hucitec, p. 142) Uma análise do texto permite afirmar que, no processo de colonização do Brasil, a) Portugal, para explorar a colônia, teve que estabelecer as bases do desenvolvimento que, contraditoriamente, acabou despertando ideais de libertação na colônia. b) Portugal, por medo da ameaça dos invasores, deu autonomia às capitanias hereditárias para desenvolverem uma economia diversificada na colônia. c) a Coroa portuguesa, ao permitir, desde o início, a criação de indústrias na colônia, possibilitou o surgimento de grupos políticos interessados na acumulação de riquezas. d) a Coroa portuguesa, para impedir a divisão da colônia, estimulou o crescimento da população com o objetivo de assegurar a posse do território americano. e) a Metrópole portuguesa, com o intuito de promover o desenvolvimento autônomo da colônia, criou um sistema de controle e de fiscalização nas regiões mineradoras. 2. [Guarda Municipal-(CA01)-(T1)-SEAD-Pref. Munic. Salvador-BA/-2008-FCC].(Q.31) O cultivo de cana-de-açúcar foi implantada no Brasil colônia, pois a) o açúcar era um produto muito rentável para o comércio europeu, sua técnica de cultivo já era conhecida dos portugueses e propiciava uma solução para a necessidade de ocupação e povoamento do território. b) os jesuítas, nas missões, introduziram com sucesso esse cultivo, que se adaptou bem ao clima quente, úmido e ao solo de massapé do litoral nordestino, tornando-se muito lucrativo para a exportação. c) a coroa portuguesa firmou vantajosos acordos financeiros com mercadores holandeses, que centralizaram, de forma eficiente, o controle da produção e da distribuição comercial. d) o pau-brasil e o ouro encontrados inicialmente foram explorados de forma predatória e se esgotaram, havendo a necessidade da introdução de um cultivo permanente, em larga escala. e) os bandeirantes passaram a aprisionar índios e a negociar a compra de escravos com comerciantes responsáveis pelo tráfico negreiro, fornecendo mão-de-obra excedente que foi aproveitada em plantações de cana. 14

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