REDES DE COMPUTADORES E A CAMADA FÍSICA
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- Aparecida Azevedo Aleixo
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2 CENTRO FEDERAL DE ENSINO TECNOLÓGICO DE SANTA CATARINA UNIDADE DE SÃO JOSÉ NÚCLEO DE TELECOMUNICAÇÕES REDES DE COMPUTADORES E A CAMADA FÍSICA CAPÍTULO 11 REDES PRIVADAS Prof. Msc. Jorge H. B. Casagrande novembro 2008
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4 SUMÁRIO REDES PRIVADAS Introdução UNIDADES DE DERIVAÇÃO Unidade de Derivação Digital Unidade de Derivação Analógica ServerSwitches MULTIPLEXADORES Multiplexador FDM Multiplexador TDM Multiplexador TDM Estatístico PROCESSADORES DE REDE LINHAS PRIVATIVAS COMERCIAIS SLDD Descrição APLICAÇÕES MERCADO ALVO Benefícios Vantagens DETALHES DE CONTRATAÇÃO E PROCESSO DE EFETIVAÇÃO OPÇÕES DEQUALIDADE DE SERVIÇO QoS COMPOSIÇÃO DE PREÇOS Fidelização e ressarcimento:
5 11 REDES PRIVADAS 11.1 Introdução Desde que o modem passou a fazer parte das telecomunicações como um componente para encurtar distâncias para comunicação de dados e que a capacidade dos computadores passou a ser real e comercial, várias redes começaram a ser construídas com os vários propósitos. As Redes Privadas pioneiras eram de alto custo e se baseava em soluções proprietárias com computadores de maior porte hospedeiros (Hosts) e terminais burros ou inteligentes distribuídos nas unidades das empresas que podiam estar espalhadas em uma área geográfica extensa, tudo custeada pelo mesmo proprietário. Usando a interface serial RS232 como única fonte de comunicação com o Host, foi assim que elas nasceram e assim perduraram até meados da década de 90. As operadoras de Telecomunicações, observando este crescimento, investiram em sua infra-estrutura para aproveitar esta oportunidade e poder atender mais esta que seria a maior promessa de mercado (e que de fato foi...). Equipamentos e tecnologias foram planejados, normatizados pela indústria e organismos internacionais e adquiridos conforme propósito e necessidade. A operadora começou a oferecer para seus clients, enlaces (links) contratados em regime de locação mensal com 2 ou 4 fios de par trançado da mesma estrutura física bastante capilarizada do sistema telefônico. Para ampliar o uso das redes ou melhorar sua performance ou otimizar a infra-estrutura, alguns equipamentos passaram a ser os principais atores desta expansão: Multiplexadores, Processadores de Rede e Unidades de Derivação Digital (UDD). Associado com os links alugados com a operadora, as redes privadas tiveram uma tendência única: Crescimento exponencial. Atualmente todas as redes que conhecemos deixaram de ter a infra-estrutura privada para ser totalmente terceirizadas por operadoras. A conectividade é ampla, com leque de opções para as mais diversas mídias e para todos os gostos e preços. Esta evolução continua acontecendo com as novidades como a Metro-ethernet e Wireless. Hoje com poucos investimentos é possível criar uma rede privada wire-less dentro de sua residência, empresa ou até mesmo fora dela, mas ainda assim em algum ponto vamos querer estar em contato com o mundo, com a Internet. Nesse ponto as operadoras com suas mega-estruturas (privadas) continuam a ser nosso ponto de referência como elo de conexão com o mundo. Muitos dos equipamentos que foram sementes destas infra-estruturas, já não participam mais como linha de produtos comerciais, mas é necessário conhecer seus fundamentos para entender como chegamos até este ponto. Para isso vamos conhecer um pouco das UDDs que deram 5
6 origem aos Serverswitches, Multiplexadores e processadores de rede que inspiraram as várias redes de telecomunicações atuais como Frame-Relay, ATM e IP UNIDADES DE DERIVAÇÃO Em muitas aplicações de um sistema computacional centralizado com vários terminais remotos, o uso destes terminais não se faz de uma forma contínua. Neste caso, as transações realizadas com o computador central são esporádicas; o que não justifica o uso de uma linha dedicada especialmente para aquele terminal. Usando as unidades de derivação é possível compartilhar uma única linha de comunicação, um par de modens e uma única porta digital de um DTE por diversos outros terminais (DTEs). A unidade de derivação garante então que somente um dos terminais utilize a linha de comunicação em um determinado momento. Este equipamento é utilizado em sistemas que utilizam protocolos multi-ponto. Terminal 1 MEIOÚNICO UDD Terminal 2 Computador Central Porta