Pº R.P 136/2008 SJC-CT-

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1 Pº R.P 136/2008 SJC-CT- incidente deduzido em processo executivo ao abrigo do disposto no artº 257º CPPT- articulação com o princípio do trato sucessivo na modalidade da continuidade das inscrições. PARECER No processo executivo supra referenciado a fracção autónoma também supra identificada foi vendida por negociação particular a Lino, c.c. Arminda, na comunhão de adquiridos, e a Domingos, c.c. Maria, na separação de bens, em comum a na proporção de metade para cada, tendo a aquisição sido registada pela Ap. 59 de 2008/03/07. No Serviço de Finanças de a executada Maria Adélia, ora recorrente, apresentou em pedido de anulação desta venda dirigido ao Juiz do Tribunal Administrativo e Fiscal de, nos termos do disposto no art. 257º do CPPT. O pedido de anulação da venda funda-se no disposto nos art.s 909º, 201º e 894º do C.P.C. alega a requerente não ter sido notificada quer do despacho determinativo da venda quer para se pronunciar sobre as propostas de compra apresentadas -, e termina do seguinte modo: termos em que deverá V. Exª considerar nula e sem nenhum efeito a venda supra descrita com todas as legais consequências. Com base em certidão do requerimento dirigido ao TAFP e dos documentos que instruíram o pedido incluindo uma procuração forense da executada impugnante, onde se identifica com o estado de divorciada -, foi solicitado na Conservatória o registo do ónus de acção de anulação da venda sobre a fracção autónoma em causa. Mas o registo (da acção) foi lavrado também provisoriamente por dúvidas, porque em contrariedade com o princípio do trato sucessivo, na acção interposta ( ) não foram demandados os titulares do direito de propriedade inscrito, e porque além disso, falta a indicação do estado civil da requerente (art.s 68º, 70º, 34º, nº 2, 44º, nº 1 a) do C.R.P.). Do despacho de qualificação foi interposto recurso hierárquico, com os seguintes fundamentos: 1

2 a) No que toca ao estado civil da requerente, oportunamente será apresentada declaração complementar e certidão de nascimento na qual consta o estado civil de divorciada; b) O que está em causa é acção de anulação de acto de adjudicação de venda praticado pelo órgão periférico local da Administração Fiscal, pelo que só este poderá ser o demandado em acção de tal natureza, na medida em que é acto seu que se pretende fazer desaparecer do ordenamento jurídico (cfr. art. 257º do CPPT e art. 10º, nº 2, do CPTA, sem prejuízo de o Juiz do processo notificar os compradores para se pronunciarem (cfr. art. 908º, nº 2 [certamente por lapso, referiu-se o art. 909º] do C.P.C., por remissão do art. 2º do CPPT), sendo que a acção de anulação será proposta contra os compradores caso o Juiz entenda remeter a questão para os meios comuns (cfr. art. 908º, nº 2 [certamente por lapso, escreveu-se art. 909º] do C.P.C.; c) O princípio do trato sucessivo apenas proíbe a feitura de registos definitivos sem a intervenção do titular da inscrição de aquisição ou de reconhecimento de direito susceptível de ser transmitido ou de mera posse, o que não se verifica com o registo, provisório por natureza, de acção. A Senhora Conservadora sustentou a qualificação e advertiu que, não tendo sido objecto de recurso a dúvida sobre a identificação (estado civil) da requerente, a interposição do presente recurso não suspende o prazo de caducidade do registo, devendo a ora recorrente proceder à sua remoção dentro do prazo de 6 meses a contar de 25/05/2008 (notificação do despacho de dúvidas). Questões prévias: 1. São dois os motivos da qualificação do registo como provisório por dúvidas. No recurso hierárquico o recorrente conforma-se com um dos motivos. Defende a Senhora Conservadora que, neste caso, o recurso hierárquico não suspende o prazo de caducidade do registo, devendo o recorrente proceder à remoção da dúvida não atacada no prazo de 6 meses a contar da notificação do despacho de qualificação. Será assim? 2

3 Muito convictamente o negamos. Vejamos. Esta questão já foi suscitada, se não erramos exactamente com os mesmos contornos, no Pº R.P. 171/2004 DSJ-CT, e aí sustentámos que a decisão que manda efectuar determinado registo como provisório por dúvidas não deixa de ser uma única decisão, ainda que a mesma se alicerce em várias dúvidas. Decorrentemente, não sendo aquela decisão desfibrável, a) não pode o recurso proceder somente quanto a algumas dúvidas e b) a interposição do recurso, ainda que neste o recorrente manifeste conformação com alguma dúvida, determina o efeito suspensivo do prazo de caducidade do registo provisório desde a anotação na ficha de registo daquela interposição até à anotação na mesma ficha da improcedência. Reiteramos o entendimento sufragado naquele processo de recurso hierárquico, para cuja fundamentação remetemos Também tem sido entendimento deste Conselho (aliás reafirmado no já citado Pº R.P. 171/2004) que no recurso hierárquico o recorrente não está vinculado aos ónus de alegar, de concluir e de especificar a lei ofendida. Relembramos esta matéria porque a recorrente parece conformar-se com o motivo de dúvida suscitado pela recorrida e atinente à falta de indicação do estado civil da requerente da anulação da venda. seja pertinente. Porém, e salvo o devido respeito, não nos parece que a dúvida O falado pedido de anulação da venda assumiu a forma de incidente no processo executivo. Sendo o incidente uma ocorrência que perturba a tramitação normal do processo 2, os elementos que deste constam devem servir para integrar e complementar a peça processual que introduziu o incidente. Ora, a requerente-executada já está exuberantemente identificada no processo, em consonância aliás com o que consta da ficha de registo predial. Se bem atentarmos, no próprio 1 - Salientamos agora que, se bem ajuizamos, este mesmo entendimento de que não pode restringir-se o conhecimento das razões ou argumentos em que a decisão recorrida se baseia já tinha sido sustentado pelo Saudoso Mestre Antunes Varela, in R.L.J. nº 3802, pág. 21 nota (2), em anotação ao Acórdão do Supremo de 10 de Outubro de 1985, a que adiante aludiremos. 2 - Sobre o conceito de «incidente», cfr. Jorge Lopes de Sousa, in Código de Procedimento e de Processo Tributário anotado e comentado, 5ª ed., 2007, pág

4 incidente ela vem identificada com o estado civil, porquanto o requerimento é instruído com procuração forense em que a mandante se diz divorciada. Tanto basta, a nosso ver, para concluir que o motivo de dúvida esgrimido pela Senhora Conservadora não tem razão de ser. 3. Acontece, porém, que, se não erramos, o recurso hierárquico é intempestivo. A Senhora Conservadora, no despacho de sustentação, afirma que a ora recorrente foi notificada em Nesta data não terá sido, porque era domingo. Foi, então, notificada em (cfr. art. 254º, nº 3, C.P.C.). Mas, mesmo assim, o recurso hierárquico deveria ter sido interposto até (cfr. art. 141º, C.R.P.). Tendo sido interposto em , o recurso é extemporâneo. Termos em que deverá este recurso ser liminarmente indeferido 3. Sem prejuízo, porém, do indeferimento liminar do recurso, e de acordo com prática corrente deste Conselho, vamos conhecer do mérito do recurso. Pronúncia: 1- A Senhora Conservadora registou uma acção em que é requerente a ora recorrente e requerido o 3º Serviço de Finanças de, sendo o pedido a anulação da venda por negociação particular inscrita em G- Ap. 59 de 2008/03/07. sujeita a registo. reflexão. Decidiu, portanto, que o facto era uma acção e que esta estava Esta é, para nós, a questão essencial e que demanda alguma Sobre o conceito de acção, no plano registral, já se pronunciou este Conselho no Pº R.P. 37/99 DSJ-CT, in BRN nº 9/99, págs. 17 e segs. Aí se concluiu que «é de considerar acção, para efeitos do art. 3º, nº 1, a), do Código do Registo Predial, toda a pretensão regularmente 3 - Importa acentuar que para efeitos do disposto no nº 3 do art. 148º do C.R.P. a improcedência da impugnação (cfr. nº 2 desta norma) abrange o indeferimento liminar do recurso hierárquico. 4