digital compartilhada Modem Compartilhado Terminal 3 Figura Aplicação de uma Unidade de Derivação Conforme mostrado na figura 11.1, quaisquer um dos terminais pode se comunicar com o computador central. A unidade de derivação controla este acesso permitindo que somente um se comunique por vez bloqueando portanto, o acesso à linha pelos demais. Uma vez que o terminal termine a sua transação a linha é liberada para que um outro terminal se comunique. Basicamente, o sinal que é introduzido pela porta única de um lado (chamado de porta principal) é difundido para todas as portas do outro lado (portas secundárias). Já o sinal que é introduzido por uma das portas secundárias é transferido para a porta principal, e as outras portas secundárias permanecem bloqueadas até que acabe a transmissão. 6
7 Portas Secundárias Porta Principal UNIDADE DE DERIVAÇÃO (a) Propagação de sinais que entram na porta principal Porta Principal UNIDADE DE DERIVAÇÃO Porta Secundárias bloqueadas (b) Propagação de sinais que saem da porta principal Figura Propagação de Sinais na Unidade de Derivação As unidades de derivação proporcionam ainda o cascateamento para aumentar o número de terminais Unidade de Derivação Digital A UDD permite o compartilhamento de uma porta digital por diversos terminais. A UDD se constitui basicamente em uma chave que direciona os sinais de dados, controle e sincronismo, da interface digital principal (porta principal compartilhada) para um dos usuários conectado nas portas secundárias. Em um dado momento. A UDD controla o uso da porta principal impedindo que mais do que um terminal a utilize simultaneamente. O primeiro que começou a transmitir tem prioridade sobre os demais. A ilustração a seguir demonstra o uso da UDD em uma configuração básica onde não estão sendo usados modems. A UDD neste caso permite o compartilhamento de uma porta digital do computador central, para quatro terminais. 7
8 PP-Porta Principal PS-Porta Secundária DTE1 PP PS1 PS2 DTE2 UDD PS4 PS3 DTE3 Computador Central DTE4 Conforme pode-se observar o computador central é o equipamento que está sendo compartilhado pelos terminais (DTE) de 1 a 4. O DTE compartilhado é ligado a porta principal (PP) enquanto os terminais são ligados as portas secundárias (normalmente em número de 4 a 6). Quando o computador central quer transmitir para o terminal 3, por exemplo, ele coloca o sinal na porta PP e a UDD distribui esse sinal igualmente para todas as portas secundárias (ver Fig.11.4.a). A distinção entre qual dentre os terminais é o destino deverá ser realizada por algum protocolo de comunicação, conforme visto anteriormente. Normalmente os quadros de protocolo de comunicação multiponto possuem um campo de endereço que permite realizar a identificação do destino da mensagem. O terminal endereçado aceita a mensagem enquanto os demais a ignoram. Observe-se no entanto que a UDD é transparente ao protocolo. Deve se notar também a bufferização de sinais permitindo a homogeneidade de impedâncias e de capacidade de corrente no sistema. A UDD retransmite para as portas secundárias não somente o sinal de dados como também os sinais de controle. No caso de uso em comunicação síncrona os sinais de sincronismo também são distribuídos. Em sua forma mais simplificada a comunicação no sentido inverso se dá da seguinte forma (ver Fig.11.4.b): Supondo que o DTE 4 deseja transmitir, então esse terminal aplica um sinal RTS em ON informando a UDD que deseja transmitir. A UDD responde com um CTS caso outra porta secundária não esteja já utilizando o meio compartilhado. 8
9 Em circuitos de dados onde a porta secundária é conectada aos terminais através de modems, o controle não será mais realizado por RTS mas sim pelo sinal DCD (CT 109), o que era de se esperar pois quando o terminal remoto aciona o RTS, a onda portadora é propagada e quando detectada ativa o sinal DCD no modem conectado a UDD. Normalmente, a ligação de uma UDD para um terminal deve ser realizada por um cabo direto (TX com TX, RX com RX etc.) como se a UDD fosse um modem (a UDD possui suas interfaces se comportando como um DCE!!). Considerando isso, no caso da conexão de um modem a uma UDD, o cabo a ser utilizado é o cruzado ( cross-over ). Sinais TX, DTR, RTS e sincronismo provindos do DTE PORTA PRINCIPAL PORTA SECUNDÁRIA 1 PORTA SECUNDÁRIA 2 PORTA SECUNDÁRIA 3 PORTA SECUNDÁRIA 4 (a) Estrutura de repetição de sinais injetados na porta principal da UDD Fig Visão Interna da UDD Sinais TX, DTR, RTS provindos do DTE ligado a uma porta secundária PORTA SECUNDÁRIAS Controle das Portas Secundárias RTS 1 RTS 2 RTS 3 RTS 4 (b) Estrutura de controle de uma porta secundária 9