5 deduzida em juízo, independentemente da forma que assumir ou do meio processual utilizado, por uma das partes em litígio contra outra com vista a obter do tribunal uma decisão que, apreciando tal pretensão, forme caso julgado» e que «está ela sujeita a registo bem como, aliás, a decisão final da sua procedência sempre que a providência judiciária solicitada implique reconhecimento, constituição, modificação ou extinção de algum direito real sobre imóveis (entenda-se, de algum dos direitos referidos no art. 2º do citado Código)». Assim sendo, o que teremos, desde logo, que aqui averiguar é se o incidente previsto no art. 257º do CPPT assume a natureza de uma pretensão regularmente deduzida em juízo por uma das partes em litígio contra outra para obtenção de uma decisão que, apreciando tal pretensão, forme caso julgado. Sobre o ponto, a única dúvida é saber se a pretensão é deduzida por uma das partes em litígio contra a outra, considerando que, como aliás acentua a recorrente, o demandado é o órgão periférico local da Administração Fiscal. Cremos que é inegável que a pretensão visa dirimir um litígio e que este litígio existe entre as partes no processo executivo. O órgão perante quem corre a execução não é, obviamente, parte processual. As partes no processo são o exequente (cuja posição é assumida pelo mesmo órgão, mas não é nesta qualidade que contra ele é deduzido o incidente; e, se fosse, já então seria parte processual), o executado, os credores e o comprador. Aliás, a al. c) do nº 1 do art. 909º do C.P.C. visa tutelar uma das partes no processo. E também se pode sustentar que «o juiz não deve dar por anulada a venda sem ouvir previamente os restantes interessados (exequente; credor que recebeu o preço da venda; comprador), nos termos gerais (art. 3º; ver também o art. 908º -2)» (cfr. Lebre de Freitas e Ribeiro Mendes, in Código de Processo Civil anotado, Vol. 3º, 2003, pág. 616). Cremos, portanto, que estamos perante uma acção, no plano registral. Mas visará esta «acção» a modificação subjectiva do direito de propriedade da fracção autónoma em causa, de tal sorte que a decisão de procedência transitada em julgado será título para a extinção do direito, 5

6 talvez melhor dizendo, para a extinção do facto jurídico inscrito, em que figuram como sujeitos activos os compradores no processo executivo? Também este ponto não é isento de dúvidas. Vejamos. Anteriormente à entrada em vigor do D.L. nº 329-A/95, de 12 de Dezembro, o executado não tinha que requerer especialmente a rescisão da venda. Como explicava Lopes Cardoso, in Manual da Acção Executiva, 3ª ed. (2ª reimpressão), 1996, pág. 598, a al. c) do nº 1 do art. 909º do C.P.C. consagra uma causa de rescisão (que não era mencionada no Código de 1939), a qual condensa a hipótese de a venda ser directamente anulada e a hipótese de a anulação resultar indirectamente, nos termos do nº 2 do art. 201º, de anulação de um acto anterior do qual absolutamente houvesse dependido a mesma venda. Tanto no caso do nº 2 do art. 201º como no caso expressamente previsto na mencionada al. c) do nº 1 do art. 909º, a rescisão da venda ou adjudicação era consequência automática da declaração de nulidade que a afectava ou da revogação do despacho. Sugestivamente, e no domínio do art. 328º do CPT, Alfredo José de Sousa e José da Silva Paixão, in Código de Processo Tributário comentado e anotado, 1991, pág. 667, afirmavam que «das causas de anulação da venda referidas no art. 909º do Cód. Proc. Civil, só podem ser conhecidas oficiosamente pelo tribunal as previstas nas alíneas b) e c) do seu nº 1». Mas o citado D.L. nº 329-A/95 alterou o nº 3 do art. 909º do C.P.C., para nele incluir as causas referidas nas alíneas b) e c) do nº 1. A citada norma ficou com a seguinte redacção: «Nos casos previstos nas alíneas a), b) e c) do nº 1, a restituição dos bens tem de ser pedida no prazo de 30 dias a contar da decisão definitiva, devendo o comprador ser embolsado previamente do preço e das despesas de compra; se a restituição não for pedida no prazo indicado, o vencedor só tem direito a receber o preço». Ao comentar o art. 257º do CPPT, Jorge Lopes de Sousa, ob. cit., pág. 586, diz-nos que «no processo de execução fiscal, por força do disposto na al. c) do nº 1 do art. 257º do CPPT, o prazo é encurtado para 15 dias, devendo aplicar-se, no restante, o regime que consta daquele nº 3 [do art. 909º do C.P.C.]». E conclui: «Assim, nos casos previstos nas referidas alíneas a), b) e c) do nº 1 do art. 909º do CPC, se o executado 6

7 não pedir a restituição no prazo de 15 dias a contar da data da venda ou daquela em que tomar conhecimento do facto que servir de fundamento à anulação, a venda já não é anulada, tendo aquele apenas direito de receber o preço por que foi efectuada, como se estabelece na parte final do nº 1 [nº 3, se não erramos] do art. 909º». Parece que estamos todos de acordo em que a partir do D.L. nº 329- A/95 o executado tem de requerer especialmente a rescisão da venda. Mas o ponto está em saber em que momento é que o executado deve requer a rescisão da venda. De acordo com o nº 3 do art. 909º do C.P.C., a restituição dos bens tem de ser pedida no prazo de 30 dias a contar da decisão definitiva. No caso previsto na al. a) do nº 1, o prazo conta-se a partir da decisão definitiva do recurso (da sentença que se executou) ou da oposição (à execução ou à penhora). No caso da al. b) do nº 1, o prazo conta-se a partir da decisão definitiva que anulou a execução nos termos do art. 921º. E no caso da al. c) do nº 1? Dizem-nos Lebre de Freitas e Ribeiro Mendes, ob. cit., pág. 616, que «decretada definitivamente a anulação, a restituição dos bens tem de ser pedida, contra o comprador, no prazo de 30 dias, sob pena de o executado só ter direito ao preço». Quererão os Autores referir-se apenas ao decretamento definitivo da anulação do acto processual de que dependa absolutamente a venda, de tal sorte que dizendo a nulidade directamente respeito ao acto da venda já não se aplicará o disposto no nº 3 do art. 909º do C.P.C.? Ou esta norma também se aplicará a estoutro caso, pelo que, decretada definitivamente a anulação do acto da venda, o executado terá que pedir a restituição dos bens? Parece-nos que nem a lei distingue nem os Autores citados quiseram distinguir as duas situações. No caso dos autos, estamos perante uma hipótese de nulidade de acto anterior (falta de audição do executado sobre a modalidade da venda), e não da própria venda, pelo que se nos afigura líquido que o nº 3 do art. 909º do C.P.C. é aplicável. Mas, perguntar-se-á, o que é que o Registo Predial tem a ver com isto? Rigorosamente tem a ver, pensamos nós, na exacta medida em que será sustentável que só a partir do momento em que no processo executivo é formulado o pedido de restituição dos bens é que o incidente acção, no plano registral estará sujeito a registo, porquanto só a resposta injuntiva a este pedido, e não já ao pedido de anulação do acto 7