10 Um item importante no uso de uma UDD é o sinal de sincronismo. Este sinal pode ser chamado de sincronismo principal, quando o sincronismo vem da porta principal para as portas secundárias e sincronismo secundário quando a temporização vem de uma das portas secundárias para a porta principal. Cada um destes sinais pode ser gerado pelo equipamento ligado a qualquer uma das portas (principal ou secundária) e é distribuído a todas as outras portas. O sincronismo pode ainda ser gerado internamente na própria UDD. O sincronismo secundário pode ser fixo, vindo de uma das portas ou variar com o tempo, vindo da PS ativa. Isso pode ser programado internamente na UDD. Um outro ponto a se observar é que os circuitos associados a transmissão de dados da PS para PP devem estar configurados para uso de portadora controlada (inclusive em circuitos onde um modem está ligado a uma porta PS). No sentido oposto isto é desnecessário. As UDDs disponíveis no mercado possuem opções para diversas interfaces digitais. Desta forma é possível encontrar UDDs para baixa velocidade, baseando-se na RS232C. Em outros equipamentos, para velocidades mais elevadas pode-se por exemplo encontrar interfaces V.35. Estas UDDs normalmente são dotadas de mecanismos anti-streaming, isto significa que quando um terminal, de forma errônea começa a enviar dados continuamente ( stream ) este pode ser bloqueado seja automaticamente através de um mecanismo de temporização (considera-se um bloco máximo de dados normalmente selecionável), seja de forma manual. Finalmente, além da política de atendimento por varredura seqüencial ( scanning mode ) é possível implementar um esquema de prioridades no atendimento de portas PS de forma a priorizar determinados terminais Unidade de Derivação Analógica Esses equipamentos possuem funcionalidade similar as UDDs mas devem ser conectados a parte analógica dos circuitos de comunicação. As UDAs são mais complexas e portanto mais caras que as UDDs mas, no entanto permitem economizar mais modems. As UDAs introduzem menores atrasos quando as LPCDs secundárias são semelhantes entre si ou quando os modems remotos fizerem equalização automática. Suas aplicações se limitaram a quatro fios e atualmente caíram em desuso. 10
11 Interface analógica Terminal 1 UDA Terminal 2 Terminal 3 Computador Central Porta digital compartilhada Fig Unidade de Derivação Analógica 11.3 ServerSwitches A concentração de servidores nos ambientes de sala de equipamentos das redes estruturadas trouxe um problema natural: Aonde arrumar espaço para cada Monitor, Teclado e Mouse para cada servidor em uma sala tão pequena ou mesmo um rack onde estes estão instalados? A resposta foi simples de resolver. Basta pensar em uma UDD inversa, onde na porta principal se coloca um único Monitor, Teclado e Mouse e nas portas secundárias as conexões das interfaces correspondentes. Este é o conceito do Serverswich ou Switch KVM (Keyboard, Video, Mouse). Um Hardware relativamente simples se resolveu um grande problemas de espaço e deu oportunidade para gerência de grande quantidade de servidores. Esta gerencia pode ser realizada com um simples botão de seleção, por software ou até pela rede IP acessando o número IP do KVM através de uma sessão Telnet ou pelo Browser. Exemplo de um Switch KVM comercial de 4 portas secundárias 11
12 A idéia foi tão boa que outras interfaces também passaram a fazer parte de suas características como a USB, Serial, HDMI e outras. Isso permite que remotamente seja possível desligar equipamentos à distancia (remote power-off) ou acessar portas de console para configuração de ativos de rede que perderam o contato com a rede (crash-recovery). Exemplo de um Switch KVM com Acesso remoto 11.4 MULTIPLEXADORES Conceito de Multiplexador Os multiplexadores são equipamentos que permitem o aproveitamento eficiente das linhas de transmissão pela combinação de múltiplos canais de dados simultaneamente (ou quase simultâneo) em um único meio de transmissão. Três técnicas básicas podem ser utilizadas: Multiplexação por Divisão de Freqüência - FDM, Multiplexação por Divisão de Tempo - TDM e e Multiplexação por Divisão de Tempo Estatístico - STDM Multiplexador FDM Nas décadas passadas este era o tipo mais largamente empregado de multiplexador, sendo ainda hoje muito utilizado em telefonia, sistema de microondas, enlaces com satélites e TV a cabo. Esta técnica consiste na divisão da faixa de freqüência ( bandwidth ) de um meio de transmissão em vários sub-canais com faixas de freqüência menores. 12