8 processual, terá a virtualidade de provocar a modificação subjectiva no direito de propriedade. Quando a rescisão da venda ou adjudicação era uma consequência automática da declaração de nulidade que a afectava ou da revogação do despacho de que a venda dependia absolutamente, cremos que o incidente estava, desde logo, sujeito a registo. Agora temos dúvidas. Mas, ainda assim, por exigência da segurança do comércio jurídico campo em que se torna cada vez mais evidente, e pacificamente reconhecida, a importância do Registo Predial -, inclinamonos para o registo do facto 4. Quer o pedido de restituição do bem, a nosso ver extemporaneamente, seja desde logo formulado, quer apenas seja pedido a declaração de nulidade do acto. O incidente não deixa de ter por fim muito provável e possível a modificação subjectiva do direito real inscrito. Pelo que importa dar imediata guarida ao pedido formulado. É que, como se salientou no Pº R.P. 66/2005 DSJ-CT, o registo da «acção» permitirá que a decisão de restituição do bem ao executado forme caso julgado em relação aos adquirentes do comprador no processo executivo na pendência do incidente, para quem entenda que o executado tem um direito de anulação que implica a ineficácia em relação a ele daqueles actos, ou tal registo da «acção» evitará a eventual aquisição de direitos por «terceiros civis» (cfr. art. 291º, C.C.) sobre o bem objecto da venda executiva, para quem entenda que o regime aplicável a esta venda é o da anulabilidade. Claro está que, registado o incidente mas não deduzido ulteriormente, apesar de decretada definitivamente a anulação, o pedido de restituição do bem, a comprovação deste facto negativo será título suficiente para cancelar o registo da «acção». Como claro está que a decisão que deverá ser averbada à inscrição da «acção» não é a que decretar definitivamente a anulação, mas antes aquela, transitada em julgado, que declarar a rescisão da venda, com a restituição do bem ao executado. Resulta ainda do exposto que importa que do registo da «acção» fique perfeitamente claro que o facto registado é o «incidente» Referimo-nos concretamente ao caso da al. c) do nº 1 do art. 909º do C.P.C. Não queremos, neste momento, tomar posição sobre a extensão dos considerandos às demais hipóteses previstas nas alíneas a) e b) do mesmo número e artigo. 5 - No caso dos autos este desiderato resulta até com alguma felicidade do registo efectuado, porquanto foram introduzidas no extracto as rubricas requerente e requerido, e esta última preencheu-se com a identificação do órgão periférico local da 8

9 Para que não haja qualquer confusão com o registo de acção comum com o mesmo pedido Assente que a acção (incidente) está sujeita a registo, importa apreciar se o registo do facto apenas provisoriamente por natureza implicaria violação do princípio do trato sucessivo, tal como sustenta a recorrida. A recorrente alega que não implicaria violação, porque o art. 34º, nº 2, do C.R.P. visa com a exigência ali enunciada proibir os registos definitivos. Parece-nos que não tem razão. Por comodidade, vamos seguir de muito perto o excurso do Conselheiro Campos Costa na declaração de voto de vencido que emitiu no Acórdão do Supremo de 10 de Outubro de , no âmbito do art. 13º, nº 2, do Código do Registo Predial de 1967 (a que actualmente corresponde o citado art. 34º, nº 2, do C.R.P.), e que ainda hoje, é nossa convicção, mantém plena actualidade. É a máxima res inter alios que está na base do princípio do trato sucessivo na modalidade da continuidade das inscrições. Administração Fiscal. Cremos, assim, que a situação está bem retratada e não é confundível. 6 - Acção aliás a que se refere a recorrente, alegando que, então, a acção será proposta contra os compradores. Não está em tabela esta matéria. Mas sempre diremos que se esta acção fosse proposta na sequência da remessa, pelo juiz do incidente, dos interessados para os meios comuns e já então estivesse registado o incidente, não haveria que registar autonomamente a acção, antes haveria que introduzir no registo do «incidente» as necessárias actualizações. Em ambos os meios processuais o que está em causa é o pedido de rescisão da venda, pelo que o sistema registral deveria garantir a prioridade que resultava do registo do incidente. 7 - Este Acórdão foi publicado no Bol Min. Just. nº 350, págs. 343 e segs., e foi objecto de Anotação do Prof. Antunes Varela na Rev. da Legislação e Jurisprudência nº 3802, págs. 18 e segs. No ponto que pretendemos sublinhar, e se bem ajuizamos, não existe divergência entre a declaração de voto e a anotação. Para Antunes Varela o que o princípio do trato sucessivo pretende «é evitar a realização de dois registos incompatíveis entre si, relativamente ao mesmo prédio». O Saudoso Mestre sustentou expressamente que não é correcto negar a aplicabilidade do nº 2 do art. 13º do Código de 1967 «só porque se pediu, aliás obrigatoriamente, um registo provisório por natureza (como é o registo da generalidade das acções sujeitas ao foro do registo predial) e a disposição legal invocada se refere apenas aos pedidos de inscrição definitiva». O que levou o Mestre a discordar da posição do Conselheiro Campos Costa foi o entendimento de que a impugnação da compra e venda com o cancelamento do registo não poder levar «a qualquer inscrição colidente com algum dos registos de transmissão ou de domínio sobre o imóvel», acentuando porém que «ponto é que na acção tenham sido chamadas a intervir as 9