13 F R E Q U Ê N C I A CANAL 1 CANAL 2 CANAL 3 CANAL 4 TEMPO Fig Técnica de Multiplexação em Freqüência Cada sub-canal é capaz de transmitir de forma independente um sinal de voz ou de dados e é gerado através de uma técnica de modulação em freqüência onde para cada sub-canal é usado uma portadora diferente. Porções não utilizadas do espectro são mantidas entre os canais ( guard-bands ). Desta forma é garantido a não interferência entre canais. Todos os sub-canais são transmitidos simultaneamente. No caso de transmissão de voz, uma faixa total de 4 Kz é reservada ao sub-canal. Com a finalidade de construção de um sistema de hierarquia de transmissão, os canais podem ser organizados em grupos e supergrupos (padronizados pela ITU-T). Desta forma 12 canais de voz podem ser unificados em um grupo e 5 grupos podem ser unidos em um supergrupo. 5 supergrupos constituem um master-grupo e 3 masters-grupo em um super-master-grupo. Em comunicação de dados, um canal de voz pode ser utilizado para o transporte de informação de um DTE. A figura 11.7 ilustra este fato e mostra a formação de um grupo FDM Hz DTE 1 MODEM FILTRO fi FILTRO fi Hz Fi=64Khz 60-64KHz GRUPO DTE 2 MODEM FILTRO FILTRO Hz Fi=68Khz 64-68KHz Σ DTE12 MODEM FILTRO FILTRO Hz Fi=108Khz KHz FIG Constituição de um Grupo em FDM 13
14 Multiplexador TDM Um multiplexador TDM permite que várias conexões ponto a ponto sejam realizadas através de uma única linha física, através da alocação de uma parcela de tempo (chamada de janela ou time-slot ) para cada canal de entrada. O conjunto completo de tabelas correspondentes a todos os canais de entrada é chamado de quadro ou envelope. T A1 B1 C1 D1 A2 B2 C2 D2 CS CS CS CS CP Canal Principal CP CS CS CS CS A1 B1 C1 D1 A2 B2 C2 D2 A1 B1 C1 D1 A2 B2 C2 D2 T FIG Multiplexação TDM Conforme se pode observar pela figura um grupo fixo de bits que entra em um mesmo intervalo de tempo pelos canais secundários (CS) são transmitidos, por exemplo os bytes A1 e A2, B1 a B2, C1 a C2 e D1 a D2 são transmitido em um mesmo intervalo T através de um canal principal. Nestas condições, a velocidade no canal principal Va é dada por: Va = Σ Vcs onde Vcs a velocidade no canal secundário. Vcp, nestas condições é conhecido como velocidade agregada. Entretanto, a transmissão no canal principal necessita muitas vezes de bits adicionais para sincronismo e controle. Neste caso pode-se definir uma relação de envelopamento - e (>=1) que é a relação entre o número total de bits transmitidos no envelope e o número de bits de dados. A velocidade Vcp deve então ser dada por: Vcp = Va x e Exemplo: Em um sistema de Multiplexação TDM tem-se 1 canal secundário de 9600 bps, 2 canais de 4800 e 4 canais de 2400 bps. Considerando-se um fator de envelopamento de 4/3 calcular a velocidade no canal principal: 14
15 Vcp = 4/3 x (9600+2x4800+4x2400)= 32Kbps Deve se observar que para uma transmissão full-duplex deve-se ter um sistema de multiplexação e demultiplexação simultânea no mesmo equipamento. Os multiplexadores TDM são sempre síncrono sendo o envelope normalmente iniciado por um caractere de sincronismo (SYNC). Desta forma o equipamento receptor, ao detectar um SYNC sabe que se segue o slot 1 depois o slot 2 e assim por diante. É possível conectar um DTE assíncrono a um multiplexador TDM. Neste caso o TDM retira os start e stop bits e envia os demais bits sincronamente através de um sub-canal. O receptor deve fazer a operação inversa neste caso. Quando o terminal assíncrono não transmite, o sub-canal deverá ser ocupado por um caracter inativo, ou uma condição de break na linha ou qualquer outro comando para preencher o timeslot. Os multiplexadores TDM podem ainda possuir uma varredura fixa ( fixed scanning ) ou uma varredura variável ( variable scanning ). Na varredura fixa, todas as portas secundárias são igualmente amostradas ( sampled ). Esta técnica tem a desvantagem de que todos os canais possuem o mesmo número de slots, sendo a velocidade do canal principal baseada no canal secundário de mais alta velocidade. Na varredura variável, os canais de maior velocidade são varridos mais freqüentemente, o que permite uma maior alocação de sub-canais e portanto maior eficiência de uso da linha de transmissão associada ao canal principal Multiplexador TDM Estatístico Na maior parte das aplicações os DTEs não se comunicam continuamente com um outro DTE. Desta forma é possível construir um multiplexador que leva este fato em consideração e que portanto fornece mais portas secundárias do que um TDM normal. A figura 11.9 ilustra uma aplicação do STDM 2400bps Linha privativa com 4800bps STDM STDM 4 portas multiplexadas HOST Multiplexação STDM - Baseada em estatística de uso 15
16 Conforme mostra a figura os 4 terminais operam a 2400 bps totalizando uma velocidade agregada de 9600 bps. A linha principal opera no entanto a 4800 bps. O STDM armazena dados dos terminais em seus buffers internos e de acordo com a necessidade do terminal o STDM envia os blocos de dados referentes aos sub-canais. Portanto, portas que possuem muitos dados a serem transmitidos ocuparão mais tempo no multiplexador do que aquelas que possuem poucos dados a transmitir. Os TDM estatísticos permitem portanto que a velocidade do canal principal seja menor que a do agregado. Devido a esta otimização os STDM possuem normalmente a capacidade de detecção e correção de erros. De fato, no canal principal é utilizado um protocolo tal como o HDLC ponto a ponto ou o X.25. Em geral a velocidade do canal principal é projetada para possuir 25% da velocidade agregada máxima dos canais secundários, ou seja: Vcp = 0,25.Σ Vcs máx A utilização de cada porta secundária determinará o quanto a velocidade do agregado pode ser maior que a do canal principal. Se houver uma utilização que exceda a capacidade do STDM então poderá ser realizado um controle de fluxo nas portas secundárias (XON-XOFF ou RTS-CTS). Em conexões via satélite os STDM devem ser utilizados com cuidado pois podem não possuir buffers suficientemente grande para operar com retardos extremamente longos do enlace. Curiosidade: MODEM MUX: Alguns modems analógicos como os das normas V.29 e V32bis ou Ter, foram concebidos por alguns fabricantes, com a característica adicional de multiplexação TDM. Estes modems, chamados de modemmux, surgiram para atender a demanda de mercado de velocidades mais baixas, possibilitando os operadores de serviços de comunicação de dados economizarem em linhas privativas, atendendo assim, mais de um cliente por enlaces ponto-a-ponto PROCESSADORES DE REDE Os processadores de rede podem ser descritos como equipamentos especializados na realização de funções de rede, agrupando funcionalidades do tipo: multiplexação estatística, concentração de terminais, contenção de dados, compatibilização de códigos, conversão de protocolos e velocidades, capacidades de chaveamento e características gerais de gerenciamento e supervisão de uma rede de teleprocessamento. 16
17 Na realidade estes equipamentos constituem-se nos nós de uma rede com arquitetura distribuída, como por exemplo uma rede baseada em comutação de pacotes. Em um multiplexador comum existe uma simetria de canais, no sentido em que por exemplo, o canal secundário físico 1 do multiplexador corresponde ao canal secundário físico 1 do multiplexador remoto e também ao canal virtual 1 (time slot 1) do canal principal. Em um processador de rede não existe necessariamente esta correspondência. A configuração pode ser estabelecida de forma fixa inicialmente mas pode sofrer alterações a qualquer momento, seja através de operação de gerenciamento da rede seja através de um procedimento automático para recobrimento de erro. Em adição, a rota de comunicação pode ser determinada inclusive pela própria mensagem (informação) que chega ao nó. Os vários nós da rede podem ser gerenciados a distância por um canal específico de gerenciamento. Tal como um multiplexador estatístico o processador de rede possui várias possíveis parametrizações: velocidade, protocolos etc. Adicionalmente deve ser realizada a programação de rotas que corresponde a associação de canais reais a canais virtuais. O termo canal virtual está associado ao tempo alocado no canal principal e que está associado a um canal físico secundário do nó de rede. Um canal virtual corresponde portanto a um endereço dentro do canal principal. Pela figura pode-se observar que qualquer canal virtual (CV) pode estar associado a qualquer canal secundário (independente do canal principal). CS1-1 CS1-2 CP 1 CV 1 CV 2 CV 3 CS1-2 CS1-1 CS1-4 CS1-3 CS1-4 NÓ 1 CP 2 CS1-5 CS1-6 CV 1 CV 2 CV 3 CS1-3 CS1-6 CS1-5 FIG Associação de Canais Físicos a Canais Virtuais Portanto, nesta idéia fica claro que no estabelecimento de uma comunicação entre dois pontos, sempre estará associado a esta, uma comunicação física e uma comunicação lógica. A comunicação física será o conjunto de equipamentos e meios destinados para a conexão entres dois pontos comunicantes, enquanto que a comunicação lógica é o fluxo de informação estabelecido entre estes pontos independente da comunicação física utilizada para isto. Devido as capacidades extras que os processadores de rede possuem, estes sozinhos podem ser considerados como 17