10 Tratando-se do registo de acção, e numa visão superficial das coisas, duas considerações aconselhariam ao registo provisório da acção unicamente por natureza: o art. 34º, nº 2, é inaplicável, porque proíbe apenas registos definitivos; o registo de uma acção nunca implica, por exemplo, o reconhecimento do direito de propriedade do autor sobre o imóvel, só implicando tal reconhecimento o trânsito em julgado da sentença favorável, pelo que não ofende sequer a máxima res inter alios que o direito de propriedade esteja definitivamente registado em nome de uma pessoa e que, no registo, figure simultaneamente a propositura de uma acção tendente a declarar que o dono do prédio não é o que consta do registo, na medida em que só depois da sentença final se apura quem é o verdadeiro proprietário do prédio. Mas estas duas considerações não resistem a uma análise mais aprofundada. Só porque no momento do registo da acção se desconhece se o pedido, que lhe serve de suporte, será atendido ou não é que tal registo é imperativamente provisório. Mas, na técnica do registo predial, julgada procedente uma acção, daí se segue, como consequência necessária, que o registo provisório da acção se tem de converter em definitivo, uma vez que tal seja requerido com base no trânsito em julgado da respectiva sentença. Se o mecanismo do registo predial é este, torna-se claro que, apesar de só aludir ao registo definitivo, o nº 2 do art. 34º se observa igualmente quando se pretende fazer um registo de acção que, por natureza, é provisório. Se assim não fosse, feito o registo da acção provisório apenas por natureza, a despeito de o prédio estar registado em nome de terceiro que não intervém na causa, ter-se-ia como resultado que, julgada procedente a acção, a respectiva sentença já poderia servir de base a um novo registo definitivo também em nome de outrem, o que é de todo inadmissível dentro do sistema do registo predial. Idêntica vulnerabilidade afecta o argumento de que o registo da acção não implica, por si mesmo, o reconhecimento do direito de propriedade do autor do litígio judicial. É que, julgada procedente a acção, a sentença já importa fatalmente o reconhecimento de tal direito de propriedade, não obstante o imóvel se encontrar já registado em nome de outrem. Ter-se-ia, portanto, conseguido destruir a anterior presunção pessoas cujos interesses se opõem aos dos proponentes da acção relacionada com o 10