18 os nós de uma rede. Esta rede (conjunto de nós) pode ser interligada fisicamente no tipo estrela, barramento, anel ou misto destes. Utilizando modems analógicos nos canais principais (normalmente), estas redes ganham proporções ilimitadas. Por se tratar de um equipamento mais complexo, o Processador de rede geralmente é composto por um sub-bastidor e um sistema modular de placas, onde neste são incorporados placas de processamento principal, placas de canais secundários, de buffer, de gerenciamento e de fonte. Ainda pode conter placas de conversoras de protocolos, supervisão e outras. A programação de um processador de rede requer um estudo muito detalhado da rede completa e um treinamento especial do equipamento específico de cada fabricante. EXEMPLO DE UMA REDE COM PROCESSADORES EM TOPOLOGIA MISTA CS1 CS2 CS3 CS1 CP1 CP1 NÓ 3 CS2 NÓ 2 CP2 CS3 CP1 CP3 CP2 CS1 NÓ 1 CP1 CP2 CS2 NÓ 4 CS3 CS1 CS2 18
19 11.6 LINHAS PRIVATIVAS COMERCIAIS Todos os serviços de conectividade e comunicação de dados oferecidos por qualquer operadora de telecomunicações, devem terminar nos pontos finais de utilização na infra-estrutura do usuário, ou seja, na conhecida última milha (last mile). Esta última milha normalmente está relacionada em mais de 90% dos casos, com um ou dois pares de fios que saem da central local mais próxima e seguem até o usuário no mesmo trajeto dos pares de fios de um circuito de telefonia. A viabilidade da utilização da rede cabeada, ou qualquer outra mídia como fibra ótica ou Wireless, vai depender de uma série de quesitos técnicos e de disponibilidade da operadora que está oferecendo este serviço. Quando um cliente deseja conectar um ou mais pontos utilizando essa infraestrutura básica da operadora, ele estará utilizando um serviço dedicado. A operadora deverá neste caso proporcionar uma conexão física e lógica com os pré-requisitos acertados entre usuário e operadora entre os pontos de interesse. A obrigação da operadora pode ficar limitada a disponibilização de uma banda de Hz para uso de modens analógicos adquiridos pelo cliente, ou por um serviço que inclui além do link, os modens digitais (xdsl) compatíveis com a velocidade em bps requerida pelo cliente. Em ambos os casos estes são chamados serviços dedicados de comunicação de dados. Quando trata-se de links de curto alcance (entre bairros adjacentes de uma cidade por exemplo), comercialmente eles são tratados de maneira bem diferente, apesar de que em alguns casos a infra-estrutura é a mesma, se diferenciando simplesmente pelo par de modens que o segundo caso inclui. No Brasil, em geral, os serviços que não incluem os modens, e que portanto, são indicados para velocidades inferiores à 33,6kbps, são chamados de Serviço de Linha Dedicado Analógico (SLDA) e também são utilizados para serviços de voz. Atualmente nem faz mas parte da pauta de produtos das operadoras. Para velocidades de 1200bps à 155Mbps os modens, agora do tipo Digitais, entram obrigatoriamente no circuito e são chamados de Serviço de Linha Dedicado Digital (SLDD). Em qualquer parte do mundo, a idéia é a mesma. O nome comercial do serviço é que muda... Na prática, em alguns casos, para circuitos de baixa velocidade (< 33,6Kbps), uma SLDD é possível ser constituída por uma SLDA que inclui um par de modens analógicos no serviço. Internamente, na infra-estrutura de comunicação de dados da operadora, o encaminhamento lógico e físico para estes dois serviços é completamente distinto. A SLDA era muito vantajosa para aplicações urbanas, mas por questões legais, já que o usuário é quem tem controle sobre o uso do meio através de seus próprios modens, muitas operadoras só disponibilizam estes serviços em casos especiais. Para aplicações interurbanas, também é rara sua utilização. Em função disso, este tema, procura mostrar alguns detalhes da contratação de um serviço de linha dedicado e em especial o SLDD. Vale lembrar também que a maioria das redes privadas das operadoras que necessitam alcançar uma abrangência geográfica maior como por exemplo Frame- 19
20 Relay, IP dedicado e ATM, também necessitam direta ou indiretamente utilizar o mesmo tipo de circuito dedicado com SLDD desde os pontos de acesso até o usuário ou entre as conexões da malha privada da operadora. Interligações entre operadoras ou até clientes de operadoras parceiras são outras situações de uso de uma SLDD. Porém neste caso estes circuitos fazem parte da infra-estrutura do serviço que a operadora precisa disponibilizar para viabilizar o atendimento do cliente e portanto este custo e responsabilidade é dela SLDD Descrição O Serviço de Linha Dedicada Digital - SLDD é um serviço de transmissão de dados através de circuitos privativos. O serviço é próprio para empresas que dispõe de redes geograficamente separadas e necessitam interliga-las, com transparência a protocolos, atraso praticamente nulo e velocidades variadas (de 1,2 Kbps a 155 Mbps). Características principais Garantia total de banda: o serviço SLDD se baseia na construção de circuitos exclusivamente dedicados sobre uma Supervia Digital (Backbone). Transparência a protocolos: elimina a necessidade de conversões de protocolo através de circuitos digitais determinísticos. Troca de informações em tempo real: a tecnologia empregada na rede impõe atrasos praticamente nulos entre os pontos. Pode conter modalidades do serviço: - Simples: circuitos privativos para tráfego de dados; - Especial: oferece circuitos privativos para tráfego de dados, mais os roteadores ou FRAD s para tráfego de voz e dados (dependendo da aplicação desejada pelo cliente, é possível locar outros equipamentos mediante projeto especial possibilitando tráfego de multimídia). Aplicações típicas: Terminal remoto, Interconexão de LAN's, Caixas automáticas, Acessos de terminais Host, Aplicações CAD/CAM. Composição do Preço: Preço fixo em função da velocidade e do degrau; APLICAÇÕES Necessidades de atraso praticamente nulo delay e elevada vazão, tráfego constante, aplicações cliente-servidor, são as que mais se beneficiam do SLDD. Interligação de redes locais: para comunicação local ou de longa distância; 20
21 Criação de backbone: para integração de vários pontos de tráfego de dados, especialmente na comunicação urbana; Interligação de CPU Host - Host: de dois ou mais hosts localizados distantes, principalmente em distância inferior ao degrau D3; Interligação de redes seguras: maior segurança por ser uma rede dedicada e exclusiva; Interligação de Call Center: para atendimento e transbordo de rotas de provedores de informação; MERCADO ALVO Médias sofisticadas: interconexão de Local Área Network - LAN, workflow, banco de dados compartilhado, Intranet e Extranet, integração voz e dados; Grandes empresas: interconexão de LAN s, banco de dados compartilhado, Intranet, Extranet, Enterprise Resource Planning-ERP, centralização de call center, integração de voz e dados; Grandes empresas financeiras: centralização de call center, integração voz e dados, caixas ATM quiosques de auto-atendimento bancário, interconexão de LAN s, banco de dados compartilhado, Intranet e Extranet; Órgãos de governo: interconexão da LAN s, banco de dados compartilhado, Intranet e Extranet, centralização de call center, integração voz e dados BENEFÍCIOS Alta qualidade das linhas, proporcionando maior velocidade de transmissão e reduzidas taxas de erro; Ótima relação custo/benefício, principalmente em redes urbanas; Fácil entendimento e utilização; Evita investimentos. Não necessita alterações nos equipamentos e redes para conversão de protocolos; Permite planejar e controlar os custos - preço fixo (flat) independente de volume de tráfego; Segurança absoluta; somente o destinatário terá acesso aos dados enviados; Facilidade na construção da rede; Redução de custos com a integração voz e dados na mesma rede (SLDD especial) VANTAGENS Serviço determinístico com desempenho garantido e retardo praticamente nulo; 21