11 derivada do registo, sem que o beneficiário da presunção fosse ouvido, o que em certa medida ofende o brocardo res inter alios. Cremos, assim, ter demonstrado que a recorrente não tem razão no que afirma. Mas haverá mesmo, no caso dos autos, violação do princípio do trato sucessivo? Cremos, também muito convictamente, que não há. Como já referimos, o incidente é uma ocorrência extraordinária do processo (no caso dos autos, executivo). Por força das regras processuais que o disciplinam, o incidente é decidido pelo tribunal tributário de 1ª instância, a quem deve ser dirigido o respectivo requerimento (cfr. art. 151º, nº 1, CPPT). Mas o ponto está em que, no plano registral, o que se regista, enquanto «acção», é um incidente ocorrido num processo em que indiscutivelmente é parte o titular inscrito que poderá vir a ser afectado negativamente com a procedência do pedido. Portanto, para efeitos de aplicação do nº 2 do art. 34º do C.R.P., verifica-se, a nosso ver claramente, a intervenção do titular inscrito. Questão diversa é a de saber se a restituição do bem deve ser pedida contra o comprador (cfr. Lebre de Freitas e Ribeiro Mendes, ob. e local citados), ou se o juiz, antes de ordenar a restituição, deve ouvir previamente o comprador, e porventura o exequente e credores interessados (sobre a questão da aplicabilidade do nº 2 do art. 908º aos casos de rescisão do art. 909º, ambos do C.P.C., cfr. Alberto dos Reis, ob. cit., págs. 435 e segs.). Mas sobre tal questão o conservador não tem que se pronunciar. Trata-se de um problema de legitimidade processual passiva, e neste concreto aspecto estamos inteiramente de acordo com o Saudoso Mestre Antunes Varela (cfr. R.L.J. citada, pág. 27), quando ensinava que o conservador não é «uma espécie de fiscal da legitimidade processual passiva neste tipo de acções» e que «a esse ponto não chega, de facto, a função para-judicial que, à sombra do princípio da legalidade ( ), o actual sistema confere ao conservador». imóvel». 11

12 3- Em face do anteriormente exposto, somos de parecer que, sendo o presente recurso hierárquico intempestivo, deve o mesmo ser liminarmente indeferido. Relativamente ao mérito, somos de parecer que os fundamentos da decisão que ordenou a feitura do registo como provisório por dúvidas não são pertinentes, pelo que a recorrente poderá em sede de (novo) pedido de remoção das dúvidas 8 obter a requalificação do registo da acção para provisório apenas por natureza. Em consonância, firmam-se as seguintes Conclusões 1- Está sujeito a registo como registo de acção o incidente deduzido no respectivo processo executivo, ao abrigo do disposto no art. 257º do CPPT, com pedido de anulação da venda nos termos da alínea c) do nº 1 do art. 909º do C.P.C. 2- Estando o bem registado a favor do comprador naquele processo executivo, o registo do «incidente» não importa violação da norma do nº 2 do art. 34º do C.R.P. (na redacção anterior ao D.L. nº 116/2008), que consagra o princípio do trato sucessivo na modalidade da continuidade das inscrições. de Parecer aprovado em sessão do Conselho Técnico de 25 de Setembro João Guimarães Gomes Bastos, relator, António Manuel Fernandes Lopes, Isabel Ferreira Quelhas Geraldes, Maria Eugénia Cruz Pires dos 8 - Cremos que, mesmo em face da recente Reforma do Registo Predial (cfr. D.L. nº 116/2008, de 4 de Julho), se mantém actual o entendimento firmado nos Pºs 27/97 DSJ- CT, in BRN nº 11/97, págs. 8/9, e R.P. 94/99 DSJ-CT, in BRN nº 11/99, págs. 16 e segs. Portanto, o conservador não tem forma de emendar a mão, restando-lhe convidar o interessado a pedir, com base nos mesmos documentos, a conversão do registo (quanto às dúvidas, obviamente), e o interessado também não tem outro meio para pedir ao conservador que emende a mão que não seja formular o pedido de remoção das dúvidas. 12

13 Reis Moreira, Luís Manuel Nunes Martins, Maria Madalena Rodrigues Teixeira (subscrevendo apenas a conclusão II e respectiva fundamentação, por ser o que está em tabela nos autos), José Ascenso Nunes da Maia. Este parecer foi homologado pelo Exmo. Senhor Presidente em

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