22 As redes de compostas por SLDD s, apresentam arquitetura simples e de fácil operação; Permite a contratação de diferentes velocidades, de acordo com as necessidades; Garantia de transmissão de toda a banda; Gerência total da rede. Possibilidade de monitoração de todos os componentes da rede modems, linhas de acesso etc. pela operadora, garantindo a integridade do serviço; Na opção SLDD especial, evita investimentos em roteadores e garante interoperabilidade e gerencia de rede fim a fim; Transporta protocolos Systems Network Architecture SNA.; Possibilidade de tráfego de voz e imagem com alta qualidade; Baixo tempo de reparo e instalação; Rapidez na remoção de defeito; Cobrança em fatura telefônica normalmente os valores relativos à prestação dos serviços e locação dos equipamentos serão debitados mensalmente na fatura telefônica indicada pelo cliente; DETALHES DE CONTRATAÇÃO E PROCESSO DE EFETIVAÇÃO O serviço é ofertado na forma de acessos instalados nas dependências do cliente incluindo a interface digital = modem nos padrões conforme velocidade contratada no acesso. As velocidades de acesso ofertadas em Kbps são: Velocidades em Kbps Interface 1.2 V.24 (RS232) 2.4 V.24 (RS232) 4.8 V.24 (RS232) 9.6 V.24 (RS232) 14.4 V.24 (RS232) 19.2 V.24 (RS232) 28.8 V.24 (RS232) 64 V V V V V V V V V G.703 / V.35 22
23 Na modalidade especial, são instalados e configurados os CPE s (Roteadores) nas dependências do cliente, segundo a combinação e configuração de portas disponíveis em cada modelo e solicitadas pelo cliente. A relação de CPE s é verificada segundo a disponibilidade e aplicação do cliente podendo ser acrescida de outros modelos/capacidades. A seleção desses CPE s deverá ser realizada em estudo conjunto com engenharia e operação OPÇÕES DEQUALIDADE DE SERVIÇO QoS Disponibilidade média da rede; Relação entre o tempo de operação plena e prejudicada da rede, no período de 30 dias; Disponibilidade do acesso; Relação entre o tempo de operação plena e prejudicada do acesso, no mesmo período; Tempo máximo de atraso da rede; Prazo de instalação; Prazos de manutenção: de 4 à 10 Horas; Interrupções programadas; Taxas de erro (BER); Delay; Nota: A qualidade de serviço pode ser negociada em casos especiais, tornando-se um SLA (Service Level Agreement). A negociação de SLA s deve necessariamente ter a participação das áreas de engenharia e operação envolvidas com o serviço COMPOSIÇÃO DE PREÇOS Prazo de contratação: Permanente: Indeterminado ou Determinado (de 30 dias à 5 anos); ou Temporária (3 dias à 29 dias): Taxas: As taxas (instalação, mudanças, etc) podem possuir valores fixos independente da localidade e tempo de contrato. 23
24 Exemplos: Taxas e mensalidade. SERVIÇO REFERE-SE Á: (COBRANÇA POR EVENTO OU POR CIRCUITO OU POR PONTA) Taxa de instalação < 64k Atividade de designação e instalação do meio de acesso (em cada ponta entre a estação da operadora Taxas de Instalação 64k a e o endereço do cliente), modems (no cliente), 2Mbps interligações nas estações dos meios de transmissão (DG, DI, DID, DO, multiplexadores, rádios, etc.), configurações de equipamentos (nós) e testes fim a fim. Mudança de endereço < 64k Mudança de endereço 64k a 2Mbps Mudança interna < 64k Mudança interna 64k a 2Mbps Taxa de visita improdutiva Taxa de mudança de velocidade <64k Taxa de mudança velocidade 64k a 2Mbps Atividade semelhante à ativação, porém apenas no acesso da ponta que mudou de endereço mais a desativação do acesso no endereço antigo (retirada de equipamentos). Atividades para mudar de local a instalação do modem, dentro das dependências do cliente ( mesma sala). Retornar a um endereço para executar um serviço ou a instalação de um acesso ou equipamentos (modems) quando da data acordada, a atividade foi impedida pelo cliente (domicílio fechado, obras inacabadas, etc.) Atividades de reconfiguração de equipamentos e se necessário troca dos modems, do meio de acesso (mudar para velocidades mais altas) e meios de transmissão chega a ser uma completa desativação mais uma nova ativação. Taxa de instalação de Inclui sua configuração para a aplicação específica. ROTEADOR Mensalida de Uso do circuito pelo cliente, 24 horas por dia, 7 dias por semana, para trafegar dados entre seus pontos de acesso. Cobrada mensalmente por circuito, na data de vencimento (ciclo) escolhido pelo cliente Varia com a velocidade do circuito e degrau (distância) entre os pontos de acesso. Normalmente: Para SLDD s locais, cobra-se uma taxa de instalação apenas para o circuito. Para SLDD s interurbanas, cobra-se uma taxa de instalação por ponta do circuito. 24
25 Fidelização e ressarcimento: A fidelização se traduz no contrato pela cláusula que estabelece o ressarcimento que o cliente deve pagar caso rescinda o contrato antes do prazo acordado. Esse ressarcimento é calculado com fórmula própria tomando como base a quantidade de meses que faltam para a conclusão do contrato, multiplicado pelo valor da mensalidade e por um percentual que varia em função do valor total do contrato. 25
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